Você está na página 1de 41

APOSTILA DE CONTEÚDO E EXERCÍCIOS

QUÍMICA
SUMÁRIO

2
CAPÍTULO 1 - A QUÍMICA NA CIÊNCIA
CAPÍTULO 2 - EQUAÇÕES QUÍMICAS

2.1. - TEORIA ATÔMICO-MOLECULAR CLÁSSICO

2.1.1. - LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA

2.1.2. - LEI DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS

2.1.3. - LEIS VOLUMÉTRICAS DE GAY-LUSSAC

2.1.4. - LEI DE AVOGADRO

2.2. - BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES


EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 2
GABARITO - CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3 - MODELOS ATÔMICOS

3.1. - ÁTOMO DE DALTON

3.2. - ÁTOMO DE THOMPSON

3.3. - ÁTOMO DE RUTHERFORD-BOHR

EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 3
GABARITO - CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4 - ÁTOMOS

4.1. - ESTRUTURA DO ÁTOMO

4.1.1. - NÚCLEO ATÔMICO

4.1.2. - A ELETROSFERA

4.2. - REPRESENTAÇÃO DO ÁTOMO

3
4.2.1. - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

4.2.2. - REPRESENTAÇÃO ESCRITA


EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 4
GABARITO - CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5 - MOLÉCULAS

5.1. - REPRESENTAÇÃO DAS MOLÉCULAS


EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 5
GABARITO - CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6 - TABELA PERIÓDICA

6.1 - A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA

6.1.1. - ELEMENTOS REPRESENTATIVOS

6.1.2. - ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO

6.1.3. - LOCALIZAÇÃO NA TABELA PERIÓDICA

6.2. - PROPRIEDADES PERIÓDICAS

6.2.1. - RAIO ATÔMICO

6.2.2. - ENERGIA OU POTENCIAL DE IONIZAÇÃO

6.2.3. - ELETRONEGATIVIDADE

6.3. - METAIS, AMETAIS E SEMIMETAIS

EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 6
GABARITO - CAPÍTULO 6

4
5
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES QUÍMICAS

7.1. - FORMAÇÃO DE ÍONS ESTÁVEIS

7.2. - LIGAÇÃO IÔNICA

7.2.1. - PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

7.3. - LIGAÇÃO COVALENTE OU MOLECULAR

7.3.1. - LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA


EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 7
GABARITO - CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8 - FUNÇÕES INORGÂNICAS

8.1. - CLASSIFICAÇÃO

8.1.1. - ELETRÓLITOS
EXERCÍCIOS - CAPÍTULO
GABARITO - CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9 - NOMENCLATURA DE INORGÂNICOS

9.1. - COMPOSTOS BINÁRIOS CONTENDO UM


METAL E UM AMETAL

9.2. - COMPOSTOS BINÁRIOS CONTENDO


AMETAIS

9.2.1. - COMPOSTOS SEM HIDROGÊNIO

9.2.2. - COMPOSTOS COM HIDROGÊNIO E OUTRO


AMETAL

9.3. - ÁCIDOS

6
9.3.1. - HIDRÁCIDOS

9.3.2. - OXIÁCIDOS

9.3.3. - ÂNIONS DERIVADOS DOS OXISSAIS


(OXIÂNIONS)

9.4. - OXISSAIS

9.5. - BASES
EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 9
GABARITO - CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10 - REAÇÕES INORGÂNICAS

10.1. - COMBINAÇÃO OU SÍNTESE

10.2. - DECOMPOSIÇÃO OU ANÁLISE

10.3. - SUBSTITUIÇÃO OU DESLOCAMENTO

10.4. - DUPLA TROCA OU METÁTESE

EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 10
GABARITO - CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11 - INTRODUÇÃO À ORGÂNICA

11.1. - CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS

11.1.1. - DE ACORDO COM A SATURAÇÃO

11.1.2. - DE ACORDO COM A DISPOSIÇÃO DOS ÁTOMOS

11.1.3. - DE ACORDO COM A COMPOSIÇÃO

11.1.4. - DE ACORDO COM A FORMA

11.1.5. - CADEIAS CARBÔNICAS AROMÁTICAS

EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 11

7
GABARITO - CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12 - NOMENCLATURA DE ORGÂNICOS

12.1. - FUNÇÕES ORGÂNICAS

12.2. - NOMENCLATURA

12.2.1. - RADICAIS ORGÂNICOS

12.2.2. - POSIÇÃO

EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 12
GABARITO - CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13 - REAÇÕES ORGÂNICAS
EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 13
GABARITO - CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 1 - A QUÍMICA NA CIÊNCIA

A química é o ramo da ciência que estuda a matéria ( que apresenta massa, que ocupa lugar
no espaço, etc ), suas propriedades, constituição, transformações e a energia envolvida nesses
processos. A química pode ser observada em todos lugares do nosso planeta, uma vez que
tudo na Terra é formado por partículas, substâncias e elementos químicos.
Essa ciência pode ser dividida em 4 grandes áreas. A Química Orgânica, que é a maior e
mais sistemática área dessa ciência, também conhecida por química do carbono, já que a
maioria dos compostos orgânicos são constituídos de carbono. A Química Geral e Inorgânica,
que abrange um campo de estudo que vai desde minerais até sais.A Química Analítica é o
ramo da ciência que trata da identificação ou quantificação de espécies ou elementos
químicos. ​E por fim, a Físico-Química, reservada ao estudo dos fenômenos que são
observados nas reações químicas.
Ela surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia populares entre muitos cientistas
da época. Considera-se que os princípios básicos da ciência foram vistos pela primeira vez na
obra do cientista irlandês Robert Boyle (THE SCEPTICAL CHYMIST). A química, como
denominada atualmente, começa a ser explorada um século mais tarde com os trabalhos do
francês Lavoisier.

