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Julianna Costa

Provocações

São Paulo
2017

Gogo Books

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Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610
de 19/02/1998.
Este livro, ou qualquer parte dele, não pode ser
reproduzido por quaisquer meios sem prévia autorização expressa
da autora.

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Prólogo

O Negligê não é apenas um clube ou uma festa.


O Negligê é uma escola.
Uma escola secreta, escondida nas entranhas da maior
empresa da indústria pornográfica mundial, a Willex
Entretenimento Adulto. Para entrar, você precisa ser convidado.
Para se formar, você precisa experimentar loucuras sexuais
inimagináveis.
Ao concluir o curso, você terá diante de si oportunidades
sexuais como nunca imaginou. Você pode fazer o que quiser.
Ou você pode fazer como eu: pode optar por não sair do
Negligê. Pode escolher ficar mais um pouco. Pode decidir
aprimorar seus conhecimentos. E ao fazer isso, terá a sua frente
carreiras mais arriscadas. Mais secretas.
E muito mais prazerosas.

Sejam bem vindos ao Negligê.


A única sala de aula no mundo onde o melhor é ser uma
garota levada.
Acreditem em mim: A punição é uma delícia.

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1 - Dirty Talking
- Oliver, você é um gênio!
- Sempre soube disso, Sven, obrigado. - riu - Mas é bom
ouvir você concordar. Vai me mostrar os números?
- Uma fortuna. - empurrei o relatório impresso por cima da
mesa - E isso só com as duas primeiras turmas experimentais. Só
seis garotas e dois rapazes. Como está a terceira turma?
- Ávido para colocar o serviço em ação? - gargalhou - Uma
grande mudança para alguém que sequer concordava comigo há uns
meses atrás.
- Eu sei, eu sei. - revirei os olhos - Era um negócio
arriscado e eu não via como poderia ser muito diferente de um
simples serviço de prostituição de luxo.
- Isso é porque você tem pouca visão. - provocou, passando
as folhas do relatório.
- Pouca visão? - abri a boca, indignado - Você está
consciente que eu descobri oito novas zonas erógenas femininas,
dois novos tipos de orgasmos e transformei o 64 do Kama Sutra em
um 72, não é?
- Calma, Sven... - provocou, com infantilidade.
- Pouca visão... - resmunguei.
- Seja como for, você tem que concordar: um serviço
profissional de acompanhantes exclusivas foi uma ideia genial.
- Claro que concordo. Já comecei dizendo isso, não foi? É
genial. A procura vai ser insana. Uma vez formados, esses alunos
podem cobrar o que quiserem.
Oliver Stow largou o relatório na mesa e expirou
profundamente, esticando os ombros contra o encosto da cadeira.
- O que foi?
Espremeu o lábio inferior e passou a mão nos cabelos.
- Stow! - apoiei os cotovelos no tampo de vidro, me
inclinando sobre a mesa - O que foi?
- Isso tudo é delicado, Sven. Todo esse programa de pós-
graduação.
- Delicado?
- É. Nós não oferecemos apenas uma prostituta ou garoto de
programa... nós oferecemos amantes profissionais. Um parceiro que
conheça todos os gostos específicos do cliente, que faça tudo
para agradar, com quem não haja discussão, apenas sexo,
relaxamento, que tenha habilidades com massagens, dança,
striptease e, claro, sexo, com um conhecimento cultural
abrangente, estudos em etiqueta... Um amante de luxo que possa
frequentar qualquer ambiente se sua presença for necessária, ou
que possa para sempre se esconder nas sombras em um apartamento
reservado, com a certeza de exclusividade e sigilo. Um amante que
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não vai te ameaçar, chantagear ou exigir mais. Um amante que
nunca vai contar nada para ninguém. Um amante que possa
satisfazer cada gota de tesão não importa qual seja o desejo ou
fetiche. Um amante que estará sempre a disposição. É o cenário
perfeito.
- Não precisa me convencer de novo, Oliver. Já tivemos
essa conversa há uns meses, não se lembra?
- O problema é que agora as primeiras turmas se
formaram... Eu estou observando a evolução de perto e o contato
dos amantes com os clientes é muito intenso. Não é difícil sair
do campo profissional e ir para o pessoal em um contato assim.
- Está com medo dos amantes se apaixonarem pelos clientes?
Porque se for, eu vou te dar um soco. Era exatamente esse meu
receio e você me garantiu que ia preparar a turma para que isso
não acontecesse.
- Não. - sacudiu o indicador - Eu prometi que ia minimizar
o risco. É impossível prometer que nunca aconteceria e você sabe.
- Oliver! Vai me contar o que aconteceu? Não veio até aqui
só para ver o relatório e falar sobre preocupações abstratas. O
que houve?
- Nala saiu do programa. Pediu demissão. - ofegou
exageradamente ao admitir.
- Se apaixonou pelo Duchkov?
- E essa não é a pior parte.
- E o que mais? Chantageou o cliente? Puta que pariu,
Stow, eu vou te matar.
- Não foi isso! Ele se apaixonou por ela também.
Engoli a seco e escondi os olhos atrás das mãos.
- É o quê? - pedi.
- Pediu o divórcio. Vai se separar da mulher para ficar
com Nala.
- Puta. Que. Pariu. Somos casamenteiros, agora? É isso?
- Bem, esse pode ser o foco para outro programa de pós-
graduação, se você estiver interessado.
- Não! Não estou interessado em seus novos programas! -
rosnei - Como a gente vai resolver essa merda?
- Falei com Nala e com Duchkov. Eles concordaram em ser
discretos e manter as transações com o Negligê fora da discussão.
Vão dizer que se conheceram em outro lugar, não vão nos
mencionar.
- Mas continua sendo péssimo pra publicidade do programa.
- Continua. Podemos ter inscrições de amantes em potencial
que na verdade só querem se utilizar do programa para conseguir
um casamento, agora que Nala abriu um precedente.
- E se a conversa que um amante se apaixonou vazar, vamos
perder clientes. A ponto de tornar o programa impraticável.
- É por isso que estou preocupado com essa próxima turma.
Ela precisa ser impecável.
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- Não estou discordando.
- Mas para fazer funcionar, eu preciso encontrar a falha.
Preciso encontrar um modo de identificá-la e preveni-la.
- E como pretende fazer isso?
- Que bom que perguntou. - abriu um sorriso descarado -
Porque eu tenho um plano.
- E pelo seu sorriso sacana eu imagino que seu plano me
envolva.
- Exatamente. - riu - Como está sua disponibilidade de
tempo?
- Do que você precisa?
Passou a língua pelo lábio inferior, umedecendo-o, antes
de sorrir:
- Preciso que passe o próximo final de semana fodendo uma
das minhas alunas.

**********

Prendi meus cabelos enquanto Sven Delvak continuava a


aula.
Eu já tive todas as lições em dirty talking e não
conseguia entender porque o professor Stow indicou que eu
assistisse aquela aula mais uma vez.
É claro que eu não estava reclamando: Sven Delvak era uma
delícia de assistir, em qualquer ocasião. A calça social escura
desenhava sua bunda de um jeito que me fazia espremer os lábios
sempre que ele se virava de costas. Os dois primeiros botões da
sua blusa branca estavam abertos lhe envolvendo em um ar de
sedução capaz de me deixar faminta, hipnotizando meus olhos para
o terceiro botão, o primeiro que estava fechado, em um desejo
irreal de que, talvez, se o encarássemos por tempo suficiente,
ele se abrisse por magia, expondo mais um pouquinho daquele tórax
que pedia língua.
O homem era tão gostoso que deveria ser um crime.
Um daqueles que eu chuparia a noite toda sem receber nada
em troca só para ter uma parte dele para colocar na boca.
Mas nem toda a delícia que Delvak conseguia ser tirava
minha mente daquela pergunta: o que eu estava fazendo ali?
Será que o professor Stow estava insatisfeito com meus
resultados naquela lição?
Eu jurava que tinha ido bem. Talvez não tivesse sido tão
boa quanto imaginei.
- A pergunta é muito simples. - Delvak continuou - Vocês
estudam o assunto há um bom tempo, então, digam pra mim: qual a
parte mais importante do sexo?
- Dirty talk? - um aluno na primeira fila arriscou.
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- O tamanho do pau do cara. - alguém gritou no fundo.
- Tamanho não importa. - a colega ao meu lado se
manifestou - E o fato de homens acharem que tamanho basta é
metade do problema.
- E qual a outra metade? - Delvak incentivou.
Um silêncio se espalhou pela sala enquanto todos
esperávamos a colega responder. Mas ela parecia ter usado apenas
um artifício de linguagem e agora não tinha uma solução para o
desafio do professor.
- A outra metade é que o homem sempre fica duro antes de
nos deixar molhadas. - resolvi ajudar - E aí é uma interminável
sequência de "enfia na boquinha enquanto você aquece" ou "deixa
eu pegar o teu cuzinho, eu passo bastante lubrificante". -
caçooei e os homens ao meu redor vaiaram.
- Malditos homens. - Delvak resmungou, brincalhão, e a
turma se desfez em risadas - Mas você tem um bom ponto,
senhorita...?
- Yaya.
- Senhorita Yaya. - ele passou a língua nos lábios como se
meu nome tivesse um sabor irresistível - Essa é a metade que
falta para sua colega e a parte mais importante do sexo: deixar a
outra pessoa excitada.
Ele levantou da cadeira e se pôs a andar pela sala mais
uma vez, o que era ótimo: nos dava uma visão mais adequada do seu
traseiro impecável e agora era eu quem passava a língua pelos
lábios.
- As pessoas acham que a arte de foder se resume aos
verbos "meter", "estocar" ou "enfiar". Mas estão todas enganadas.
Foder é uma dança que tem como acordes principais os verbos
"seduzir", "hipnotizar" e "tornar irresistível". Mas isso é algo
que poucas pessoas percebem. A parte mais importante do sexo é
fazer a outra parte te desejar. - ele gesticulou com intensidade
- Fazer a outra parte não conseguir pensar em nada que não te
envolva. Sem roupas. Em uma cama, dentro do carro, no meio de uma
sala de reuniões... não importa. Faça a pessoa te desejar além de
qualquer limite, além do nível do suportável... É a parte mais
importante do sexo.
Ele se aproximou da primeira fileira de cadeiras, movendo
os ombros como se apenas se espreguiçasse, mas eu percebi o que
estava fazendo... ele estava forçando os seus músculos apetitosos
contra a camisa justa para que seu corpo ficasse delineado e em
evidência. Ninguém poderia afirmar se o senhor Delvak fazia isso
de propósito ou se a dança de sedução já era tão natural que ele
acertava todos os passos sem sequer pensar nisso.
- A maior parte do sexo está antes ou depois do sexo.
Muito mais do que no durante. Não me entendam mal: orgasmo é o
prêmio final. Mas o orgasmo não é algo que se atinge por um
esforço de alguns minutos, naquele momento em que você está em
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cima da pessoa ou ela em cima de você. - sorriu, oferecendo uma
piscadela safada para ninguém em particular - O orgasmo começa a
se formar horas antes da nudez. Dias, até. Meses, se você for um
predador mais lento.
- E o que isso tem a ver com a aula, orientador?
- Com Dirty Talk? Tudo. Sabe o que é patético? - seu
sorriso era descarado. Sempre. Seu rosto não parecia conhecer um
sorriso de nenhum outro tipo. Seu corpo era atlético e definido,
a pressão contra a parte da frente de suas calças deixava claro
seu tamanho invejável que não poderia ser disfarçado por
enchimento, seu rosto era charmoso e seu porte, sedutor. Mas
quando ele sorria... quando ele colocava aquela porra daquele
sorriso sacana no meio da cara... Você não conseguia olhar para
nenhum outro lugar. - É patético como algumas pessoas acham que
Dirty Talk é o tipo de coisa que só se faz na cama. Algum de
vocês já leu DH Lawrence?
Olhei ao redor esperando alguém na turma se manifestar,
antes de levantar a mão.
- Só uma aluna? Não deixem a professora Strome descobrir
isso. - sussurrou, sapeca, nos fazendo rir - Lady Chatterley? -
apontou o indicador para mim e eu confirmei - Há um diálogo que
eu acho particularmente interessante naquele livro... uma análise
de sexo como uma conversa. O ato do sexo sendo apresentando como
um simples diálogo entre duas pessoas entre as quais há
interação. Conceito interessante, não? Principalmente para a
época. Mas eu não quero encarnar Lexa Strome aqui na frente de
vocês. Vou deixar a parte chata pra ela. - bateu uma palma na
outra e a turma estava rindo mais uma vez - Vamos conversar sobre
a parte mais divertida. Se você vê sexo como algo simples, tudo
que o envolve é simples também. E uma coisa simples pode ser
feita em qualquer lugar, sob qualquer circunstância. É isso -
estalou os dedos - que vocês precisam incorporar. Tratem sexo com
a naturalidade que o tema merece e, quando fizerem isso, vão
perceber que não há momento inapropriado para o Dirty Talk. Não
há momento inapropriado para sussurrar safadezas ao pé do ouvido
de alguém, ou para anunciá-las a plenos pulmões. Se sexo é
simples, falar de sexo também é.
- Nem todo mundo vê assim, orientador.
- E é aí que você as conquista. Dirty Talk é mais sedutor
quando é inesperado. Se eu lhes sussurrar todo tipo de sacanagens
durante uma aula de sexo... qual o efeito que eu vou conquistar?
- Nenhum? - alguém no fundo da sala se pronunciou.
- Nenhum é exagero, querida. - enfiou as mãos nos bolsos -
Mas vou te perdoar por seu excesso porque nunca ouviu meus
sussurros safados para saber o quanto está errada. MAS! O efeito
não seria tão grande quanto se... eu lhe dissesse a mesma frase
dentro de um elevador, enquanto você subia alguns andares para
uma reunião. Com meu indicador escorregando pela curva da sua
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bunda.
- Então, a lição é ser apropriado sendo inapropriado? -
perguntei com um sorriso. Isso era o tipo de conselho que poderia
levar a muitos problemas, processos e casos de polícia.
- A lição é ser inesperado. Não se prendam ao
convencional.
- E o que é convencional em dirty talk?
- Bem! - deu de ombros - Se você já ouviu mais de cinco
vezes em um filme pornô, então é convencional e você deveria
experimentar outras coisas.
- Está dizendo que filmes pornôs não são instrutivos,
orientador? - brinquei.
- Heresia! - exclamou na frente da sala - Jamais! - eu
estava rindo assim como todos - Mas é importante ter outras
coisas em mente. A maior parte do efeito do Dirty Talk está
envolvida não com o que é dito. Mas com o "como" é dito e com o
"quando".
- Acho que depende da pessoa, não? - um aluno na primeira
fila quis saber.
- Não. É do jeito que eu estou dizendo, sempre.
- Não sei se deveríamos tratar sexo como uma coisa tão
absoluta. - lembrei.
- Mas é absoluta, senhorita Yaya. É a coisa mais absoluta
que existe. Quando o assunto é sexo, eu estou certo. E se alguém
te disser o contrário do que eu disse, então essa pessoa está
errada. - sorriu - Vamos por etapas. Vamos começar com o "como".
Aqui! - Delvak pegou um livro na estante e me entregou. - Leia o
começo. Normalmente, por favor.
Eu limpei a garganta antes de enunciar em voz alta.
- "Pego da pena para dar-lhe prova irrefutável de que
considero seus desejos ordens indispensáveis".
- Ótimo. Vamos experimentar outra leitura... - ele se
inclinou buscando algo específico na estante e todas as mulheres
da sala estavam seguindo seu movimento para encarar a bunda que
ele tão gratuitamente demonstrava - Ah! Aqui! Excelente! - ele me
entregou mais um livro - A primeira linha, senhorita Yaya, se não
for incômodo.
Inspirei profundamente e anunciei para a turma mais uma
vez.
- "Eu já me masturbei pensando em Gregory Holt."
- Uma leitura interessante. - apontou o indicador para o
livro - Embora eu creia que eu poderia ser um objeto mais
interessante para essa frase, essa não é a hora de discutir as
preferências da autora.
- Achei que o senhor não ia encarnar a professora Strome.
- levantei um ombro - Mudamos o tema da aula?
- São só frases, senhorita Yaya. São só palavras. Leia
para mim de novo. - ele se aproximou da minha cadeira, apoiando
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uma mão em cada braço, descendo o nível do seu olhar, alinhando
nossas bocas. Ele tinha um cheiro de homem. Cheiro de homem com
tesão. Cheiro de homem com tesão e pronto para te fazer gozar.
Várias vezes. - Leia para mim como se eu estivesse na cama com
você. - murmurou - Como se estivesse me provocando.
Era uma frase simples e eu não precisei tirar os olhos
dele para me lembrar de cada palavra.
- Eu já me masturbei pensando em Gregory Holt. - gemi com
um sussurro - Agora faça eu me masturbar pensando em você.
Delvak riu satisfeito.
- Você é boa. - afirmou, só para mim - A outra frase,
agora. - Não tirou os olhos dos meus. Ele não se constrangia com
os meus avanços. Deveria ter prática demais com aquele tipo de
atitude para se constranger com o que quer que fosse. O homem
estava acostumado a ser caçado tanto quanto estava acostumado a
caçar.
- Pego da pena para dar-lhe prova irrefutável de que
considero seus desejos ordens indispensáveis. - eu tentei gemer,
mas a frase era longa demais para permitir que a sensualidade se
mantivesse constante.
- Palavras demais, não é? - leu minha mente - Só a parte
final.
Agora era eu quem ria safada encarando as palavras finais
da minha frase. Encarei-o mais uma vez, antes de recitar, gulosa:
- Considero seus desejos ordens indispensáveis. - Deixei
minha língua escapar entre meus lábios apenas por tempo
suficiente para ser provocante.
- Muito boa. - sussurrou com uma piscadela - Qual a
diferença entre a primeira e a segunda leitura? - virou-se para o
resto da turma.
- O tom de voz dela.
- Não só o tom. - balançou o indicador - Se você quer
fazer um dirty talk bem sucedido você precisa fazer com que sua
voz de sexo seja diferente da sua voz convencional. Por vários
motivos... e isso é especialmente verdade para as pessoas que se
sentem envergonhadas de falar obscenidades para o parceiro. É
mais fácil quebrar a vergonha quando você tem uma voz para sexo
que é diferente do "não esquece de comprar o pão". - rimos - Cria
um clima de... - estalou os dedos como se procurasse a palavra
certa - Penumbra. Metaforicamente falando, claro. O rosnado
sexual é o equivalente a apagar as luzes do quarto e deixar as do
banheiro acesas. É uma realidade amenizada que torna o encanto
mais sedutor, embora não te deixe completamente as cegas. Por
isso, antes de praticar um dirty talk eficiente você precisa
desenvolver uma voz adequada e se familiarizar com ela. - bebeu
um pouco de água antes de continuar - E não é apenas uma questão
de tom! - lembrou - São três coisas que compõem uma voz de
sucesso. Primeiro - levantou o indicador - vocês precisam reduzir
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o volume. É preciso muita experiência para ser sedutor gritando
uma obscenidade. Não é impossível, mas não é o primeiro passo. O
sussurro vai ser o seu melhor amigo. Fale baixo a ponto de beirar
um gemido incompreensível. A segunda coisa que precisa ser feita
é deixar sua voz mais grave. Para os homens isso é sempre
verdade... para as mulheres, um gemido agudo ocasional pode
excitar... mas a voz mais grave é a que tem o poder de causar
arrepios. Não é por acidente que autores eróticos sempre
descrevem o gemido sexual com uma "voz rouca". A rouquidão é
erótica. É um fato. Mantenham suas vozes baixas e graves.
- E qual é a terceira coisa?
- A terceira coisa é a atitude. A parte que não é
percebida com os ouvidos. Por exemplo, na primeira leitura, a
senhorita Yaya estava olhando para as páginas, não era? Mas na
segunda! Na segunda, ela fez questão de manter o olhar fixo em
mim. Por que fez isso, senhorita?
- Estava tentando ser mais sensual. - expliquei.
- E com sucesso. - piscou um olho para mim e eu mordi o
lábio inferior. Não me incomodaria se ele resolvesse me comer
ali. Na verdade, até insistiria - A atitude é parte do que é
dito. Não apenas recite as palavras de forma automática. Sinta-
as. Diga-as com vontade. Depois disso, só o que vocês precisam é
inovar os momentos em que os erotismos são ditos e quais palavras
usar para não se tornarem repetitivos. Mas essa é a parte fácil.

