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SNPTEE

SEMINÁRIO NACIONAL GLT-29


DE PRODUÇÃO E 19 a 24 Outubro de 2003
TRANSMISSÃO DE Uberlândia - Minas Gerais
ENERGIA ELÉTRICA

GRUPO III
GRUPO DE ESTUDO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO – GLT

ISOLADORES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO DO SISTEMA


ELÉTRICO BRASILEIRO - Parte II : AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Nilton dos Santos Filho * Ricardo Wesley Salles Garcia


CEMIG CEPEL

RESUMO Esta pesquisa foi respondida pela CTEEP (EX-CESP),


COPEL e ELETROSUL, e seus dados estão
Componente de vital importância nas instalações de atualizados até 1998, CEMIG, CHESF, COELBA,
distribuição e transmissão de energia elétrica, os CPFL, ELETRONORTE, FURNAS e LIGHT, com
isoladores cada vez mais têm motivado pesquisas e dados atualizados até outubro de 2000.
investimentos, buscando elevar seu desempenho
frente ao envelhecimento natural, ação de poluentes 2.0 DADOS DO SISTEMA
(atmosféricos e industriais) e vandalismo. O Grupo de
Trabalho B2.03 - Estudos de Isoladores, do comitê 2.1 Quase 70% dos 106.550 km de LTs encontra-se
brasileiro da Cigré conduziu uma pesquisa nacional nas faixas de 138 kV (31,3%), 230 kV (23,5%) e 500
sobre o assunto, baseado em parte em um kV (14,9%). As linhas de 69 kV representam 13,1% da
levantamento semelhante realizado pelo mesmo GT da extensão do sistema elétrico, comprimento próximo ao
Cigré internacional, promovendo um inventário das linhas de 500 kV.
nacional e uma avaliação de desempenho deste
componente, baseados no ativos e na experiência das TABELA 1 - COMPRIMENTO TOTAL APROXIMADO
concessionárias brasileiras. DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO DO SISTEMA (km)

PALAVRAS-CHAVE COMPRIMENTO (km) DAS LTs –


TENSÕES INFERIORES A 230 kV
Pesquisa Nacional sobre Isoladores de Linhas de Até 69 kV 69 kV 138 kV 161 kV
Transmissão. Desempenho de Isoladores de Alta 1918 14.023 33.296 55
Tensão. Inventário Nacional de Isoladores de AT. TOTAL = 49.292 km
Isoladores de vidro, porcelana e poliméricos.
COMPRIMENTO (km) DAS LTs –
1.0 INTRODUÇÃO TENSÕES IGUAIS OU SUPERIORES A 230 kV
230 kV 345 kV 440 kV 500 kV 600 kV 750 kV
A pesquisa foi conduzida através da adaptação do 24.362 7.818 4.517 14.505 1.612 2.386
questionário utilizado em trabalho realizado pela Cigré TOTAL = 57.258 km
Internacional, além da elaboração de questões
específicas à realidade nacional. Esta pesquisa foi TOTAL GERAL = 106.550 km
direcionada a todas as concessionárias que operavam
no país nos anos de 1997 a 2000, sendo em parte 2.2 Mais de 16 milhões de isoladores (71,3%) estão
prejudicada pelas alterações ocorridas no modelo do instalados sob tensão igual ou superior a 230 kV, com
setor elétrico brasileiro e pelo programa de picos de 97,5% na CHESF, 96,5% na ELETRONORTE
privatizações desenvolvido neste período pelo governo e 91,7 em FURNAS. A LIGHT possui a maioria (97%)
federal. Profissionais se desligaram das empresas e de seus isoladores instalados em tensões inferiores a
muitas foram totalmente reestruturadas durante a 230 kV, bem como a COELBA com 90,1% e a COPEL
vigência da pesquisa, inviabilizando em alguns casos o com 84,1%.
envio das informações solicitadas.
* Rua Osório de Moraes, 281 – Q14/P10 - CEP 32210-140 - Contagem - MG - BRASIL
Tel.: (031) 3329 5313 - Fax: (031) 3329 5327 - e-mail: nsfilho@cemig.com.br
2

TABELA 2 - QUANTIDADE APROXIMADA DE ELETROSUL a menor (0,045%), em tensões inferiores