8
CAPÍTULO 2 - EQUAÇÕES QUÍMICAS
As equações químicas são representações gráficas das reações químicas que ocorrem entre
os diversos elementos presentes na Tabela Periódica. Elas são formadas por átomos,
moléculas, e se apresentarem íons são chamadas de equações iônicas:

● H​2(g)​ + O​2(g)​ → H​2​O​(l)​ – equação comum

● H +​​ + OH -​ ​→ H​2​O – equação iônica

Observe que os elementos que estão à esquerda da seta são denominados reagentes, os
quais participam das reações químicas, enquanto aqueles que estão à direita são chamados de
produtos, ou seja, as substâncias que são formadas a partir dessa reação. Fique atento, pois
alguns símbolos são utilizados nas equações para indicar determinadas ações que ocorrem:

● Quando ocorre a reação química dos elementos: +

● Sentido que ocorre a reação química e indica o que será produzido: ​→

● Quando há presença de catalisadores ou aquecimento: ​∆

● Quando há formação de um sólido que se precipita:​ ↓

● Quando há presença de luz: λ

● Elemento no estado gasoso: (g)

● Elemento no estado sólido: (s)

● Elemento no estado de vapor: (v)

● Elemento no estado líquido: (l)

● Presença de solução aquosa: (aq)

2.1. - TEORIA ATÔMICO-MOLECULAR CLÁSSICA

2.1.1. - LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA


Em 1760, Lavoisier publicou a lei da conservação da massa, que falava que “a soma das
massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos da reação”. No entanto, para
essa lei ser seguida a reação deve ocorrer em um sistema fechado, uma vez que em um

9
sistema aberto há a possibilidade de um gás entrar, e aumentar a massa final, ou de um gás
sair, e diminuir a massa final.

Imagem 1 : diferença entre tipos de sistemas

2.1.2. - LEI DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS


Em 1797, Proust elaborou a lei das proporções definidas, que dizia que “ um dado
composto, qualquer que seja sua procedência ou método de preparação, é sempre formado
pelos mesmos elementos químicos, combinados sempre na mesma proporção em massa ”.
Por exemplo, a água é constituída de oxigênio e hidrogênio, combinados entre si na
proporção de 8 g de oxigênio para 1 grama de hidrogênio. Qualquer que tenha sido a origem
da água analisada, essa proporção será a mesma. Então :
água ​ > oxigênio
_____​
+ hidrogênio
9g : 8g : 1g
Se, em vez de decompor a água em seus elementos constituintes, como no caso anterior,
sintetizamos a água a partir dos seus elementos, podemos observar que oxigênio e hidrogênio
reagem entre si para formar água, naquela mesma proporção, ou seja:
hidrogênio + oxigênio ______​​ > água
1g 8g 9g
Podemos, então, generalizar para “ em qualquer reação química, as substâncias, reagentes
e produtos, obedecem sempre à mesma proporção em massa.
A + B ​
______​
> C + D
Experimento ( 1 ) M​A ​ M​B​ M​C​ M​D
Experimento ( 2 ) M ’​A ​ M ’​B​ M ’​C​ M ’​D

MA MB MC MD
M ′A = M ′B = M ′C =M ′D

2.1.3. - LEIS VOLUMÉTRICAS DE GAY-LUSSAC

10
Essa lei afirma que “ os volumes de substâncias gasosas participantes de uma reação
química, quando medidos em mesmas condições de temperatura e pressão, guardam entre si
uma relação de números inteiros e pequenos “. Exemplos :

gás hidrogênio + gás cloro ​


______​
> cloreto de hidrogênio
5L 5L 10L 1:1:2

gás hidrogênio + gás oxigênio ​


_______​
> vapor d’água
10L 5L 10L 2:1:2

2.1.4. - LEI DE AVOGADRO


Três anos mais tarde, o químico italiano Amedeo Avogadro propôs que “ volumes iguais
de quaisquer gases, nas mesmas condições de temperatura e pressão, contêm o mesmo
número de moléculas “. As moléculas são partículas formadas por átomos ligados entre si.
Assim, se em 10 litros de CO​2 ​existem n moléculas, então em 10 litros de qualquer outro gás,
nas mesmas condições, existirão também n moléculas.
Essa lei afirma que, por exemplo, 3L de gás hidrogênio contêm 3 vezes mais moléculas
que 1L de gás nitrogênio, desde que estejam sob as mesmas condições.

3 H​2 (g) ​ + N​2 (g) ​ ​


_____​
> 2 NH​3 (g)
3 moléculas 1 molécula 2 moléculas
3 volumes 1 volume 2 volumes

2.2. - BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES


O balanceamento das equações químicas demonstra sua estabilidade e equilíbrio, uma vez
que deve conter o mesmo número de átomos de cada elemento em ambos os lados da
equação. Os coeficientes estequiométricos são os números que aparecem na frente dos
elementos, indicando quantos átomos existem na reação. Quando o coeficiente for 1
geralmente ele fica subentendido e não aparece descrito. De tal modo, podemos dizer que as
fórmulas (H​2​, O​2​, C​2​, H​2​O, HCl, CaO, etc.) oferecem um sentido qualitativo, enquanto os
coeficientes dão o sentido quantitativo das equações químicas.
Para que uma equação química fique balanceada, devemos atentar para a ​Lei da
Conservação de Massa de Lavoisier. Para entender melhor esse conceito, vejamos o exemplo
abaixo:
Al + O​2​ → Al​2​O​3

Para balancear a equação química acima, primeiramente devemos escolher o elemento que
surge somente uma vez na primeira e na segunda parte da equação, sendo que nesse caso é
igual para o Alumínio (Al) e o Oxigênio (O). Observado isso, devemos escolher o elemento
com índices maiores, nesse caso, o oxigênio (O), com 2 (no primeiro membro) e 3 (no
segundo membro). Por conseguinte, devemos transpor os índices do primeiro e do segundo
membro, usando-os como coeficientes. Logo, para que a equação acima fique balanceada

11
devemos acrescentar os coeficientes 4 (2.2=4) e 2 na frente do elemento alumínio (Al) no
primeiro e no segundo membro respectivamente, e ainda, o 3 no oxigênio (O) do primeiro
membro. Assim, o número de total de átomos de cada elemento da reação química fica
balanceado no 1° e 2° membro da equação:
4Al + 3O​2​ → 2Al​2​O​3

CAPÍTULO 3 - MODELOS ATÔMICOS

A ideia de que a matéria é formada de partículas indivisíveis é muito antiga. Leucipo e


Demócrito ( filósofos gregos de 400 a.c. ) deram o nome de átomo a essas partículas, que
traduzida do grego significa“não divisão”. No entanto, é importante notar que essa ideia não
tinha base em um trabalho experimental e, sim em deduções filosóficas, fruto de um
raciocínio abstrato. Os modelos são os aspectos estruturais dos átomos que foram
apresentados por cientistas na tentativa de compreender melhor o átomo e a sua composição.

3.1. - ÁTOMO DE DALTON


Para Dalton, o átomo era uma esfera maciça e homogênea, indivisível e indestrutível. Por
causa dessas características esse modelo acabou por ser apelidado de “bola de bilhar”.

