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RIO DE JANEIRO
LIVR AR IA DE B. L. G A R N IE R
Rua (lo Ouvidor, G9.
1864
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A’
SEEMORIA
DE
Contjeróaçiia :prfüminar.
II.
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ainda fraco para o soa peso, nem por isso lhe fal
tava ousadia ; antes sobrava-lhe soílVeguidào de sa
b er, am biçào de louros. Era vivo, era trefego, era
trabalhador.
A prazia-m c de ler-lhe no olhar m ovei e ardente
a febre da imaginaoào ; na conslancia das p ro d u c -
ções a avidez do saber, e com binando no m eu espi
rito estas observações com a naturalidade, o c o lo
rido e a luz de conhecim entos litterârios q u e clle,
— sem querer sem duvida, — derram ava em todos
os ensaios poéticos que nos lia, ded iq u ei-m e a estu-
da-lo de perto, e con venci-m e, em pouco tem po, de
q ue largos destinos lhe prometlia a musa da p o e
s ia ... E por isso q u a n d o , lida algum a c o m p o
sição do nosso jo v e n com panheiro, diziào os outros :
bons versos ! mas simplesmente — bom versos, —
eu nunca deixava de accrescentar, cheio do q u e
aíTirmava hello prenúncio de um grande poeta !
V I.
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Ü i Eis aqui, pois, com o M achado de Assis é poeta.
Um Deus b e n ig n o ,— o m esm o que lhe deu p or
palria este solo sem ig u a l,— d e u -lh e tam b ém o c o n
dão de refleclir a pom posa natureza que o rodeia.
F ez m a i s .... medio por ella esse con dão.
- Se tivera nascido á som bra do polo, entre os gelog
11 do norte, seus cânticos pallidos e frios traduzirião cm
silvos os extases do poetã ;— mas filho deste n o v o
E den , cercado de infinitas m aravilhas, as notas
q u e elle d esp ren de são afinadas pelas grandiosas h a r
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'1 - m on ias que proclam ão.
E ’ assim duas vezes instnimento.., e nesta doce
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correspondência entre a creatura e o creador, a Musa
aleSf 0 sagrado m ensageiro q u e u ne a terra e o Céo
m‘ é . . . a in s p ira ç ã o !... E ’ ella que ferve, e derram a da
am phora o oleo perfum ado. E ’ ella que marca o c o m
passo ao rythm o, e a eschola ao trovador. E ’ ella que
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w lhe d iz : canta, chora, am a, s o r r i. , .. E ’* ella emfim
m q u e lhe segreda o ihem a da canção, e caprichosa, ora
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0 lu xo exagerado da roupagem denotava ante a
sabedoria antiga— leviandade do ju izo : antena critic
ca m oderna ainda denota na poesia penúria de plian-
tasia. A simplicidade dos m odelos G regos e H ebrai.
COS, que nos legou a litteratura dos primeiros tempos
desde entào proscreveu para o bom gosto, a preteii-
ciosa licçào dos porticos. A facundia acadêm ica s e m
pre em m u d eceu e atemorisou as almas ingênuas, e
nas doces e x p a n ç õ e s destas, e nào nas doutas prelec-
ções d ’aquella, colhe a poesia os seus m elhores
lhesouros. e os seus mais caros triumplios.
No gen ero de poesia das ChrysalidaSj (unico
sem d u v i d a 'd e que fallo a q u i,) é tào evidente esta
verdade, tào clara a primazia conferida pelo gosto
iiltorario ao im proviso sobre a arte, ao sentimento
sobre a erudição que basta record ar quaes os n om es
dos poetas brasileiros ou lusos, que, no meio de
tantas e tão variadas publicações, se tornaram e p e r
m an ecem ex clu siv am en te populares. E para q ue
não vos falte, leitor, um exem p lo de notoria acluali-
d a d e co m p a ra e T h o m a z R ibeiro a T h e o p b y lo B ra g a,
0 disei-me— se o brilhante talento do segundo poderd
jam ais disputar a palma da poesia á divina singeleza
do prim eiro.
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STELLA
( 1802. )
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Mas tu, q u e o d e v a n e io
inspiras do poeto,
INào vês q ue a vaga inquieta
■-a?-- Abrc-te o h ú m id o seio ?
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Do am or silencioso,
M yslico, d o ce, p u r o ,
Dos sonh os de futuro,
Da p az, do e lh ere o gozo.
A virgem da m a n h ã
Já todo 0 céu d o m in a . . . .
E spero-te, divin a.
E spero-te, am an h ã.
LUCIA.
(ALF. DK MUSSET.— 1 8 6 0 .)