ISOLADORES INSTALADOS a 230 kV. Em tensões iguais ou superiores a 230 kV, a
COPEL registrou o maior índice (0,156%) e a CTEEP
QUANTIDADE DE ISOLADORES INSTALADOS (antiga CESP) o menor (0,07%).
Tensões < 230 kV Tensões > 230 kV
5.401.765 unidades 10.820.346 unidades Determinante na obtenção deste índice é a extensão, a
TOTAL GERAL = 16.222.111 unidades localização e a tensão das LTs de cada
concessionária. Uma empresa com grandes extensões
2.3 É predominante a utilização de isoladores de vidro, de LTs poderá ter seus índices favorecidos, porém sua
em todas as concessionárias e tensões, exceto na exposição é superior em relação as condições
Light, onde os isoladores de porcelana, 80 kN, atmosféricas, poluentes, vandalismo, etc.
representam 80% do total nas tensões superiores ou
igual a 230 kV e 77,1% em tensões inferiores a 230 kV. 3.2 Os desligamentos provocados por componentes
em linhas de transmissão variam percentualmente para
TABELA 3 - PORCENTAGEM APROXIMADA DE cada empresa, embora na maioria das concessionárias
CADA TIPO DE ISOLADOR NAS LTs e na média das respostas recebidas, isoladores, cabos
condutores, estruturas e cabos pára-raios, nessa
TENSÕES INFERIORES A 230 KV ordem, são os maiores geradores dos desligamentos.
Porcelana 24,3% A CEMIG e a CTEEP acrescentaram ainda que as
80 kN Vidro 50,3% descargas atmosféricas são responsáveis pelo maior
Polimérico 0,5% número de desligamentos de suas LTs (tensões
menores que 230 kV).
Porcelana 3,6%
120 kN Vidro 18,9%
Observa-se um elevado percentual de desligamentos
Polimérico 2% atribuídos a isoladores, em tensões inferiores a 230 kV,
12,5 kN Line-post porcelana 0,2% como na CHESF, na ELETROSUL e na LIGHT
110,7 kN Line-post polimérico 0,2% (superiores a 80%), porém podemos considerar muitas
TENSÕES SUPERIORES OU IGUAIS A 230 KV das faltas registradas relacionadas à descargas
Porcelana 15,4% atmosféricas e suas conseqüências.
80 kN Vidro 24%
Polimérico 0,1% Foi registrada também uma alta taxa de falhas devidas
Porcelana 8,2% a estruturas em FURNAS, para tensões igual ou
120 kN Vidro superior a 230 kV.
46%
Polimérico 0,8%
TABELA 5 – MÉDIA ANUAL DOS DESLIGAMENTOS
Vidro 3,6%
PERMANENTES POR KM DE LINHA
160 kN Porcelana 1,7%
Polimérico 0,2% PERÍODO DE APURAÇÃO – 62 ANOS
TENSÕES INFERIORES A 230 kV
3.0 DADOS DE DESEMPENHO DE LINHAS DE
Cabos Cabos
TRANSMISSÃO Estru- Ferra-
Isolador condu- pára- Outros
tura gens
tores raios
3.1 Defini-se como desligamento permanente, aquele
46,4% 19,6% 3,6% 16,3% 0,8% 13,2%
em que há a necessidade de intervenção humana para
restabelecimento do serviço. PERÍODO DE APURAÇÃO – 51 ANOS
TENSÕES SUPERIORES OU IGUAIS A 230 KV
TABELA 4 – MÉDIA ANUAL DOS DESLIGAMENTOS Cabos Cabos
PERMANENTES POR KM DE LINHA Estru- Ferra-
Isolador condu- pára- Outros
tura gens
tores raios
TENSÃO DO 63,2% 9,7% 7,4% 10,1% 1,8% 7,8%
PERÍODO
EMPRESA SISTEMA
DE APURAÇÃO
< 230 kV ≥ 230 kV 4.0 DADOS DE DESEMPENHO DE ISOLADORES
CEMIG 1998 a 2000 0,00105 0,00228
CTEEP 1993 a 1995 0,0018 0,0007 4.1 FALHAS POR TIPO DE ISOLADOR
CHESF 1992 a 1996 0,0210 0,00075
O vandalismo e as descargas atmosféricas são os
COPEL 1994 a 1996 0,00342 0,00156
maiores causadores de falhas em isoladores de vidro e
CPFL 1992 a 1997 0,00709 - porcelana, embora a poluição e a corrosão também
COELBA 1998 a 2000 0,006 0,005 estejam presentes como causadoras de falhas. A
ELETRONORTE 1997 a 2000 0,0004 0,0003 poluição trouxe danos (não detalhados), a isoladores
ELETROSUL 1995 a 1996 0,00045 0,00045 poliméricos da LIGHT, em tensões inferiores a 230 kV.
FURNAS 1992 a 1996 0,0015 0,00053 A tensão e o tipo de isolador não alteram
LIGHT 1996 a 2000 0,03 0,01 significativamente a ordem dos maiores causadores de
falhas em isoladores. Nenhuma empresa indicou
A CHESF registrou o maior número de desligamentos falhas devidas a curto circuito na cadeia.
permanentes por km de linha por ano (2,1%) e a
3