**********

- Senhorita Yaya.
- Senhor Delvak? - fiquei para trás quando a turma saiu da
sala.
- Stow disse que você é uma das concluintes no curso de
pós-graduação. Ele achou que seria interessante que eu conhecesse
alguns dos alunos, antes da formatura.
- Ah. - Era isso, então. Era por isso que ele tinha me
mandado para essa aula. - Espero que não tenha decepcionado.
- O contrário, na verdade. - ele estava apoiado contra a
mesa com as mãos nos bolsos. Seus olhos me mediam sem qualquer
pudor e eu me empinei elegante, privilegiando sua visão - Vou
levá-la para sair amanhã à noite.
- Senhor? - hesitei.
- Vamos sair. Eu e você. - explicou, sem compromisso - Tem
algum problema com isso?
- Não, senhor. - engoli a seco - Nenhum. - sorri, me
recompondo. Foder Sven Delvak era um sonho recorrente de qualquer
mulher heterossexual com uma boa dose de libido. Mas, se
acontecesse comigo, sempre imaginei que seria no Negligê. Nunca
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fora. Principalmente considerando que, dentro do Clube, todos os
alunos assinavam um acordo de consenso tácito perante os
orientadores. Em outras palavras, dentro do Negligê, ele poderia
me foder por qualquer buraco que quisesse e eu não diria nada
além de “obrigada”.
Mas quem eu estava enganado?
Era bem provável que sexo com Delvak fora do Negligê se
passasse exatamente do mesmo jeito.
- Ótimo. Stow irá lhe passar as instruções e o endereço.
Você me encontrará lá e não se atrasará.
- Sim, senhor. Sem problemas. - esclareci, repassando
mentalmente se eu teria algum compromisso para o dia seguinte. Se
tivesse, precisaria ser sumariamente desmarcado - Posso perguntar
para onde iremos?
Ele riu.
Um rosnado delicioso.
Era dirty talk em outra forma. Só um sorriso. Uma risada
baixa e grave que fazia cada pelo do meu corpo se eriçar
desejando sexo.
O homem era um inquestionável profissional na arte.
- Você vai experimentar a coisa mais gostosa do mundo. -
provocou.
- Sexo? - estreitei os olhos - Vai transar comigo, senhor
Delvak?
Minha vagina estremeceu esperando um "sim".
- Sexo? - repetiu minha pergunta, com descrença - Não, meu
amor. - colocou as mãos na minha cintura e sussurrou cheio de
fome - Sexo é a segunda coisa mais gostosa do mundo. A primeira
sou eu.

**********

- Não acredito que ele disse isso! - Magda estava rindo,


fora de controle - Isso parece ter sido ridículo! - cobriu a boca
com as mãos - Sexo é a segunda coisa mais gostosa... - resmungou
com uma voz forçada.
- Você não estava lá. - indiquei minha taça de vinho para
ela.
- Eu sei que o cara é gostoso, mas por favor!
- Mags, o cara é muito gostoso. Esse é o problema.
- Problema?
- É! Ele é gostoso daquele jeito que pode falar qualquer
merda e ser perdoado. É o jeito que ele fala. Como se tivesse
acabado de beber duas doses do suco da nossa vagina e pedido mais
uma rodada, lambendo os beiços e pedindo "por favor". Ele faz
tudo soar delicioso. Hipocrisias a parte, caras normais têm que
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se esforçar mais. Você sabe. - disse, sem hipocrisias.
- E mulheres normais também. - reclamou, indicando nós
duas.
- Magda! Você é uma mulher linda.
- Eu sei. Mas eu me esforço um bocado para fazer isso
acontecer, enquanto você... - torceu o nariz me fazendo rir alto
- Você acorda pronta pra um desfile da Victoria's Secret.
- Não exagera.
- Literalmente! - exclamou, indignada - Como você consegue
dormir com aquelas porras minúsculas enfiadas na bunda? Eu
preferia dormir pelada do que com aquelas lingeries que você
dorme.
- Gosto de me sentir sensual o tempo todo. - levantei um
ombro - Mas isso é pessoal, não me abusa.
- O homem que casar com você vai ter um problema
sanguíneo. - avisou, fingindo preocupação e eu bebi mais vinho -
O sangue dele vai viver no pênis. Isso não é saudável.
- Magda, a gente pode voltar a conversar sobre coisas
sérias?
- Ah, perdão! Coisas sérias, ok. O presidente da indústria
pornô quer te comer como parte da lição das aulas de sexo que
você assiste. Adoro nossos assuntos sérios.
- Por que você tem que falar como se nunca tivesse ido ao
Negligê?
- Porque eu sou da área de marketing! As aulas são
completamente diferentes pra gente. Não é essa selva selvagem da
sua pós.
- O que eu faço? - senti vontade de sacudir ela.
- Yaya, você deixa ele te comer. O que mais vai fazer? Já
sabe se ele vai pagar?
- Não sei como é o protocolo. O professor Stow só me
enviou uma hora e um endereço. Não sei se ele vai ser um cliente
pago normal.
- E você vai ter que trabalhar de graça? - fez uma careta.
- Mags, algo me diz que Delvak seria mais prazer do que
trabalho. - arregalei os olhos.
- Tudo bem. Então, vai com esse espírito. Se ele te
perguntar o valor, no final, você cobra. Se não, deixa seu
telefone na cabeceira e diz que ele é o maior pau que você já
viu, ou seja lá qual for a mentira que você conta pros clientes
hoje em dia.
Enfiei a mão nos cabelos.
Eu estava nervosa.
E por um motivo bem simples... aquilo não ia ser só um
cliente normal: mesmo que Delvak cobrasse, eu sabia o que estava
em jogo.
Transar com um homem na posição dele seria uma entrevista
de emprego. E eu não queria me dar mal.
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Algumas batidas na porta chamaram nossa atenção.
- O namorado? - riu
Dei um tapa no seu braço e fui até a porta.
- Oi, Dav! Entre.
- Oi, Yas! Magda. - cumprimentou minha amiga, assim que a
viu.
Ela nos ofereceu um sorriso grande demais, em mais uma de
suas tentativas explícitas de constranger o Dav.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
- Não, não. - balançou as mãos, nervoso - O zelador passou
no outro dia, você não estava em casa. Houve algum escapamento de
gás no andar de cima. Ele passou pelo meu apartamento e precisou
ver o seu. Me pareceu urgente, então usei a chave reserva que
você deixou comigo. Mas acompanhei ele todo o tempo. -
acrescentou depressa - Ele só olhou seu fogão e foi embora. Achei
que era melhor te avisar.
- Oh. - hesitei - Obrigada, David!
- Não foi nada. De verdade.
Atrás dele, Magda revirava os olhos em uma careta de
"gostoso".
David era um dos meus amigos mais antigos. Fomos vizinhos
há eras atrás quando ainda éramos moleques procurando um jeito de
nos meter em encrencas. Mas nós crescemos e nos afastamos. Foi o
acaso que me trouxe de volta para a cidade há alguns anos... Dave
conhecia o antigo dono do meu atual apartamento e infernizou a
vida do coitado até me conseguir um bom preço. Ele era um bom
amigo...
Magda, no entanto, achava que David precisava de sexo. E
achava que ele precisava de sexo comigo.
- E ele descobriu onde era o vazamento?
- Sim. Vão precisar fazer os reparos próxima semana. Mas
vamos ficar sem gás até segunda. Sei que pra você não é problema,
com seu vício por delivery - riu.
- Ou vocês podem sair para jantar. - Magda sugeriu sem
qualquer inocência.
David revirou os olhos com um meio sorriso. Entre minhas
indiscrições e as dela, ele já estava acostumado a ficar com
vergonha na minha casa.
- Também pode ser feito. - sorriu, educado. Mas eu vi em
seu cruzar de braços que estava com vergonha. Ele tinha os
cabelos escuros, penteados com os dedos de um jeito bagunçado, o
que contrastava com sua barba geralmente bem feita. Seus olhos
eram azuis e seu jeito, modesto. Era alto e tinha engordado um
pouco nos últimos anos, mas de uns meses para cá parecia ter
encontrado uma academia ou algo que o valha, o que tinha levado
ao fluxo constante de comentários sobre ele estar “gostoso”, da
parte de minha amiga.
Tinha um sorriso gentil. Era a parte dele que eu mais
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gostava.
- Obrigada, Dav! - apertei seu braço quando ele se virou
para sair, sorrindo discreto, e se despedindo com um gesto.
Assim que a porta se fechou, Magda estava empoleirada no
meu ombro.
- Yasmine, se você não quiser, eu posso ficar pra mim?
- Mags, sua vida romântica já tá uma loucura sem
acrescentar mais um homem.
- Não sei por que você não faz nada. Ele é apaixonado por
você.
- Magda... Ele é meu melhor amigo.
- E mesmo que você diga na minha cara que não sente
nadinha por ele, eu vou ter certeza que é mentira.
Respirei fundo, sugerindo minha impaciência.
- E ele emagreceu! As aulas do Ben estão fazendo sucesso!
- Aulas do Ben? - perguntei.
- É! Ele entrou pra academia do Ben, você não sabia?
- Não! - abri a boca em choque - O Dav aprendendo jiu
jitsu? O Dav? - ri.
- É, eu também achei estranho. Esse jeito dele de bom moço
é difícil de conciliar com outras coisas. Mas ele sempre foi
charmoso e agora, Yasmine, minha filha! - ela agarrou meu braço
com força - Agora o teu Dav tá ficando gostoso.
- Não é meu Dav, Magda.
- Pode ser o meu Dav, então? - sorriu, libidinosa.
- Vamos falar do Dav ou do Delvak?
- Do Delvak! - cruzou as pernas, animada, rindo.

