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Odontologia Pré-Clínica 1 – 4º Semestre – 1ª Unidade - Aula 1 – Materiais dentários e suas propriedades mecânicas
Materiais Dentários
Há séculos os materiais dentários vêm buscando repor ou alterar a estrutura dentária existente, por meio de
materiais biocompatíveis e duráveis para restaurações dentárias de preenchimento direto e materiais
protéticos processados, indiretamente capazes de suportar as condições adversas do ecossistema oral.
O material ser biocompatível significa que não vai fazer mal ao organismo e dentro dos materiais existem
materiais que são mais biocompatíveis e materiais que são menos biocompatíveis, e todos eles, devido a
condição do meio bucal, que é um meio úmido com bactérias, com diferença de pH, esses materiais têm que
ter uma durabilidade pelo menos razoável.
Tem-se materiais que podem ser utilizados de forma direta, como é o caso da resina composta, e tem
materiais que são os protéticos, que são utilizados de forma indireta, como é o caso das coroas, dos pinos.
Grupos:
o Metais;
A maioria atua de forma indireta, porém há metais como o amálgama que atua de forma
direta, que é colocado na cavidade bucal;
Tem coroas que são totalmente metálicas;
Tem-se os pinos metálicos;
Tem-se próteses também que são livres de metais.
o Cerâmicas:
As coroas podem ser metalocerâmicas, sendo que por dentro elas são de metal e por fora
são de cerâmica;
Já se tem implantes que são cerâmicos, a base de zircônia.
o Polímeros:
É como se fosse uma variação da resina composta;
As dentaduras são feitas com polímeros, depois tem-se os elastômeros, cimento de
ionômero de vidro, selante de cicatrículas e fissuras, então todos eles são agrupados em
polímeros, que são materiais de polimento.
o Resinas compostas
Material Ideal:
o Ser biocompatível;
o Ter adesão permanente as estruturas dentárias e ósseas;
o Ser estético;
o Exibir propriedades semelhantes ao tecido que irá substituir;
o Ser capaz de promover regeneração ou reparação tecidual.
1- Propriedades Mecânicas
Definição:
o São definidas pelas leis da mecânica, isto é, ciência física que trata de energia e forças, e seus
efeitos nos corpos, então é basicamente uma força que a gente põe em cima do corpo, que vai
gerar uma outra resposta sobre a gente;
o O estudo das propriedades mecânicas implica no exame das relações entre um corpo e as forças
que atuam sobre o mesmo, assim como as consequências dessas relações.
Tensão e deformação:
1) Força: ação que produz ou tende a produzir alteração de movimento de um corpo ou a sua deformação.
FORÇAS OCLUSAIS
INCISIVOS = 150 N
CANINOS = 200 N
PRÉ-MOLARES = 300 N
MOLARES = 400 A 800N
2) Tensão
o Reação interna de um corpo a uma força externa com igual intensidade e com direção oposta.
o Quando a seta empurra o bloco ao lado com uma força, esse bloco vai empurrar essa seta com
uma mesma força, só que com direção oposta.
o Unidade de medida: N/m²
o Tensão (T) = Força/Área
Pa (Pascal) = 1 N/m²
Mpa (MegaPascais) = 106 Pa
o Tipos de tensão:
2.1) Tensão de tração:
Resposta a uma força que tende a esticar ou alongar um corpo.
Ao puxar o bloco (dos dois lados) para fora, tem-se uma resposta, uma tensão de
tração para dentro do corpo.
3) Deformação:
o Alteração do corpo pela ação da força/tensão;
o Ocorre quando a reação interna (tensão) é superada pela força;
o Logo, quando tem-se uma força que é maior que a força do objeto, isso tende a causar uma
deformação.
Força Deformação
Axial Alongamento
o
Contração
Cisalhamento Cisalhamento
Torção Torção
Flexão Flexão
2) Deformação plástica:
Conceito: a deformação plástica é uma
deformação permanente;
Não se recupera quando a força é removida
o Lei de Hooke
A intensidade da Força elástica é diretamente proporcional à deformação elástica;
É utilizada para calcular a deformação causada pela força exercida sobre um corpo;
Logo quanto mais aumenta o peso, mais estará aumentando a deformação elástica.