TABELA 6 - FALHAS POR TIPO DE ISOLADOR TABELA 7 - INCIDÊNCIA DE TIPOS DE DEFEITO DO


(NÍVEIS DE IMPORTÂNCIA) ISOLADOR QUE CAUSAM A FALHA DO MESMO

ISOLADORES DE PORCELANA ISOLADORES DE PORCELANA


TENSÕES INFERIORES A 230 kV TENSÕES INFERIORES A 230 kV
Defeito Fusão
Descarga Quebra Soltura Rompimento do pino
Vanda- Polui- de Perfu- Soltura
atmosfé- Corrosão Outras do da cam- do pino ou ou da
lismo ção fabri- ração do pino
rica dielétrico pânula campânula campa-
cação
nula
2ª (2) 1ª (3) 1ª (2) 2ª (2)
1ª (3) 2ª (1) 2ª (1) 3ª (1)
3ª (1) 3ª (1) 4ª (1) 2ª (2) 3ª (1) 3ª (1)
2ª (1) 4ª (1) 3ª (3)
1ª (1) TENSÕES SUPERIOR OU IGUAL A 230 KV
Fusão
TENSÕES SUPERIOR OU IGUAL A 230 KV Quebra Soltura Rompimento do pino
Perfu- Soltura
Defeito do da cam- do pino ou ou da
Descarga dielétrico
ração do pino
pânula campânula campa-
Vanda- Polui- de
atmosfé- Corrosão Outras nula
lismo ção fabri-
rica 1ª (2) 2ª (2) 3ª (2)
cação
2ª (1) ISOLADORES DE VIDRO
3ª (1) 1ª (1) 4ª (1) 4ª (1) 4ª (1) Queima- TENSÕES INFERIORES A 230 kV
das Fusão
Quebra Soltura Rompimento do pino
Perfu- Soltura
do da cam- do pino ou ou da
ISOLADORES DE VIDRO dielétrico
ração do pino
pânula campânula campa-
TENSÕES INFERIORES A 230 kV nula
Defeito 2ª (1)
Descarga 1ª (8) 3ª (1) 2ª (4) 3ª (1)
Vanda- Polui- de 3ª (1)
atmosfé- Corrosão Outras
lismo ção fabri- TENSÕES SUPERIOR OU IGUAL A 230 KV
rica
cação Fusão
Quebra Soltura Rompimento do pino
1ª (4) 2ª (2) 4ª (1) 2ª (2) Perfu- Soltura
3ª (2) do da cam- do pino ou ou da
3ª (2) 1ª (4) 2ª (2) 4ª (2) 4ª (2) ração do pino
Outros dielétrico pânula campânula campa-
2ª (2) 3ª (1) 3ª (1) 3ª (1) nula
3ª (1)
TENSÕES SUPERIOR OU IGUAL A 230 KV 1ª (6) 2ª (2) 2ª (1)
2ª (2)
Defeito
Descarga OBS.: Os níveis 1ª, 2ª, 3ª, etc referem-se à importância
Vanda- Polui- de
atmosfé- Corrosão Outras relativa de cada causa. Os valores entre parênteses
lismo ção fabri-
rica referem-se ao número de empresas que selecionou a
cação
opção.
3ª (1)
2ª (2) 1ª (3) 2ª (1) 3ª (1) 2ª (1)
Queima- 4.3 REGIÕES COM GRANDE QUANTIDADE DE
3ª (1) 3ª (0) 4ª (1) 4ª (1) 4ª (1)
das FALHAS EM ISOLADORES DEVIDO A DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS
ISOLADORES POLIMÉRICOS
TENSÕES INFERIORES A 230 kV A CTEEP relata falhas devidas ao ângulo de blindagem
Descarga Defeito insatisfatório (>48°) das estruturas. Estudos não
Vanda- Polui- indicaram viabilidade econômica para o uso de pára-
atmosfé- de fabri- Corrosão Outras
lismo ção raios de surto ou alterações nas estruturas. Destaca
rica cação
que as falhas de isolação por descargas atmosféricas
3ª (1) 3ª (1) são decorrentes do projeto da estrutura e não do
isolador.
OBS.: Os níveis 1ª, 2ª, 3ª, etc referem-se à importância
relativa de cada causa. Os valores entre parênteses A CEMIG, nas tensões de 34,5 a 138 kV, busca uma
referem-se ao número de empresas que selecionou a resistência de aterramento máxima de 30 Ω. Em
opção. regiões montanhosas (sul, sudoeste, oeste e vale do
Jequitinhonha) o solo possui resistência em torno de
4.2 INCIDÊNCIA DE DEFEITOS NO ISOLADOR QUE 1000 Ω.m, cujos níveis ceráunicos estão entre 60 e
CAUSAM A FALHA DO MESMO 100 registros anuais. Para reduzir as falhas, a Cemig
buscou melhorar o aterramento destas LTs e instalou
O rompimento do dielétrico e a perfuração do isolador aproximadamente 2.000 pára-raios ZnO em suas LTs.
são os principais tipos de defeito que causam a falha
do isolador. A perfuração é o principal para isoladores No sistema da LIGHT, nas tensões de 138 e 230 kV,
de porcelana e o rompimento do dielétrico, para busca-se uma resistência de aterramento próxima a 30
isoladores de disco. O rompimento do dielétrico ocorre Ω. No sul Fluminense, região montanhosa, o solo
para todas as empresas, principalmente nas tensões possui resistência superior a 1000 Ω.m. Para reduzir
inferiores a 230 kV. as falhas, a LIGHT lançou novos cabos contrapeso e
4