**********

Ele usava uma blusa azul de botões abertos por cima de uma
camiseta vermelha. As mangas compridas da camisa azul se dobravam
em seus antebraços. A calça jeans justa e o colar de pingente
simples lhe davam um ar de badboy me fazendo desejar atravessá-lo
no meu colo e espancar sua bundinha antes de mordê-la.
- Senhorita Yasmine. - cumprimentou.
- Pode me chamar de Yaya. - me aproximei o suficiente para
deixar minha bochecha a sua disposição. A boca também, mas isso
foi só porque eu sou safada e nunca se sabe quando a vida vai te
dar um brinde, não imaginei que ele fosse realmente me receber
com um beijo de língua.
- Achei que era seu pseudônimo para o Negligê. - ignorou
minha bochecha e, ao invés disso, tomou minha mão nos lábios e
beijou meus dedos.
- Uso meu apelido como nome de guerra. - brinquei,
sentindo sua saliva aquecer minha pele - Não tenho nada para
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esconder.
- Li sua ficha. É impressionante.
- Quer compartilhar algo em especial?
- Tenho uma admiração muito particular por dominatrixes. -
confessou. Eu olhei ao redor, preocupada que sua absoluta
descontração diante de um tema repleto de tabus fosse atrair uma
atenção indesejada de transeuntes - Minha mãe trabalhou com isso
por um tempo.
- Atendimento pessoal ou em clubes?
- Ambos. Mas mais em clubes. - indicou a bilheteria com um
gesto e nos encaminhamos para a fila - Era dona de um lugar já no
fim da vida.
- Oh, sinto muito.
- Não se incomode. - abanou a mão com seu eterno sorriso -
Ela viveu muito mais do que muita gente.
- Não duvido.
- Posso perguntar como começou a seguir a carreira?
- Você não parece o tipo de homem que pede permissão. -
levantei uma sobrancelha.
- Bem, se vamos falar de sexo no meio da fila já vão me
olhar como se eu fosse pervertido. - riu - Pelo menos vou ser um
pervertido educado.
- Comecei como dançarina. – expliquei – Mas minha primeira
vez na profissão foi por causa do meu trabalho como massagista.
- Tântrica, tailandesa?
- Simples... massagem de pedras quentes, shiatsu...
Trabalhava em alguns hotéis elegantes.
- Deixe-me adivinhar... Um dia um cliente pediu algo mais,
se ofereceu para pagar uma boa quantia e você pensou "Por que
não?".
- Quase certo.
- Que parte eu errei?
- Não foi por dinheiro... Foi um par de ingressos pro jogo
dos Bulldogs.
Ele se afastou um pouco e me observou com curiosidade.
- Trocou sexo por um par de ingressos pra um jogo de
hockey?
- Eram lugares excelentes. - fechei os olhos.
- Oliver estava certo. - dobrou o lábio - Você é uma ótima
opção.
- Perdão?
- Estou com uns problemas no trabalho esse fim de semana,
senhorita... Yaya. - me ofereceu o braço e eu me enlacei em seu
corpo - Preciso... relaxar. Oliver me falou que você poderia ser
uma boa opção. Então, vai ficar comigo esse fim de semana. Seria
um problema?
- Nenhum, senhor.
- Pense nisso como um teste. Você sabe os detalhes do seu
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curso de pós-graduação, não sabe?
- Sei. Clientes exclusivos para uma experiência de namoro
a longo prazo.
- Perfeita definição. Então... quero que fique comigo como
ficaria se eu fosse o cliente a longo prazo. Quero ver como se
porta.
Entrevista de emprego.
Sven Delvak não precisava contratar uma aluna para
diversão e relaxamento por um fim de semana. Faria isso apenas se
quisesse. E, se fosse o caso, não ficaria conversando sobre
trabalho. Era uma entrevista de emprego. Uma que eu queria me
esforçar para ser excelente.
- Bem... se fosse um cliente a longo prazo, eu teria
pesquisado você, primeiro. Para descobrir seus gostos, suas
preferências...
- Quer dizer que nunca me pesquisou, Yaya? Estou ofendido.
- exagerou na expressão de indignação.
- Caso eu não tenha pesquisado - sorri, sugestiva - o que
seria importante saber?
- Seria direta assim com um cliente?
- Não. - levantei um ombro - Descobriria aos poucos.
- Tudo bem. Vamos experimentar isso, então.
- Descobrir aos poucos?
- Não estou com pressa, senhorita. - abriu os braços,
quando um dos guichês ficou livre, expondo seu belo corpo - E
você?

**********

Quando Delvak escolheu a última fileira no cinema eu tive


certeza que ele tinha segundas intenções e passei a primeira hora
do filme esperando que ele passasse a mão nas minhas coxas ou
algo similar.
Mas ele se portou como um cavalheiro. Ofereceu pipoca e
doces que tinha comprado para nós dois, bebeu do seu refrigerante
e... assistiu ao filme. A narrativa era boba e as cenas,
violentas. O teor do filme e o horário de exibição garantiam que
a plateia seria adulta e escassa, o que acabou sendo mais um
elemento para que eu ficasse severamente frustrada com a ausência
de contato físico a que ele tinha me submetido.
Eu já estava começando a prestar atenção na história e a
me entreter nas intermináveis cenas de ação quando ele se
aproximou.
- Está gostando? - sua voz era quente e entrou pelos meus
ouvidos fazendo meu corpo tremer.
- Do filme? - sussurrei, sobressaltada.
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- Do filme. - ele riu, divertindo-se com minha surpresa.
Não era nada que eu gostasse em particular... Mas se o
objetivo era ver como eu me portaria com clientes...
- Estou adorando. É um dos meus gêneros favoritos. O único
problema é que esse tipo de filme sempre me deixa excitada. -
murmurei, dengosa.
- Hm... - umedeceu o lábio inferior - Oliver estava certo.
Você é muito boa. - aprovou.
- Você ainda não faz ideia. - gemi baixinho.
- Cinemas são interessantes. - murmurou, voltando-se para
mim, fazendo nossos narizes se tocarem - A voz de dirty talk sai
de forma praticamente natural, não é?
- A não ser que você comece a me tocar e eu precise
gritar. - lembrei.
- Será que você consegue se comportar? - desafiou.
- Depende do tamanho da tentação.
- Ah, querida, a tentação é enorme.
- Hmm? - gemi mais uma vez.
- A maior que você já viu.
- Posso comprovar?
Escorreguei a mão pelo seu abdômen e puta que pariu o
homem era firme. A única coisa que ele deveria ver mais do que
camisinhas era uma academia.
- Não. - segurou minha mão.
Não?
- Pode ficar nua na minha frente, ao invés disso. - soltou
minha mão e se inclinou na minha direção de um modo perigoso.
- Quando quiser. - continuei o jogo.
- Ótimo. Vou querer agora, por favor.
Minha boca estava entreaberta e eu quis questioná-lo. Mas
estava ali: a atitude. Era exatamente o que ele tinha descrito na
aula. Não eram apenas as palavras ditas, era o modo como ele as
dizia. O modo que deixava claro que ele queria me ver nua, agora
e não ia aceitar questionamentos. Eu engoli a seco e senti algo
no meu útero arder. Era aquele ardor que prenunciava a cachoeira
na minha vagina sempre que um homem conseguia me excitar até
perder o discernimento e a capacidade de dizer "não".
O detalhe é que homens sempre demoravam para me deixar
naquele estágio.
Delvak sequer estava me tocando.
Ele apenas raspava sua barba mal feita de leve pelo meu
rosto enquanto comprimia nossos narizes. Nossos hálitos se
misturando. Ele espremeu os lábios e eu quis lambe-lo. Apenas...
estirar minha língua para fora e sentir o gosto da sua pele.
- Agora? - murmurei.
- Agora. - pude ver seu olhar se dirigindo para o grupo de
pessoas na fileira a nossa frente. Cinco ou seis jovens adultos
assistindo ao filme em silêncio.
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- Quero ver se você está depilada ou se eu vou ter o que
agarrar enquanto convenço um daqueles moleques a morder a tua
bunda.
Eu não estava completamente depilada e os pelos da minha
boceta estavam se arrepiando com o som da sua voz.
- Talvez eu peça para um deles te foder de quatro. -
suspirou, raspando os lábios no meu lóbulo - Para eu poder ouvir
qual o som que sai dessa tua boquinha safada quando um estranho
te come como uma cachorra.
- Dirty talking, professor? - foi só quando as palavras
saíram que eu percebi que estava ofegando.
- Fui pra aula hoje só para te conhecer, minha safadinha.
Eu não dou aulas. Acho que quem não sabe como fazer, ensina. Por
isso, o Oliver ensina e eu faço.
- Não são só safadezas para excitar, então?
- São promessas. - gemeu - Se eu estivesse apenas falando
safadezas para excitar, eu descreveria como vou te atravessar
nessas cadeiras e como eu estou louco para sentir o cheiro da sua
fenda. Botar você na minha boca até você derreter. E depois
colocar todos os seus buracos no meu cardápio pessoal.
Eu sentia vontade de fechar os olhos e gozar.
- Mas, primeiro, você vai ficar nua nesse caralho. -
ordenou.
Tinha algo denso no seu porte, na sua voz, nos seus
gestos. O modo como se inclinava contra o encosto da cadeira que
nos separava, invadindo meu espaço pessoal e me fazendo desejar
ter coragem para fazer exatamente o que ele pedia.
Olhei para baixo.
Sua hipnose era tão poderosa que eu não conseguia mais
lembrar do que tinha decidido vestir.
Uma blusa delicada e quase transparente e uma saia curta
que mal atingia o topo das coxas.
Alguns anos de prostituição me ensinaram que não é tanto a
questão do tamanho da roupa quanto do tecido. Tecidos vagabundos
com lantejoulas e estampas de mal gosto que mal chegam ao meio da
coxa: puta barata. Seda, cetim, cashmere e cristais swarovski que
mal chegam ao meio da coxa: acompanhante de luxo.
Era algo assim que eu usava. Algo provocante e elegante.
Eu cruzava as pernas fazendo o tecido curto subir e era a puta.
Me recompunha andando altiva por um salão em meus saltos agulha e
era uma dama sensual.
O conjunto poderia ser arrancado facilmente com dedos e
dentes em uma sessão inesperada de sexo, ou poderia ser
cuidadosamente retirada no meu banheiro no fim da noite para
evitar que algum fio do frágil ensemble fosse repuxado.
Mas Delvak queria o melhor de dois mundos: queria que eu
me despisse com cuidado em uma situação inesperada.
Como eu ia conseguir tirar aquela merda, que levava dez
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minutos para vestir, no escuro do cinema e com quase nenhum
espaço?
Sem contar que a perspectiva do que viria a seguir não era
exatamente encorajadora: eu teria que ficar nua em pelo, em
público. E esperar o que ele faria comigo. Ok, essa última parte
faria todo o resto valer a pena, com certeza.
E foi por isso que fiquei de pé.
Homens gostam de contato visual. Sentem um tesão
enlouquecedor de imaginar que é por eles que você está pingando e
nada deixa isso tão claro quanto uma encarada inescapável. Ele
colocou mais uma porção de pipocas na sua boca safada e deliciosa
enquanto eu me remexia devagar me livrando do tecido delicado
como se estivesse fodendo minha própria roupa. Ondulei minhas
curvas a cada nova peça que caía deixando o contato do pano me
excitar.
O movimento atraiu a atenção de um dos rapazes na fileira
frente e eu vi sua boca aberta em descrença quando ele enfiou o
cotovelo nas costelas do colega. As cadeiras da fileira da frente
começavam quase na minha cintura e eu soube que os garotos teriam
uma visão invejável da minha bunda ainda coberta com o fio dental
transparente da Bordelle.
Coloquei um joelho de cada lado do seu quadril, montada em
seu corpo másculo. Delvak não hesitou e apertou minhas coxas com
fome.
- Tira pra mim? - pedi, manhosa, curvando meu tórax para
que meus seios se aproximassem do seu rosto.
Subiu as mãos pela minha cintura se esfregando em mim e eu
estava com tanto tesão que já começava a ver manchas. Ele
precisou de um segundo e apenas uma das mãos para desatacar o
fecho do meu soutien e liberar meus seios ao ar condicionado frio
do cinema vazio. Usou apenas os lábios para puxar um de meus
mamilos e depois o outro. Experimentando-os como uma cortesia de
degustação. Rebolei no seu colo, sua rigidez ainda protegida pela
calça jeans pressionada contra minha roupa íntima e encharcada.
Puxou uma tira da calcinha, fazendo-a estalar contra minha
pele.
- Tira isso também ou eu vou arrancar.
Eu me levantei e fiquei completamente nua para ele. Passei
meus dedos longos pela parte interna da coxa, provocando-o.
Levando meus próprios dedos para a boca, chupando-os, sentindo o
gosto da minha excitação que já escorria por minhas pernas.
Delvak gesticulou com o indicador para que eu desse uma
volta e eu obedeci. Girei, rebolando com suavidade para que ele
inspecionasse minha nudez.
A fila da frente inteira era nossa audiência particular e
um dos garotos tinha se sentado de lado em uma tentativa
desesperada de não perder um segundo de exibição. A única mulher
que compunha o grupo me observou ultrajada com uma careta de
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nojo, antes de se levantar furiosa, saindo da sala. Um dos
garotos hesitou, acompanhando seu movimento, quando ela se foi.
Namorada. Sorri. Ele me encarou com o lábio entre os dentes e
fechou os olhos como se tivesse certeza que nunca ia se perdoar
pela própria decisão. Mas levantou e correu atrás da namorada
como um bichinho de estimação.
Eu ia precisar fazer Delvak me comer bem depressa ou a
puritana ia chamar a polícia e acabar com minha brincadeira antes
que eu gozasse.
- Me come, agora. - Me inclinei sobre ele, buscando sua
orelha.
- Desde quando você manda em mim?
Me ajoelhei, entrelaçando os dedos, sobre seu joelho.
- Por favor. - implorei com um gemido doente de tesão.
- Gosto disso. - segurou meu queixo entre seu polegar e
indicador - Gosto quando você implora. Agora, levanta.
- Acho que ela vai chamar a polícia, senhor. - mordi o
lábio, sem querer destruir o clima, mas tentando lembrá-lo de um
problema iminente.
Delvak se inclinou, juntando nossas bocas e me lambeu.
- A quem você pertence? - rosnou.
- A você. - gemi.
- Isso. - sorriu, satisfeito - Você me pertence e se
alguém tiver um problema com teus peitinhos ou tua bocetinha em
exibição na sala 12 vai ter que resolver comigo. Agora... - se
recostou de volta na cadeira antes de sussurrar - Levanta e
rebola essa bunda. Deixa teu dono se preocupar com o resto.
Obedeci prontamente e me empinei para o nosso público
particular.
Delvak assoviou alto o suficiente para chamar a atenção
dos garotos.
- Ei. - dobrou o corpo para poder conversar com o garoto
na cadeira imediatamente na frente da sua - Já chupou uma mulher
em um cinema?
Ele balançou a cabeça negativamente e Delvak lhe respondeu
com uma expressão de incredulidade.
- Você não tem namorada, moleque? - perguntou descrente.
- Ahm... - estava tentando relembrar como palavras
funcionavam - Ela... Ah... acabou comigo. No mês passado. -
confidenciou.
- Hmm... - Delvak assentiu - Provavelmente, porque você
nunca a chupou em um cinema. - aconselhou - Mas não é muito
diferente de fazer isso em qualquer outro lugar público. -
explicou.
- Eu... ahm... nunca fiz isso em um lugar público. -
murmurou.
Delvak o encarou com indignação.
- Você é uma vergonha para o gênero masculino. - constatou
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- Vamos mudar isso agora. Yaya, abra as pernas para o meu amigo
aqui não ser mais uma vergonha.
O garoto lambeu os beiços como se estivesse diante da
primeira refeição após meses passando fome.
Deixei Delvak me guiar com a mão em minha cintura. Enfiou
a outra mão no meio das minhas pernas, afastando minhas coxas e
me abrindo para o seu amigo.
O garoto se ajoelhou na cadeira para conseguir ficar mais
alto e enfiou a língua em mim enquanto seus amigos se inclinavam
esperando receber o mesmo privilégio.
Ele não era exatamente invejável na arte de lamber uma
vagina, mas era esforçado. E o contexto já era mais do que
suficiente para me deixar louca, mordendo os lábios para
controlar os gemidos. Ele usou sua língua macia para o princípio
de uma penetração fazendo com que eu me esfregasse em sua boca.
Delvak se moveu subitamente e eu o vi arrancando o celular
da mão de um dos moleques.
- Você não filma minha mulher sem minha autorização,
idiota. Acabou a brincadeira. - me puxou de volta, tirando-me do
alcance de todos e os outros dois se viraram para o dono do
celular com olhares homicidas.
Puxou a barra da camisa para cima e apontou para a própria
virilha em uma instrução óbvia.
Desabotoei sua calça, gulosa.
- Vai me experimentar, agora, Yaya. E vai gostar.
Eu não tinha dúvidas e mal sua majestosa ereção ficou
livre, eu já a tinha enfiada na boca. Subindo pela minha
garganta. Enfiei as mãos por baixo da sua camisa para sentir os
músculos do seu estômago e a faixa curta de pelos que iam do seu
umbigo ao seu cacete. Passava a língua pela sua extensão,
desesperada para engolir cada gota do seu sabor, apertando meus
dedos pela sua carne deliciosa.
Não me incomodaria nem um pouco em ter um homem desses na
cama todos os dias. Ia engolir sua porra no café da manhã todos
os dias e ser feliz. Senti dedos se enfiando pela minha bunda,
sentindo a bochecha da minha nádega e me apertando com beliscões.
Ouvi Delvak rindo e vi, com o canto do olho, um dos garotos se
aproveitando da minha impotência. Tinha uma língua na minha
vagina mais uma vez e dentes na minha bunda... na minha coxa...
Delvak puxou meus cabelos com força e guiou minha bunda,
virando-me de frente para os garotos, mais uma vez. Sentou-se na
ponta da cadeira e me fez montar sobre ele em uma vaqueira ao
contrário. Abri as pernas e o deixei possuir minhas entranhas.
Fechei os olhos e mordi os nós dos dedos para impedir o grito.
Ele era longo e grosso.
Tinha um jeito de se enfiar na mulher que te fazia sentir
cada centímetro de encorpada extensão. Coloquei as mãos em suas
pernas, buscando apoio e as mãos grossas na minha cintura
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forçaram o movimento. Cavalguei aquele caralho monstruoso com uma
vontade incansável. Engolindo-o com minha boceta febril. Meus
seios balançavam, girando fora de controle a cada novo impacto.
Mordia meus dedos com tanta força que tive certeza que haveria
consequências. Um dos garotos arriscou levar uma mão ao meu
clitóris, mas Delvak lhe deu um tapa com grosseria e assumiu ele
mesmo o controle da massagem no meu grelo. Beliscando-o e
repuxando, eu fechei os olhos e me perdi no seu movimento até
atingir minha crise com um grito rouco e abafado que fez minhas
pernas doerem e meus dedos latejarem entre os meus dentes.