Imagem 1: Bola de bilhar

Além disso, esse modelo possui alguns princípios:


1. Todas as substâncias são formadas de pequenas partículas chamadas átomos;
2. Os átomos de diferentes elementos têm diferentes propriedades, mas todos os átomo
do mesmo elemento são exatamente iguais;
3. Os átomos não se alteram quando formam componentes químicos;
4. Os átomos são permanentes e indivisíveis, não podendo ser criados nem destruídos;
5. As reações químicos correspondem a uma reorganização de átomos;

12
Imagem 2: John Dalton

3.2. - ÁTOMO DE THOMSON


Em 1905, J.J.Thomson fez um experimento que acabou por descobrir uma partícula muito
menor que o átomo, tanto em massa quanto em tamanho, o elétron, com carga negativa. Com
essa nova descoberta, foi visto que a formulação de um novo modelo era necessário. Para
Thomson, o átomo era uma esfera, não maciça, divisível e neutra. Esse modelo ficou
conhecido como “pudim de passas”, uma vez que a os elétrons seriam “bolinhas” que estão
incrustados em uma massa positiva ( para a esfera ser neutra deveria haver uma parte positiva
para servir de oposição aos elétrons ).

Imagem 3: Pudim de passas

3.3. - ÁTOMO DE RUTHERFORD-BOHR

Em 1908, a partir de experiências envolvendo radioatividade, Ernest Rutherford descobriu a


existência de mais uma partículas, o próton, com carga positiva. Por meio dessa descoberta,
esse cientista propôs um novo modelo, onde o átomo seria dividido em duas regiões, a
eletrosfera, constituída de elétrons, e o núcleo, constituída de prótons e nêutrons ( partículas

13
com carga neutra que Rutherford supôs que existissem, descobertas mais tarde em 1932). O
núcleo tem um raio de 10 000 a 100 000 vezes menor que o átomo e concentra praticamente
toda a massa do átomo. Segundo o modelo, os elétrons ficariam girando na eletrosfera
aleatoriamente ao redor do núcleo.

Imagem 4: Modelo de Rutherford


No entanto, o elétron possui carga negativa, portanto, se ele girasse ao redor do núcleo, que
é positivo, ele iria perder energia em forma de radiação, com isso, suas órbitas iriam diminuir
até uma hora que os elétrons iriam acabar colidindo no núcleo. Por isso, em 1913, Niels Bohr
visou melhorar o modelo de Rutherford, corrigindo as falhas dele. Ele propôs que os elétrons
se moveriam em órbitas circulares com energia bem definida e constante( níveis de energia),
sendo que o elétron mais perto do núcleo teria a menor energia. Além disso, ele sugeriu que
quando o elétron absorve uma certa quantidade de energia ele chega em um estado excitado,
que é instável e, ao voltar ao seu estado original ( ou fundamental) ele libera a energia que
havia recebido em forma de onda eletromagnética.

Imagem 5: Modelo de Bohr( também conhecido por modelo planetário)

CAPÍTULO 4 - ÁTOMOS

Como apresentado anteriormente, átomos surgiram a partir da ideia de que a matéria é


composta de partículas indivisíveis. Além disso, ao longo dos séculos, foram criados modelos

14
que representavam as variadas concepções de átomo em diferentes épocas, como foi visto no
capítulo anterior. A partir deles, por exemplo, consentiu-se que a unidade atômica era, na
verdade, divisível, possuindo outras partículas em sua estrutura.
Neste capítulo, estudaremos a estrutura do átomo segundo a visão de cientistas
atualmente.
O átomo possui em sua estrutura duas regiões principais: o núcleo e a eletrosfera.

4.1 - O NÚCLEO ATÔMICO


O núcleo do átomo é onde está concentrada sua massa. Nessa região, existem prótons e
nêutrons, - partículas subatômicas de cargas positiva e neutra, respectivamente - o que a torna
positivamente carregada.

Imagem 1: Representação gráfica do núcleo de um átomo

4.2 - A ELETROSFERA

A eletrosfera é onde se localizam os elétrons - partículas subatômicas de carga


negativa e massa desprezível. Os mesmos são dispostos em camadas (indicadas por letras
maiúsculas: K, L, M, etc.), também chamadas de níveis (indicados por números: 1, 2, 3,
etc.).Essas camadas, por sua vez, são divididas em subcamadas ou subníveis (indicados por
letras minúsculas: s, p, d, f, etc.); dentro de cada um desses subníveis, cabe um número
determinado de elétrons, como representado pela figura abaixo:

Imagem 2: tabela de subníveis e suas respectivas capacidades de elétrons

Os elétrons distribuem-se na eletrosfera segundo uma ordem crescente de energia. O


diagrama abaixo indica essa distribuição energética por níveis e subníveis:

15
Imagem 3: Diagrama de distribuição eletrônica

Observações:
1. A ordem crescente de energia seguida pelos elétrons é indicada no diagrama pelas
setas. Logo, a distribuição eletrônica começa pelo subnível s do nível de energia 1
(1s) e, dependendo do número de elétrons, pode chegar até o subnível p do nível de
energia 7 (7p).
2. No uso do diagrama, quando se lê, por exemplo, 3d​8​, entende-se que, no subnível d do
nível de energia 3, existem 8 elétrons.

4.3 - REPRESENTAÇÃO DO ÁTOMO

Quando escrito, o átomo geralmente é representado pelo símbolo de seu elemento na tabela
periódica. Além disso, são indicados, mais comumente ao lado esquerdo do símbolo, o
número atômico (Z) - número de prótons presentes no núcleo - e o número de massa (A) -
soma dos números de prótons e nêutrons presentes no núcleo. Em geral, o primeiro índice é
posicionado no canto inferior, e o segundo, no canto superior.

Z = 7 A = 14
Imagem 4: Representação de um átomo de nitrogênio

4.4 - ISÓTOPOS, ISÓBAROS E ISÓTONOS


Nem todos os átomos existentes são iguais entre si, podendo diferenciar-se por
possuírem diferentes números de certas partículas subatômicas. Dependendo de quais são as
diferenças e semelhanças entre dois átomos, eles podem ser classificados como ​isótopos,
isóbaros ​ou ​isótonos​.
Os ​isótopos ​são dois átomos do mesmo elemento, ou seja, possuem o mesmo número
atômico (de prótons), mas diferentes números de massa (prótons + nêutrons).

