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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

Lista de Leitura de Matemática

Instruções: A leitura da lista de Leitura de Matemática, embora no Ordenamento esteja


posta após a de História, pode ser seguida independentemente por conta de seu
diversíssimo conteúdo. É importante adquirir alguma pro ciência em matemática para
lidar com muitos livros de loso a e em especial loso a da Matemática. Exemplos de
lósofos que pedem tal conhecimento são Leibniz, Descartes, Husserl, Russell, Tarski, etc.

É imprescindível que se reserve um caderno de exercícios para seguir a lista.

0. Filoso a da Matemática e Introduções


Introdução à loso a matemática – Bertrand Russell 
Filoso a da Matemática – Stewart Shapiro 
Filoso as da matemática – Jairo Jose Da Silva 
Filoso a da Educação Matemática: Fenomenologia, Concepções, Possibilidades Didático-
Pedagógicas – Maria Aparecida Viggiani Bicudo
Por construção de conceitos: Em torno da loso a kantiana da matemática – Abel Lassalle
Casanave
O poder do pensamento matemático: A ciência de como não estar errado – Jordan
Ellenberg
The Pleasures of Counting – T. W. Körner 

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1. Nível Básico e Elementar


História da Matemática – Carl B. Boyer e Uta C. Merzbach
O que é matemática? – Richard Courant
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.1
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.2
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.3
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.4
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.5
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.6
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.7
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.8
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.9
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.10
Fundamentos da Matemática Elementar – Gelson Iezzi: Vol.11

Introdução à Lógica – Cezar Mortari (Também aparece na nossa lista de Lógica e de


Filoso a)

1.1 Apêndice útil:

Matemática Discreta – Márcia Rodrigues Notare 


Introdução a Algoritmos e Programação
Uma introdução à Teoria dos Jogos
Pesquisa Operacional e Modelagem

2. Nível intermediário
Números reais -Jorge Aragona
Introdução à álgebra – Adilson Gonçalves
Álgebra Linear e Aplicações  – Callioli
Álgebra I – A.C. Morgado
Os Elementos – Euclides
Geometria I e II – A.C. Morgado Vol.1
Geometria I e II – A.C. Morgado Vol.2

Geometria Analítica : um tratamento vetorial- Paulo Boulos

Álgebra linear – Elon Lages de Lima


Equações Diferenciais Elementares – Boyce e DiPrima
Equações Diferenciais Aplicadas – Djairo Guedes de Figueiredo
Análise Combinatória e Probabilidade – A.C. Morgado
Real Analysis – Halsey Royden 
Real Analysis: Modern Techniques and Their Applications – Gerald B. Folland 
Principles of Mathematical Analysis – Walter Rudin 
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Topology – James Munkres 


Calculus – Tom M. Apostol Vol.1
Calculus – Tom M. Apostol Vol.2
Um curso de Cálculo –  Hamilton Guidorizzi Vol.1
Um curso de Cálculo –  Hamilton Guidorizzi Vol.2
Um curso de Cálculo –  Hamilton Guidorizzi Vol.3
Um curso de Cálculo –  Hamilton Guidorizzi Vol.4

Introdução à teoria dos números – José Plínio

2.1 Apêndice útil:

Matemática Em Nível IME ITA – Complexos e Polinômios – Caio Guimarães (Com as


Soluções) Vol.1
Matemática Em Nível IME ITA – Geometria Analítica e Álgebra Linear – Caio Guimarães –
Volume 2

3. Nível avançado:
Equações Diferenciais Ordinárias – V. Arnold
Curso de análise (os dois volumes) – Elon Lages de Lima
Introdução à medida e integração – Carlos Isnard
Introduction to Topology – Bert Mendelson
Fundamental structures o cial Algebra –  Mostow, Sampson e Meyer
Espaços métricos – Elon Lages de Lima
Measure Theory – Donald Cohn
Geometria diferencial – Paulo Ventura

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15 comentários em “Lista de Leitura de Matemática”


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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

Clairton Lopes diz:


21 de janeiro de 2019 às 8:23

Ótima lista! lembro para os mais defasados na matemática, o curso de


matemática básica professor Nerckie é muito bom.

Gabriel diz:
22 de janeiro de 2019 às 0:00

Qual é a relevância do estudo de matemática e de programação nos estudos


losó cos?

Vitor Matias diz:


22 de janeiro de 2019 às 0:17

Entender direito Descartes, Kant, Leibniz, Pitágoras, a loso a analítica em


geral que usa ostensivamente matemática discreta, Whitehead, entre outros. A
loso a, desde seu nascimento, é essencialmente a atividade do polímata.
Sem matemática – e outros conhecimentos – o estudo da loso a se torna
pueril. O acadêmico “puramente de humanas” é um fenômeno burguês.

Clairton Lopes diz:


23 de janeiro de 2019 às 8:08

Vitor tem razão, pro ssionalmente sou da área de programação, é grande a


in uência de lósofos como Descartes e Wittgenstein – mesmo que
implicitamente -, em alguns campos da computação.

