Você está na página 1de 6

Geografia- Resumos.

Recursos Marítimos:

 As características da linha de costa:


Temos uma linha de costa retilínea (pouco recortada), e extensa.
2 Tipos de costa: Costa alta e Costa baixa.
Costa De arriba alta escarpada, e rochosa:

Costa baixa:

Costa arenosa- praia

Costa rochosa- arriba baixa:

Costa de arriba alta e escarpada:

Em geral, a costa é de arriba alta e escarpada, onde o mar contacta com afloramentos rochosos de
maior dureza, como acontece:

 Da Nazaré á Foz do Tejo;


 Do Cabo Espichel á Foz do Sado;
 Do cabo de Sines ao de São Vicente;
 No Barlavento Algarvio.

Litoral Baixo:

Pelo contrário, onde o mar contacta com formações mais brandas surge o litoral baixo, com
reentrâncias propicias á deposição de areias, como acontece:

 Entre Espinho e São Pedro de Moel;


 No Estuário do Tejo;
 Da foz do Sado ao Cabo de Sines;
 No sotavento algarvio.
Na Madeira e nos Açores:

Domina o litoral de arriba alta, por vezes superior a 100 metros, especialmente na parte Norte das
ilhas. A costa da praia é pouco representativa, encontrando se as maiores extensões em, S. Miguel
nos Açores, e na costa sul da ilha de Porto Santo, na Madeira.

 Ação do Mar sobre a linha de costa:


As características da linha de costa resultam em grande medida, da ação que o mar exerce
sobre ela, sendo continuadamente modificada pela erosão marinha (processo de desgaste
pela força do movimento constante das ondas) que desgasta e fragmenta as formações
rochosas do litoral, de transporte e acumulação desses fragmentos.
O poder erosivo das ondas é reforçado pela areia e pelos fragmentos arrancados á base das
arribas ou lançados no mar pelos rios e transportados pelas correntes marítimas. Estes são
projetados pelas ondas provocando uma intensa erosão mecânica, abrasão marinha- que
leva ao progressivo recuo das arribas.

Fig. 2, recuo de uma arriba:


• A abrasão marinha desgasta a base da arriba, retirando o apoio à parte superior (A), que
acaba por desmoronar-se (B).
• Os fragmentos rochosos acumulam-se na base da arriba, na plataforma de abrasão (faixa
entre o mar e a arriba, ligeiramente inclinada para o mar que, na mare baixa, fica emersa,
submergindo na mare alta)
• A continuidade do processo faz recuar a arriba, alargando a plataforma de abrasão (C).
• No mar também se acumulam materiais do desgaste da arriba – plataforma de
acumulação –, que continuam a ser desgastados e, muitas vezes, arrastados pelo mar.
• Se uma arriba deixa de ser atingida pelo mar, considera-se arriba morta ou fóssil, como é o
caso da arriba fóssil da Caparica, arriba fóssil da Nazaré, arriba fóssil de Esposende.

Os fragmentos resultantes do desgaste das arribas, assim como areias e outros materiais de
origem fluvial são transportados pelas correntes marítimas e depositados em áreas onde a
velocidade das correntes é menor, acumulando-se e originando praias mais ou menos
extensas, onde os materiais acumulados continuam a ser fragmentados e arredondados.
A configuração da linha de costa também foi influenciada por movimentos tectónicos e
alterações climáticas que provocaram:
 Regressões marinhas- recuo do mar, que fez emergir áreas anteriormente submersas
e que se transformam em costas de emersão;
 Transgressões marinhas: avanço do mar sobre áreas continentais, que passam a
estar submersas, constituindo costas de submersão.

 Principais acidentes do litoral português:


A ação do mar sobre a linha de costa portuguesa deu origem a certas áreas com
características próprias que se destacam na linha de costa e que se designam por acidentes
do litoral, ou seja, zonas do litoral que são diferentes do habitual.
As rias de Aveiro e de Faro:
A ria de Aveiro é uma laguna- extensão de água, mais ou menos salobra (nem é doce nem
salgada), separada pelo mar por uma espessa restinga- cordão arenoso que se formou
devido á regressão do mar e devido á acumulação de sedimentos marinhos e sedimentos
fluviais (rio Vouga). É por vezes denominada haff-delta pois o rio desagua na laguna,
formando um delta interior com uma estreita entrada pro mar.
A ria de Faro é também uma área lagunar, separada do mar por uma espessa restinga
formada pela acumulação de materiais transportados pela deriva litoral- corrente sentido
oeste-leste, resultante da aproximação obliqua das ondas a praia.
Estas duas rias assumem grande importância no litoral português pela riqueza de recursos
disponíveis, pela diversidade de ecossistemas e pelas atividades que aí e desenvolvem. Por
exemplo: parque natural da ria formosa, reserva natural das dunas de S. Jacinto.
Os estuários do Tejo e do Sado:
Estuário: foz de um rio que desagua no mar, por um único braço onde se faz sentir a ação
das marés.
No litoral Português, os únicos dois recortes verdadeiramente acentuados, são os estuários
do Tejo e do Sado, que pela sua dimensão, permitem um importante desenvolvimento das
atividades portuárias (proteção dos ventos e da ondulação) constituindo também zonas
húmidas de grande riqueza ecológica onde foram definidas as reservas naturais do estuário
do Tejo, e do estuário do Sado. (tem importância económica devido às atividades
económicas que se podem praticar lá- turismo).
Concha de São Martinho do Porto:
Pequena baía com uma estreita abertura para o mar, que outrora foi um grande golfo cuja
dimensão foi sendo reduzida pela acumulação de sedimentos marinhos.
Tombolo de Peniche:
Um istmo resultante da acumulação de areias e seixos transportados pelo mar, que uniram
uma pequena ilha ao continente.