16
Os ​isóbaros ​são dois átomos com mesmo número de massa, mas diferentes números
atômicos, isto é, de diferentes elementos
Os ​isótonos ​são dois átomos com mesmo número de nêutrons, mas diferentes números
atômicos, e, portanto, diferentes números de massa.

CAPÍTULO 5 - MOLÉCULAS

​ olécula é um grupo de átomos, iguais ou diferentes, que se mantêm unidos e que não
M
podem ser separados sem afetar ou destruir as propriedades das substâncias​. Essa união
acontece por meio de ligações covalentes, também chamadas de ligações moleculares ( essa
ligação será melhor abordada no capítulo 6 ), que deixam os dois átomos envolvidos mais
estáveis em relação à forma inicial.
Os átomos raramente aparecem sozinhos na natureza, devido ao fato de que para estarem
isolados eles teriam de ter a mesma configuração eletrônica de um gás nobre ( He, Ne, Ar,
Kr,Xe e Rn ). Os gases nobres possuem essa estabilidade por possuírem a última camada da
eletrosfera completa.

5.1.REPRESENTAÇÃO DAS MOLÉCULAS

A molécula da água é representada por


H​2​O. Esse número abaixo do H representa
o índice de atomicidade do hidrogênio, ou
seja, a quantidade de átomos de hidrogênio
na molécula. Quando o índice de
atomicidade é 1 nós podemos apenas
deixar em branco, como está representado
no O. Na imagem acima, o índice pode ser
conferido, uma vez que as bolinhas
brancas representam átomos de hidrogênio
e a bolinha vermelha representa um átomo
de oxigênio.

CAPÍTULO 6 - TABELA PERIÓDICA

17
6.1. - A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA
A classificação do final do século XIX, de Mendeleev, dispunha os elementos químicos
em ordem crescente de massas atômicas. No início do século XX, percebeu-se que a
ordenação certa é pelos números atômicos, uma vez que dessa forma nota-se muitas
propriedades variando periodicamente, ou seja, se repetindo.

Imagem 1: Tabela Periódica

6.1.1 - ELEMENTOS REPRESENTATIVOS


Os elementos representativos são aqueles que apresentam átomos com elétrons mais
energéticos em subcamada​s ​s​ ​ou ​p​. São oito grupos:

NOTAÇÃO HISTÓRICA NOME DA FAMÍLIA

1A METAIS ALCALINOS

2A METAIS ALCALINOTERROSOS

3A GRUPO DO BORO

4A GRUPO DO CARBONO

5A GRUPO DO NITROGÊNIO

6A GRUPO DO OXIGÊNIO
( CALCOGÊNIOS )

7A HALOGÊNIOS

8A GASES NOBRES( INERTES )

18
6.1.2 - ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO
Os elementos de transição apresentam átomos com elétrons mais energéticos em
subcamadas d ou f.

NOTAÇÃO HISTÓRICA NOME DA FAMÍLIA

1B GRUPO DO COBRE

2B GRUPO DO ZINCO

3B GRUPO DO ESCÂNDIO

4B GRUPO DO TITÂNIO

5B GRUPO DO VANÁDIO

6B GRUPO DO CROMO

7B GRUPO DO MANGANÊS

8B GRUPO DO FERRO-COBALTO-NÍQUEL

6.1.3. - LOCALIZAÇÃO NA TABELA PERIÓDICA


Localizar um elemento na Tabela Periódica é reconhecer o grupo ( coordenada vertical ) e
o período ( coordenada horizontal ) em que esse elemento se encontra. Isso é possível a partir
da distribuição eletrônica do elemento químico.

​ .RECONHECIMENTO DO PERÍODO ( LINHA ): a classificação períodica apresenta


1
sete sequências horizontais ( períodos ).

Cada uma desses períodos representa quantas camadas o átomo possui. Por exemplo, o
oxigênio possui 2 camadas em sua configuração eletrônica, por isso ele está localizado no
segundo período.

19
​ .RECONHECIMENTO DO GRUPO ( COLUNA ):​ para os elementos representativos,
2
o número do grupo ao número de elétrons da última camada. Não iremos tratar dos elementos
de transição nesse caso.

Exemplos:
​ Mg - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6 ​3s​2 como possui 2 elétrons na última camada ele está
12​
localizado no segundo grupo ( metais alcalinoterroso ).

​13​Al - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6 ​3s2​ 3p



​ como possui 3 elétrons na última camada ele está
1

localizado no terceiro grupo ( grupo do boro ).

​2​He - ​1s​2 por possuir 2 elétrons na última camada ele deveria estar no segundo
grupo, porém, ele é uma exceção à essa regrinha e está localizado no oitavo grupo, já que
possui o última camada completa.

6.2. - PROPRIEDADES PERIÓDICAS


São aquelas que assumem valores semelhantes para intervalos mais ou menos regulares à
medida que o número atômico aumenta, ou seja, repetem-se periodicamente.

6.2.1. - RAIO ATÔMICO


É uma maneira de avaliarmos as dimensões individuais de um átomo. É medido em
angstrom( 1 angstrom = 10​-8 ​cm ).

Imagem 1: variação do raio atômico ( aumenta em direção à esquerda e para baixo)

20
6.2.2. - ENERGIA OU POTENCIAL DE IONIZAÇÃO
A primeira energia de ionização de um átomo é a energia necessária para remover um
elétron do átomo, no estado gasoso, formando um cátion (íon de carga positiva ). A segunda
energia de ionização é a energia para remover o segundo elétron de um átomo, e assim
sucessivamente.

Imagem 2: variação da energia de ionização ( aumenta em direção à direita e para cima )

6.2.3. - ELETRONEGATIVIDADE
É a tendência que os átomos possuem de atraírem elétrons para perto de si. Os gases
nobres (8A) não apresentam eletronegatividade.

Imagem 3: variação da eletronegatividade ( aumenta em direção à direita e para cima)

6.3. - METAIS, AMETAIS E SEMIMETAIS


Os metais exibem propriedades características: apresentam brilho, conduzem calor e
eletricidade, são maleáveis e dúcteis, frequentemente são muitos densos, possuem altos
pontos de fusão e ebulição e são eletropositivos. Os ametais apresentam propriedades opostas
às dos metais: não são maleáveis nem dúcteis, não conduzem calor e eletricidade. Já os
semimetais exibem propriedades intermediárias entre as de metais e ametais.