O acadêmico “puramente de humanas” é um fenômeno burguês – ótima frase


para uma epígrafe.

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Pagginelli diz:
26 de janeiro de 2019 às 23:29

Boa noite. Eu sou matemático e venho adiantando minhas tarefas para poder
iniciar a lista de loso a consistentemente. Entretanto, essa lista de
Matemática me deixou um tanto perturbado.

Primeiramente, a classi cação de alguns livros como ‘elementares’,


‘intermediários’ ou ‘avançados’ é, às vezes, tão desconexa com a realidade que
levanta grande descon ança sobre a leitura dos mesmos pelo autor da lista. O
exemplo mais pungente desse ponto é a disposição do ‘What is Mathematics?’
como um livro elementar, sendo ele possuidor de tópicos a nível de um
mestrado em Matemática Pura.

Em segundo lugar, há uma notável escassez de referências clássicas em


Matemática, tanto as brasileiras (normalmente oriundas do IMPA) como as
internacionais. Os livros do Guidorizzi, por exemplo, assim como os do
Leithold e os do Stweart (ambos de Cálculo Diferencial e Integral) são
frequentemente usados nas universidades brasileira mais pela ine cácia do
ensino básico do que por sua qualidade acadêmica. Cursos mais ambiciosos,
em contrapartida, optam pelos clássicos livros do Spivak e do Apostol, apesar
de eu ter algumas censuras ao uso deste último. Além disso, a bibliogra a de
Medida e integração ignora referências canônicas do assunto como os livros
do Royden, do Folland, e os dois livros de Análise do Rudin (sendo o primeiro,
também ignorado, uma referência internacional para o estudo da Análise
Real). E, nalmente, ignora-se uma das mais (não duvido que a mais)
aclamadas referências para Topologia Geral, o livro do Munkres.

O último ponto que eu gostaria de ressaltar, talvez o mais importante, é que,


ao menos eu, não consigo traçar um objetivo nal para essa lista. Eu não
posso opinar em como deveria ser feito um estudo para o entendimento da
loso a ou da história da Matemática por não ter me aprofundado nessas
questões, mas discorro sobre alguns possíveis objetivos da lista.

Se o objetivo for livrar alguém do completo analfabetismo matemático comum


aos estudantes de escolas públicas ou particulares de baixo custo, os livros do
Iezzi (iniciação clássica ao bom estudo da Matemática no Brasil) pode ser um
primeiro degrau demasiado alto. O livro do Manoel Jairo Bezerra e talvez os
dois volumes do TQM, no entanto, seriam mais apropriados. A coleção do Iezzi,
assim como os antigos três volumes do Paiva, são melhor recomendados a
alunos do ensino médio com uma certa pro ciência em Matemática e que
encontram-se presos à mediocridade do sistema vigente e a candidatos a
concursos/ vestibulares civis e militares (excetuando-se o IME).

A lista também não provê o aluno para trabalhar questões mais complexas a
nível médio como as oriundas de olimpíadas/ competições de Matemática e a
prova do IME (cujas duas únicas referências citadas são espetaculares, devo
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pontuar). Outros livros têm importância apenas para alunos de nível superior
como o Boyce ou o Arnold. Entretanto, não só esses alunos possuem uma
ampla cultura e acesso a referências clássicas como os livros a nível superior
não convergem a especialidade alguma como matemático puro ou aplicado
(ou mesmo estatístico, cientista da computação, cientista atuarial, professor ou
engenheiro). Ao invés, disso apresentam uma espécie de introdução a vários
tópicos muitas vezes desconexos.

Não obstante, acredito que um bom objetivo para uma lista de leitura
direcionada a leigos seja a divulgação da pesquisa matemática para que as
pessoas saibam o que um matemático faz e quanto poder há em suas
descobertas. No âmbito da divulgação cientí ca, poderíamos citar livros como:
‘O poder do pensamento matemático’ por J. Ellemberg e, principalmente, o
‘The pleasure of counting’ do Körner (eu citaria também o ‘Street ghting
Mathematics,’ mas ainda não tive a oportunidade de lê-lo). No mais, a AMS
(American Mathematical Society) publica pan etos periódicos chamados
‘Mathematical Moments’
(http://www.ams.org/publicoutreach/mathmoments/mathmoments) nos quais
são apresentadas aplicações modernas e interessante das mais diversas áreas
matemáticas.

Em suma, como alguém que acompanha as publicações e listas de leitura da


página, gostaria de compartilhar essa preocupação com seus responsáveis.
A nal, os problemas que pude identi car nessa lista me deixam um tanto
inseguro sobre a possibilidade de haver tais incongruências em listas de
assuntos nos quais ainda sou leigo. Agradeço, desde já, a atenção e o trabalho
feito pelo responsáveis pela página. No mais, caso haja algum outro possível
objetivo para essa lista muito destoante dos que eu citei e que a tornaria mais
plausível, eu me desculpo de antemão e peço para que, por favor,
compartilhem tal nalidade comigo.