**********

Eu tinha certeza que estava ruborizada da cabeça aos pés


quando saímos do cinema. Eu era prostituta há anos. E antes disso
já gostava do meu sexo experimental e sem julgamentos. Por isso
era especialmente surpreendente como o senhor Delvak tinha
conseguido me destruir em poucas horas.
Fazia muito tempo que eu não experimentava essa sensação
na mão de um homem. Ou de uma mulher. Minhas pernas bambas me
forçavam a me apoiar no braço que Delvak me oferecia e em seu
rosto, na sua arrogância e confiança, eu sabia que ele tinha
certeza que era o motivo da minha fraqueza.
Sempre tinha sido eu quem deixava os homens esgotados e
pedindo menos.
- Com licença. - os garotos do cinema estavam parados ao
nosso lado em um pequeno grupo, nos observando com o canto do
olho e com sorrisos divertidos. O que se aproximou parecia
constrangido e eu imaginei que ele deveria ter perdido alguma
aposta ou recebido dinheiro dos amigos para ter vindo até nós.
- Sim? - Delvak perguntou, autoritário.
- A gente pode conversar com o senhor um instante?
O presidente da Willex olhou para mim, tão confuso quanto
eu.
- Diga, rapaz.
- É... - ele me observou como se não quisesse falar na
minha frente.
Delvak me entregou um cartão do hotel e deixou que eu
ensaiasse minhas pernas antes de me afastar. Estavam mais firmes
e ele sentiu segurança para me deixar de pé, sozinha, antes de me
entregar um cartão.
- Conhece o hotel?
- Conheço.
- Pegue suas coisas e me encontre lá para o fim de semana.
Pergunte por mim no concierge.
- Sim, senhor.
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A curiosidade me impediu de me afastar rápido demais e eu
atrasei o passo enquanto Delvak andava até seu conversível
estacionado no meio-fio. O jovem o seguiu, admirado e eu o ouvi
perguntar:
- Quanto a gente tem que pagar para uma mulher assim fazer
uma coisa dessas? - quis saber. Eu hesitei, controlando a risada
e arrisquei um olhar por cima do ombro.
Delvak olhou de volta para mim, não estava surpreso com
meu interesse.
- Não paguei a ela por sexo, garoto.
- Não? - o moleque olhou de volta para os amigos em
absoluta descrença - E... Então o que... o que um cara tem que
fazer para... para uma mulher dessas... tirar a roupa assim, em
público?
Sven estava olhando para mim. Estava sentado no banco do
motorista do seu conversível escuro e me encarando sem qualquer
pudor. O seu sorriso era gostoso, mas não tão gostoso quanto seu
cacete como eu tinha descoberto bem rápido. No seu olhar, eu
sentia a promessa de um fim de semana inesquecível.
- Ele tem que excitá-la. - explicou, girando a chave na
ignição e mesmo por cima do ronco do motor eu ainda ouvi o seu
rosnado sexual e convicto afirmar - Tem que excitá-la até ela não
conseguir mais suportar.
Ele se foi e eu sorri, na certeza de que teria um fim de
semana excelente.

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2 - 69

O concierge me entregou o cartão que servia de chave para


a suíte presidencial e me indicou qual elevador tomar. Dispensei
ajuda para levar minha mala. Não sabia o que iria encontrar
dentro daquele quarto e preferia manter a intimidade do
presidente da Willex longe dos olhos de carregadores de malas e
funcionários de hotéis.
Eu estava excitada e seria hipocrisia fingir que não.
Delvak mantinha essa áurea inexplicável e excitante ao seu
redor: era impossível pensar nele e não pensar em sexo.
Nossa breve e intensa experiência no cinema tinha
contribuído para piorar o seu efeito e eu já abri a porta
desejando que ele tivesse vigor para me comer de novo.
As luzes estavam apagadas. Deixei minha mala em cima de um
dos sofás e o vi em cima da cama. Nu, os olhos fechados, envolto
por um sono pesado.
Eu poderia apenas tomar um banho, me deitar ao seu lado e
aguardar as instruções do dia seguinte.
Ou eu podia fazer com ele o mesmo que faria com um
cliente. Era essa a brincadeira, não era?
Pus-me de joelhos na cama e rastejei sobre ele.
Mesmo flácido seu pau não cabia inteiro na minha boca. Eu
me esforcei, mas não consegui engoli-lo todo. Quando ele ficasse
duro seria mais fácil. Ele ficaria maior, mas pelo menos estaria
ereto.
Soltei a carne que eu tinha abocanhando e lambi as dobras
da sua glande assistindo seu cacete começar a endurecer e babar.
Ele gemeu, ainda sonolento e eu o enfiei na boca mais uma vez.
Gemi safada, suspirando contra suas coxas, sentindo-o aumentar na
minha garganta.
Sua mão estava na minha nuca, seus dedos agarrando meus
cabelos.
- Filha da puta... - rosnou com uma voz grave que me
entupiu de tesão
A baba escorria da cabeça do seu pau: lubrificante dele,
saliva minha. Escorrendo pela lateral do seu mastro rígido,
caindo no seu pelo e testículos. Seus pentelhos eram loiros e
curtos, ele deveria ter se depilado há pouco tempo e os pelos
começavam a nascer. Eu adorava quando a porra do homem fazia
isso. Me dava um tesão insuportável. Não era só o tamanho do
cacete que ficava invejável e imponente... era quando aquela
merda daqueles pentelhos começavam a nascer, ríspidos...
arranhando minha vagina quando eles me fodiam. Raspando no meu
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grelo e me fazendo ver constelações inteiras. Lambi a mistura de
nossas secreções que derretia pelo seu pau, me demorando com seu
sabor na língua antes de engoli-la.
- Adoro mulher gulosa.
- E eu adoro um homem que é uma boa refeição. - murmurei.
Ele gemeu, poderoso, movendo o quadril contra minha boca, me
fazendo receber seu impulso e angústia.
Dei tapas na sua extensão com minha língua ágil,
mordiscando pedaços de pele, enfiando minhas unhas na carne de
suas coxas fortes.
Soltou meus cabelos e jogou os braços para trás, agarrando
o próprio travesseiro. Levantei o olhar brevemente, para ver seus
músculos contraídos. A fome se agarrou ao meu corpo com ainda
mais força.
- Vem cá. - ele se dobrou sobre mim, estapeando uma das
bandas do meu traseiro, agressivo, seus dedos invadindo a
rachadura entre as bochechas, raspando na entrada do meu cu. Um
calafrio no meu corpo inteiro, prevendo os próximos contatos.
Delvak agarrou uma de minhas coxas e me moveu sobre a cama, na
sua liderança típica de macho que sabe foder e que faz uma mulher
gozar com uma maestria que dispensa comentários.
Arreganhou-me na cama e lambeu minha bocetinha encharcada.
Agora era eu quem me agarrava nos lençóis. Rápido demais sua
língua se foi e ele estava me segurando pelos quadris e me
arrastando pela cama mais uma vez. Gemi, em parte por prazer, em
parte pelo susto, mas obedeci.
Montada sobre seu rosto, alonguei-me por seu abdômen
definido e encarei o traço de pelos claros que levava a base de
sua ereção. A ponta do seu cacete ultrapassava seu umbigo com uma
folga invejável e meus lábios não demoraram para atingir a
cabecinha da sua rigidez.
Eu o tinha na boca enquanto ele retribuía. Empreguei todas
as minhas técnicas analisadas, aulas assistidas e anos de
experiência, mas... Minha mente não conseguia focar no prazer do
cliente. Por um motivo muito simples: o que o cliente fazia com
minha xaninha era algo digno de uma medalha.
Delvak tinha dito que gostava de uma mulher gulosa
enquanto ele mesmo também se enquadrava na mesma definição.
Guloso.
Guloso bebendo meu suquinho.
Guloso se alimentando do meu grelo.
Chupando meu tesão.
Se afogando no meu desejo grosso e líquido.
O homem era um fenômeno e eu não conseguia entender como
ele conseguia fazer o que estava fazendo com uma língua só.
Eu já tinha sido chupada por dois homens ao mesmo tempo,
mas a destreza de Delvak superava até as habilidades de duas
línguas independentes.
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Era como ele posicionava seus dedos. Como ele provocava
meu cu, espalhava dentadas pelos grandes e pequenos lábios, como
me preenchia de sua saliva e a bebia de volta depois que já a
tinha misturada a mim.
Devolvi o prazer como pude, tentando me manter esfomeada
por ele na mesma medida. Mas eu estava perdendo a razão. Minha
cabeça ficava leve, meus pensamentos flutuavam, eu não sabia mais
se ele estava dentro da minha boca enquanto eu gemia e gemia
desconexamente.
Aquele caralho daquela língua pesada e macia.
Como um homem podia ser tão bom naquilo?
Era um pecado que ele não ensinasse. Os homens do mundo
precisavam aprender aquilo!
Uma mulher não podia viver sem ter experimentado uma
língua como a de Delvak pelo menos uma vez.
Eu suava e arfava na iminência do orgasmo. Poderoso e
inevitável.
Abri a boca e o engoli. Aproveitando seu cacete alinhado
com minha garganta graças a posição. Ele gritou na minha vagina
quando eu suguei. Seu hálito quente na minha virilha fez espasmos
se espalharem pelo meu corpo.
- Delícia. - gemeu após uma lambida particularmente longa.
Eu o sentia brincando com meu clitóris usando apenas movimentos
firmes da ponta da língua, depois me fodia com a língua dura e
esticada. Eu estava inteira na sua boca.
Arranhei seus testículos e o movimento no seu quadril se
intensificou.
Ele era o cliente.
Eu era a profissional.
Ele precisava gozar antes de mim.
Seu pênis ingurgitou em vasos dilatados, prenunciando o
esporro e eu o enfiei na garganta.
Mas o alívio não veio. A porra do homem estava segurando o
esporro como um super-herói, fodendo minha gargantinha até o fim,
sem nunca parar de me chupar.
Eu ia explodir de tanto prazer.
Não era apenas "explodir" como em um orgasmo.
Eu ia explodir mesmo, meu corpo não ia aguentar aquilo por
muito mais e ia se desintegrar.
Estávamos um lutando contra o orgasmo do outro, tentando
durar mais tempo, tentando encontrar o alívio depois.
Seu pênis latejava na minha língua, fazendo meu corpo
inteiro tremer.
- Está resistindo bravamente. - riu, seu sorriso ali,
alinhado com minha parte mais íntima me fez apertar as coxas
contra seu rosto. Ele me mordeu com força e eu gritei - Mas se
for uma competição... - suas mordidas ficaram mais perigosas, eu
me encontrava em um transe atingindo o estado de nirvana - eu vou
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ganhar. - com sua última afirmação, soltou a pressão da minha
vagina, e soprou.
Um hálito fresco em toda minha superfície, causando frio
ao meu clitóris e a minha pele friccionada.
Eu gozei.
Gozei como não lembrava de algum dia ter gozado na vida.
Tentei manter seu pau na boca, mas era poderoso demais
para mim
Não havia futuro naquilo.
Ele estava certo. Ele ganhou.
E, sinceramente, eu não sabia como algum dia alguma mulher
poderia impedi-lo de ganhar.
- Se divertiu? - ele me guiou com cuidado, tentando não me
machucar e eu estava deitada de costas na cama, tentando voltar a
respirar.
- Muito. - admiti - Se fosse um cliente normal, eu ficaria
constrangida de te cobrar. - provoquei.
- Ah, querida. - seus dentes estavam no meu queixo, assim
como seu sorriso sacana - Mas eu sou um cliente. - suas palavras
estavam me excitando de novo - Ainda estou duro e insatisfeito. -
sorriu - E agora eu quero tua bunda.

**********

Delvak me virou na cama, levantando um de meus joelhos,


pressionando o cotovelo contra a parte baixa das minhas costas.
Apertada contra o colchão, senti sua respiração no meu pescoço e
o a ponta do seu pau duro raspando nas minhas coxas em cócegas
provocantes.
- Você gosta assim? - gemi, safada.
- Eu gosto de ouvir uma mulher gozando em desespero. -
mordeu meu lóbulo - E só com estímulo ao clitóris é fácil demais.
Ele levantou me puxando pela cintura.
- Eu gosto de um desafio. - riu. A sacanagem escorria pelo
seu corpo junto com nosso suor quando ele me colocou de quatro no
divã ao lado da cama.
Esperei ele se enterrar em mim com força. Um pouco de
cuspe ou lubrificante e um pau monstruoso na minha bunda. Muitas
mulheres são dengosas na hora de entregar o cu ao parceiro. No
meu caso, depois de alguns anos de prostituição, eu nem precisava
mais de tanto lubrificante. Se o cliente fosse simpático ia
estimular meu clitóris, se não, eu cobrava mais caro e ficava
tudo certo.
Mas o que Delvak fez foi o oposto. Ele não abriu minhas
bandas e se enfiou no meu corpo. Ele não me entupiu de saliva e
pediu para eu avisar se doesse já com o cacete todo enfiado no
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meu cólon.
Sua língua estava nas bochechas da minha bunda. Suas mãos
apertavam minhas coxas em uma massagem lenta e experiente.
Estimulando minhas terminações nervosas, acariciando o encontro
entre minhas pernas com um indicador habilidoso me fazendo
salivar. Sua língua na minha pele, venerando meu corpo com beijos
quentes e sussurros entrecortados. Eu estava encharcando e
praticamente implorando para que ele fizesse como os outros
homens: para que me rasgasse de uma vez ou qualquer outra coisa
que interrompesse aquele suplício.
Meu corpo febril tremia sob seu toque, arranhões suaves
com as pontas dos dedos. Um beliscão potente unindo os lábios da
minha vagina, puxando-os para um lado e para o outro.
Apoiei a cabeça no encosto do divã, virando o rosto de
lado para observar o que pudesse. A posição liberou minhas mãos
para que eu abrisse minhas nádegas dando-lhe maior acesso. Sua
língua estava na minha boceta, eternamente e eu estava sentindo o
gemido crescer na minha garganta.
- Silicone ou água? - suspirou.
- Hm? - aproveitei a ausência de sua língua para respirar,
embora eu tivesse entendido a pergunta perfeitamente.
- Que lubrificante você prefere?
- O que você quiser. - gemi. Eu gostaria de dizer que
aquilo eram só palavras da Yaya sendo sensual para um cliente.
Mas na verdade eram palavras de uma Yaya cheia de tesão querendo
ser fodida de uma vez.
- Hm. - eu podia imaginá-lo lambendo os lábios - Nesse
caso... - seus dedos se enfiaram em minha vagina, besuntando-se
com meu suco - Não há nada mais perfeito do que o produzido pela
mãe natureza. - sussurrou, levando meu lubrificante natural para
o botão no meu ânus e tocando-o com cuidado. Seu toque foi tão
leve e delicado... um dedo de cada vez... apenas
superficialmente.
Eu estava rebolando.
- Calma, Yaya... - riu - Eu vou te comer, fica tranquila.
Aquilo não era um teste, era tortura. Eu nunca quis um
anal com tanto vigor na minha vida. Ele soprou seu hálito fresco
na minha bunda como tinha feito no sexo oral e eu senti cada pelo
do meu corpo se eriçando pela minha pele.
Meu arrepio parece ter autorizado a largada e a dentada na
minha bunda me fez expirar um grito baixo de susto. Suas mãos
apertaram minhas coxas com força e eu o senti erguendo-se atrás
de mim. O pau alinhando ao meu traseiro. Um movimento lento, a
glande entre minhas bochechas, ele forçou com maestria e me
possuiu.
Eu sempre tinha achado bobagem essa conversa de gozar
apenas com sexo anal e que o ânus é cheio de terminações
nervosas. Até ter o pau de Delvak enfiado até o talo na minha
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bunda. Logo depois que o familiar ardor dolorido se dissipou,
todo o tesão que eu tinha sentido há poucos segundos retornou me
fazendo transbordar em mim mesma.
O filho da puta sabia o efeito que tinha e assim que me
viu gritar de prazer, agarrou meu clitóris com imponência e eu
estava perdida. Só me restou gozar em desespero do jeito que ele
disse que adorava e esperar que ele me acompanhasse em seu
alívio.