Gráfico: Tensão/Deformação
Carga Deformação
100 Kg 0,1 %
200 Kg 0,2 %
300 Kg 0,3 %
400 kg 0,4 %
500 Kg 0,68 %
600 kg 0,83 %
o Limite Elástico:
Tensão máxima suportada por um material de modo que, removida a carga, o mesmo
retorne às suas dimensões originais.
Limite proporcional X Limite Elástico
Limite Proporcional
Tensão acima da qual não há mais proporcionalidade entre a tensão aplicada e
a deformação.
Limite Elástico:
Tensão máxima que um material pode suportar antes de apresentar
deformação plástica.
o Limite de Escoamento:
Valor da tensão necessária para induzir uma pequena quantidade de deformação
plástica.
É o primeiro ponto que vai e não volta mais, após aplicar uma força.
o Limite Convencional de Escoamento (LCE)
Tensão necessária para se produzir uma deformação em particular previamente
escolhida;
É o limite que a gente escolhe, vai-se aplicar uma força e vai ver o quanto o corpo
deforma.
Carga Deformação
100 Kg 0,1 %
200 Kg 0,2 %
300 Kg 0,3 %
400 kg 0,4 %
500 Kg 0,68 %
600 kg 0,83 %
E = Tensão/Deformação
E = Deformação elástica
Flexibilidade
Propriedade de ser passível a grandes deformações elásticas.
Flexibilidade máxima ( )
ᵋ
Deformação que ocorre quando o material é tensionado ao seu LP (Limite
proporcional).
Ductibilidade e Maleabilidade
TRAÇÃO COMPRESSÃO
Propriedades de resistência
Resistência
Tensão necessária para causar fratura ou deformação plástica;
Vai-se observar o quanto o material suporta de força antes de se deformar ou
quanto o material suporta de força antes de se romper;
Resistência máxima
Tensão máxima suportada antes da fratura
3) Resistência à compressão
- Vai comprimir um corpo, e esse corpo vai se deformar da maneira que ele
quiser, não necessariamente vai quebrar ao meio, ele vai se quebrar de
qualquer maneira.
4) Resistência à flexão
- Tem-se duas bases, um material em cima e faz-se uma força no meio desse
material;
- Se quiser por exemplo saber quanto uma prótese vai suportar, fazer uma força
entre as próteses.
5) Resistência á fadiga
- É um teste que se faz para ver o quanto de ciclos aquela estrutura vai suportar;
- Quantos ciclos a estrutura aguenta até formar ou um defeito ou uma trinca ou
uma fratura.
6) Resistência ao impacto
- Coloca-se dois pilares/suportes, coloca-se uma barra, nessa barra faz-se um
entalhe e depois coloca-se um pêndulo, o pêndulo pode bater apenas uma
única vez, e o objeto quebrar, ou o pêndulo pode bater várias vezes até que o
objeto se quebre.
- TESTES DE DUREZA
2) Fricção
- Resistência de um material sobre o outro ao movimento.
3) Desgaste
- Perda de material pela remoção e deslocamento de materiais através do
contato entre eles.
ESMALTE E DENTINA
Esmalte é um material mais rígido e mais friável, então ele demora para se
deformar, tem uma resistência elástica maior, e quando ele começa a se deformar
plasticamente logo ele quebra.
Dentina é um material mais flexível e mais tenaz. Tem uma deformação elástica
menor do que a do esmalte, mas tem uma deformação plástica maior do que a do
esmalte.
2) Propriedades Físicas
O que são?
o São baseadas em leis da mecânica, acústica, óptica, termodinâmica, eletricidade, magnetismo,
radiação, estrutura atômica ou fenômenos nucleares.
Óptica;
Térmica;
Elétrica
Propriedades ópticas
o Cor
A percepção de cor de um objeto é resultado de uma resposta fisiológica a um
estímulo física, que é a luz.