:
Com um a onda de luz veio in u n d al-a ;
Ella viu sua im a g em nos m eu s olhos,
Um riso de anjo desfolhou nos lábios
E m u r m u r o u u m can to.
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E em tua boca consenlias triste
Q ue eu depuzessc estremecido beijo ;
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G uardou-a a tua dur ciosa e m uda :
Assim, beijei-te descorada e fria,
m Assim, depois tu resvallasteá cam pa ;
Foi, com o a vida, tua m orte um riso,
E a Deus voltaste no calor do berço.
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32
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L ev a no seio incólum es
A virgindade e a fë.
Cheio de am o r, solicito,
O olhar da divindade,
Véla os escapos naufrages
Da im m ensa alluviào.
Assim, por sobre o tum ulo
Da extincta hu m an id ad e
S a lva -se um b erço : o vin culo
Da nova creaçào.
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VISIO.
(1804).
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iMueve-iue eníiii tu amor de tal manera
Que aimqne no hul)iera cielo yo te amr.ia.
Santa T iifriza de Jrsus.
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A CARIDADE.
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NO LIMIAR.
(1863.)
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(n ’ l’ m a l b i :m ,— 1862.)
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ERRO.
(1860.)
Vous................................................................
Qui des combats du cœur n’aimez que la victoire
Et qui revëz d’amour, comme on rêve de glore,
L’œil fier et non voilé des pleurs . . , .
GEORGE F A R C V .
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LUDOVINA MOUTINHO
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(I8ül.)
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S e, como outr’ora, nas íloreslas virgens,
Nos fosse dado— o esquife que te encerra mi
E rg u er a um galho de arvore frondosa,
Certo, nào tinhas u m m elhor jazigo
Do quo olli, ao ar livre, entre os perfum es
Da ilorenle eslaeao, imagem viva
Do tous cortados dias, e mais perto
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Do clarào das estrellas.
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Encerra de esperanças.
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ASPIRAÇÃO.
A F. X. DF. Novaes.
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EWiBIRRÂCAO.
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(a machado de assis ).
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CLEOPATRÂ.
CANTO DE VM ESC« AVO.
V en h o c ’roado de flores
SS Da vida entregar-te a llor ;
E ’ um feliz que te implora
Na m adrugada da vida,
ü m a cabeça perdida
E perdida por a m o r .
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.11
Só lhe conquistam amores
O hcroe, o bravo, o triom phante ;
E que coroa radiante
T in ha eu para offerecer ?
Disse um a palavra apenas
Q ue um m undo inteiro continha :
— Sou um escravo, rainha,
A m o-te e quero morrer.
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os ARLEQUINS.
SATYRA.
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E vence a lelra nova a letra antiga !
Musa, toma a vergasta,
E os arlequins fustiga 1
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Como aos olhos de R o m a ,
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— Cadaver do que foi, pavido imperio
De Caio e d e T i b e r i o , —
0 filho de Agripina ousado assoma ;
E a lyra sobracando.
Ante 0 povo idiota e amedrontado,
Pedia, am eaçando,
O applause a c o s t u m a d o ;
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V êd e ; o aspecto vistoso,
O olhar seguro, altivo e penetrante,
E certo ar arrogante
Que im põe com apparencias de assom broso ;
Nào vacilla, nào lom ba,
Carainba sobre a corda firme e alerta :
T e m cornsigo a m arom ba
E a ovacào é certa.
T am a n h a gentileza,
Tal segurança, ostentacào tào grande,
A multidào expande
Com ares de legitima grandeza.
. O gosto pervertido
Acha 0 sublime neste abatimento,
E dá-lh e agradecido.
O louro 0 0 m onum ento.
84
Do saber, da virtude,
Logra fazer, em prêmio dos trabalhos,
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Um manto de retalhos
1 Que a consciência universal illude.
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Nào córa, nüo se peja
Do papel, nem da mascara indecente,
E ainda inspira inveja
Esta gloria insolente !
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EPITAPHIO DO MEXICO. K !i
(18G2).
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Camiiihante, vai dizer aos Lacedemonios que esta
mos aqui deitados por termos defendido as suas leis. 1
^ Kpitaphio DAS rni:nMOPVLAS.
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POLONIA.
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Coube ás hostes da força
Da pugna o alto prêmio ;
A oppressão jubilosa
Cantou essa victoria de ignominia ;
E do novo, ó captiva, o véu de luto
Correu sobre teu rosto !
Deus continha
Em suas maps o sol da liberdade,
E inda não quiz que nesse dia infausto
T e u m acerado corpo allumiasse.
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MÂRIA DUPLESSIS.
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Vi aberto o piano em q ue tocavas ;
T u a morte o deixou m udo e vasio,
Com o deixa o arbusto sem folhagem ,
Passando pelo valle, o ardente estio.
