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MUROS

ABERTURA DE PRO CESSO EM IMAGENS

As IMAGENS a seguir foram feitas durante a


a b e r t u r a d e p r o c e s s o r e a l i z a d a n o Te a t r o d a Ve r -
tigem no dia 26 de Outubro de 2017. Elas re-
tratam os principais momentos da apresentação
com foco na experiência visual.
A entrada no muro

PRÓLOGO - ANTE SALA

O público aguarda a entrada onde o Muro literalmen-


te fala e convida todos a conhecerem seu interior.

A partir de caixas de som de propagação por vi-


bração instaladas no lado interno da parede do te-
atro fizemos com que o som fosse emitido pelo
próprio “Muro”. Nele ouvimos trechos de um dis-
curso de mea culpa onde reconhece ter ficado ca-
lado durante a tragedia acorrida em Andorra. Dis-
curso que poderia ser facilmente trazido para nosso
tempo ou provavelmente em um futuro próximo.

“Creio estar interpretando o pensamento de todos se, para concluir, repito, mais uma vez: só
posso lastimar o curso dos acontecimentos, naquele tempo. Nós todos nos enganamos, naquele tem-
po. É evidente que eu também acreditei naquilo em que todos acreditavam, naquele tempo. Até o fim.
Não tenho culpa de que, depois se passasse o que se passou. Depois destes anos todos, é só o que
posso dizer. Não tenho culpa.”
no interior de um muro

Entrando na sala o publico imerge em um ambiente de


festa com musica eletronica criada a partir de ruidos de
pedras. Ao desenrolar da musica, a fumaça, o jogo de lu-
zes e o som logo se transformam em um local de con-
flito onde os elementos são resignificados para o interior
de uma repressão policial durante uma manifestação.

Apesar de haver uma certa estrutura de acvontecimentos


em atos o publico pode circular livremente pelo espaço
como se estivesse em uma exposição,explorando elemen-
tos que são visiveis mas que só serão ativados em seu
devido momento. A fumaça aqui também nos ajuda a criar
um clima de descoberta dos elemntos por parte do público.
objetos autômatos

Alguns objetos assumem o papel de personagens


ganhando vida propria através de movimentos auto-
matos. Eletrodomésticos como este liquidificador em
convulsão nos levam a pensar sobre o interior e a
segurança das paredes de um lar.
Para a continuidade do processo, a idéia é ampliar o
número de eletrônicos automatos em cena.
coro de vigilantes

Cameras de vigilancia, geralmente acopladas as pa-


redes e muros de residencias e estabelecimentos co-
merciais na intenção de trazer certa segurança e pro-
teger o patrimonio, são usadas aqui como os olhos
desse muro.

Durante toda a apresentação, um conjunto de moni-


tores de vigilancia onde vemos diversas cenas de ca-
meras de vigilancia em looping esta disponivel para
interação. Acontecimentos veiculados pela midia, se
misturam a imagens gravadas, por esse dispositivo,
de performances fora do espaço de exposição. Ao
mesmo tempo, um outro monitor nos mostra a ima-
gem de quem esta diante dessa tela onde é gravado
por uma camera de vigilancia ao vivo. Nesse espaço
de vigilancia, através de um fone de ouvido, o publico
tem a opção de ouvir o som composto pelo maestro
e compositor Clayton Ribeiro e executado em cordas
pelo compositor Augusto Alves. Como também ob-
servar as imagens ao som da trilha sonora ambiente.

Para a continuidade do processo pretendemos tra-


zer imagens captadas por coletivos de outros paises
em tempo real onde seria possivel estabelecer uma
especie de olho mundial do muro. Assim como mais
monitores e fones de ouvido para que mais pessoas
possam experimentar a instalação.
violência e memória

Nessas imagens , Viviane barbosa nos tras a memo-


ria de um estupro dentro das paredes de casa. As
fotografias, dispostas em conjuntos sobre as colunas
do teatro e encobertas pela neblina, são iluminadas
por um projetor de slides, onde no lugar de slides fo-
tograficos vemos apenas furos por onde a luz passa
para iluminar as imagens.

Nessa ação assim como nas outras vemos que os


trabalhos precisam sempre de um gatilho que o ative.
São obejetos com vida que não se completam sem
uma ação que os ative.

Para a continuidade do processo pensamos em cons-


truir molduras que destaquem em relevo as imagens
expostas na estrutura arquitetonica. Também será
preciso melhorar o mecanismo de slides comprando
um aparelho que funcione melhor que o utilizado no
evento.
a dureza e fragilidade
de um muro

O cenario foi construído a partir de placas de isopor


suspensas que se movimentam por trilhos no teto du-
rante a apresentação .
Aqui aproveitamos a materialidade do isopor para
passar um ideia de fragilidade ao mesmo tempo em
que o tamanho da placa nos impoe um estrutura rigi-
da causando um estrnhamento no publico ao ver as
placas se movimentando com leveza pelo espaço.
Ao se movimentarem as placas reestruturam a espa-
cialidade da sala por onde o publico transita.

Em determinado momento, quando todas as placas


ficam alinhadas no centro da sala, é criado um muro
que divide o publico em dois ambientes. nesse mo-
mento cada individuo se vê preso por uma parede tão
fragil que bastaria um empurrão para atravessa-la.
Também é oferecida uma saida pela varanda do pre-
dio onde o publico tem contato com o lado de fora em
que a rua se mistura a experiencia sonora da apre-
sentação.

Para a continuidade do proceso iremos aprimorar o


sistema de trilhos para traser novas posibilidades de
espacialização móvel.
caiar de sangue a parede

Nesa instalação, um conjunto de lâmpadas cobertas


por cera fica suspenso sobre uma placa de isopor
curva. A medida em que as lâmpadas chegam a sua
potencia maxima a cera vermelha contida nelas der-
rete e pinga sobre a parede de isopor branca, criando
um desenho que nos remete a vestigios de violencia
passada.
A placa de isopor usada nessa instalação é usada na
próxima apresentação como uma das paredes mo-
veis, em uma continuidade durante toda a temporada
até que todas as placas no espaço expositivo este-
jam marcadas por esse evento.
a transformação: composição
para mãos blocadas

O momento final é apresentado por uma performan-


ce do maestro Clayton Ribeiro que mesmo com as
mãos presas por blocos de isopor executa uma com-
posição feita pare esse “dispositivo”.
Ao final da apresentação realizamos uma roda de con-
versa onde foi possivel ouvir a impressão do público.
Nesse momento ficamos muito contentes ao perceber
que todos receberam de forma positiva a experiencia
nos trazendo visões que condiziam com nossa tentati-
va de transmitir a sensação do texto, e trazer a tona a
discussão sobre idéia de muro.

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