A cor pode sofrer interferência
A cor ela “não é fixa”, cada pessoa vai enxergar de uma maneira. Contudo quando
vai-se para a boca de um paciente, tem-se que acertar a cor, logo o aluno de
Matiz
Determina a cor, segundo o seu comprimento de onda no espectrograma.
Descreve o tipo de cor (nome)
Vai definir se a cor é amarela, se é vermelho, se é azul, por exemplo.
Valor/Luminosidade
Brilho da cor – quantidade de pigmentos brancos ou preto, que o dente vai ter;
Cada dente tem uma característica de absorver ou refletir a luz, então quanto mais ele
reflete a luz, mais branco ele tende, e quanto mais esse dente absorve, mais pigmentos
para o escuro se tende;
Gradação de quanto essa cor reflete ou absorve luz.
o Mensuração de cor
- Para poder conseguir medir a cor tem-se dois métodos:
Técnicas instrumentais:
Espectrômetro vai avaliar a cor de acordo com equações
matemáticas, então aponta a ponta para o dente e ele vai
medir. Ele vai dar tanto os valores que costuma-se usar que é
os que vêm na resina A1, A2, A3, como também vai-se dar
valores mais específicos, que são valores de delta.
Odonto – Sensor Digital de Cor
Easyshade Advance 4.0 Vita – Wilcos
Técnicas Visual:
Usa-se a escala de cores
A escala de cor que se tem na clínica da Fainor foi feita para avaliar cerâmicas, quando
vai fazer uma prótese indireta. Para avaliar resina, cada resina tem um sub tom
diferente, então muitas vezes o tom da resina de uma marca, muitas vezes não é o tom
da resina A”x”, que seria semelhante a da outra marca. Então o ideal é sempre que se
teste depois a resina na boca, para poder saber se aquele A”x” escolhido realmente
condiz com o A”x” da boca do paciente.
OBS.: Os “A’s” são os tipos de matiz, depois A1, A2, A3, A3/2, A4... são o nosso croma, e
depois a nossa saturação a gente só consegue medir quando se tem esse tipo de escala, que
é uma escala já mais completa.
o Metamerismo
Capacidade de uma cor ser idêntica a outra em uma mesma fonte de luz.
É quando muitas vezes achamos que é uma determinada cor quando estamos sob
uma luz, ou a mesma cor em diferentes luminosidades se tornem diferentes.
**Pode se tornar diferente ao mudar a iluminação
o Fluorescência
É a emissão de energia luminosa por um material, quando
um feixe de luz brilha sobre ele;
É a capacidade que um material tem de refletir uma luz;
As luzes azul e ultravioleta produzem uma luz fluorescente
passível de ser vista;
O dente tem uma fluorescência natural, tem dentes que são
mais fluorescentes e tem dentes que são menos fluorescentes;
As resinas compostas tem umas que são muito fluorescentes e
outras que são bem menos fluorescente.
o Translucidez:
É a propriedade das substâncias que permite a passagem de luz, mas a dispersa, então os
objetos não podem ser vistos através do material.
o Transparência:
Permitem a passagem de luz, de tal forma que ocorre
pouca distorção e os objetos podem ser claramente
visualizado através deles.
Propriedades térmicas
1) Calor de fusão
2) Calor específico
3) Condutibilidade térmica
4) Coeficiente de expansão térmica
1) Calor de fusão:
É o calor em calorias, ou joules, necessário para converter 1 g
de material do estado sólido para o estado líquido.
2) Calor específico:
É a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura
de 1g da substância em 1°C.
3) Propriedades elétricas
o Condutibilidade elétrica
A capacidade de um material conduzir uma corrente elétrica;
É importante quanto a avaliação do limiar de dor, resultante da aplicação de estímulo
elétrico;
Dielétrico: Material que fornece isolamento elétrico, logo quando o material é isolante chama ele de
dielétrico.
o Galvanismo:
Eletricidade desenvolvida pelas ações química ou pelo contato de dois metais diferentes, com
um líquido interposto;
Resultada da diferença de potencial entre restaurações diferentes nos dentes opostos ou
adjacentes.