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1 Mãos em mãos travadas,
Animadas,
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Vão aquellas fadas
Pelo ar ;
Soltos os cabellos,
Em novellos,
Puros, louros, bellos,
A voar.
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— c( Dorme : se os pesares
Repousares,
Vês — por estes ares
Vam os rir ; 5'
iMortas, nào ; festivas,
E lascivas.
S o m o s — /ioras vivas
De dormir ! — »
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Em vâo encheis de aroma o ar da tarde ;
Em vào abris o seio hu m id o e fresco
Do sol nascente aos beijos amorosos ;
Em vào ornacs a fronte à meiga virgem ;
Em vào, como penhor de puro aiTecto,
Com o u m é lo das aimas,
Passaes do seio amante ao seio amante ;
Là bâte a hora infausta
Em que é força m orrer ; as folhas lindas
Perdem o viço da manha prim eira,
As graças e o perfum e.
Rosas que sois entào ?— Restos perdidos,
lo lh a s mortas que o tempo esquece, e espalha
Brisa do inverno ou mào indiíTercnle.
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Tal é 0 vosso destino,
O ’ filhas da natureza ;
Em que vos peze á belleza.
Pereceis ;
Mas, n à o ... Se a m ão de um poet^
Vos cultiva agora, ó rosas.
Mais vivas, mais jubilosas,
Eloresceis.
OS DOUS HORISONTES.
A M. F e r r e i r a G u i m a r ã e s .
ü m horisoiite,— a saudade (í 5
Do que nào ha de voltar ;
Outro h o riso n le ,— a esperança
Dos tem pos q u e hào de chegar ;
No presente,— sem pre e s c u r o ,—
Vive a alma ambiciosa
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Na illusao voluptuosa
Do passado e do futuro. <•
□□ 108
Ou a m b iç à o d e grandeza
Q u e no espirito calou,
Desejo de am or sincero
Q ue 0 coraçào nào gosou ;
O u u m viver calmo e puro ,
A ’ alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horisonte do futuro.
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MONTE ALVERNE.
(1858.)
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Morreu ! — Assim baqu ea a estatua erguida
No alto do pedestal ;
Assim 0 cedro das florestas virgens
.C a h e pelo embate do corsel dos ventos
Na hora do temporal.
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Era tempo 1—-O romeiro do deserto
Pára um dia tam bém ;
E ante a cidade q ue alm ejou por annos
Desdobra um riso nos doridos lábios,
Descança e passa além !
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AS VENTOINHAS.
(18C3.)
A m ulher é um catavontó,
Y a e ao vento,
Vao ao vento que s o p r a r ;
Com o vae também^ao vento
Turbulento,
Turbulento e incerto o mar.
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E ’ q u e — com o o calavenlo,
Y ão ao vento,
V ão ao vento que lhes der ;
Cedem très cousas ao vento :
Catavento,
Catavento, agua e m ulher.
ALPUJARRA.
( M IÇ K IE WIC Z . — 18 C2 . )
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Dou signal, ao ro m p er cio dia, o bronzo ;
Arrasam-se Irinciiciras e m uralhas ;
No alto dos minareis erguom -se as cruzes ;
Do castelhano a cidadella ó presa.
V i v e r , — fundir a existência
E m um osculo de am o r,
Fazer de am b as— uma essencia,
A pagar outras lem branças,
P erder outras illusões,
E ter por sonho m elhor
O sonh o das esperanças
De q u e a unica ventura
Nào reside em outra vida,
Não vem de outra creatura ;
C onfundir olh os nos olhos,
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Unir um seio a outro seio,
D erram ar as m esm as lagrimas
E trem er do m esm o enleio,
T e r 0 m esm o coração,
V iver um do outro v iv e r ...
Tal era a m inha am bição.
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Mas, no areai da praia, no horto agreste,
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T u d o aos m eus olhos ávidos f u g ia ......
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i Desci ao chão do valle q u e se abria.
m S u b i ao cu m e da m ontanha alpestre.
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E raiar para m im um triste dia,
Em q u e , por completar m inha tristeza,
Nem possa ver-te, m usa da belleza,
Nem possa ouvir-te, musa da harm onia;
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AS BRISAS.
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AS AGUAS.
Do n um e da belleza o berço c e le b r a d o .
Foi 0 m ar. V en u s bclla entre espum as nasceu.
Veio a idade de ferro, e o n u m e venerado
Do venerado altar baq u eou :— pereceu.
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Mas eu q u e posso contra a sorte esquiva ?
I Vejo q ue em teus olhares de princeza
T ransluz uma alma ardente e compassiva
ít ; Capaz de reanim ar m inha incerteza ;
I( • Mas eu que posso contra a sorte esquiva ?
