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Resumo Abstract
A competitividade cada vez mais acirrada entre as The fierce competition between different steelworks
diversas usinas siderúrgicas e também entre diferentes and between different alloy design approaches keep
tipos de materiais continuam promovendo o desenvolvi- promoting the development of new microalloyed
mento de novos aços estruturais microligados que aten- structural steels which must satisfy increasingly severe
dam a requisitos de resistência mecânica e tenacidade mechanical strength and toughness requirements.
cada vez mais severos. Outros aspectos igualmente de- Another equally desirable aspects for these new
sejáveis, como a supressão de tratamentos térmicos e materials are the supression of heat treatments and
melhor soldabilidade do produto, tornam essa evolução better weldability, which makes this evolution even more
ainda mais complexa. Como a melhoria da soldabilidade complex. As weldabiliby improvement requires
do produto exige a minimização do teor de carbono do minimization of the carbon content of the steel, these
material, esses novos aços precisam dispor de mecanis- new steels must present hardening mechanisms which
mos de endurecimento que dispensem a presença desse does not require the presence of this element. Up to this
elemento. As alternativas mais viáveis são os aços endu- moment, the most feasible answers to this challenge are
recíveis por precipitação de cobre, do tipo HSLA-80 ou steels hardened by copper precipitation, like HSLA-80
ASTM A710, ou os aços bainíticos com teor extra-baixo or ASTM A710, and the so-called Ultra Low Carbon
de carbono, do tipo ULCB. Bainite (ULCB) steels.
Palavras-chave: HY-80, aço microligado, propriedades Keywords: HY-80, microalloyed steel, mechanical
mecânicas. properties.
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Aços alternativos ao HY-80 sem a necessidade de aplicação de têmpera e revenido
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Aços alternativos ao HY-80 sem a necessidade de aplicação de têmpera e revenido
nha americana. Já o material pesado é produzido de acordo picas dos aços HY-80, HSLA-80 e ULCB podem ser vistas
com a classe 3 que, aliás, é a mais utilizada tanto nas aplica- respectivamente nas Tabelas 1 e 2.
ções civis como militares. Tais limitações restringem a aplica-
As ligas da família HY são baseadas no sistema Mn-Ni-
ção dos aços da família A710 em pequenos vasos de guerra e
Cr-Mo. O níquel está presente, a princípio, para conferir tena-
em alguns locais específicos de porta-aviões e submarinos
[Phillips, 1988]. Nestes casos, o material deve atender à norma cidade sob baixa temperatura ao material. Já o cromo e molib-
MIL-S-24645, recebendo as designações HSLA-80 ou HSLA- dênio são adicionados com o intuito de se assegurar alta tem-
100 conforme seu nível de resistência mecânica. perabilidade. A norma que rege este material não permite adi-
ções de microligantes tais como nióbio, vanádio, titânio ou
Não foram encontradas referências na literatura sobre o boro. Os teores de carbono, níquel, cromo e molibdênio espe-
uso de aços ULCB em aplicações navais militares, típicas da cificados na norma MIL-S-16216 são determinados em função
família HY, mas apenas desenvolvimentos em escala laborato- da espessura do material. Apesar da atual restrição ao uso de
rial e aplicações em tubos de grande diâmetro para a indústria elementos de microliga nos aços da família HY, estão sendo
petrolífera [Garcia, 1991]. desenvolvidos estudos sobre a adição de titânio a esses ma-
Esses novos aços possuem melhor soldabilidade, pres- teriais. Esse elemento de liga forma uma dispersão fina de pre-
cindindo do pré-aquecimento que se faz necessário nas ligas cipitados de TiN que reduz a temperabilidade da zona termica-
da família HY. Isto pode levar a reduções no custo das estrutu- mente afetada e, conseqüentemente, a magnitude dos picos
ras soldadas da ordem de 800 a 1.800 dólares por tonelada de de dureza nela observados. Desse modo, objetiva-se reduzir o
peso do componente [Montemarano, 15]. grau de pré-aquecimento que é requerido antes da soldagem
do material, a exemplo do que ocorre com os aços ao C-Mn e
de baixa liga e alta resistência (BLAR), que contêm titânio
3. Projeto metalúrgico dos aços [Phillips, 1988].
HY-80, HSLA-80 e ULCB Já o projeto metalúrgico do aço HSLA-80 é praticamente
As composições químicas e propriedades mecânicas tí- idêntico ao da liga ASTM A710 a qual, por sua vez, foi deriva-
Tabela 1 - Composições químicas típicas dos aços HY-80, HSLA-80 e ULCB [Nakasuji, 1980].