**********

- Bom dia. - acordei na manhã seguinte para perceber que


Delvak tinha pedido um café da manhã colossal.
- Não acorde depois do cliente. - balançou o garfo para
mim, depois de colocar um pedaço de pera na boca - Você sempre
levanta antes do cliente.
- Sim, senhor. - puxei meus cabelos, liberando meu rosto -
Foi só uma pequena falha.
- É para isso que estamos aqui. - limpou a boca com o
guardanapo de linho - Para corrigir falhas e te aprimorar.
- Todas as alunas da pós-graduação passam por esse
procedimento? - a pergunta atravessou meus lábios sem que eu a
filtrasse. Delvak levantou uma sobrancelha para mim, mas como eu
já tinha demonstrado minha ousadia, achei melhor insistir e
talvez conseguir uma resposta - Um aprimoramento com o
presidente?
- Apenas as alunas com potencial. - apoiou um cotovelo em
cima da mesa como se me desafiasse a ser ainda mais ousada - O
programa ainda é muito experimental e Oliver achou que seria uma
boa ideia eu te conhecer e te... aprimorar.
Tudo era sensual no tom de voz dele. Mas, às vezes, ele
caprichava e transformava uma ou duas palavras em uma verdadeira
injeção de libido.
- E qual minha tarefa para hoje? - lambi meus lábios por
nenhum motivo em especial - Tentar fazer você gozar primeiro? -
desafiei.
Ele riu alto, descansando as costas contra a cadeira.
- Não vai conseguir fazer isso a menos que eu permita,
querida.
- Me pegou desprevenida, confesso. - mordi a ponta da unha
do polegar, acariciando meus lábios - Mas eu te garanto que posso
fazer ser impossível segurar a ejaculação. - dançava a língua na
ponta de minha boca, entrado e saindo, como ela faria se
estivesse estimulando a ponta de uma ereção.
Seus dois cotovelos estavam sobre a mesa e ele se inclinou
na minha direção, me convidando com um gesto. Aproximei-me com um
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sorriso safado e absoluta disposição.
- Você está me perguntando qual a próxima tarefa para
trazer a minha mente para o assunto sexo. - explicou, devagar -
Usa a palavra tarefa para deixar implícito que eu sou o
professor, a pessoa que manda, a figura de autoridade... isso
excita homens. - eu engoli a seco sentindo meu sorriso safado me
abandonar - Morde a ponta do polegar a passa a língua no lábio
fazendo alusão a sexo oral. Isso serve como um mecanismo indireto
de hipnose para homens. Sexo oral é uma distração poderosa, se os
homens estão pensando em sexo oral você pode manipulá-los com
maior facilidade. - Ele sabia exatamente o que eu estava fazendo
e por que. Mantive meu rosto próximo ao dele, embora começasse a
me sentir envergonhada de ter sido descoberta em minha óbvia
tentativa de manipulação - Bom trabalho. - sorriu e puxou o
jornal em cima da mesa.
- O Manual de Contenção Masculina é uma boa leitura. -
levantei um ombro - Como prender o pensamento masculino dentro de
uma esfera sob seu controle... Eu devia imaginar que o senhor
também teria lido o manual. - elogiei.
- Lido o manual? - ele gargalhou, discreto - Querida, eu
escrevi o manual. Escrevi o de Contenção Feminina também. Quer
que eu experimente ele com você?
Arregalei os olhos, em silêncio.
Eu não sabia como responder àquilo.
Na dúvida:
- Se for o que o senhor quer... - permiti.
- Se colocando à disposição do cliente. - dobrou o lábio,
admirado - Não paro de me surpreender em como Oliver estava
certo. Você realmente tem talento.
- Obrigada. - sorri.
- Mas voltando a tarefa de hoje. - suspirou - Preciso
sair, tenho uma reunião. Quero que vá comprar roupas apropriadas
essa tarde. Há um evento a noite que quero que me acompanhe.
Vamos ver como você se sai em ambientes sociais.
- Sim, senhor. Alguma roupa em particular?
- Algo elegante e sensual. Coloque na conta da Willex.
- Muito bem. Vou resolver isso agora mesmo.
- Não, agora não.
Eu já estava levantando da mesa quando me interrompi.
- Senhor?
- Você é uma mulher de muitos talentos, Yaya, mas preciso
admitir que o modo como dá a bunda é o melhor deles. Ligue o
chuveiro e espere por mim. Vou comer teu cu mais uma vez antes de
ir para minha reunião.

**********

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- É uma forma de desconstrução!
- Esse é exatamente meu ponto, caro senhor! - riu - É
muito fácil desconstruir, qualquer pessoa destrói um prédio ou um
quadro. Mas para construí-los exige técnica.
- Então, qual é o seu argumento, senador? Que o cubismo
não tem técnica? - o curador quis rir, mas apenas por educação -
Um gênero próprio com um espaço reservado na história da arte
mundial. - disse, sarcástico - Mas não é preciso técnica.
- Você já viu aquele quadro de Picasso? Como é o nome... o
preto e branco bem famoso?
- Guernica? - sugeri, com a boca já na taça do champanhe.
- Esse! Eu consigo fazer uma coisa daquelas sem problemas.
Delvak passou a mão na minha cintura. Ele não tomou o lado
de nenhum dos dois. Nem do senador, nem do curador. Apenas ouviu
a discussão, deixando os homens irritarem um ao outro.
- E você, senhorita Rembord? - o curador expirou,
provavelmente crendo que uma adição ao diálogo pudesse tornar
tudo mais fácil - O que acha do cubismo?
Delvak piscou olhos curiosos na minha direção.
Era o meu teste. Eu sabia que era.
Ele precisava saber se eu poderia me comportar em qualquer
ambiente.
Ia ser muito fácil provar para ele que, sim, eu poderia.
Fosse na sua cama pecaminosa ou no seu evento cultural e
elitista.
- Eu vou precisar concordar com o senhor, curador. Quadros
como Guernica são composto por grandes simbologias.
- Simbologias? - o senador riu - As linhas preto e branco
e os desenhos mal feitos?
- Não creio que são mal feitos, senador. - sorri,
sedutora. Se você vai discordar de um senador em um argumento,
pela menos seja charmosa enquanto faz isso - Creio que os
senhores já devem ter tido o prazer de visitar o Reina Sofía. É
evidente, pelos rascunhos, que Picasso era um desenhista
excepcional. Ele consegue retratar cada elemento do quadro,
individualmente, com perfeição. Seja ela estética, realista ou de
perspectiva. E a partir daí descontrói cada um deles para atingir
seu objetivo.
- Que é a simbologia que a senhorita fala?
- Exatamente. As línguas afiadas para representar o
sofrimento das vítimas, a flor que nasce no meio do caos
simbolizando a esperança, a luz mostrando o olho de Deus sobre
nós... Ele tinha um objetivo. Não acho que sejam só... - dei um
tapa leve e ousado no ombro do senador e me demorei com o toque
em seu braço - umas linhas em preto em branco.
Ele riu comigo, encantado pelos meus toques e sorrisos.
Atrás de mim, eu sabia que o presidente da Willex estava
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satisfeito.
- Ainda assim! - o senador levantou seu copo - É mais
fácil desconstruir.
- Será mesmo? - provoquei com uma piscadela - Sem o
conhecimento e o material necessário é bem difícil destruir um
prédio, como o exemplo que o senhor deu.
- Estou apaixonado! - o curador declarou com um sorriso,
quando o senador se mostrou vencido. - Senhor Delvak, por favor
traga a encantadora senhorita Rembord para todos os nossos
eventos! - a discussão acabou em risos e eu voltei a ser apenas
sedutora.
A boca de Delvak estava no meu ouvido e pelo seu sorriso
eu esperei ouvir um "bom trabalho", mas seu tom mudou apressado e
ele prendeu a respiração antes de murmurar:
- Espere aqui. Eu já volto.
Sua mão se foi da minha cintura e eu estava sozinha
sorrindo para estranhos e me perguntando se eu teria feito algo
errado.

**********

- Achei que você não viria hoje. - sentei no divã ao seu


lado.
- Por que não? Só porque você ia trazer a namorada?
- Lex... - toquei seu joelho - Você sabe que...
- Não, não sei, Sven. Não sei o que você e Oliver planejam
e não sei se gosto. - reclamou com os olhos abertos e irritados.
- Lexa! - abri a boca exagerado - Eu conversei com você! A
gente falou sobre... - ela estava rindo - Maldita. - meus ombros
caíram de alívio.
- Relaxe, Sven. - tapou a gargalhada com as mãos.
- Está se divertindo às minhas custas?
- É bom te ver suar. - virou-se no divã, me encarando.
Seus olhos azuis penetravam meu âmago me fazendo tremer. Eu
respirava devagar para não inalar muito do seu cheiro de uma vez
só ou começaria a ficar duro.
- Gosta de me ver suar, é? - provoquei, inclinando o
rosto, raspando meus lábios no seu ombro nu.
- Principalmente quando você fica duro. - escorregou a mão
pela minha coxa e eu quis ligar para Oliver e dizer que a
brincadeira acabou.
- Não comece o que você não pode terminar. - avisei.
- Sua namorada termina por mim.
- Tem certeza que não está com ciúmes? - levantei uma
sobrancelha.
- Tenho. Estou fodendo dois por dia para me manter
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ocupada. - piscou seus longos cílios me fazendo rir.
- Vocabulário chulo para você, não?
- Oh, perdão. Eu fiquei com medo que você não pudesse
compreender se eu dissesse que estava me absorvendo em múltiplas
sessões de coito diário com duplas de garanhões para manter o
tédio afastado bem como a abstinência sexual que me acomete
quando você busca alguma distância.
- Ah, você estava certa. - exagerei - Eu prefiro o foder
dois por dia.
Sua risada era gostosa. Impregnava-me por completo. Mordi
meu lábio para me impedir de beijá-la.
- Conta pra mim, Delvak. Ela está dominando?
- Não. Submissa. Eu mando, Lex.
- Li a ficha dela, Sven. - desceu o dedo pelo meu queixo -
Yaya é dominatrix.
- Ela faz as duas funções, na verdade. Mas não comigo. -
não resisti e beijei o canto da sua boca - Só tem uma mulher
nesse mundo que eu obedeço.
- É bom mesmo. - sorriu, deliciosa - Porque disso eu
ficaria com ciúmes.
- E é por isso mesmo que ela não manda.
- Como está sendo a experiência?
- Ela tem potencial, Oliver estava certo.
- Ele geralmente está.
- Assim você me faz broxar. - reclamei, com um bico
mimado.
Mordeu meu lábio inferior, enlaçando meu pescoço com o
braço.
- E aí me faz ficar duro de novo.
- Gosto de te manter confuso. - riu.
- E ninguém faz tão bem quanto você.
- Bem, eu preciso ir. Tem algumas pessoas que eu quero
conversar.
- Gente chata de artes e literatura? - provoquei e ela fez
uma careta linda.
- Me avise se precisar de ajuda.
Eu ia dizer que não, mas...
- Na verdade, acho que pode me ajudar com uma coisa.
- O que é?
- Não vai se incomodar?
- Sven... - sorriu, brincalhona - Você já se esqueceu do
sexo online e dos seis mil observadores? - eu abri um sorriso que
fez meu rosto doer - Não me incomodo com muita coisa.
- Ótimo. Então vou precisar de um favor.
- Sem problemas. Eu te ajudo a testar sua garota. E depois
você volta para casa - levantou uma sobrancelha - que eu quero te
colocar de volta na sua coleira.

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3 - Espanhola
Delvak me entregou a taça de champanhe.
- Obrigada. - sorri.
- Só isso? - levantou a sobrancelha e eu soube que ele
seria descarado - Só um "obrigada"? Depois que eu tive o trabalho
de atravessar todo esse salão cheio de gente para te buscar uma
bebida? - exagerou - E ainda voltei com ela sem derramar nada?
- Ah, sim, deve ter sido um trabalho horrível!
- E foi. Comecei a ficar duro de novo pensando nessa tua
bunda gostosa. Você já tentou manter o equilíbrio com um pau duro
nas calças? Porque não é fácil.
- Ainda mais do jeito que você é grande.
Sua sagacidade provocante se desfez em um sorriso de
satisfação.
- Muito bem, senhorita Yaya. Não para de me orgulhar.
Pisquei um olho para ele ao me aproximar sensualmente.
Pressionando em sua virilha minha coxa nua através do fenda na
saia do vestido longo.
- Obrigada. - murmurei e beijei seus lábios como se
chupasse o suco de sua glande. Suspirei um gemido, rolando na
boca minha língua com seu gosto.
- Estou atrapalhando?
Delvak soltou minha cintura como se tivesse levado um
choque. Eu me virei para ver a professora Strome logo atrás de
nós. Ela era linda, a filha da puta. Com seu corpo esguio
distribuídos em um metro e setenta e cinco de altura, ela seria
facilmente uma modelo para qualquer grife, se não fossem suas
curvas voluptuosas. Os seios altos e naturais exibidos em um
decote modesto que atiçava a imaginação justamente pelo pouco que
mostrava. A cintura fina e as linhas angulosas somadas a uma
fartura provocante em todos os lugares certos. Os longos cabelos
loiros escuros, tinham impecáveis mexas de um loiro mais claro e
caíam em cachos largos até o topo de sua bunda. Seu rosto
simétrico e perfeito trazia o par de mais intensos olhos azuis
que eu já tive sobre mim. Nunca me considerei bissexual, mas
tinha que confessar que aquela mulher nua deveria ser uma coisa
dos sonhos. Principalmente se levasse em conta que ela deveria
ser um ano mais velha do que eu, mas certamente tinha o dobro da
minha experiência na cama. Ou o triplo.
- Não, Lex, não está atrapalhando. - Delvak entalou com
seu champanhe e eu lembrei que os dois mantinham um
relacionamento que não poderia ser facilmente categorizado.
- Que pena. - murmurou, seca - Porque era exatamente minha
intenção. - seu olhar repousou sobre mim como uma águia
analisando sua próxima refeição.
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- Lexa... - Delvak começou.
- Cale-se, Sven. - ela inspirou fundo e eu soube que ia
virar as costas.
- Professora, sei que deve estar com raiva e detesto pedir
isso! - me apressei - Mas eu só preciso do tapa.
Delvak e Strome hesitaram me observando como a incógnita
que eu era.
- Tapa? - ela quis saber.
- É. Para conseguir os pontos da gincana eu preciso do
beijo e do tapa.
- Gincana? - ela levantou uma sobrancelha.
- Sim. - fingi confusão - A gincana do professor Stow no
Negligê. 150 pontos para dar um beijo e um tapa no senhor Delvak.
Meu grupo votou e eu perdi. - dei de ombros, indicando a
situação.
- Oliver mandou fazer isso? - perguntou.
- Sim.
Sorri e ela encarou Delvak.
- Eu... - o presidente da Willex espremeu os olhos como se
tentasse lembrar de algo - Acho que masturbei a namorada dele no
Negligê, semana passada, mas não me lembro. Talvez ele tenha se
chateado, você sabe como ele é infantil. Mesmo no Negligê.
- Se me dão licença, vou avisar ao grupo. Mesmo sem o
tapa, estamos na frente. - comemorei, levantando o copo em um
brinde.
Virei minha bebida e me retirei de lá o mais rápido que
meus saltos permitiram.