21
CAPÍTULO 7 - LIGAÇÕES QUÍMICAS

Na natureza, apenas os gases nobres apresentam átomos isolados estáveis, ou seja, não
ligados a outros átomos. Os gases nobres apresentam uma semelhança em suas distribuições
eletrônicas que está relacionada com sua estabilidade. Gilbert Newton Lewis afirmou, em
1916, que quando um átomo possui uma eletrosfera igual à de um gás nobre, será tão estável
quanto o próprio átomo do gás nobre.
Esse raciocínio ficou conhecido como a teoria do octeto de Lewis:
● As ligações entre os átomos envolvem elétrons;
● As ligações são processos de estabilização dos átomos;
● Os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até conseguir uma
configuração eletrônica igual à de um gás nobre;
● OBS :: os metais de transição não obedecem a regra do octeto;

7.1. - FORMAÇÃO DE ÍONS ESTÁVEIS


Os íons estáveis são aqueles que apresentam eletrosferas iguais às dos gases nobres.
Por exemplo:

11​Na​0​ - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6 ​3s​1 ​ ​11​Na​1+​ - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6

Com a remoção de um elétron para a formação do cátion Na​+​, há a estabilização, uma vez que
a eletrosfera do íon está idêntica a eletrosfera do Neônio.

17​Cl​0​ - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6 ​3s​2 ​3p​5​ ​17​Cl​1-​ - 1s​2 ​2s​2 ​2p​6 ​3s​2 ​3p​6

Com a adição de um elétron para a formação do ânion Cl​- ​, há a estabilização, uma vez que a
eletrosfera do íon está idêntica a eletrosfera do Argônio.

22
Os átomos dos elementos químicos metálicos são eletropositivos, ou seja, possuem uma
tendência a perder elétrons e formar cátions. Enquanto que, os átomos dos elementos
ametálicos são eletronegativos, isto é, possuem uma tendência a ganhar elétrons e formar
ânions.

Imagem 1: tendência de perda ou ganha de elétrons ( elementos representativos )

7.2. - LIGAÇÃO IÔNICA


A ligação iônica consiste na atração elétrica derivada da existência das cargas elétricas dos
cátion ( + ) e dos ânions ( - ). Ela ocorre entre um átomo metálico ( M ) e um átomo
ametálico ( A ).
Exemplos:
● Na ( 1A ) e Cl ( 7A ) : inicialmente os dois estão neutros e, então, há a transferência
de um elétron do Na para o Cl, para a formação do cátion Na​+ e do ânion Cl​-​. A partir
disso, há a atração elétrica dos íons e a formação do composto iônico NaCl.


Na + Cl ______​ > [Na]​+ ​[Cl]​- _______​> NaCl

● Ca ( 2A ) e Br ( 7A ) : inicialmente os dois estão neutros e, então, há a transferência


de dois elétrons do Ca para dois átomos de Br, para a formação do cátion Ca​2+ ​e dois
ânions de Br​-​. A partir disso, há a atração elétrica dos íons e a formação do composto
iônico CaBr​2​.

Ca + 2Br​ _______​> [Ca]​2+ ​ [Br]​2​1- ​ _________​


​ > CaBr​2

O número de elétrons perdidos pelos átomos metálicos sempre é igual ao número de


elétrons recebidos pelos átomos ametálicos, de modo que a soma das dos íons sempre será
igual a zero.

7.2.1. - PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

23
● Todas as substâncias iônicas são sólidas em condições do nosso ambiente;
● Os sólidos iônicos são cristalinos, isto é, os íons ordenam-se simetricamente no
espaço;
● Os cristais iônicos apresentam altos elevados pontos de fusão e de ebulição;
● As substâncias iônicas são condutoras de corrente elétrica somente quando estão
fundidas ( estado líquido ) a alta temperatura ou quando dissolvidas em água. O sólido
iônico não é um condutor de eletricidade;

7.3. - LIGAÇÃO COVALENTE OU MOLECULAR


Segundo a regra do octeto, todo átomo tenderá a ter 8 elétrons na última camada da
eletrosfera, ou seja, obter uma configuração eletrônica igual à dos gases nobres. Isso é
conseguido na ligação iônica por meio de uma transferência de elétrons; os átomos, nesse
caso, apresentam uma grande diferença de eletronegatividade. Agora vamos imaginar uma
situação na qual temos átomos instáveis com mesma eletronegatividade.
Os átomos de cloro ligam-se por meio de compartilhamento de um par de elétrons. Esses
elétrons “circulam” ao redor de ambos os núcleos dos átomos, completando, dessa maneira, o
octeto dos dois átomos.

Imagem 2 : Formação da molécula Cl​2

Para representarmos graficamente moléculas, usaremos diversas fórmulas.

Imagem 3 : diferentes tipos de representação

24
A ligação covalente geralmente ocorre entre átomos dos elementos químicos ametálicos.

7.3.1. - LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA


É a ligação que se estabelece entre átomos através de um par de elétrons. Nesse caso, os
dois elétrons são provenientes de um só dos dois átomos participantes da ligação. O átomo
que fornece o par dativo ou coordenado está geralmente com seu octeto já completo,
enquanto o que recebe tende a completá-lo.
Exemplo: o íon hidroxônio H​3​O​+​.

Imagem 4 : ligação dativa ou coordenada

A ligação covalente dativa difere da covalente “normal” apenas quanto à origem do par
​ > ) ligação dativa ou coordenada.
eletrônico compartilhado. OBS :: ( __​

Imagem 5 : ligações covalentes possíveis

CAPÍTULO 8 - FUNÇÕES INORGÂNICAS


Função química é um conjunto de substâncias químicas com propriedades semelhantes,
consequentemente, desempenham o mesmo “papel” ou função nas reações químicas. As
principais funções químicas inorgânicas são ​Hidreto​, ​Ácido​, ​Sal​, ​Óxido​ e ​Base​.

25
8.1. - CLASSIFICAÇÃO

Hidreto é um composto binário ( formado por dois elementos químicos ) com hidrogênio.
Exemplos:

NaH​(s)​ - hidreto de sódio


HCl​(g) ​ - cloreto de hidrogênio

Óxido é um composto binário com oxigênio.


Exemplos:

CaO​(s)​ - óxido de cálcio


CO​2 ​ - dióxido de carbono

Para conceituarmos as demais funções inorgânicas é necessário o conceito de eletrólitos.