C Mn P S Si Ni Cr Mo Nb Ti Cu B
ULCB 0,02 1,95 0,022 0,003 0,26 0,38 - 0,31 0,04 0,019 - 0,001
Tabela 2 - Propriedades mecânicas típicas dos aços HY-80, HSLA-80 e ULCB [Nakasuji, 1980]. Legendas: h = espessura; LE = limite
de escoamento; LR = limite de resistência; RE = razão elástica; RI = resistência ao impacto.
h LE LR RE AT RI Charpy
[mm] [MPa] [MPa] [%] [%] [J]
550 ≥ ≥
HY-80 > 19,05 * *
690 20 81 a -18°C
8,1 ≥ ≥ ≥ ≥
HSLA-80 -
19,0 550 655 20 20 a -45°C
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Antonio Augusto Gorni et al.
da dos chamados aços IN787 ou NiCu- Analogamente ao que ocorreu com importante nos aços ULCB, pois aumen-
Age, desenvolvidos pela International os aços da família HSLA-80, o que se ta simultaneamente a resistência mecâ-
Nickel Corporation [Wilson, 1988]. Esse objetivou no desenvolvimento das ligas nica e a tenacidade através do refino de
material foi especificamente desenvolvi- ULCB foi conseguir resistência mecâni- grão. Nessas ligas com teor extra-baixo
do para uso em oleodutos e gasodutos a ca através de mecanismos de endureci- de carbono, há um significativo teor de
serem construídos nas regiões árticas. mento os mais independentes possíveis nióbio em solução sólida, mesmo quan-
Sua principal característica é a capacida- do teor de carbono do material. É ampla- do o reaquecimento for efetuado sob
de de endurecimento pela precipitação mente conhecida a excelente combina- temperaturas relativamente baixas como,
ção de tenacidade e resistência mecâni- por exemplo, 1000°C. Além disso, ele
de e-Cu que ocorre a partir da ferrita su-
ca apresentada pelos aços bainíticos aumenta significativamente a tempera-
persaturada, entre 480 e 705°C. O níquel
com baixo teor de C. A principal razão bilidade do aço quando solubilizado,
é adicionado em teores acima de 0,7%
para este fato está no fato de que uma quer isoladamente, quer em combinação
com o objetivo de se evitar os proble-
concentração extremamente baixa de car- com o boro. Garante-se, desse modo, o
mas de fragilidade a quente normalmen- desenvolvimento da estrutura bainítica,
te associados à presença do cobre nos bono, entre 0,01 e 0,03%, pode reduzir
ou eliminar a formação de cementita en- através de um forte efeito sinérgico
aços. Além disso, aumenta dramatica- [Nakasuji, 1980].
mente a temperabilidade da liga, promo- tre placas na matriz de ferrita bainítica
[Niikura, 1984]. O boro é uma adição in-
vendo ainda maior tenacidade. O cromo
e molibdênio são incorporados à liga
dispensável quando se deseja obter 4. Papel do tratamento
estrutura plenamente bainítica em ligas
para se retardar a precipitação dos com-
com teor extra-baixo de carbono. Por
termomecânico nos
postos a base de cobre durante o resfri- novos aços
outro lado, esse elemento apresenta afi-
amento a partir do campo austenítico,
nidade muito grande com o nitrogênio. O uso de laminação controlada é
permitindo sua produção industrial de
Logo, o efeito proporcionado pelo boro fundamental para que os aços HSLA-80
forma consistente. Esses elementos tam-
somente ficará garantido se o nitrogênio e ULCB venham a apresentar as caracte-
bém são fundamentais na definição da
estiver previamente fixado através de sua rísticas desejadas de resistência mecâ-
cinética de transformação desses aços. combinação com um outro elemento de nica e tenacidade. Como se sabe, esse
O nióbio é utilizado para se refinar o liga com o qual apresenta maior afinida- processo termomecânico é iniciado pelo
grão durante a laminação a quente e de. Normalmente se utiliza titânio com reaquecimento das placas sob alta tem-
nas fases de austenitização dos trata- esse objetivo. O nióbio é um elemento peratura, geralmente acima de 1150°C, de
mentos térmicos subseqüentes (caso das
Classes 2 e 3). Proporciona ainda algum
endurecimento por precipitação no en-
velhecimento.