Brian Belancieri diz:


28 de janeiro de 2019 às 21:56

Pagginelli, você pode me indicar referências pra estudo básico? Sou


praticamente analfabeto matemático.

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Rener diz:
29 de janeiro de 2019 às 7:22

Pagginelli não sei se você possuiria tempo ou vontade, mas acredito que seria
muito bom você compartilhar uma lista de sua autoria para quem quer se
aprofundar na matemática, do básico ao avançado, você aparentemente deve
conhecer diversas obras e poderia divulgar sua lista em ordem para
incrementar nossos estudos.

Pagginelli diz:
4 de fevereiro de 2019 às 22:56

Boa noite, desculpem-me a demora em responder, mas pensei que seria


noti cado por e-mail caso algum novo comentário chegasse. Lendo a resposta
do Rener, pensei no que faria caso me propusesse a confeccionar uma lista de
leitura de Matemática. Em primeiro lugar, eu devo advertir que essa é uma
tarefa ingrata. Até então, jamais conheci alguém que fosse autodidata em
Matemática meramente por hobby. No mais, dada a minha experiência,
acredito que isso nem seja possível.

Obs. É meu dever salientar que essa última frase não é historicamente precisa.
A nal, há alguns séculos era bem mais comum nas ciências e na Matemática a
presença de contribuidores que não possuíssem a pesquisa como meio de
sustento. No entanto, a complexidade dos tópicos e os requisitos para que
seja possível integrar entre os ‘grandes’ nessas áreas de conhecimento
aumentaram que forma que mesmo tornar-se um acadêmico com
contribuições relevantes em diversas áreas do saber – algo que também era
mais frequente no passado – pode ser considerado uma tarefa demasiado
ambiciosa, para não dizer irreal. No entanto, espero que o presente texto dê
uma boa intuição quanto ao meu ponto.

No mais, a quantidade de referências clássicas a cada uma das várias


disciplinas da Matemática seria su ciente para a construção de uma lista com
algumas centenas de títulos. Mesmo a construção de uma lista contendo
apenas uma referência para cada assunto – algo que já tentei fazer – torna-se
inviável rapidamente. Antes de seguir para as considerações posteriores sobre
uma lista de minha autoria, gostaria de levantar pontos que serão essenciais à
nossa linha de raciocínio.

Apesar do imenso esforço que a comunidade matemática dedica à divulgação,


temos, de certa forma, que correr atrás dos alunos. Isso é muito prejudicial,
pois as informação que as pessoas possuem sobre o aprendizado a o uso da

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Matemática são frequentemente obtidas através de fontes pouco con áveis


ou imprecisas. Outra consequência infeliz é que muitos alunos ingressam em
cursos de engenharia para, apenas ao nal da graduação, perceberem que
deveriam ter ingressado na faculdade de Matemática. Sendo assim, vou
começar esse texto citando algumas crenças enganosas que podem levar os
estudantes, em especial leigos interessados em ciências exatas, a tomar más
decisões.

Primeiramente, deve estar claro, e acredito que seja algo comum a todas as
áreas do conhecimento, que toda forma de suavizar o ensino de um tópico
está imersa num grande conjunto de pequenas e grandes ‘mentirinhas’, sendo
a ‘mentira’ tão grande quanto a sua vontade de suavizar o tópico. Entretanto,
quero deixar clara de imediato a impossibilidade de sermos completamente
‘sinceros’ no ensino. Em especial, da Matemática. Para isso, valer-me-ei de um
exemplo histórico. Uma corrente de escrita matemática conhecida com
bourbaquiana é caracterizada por seus textos extremamente diretos e
objetivos (secos, em linguagem vulgar) – os estudante com maior di culdade
em ciências exatas já pressentem que isso não deve ser tão interessante
didaticamente -. Com efeito, esse modelo de escrita e ensino foi implementado
durante um certo período nas escolas francesas de ensino básico, sendo um
eterno monumento à anti didática. Uma piada entre os matemáticos que
expressa bem o fracasso dessa experiência francesa era que, ao perguntar-se
a uma criança da época quanto é 3 + 5, ela responderia que o resultado é 5 + 3
pela propriedade comutativa da soma.

Obs. Diz-se que uma operação matemática é comutativa quando a alteração


da ordem dos operandos não alterar seu resultado.