buscou melhorar o aterramento das LTs. Há previsão 4.7 OCORRÊNCIA DE CASO(S) GENERALIZADO(S)
de instalação de pára-raios de óxido de zinco. DE CORROSÃO EM ISOLADORES

No Mato Grosso (LTs de 138 e 230 kV) e no Pará (LTs Casos generalizados de corrosão foram verificados
de 138 kV) a ELETRONORTE registrou resistências principalmente em ambientes marinhos (instalações
próximas a 1000 Ω.m e buscou melhorar o sistema de litorâneas). A ELETRONORTE registra corrosão em
contrapeso, embora sem resultados satisfatórios. regiões industriais. Ocorre em níveis de tensão
variados, porem cinco empresas reportam ocorrências
4.4 REGIÕES COM GRANDE INCIDÊNCIA DE em 138 kV. Todos os casos estão relacionados a
FALHAS EM ISOLADORES PROVOCADAS POR isoladores de vidro. Foi constatada a presença de
VANDALISMO corona e de umidade intensa em alguns casos.

Oito concessionárias reportaram ocorrências de falhas A CEMIG destacou corrosão acentuada em isoladores
em isoladores devidas a vandalismo, em áreas rural e de vidro numa LT de 500 kV, com presença de corona
urbana. Os danos basicamente são provocados pelo intenso.
uso de armas de fogo, em áreas marginalizadas,
densamente povoadas ou áreas rurais próximas a 5.0 ISOLADORES COMPOSTOS POLIMÉRICOS
centros urbanos. Os motivos são atribuídos ao
crescimento demográfico, vadiagem, existência de 5.1 RAZÕES PARA ESCOLHA DE ISOLADORES
regiões de caça e ausência de educação social e POLIMÉRICOS
ambiental.
Todas as concessionárias utilizam isoladores
Buscando eliminar ou reduzir o vandalismo, são feitas poliméricos na manutenção de LTs, justificando
substituições por isoladores de porcelana e também sua utilização devido ao desempenho frente à
poliméricos, e realizadas campanhas educativas junto poluição marinha ou industrial, no combate ao
à população. vandalismo e como alternativa viável na construção de
novas linhas. Sua utilização também está presente em
A CHESF intercala isoladores de disco e porcelana nas linhas compactas e no reisolamento de LTs.
cadeias e a LIGHT utiliza isoladores esféricos (anti-
bala). TABELA 8 - RAZÕES PARA ESCOLHA DE
ISOLADORES POLIMÉRICOS
4.5 REGIÕES ONDE A ELEVADA CONCENTRAÇÃO
DE CONTAMINANTES NA ATMOSFERA INTERFERE MOTIVO EMPRESAS
NO DESEMPENHO DOS ISOLADORES Performance sob poluição 7
Vandalismo 6
A poluição industrial é o principal contaminante
Facilidade de manuseio e transporte 2
prejudicial ao desempenho dos isoladores na maioria
das empresas. As fábricas de cimento e de produtos Alta relação rigidez/peso 2
químicos são as que mais interferem neste Recapacitação da linha 2