**********

- Como foi minha atuação?


- Excepcional. - elogiei - Como tudo mais que você faz. -
busquei seu ouvido e ela me deixou morder seu lóbulo.
Entreguei minhas chaves para o último manobrista
disponível.
- Como Yasmine voltou para o hotel?
- Não faço a menor ideia. - confessei.
- A garota é boa. - levantou um ombro - Foi uma mentira
rápida e crível. Acho que Oliver est-
- Lexa, se você disse que Oliver estava certo mais uma
vez, eu vou vomitar.
Ela riu alto, e mordeu o lábio inferior me provocando.
- Vocês dois não param de competir através de suas
virilidades, não é?
- Pessoas comuns chamam de medir pau, Lex. É mais
compreensível quando se usa linguagem normal.
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- Não me agrada usar linguagem normal. E você vai dirigir?
Achei que te vi bebendo.
- O manobrista vai me deixar em casa e você?
- Chamei um táxi.
- Eu te deixo em casa. - gesticulei - Não seja ridícula.
- É melhor você correr para o seu hotel, Sven, a moça não
vai se foder sozinha.
- Ela é aluna do Negligê. - lembrei - Ela pode se foder
sozinha muito bem.
Seus olhos clínicos sobre mim.
- O que foi? - reclamei enquanto esperávamos meu carro.
- Qual o plano do Ollie, exatamente?
Tinha algo dúbio no seu tom. Eu odiava quando Lexa fazia
isso. Eu preferia saber exatamente o que ela estava pensando, mas
a mulher era escorregadia como um lubrificante a base de
silicone.
- Ver se ela se apaixona por um cliente.
- E aí ele pediu para você...?
- Passar o fim de semana com ela e conquistá-la.
Lexa gargalhou com gosto.
- O que foi? - rosnei, irritado. - Eu odeio quando você
faz isso.
- Faço o quê? - brincou.
- Age como se soubesse mais que nós dois.
- Mas eu sei mais do que vocês dois.
- É? Quer entrar na competição de medir pau, Lexie. Por
que o Oliver não é tão grande, eu sei, mas acho que ele consegue
ganhar de você.
Ela não tirava aquele sorriso maldito da boca e eu queria
lamber ela inteira. Começando por aquela bocetinha depilada até
aqueles peitos fartos e gostosos de morder.
- Vocês são duas crianças mimadas cercadas de brinquedos.
Acham que sabem o que estão fazendo porque podem ter o que
quiserem. Mas a verdade é que não fazem a menor ideia.
- Por que você não me explica, então? Professora.
- É muito complicado, Delvak. - fez uma careta exagerada
de preocupação - Não sei se você consegue acompanhar.
- Tente. - rosnei.
- Tudo bem. - virou-se para mim - Preste bastante atenção.
- eu me aproximei - Está prestando? - confirmei - Muito bem. -
limpou a garganta - Sexo é uma coisa. Amor é outra.
- Não seja ridícula, Lex. Mulheres confundem essas duas
coisas o tempo inteiro.
Ela gargalhou de novo e dessa vez foi difícil parar.
- Me ofende que você, de todas as pessoas, ache impossível
alguém se apaixonar por mim.
- Você deslumbra uma mulher porque é gostoso e mente bem.
Yaya é mais bem preparada do que isso.
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- Funcionou com você. - provoquei.
- Eu não me apaixonei por você porque mente bem Delvak, me
apaixonei apesar disso. Mas não se engane, querido, eu via todas
as suas mentiras.
- Todas?
- Eu sou grande demais pra usar camisinha, ela vai
arrebentar. - simulou uma voz ridícula que deveria ser uma
imitação minha - Ah, por favor. - revirou os olhos - Yaya é uma
prostituta. Profissional há anos. E não é uma prostituta
qualquer: é uma dominatrix. Ela está acostumada a transformar
homens poderosos em bichinhos de estimação. E ela é boa. Foi
minha aluna. - sorriu - E aí você e Oliver, os fodedores
profissionais - riu as nossas custas - Acham que é só mostrar um
pau grande e uma chupada gostosa e a mulher vai te entregar o
coração. - expirou, exausta - Sinceramente, é bom que vocês sejam
bonitos, porque não entendem nada de mulheres.
- Não... não entendem... - meu queixo caiu e eu abria e
fechava a boca repleto de indignação - Ô mulher, você ficou
louca?
- Vocês entendem de sexo. - explicou - Disso vocês
entendem muito bem. Mas não entendem nada de mulheres.
- Ah, perdão, eu não sabia que estava transando com homens
todos esses anos. - sarcástico.
Ela exalou uma risada de deboche.
- O que foi agora?
- Nada. Eu só estava pensando que é bom que você e Oliver
tenham mulheres por perto ou a Willex não iria a lugar algum.
Eu precisei de apenas dois passos para espremê-la contra a
parede ao lado da porta principal. Não havia mais ninguém do lado
de fora para nos fazer companhia, mas também não havia onde se
esconder.
Se pudesse escolher, faria com que ela sempre fosse para
eventos com vestidos que tivessem algum tipo de decote nas
pernas. Facilitava meu trabalho. E quando era com Lexa, eu sempre
precisava de um pouco de facilidade. Já que ela tornava todo o
resto impraticável.
Ela levantou as mãos se protegendo do meu avanço
agressivo, sem tirar o sorriso sacana da boca.
Apertei sua bunda com minhas duas mãos abandonando
qualquer cordialidade.
- Repete pra mim, Strome. - murmurei contra os seus lábios
- Repete como é que eu não entendo as mulheres.
Meus dedos se moveram velozes, subindo o pano do seu
vestido longo.
- Abre essa tua boca ousada pra me dizer de novo como eu
não entendo de nada. - eu a mantinha presa contra a parede e
enfiei a mão entre as suas coxas.
Minha virilha inteira derreteu e o sorriso arrogante no
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rosto dela nem mesmo hesitou. A porra da mulher não estava usando
calcinha e eu, que tinha enfiado minha mão entre suas pernas,
preparado para lhe oferecer um discurso sobre como sua calcinha
já estava pesada, fiquei sem ter o que fazer e sem saber o que
dizer.
- Algum problema, Sven? - murmurou.
- Nenhum. - empurrei os lábios da sua vagina para cima,
liberando o clitóris e o prendi entre meus dedos. Ela arfou um
gemido baixo e satisfeito. - Vai me ofender de novo?
- Nunca disse que você não sabia fazer isso. - riu,
chupando a própria língua como se ela tivesse um gosto delicioso.
E eu bem sabia que tinha realmente.
Soltei seu clitóris e coloquei a mão sobre sua vagina.
Massageando toda sua extensão com oscilações dos dedos e das
palmas, sua perna começou a tremer e eu a segurei pelo joelho.
Jogou a cabeça para trás, mordendo os gemidos.
- Assim... - soprei no seu pescoço - Do jeito que eu
gosto...
Raspei o nariz pelo seu seio e repousei os lábios sobre o
seu decote.
- Isso, minha linda. Queria ter um espelho aqui pra te
mostrar o que um homem que não entende de mulheres pode fazer
contigo.
Era uma questão de tempo até alguém aparecer e nos pegar
ali. Lembrei de Yaya no cinema, preocupada em sermos pegos. Era
assim com as mulheres não era? O receio de serem pegas era
excitante... eu sempre podia trabalhar com isso. Efetivamente
serem pegas seria humilhante, mas o receio sempre as deixava
pingando.
- Vou fazer Yaya se apaixonar por mim - suspirei - e você
vai ficar desesperada. - menti - Vou voltar pro hotel e chupar
ela todinha. Fazê-la gozar uma vez atrás da outra.
Lex gemeu mais alto.
- Com licença? - o manobrista pigarreou atrás de nós.
- Parece que seu tempo acabou, Lex... - provoquei. Eu era
cara-de-pau desde o dia do meu nascimento e não me incomodei com
o olhar curioso do homem atrás de nós. Mas mulheres sempre eram
mais privadas com suas intimidades e eu não queria provocar Lexa
mais do que o...
- Para onde está indo? - ela me tinha seguro pela gravata,
quase ao ponto de me sufocar. Eu abri a boca sem saber exatamente
o que lhe responder - Vai nos dar um minuto. - disse ao
manobrista. Não era uma pergunta. Era um comando. Puxou minha
gravata e não se incomodou em verificar se o manobrista estaria
nos observando ou não. Enfiou minha mão de volta entre suas
pernas e eu fiquei duro.
Meu pau latejava explodindo de tanto sangue.
Será que algum dia eu ia ser imune àquele caralho daquela
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mulher?
Ela tinha uma coleirinha do cacete ao redor do meu
pescoço, do meu pau e das minhas bolas.
Eu era dela por inteiro.
Mordi sua boca com fome e enfiei minha mão nela, ouvindo-a
gemer. Eu queria enfiar meu pau inteiro nela, mas eu sabia que
ela iria me provocar. Iria dizer que queria só minha mão e eu
iria obedecer, porque diante dela, era isso que eu fazia.
Lambi seu pescoço todo desejando acabar a brincadeira com
Yaya bem depressa para poder voltar pra casa e lamber o que
estava por baixo daquele maldito vestido também. Eu tremia de
tesão.
Tremia.
- Eu sou louco por você, sabia? - gemi no seu ouvido,
enquanto o manobrista assistia.
- Sabia. - riu - Agora acabe o que você começou.
Apoiou o rosto no meu ombro e me deixou fazê-la gozar.

**********

Delvak entrou no quarto do hotel batendo palmas.


- Genial.
- Obrigada. - fiz uma reverência - Teve problemas?
- Não. - dobrou o lábio - Ela acreditou em tudo. Cada
palavra. Você é boa no que faz.
- Acho que mentir faz parte do trabalho, não é?
- Faz sim! - riu - E você... - balançou um indicador
safado na minha direção - Você é muito boa.
- Acha que eu mereço essa tua língua deliciosa como prêmio
pelo meu bom comportamento? - provoquei, maldita.
- Talvez. - sorriu - Mas seu comportamento ainda não foi
tão bom assim.
Avançou pelo quarto me enfiando nos braços, me envolvendo
com sua luxúria.
- Vai querer minha bunda de novo? - ri - Está ficando
viciado.
- Sempre uma possibilidade. - aceitou com a boca na curva
do meu pescoço - Mas não é tua bunda que eu quero dessa vez. -
Ele estava acelerado, como se estivesse acabado de sair de uma
sessão de preliminar. Será que minha boa atuação e o erotismo de
uma mentira tinha sido capaz de excitá-lo tanto assim?
- Então o quê, meu senhor? - lambi sua boca - Como posso
te servir hoje?
- Hoje, eu quero esses teus peitinhos, Yaya. Quero que
você coloque eles bem juntinhos pra mim.
Lambeu meu pescoço, espalhando saliva pelo topo dos meus
seios, me empurrando para trás. Despiu-me com sua típica
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maestria... eu mal conseguia notar como ele estava tirando minha
roupa e quando dei por mim estava nua.
Nua de saltos e joias. Foi só o que ele permitiu que eu
mantivesse no corpo, quando baixou o zíper expondo sua ereção. Eu
salivei imediatamente, abrindo a boca para babar no seu pau. Mas
ele me segurou com os dentes pelo mamilo, me impedindo de me
abaixar.
O modo como Sven sugava meus seios era como o de um
animal.
Não era uma língua educada excitando meus mamilos e minha
carne. Ele me encarava enquanto alternava as mordidas em um e
outro seios. Abocanhando pedaços imensos de carne com sua boca
aberta. Engolindo minhas tetas com violências. Estapeou meu seio
esquerdo me fazendo gemer e mordiscou meu mamilo, mantendo o peso
dos meus peitos juntos com tanto força que eu os senti arder.
Prostrou-me de joelho na sua frente e me permitiu
lubrificá-lo por alguns segundos, antes de me puxar pelos
cabelos.
- Shh... chega. - ordenou. Eu ainda tinha minha boca
gulosa aberta querendo mais dele.
Coloquei o cacete entre os meus peitos e eu empurrei um
contra o outro, criando um ambiente bem apertadinho e gostoso
para sua ereção. Ele se moveu, puxando meus cabelos com um urro
grave. Eu sentia meu suco escorrendo pelas coxas, pingando no
tapete enquanto ele se movia. Alonguei o pescoço para deixar seu
deslizar no meu corpo. Estirando a língua para sentir o seu gosto
sempre que ele chegasse perto o suficiente.
A posição não permitia movimentos tão longos quanto seu
tesão desejava e ele logo estava me espremendo no chão,
rastejando sobre mim. Eu levei as mãos aos peitos de novo e
sentir o tapa esquentar minha mão, suas mãos estavam na minha
carne, me pressionando com força, mantendo meus peitos unidos com
os dedos enquanto empurrava o pau para baixo com os polegares. Eu
sentia a glande esbarrando na minha garganta, raspando o caminho
completo até o meu queixo.
Delvak cavalgava e eu me senti encharcar. A visão de seu
corpo brilhando de suor. Aquele abdômen dividido e o tórax largo,
me mantendo espremida no chão com aquela bunda deliciosa apoiada
na minha barriga. Gemi alto e deixei ele perceber o quanto a mera
visão de sua virilidade me excitava e consumia.
Soltou a mão direita apenas para dar mais um tapa potente
no meu seio e segurar o mamilo com um beliscão. Eu sentia minhas
pernas tremendo em incontroláveis contrações. Se espalhando
deliciosamente pelos meus músculos sempre que um novo tapa
atingia um de meus peitos me deixando vermelha e dolorida.
Os gemidos dele mudaram e eu enfiei minhas unhas nas suas
coxas, ele pesava, machucando meu quadril, mas eu não me
importava. Rebolei como pude, embaixo dele, tentando causar
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alguma fricção. Todo contato com ele era eletricidade.
Suas mãos me soltaram e eu estava pronta para protestar
quando ele me segurou pela mandíbula forçando minha boca a se
abrir e lamber a cabeça da sua ereção. Agarrei uma porção do seu
cacete e fiz o movimento contínuo, masturbando-o, assistindo seus
músculos vibrarem como os meus, quando ele fechou os olhos e
levantou o rosto para o teto.
Usei a língua para ajudar na masturbação e quando ele
voltou a me observar eu soube que estava pronto, assumiu o
controle do seu pau e esporrou um jato forte nos meus peitos me
deixando suculenta e brilhante.
Apoiou um joelho no chão recuperando a respiração e ainda
acariciando sua ereção que logo minguaria.
- Seus peitos trabalham muito bem. - elogiou, enquanto eu
ainda brincava com meus mamilos endurecidos - Agora senta naquele
sofá e abre as pernas.
- Qual vai ser a próxima brincadeira? - perguntei sem me
importar verdadeiramente, seja lá o que fosse, seria perfeito.
- Nenhuma brincadeira. - riu, sacana - Você se comportou
como uma boa menina. - lambeu os lábios, faminto - Seu prêmio vai
ser minha língua.