Uma outra crença que pode pegar os leigos desprevenidos é que conhecer os
pré-requisitos para um tópico matemático é su ciente para aprendê-lo. Um
termo mais ou menos assentado entre os estudantes é a dita ‘maturidade’. Por
mais que um primeiro curso de Análise Real (ministrado, no mínimo, no 4º
período de um Bacharelado em Matemática) possa ser assistido por alunos
com mero conhecimento de ensino médio – como alguns se aventuram a fazer
-, isso seria uma certeza de frustração para a maioria dos estudantes
secundaristas. A nal, a notação, a linguagem e a transmissão de resultados e
truques menos imediatos (ou mesmo inacessíveis) para leigos são passados de
maneira tão natural que rapidamente alguém sem maturidade questionaria a
utilidade de sua presença em sala. Grosso modo, seria como dar um livro do
Kant a uma criança recém alfabetizada. A cada curso prestado, mais nos
habituamos ao “matematiquês”, mais apreendemos cultura sobre os
resultados e truques já bem fundamentados e mais tomamos intuição sobre o
que deveríamos alcançar ao nal de uma dada linha de raciocínio. Mais
importante ainda, as ‘mentirinhas’ didáticas que nos foram contadas ao longo
de toda a nossa vida escolar vão sendo substituídas por a rmações precisas e
difíceis.
Descrevemos essa escrita ‘sincera’ como ‘Matemática rigorosa’.

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Em terceiro lugar, é consenso entre qualquer um que tenha dedicado o


mínimo de tempo ao estudo disciplinado da Matemática que ela contrasta com
outras áreas de conhecimento pelo fato de não ser possível aprendê-la sem
por o que foi ensinado em prática de forma intensa e consistente. Em suma, “a
Matemática não é um esporte para espectadores”. Os que acreditam que
apreenderão qualquer coisa de um livro de Matemática sem fazer uma
quantidade considerável de seus exercícios – quiçá todos – e aprender a
provar todos os resultados (Teoremas, Corolários, Lemas, Proposições e a ns),
apenas estão engando-se de uma maneira muito prolixa. Ainda sobre esse
assunto, devo advertir que uma das mais prováveis causas para o comum
fracasso dos estudantes em aprender tópicos de Matemática reside na crença
de que seja possível adquirir conhecimento matemático apenas assistindo a
aulas. Podemos citar ainda o que eu acredito ser uma causa para a baixa
quantidade de formandos em cursos de Física pelo Brasil, por exemplo. O
público geral toma conhecimento de resultados profundos e de ampla gama
de aplicações em Matemática e ciências exatas e pensam que a obtenção
desse conhecimento dá-se majoritariamente por grandes períodos de
introspecção. Na verdade, a explicação estética desses resultados é apenas
mais uma mentirinha para atrair interessados. Esses resultados não podem
ser obtidos “sem sujar as mãos”. Antes de acessarmos conhecimentos mais
profundos em ciências exatas, devemos fazer muitas contas (algumas um
tanto entendiante, admito), aprender truques pouco intuitivos, resolver uma
grande quantidade de equações de vários tipos diferentes, programar
algoritmos para estudar certos objetos. Essas tecnicalidades podem desanimar
rapidamente alguém que pensa que estudar astronomia, por exemplo, está
mais relacionado a observar corpos celestes do que resolver equações
diferenciais parciais.

Já comentamos impossibilidade de se ler um livro de Matemática tal como um


romance, uma outra mentira é que matemáticos leem livros de Matemática.
Isso só é verdade até certo ponto, porém em vários momentos isso não se
veri ca. Há apenas uma fase de sua vida acadêmica que o matemático lê livros
do início ao m: o começo (na escola, cursinho ou nos primeiros anos da
faculdade). Passada essa fase inicial, os livros são tomados primordialmente
com o objetivo de consulta. A situação pode piorar ainda mais quando lidamos
com o nível de estudo visando à pesquisa, i.e., criar Matemática nova (em
termos leigos). Nesse ponto, os tópicos de estudo podem não estar su ciente
fundamentados para que haja algum livro texto escrito. Consequentemente, o
estudo dá-se quase meramente por meio de artigos e palestras (acadêmicos
viajam continentes para assistir a essas palestras). A leitura integral de uma
referência por um pesquisador acontece mais frequentemente quando ele
possui alguma apreciação estética pela obra. Bons exemplos são os livros: de
Análise do Courant, de Física Elementar do R. Feynman, de Eletromagnetismo
do J.C.Maxwell, etc…

Algo que está bastante relacionado com o que escrevemos acima e de suma
importância a todo aspirante ao estudo de Matemática de alto nível é que o

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estudo da Matemática J-A-M-A-I-S deve ser exaustivo. A tentativa de aprender


cada ponto de cada área da Matemática mostra-se impossível logo nos
primeiros dias desse projeto. Uma característica que deve acompanhar
qualquer estudante de Matemática é a objetividade. Devemos traçar uma
meta muito clara seguir estritamente e da forma mais rápida possível os
passos para alcançá-la. Exempli cando, quando digo o mais rápido possível,
suponha que você pretenda iniciar os estudos de Análise Complexa e não
esteja muito con ante sobre os seus conhecimentos acerca dos pré-requisitos
ao assunto (Cálculo/Análise multivariada, topologia geral básica, etc…). Seria
preferível seguir diretamente ao tópico alvo e retornar aos pré-requisitos de
acordo com a necessidade (tendo, claro, bom senso quanto à viabilidade de
fazer isso e a quanto a maturidade que você possui). Assim, apesar de ter
muitas ressalvas a um padrão de ensino que foca em avaliações e notas, devo
conceder que o ensino formal nos impede de ser engolidos por um vórtice de
tarefas inúteis que mais nos afastariam do aprendizado que nos
aproximariam. Isso se dá pois o esforço par sermos aprovados nos dá um
objetivo preciso para o nosso estudo e isso deve ser a primeira coisa que o
estudante deve ter em mente.

