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Provocações
São Paulo
2017
Gogo Books
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- Senhorita Yaya.
- Senhor Delvak? - fiquei para trás quando a turma saiu da
sala.
- Stow disse que você é uma das concluintes no curso de
pós-graduação. Ele achou que seria interessante que eu conhecesse
alguns dos alunos, antes da formatura.
- Ah. - Era isso, então. Era por isso que ele tinha me
mandado para essa aula. - Espero que não tenha decepcionado.
- O contrário, na verdade. - ele estava apoiado contra a
mesa com as mãos nos bolsos. Seus olhos me mediam sem qualquer
pudor e eu me empinei elegante, privilegiando sua visão - Vou
levá-la para sair amanhã à noite.
- Senhor? - hesitei.
- Vamos sair. Eu e você. - explicou, sem compromisso - Tem
algum problema com isso?
- Não, senhor. - engoli a seco - Nenhum. - sorri, me
recompondo. Foder Sven Delvak era um sonho recorrente de qualquer
mulher heterossexual com uma boa dose de libido. Mas, se
acontecesse comigo, sempre imaginei que seria no Negligê. Nunca
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fora. Principalmente considerando que, dentro do Clube, todos os
alunos assinavam um acordo de consenso tácito perante os
orientadores. Em outras palavras, dentro do Negligê, ele poderia
me foder por qualquer buraco que quisesse e eu não diria nada
além de “obrigada”.
Mas quem eu estava enganado?
Era bem provável que sexo com Delvak fora do Negligê se
passasse exatamente do mesmo jeito.
- Ótimo. Stow irá lhe passar as instruções e o endereço.
Você me encontrará lá e não se atrasará.
- Sim, senhor. Sem problemas. - esclareci, repassando
mentalmente se eu teria algum compromisso para o dia seguinte. Se
tivesse, precisaria ser sumariamente desmarcado - Posso perguntar
para onde iremos?
Ele riu.
Um rosnado delicioso.
Era dirty talk em outra forma. Só um sorriso. Uma risada
baixa e grave que fazia cada pelo do meu corpo se eriçar
desejando sexo.
O homem era um inquestionável profissional na arte.
- Você vai experimentar a coisa mais gostosa do mundo. -
provocou.
- Sexo? - estreitei os olhos - Vai transar comigo, senhor
Delvak?
Minha vagina estremeceu esperando um "sim".
- Sexo? - repetiu minha pergunta, com descrença - Não, meu
amor. - colocou as mãos na minha cintura e sussurrou cheio de
fome - Sexo é a segunda coisa mais gostosa do mundo. A primeira
sou eu.
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Ele usava uma blusa azul de botões abertos por cima de uma
camiseta vermelha. As mangas compridas da camisa azul se dobravam
em seus antebraços. A calça jeans justa e o colar de pingente
simples lhe davam um ar de badboy me fazendo desejar atravessá-lo
no meu colo e espancar sua bundinha antes de mordê-la.
- Senhorita Yasmine. - cumprimentou.
- Pode me chamar de Yaya. - me aproximei o suficiente para
deixar minha bochecha a sua disposição. A boca também, mas isso
foi só porque eu sou safada e nunca se sabe quando a vida vai te
dar um brinde, não imaginei que ele fosse realmente me receber
com um beijo de língua.
- Achei que era seu pseudônimo para o Negligê. - ignorou
minha bochecha e, ao invés disso, tomou minha mão nos lábios e
beijou meus dedos.
- Uso meu apelido como nome de guerra. - brinquei,
sentindo sua saliva aquecer minha pele - Não tenho nada para
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esconder.
- Li sua ficha. É impressionante.
- Quer compartilhar algo em especial?
- Tenho uma admiração muito particular por dominatrixes. -
confessou. Eu olhei ao redor, preocupada que sua absoluta
descontração diante de um tema repleto de tabus fosse atrair uma
atenção indesejada de transeuntes - Minha mãe trabalhou com isso
por um tempo.
- Atendimento pessoal ou em clubes?
- Ambos. Mas mais em clubes. - indicou a bilheteria com um
gesto e nos encaminhamos para a fila - Era dona de um lugar já no
fim da vida.
- Oh, sinto muito.
- Não se incomode. - abanou a mão com seu eterno sorriso -
Ela viveu muito mais do que muita gente.
- Não duvido.
- Posso perguntar como começou a seguir a carreira?
- Você não parece o tipo de homem que pede permissão. -
levantei uma sobrancelha.
- Bem, se vamos falar de sexo no meio da fila já vão me
olhar como se eu fosse pervertido. - riu - Pelo menos vou ser um
pervertido educado.
- Comecei como dançarina. – expliquei – Mas minha primeira
vez na profissão foi por causa do meu trabalho como massagista.
- Tântrica, tailandesa?
- Simples... massagem de pedras quentes, shiatsu...
Trabalhava em alguns hotéis elegantes.
- Deixe-me adivinhar... Um dia um cliente pediu algo mais,
se ofereceu para pagar uma boa quantia e você pensou "Por que
não?".
- Quase certo.
- Que parte eu errei?
- Não foi por dinheiro... Foi um par de ingressos pro jogo
dos Bulldogs.
Ele se afastou um pouco e me observou com curiosidade.
- Trocou sexo por um par de ingressos pra um jogo de
hockey?
- Eram lugares excelentes. - fechei os olhos.
- Oliver estava certo. - dobrou o lábio - Você é uma ótima
opção.
- Perdão?
- Estou com uns problemas no trabalho esse fim de semana,
senhorita... Yaya. - me ofereceu o braço e eu me enlacei em seu
corpo - Preciso... relaxar. Oliver me falou que você poderia ser
uma boa opção. Então, vai ficar comigo esse fim de semana. Seria
um problema?
- Nenhum, senhor.
- Pense nisso como um teste. Você sabe os detalhes do seu
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curso de pós-graduação, não sabe?
- Sei. Clientes exclusivos para uma experiência de namoro
a longo prazo.
- Perfeita definição. Então... quero que fique comigo como
ficaria se eu fosse o cliente a longo prazo. Quero ver como se
porta.
Entrevista de emprego.
Sven Delvak não precisava contratar uma aluna para
diversão e relaxamento por um fim de semana. Faria isso apenas se
quisesse. E, se fosse o caso, não ficaria conversando sobre
trabalho. Era uma entrevista de emprego. Uma que eu queria me
esforçar para ser excelente.
- Bem... se fosse um cliente a longo prazo, eu teria
pesquisado você, primeiro. Para descobrir seus gostos, suas
preferências...
- Quer dizer que nunca me pesquisou, Yaya? Estou ofendido.
- exagerou na expressão de indignação.
- Caso eu não tenha pesquisado - sorri, sugestiva - o que
seria importante saber?
- Seria direta assim com um cliente?
- Não. - levantei um ombro - Descobriria aos poucos.
- Tudo bem. Vamos experimentar isso, então.
- Descobrir aos poucos?
- Não estou com pressa, senhorita. - abriu os braços,
quando um dos guichês ficou livre, expondo seu belo corpo - E
você?
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Em breve.