8.1.1. - ELETRÓLITOS
Quando dissolvemos um composto iônico ( M​+​A​- ​) em água, os íons já existentes são
separados ( dissociados ) pela água, esse processo é chamado de dissociação.

M​+ ​A​-​(s) ​
_______​
> M​+ ​(aq) ​ + A​-​(aq)
_______​
​ NaCl​(s) ​ > Na​+​(aq) + ​ Cl​-​(aq)

Certas substâncias moleculares (AA’), como o HCl​(s)​, quando são dissolvidas em água,
têm alguma ( ou todas ) as moléculas divididas em íons, esse processo é chamado de
ionização.

_______​
HCl​(s) ​ > H​+​(aq)​ + Cl​-​(aq)

Eletrólitos são substâncias que, ao serem dissolvidas em água, liberam íons, por
dissociação ou ionização, tornando a solução aquosa condutora elétrica. Existem três tipos de
eletrólitos : os ​ácidos​, as ​bases​ e os ​sais​.
Ácido é uma substância química, geralmente iônica, que quando dissolvida em água,
libera um único tipo de íon positivo, o H​+​(aq).

_______​
HCl​(s) ​ > H​+​(aq)​ + Cl​-​(aq)
​ H​2​SO​4 (g) ​ ​
_______​
> 2H​+​(aq) ​ + SO​4​2-​(aq)

Base é uma substância química, geralmente iônica, que, quando dissolvida em água, libera
um único tipo de íon negativo, o OH​-​(aq)​.

26
NaOH​(s)​ ​
________​
> Na​+​(aq)​ + OH​-​(aq)
Ca(OH)​2 (s)​ ​
________​
> Ca​2+​(aq)​ + 2OH​-​(aq)

Sal é uma substância iônica que , quando dissolvida em água, libera pelo menos um íon
positivo diferente de H​+​(aq)​ e pelo menos um íon negativo diferente de OH​-​(aq)

NaSO​4 (s)​ ​
________​
> 2 Na​+​(aq)​ + SO​4​2-​(aq)
NaHSO​4 (s) ​ ​
________​
> Na​+​(aq)​ + H​+​(aq)​ + SO​4​2-​(aq)
Ca(OH)Cl​ (s)​ ​
________​
> Ca​2+​(aq)​ + OH​-​(aq)​ + Cl​-​(aq)

CAPÍTULO 9 - NOMENCLATURA DE INORGÂNICOS

9.1. - COMPOSTOS BINÁRIOS CONTENDO UM METAL E UM AMETAL


Esses compostos são constituídos de espécies carregadas eletricamente. Essas partículas
são denominadas íons, e os compostos, iônicos. A nomenclatura é dada por:

( NOME DO ÂNION + ETO ) de ( NOME DO CÁTION )


CaCl2 - cloreto de cálcio
NaF - fluoreto de sódio
K2S - sulfeto de potássio ( sulfur é o nome em latim de enxofre )
CaO - óxido de cálcio ( para o ânion Ca2+ usamos óxido )
LiH - hidreto de lítio ( para o ânion H-1 usamos hidreto )
Fe2O3 - óxido de ferro (III)
FeO - óxido de ferro (II) (quando o cátion possui mais de uma carga é
preciso indicar de qual carga estamos falando )

9.2. - COMPOSTOS BINÁRIOS CONTENDO AMETAIS


Essas substâncias são constituídas de unidades neutras denominadas moléculas. Os nomes
dos compostos moleculares binários são semelhantes aos dos iônicos.

9.2.1. - COMPOSTOS SEM HIDROGÊNIO


É frequente o fato de um único par de elementos ametálicos formar muitos compostos
diferentes. Nesses casos é necessário o uso de prefixos gregos para indicar o número de
átomos de cada um dos elementos na molécula.

1 átomo​ ​ - Mono 3 átomos - Tri


2 átomos - Di 4 átomos - Tetra

27
5 átomos - Penta 6 átomos - Hexa

O prefixo mono pode ser obtido do primeiro elemento da fórmula.

CO - monóxido de carbono
CO​2 ​ - dióxido de carbono
SO​2 ​ - dióxido de enxofre
SO​3 ​ - trióxido de enxofre
PCl​3 -​ tricloreto de fósforo

9.2.2. - COMPOSTOS COM HIDROGÊNIO E OUTRO AMETAL


Geralmente, o par de elementos forma um único composto conhecido:

HCl​(g)​ - cloreto de hidrogênio


HF​(g) ​- fluoreto de hidrogênio
H​2​S​(g) ​- sulfeto d e hidrogênio

9.3. - ÁCIDOS

9.3.1. - HIDRÁCIDOS
São ácidos binários que não possuem oxigênio em sua composição. Quando puras,
recebem nomes conforme as regras já vistas para compostos binários e, quando estão em
solução aquosa, ganham outros nomes com sufixo -ídrico :

HF​(aq)​ - ácido fluorídrico


HCl​(aq) ​ - ácido clorídrico
H​2​S​(aq) ​ - ácido sulfídrico
HCN​(aq)​ - ácido cianídrico ( CN​- ​- cianeto )

9.3.2. - OXIÁCIDOS
São ácidos ternário que possuem oxigênio, hidrogênio e um terceiro elemento colocado
em posição central na fórmula. Para cada elemento central existe um ácido cujo nome termina
em -ico.
H​3​BO​3​ - ácido bórico
H​2​CO​3​ - ácido carbônico
HNO​3​ - ácido nítrico
H​3​PO​4 ​ - ácido fosfórico
H​2​SO​4 ​ - ácido sulfúrico
HClO​3 ​ - ácido clórico
HIO​3 -​ ácido iódico
HBrO​3 -​ ácido brômico

28
● A adição de um átomo de O ao ácido -ico dá origem ao ácido per...ico:
HClO​4​ - ácido perclórico
● A remoção de um átomo de O do ácido -ico origina o ácido ...oso:
HNO​2​ - ácido nitroso
● A remoção de dois átomos de O do ácido -ico dá origem ao ácido hipo...oso:
HBrO​3​ - ácido hipobromoso

9.3.3. - ÂNIONS DERIVADOS DOS OXIÁCIDOS (OXIÂNIONS)


Os ácidos, quando liberam H​+ na água, também formam ânions. Os nomes desses íons
negativos e as suas cargas são indispensáveis para a formulação e nomenclatura dos sais
oxigenados.
● Quando todos os íons H​+ são removidos da fórmula de um ácido terminado em -ico, o
ânion tem nome terminado em -ato:
(CO​3​)​2-​ - carbonato
(NO​3​)​- ​ - nitrato
● Quando todos os íons H​+ são removidos da fórmula de um ácido terminado em -oso, o
ânion tem nome terminado em -ito:
(ClO​2​)​-​ - clorito
(SO​3​)​2- ​ - sulfito