O aço HSLA-80 na condição como
laminado, temperado ou normalizado
apresenta dureza relativamente baixa,
boa ductilidade e tenacidade moderada.
Às vezes, a conformação a frio nestes
estágios pode apresentar algumas van-
tagens, pois são requeridos menores
valores de carga para se efetuar a con-
formação das peças em prensas. Além
disso, o tratamento de envelhecimento
contribui para a redução dos efeitos de-
letérios que a seqüência deformação a
frio mais envelhecimento sob tempera-
tura ambiente poderia ter sobre a tenaci-
dade do material. Sua execução após a
soldagem pode servir como um tratamen-
to térmico para alívio de tensões, o que
pode eventualmente contribuir para a
redução do custo total da fabricação do
Figura 2 - Esquema da laminação controlada empregado no processamento de aços
componente. HSLA-80 e ULCB [Wilson, 1988].
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Aços alternativos ao HY-80 sem a necessidade de aplicação de têmpera e revenido
forma a permitir plena solubilização dos sua espessura durante a laminação tor- ção cristalográfica. A deformação na re-
carbonitretos de nióbio. Essa etapa é nam difícil a obtenção de microestrutu- gião de não-recristalização da austenita
seguida de uma etapa de deformação a ras homogêneas no esboço. Isto se re- permite reduzir o tamanho desses paco-
alta temperatura, onde ocorre recristali- flete de forma negativa na tenacidade do tes, elevando a tenacidade das chapas
zação plena da austenita. Após o esbo- material. grossas. Contudo, foi constatado que a
ço ter atingido uma determinada espes- deformação a quente não acarretou alte-
Outro aspecto a ser considerado é
sura a laminação se interrompe, seguin- ração significativa na temperatura de iní-
a resposta da austenita microligada ao
do-se um período de espera até que o cio da transformação bainítica (Bs) [Gar-
nióbio, vanádio e titânio ao tratamento
material atinja a temperatura onde a aus- cia ,1991, Yamamoto, 1995, Banerjee,
termomecânico. Ela é função dos seguin-
tenita não mais se recristalizará entre 2001, Cizek, 2002].
tes fatores [Garcia, 1991]:
passes. Dá-se, então, a etapa final de de-
Um estudo efetuado sobre o efeito
formação, onde a ausência de recristali- • Relação entre a temperatura de reaque-
da laminação controlada sobre as pro-
zação na austenita provocará o “panque- cimento de placas efetivamente utili-
priedades mecânicas de um aço HSLA-
camento” de seus grãos e, dessa forma, zada e a temperatura a partir da qual
um intensificado refino de grão, o qual 80 e ULCB revelou que o grau total de
começam a aparecer grãos grosseiros
eleva simultaneamente a resistência me- deformação a quente aplicado ao materi-
(Tcga) no material.
cânica e tenacidade do material. A Figu- al influenciou decisivamente todas as
• Relação entre as temperaturas de la- suas propriedades mecânicas, com ex-
ra 2 mostra um esquema gráfico desse
minação e Tnr. ceção de sua ductilidade e, no caso do
processo.
aço ULCB, da razão elástica. A tempera-
• Relação entre a taxa de resfriamento
No caso dos aços ULCB - e, até em tura de reaquecimento influenciou ape-
certo grau, da família HSLA-80 - deve-se após a laminação e o diagrama TRC
nas o limite de resistência de ambos os
considerar que o atual conhecimento do material.
materiais. Já a temperatura de acabamento
sobre os princípios e práticas da lamina- Todas as temperaturas críticas da afetou significativamente apenas sua
ção controlada não é inteiramente ade- austenita microligada (Tcga, Tnr, Ar3, Bs) tenacidade [Gorni, 2001].