1) Resistência à abrasão
2) Viscosidade
3) Deslustre e Descoloração
4) Sorção da água
5) Solubilidade e desintegração
6) Tempo de presa
7) Vida útil
1) Resistência à abrasão:
Abrasão: perda de material da superfície pela ação mecânica, ou
combinação de ações mecânicas e químicas.
Depende (o que vai poder ocasionar a abrasão):
Dureza do material;
Força da mordida;
Frequência de mastigação;
Abrasividade da dieta;
Composição dos líquidos;
Variações de temperaturas;
Aspereza de cada superfície;
Propriedades físicas dos materiais.
2) Viscosidade:
Propriedade dos materiais em estado líquido;
É a resistência do líquido a fluir;
É a medida da consistência de um fluido e sua incapacidade de escoamento;
Vai ser medido de acordo com a dificuldade que o material tem de cair;
Quanto mais viscoso for o líquido mais dificuldade ele tem de sair.
Tixotropia:
Quando um líquido se torna menos viscoso e mais fluido sob pressão;
Quando pega a pasta de dente e coloca na escova ela não cai, porém se sofrer
alguma agitação, ou se pressionar ela, ela tende a ficar mais fluida.
3) Deslustre e descoloração
Deslustre
Descoloração superficial do metal ou perda ou
alteração do acabado ou brilho superficial;
Descoloração:
Perda, destruição ou desbotamento da cor natural;
A resina composta, de acordo o tempo vai passando,
ela vai sofrendo uma descoloração.
Absorção:
Uma substância absorvida penetra dentro da outra
(sólido) num processo chamado difusão;
A água ou líquido entra para dentro da estrutura
dentária.
Sorção:
Representa a quantidade de água adsorvida na superfície ou absorvida para dentro
do corpo do material durante a sua confecção ou em quanto a restauração está em
uso.
É tanto ficar na superfície quanto penetrar para dentro da estrutura dentária.
Um dos materiais que acontece isso é o ionômero de vidro, por isso que quando faz-
se uma restauração com ionômero tem-se que proteger depois, para evitar que esse
líquido penetre na estrutura da restauração.
5) Solubilidade e Desintegração:
Solubilidade:
Está relacionada com a capacidade que um
material, denominado de soluto, apresenta de
ser dissolvido por outro, o solvente;
Tem materiais que são mais solúveis e tem
materiais que são menos solúveis.
Desintegração:
Ação ou efeito de desintegrar; condição daquilo
que se encontra desintegrado, descomposto,
separado;
Vai se desintegrar em uma outra superfície.
6) Tempo de presa:
Tempo necessário para o material reagir e endurecer;
Não é necessariamente o tempo que vai demorar para terminar de reagir;
O ionômero, por exemplo, vai demorar uns 8 minutos para tornar preso, mas ele continua
reagindo geralmente até 48 horas;
Odontologia Pré-Clínica 1 – 4º Semestre – 1ª Unidade - Aula 1 – Materiais dentários e suas propriedades -
@resumodontologia Página 22
7) Vida útil:
Tempo aplicado para a deterioração geral e alteração da qualidade dos materiais durante o
transporte e armazenamento;
É o tempo que o material vem se comportando de forma ideal;
Pode ser alterada pela data de validade do material, ou pelo armazenamento dependendo da
temperatura que for armazenado, umidade, tempo a quantidade de material que se tem
junto, o tipo de recipiente que ele for armazenado...
Temperatura, umidade tempo de armazenamento, quantidade do material, tipo de
recipiente para armazenamento, são fatores significativos.
O conjunto calcificado esmalte/dentina é a estrutura responsável pela proteção biológica da polpa, do tecido
pulpar;
Se não existissem o esmalte e a dentina a polpa estaria exposta, sem proteção;
O esmalte é um tecido extremamente duro, já a dentina é um tecido mais amolecido, que serve para
absorver o impacto, logo o modulo de elasticidade da dentina absorve o impacto para o dente não
trincar/fraturar;
Uma vez que se realiza um preparo cavitário ou uma lesão cariosa no dente, e realiza o preparo cavitário
posteriormente, está-se removendo o esmalte e dentina que faz a proteção natural, logo precisa colocar um
material que faça a proteção, pois o tecido de proteção original foi perdido. Logo não pode-se fazer uma
restauração sem fazer a proteção, porque se não o paciente vai sentir consequências como sensibilidade pós
operatória, necrose pulpar ao longo do tempo, então a proteção é essencial.