9.4. - OXISSAIS
São sais formados por cátions e oxiânions. A nomenclatura desses compostos segue uma
regra válida para qualquer composto iônico: neles, o nome do ânion vem antes do nome do
cátion. Em geral, sua forma básica é:

( NOME DO OXIÂNION) de ( NOME DO CÁTION )


CaCO​3​ - carbonato de cálcio
KNO​3​ - nitrato de potássio
NaClO - hipoclorito de sódio
AlSO​4​ - sulfato de alumínio

9.5. - BASES
São compostos que, quando dissolvidos em água, dissociam-se, liberando OH​- (ânion
hidróxido) e um cátion. A nomenclatura desses compostos segue a seguinte estrutura:

HIDRÓXIDO de ( NOME DO CÁTION )


NaOH - hidróxido de sódio
Ca(OH)​2​ - hidróxido de cálcio
KOH - hidróxido de potássio
Mg(OH)​2​ - hidróxido de magnésio

29
CAPÍTULO 10 - REAÇÕES INORGÂNICAS

Os produtos de muitas reações podem previstos, porque algumas reações conhecidas podem
ser classificadas em certos padrões. Quando certos reagentes semelhantes são colocados para
reagir, os produtos das várias reações também devem ser semelhantes. Então com uma boa
aproximação, podemos prever os produtos de muitas reações. Podemos classificar as reações
químicas em quatro grandes grupos: Combinação, Decomposição, Substituição e Dupla
Troca.

10.1. - COMBINAÇÃO OU SÍNTESE


Nessa reação, duas ou mais substâncias simples ou compostas reagem para originar uma
única substância química. Casos:
Metal + Ametal _____> Composto iônico ( Sal ou Óxido )
2Na(s) + Cl2 (g) _______> 2NaCl(s)

Ametal + Ametal _____> Composto Moleculares


C(s) + O2 (g) _______> CO2 (g)
(a previsão teórica dos produtos de muitas destas reações não é possível, pois os
elementos ametálicos podem constituir vários compostos binários)

Óxido Ametálico + Água _____> Oxiácidos


SO2 (g) + H2O(l) _______> H2SO3 (aq)

Óxido Metálico + Água _____> Hidróxido do Metal ( Base )


Na2O(s) + H2O (l) _______> NaOH (aq)

10.2. - DECOMPOSIÇÃO OU ANÁLISE


Na reação de decomposição, uma única substância se quebra, produzindo duas ou mais
substâncias simples ou compostas. Embora algumas substâncias se decomponham
espontaneamente a temperatura ambiente, muitas reações de decomposição necessitam de
energia, como calor e energia elétrica.

2H2O(l) _______> 2H2 (g) + O2 (g) acontece sob corrente elétrica


2AgBr(s) _______> 2Ag(s) + Br2 (g) acontece sob luz

Quando a decomposição acontece em compostos ternários, os produtos normalmente não


podem ser previstos, mas há algumas reações são tão importantes, que justificam a
memorização

30
CaCO3 (s) _______> CaO ( s) + CO2 (g) acontece sob aquecimento
Cal virgem

10.3. - SUBSTITUIÇÃO OU SIMPLES TROCA


Esse tipo de reação geralmente ocorrem em solução aquosa. Aqui, um elemento desloca
outro de um componente e toma seu lugar. Para que um elemento desloque outro
espontaneamente, ele deve ser mais reativo que o elemento deslocado. Existe uma tabela
onde os elementos são colocados em ordem de sua reatividade, chamada de série de
reatividade.

Metal ( mais reativo ) + Composto ______> Metal ( menos reativo ) + Novo Composto
Zn(s) + CuSO4 (aq) ______> Cu(s) + ZnSO4 (aq)
Ag(s) + Al(NO3)3 (aq) ______> não ocorre reação

10.4. - DUPLA TROCA OU METÁTESE


As reações de dupla troca podem representadas, de modo geral, por:

Na realidade o que ocorre é uma recombinação entre os íons liberados na água pelas
substâncias reagentes. Para uma reação de metátese ocorrer, pelo menos um dos produtos
deve ser:
● Insolúvel em água ( precipitados ) :

31
● Gasoso ( uma substância que passa facilmente para o estado gasoso é denominada
volátil ) :
Ácidos : HF, HCl, H2S, HCN
Base : NH3

● Molecular : o único caso importante é a água ( H2O )

HCl(aq) + NaOH(aq) _____> NaCl(aq) + H2O(l)

● Instável :

H2CO3 (aq) _____> H2O(l) + CO2 (g)


NH4OH(aq) _____> NH3 (aq) + H2O(l)

CAPÍTULO 11 - INTRODUÇÃO À ORGÂNICA

A Química Orgânica é o ramo da Química que se dedica ao estudo dos compostos


derivados do carbono. Átomos organógenos ( organo = orgânico; geno = origem ) são os que
constituem os compostos orgânicos. Desde o início do século XX está estabelecida uma
relação entre os elétrons da camada de valência ( última camada ) e as ligações químicas que
o átomo executa.

32
Imagem 1 : principais elementos organógenos e ligações

As moléculas são representadas por modelos e fórmulas estruturais.

Imagem 2 : diferentes tipos de representar compostos orgânicos

À medida que as moléculas tornam-se maiores e mais complexas, aparece a necessidade


de usarmos fórmulas mais fáceis de escrever, desenhar e digitar: as fórmulas estruturais
simplificadas.

33
Imagem 3 : fórmula de traços ou “bastonete”

11.1. - CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS

11.1.1. - DE ACORDO COM A SATURAÇÃO


● Cadeia Saturada : é aquela que só apresenta ligações simples entre os átomos de
carbono.
● Cadeia Insaturada : é aquela que apresenta pelo menos uma dupla e/ou pelo menos
uma tripla ligação entre dois átomos de carbono.

34
11.1.2. - DE ACORDO COM A DISPOSIÇÃO DOS ÁTOMOS
Em uma cadeia carbônica, o átomo pode ser classificado como: primário ( se liga
diretamente a apenas um outro átomo de carbono ), secundário ( se liga diretamente a dois ou
outros átomos de carbono ). terciário ( se liga diretamente a três outros átomos de carbono ),
quaternário ( se liga diretamente a quatro outros átomos de carbono ).