quado. De fato, esta tecnologia foi exaus- são fortemente influenciadas pelo tipo e
tivamente estudada no caso de aços de estado dos elementos de microliga pre-
Baixa Liga e Alta Resistência (BLAR) sentes. O alto teor de elementos substi- 5. Vantagens
para tubos petrolíferos (oleodutos e ga- tucionais presentes nos aços HSLA-80 decorrentes do uso
sodutos), cujo projeto de liga é ligeira- e ULCB certamente altera de forma sig-
mente diferente do utilizado nas famílias
das ligas alternativas
nificativa tais temperaturas. Por exemplo,
HSLA-80 e ULCB. Em primeiro lugar, as elementos como manganês e molibdênio A substituição do aço HY-80 pelo
composições químicas dos aços BLAR elevam a solubilidade do Nb(C,N) na HSLA-80 já é uma realidade nos estalei-
convencionais são mais simples. Além austenita, o que tenderia a abaixar essas ros militares norte-americanos, onde esse
disso, a espessura do produto final é re- temperaturas críticas. Esse fato deve ser novo material já foi utilizado na constru-
lativamente fina, entre 12 a 18 mm, en- levado em conta ao se dimensionar os ção de vasos de guerra, com exceção de
quanto que chapas para uso em vasos parâmetros de processo da laminação submarinos [Montemarano, 1986].
de guerra apresentam espessura típica controlada [Garcia, 1991]. A própria produção do aço HSLA-
de 25 mm.
Outro aspecto a ser considerado no 80 é mais econômica do que a do HY-80,
O principal fator que diferencia os caso específico dos aços ULCB é o efei- em função do menor teor de elementos
aços BLAR convencionais dos ULCB é to da deformação a quente sobre a trans- de liga e tratamento térmico mais sim-
o maior teor de elementos de liga substi- formação da austenita. A princípio esse ples. Contudo, o potencial de economia
tucionais deste último, o que leva a duas efeito consiste na aceleração da trans- que pode ser conseguido é ainda maior
alterações metalúrgicas básicas: modifi- formação bainítica durante o resfriamen- quando se considera a redução de cus-
cações nas relações que governam a to posterior, com aumento na temperatu- tos que ocorre na fabricação do compo-
solubilidade do Nb(C,N) na austenita e ra de início de formação da bainita (Bs). nente a partir da chapa grossa. Eis abai-
níveis anormais de arraste por soluto, o Esse efeito redutor na temperabilidade é xo algumas das vantagens mais impor-
que restringe a movimentação dos de- aumentado pela precipitação de Nb(CN) tantes:
feitos cristalinos [Garcia, 1991]. na austenita durante a laminação a quen- • Não há necessidade de se pré-aque-
A maior espessura dos produtos te, reduzindo o teor de nióbio solúvel cer as chapas antes de sua soldagem.
feitos em aço ULCB para uso em belona- por ocasião de sua transformação. Ou- • Requer-se menos habilidade por parte
ves dificulta sua laminação controlada. tro aspecto a ser considerado é o refino do soldador, o que permite o emprego
Sob tais condições, os elevados gradi- no tamanho dos pacotes bainíticos, ou de mão-de-obra menos qualificada,
entes de temperatura e grau de deforma- seja, dos agregados de ripas de ferrita reduzindo-se os custos ligados a pes-
ção que se desenvolvem ao longo de bainítica paralelas com a mesma orienta- soal.
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Antonio Augusto Gorni et al.
• Grande redução nos custos de inspe- conhecimento extensivo sobre suas ca- Transactions A, v. 33A, n.5, p. 1331-1349.
ção e reparo. racterísticas de tenacidade em condições 2002.
FUMIMARU, K. e outros. Extremely-low
• Supressão da necessidade de se reais de uso. O desenvolvimento do HY- Carbon Bainitic Steels for New Structural
perder tempo com a fixação e retirada 80 beneficiou-se largamente do clima de Steel Products. Revue de Metallurgie - CIT,
de dispositivos auxiliares para solda- paranóia decorrente da Guerra Fria na v. 97, n. 10, p. 1235-1244, 2000.
década de 1950, o que facilitou a execu- GARCIA, C. I. e outros. Ultra-low carbon
gem. bainitic plate steels: processing,
ção de projetos de pesquisa sobre esse
• Pode-se dispensar a limpeza da super- microstructure and properties. Iron &
material e agilizou sua aplicação real. Já Steelmaker, v. 18, n. 10, p. 97-106, 1991.
fície dos cordões de solda antes de se
os aços HSLA-80 e ULCB foram conce- GORNI, A. A. Desenvolvimento de aços
depositar passes subseqüentes. alternativos aos materiais temperados e
bidos entre o final da década de 1980 e o
• Redução da qualidade requerida para início da década de 1990, quando o sur- revenidos com limite de resistência entre
a preparação da superfície. 600 e 800 MPa. Faculdade de Engenharia
preendente colapso do Império Soviéti- Mecânica da UNICAMP, Março de 2001.