**********

“Ciúme” sempre foi um conceito vago para mim. Enquanto


para outras mulheres, seria incômoda a ideia de que seu parceiro
estivesse dedicado a dar prazer para outra... em mim, tal
conhecimento gerava apenas uma combustão incontrolável para
buscar, em outro que não meu parceiro, prazer ainda maior.
A noção de que o objeto da satisfação erótica de Delvak,
nos últimos dias, era uma aprendiz do Negligê, fazia pouco além
de aumentar meu ímpeto em procurar línguas mais macias que a
dele. Ferramentas fálicas mais protuberantes e saborosas.
Mesmo que raramente as encontrasse, pois o que me atiçava
a curiosidade e a vagina não era necessariamente o final feliz,
mas a jornada de desafio.
Era o nosso pequeno jogo: ele estava com outra pessoa?
Então eu faria o mesmo.
E que ninguém se enganasse: fosse a situação inversa – e
eu a professora a dar instruções lúbricas a um discípulo ereto e
disposto – seria ele a contraparte que procuraria garotas aos
números para encontrar sua própria satisfação sexual, enquanto
não duvidava da minha.
Não era vingança ou retribuição. Não era um jogo de poder
em que alguém precisava perder para que o outro fosse declarado
vitorioso.
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Acho que nunca foi assim entre eu e ele.
Era um jogo erótico.
Eu gostava de imaginá-lo sendo fodido por outra.
Gostava de imaginar o que poderia gemer longe dos meus
ouvidos.
Como poderia se comportar... embora sempre fosse suposto
que se comportasse mal, afinal era de Delvak que se estava
falando.
E ele deveria buscar em mim – e em minhas aventuras
sexuais que não o envolviam - adrenalina erótica de idêntica
natureza.
- Senhorita Strome? Sou Martin. Esse é Andrew. Oliver Stow
nos enviou.
Ele era um pouco mais alto que Delvak e tão forte quanto.
O corpo negro de músculos imaculados se fazendo evidentes sob a
camisa. Seu sorriso era vasto e conquistador.
- Entrem. – convidei com um gesto. Atrás dele, o outro
profissional aceitou o convite ao reconhecer sua forma plural e
então estavam os dois em minha sala.
O outro, de cabelos escuros e olhos amendoados, era mais
esguio, mais baixo. Seu olhar, no entanto, não se permitia
confundir: era um caçador. Perfeito para mim que pretendia, nesta
noite, ser nada além de caça.
- Você é linda. – o primeiro murmurou a meio tom como
faziam os homens experientes quando queriam deixar mulheres
molhadas e confortáveis.
Eu, no entanto, estava bastante confortável e ficaria
molhada quando eu quisesse, não quando ele sugerisse.
- Quero algo específico, hoje. – adiantei-me quando ele
fez menção de me tocar – Vou precisar que me amarrem e espanquem.
Eles se entreolharam, confusos com meu pragmatismo.
- Oliver não lhes explicou a meu respeito, não foi? -
perguntei.
Meu amigo tinha um bom coração, mas deuses abençoassem sua
falta de sensatez...
Oliver achava que meu renome literário faria com que todos
os seus funcionários imediatamente me conhecessem. Ele estava
errado e os dois homens em minha sala nunca tinham ouvido meu
nome antes daquele dia.
- Não, senhorita, não nos explicou. – Martin continuou –
Mas acho que estamos compreendendo bem depressa.
- Eu não gosto de perder tempo. – expliquei com um sorriso
calmo.
- Essa foi a parte que compreendi depressa. – revelou,
dócil.
- Alguma preferência quanto às ferramentas? – Andrew quis
saber.
- As cordas e chicotes de minha escolha já estão sobre a
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cama. Não quero ser amordaçada. Usaremos as palavras de segurança
convencionais. Vocês me amarram. – falei devagar – Me espancam. E
depois me fodem. Ao mesmo tempo.
Estavam severamente desacostumados a serem abordados com
tanta objetividade. A mim, se dava igual. Ao contrário deles, eu
estava perfeitamente acostumada a ser observada por garotos de
programa com olhar de descrença quando eu anunciava em bom tom
coisas que, à dama tradicional, sequer seria autorizado
sussurrar.
Mas eu não tinha qualquer interesse em sussurros, ou em
qualquer outra coisa que fosse digna de uma dama tradicional.
- Mostre o caminho. – o esboço de um sorriso em seu rosto.
Despi as roupas no caminho para o quarto. Percebi, em
minha vida, que a lentidão no despir pode ser eficaz para deixar
o homem ereto, mas a surpresa é ainda mais.
Homens são pequenos condensados de libido, desejo e nada
mais. Você lhes dá tempo para admirar um peito farto e eles ficam
rígidos. Mas entregue-lhes a volúpia quando eles esperavam a
modéstia e sua rigidez será ainda mais imediata e violenta.
Andrew lambia os lábios como se quisesse me comer mas não
conseguisse decidir por qual parte. Martin, por sua vez, ainda
tinha aquela expressão bem típica de garotos de programa quando
me viam nua. A dúvida de que talvez ali estivesse um serviço pelo
qual eles não se sentiriam confortáveis em cobrar.
Eu ainda não estava molhada.
Seca, porém amarrada.
Eles eram ágeis com os nós. Experientes.
Meus braços estavam atados unidos um ao outro pela corda
que atravessava a cabeceira. Meus pés separados pelo nó em cada
calcanhar.
Nua.
Amarrada.
E seca.
Fechei os olhos.
Um hálito masculino sobre um de meus seios.
Uma mão masculina em minha vagina.
Eu logo estaria excitada, mas “logo” não era “agora”.
Meu telefone tocou na mesa de cabeceira forçando-me a
abrir os olhos em genuína irritação.
Martin inclinou a cabeça para verificar as letras
estampadas no visor do aparelho.
- Sven. – leu em voz alta.
Eu senti o sorriso em meus lábios antes de percebê-lo.
- Atenda. – ordenei.
Martin tirou as mãos do meu corpo.
- Tem certeza?
- Pode supor que eu sempre tenho certeza de tudo que digo,
querido. – expliquei, educada.
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- Tudo bem. – compreendeu ao dobrar o lábio. – Alô? – sua
atitude vazia era a de alguém que precisava de instruções. Mas eu
não estava disposta a dá-las – Não, sou... um amigo. – decidiu,
respondendo a uma pergunta de Delvak que eu não escutei – Ela não
pode falar no momento. Gostaria de deixar um recado? – alguns
instantes de silêncio. A curiosidade de Delvak era quase tão
inoportuna quanto sua ousadia. Ele não ia desligar até saber
exatamente o que estava acontecendo, pensamento que me divertia
imensamente. – Está... – Martin me observou, como se pedisse
autorização – Ocupada. – decidiu, sozinho, mais uma vez.
- Diga para ele que estou amarrada e que você precisa
desligar porque vai me foder. – disse.
Estava lá, mais uma vez, em seus olhos: a vontade de me
perguntar se eu tinha certeza.
Mas certamente também estava lá, mais uma vez, em meus
olhos: o pedido para que não fizesse isso.
- Ela está amarrada. – seu pomo de adão moveu-se ao
deglutir a insegurança – E eu preciso desligar... porque vou
fodê-la.
Eu tive vontade de rir.
Martin estava em silêncio por longos segundos antes de
abaixar o celular.
- Ele quer que o coloque no viva voz.
Eu realmente precisei rir.
- Coloque. – dei de ombros.
O celular estava sobre minha cômoda de novo, dessa vez, no
entanto, o botão específico foi acionado para que eu pudesse
ouvir a curiosidade de Sven em alto e bom som.
- Lex? – ele se prolongava nas vogais quando queria soar
macio. Nunca funcionava, mas ele persistia.
- Sven, estou ocupada.
- Ouvi os rumores. – mordeu-se – Não me atende mais?
- Estou amarrada, querido. Você ligou em uma péssima hora.
- Amarrada. – sorriu para si mesmo – Amarrada como?
Havia imoralidade em sua voz.
Mas sempre havia imoralidade em sua voz.
- Pelos braços na cabeceira. E pelos calcanhares. –
respondi, entediada.
- Pelos calcanhares? Juntinhos pra que ele te coma o cu ou
separados para que ele te coma pela boceta?
- Separados, porque são dois deles. Se eu estiver com as
pernas unidas seria mais difícil que um deles me comesse pelo cu
enquanto o outro me come a boceta. – suspirei.
Inverdades, sem dúvida. Era fisicamente impraticável que
alguém me penetrasse por qualquer lugar que não pela vagina,
amarrada e deitada como eu estava. Mas Sven conhecia inverdades
sexuais bem demais, seria permissivo com minhas palavras eróticas
ditas com a única intenção de provoca-lo.
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- São dois deles?
- Eu te disse. – murmurei, lembrando-o de nosso diálogo
recente.
- Que vão fazer com você?
Martin e Andrew ainda me ladeavam esperando que eu os
liberasse. Mas Delvak insistia em permanecer em intromissões
deliciosas demais para que eu não as satisfizesse.
- Bem, eu estou amarrada. Então acho que eles vão fazer o
que quiserem. – gemi.
- Hmm. – murmurou do outro lado da linha – O que vão fazer
com ela? – mudou a pergunta.
Martin sorriu para mim, finalmente aceitando que não havia
nada convencional em meu sexo. Jamais.
- Ela é muito safada. – rastejou sobre o meu corpo – Acho
que merece apanhar antes de ser fodida.
- E vão bater nela com o quê?
- Tem uma porção de chicotes por aqui que estão atiçando
minha imaginação. – respondeu.
- E você bate numa mulher dessas com um chicote?
- Com licença? – ele riu.
- Ela está nua, não está? Lexa, você já tirou a roupa não
foi? Está nua?
- E depilada. – acrescentei.
- Hmm. – Martin deslizou os nós dos dedos por minha púbis
e agora meu corpo começava a brincar com alguma umidade – E
lisinha.
- Filha de uma... – Delvak mordia suas ofensas do outro
lado – Não vai bater nela com os chicotes. – decidiu – Na
verdade, não vai fazer nada do que ela disse.
- Ah não? – contestei.
- Não. Ele vai fazer o que eu mandar.
- E eu posso saber por qual motivo?
- Porque você é controladora e quer ser submissa em uma
cena que já decidiu tudo. Eu sou o seu imprevisível. – explicou –
E alguém precisa explicar pra esses idiotas como se fode uma
mulher do seu porte.
Eu deixei minha risada se fazer ouvir dessa vez.
- Certo, Sven. – autorizei – E o que eles vão fazer
comigo?
- Primeiro, desamarrem-na. São dois de vocês e precisam de
cordas para restringir a mulher?
Eu acenei e meus acompanhantes obedeceram.
- Eles já estão duros, Lex?
- Eu estou nua. O que você acha?
- Está desamarrada?
- Estou. – alisei meus pulsos querendo descobrir para onde
Delvak pretendia ir.
- Descreva a depilação pra mim.
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- Estou lisa, eu...
- Você não! – comandou – A partir de agora você cala a
boca, sua putinha nervosa. Você não manda. Você não fala. Você só
ofega. Geme quando eu mandar gemer. E alto, pra eu te escutar
daqui. Lacaio... – rosnou – A depilação dela. Descreva pra mim.
Devagar.
- O nome é Martin. – apresentou-se – E ela está lisa. – eu
estava de pé sentindo os nós dos seus dedos em minha púbis mais
uma vez. Sua ereção estava mais firme – Bem lisinha mesmo.
- Essa porra dessa tua depilação, Lexa. – ralhou – Não sei
por que tira essa merda. Sabe que adoro agarrar teus pelos.
- Bem, mas eu não vou foder você, não é? – provoquei.
- Bate nela. Na bunda. Com força. E use as mãos como os
homens fazem. Deixa esse cacete desse chicote em cima da cama.
Martin me espalmou a nádega. Se aquilo era um tapa com
força, eu tinha pena dele.
- E agora? – pediu a próxima instrução.
- Você já bateu? Eu não ouvi nada. – chiou – Você chama
isso de bater com força? Filho, espalma a mão na bunda dessa
cachorra até eu dizer que ouvi o estalar.
Eu me empinei e ele me bateu.
Foi forte dessa vez, deixando para trás aquele ardor
delicioso que não serve de exemplo para prazer nenhum.
- Ela tá se empinando, não tá? Eu sei que tá.
- Está. Empinada e pedindo mais como uma cachorrinha.
- É? Então esfrega o pau nas bochechas desse cuzinho
porque é disso que cachorra gosta.
Martin obedeceu sem hesitar. Arrancou a ereção para fora
das calças, abrindo as bandas da minha bunda para se enfiar em
minha carne o máximo que fosse possível sem me penetrar. Ele
estava começando a gostar.
- Martin, eu vou te ensinar como se faz uma coisa e depois
eu quero ouvir você me agradecer. Coloca ela de quatro, no
cantinho da cama. Não deixa ela se apoiar direito, porque senão
ela vai assumir o controle.
A mão pesada em minha cintura me dobrou contra a quina da
cama, tropecei dobrando os joelhos na cama. Meu único apoio era
um de meus cotovelos dobrados, o ângulo de meu corpo não permitia
que eu deixasse o outro braço na cama confortavelmente.
Há algo eroticamente lascinante em expor o cu a um
desconhecido sem qualquer controle do que acontecerá com ele. Em
meu telefone, a voz de Delvak era grave fazendo meu ventre se
contrair em uma inundação de desejo. E o langor que me invadia
era perfeitamente compreensível: a voz grave que nos orquestrava
em agonizante coreografia conhecia meu corpo e minhas vontades
acima de quaisquer outra.
O orgasmo era sempre certo com Delvak, embora o que ele
fizesse para me levar até lá fosse sempre imprevisível.
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- Agora você experimenta ela devagar. Não deixa a língua
muito tempo e não foda ela assim. Provoca essa puta por um tempo.
A língua me tocou áspera e gentil, saboreando o vale nas
laterais do meu sexo antes de encontrar o ponto que serve de
segredo para a sensibilidade de qualquer mulher. Sua saliva se
misturando aos líquidos de minha ansiedade lasciva.
- Tem dois de vocês aí, não tem?
- Andrew... – Martin parou para respirar antes de voltar a
me engolir.
- Andrew. – Delvak chamou – Piore a situação dela. Piore o
apoio. Arranque uma de suas pernas da cama.
Outro homem sobre mim, puxando-me pela coxa, arreganhando-
me os joelhos até deixar minha abertura além de meu domínio.
Eu não conseguia me manter firme sobre a cama e minha
mente já tecia rebuscadas ofensas a Delvak.
Tudo que meu corpo conseguia fazer, em seu incontido
desespero por maior suporte, era se inclinar para trás, buscando
o apoio de Martin que existia por nada além de sua língua.
A falta de sustentação deixando-me trêmula, forçando a me
esfregar na boca que me devorava.
- Sven... – pedi – Deixe que eu me apoie. – implorei.
- Hmm... – lento nas vogais – Não. Mas pode gritar. –
murmurou, deliciando-se com minha aflição – Eu deixo.
Eu poderia usar minha palavra de segurança, mas a vontade
de parar não ocupou minha mente por um segundo sequer. Havia algo
profundamente erótico em me tremer sobre dois membros enquanto
minha vontade era tolhida por dois homens largos e uma voz rude
que não me permitiria qualquer gentileza.
Deixei que me fodessem.
Deixei que me impedissem de resistir.
Fechei os olhos.
- Agora, você larga ela. – Delvak ordenou e eu tive
vontade xingá-lo de modo ainda mais brutal – Qual de vocês é
maior? E não sejam ridículos a ponto de mentir...
- Andrew. – Martin respondeu, objetivo.
- Martin, sente na lateral da cama. Andrew, você vai
coloca-la sentadinha sobre o pau menor que o seu. Encaixe ela
devagar e agarre sua cintura para controlar sua velocidade.
- E qual velocidade eu quero? – perguntou.
- Lenta. – eu podia imaginar Sven sorrindo. O braço em
minha cintura era firme e musculoso, primeiro guiando-me para
baixo como se ensinasse minha vagina e aceitar o pênis coberto
pelo preservativo. E depois lento assim como lhe foi instruído
que fizesse.
Mas minha vagina salivava de antecipação, os movimentos de
meus músculos internos querendo engolir a rigidez que estremecia
abaixo de mim. Forçar uma invasão vigorosa que satisfizesse meu
tesão irredutível, no entanto, estava fora de cogitação dado o
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braço poderoso que me envolvia permitindo nenhuma velocidade
acima de lenta.
- Ela já está se contorcendo, não está?
- Como se estivesse no cio. Nunca vi uma mulher pingar
tanto. Está babando pela bocetinha. E meu deus... – ele mordia o
próprio lábio em um fulgor que não conseguia mais reprimir – que
bocetinha.
- Não se acostume. – Delvak rosnou – Andrew, sua vez de
experimentar a bocetinha que seu colega tanto elogia.
Andrew me puxou permitindo que Martin saísse de mim. Foi
apenas então que percebi o que Delvak pretendia fazer comigo.
- Eles trocaram, não foi? – eu sentia sua risada sacana
mesmo que não houvesse quaisquer sinais em evidência.
- Trocaram. – suspirei com um sorriso.
- Viu, Lexa? É isso que acontece quando você arranja
amadores pra te comer. Crianças – murmurou, com sua típica
arrogância sexual – Ela me disse que estava fodendo dois por dia,
então ela vai foder dois por dia. Vocês comem a boceta dela ao
mesmo tempo.
Andrew e Martin se entreolharam, considerando.
- Não precisam ficar com essa cara de cu – bradou pelo
telefone – Ela aguenta. Prometo que aguenta. Agora vão foder essa
boceta ou vão me fazer ir até aí ensinar como se faz?
Martin deu de ombros e eu me enfiei nele mais uma vez,
empinando a bunda para que Andrew tivesse espaço para trabalhar.
Delvak sabia que eu aguentava por um motivo muito claro:
não era minha primeira vez.
Nem a segunda ou terceira, na verdade.
E se eu tinha suportado a carne de Delvak dentro de mim
junto com a de outro, não teria problema e receber aqueles dois
rapazes infinitamente mais modestos.
Estava mordendo meus lábios com força para tirar sangue.
Sim, era daquilo que eu precisava.
Precisava de um coletivo de pênis me possuindo porque um
só já não bastava mais.
Andrew encontrou um ângulo que lhe apetecia e juntou-se ao
colega formando um bloco único de carne rígida e palpitante
servindo de alimento a minha vagina voraz.
Abocanhei-os engolindo cada centímetro, suas estocadas
descompassadas conquistando meu ventre embora eu fosse capaz de
senti-las até a altura da garganta.
A tentação se apoderava de mim evidenciado a verdade dos
fatos: o pênis grosso faz pela libido da mulher o que comprimento
algum é capaz. É sempre preferível que nos penetrem até rasgar
para os lados e não para dentro. Empurrando meus músculos
vaginais hipersensíveis em todas as direções enquanto desbravavam
– dentro de mim – um caminho que dificilmente seria inédito, mas
certamente seria aprovado.
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E a aprovação se condensava em minha pele como suor, se
prendia em meu peito como um gemido, se agarrava às minhas
entranhas como êxtase que não demoraria em me arrebatar.
Gemi alto para que Sven escutasse gratidão nas ânsias do
meu fôlego e não demorei para escutar os dois garanhões que me
fodiam, acompanhando-me.
Acompanhando-me em êxtase de nossos corpos.
Acompanhando-me em gratidão ao nosso guia.
Ofeguei com violência quando eles se foram e bebi largos
goles de água antes de recuperar o celular, retirando-o do viva
voz.
- De nada. – ele murmurou assim que me ouviu chama-lo.
- Que está fazendo? Não deveria estar com Yaya? – lembrei.
- Isso não foi um “obrigada”, sua mal agradecida.
- Delvak, supere. Yaya. O que houve? – coloquei-o de volta
nos trilhos.
- Relaxe, Lexa. Eu sei fazer meu trabalho muito bem. Vai
estar apaixonada daqui a pouco.
Eu precisei rir.
- Não, não vai. – cantarolei.
- Está dizendo que sou ruim no meu trabalho? Sério? Depois
desse gozo que te dei de presente?
- Seu trabalho é suscitar orgasmos e prazeres violentos.
Esse você faz bem, ninguém está negando. Fazer uma mulher como
Yasmine se apaixonar... – respirei fundo – Não vai conseguir.
- Vai me ofender. Não acredito. Da próxima vez, te deixo
sozinha com os amadores.
- Sven, por que eu consigo te escutar quando o assunto é
sexo, mas você não consegue me ouvir quando o assunto são
emoções? É realmente tão teimoso a ponto de sequer imaginar a
possibilidade de que talvez outra pessoa saiba do que está
falando?
Agora era ele quem respirava fundo.
- Muito bem. – aceitou – E o que eu faço?
- Não vai dar certo, de qualquer modo, porque você tem
pouco tempo... – considerei – Mas sua melhor chance ainda é mudar
o curso de ação.
- Para fazer o quê?
Eu sorri.
- Se acalme. Vou te explicar.