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i!.'! » xMas vê. Se o que te cerca é um a festa de vida,
Eu, tào longe de li, sinto a dor mal soíTrida
Da saudade que p un ge e do am or que lacera,
E palpita e soluça e sangra e desespera.
Sinto em torno de m im a m uda natureza
Respirando, com o eu, a saudado e a tristeza;
A saudade do bem e a tristeza do mal ;
Tristeza sem irm à,sa u d ad e sem igual.
ci: 151 =
Então, se no silencio
Da noite adorm ecida.
Sentires— mal d o rm id a—
Em sonho ou em visão,
Um beijo em tuas palpebras,
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ULTIMA FOLHA.
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Q u a n d o , já finda a torm enta
Q ue a n atureza en lu clo u ,
B afeja a brisa suave
C edros q u e o ven to abalou ;
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Meu ftiiiigo. Agora q ue o leitor frio e severo
p ôd e com p arar o m eu pobre livro com a tua cri
tica b en ev o la e am iga, d eixa-m e dizer-te rap id a
m ente duas palavras.
R ecord aste os nossos am igos, poetas na a d o
lescên cia, hoje idos para sem pre dos nossos olhos e
da gloria q u e os esp erava. T ào piedosa evocaçào
será 0 palladium do m eu livro, com o o é a tua carta
de recom m en d açâo.
Vae longe esse tem p o. G uardo a lem brança d é l
ié, tào viva com o a saudade que ainda sinto, m as
já sem aquellas illusões que o tornavam tào doce
ao nosso espirito. O tem po nào corre em vào para
os q u e desde o berço foram con dem n ados ao d u e lo
s S > infausto en tre a aspiração e a realid ad e. Cada anno
foi um a lufada q ue d esp ren d eu da arvore da m o
I*'., iij ,I cid a d e, não só um a alm a q uerida, com o um a illu-
;:V sao consoladora.
A tua penna en con trou espressões de verdade e
de sentim ento para d e screv er as nossas con fab u la
ções de poetas, tão serenas e tão intim as. T iveste
0 condão de Iransportar-m e a essas praticas da ad o
lescên cia poética ; len do a tua carta p areceu -m e
o u vir aquelles q u e h o je repousam nos seus tum ulos;
e ou vin d o dentro de m im um ru ido de applauso
sin cero ás tuas expressões, afíigurava-se-m e que
eram elles q u e te ap p iau diam , com o no outro tem
po, na tua pequena e facev^a salinha.
Essa recordação b astava para felicitar o m eu li
vro , Mas on d e não vae a am isade e a critica b en ev o
lente ? Foste a lé m :— traduziste para o papel as tuas
im p ressões que e u ,— m esm o despido desta m odéstia
oíTicial dos p reâm bu los e d o s e p ilo g o s ,— não posso
d eixar de acceitar com o parciaes e filhas do co ra
ção . B em sabes com o o coração póde levar a in ju s
tiças in volu n tárias, ap ezar de todo o em p en h o em
m anter um a im parcialidade perfeita.
N ão, 0 m eu livro não vae a p a r e c e r com o o re-
163
M achado de As s is .
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NOTAS.
'^2
(Pag. 34).
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os ARLEQUINS.—Pag. 81.
POLONIA.—Pag. 89.
(Pag. 90).
(Pag. 93).
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171
ALPUJARRA.—Pag. 119.
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ERRATA.
Pag. 10,
(3.* linha).
Em vez de :
era trefego, etc.
L ê a -se :
era travesso, etc.
P ag. 19.
(2.* linha).
Em vez de
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— m ais inspirado, e talvez, etc.
L êa-se :
— m ais inspirado, talvez, e
(9.* îinha).
Em vez de :
0 bioco de u m a, etc.
L êa-se ;
O b ic o d e u m a , etc.
.s Km vez de :
Com o a area
Com o a area con fu nd ir. «
L êa -se :
Com a area
Com a area con fu n d ir.
P ag. 119.
Em vez de :
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M r. . L êa-se :
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lí:V Pesados ferros o infiel arrasta ;
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. n St Pag. 121.
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1 Km vez de :
L êa -se :
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P r e f a c io .............................................................. 7
Musa consolalrix..................... 21
S t e l l a ................................................................... 23
L u c i a ................................................................... 27
Dilúvio................................................................... 31
Visio........................................................................• 3,3
F é ........................................................................ 39 1
A Caridade.............................................................. 41
178
VERSOS A CORINNA :
I
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Ultima follia......................................................... 155
Posi-facio.............................................................. 159
N o t a s ..........................................................................165'
Errata................................................................... 173
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