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Para Weber as formulações mais gerais do tipo lei ou fatores, são apenas parte
integrante do método que se utiliza para “o conhecimento da realidade concreta
segundo o seu significado cultural e relações de causa” e não constituem em
si, o objetivo da pesquisa como seria o caso das “leis astronômicas aplicadas
as ciências da cultura. Mais precisamente, essa formulação consiste na
primeira etapa. A segunda, seria nas suas próprias palavras “completamente
nova e independente apesar de se basear na tarefa preliminar” construída pela
“análise e exposição ordenada do agrupamento individual desses “fatores”
historicamente dados e da sua combinação concreta e significativa, dele
resultante; mas acima de tudo, consistiria em tornar inteligível a causa e a
natureza dessa significação”. A terceira etapa, se constrói a partir do remonte
“mais possível no passado, e observar como se desenvolveram as diferentes
características individuais dos agrupamentos de importância para o presente, e
proporcionar uma explicação histórica a partir destas constelações anteriores,
igualmente individuais”. E ainda há a possibilidade de uma quarta etapa,
baseada na “avaliação das constelações possíveis no futuro”.
E mesmo com as leis compondo apenas uma parte do método, elas ainda têm
um limite. Pois a “significação da configuração de um fenômeno cultural”
(objetivo de compreensão dos cientistas sociais), está relacionada com ideias
de valor. Segundo o autor, quando escolhemos focar em apenas uma pequena
parte da realidade individual, estamos atribuindo a essa parcela, ideias de valor
pois essa escolha está diretamente relacionada com a importância que aquele
fenômeno passou a ter para o pesquisador, de acordo com a sua experiência
de vida. E essa seria necessariamente a comprovação de que nenhuma
pesquisa é isenta de pressupostos.
Mas porque Weber parte de uma perspectiva micro estrutural, como vimos no
método exposto anteriormente? Para ele essa perspectiva ganha lógica
quando assumimos que apenas uma parte finita, da infinidade que compõe
esse âmbito sociocultural econômico é significativa, ou digna de ser conhecida.
Assim, nunca chegamos a conclusão de uma lei geral que explique
efetivamente de forma real o que significa o fenômeno e segundo o próprio
autor, “apenas pomos em relevo as causas a que se podem atribuir, num caso
concreto, os elementos “essenciais” de um acontecimento.” Então a
causalidade buscada não se debruça em certezas, mas em conexões
concretas; e imputação de uma constelação como resultado.