**********

- Já está pronto para ir de novo? - sussurrei, mordiscando


seu queixo, quando ele finalmente saiu do banho. Ele esfregou as
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partes do meu corpo que lhe agradavam antes de se recostar nos
travesseiros – Você demorou. Fiz algo errado? - enruguei a testa
diante da sua distância.
- Não. - ele parecia confuso - Não. - repetiu, dessa vez
com maior firmeza. Puxou-me pela cintura, cobrindo o próprio
corpo com o meu, entrelaçando nossas pernas, apoiando meu rosto
contra seu peito.
Moveu-se fazendo-me rir e encontrou o controle remoto em
cima do criado mudo.
Ligou a tv e ficou mudando de canal daquele jeito
incompreensível que apenas homens conseguem fazer.
Escorrei minha mão entre suas pernas quando ele segurou
meu pulso.
- Acho que quero ver um filme, agora. - inclinou o rosto e
me beijou - Me faz companhia?
- Claro! - me aninhei no seu colo com um sorriso e esperei
que ele decidisse por um canal.
Ele brincou sobre nossas origens serem parecidas e me fez
cócegas. Eu devolvi as brincadeiras dizendo que não era tão
safada quanto ele e puxei suas bochechas fazendo-o rir.
Era quase como se fossemos amigos de longa data e teria
sido uma noite incrível se não fosse pelo brilho nos seus olhos.
Era algo delicado e quase imperceptível, mas estava lá. Uma boa
dose de admiração sempre que olhava para mim.
Esperei que fosse apenas admiração profissional pelo modo
como tinha me portado na festa.
Mas ele sorriu com seu contínuo cafuné nos meus cabelos e
foi só quando me puxou para si e dormiu abraçado comigo, que eu
percebi que tinha algo severamente errado.

**********

- Bom dia. - desejei, indicando o café da manhã com um


gesto.
- Acordou primeiro. - piscou - Não dormiu bem?
- Dormi bem demais. - gemi, carinhosa - Mas uma pessoa
muito inteligente um dia me disse para nunca acordar depois do
cliente. - sorri.
Delvak sorriu de volta e sustentou meu olhar.
Não era um sorriso safado ou um olhar sedutor. Era só...
Um sorriso.
Engoli a seco sentindo algo dentro de mim se manifestar
através de um tremor.
- Então! - estalei, tentando fugir do seu escrutínio - É
nosso último dia. Posso esperar uma boa avaliação? Ou vai falar
mal de mim para o professor Stow? - exagerei o bico mimado.
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Sven baixou o olhar para seu prato, o meio sorriso no seu
rosto era adorável e quase me fazia querer beijá-lo.
O homem era um deus na cama e uma boa companhia fora dela.
Era bom de beijar e nem um pouquinho mau de ver nu. Eu poderia
prolongar nosso fim de semana por um mês inteiro se me fosse dada
a escolha.
Seu olhar se moveu e sua mão correu sobre a mesa buscando
a minha. Apertou meus dedos entre os seus em um carinho que não
combinava em nada com o homem cuja fama de predador era tão
conhecida e reconhecida.
- Estive pensando sobre isso, Yaya. Acho que não vai ser
nosso último dia.
- Não? - encarei seu rosto, esperando que ele me
observasse de volta.
- Acho que... - levantou o queixo, me observando com
cuidado - Vou falar com Oliver. Gostaria de contratá-la agora que
se formou.
- Isso quer dizer que me formei? - brinquei, satisfeita.
- Ah, sim! - riu - Com louvor. Então, o que me diz?
Gostaria se eu a contratasse? - seu pomo de adão se moveu - Em
tempo integral?
Era o seu olhar.
Aquele maldito olhar carinhoso.
Se o Delvak safado tivesse me feito aquela proposta quando
saímos do cinema, eu teria gritado que "sim" sem pensar. Mas
havia alguma emoção ali e embora eu não conseguisse identificá-la
muito bem, ela certamente seria perigosa.
- O que me diz? - repetiu.
- Acho que preciso falar com o senhor Stow antes de tomar
essa decisão.
- Não precisa, eu sou o presidente da empresa, lembra? -
acariciou minha mão - Pode resolver comigo, agora.
- Senhor Delvak... - murmurei, minha mente trabalhando em
uma absurda velocidade.
- Sven. - pediu.
- Sven. - corrigi - Não sei se seria apropriado.
Eu estava negando o meu chefe. Aquilo não poderia acabar
bem poderia?
Ela ia esbravejar. Respirei fundo e esperei.
- Eu entendo. - suspirou, soltando minha mão. Parecia
tímido. Nada daquilo combinava com ele.
- Sven, eu não...
- Eu sei, Yaya. - sorriu. Bebeu um gole do café e se
levantou.
- Para onde vai? Ainda podemos nos divertir hoje.
- Não. - ele se virou a meio caminho da porta. Havia uma
tristeza no seu semblante que me fez querer abraçá-lo - Nós
acabamos.
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Epílogo
- Yaya, entre. - ele me ofereceu um sorriso imenso.
Passei o resto do domingo na minha casa tentando convencer
Magda de que eu estava certa em recusar a proposta de Delvak.
Magda não conseguia entender e eu tive que impedi-la de chamar a
polícia, os médicos e, em uma ocasião muito constrangedora, a
minha mãe.
Ela não conseguia entender como uma prostituta negava sexo
muito bem pago para um homem como Delvak.
E eu não esperava que ela entendesse.
Muitas mulheres acham que um homem grande e poderoso pode
lhes dar tudo que precisa... mas eu preferia dominar. Sempre
achei que homens grandes e poderosos me anulavam. E com Delvak...
com Delvak eu nunca poderia dominar. Seria sempre dominada.
O presidente da Willex, meu chefe... e aquele olhar.
Aquele maldito olhar cheio de carinho e o aperto cuidadoso na
minha mão.
Como dominadora eu nunca preferi homens que não sabia se
submeter. Mas como prostituta eu sempre fugi de clientes que se
envolviam emocionalmente.
Se você vira sua companheira romântica não demora muito
para que começassem a te tratar como uma posse. Afinal, eles te
pagam e gostam de você... então você os pertencesse. É uma
associação que acontece de forma igualmente rápida e perigosa. Eu
preferia me distanciar e não esperava que Magda compreendesse ou
aceitasse.
- Sinto muito pelo modo como saí ontem, Yaya.
- Não é problema, senhor.
- Sven, por favor. - repetiu, com um sorriso modesto.
- Sven. - aceitei mais uma vez.
- Yaya... acho que abordei nossa situação do jeito errado.
- Nossa situação?
Ele se jogou contra a cadeira, alongando a coluna e
expirou demoradamente.
- Eu estou acostumado com sexo puro e simples. Você
também. - gesticulou - Então, acho que me faltou tato.
- Em relação a quê?
Apoiou os cotovelos em cima da mesa e mesmo a distância eu
conseguia sentir seu cheiro. Lembrava do gosto da sua barba na
minha língua e da sensação da sua saliva nas minhas coxas.
- Gostei de nosso tempo juntos e... independente de seu
trabalho... gostaria se pudéssemos, nos encontrar.
- Nos encontrar? - levantei as sobrancelhas sem ter
certeza se estaria acompanhando seu raciocínio.
- Como amigos. - acrescentou rapidamente - Ou... como algo
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mais.
Minha boca não estava exatamente aberta, mas também não
estava exatamente fechada.
- Senhor Delvak. - achei melhor manter distância - Acho
que não seria apropriado.
- Yaya. - murmurou. Sua voz era grave e sedutora - Estou
dizendo que gosto de você e que queria te levar para jantar. Qual
o problema?
- Acho que seria inapropriado.
- Depois de ter gozado na minha boca? - riu - Acha
inapropriado sair para jantar?
- Prefiro não mistura emoções com trabalho, senhor. -
cruzei os braços - Espero que entenda.
- Entendo. - baixou a cabeça - Entendo perfeitamente bem.
Seu rosto estava baixo e eu não conseguia ler sua
expressão.
Mas não poderia ser bom.
Ele era o meu chefe. Aquilo não poderia acabar bem.
Puxou o telefone do gancho.
- Mande-os entrar. - pediu. Tinha um sorriso no rosto mais
uma vez.
Um sorriso safado.
Significava que ele ia se vingar?
A porta se abriu dando passagem a duas pessoas entre
conversas e risos.
Oliver Stow.
Lexa Strome.
Eu me endireitei na cadeira sem entender o que estava
acontecendo.
- E então, Sven? - o professor Stow me cumprimentou com um
gesto e sentou ao meu lado e ocupou a cadeira do outro lado -
Veredicto?
- A garota passou. - sorriu satisfeito.
Eu estava tentando acompanhar o mais rápido possível.
- Passei?
- Você não envolve negócios com prazer, Yaya. É uma boa
profissional, sabe lidar com o cliente.
- E também sabe lidar muito bem com situações envolvendo
namoradas. - Strome sorriu e eu entendi que tinha sido enganada.
Expirei com um sorriso de incredulidade.
- Você estava mentindo? - encarei Sven com admiração.
- Nunca mentiu para um cliente? - piscou um olho para mim
- Mentir faz parte do trabalho, lembra? E você é muito boa no que
faz. Eu apenas sou melhor. - abriu os braços, discreto - Muito
melhor.
- Está bem, Sven. - Oliver recriminou, rindo - Já
entendemos. Yaya, precisávamos testar você antes de concluir a
pós-graduação. O trabalho envolve um contato muito direto com o
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cliente e eu gostaria de ter certeza que não teremos problemas de
envolvimento pessoal com clientes.
- Por isso o teatro?
- Ah, foi divertido. - Delvak riu e eu precisei concordar.
- Uma mulher muito inteligente me disse que eu não poderia tentar
te conquistar só com sexo. - Ele piscou mais uma vez, mas não
para mim. O olhar que ele oferecia a Lexa não era safado como
quando ele comia uma mulher ou queria comê-la. Também não era
carinhoso como quando mentiu dizendo que gostava de mim.
Era uma mistura perfeita dos dois. Uma mistura de carinho
e safadeza que eu nunca o tinha visto demonstrar antes. Ela
sorriu e uma parte dele parecia se desfazer aos olhos do
espectador.
Então é assim que ele fica quando está apaixonado de
verdade.
- Ótimo, então! - bati palmas - Isso quer dizer que eu
estou formada?
- Melhor do que isso, senhorita Yaya. - Sven avisou,
gesticulando para Oliver. Eu me virei para o meu professor.
- Espero que esteja pronta para começar. - Stow tinha o
queixo apoiado na mão, quando mordeu o sorriso - Porque temos um
cliente para você.

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A história de Yasmine e seu novo cliente
é narrada no romance “Malícia”.

Em breve.

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Table of Contents
Prólogo
1 - Dirty Talking
2 - 69
3 - Espanhola
Epílogo

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