Isso, por si só, já nos desmotiva à construção de uma lista de leitura para
leigos, mas eu não os faria esperar tanto por uma resposta tão decepcionante.
Vou iniciar a rmando que seria inútil escrever uma lista de leitura a um
estudante de alto nível dado que ele já possui conhecimentos su cientes e isso
seria redundante conforme explicitei no meu primeiro comentário. No
entanto, alguns estudantes podem não estar muito satisfeitos com as
referências utilizadas por seus professores na universidade, que, por vezes,
monopolizam cursos especí cos moldando-os à sua maneira. Nesse caso,
devo dizer que a maneira mais e ciente de obter cultura é conversando com
outros professores e alunos mais experientes. A Matemática pode ser um
esforço solitário, mas isso vai tornar seu aprendizado bem mais custoso. Além
disso, várias recomendações de referências são feitas nos sites do
‘stack.exchange’ (https://stackexchange.com/sites#), no quora (site em que
você é frequentemente respondido por especialistas na área em questão) e
nos planos de estudo de universidades de alto nível pelo mundo (Princeton,
Harvard, Oxford, …). Outras recomendações incríveis sobre a formação de um
matemático podem ser obtidas no blog do Terrence Tao (medalhista Fields).
Finalmente, cito a única boa comunidade de exatas no Facebook que eu
conheço, a Física e Matemática (F.M.)
(https://www.facebook.com/groups/261270077250430/), moderada entre
outras pessoas pelo Rodrigo, formado na UFF e pelo pastor Fabiano Ferreira,
dos quais falarei posteriormente.

Feitas as raríssimas recomendações úteis que eu posso dar a um aluno já em


vias de tornar-se um matemático, sigamos para os possíveis casos em que
uma lista de leitura seria útil. Os únicos que eu consigo pensar em um
primeiro momento são: alunos com grandes di culdades matemáticas e que
querem sanar esse problema sem que haja a vontade de seguir uma carreira

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em ciências exatas; alunos do ensino básico que possuam interesse em seguir


uma carreira de exatas; e o mais divertido, pessoas com interesse em
divulgação matemática, i.e., por que Matemática é importante e por que há
pessoas que gostam disso?

Os primeiros dois casos já foram tratados no meu comentário anterior, mas


acredito que eu possa ser mais preciso agora. Digamos, que você seja um
estudante do ensino básico e possui grandes di culdades na Matemática
apresentada no colégio. Um bom objetivo seria a aprovação no ano letivo
antes de traçar qualquer meta de aprendizagem posterior. Nessa situação,
deve-se focar integralmente na resolução dos exercícios do livro texto utilizado
em sua escola e todas as suas dúvidas devem ser sanadas com os professores
e alunos mais pro cientes. Isso não vai te tornar um amante de Matemática,
mas vai impedi-lo de abandonar suas obrigações e tomar decisões prejudiciais
ao ano letivo. Isso já será o su ciente para que você seja aprovado em boa
parte dos vestibulares civis. No entanto, acredito que, ao ler esse texto, você
não tenha pensado em tornar-se um aluno mediano. Sendo assim, vamos ao
próximo nível. Tão logo haja um folga de tempo, deve-se pesquisar por livros
básicos que sejam já canonizados pelo sucesso de seus métodos de ensino. As
recomendações variam muito, pois há vários desses livros e cada pessoa
recomenda o que leu e não o que é necessariamente o melhor e é justamente
isso que vou fazer. Recomendo o ‘Questões de Matemática’ do Manoel Jairo
Bezerra.
Essa parte do processo não apenas te quali ca para a aprovação em uma
universidade pública como também te coloca bem acima do estudante médio
do ensino básico (pode parecer pouco esforço, mas os resultados dos alunos
brasileiros no PISA – Programme for International Student Assessment –
demonstram que ‘o estudante médio’ não constitui um parâmetro de
comparação muito ambicioso).