Além disso, o material HSLA-80 co chegou a se fazer acreditar que a His- (Tese de Doutorado).
apresenta maior número de aplicações tória havia acabado. A motivação militar MONTEMARANO, T.W. e outros. High
economicamente viáveis que o HY-80. para o uso desses materiais praticamen- strength low alloy steels in naval
construction. Journal of Ship Production,
Outra vantagem é a possibilidade de te acabou. Contudo, à medida que a re- v. 2, n. 3, p. 145-162, 1986.
conformação e endireitamento com cha- sistência mecânica dos aços usados em NAKASUJI, H. e outros. Development of
ma, operações inviáveis quando se utili- tubos de grande diâmetro, estruturas controlled rolled ultra low carbon bainitic
za o HY-80. Finalmente, processos de para pontes e plataformas marítimas au- steel for large diameter linepipe. In: Alloys
soldagem com alta produtividade - como, for the Eighties. Climax Molybdenum
menta cada vez mais, sem dúvida surgi-
Company, Ann Arbor, p. 213-224, 1980.
por exemplo, o que utiliza alta freqüência rão oportunidades em número crescente NIIKURA, M. e outros. Características da
- podem ser utilizados na fabricação de para a aplicação desses modernos mate- transformação e propriedades mecânicas
peças simples em aço HSLA-80. riais. O emprego de resfriamento acele- em aço de extra-baixo carbono endurecíveis
rado após a laminação também poderá através de tranformação. Tetsu-to-Hagané,
Até o momento não há informações v. 70, n. 10, p. 1429-1436, 1984.
contribuir para um maior uso dessas li-
sobre aplicações reais onde ocorreu a (Tradução n° 1218 do Centro de
gas, uma vez que permite a redução em Informações Técnicas da Companhia
substituição do aço HY-80 pelo ULCB.
seu teor de elementos de liga e maximiza Siderúrgica Paulista - COSIPA).
Contudo, uma vez que a composição PHILLIPS, R. H. e outros. High Strength Plate
o endurecimento por precipitação na fer-
química desse último tipo de liga é até Steels for Defence Applications. In:
rita/bainita proporcionado pelo cobre e
mais simples que a do HSLA-80, pode- Microalloying ‘88. Chicago: American
elementos microligantes. Society for Metals, 1988, p. 235-247.
se supor que as mesmas vantagens aqui
descritas também se apliquem à substi- WILSON, A. D. e outros. Properties and
microstructures of copper precipitation
tuição do aço HY-80 pelo ULCB.
Referências aged plate steels. In: Microalloying ‘88.
Chicago: American Society for Metals,
Bibliográficas 1988, p. 259-275.
7. Conclusões BANERJEE, M.K. e outros. Effect of YAMAMOTO, S. e outros. Effects of the grain
thermomechanical processing on the size and deformation in the unrecrystallized
As novas ligas com resistência microstructure and properties of a low austenite region on bainite transformation
mecânica e tenacidade equivalentes às carbon copper bearing steel. ISIJ behavior and microstructure. ISIJ
do aço HY-80 já se encontram comercial- International, v. 41, n. 3, p. 257-261. 2001. International, v. 35, n. 8, p. 1020-1026,
CIZEK, P. e outros. Effect of Composition 1995.
mente disponíveis, mas sua aplicação and austenite deformation on the
ainda é bastante restrita. Uma das razões transformation characteristics of low- Artigo recebido em 27/12/2002 e
para essa timidez certamente é a falta de carbon and ultralow-carbon microalloyed
steels. Metallurgical and Materials
aprovado em 17/12/2003.
REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 56(4): 287-293, out. dez. 2003 293