Esmalte, Dentina e Polpa
Polpa:
É um tecido que não se quer ver, pois não se quer exposição pulpar.
É um tecido conjuntivo frouxo especializado;
Rico em células, vasos sanguíneos, nervos Logo é altamente sensitivo;
Circundada por paredes inelásticas, logo por tecidos duros que não se expandem, então quando há
uma repercussão na polpa:
o Quando há alguma repercussão na polpa como uma pulpite, o paciente reclama de muita
dor, pois há uma inflamação na polpa e a caixa de dentina e esmalte não acompanha esse
edema, a polpa fica pulsando, mas a caixa endurecida não acompanha essa inflamação.
Precisa-as da polpa para produzir dentina – via odontoblastos.
Odontoblastos:
o Células altamente diferenciada, especializada na produção de dentina primária, secundária e
terciária.
Dentina:
Dependente da polpa (via odontoblastos);
A dentina é quem faz o contato íntimo com a polpa, por isso que se chama de complexo-dentina
polpa, os túbulo dentinários (dentro tem os prolongamentos odontoblásticos que fazem parte da
polpa) e dentina estão em intimo contato com a dentina;
Quando se realiza um preparo onde se retira todo o esmalte, e já se está com preparo em dentina,
está-se movimentando odontoblastos, está-se realizando um preparo também em células da polpa,
por isso que o paciente sente dor, por isso não pode realizar sem anestesia, pois a polpa é altamente
sensitiva;
Tecido mineralizado;
Proteção da polpa.
Organização da dentina
o São organizadas através de túbulos dentinários, os túbulo dentinários a medida que se
aproximam da polpa são maiores em diâmetro, com maior quantidade, e isso significa que a
comunicação com a polpa, quanto maior o preparo cavitário, maior será a comunicação.
o Cristais de apatita em meio a uma matriz de colágeno;
o A permeabilidade dentinária próximo da polpa é altíssima;
o Tecido tubular
Dentina Peritubular É mais mineralizada;
Dentina Intertubular É menos mineralizada.
Clínica Integrada 1 (Dentística) – 5º Semestre – 1ª Unidade – Aula 2 – Proteção do Complexo Dentina-Polpa -
@Resumodontologia Página 1
OBS.: Toda vez que se realizar uma restauração, precisa-se fazer o conto oclusal antes de se iniciar o preparo e
depois que finaliza a restauração, antes para poder observar onde o paciente realmente oclui, e aí tenta-se fugir
desse ponto de oclusão do paciente durante o preparo, se tiver cárie não tem jeito, se não tiver deve-se tentar evitar
mexer naquele lugar, porque aí sabe que não vai precisar devolver o ponto exato de oclusão. Finalizou a restauração
sempre faz o registo de oclusão (papel carbono + pinça Miller) e o paciente faz os movimentos de lateralidade,
protrusão... e se tiver em excesso faz-se a remoção, o paciente não pode ir para casa com excesso de restauração.
1. Materiais de Proteção:
Requisitos para os materiais serem considerados Materiais de Proteção Pulpar:
Precisa proteger a polpa de choques térmicos e elétricos (proteger o complexo dentina-polpa);
Precisa ser útil como agente bactericida pois tem contaminantes na cavidade oral;
Inibir a penetração de íons metálicos das restaurações principalmente das restaurações de
amálgama;
Evitar a inflamação de elementos tóxicos ou irritantes constituintes dos materiais restauradores
entrando como exemplo a resina composta, o ácido fosfórico, o próprio primer adesivo que também
tem monômero resinoso. Então quando se coloca essa camada de material de proteção, inibe a
penetração dele dentro do túbulo dentinário a chegar no tecido pulpar, inibe a agressão pulpar.
Quanto mais profundo maior a permeabilidade, se não coloca o material de proteção mais
contaminante vai ir para a região da polpa.