Meu objetivo nessa parte do texto será sempre te munir do mínimo de


conhecimento possível para que você possa engajar-se em um projeto em que
seu método de aprendizagem esteja em mãos mais experientes que as suas.
Sendo assim, passado esse ponto, você deve rmar um objetivo e segui-lo o
mais diretamente possível. Suponha, por exemplo, que você pretenda prestar
um vestibular civil ou um concurso militar, você vai pesquisar o melhor
preparatório que caiba no seu orçamento e vai seguir o método do cursinho
estritamente para atingir seu objetivo. No entanto, vamos supor que você
tenha tempo su ciente para se permitir um pouco menos de objetividade e
estudar outras referências básicas antes de se engajar em um método mais
restritivo. Podemos citar a coleção ‘Matemática’ do Manoel Paiva para o ensino
médio

Obs. A edição antiga apenas:


– vol1 :https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimgv2-1-
f.scribdassets.com%2Fimg%2Fdocument%2F342070399%2F149x198%2Fb8ea7
48750%2F1548102803%3Fv%3D1&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.scribd.co

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m%2Fdoc%2F258483515%2FManoel-Paiva-VOL-
1&docid=UWFsTsEw5zsaJM&tbnid=kQaXBaIvQ8zm4M%3A&vet=10ahUKEwit0v
vroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhqKB8wHw..i&w=149&h=198&bih=603&biw=1366&q
– vol2: https://www.google.com/imgres?
imgurl=https%3A%2F%2Fbr.vazlon.com%2Fstatic%2Fpics%2F2017%2F05%2F09
%2FLivro-Matemtica-2-Manoel-Paiva-
20170509112630.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fbr.vazlon.com%2Flivro-
matematica-2-manoel-
paiva&docid=IeawUqZswsb0HM&tbnid=tOeLW0T5Ms9IiM%3A&vet=10ahUKEw
it0vvroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhRKBMwEw..i&w=264&h=480&bih=603&biw=136
– vol3: https://www.google.com/imgres?
imgurl=https%3A%2F%2Fwww.traca.com.br%2Fcapas%2F109%2F109120.jpg&i
mgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.traca.com.br%2Flivro%2F109120%2F&docid=
Ht3x8qUkWQoSAM&tbnid=rpGT9fAfSmaGHM%3A&vet=10ahUKEwjlj9_7oaPgA
hWkErkGHYCFCsYQMwhDKAUwBQ..i&w=359&h=500&bih=603&biw=1366&q=matem

e a coleção ‘Fundamentos de matemática elementar’ do Gelson Iezzi. Muitas


pessoas podem me julgar por dizê-lo, mas eu daria preferência à coleção do
Paiva. Um primeiro motivo é que, mesmo tratando de Matemática elementar e
sendo invejavelmente didática, a coleção do Iezzi é bem rigorosa e exige um
nível de maturidade muitíssimo distante de um aluno pouco con ante em
Matemática. Em segundo lugar, trago à memória a necessidade de sermos
objetivos em nossos planos. A coleção do Iezzi possui 11 volumes e, aos que
possuem preferência por livros físicos, não será nada barata. No entanto,
alguém que tenha apreendido o que é passado em toda a coleção do Iezzi (e
feito os exercícios, claramente) terá pouquíssimas di culdades em ser
aprovado em maior parte dos vestibulares militares ou civis. Mesmo a prova
de Matemática do ITA é acessível aos que completaram a coleção. No mais,
não querendo ser demasiado purista citando apenas livros, é importante
estarmos atentos a conteúdos on-line. Cito, em especial a Khan Academy, mas
é inacreditavelmente extensa a quantidade conteúdo didático de alta
qualidade pago ou gratuito disponível no Youtube, por exemplo.

Agora, como próximo nível de di culdade, eu citaria o vestibular do IME e as


competições (Olimpíadas) de Matemática. Entretanto, como acontece na
academia, tratamos de estudantes com um nível de conhecimento tão elevado
que recomendações se fazem desnecessárias. Aos que quiserem ingressar no
IME ou nessas competições, rea rmo minha recomendação de procurar
cursinhos ou projetos especializados. Podemos citar, ainda o caso de um aluno
que já possua a pretensão de ingressar em um curso de exatas e não que
iniciar as aulas na faculdade apenas com o arcabouço da escola. Nesse caso, o
aluno pode usar do tempo que desperdiçaria sendo humilhado em trotes por
veteranos repetentes entrando em contato com professores a alunos notáveis.
Além disso, em todo início de ano, são ministrados cursos de verão em
universidades federais (obviamente gratuitos e abertos a qualquer
interessado). Alguns desses cursos são acessíveis a alunos de ensino médio
com aptidão matemática e, mesmo que não o sejam, podem servir para