● Cadeia Reta ou Normal : é aquela formada apenas por carbonos primários e/ou
secundários
● Cadeia Ramificada : é uma cadeia que apresenta em sua composição pelo menos um
carbono terciário ou quaternário.

11.1.3. - DE ACORDO COM A COMPOSIÇÃO


● Cadeia Homogênea: é aquela cuja sequência de átomos de carbono não é interrompida
por átomos de outros elementos químicos.
● Cadeia Heterogênea: é toda cadeia que apresenta pelo menos um átomo diferente do
elemento carbono dentro da cadeia, interrompendo, dessa forma, a sequência dos
átomos de carbono. Esse átomo diferente é denominado heteroátomo.

11.1.4. - DE ACORDO COM A SUA FORMA


● Cadeia Aberta ou Acíclica: é aquela que não apresenta ciclos.
● Cadeia Fechada ou Cíclica: é aquela que apresenta ciclos.

35
11.1.5. - CADEIAS CARBÔNICAS AROMÁTICAS
Trata-se de um caso especial de uma cadeia fechada. O nome vem do fato de que alguns
compostos dessa categoria encontrados em vegetais, como o cravo e a canela, tinham odor
agradável.
A cadeia aromática apresenta três ligações duplas intercaladas por três ligações simples
entre os seis de carbono. Os três pares de elétrons dessas ligações são simultaneamente
compartilhados pelos seis átomos de carbono. Esse fenômeno é denominado de ressonância
eletrônica.

CAPÍTULO 12 - NOMENCLATURA DE ORGÂNICOS

12.1. - FUNÇÕES ORGÂNICAS

FUNÇÃO GRUPO FUNCIONAL

Hidrocarboneto Só contém Hidrogênio e Carbono em sua


estrutura.

Álcool Possuem o grupo hidroxila ( ‒OH )

Fenol Possuem o grupo hidroxila ligada a um anel


aromático

Aldeído Possuem o grupo carbonila ( C=O ) na


extremidade da cadeia

Cetona Possuem o grupo carbonila ( C=O ) no meio


da cadeia

Ácido Carboxílico Possuem o grupo carboxila


( carbonila + hidroxila ) na extremidade da
cadeia

36
Éter São compostos que possuem um átomo de
oxigênio entre dois átomos de carbono
( ‒O‒ )

Éster Possui o grupo funcional:

Amida São bases orgânicas que possuem o grupo


funcional amina
( ‒NH2 ou ‒NH‒ ou ‒N)

Amina Possui o grupo funcional amida:

Haleto Orgânico Possui um halogênio em sua estrutura

Sal de Ácido Carboxílico Possuem o grupo funcional:

12.2. - NOMENCLATURA

A nomenclatura de compostos orgânicos é dada por meio de:

PREFIXO + INFIXO + SUFIXO


Nº de Carbonos Tipo de ligação Função Orgânica

37
Prefixo Infixo Sufixo

N° de Carbonos Saturação da Cadeia Função Orgânica

1C MET Saturadas AN Hidrocarboneto O

2C ET Álcool OL

3C PROP Insaturadas Fenol FENOL OU


HIDRÓXI…
...BENZENO

4C BUT Aldeído AL

5C PENT 1 dupla EN Cetona ONA

6C HEX 2 duplas DIEN Ácido ÁCIDO…


Carboxílico ...OICO

7C HEPT 3 duplas TRIEN Éter (MENOR


CADEIA)OXI +
(MAIOR
CADEIA)ANO

8C OCT 1 tripla IN Éster OATO DE


RAMIFICAÇÃO

9C NON 2 triplas DIIN Amida AMIDA

10C DEC 3 triplas TRIIN Amina AMINA

11C UNDEC Haleto Orgânico NOME DO


HALETO…

Sal de Ácido ATO DE NOME


Carboxílico DO METAL

Além dessas partes, muitas vezes temos que indicar a ramificação, a posição de alguma
coisa ( ramificação, insaturação, função, etc) e se é uma cadeia fechada.
Para representar que a cadeia é fechada, utilizamos o prefixo CICLO.

38
12.2.1. - RADICAIS ORGÂNICOS
O termo radical foi usado por químicos de modo semelhante ao utilizado por professores
de línguas: radical linguístico = “parte da palavra” ; radical orgânico = “parte da molécula ou
fórmula”. Esses grupos orgânicos possuem nomes indispensáveis para a nomenclatura dos
compostos ramificados.
Metil: Ramificação com 1 carbono.
H3C ─ R
Etil: Ramificação com 2 carbonos.
H3C ─ CH2 ─ R
Propil: Ramificação com 3 carbonos.
H3C ─ CH2 ─ CH2 ─ R
Butil: Ramificação com 4 carbonos.
H3C ─ CH2 ─ CH2 ─ CH2 ─ R

12.2.2. - POSIÇÃO
Uma das coisas mais importantes na nomenclatura de um composto orgânico é a indicação
da posição das ramificações, insaturações, funções, etc. Uma simples mudança na localização
do grupo causa a criação de um isomêro ( um composto que possui a mesma fórmula
molecular, mas com uma fórmula estrutural diferente ), um composto com propriedades
totalmente diferentes.
Insaturação: uma das coisas mais importantes ao explicitar a posição, é dar numeração aos
carbonos da cadeia, que consiste em numerar os carbonos partindo da ponta da cadeia mais
próxima à insaturação.

But-1-eno ou 1-Buteno

Ramificação: nesse caso, além da numeração ( partindo da ponta da cadeia mais próxima
da ramificação ) é preciso identificar qual é a cadeia principal, que é a maior cadeia com as
ramificações mais simples.

39
2-metilpentano

Insaturação e ramificação: para dar nome a esse tipo de composto, é preciso identificar a
cadeia principal ( que nesse caso será a maior cadeia com os carbonos das insaturações ) e
numerar os carbonos ( a partir da extremidade da cadeia principal mais próxima da
insaturação ) .

4-metil-3-etil-hex-1-ino

Função: a função tem prioridade sob insaturação e ramificação, então, quando estamos
identificando a cadeia principal devemos pegar a maior cadeia com os carbonos da função e,
quando estamos enumerando os carbonos da cadeia devemos começar com o carbono da
extremidade mais próxima da função.

2-butanol

CAPÍTULO 13 - REAÇÕES ORGÂNICAS

40
41

Você também pode gostar