Tipos de Material
Produtos à base de hidróxido de ácido;
Cimento de Ionômero de Vidro;
Sistema Adesivo;
Verniz;
Óxido de zinco e eugenol;
3. Sistemas Adesivos:
o O próprio sistema adesivo pelo seu procedimento de hibridização da dentina, é um protetor pulpar;
o Selamento dos túbulos dentinários;
o Prevenção microinfiltração;
o O sistema adesivo sela os túbulos dentinários, formando a camada híbrida e os tags resinos, então ele
é um agente de proteção;
4. Vernizes Cavitários:
o Só é utilizado para a proteção de amálgama;
o Protege o tecido pulpar, contra os íons metálicos do amálgama;
o Película não uniforme (+/- 5 mm) Aplica em um único sentido que é para o verniz selar
completamente aquela dentina. Espera evaporar um pouco e logo em seguida pode-se condensar o
amálgama na cavidade;
o Isolar o complexo dentino-pulpar dos materiais restauradores;
o Alta solubilidade e pequena capacidade de selamento;
PROTOCOLOS
OBS.: A remoção do tecido cariado é sempre com cureta dentinária e brocas em baixa rotação.
Cavidades
Cavidades Rasas:
Cavidade com mais de 2 mm (mais ou menos) de estrutura remanescente entre o
assoalho e a polpa;
Resina Composta:
Sistema Adesivo O próprio sistema adesivo é suficiente, a camada hibrida
que forma é suficiente para bloquear das agressões, não precisa nada mais;
Amálgama:
Nenhum protetor é necessário
Cavidades médias:
Cavidades com mais de 0,5 mm e menos de 1 mm de estrutura remanescente entre o
assoalho e a polpa
Resina Composta:
Sistema Adesivo
Amálgama:
Verniz Cavitário;
Cavidades Profundas:
Cavidades com menos de 0,5 mm de estrutura remanescente entre o assoalho e a
polpa;
Resina Composta:
CIV + Sistema Adesivo;
OU
HCA + CIV + Sistema Adesivo
OBS O que vai determinar se vai-se colocar o hidróxido de cálcio (HCA) ou não, vai ser se o tipo
de dentina, se houver dentina terciária não será necessário, se não tiver aí coloca o HCA.
Amálgama:
Verniz Cavitário (colocado como selador) e IRM (óxido de zinco e eugenol
colocado como forrador)
OBSERVAÇÕES FINAIS:
O CIV (cimento de ionômero de vidro) precisa de pelo menos 5 minutos para fazer sua reação inicial de presa,
logo o ácido só pode ser colocado depois de 5 minutos.
O paciente sentir dor espontânea nem precisa mais planejar tratamento expectante nem nada, isso aí já é sinal de
tratamento radical da polpa.
Se ao remover a cárie, está no finalzinho terminando a remoção, expôs a polpa, vai fazer a BOMBA DE CIMENTO
DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO que é:
1. Lavra o sangramento com solução de hidróxido de cálcio (coloca a solução na seringa e lava bastante o
sangramento). Só com essa lavagem o sangramento praticamente some, pois o hidróxido de cálcio é
hemostático.
2. Aplicar o pó de cimento de hidróxido de cálcio em cima do sangramento;
3. Coloca o cimento de hidróxido de cálcio;
4. Por cima coloca o ionômero de vidro. Pode fazer ionômero de vidro todo, vedar tudo com o ionômero de
vidro esperar para ver se o paciente vai ter alguma coisa e depois restaurar, ou então de forma mais
“arriscada” coloca-se o CIV como proteção e já faz a restauração definitiva.
O paciente deve ficar em OBSERVAÇÃO, deve está ciente do que aconteceu, se começar a sentir dor, se começar
a ter reação periapical, aí o paciente deve ser encaminhado para a endodontia.
Referências Bibliográficas
BARATIERI, L. N. et al. Odontologia Restauradora: Fundamentos e Técnicas. Vol. 1. São Paulo: Santos, 2010.
Cariologia: Conceitos básico, diagnóstico e tratamento não Restaurador – Série Abeno – Mariza Maltz et al.