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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

despertar interesse (tomando sempre cuidado para não se assustar com


tentativas irreais que gerariam nada além de frustração). Uma recomendação
menos interpessoal seria a leitura de textos de nível universitário como Cálculo
(de uma variável) e Álgebra Linear. Nesse momento, seria contraproducente
ler referências clássicas. Ao invés disso, pre ra textos que os próprios
professores escrevem para a adaptação dos alunos ao cursos universitários.
Esses textos são especialmente úteis dado que consideram a realidade da
educação brasileira e do experiência dos professores ao ministrar o curso ao
longo dos anos. Além disso, são gratuitos. Bons exemplos são os seguintes
livros da minha própria universidade, a UFRJ:
– Curso de Cálculo de Uma Variável (texto da disciplina Cálculo I na UFRJ) do
Marco Cabral;
– Curso de Análise Real do Cássio Neri e Marco Cabral;
– Curso de Álgebra Linear (texto da disciplina Álgebra Linear II na UFRJ) do
Paulo Goldfeld e Marco Cabral;
– Cálculo Vetorial & Geometria Analítica do Felipe Acker, que também possui
um canal no Youtube
(https://www.youtube.com/channel/UCaEcsQSb7zXH3CN-6uZORjw).
Por último mas não menos importantes, há cursos universitários completos
disponíveis gratuitamente no Youtube. Cito, por exemplo, os curso da USP e da
UNICAMP presentes nos seguintes canais
(https://www.youtube.com/user/univesptv e
https://www.youtube.com/user/usponline). Adicionalmente, há vários cursos
de universidades americanas como o MIT
(https://www.youtube.com/user/MIT), Princeton, Berkeley entre outras (estou
partindo do pressuposto óbvio que você já sabe inglês ou está aprendendo,
pois nenhuma outra opção é aceitável). Aos mais corajosos, há os cursos do
IMPA (apenas mestrado e doutorado).

Sigamos, agora, para a parte de divulgação matemática. O que é Matemática?


O que faz um Matemático? E por que eu deveria me importar? Uma ótima
maneira de responder a essas perguntas é através de uma série da televisão
portuguesa apresentada pelo Prof. Rogério Martins chamada ‘Isto é
Matemática!’. A série possui 11 temporadas e os episódios estão disponíveis
gratuitamente no Youtube
(https://www.youtube.com/user/istoematematica/playlists). Além disso, há
vários livros de divulgação matemática muito interessantes como os do Malba
Tahan, ‘O poder do pensamento matemático’ por J. Ellemberg e,
principalmente, o ‘The pleasure of counting’ do Körner. No mais, a AMS
(American Mathematical Society) publica pan etos periódicos chamados
‘Mathematical Moments’
(http://www.ams.org/publicoutreach/mathmoments/mathmoments) nos quais
são apresentadas aplicações modernas e interessante das mais diversas áreas
matemáticas.

No entanto, acredito que a principal maneira de despertar interesse pela


Matemática seja através de problemas desa adores. Feliz ou infelizmente, a

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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

beleza e a di culdade da Matemática andam sempre juntas. Sendo assim, se


você pretende descobrir o porquê de algumas pessoas possuírem tanto
interesse no assunto, pode arregaçar as mangas e trabalhar em problemas
difíceis como as questões do IME ou questões de olimpíadas e competições
internacionais. O pastor Fabiano Ferreira, que foi citado anteriormente, possui
um canal no Youtube no qual ele resolve algumas questões desa adoras
(https://www.youtube.com/user/jjgallete2000) além disso há os canais de
treinamento olímpico, em especial o do POTI
(https://www.youtube.com/user/PolosOlimpicos). Outra maneira, pode ser
adiantar um pouco o passo e já estudar tópicos universitários mesmo estando
na escola. Não vou reexplicar os detalhes dado que isso já foi feito
anteriormente. Chamo atenção para o fato de haver tanta diferença entre a
matemática de nível médio e a de nível universitário que pode-se dizer que são
assuntos distintos. Uma explicação mais detalhada é dada pelo Prof. Rodrigo,
também citado anteriormente, num vídeo no qual ele apresenta as diferenças
entre a concepção geral de Matemática dada nas escolas o que é, de fato, visto
em uma universidade (https://www.youtube.com/watch?v=vR9ahA0R05U).

Pagginelli diz:
5 de fevereiro de 2019 às 6:13

Bom dia. Dado que eu acredito já ter esclarecido o meu ponto e pelo fato de
escrever esses textos ser bastante custoso, eu não vou mais contribuir com a
thread. No entanto, se alguém possuir interesse em criar um projeto
relativamente grande, por exemplo, uma excursão à UFRJ, um hangout sobre
Matemática, eu posso tentar conseguir tempo e engajar pessoas para isso,
mas, para dúvidas menores, meus dois comentários devem ser su cientes.
Agradeço pela atenção.

Marcon diz:
13 de março de 2019 às 11:59

Pagginelli.
Primeiramente obrigado pelo esforço gratuito e solidariedade conosco.

Quanto à passagem seguinte: “Devemos traçar uma meta muito clara seguir
estritamente e da forma mais rápida possível os passos para alcançá-la.
Exempli cando, quando digo o mais rápido possível, suponha que você

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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

pretenda iniciar os estudos de Análise Complexa e não esteja muito con ante
sobre os seus conhecimentos acerca dos pré-requisitos ao assunto
(Cálculo/Análise multivariada, topologia geral básica, etc…). Seria preferível
seguir diretamente ao tópico alvo e retornar aos pré-requisitos de acordo com
a necessidade (tendo, claro, bom senso quanto à viabilidade de fazer isso e a
quanto a maturidade que você possui). ”

Você aconselha a mesma coisa para alguém com interesse no estudo analítico
e losó co da estatística?