Na costa portuguesa destacam se ainda diversos cabos, isto é, saliências talhadas em


formações rochosas muito resistentes, a maioria em costa alta. Como proporcionam
proteção natural, os cabos servem de abrigo aos portos de mar, pelo que, em Portugal
Continental, geralmente, os portos localizam se no flanco sul dos cabos, abrigados de ventos
de oeste e noroeste e das correntes marítimas superficiais do sentido norte-sul. A nossa
linha de costa é pouco recortada e muito exposta a ventos e vagas, oferecendo poucas
condições naturais, propícias aos portos marítimos. Dai a necessidade de construção de
abrigos e portos artificiais, como são os casos de Leixões e Sines.

 Principais fatores que influenciam os recursos piscatórios.


A abundância de peixe é influenciada pelas condições de temperatura, iluminação,
salinidade e oxigenação das águas, de que depende a existência de maior ou menor
quantidade de plâncton- organismos microscópicos vegetais (fitoplâncton) ou animais, que
constituem a base alimentar de muitas espécies marinhas.
Essas condições dependem muito da profundidade das águas e das correntes marítimas,
pelo que nos oceanos existem áreas de maior abundância e diversidade de espécies e outras
onde os recursos piscatórios são mais escassos.
Plataforma continental:
É uma área de grande abundância de pescado e corresponde á extensão submersa da placa
continental, de fraco declive e cuja profundidade não ultrapassa os 200 metros.

 Fatores favoráveis á abundância de recursos piscatórios:


Baixa profundidade: maior iluminação, boas condições para a formação de grandes
quantidades de plâncton.
Águas mais agitadas: maior oxigenação, boas condições para a formação de grandes
quantidades de plâncton.
Receção de água doce pelo desaguar dos rios: menor salinidade, pela mistura da água doce.
Diversidade de nutrientes minerais e orgânicos transportados pelas águas fluviais.
Todos estes fatores originam, uma maior quantidade e diversidade de fauna marinha e de
espécies vegetais.
A plataforma continental constitui somente 10% dos fundos marinhos, proporcionam mais
de 80% das capturas totais da pesca mundial. Porém é nelas que se depositam os resíduos
fluviais, por vezes, poluídos, com grave perigo para a fauna.
Em Portugal Continental, é relativamente estreita ao longo de todo o litoral, sendo assim,
não permite muita quantidade de recursos piscatórios. É quase inexistente nas regiões
autónomas, devido á origem vulcânica dos dois arquipélagos.
A plataforma Continental Europeia é mais extensa no noroeste da Europa. Torna-se mais
estreita na Península Ibérica, e a Sul do Cabo da Roca a sua extensão é ainda mais reduzida.
Esta é uma condição natural pouco favorável á pesca Portuguesa, por se traduzir numa
menos abundância de mercado.

 Correntes Marítimas:
São deslocações de grandes massas de água individualizadas pelas suas características de
temperatura e densidade- favorecem a abundância de pescado, sobretudo:
As correntes frias- favorecem a oxigenação das águas e, por vezes, tem origem na subida de
águas profundas, que arrastam matéria orgânica e mineral depositada no fundo do mar,
sendo por isso, mais ricas em nutrientes.
As áreas de confluência de uma corrente fria com uma corrente quente- por originarem
maior agitação e oxigenação das águas e consequentemente formação de plâncton,
favorecem a diversidade de espécies e a renovação dos stocks- reservas piscícolas.
Em Portugal:
Desfavorável á abundância de pescado- A deriva do Atlântico norte da corrente quente do
golfo, de águas pobres em nutrientes, atinge a costa Portuguesa já em deslocação para o
sul, tomando a designação de corrente de Portugal.
Favoráveis á abundância e qualidade de recursos piscatórios: A sudoeste do território, a
corrente de Portugal encontra se com a corrente fria das canárias.
O afloramento costeiro ou upwelling, que ocorre no verão, por efeito da nortada (ventos
fortes do Norte) que sopra no Litoral, afastando as águas superficiais para o largo e
originando uma corrente de compensação- águas profundas e ricas em nutrientes
ascendem á superfície, substituindo as que foram afastadas pelo vento.

 De quem é o mar?

A zona económica exclusiva: zona de soberania dos Estados Costeiros sobre o espaço aéreo,
o mar, os fundos, e o subsolo marinho até uma distância de 200 milhas náuticas, onde o
Estado tem direitos de exploração, investigação, conservação e gestão de recursos naturais.
A ZEE portuguesa, reparte-se por três áreas distintas- Portugal Continental, Madeira e
Açores. É a maior da União Europeia, e a quinta maior do mundo, podendo a vir a ser quase
duplicada se o pedido apresentado nas Nações Unidas, em 2009, for aprovado.
Vantagens da proposta de alargamento da ZEE:
 Exploração de recursos minerais, genéticos, e geológicos no subsolo marinho;
 Prolongar a soberania sobre novas áreas de subsolo marinho;
 Exploração de novos produtos que podem ser utilizados na indústria ou em
tecnologia.

Você também pode gostar