Obrigado.

Pingback: Lista de Leitura de Economia - Contra os Acadêmicos

Evy Abrahão diz:


18 de abril de 2019 às 21:56

Fiquei Muito Interessado pelo seu post.Vou acompanhar seu Blog que é muito
bom. É TOP ! Esse tipo de conteúdo tem me agregado muito
conhecimento.Grato !

Pagginelli diz:
9 de julho de 2019 às 21:45

Boa noite, Marcon. Desculpe-me a demora em responder, mas já havia me


afastado da ‘thread’ há um certo tempo.

Para sem completamente sincero, eu não compreendi muito bem a sua


pergunta. No mais, como eu já havia escrito em comentários anteriores, eu
não tenho conhecimentos profundos sobre loso a da Matemática. Sendo
assim, não posso te dar um conselho verdadeiramente útil nesse sentido.

Quanto ao que você chamou de “estudo analítico da estatística”, acredito que


você esteja fazendo referência à fundamentação da Matemática Pura aos
resultados estatísticos. A estatística fundamenta-se principalmente na Teoria
de Probabilidades, que, por sua vez, é uma subárea da Análise, i.e., da teoria

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22/01/2020 Lista de Leitura de Matemática - Contra os Acadêmicos

de funções. Ao menos no Brasil, o estudo da Teoria de probabilidades é feito


primordialmente em dois momentos: primeiramente a nível de graduação,
sendo necessário apenas conhecimentos de Cálculo de várias variáveis (em
particular para cálculos de áreas e volumes) e, mais profundamente,
conhecimentos de Análise Real (ou na reta); num segundo momento –
normalmente num mestrado ou doutorado – generaliza-se os conceitos
apresentados, sendo necessária a introdução à elementos da Teoria da
Medida, apresentada normalmente em cursos de mestrado em Matemática.
Essa nova ferramenta nos permite calcular volumes de conjuntos mais gerais
do que era possível apenas com cálculo multivariável e a Análise na Reta. E,
nalmente, é sob a linguagem da Teoria da Medida que são provados: os
resultados acerca de convergência em Teoria das probabilidades;
decomposições e classi cações de medidas; e existência de medidas
satisfazendo certas características úteis como a invariância por ação de grupos
(e.g. translações e rotações) e etc…

Voltando à sua pergunta sobre o meu conselho anterior permanecer válido, eu


diria que permanece. No entanto, perceba que eu considerava naquele
comentário um conhecimento prévio em Matemática. Nomeadamente, quero
dizer que é contraproducente ser muito preciosista ao se estudar um novo
tópico que você já tenha capacidade – mesmo que de ciente – para iniciar.
Não é preciso entender todas as nuances e toda a profundidade dos
resultados de Cálculo de uma variável antes de iniciar o estudo do Cálculo para
várias variáveis. Até porque, um curso de graduação não te mune de
linguagem su ciente para entender todas as implicações desses resultados. É
comum, durante a pós-graduação, ter ‘insights’ novos sobre tópicos que vemos
nos primeiros meses de faculdade. Tentar esgotar todo esse conhecimento
antes de ‘seguir em frente’ é simplesmente infactível. Era a isso que eu me
referia quando falei sobre objetividade. Note, entretanto, que isso é
completamente diferente de aconselhar alguém que não possui qualquer
conhecimento prévio em Matemática a comprar um livro de Topologia
Diferencial, comumente apresentada em uma pós-graduação, e ‘sair lendo’. É
necessária, repito, uma base para poder fazer isso, mesmo que imperfeita.

Por m, devo salientar a di culdade em responder a esse tipo de pergunta.


A nal, eu não conheço a sua formação, o quanto você sabe, ou o seu interesse
nesses assuntos. Logo, torna-se quase impossível te dar um conselho que não
seja, na linguagem dos próprios autores da página, mero palpite. Aproveito
ainda a oportunidade para convidar você e qualquer um que tenha interesse a
me chamar no Facebook (https://www.facebook.com/Pagginelli) para tirar
dúvidas sobre a Matemática de maneira mais detalhada. Não garanto que
consiga responder a todas as questões, mas tentarei ajudar na medida do
possível. No mais, recomendo novamente o grupo ‘Física e Matemática (FM)’
no Facebook.

Att.

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Pingback: O Ordenamento das Leituras - Contra os Acadêmicos

Luiz diz:
13 de janeiro de 2020 às 20:38

Gostaria de recomendar uma coleção de livros para o ensino fundamental II.


Se uma pessoa começar a estudar matemática do zero, recomendo
fortemente “Matemática e realidade”. De todos os livros de matemática do
ensino fundamental II esse foi o mais completo.

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