desempenho. A "poluição" litorânea ou marinha e Compactação de linhas 3
citada por 5 empresas como preocupante. As Outras razões 2
concessionárias enfrentam o problema com medidas
diversas, como a utilização de graxa, líquidos e Notas:
revestimentos a base de silicone. São também 1 - Os valores indicam o número de empresas que
realizadas lavagens periódicas ou a substituição da selecionaram as opções propostas;
cadeia de isoladores, inclusive por isoladores 2 - Foram identificados como outras razões os motivos
poliméricos. A CEMIG está pesquisando formas de ”Menor Custo Operacional sob Certas Condições" e
tratar de forma regionalizada o problema no estado de ”Padronização de Instalações";
Minas Gerais. Trabalho semelhante foi realizado pela 3 - Nenhuma empresa apontou os motivos "Menor
ELETROPAULO. Custo" ou "Melhor Impacto Visual" como razões
para a escolha de isoladores poliméricos.
4.6 PROGRAMA(S) DE SUBSTITUIÇÃO MACIÇA DE
ISOLADORES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO
(ACIMA DE 1000 UNIDADES) 5.2 NÚMERO DE ISOLADORES INSTALADOS POR
NÍVEL DE TENSÃO
Com exceção da CESP, as empresas substituíram
“maciçamente” isoladores de vidro e de porcelana, A LIGHT relatou a utilização de 270 unidades de
principalmente por problemas de corrosão (mínimo de isoladores tipo “line post” em 138 kV, com carga de
1.200 unidades na ELETROSUL e até 45.000, de um ruptura de 570 kN e desempenho satisfatório até
total previsto de 108.000 unidades, na CTEEP). A dezembro de 2000.
maioria das trocas foi realizada utilizando o mesmo tipo
dos isoladores retirados e em alguns casos optou-se Sete concessionárias informaram possuir até
por poliméricos. O tempo médio de utilização dos dezembro de 2000, um total de 73.794 unidades de
isoladores substituídos foi de 20 anos (máximo de 34 isoladores poliméricos, concentrados basicamente nas
anos na CESP e mínimo de 10 anos na ELETROSUL, tensões de 69, 138, 230 e 500 kV.
para uma média em torno de 20 anos entre as
empresas).
5

TABELA 9 - NÚMERO DE ISOLADORES anéis são utilizados apenas para efeito de manutenção
INSTALADOS POR NÍVEL DE TENSÃO da garantia.

Nível de
Suspensão Ancoragem
Line-Post não
TOTAL
TABELA 10 - APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS EM
Tensão Ancorado ISOLADORES POLIMÉRICOS
69 kV 48987 6340 0 55.327
138 kV 2.683 464 180 3.377 Anéis de Anéis de
Nível de
161 kV 0 203 0 203 equalização no equalização no
tensão
230 kV 7.524 1078 0 8.602 lado fase lado terra
345 kV 24 0 0 24 138 kV SIM (2) -
440 kV 1 1 0 1 230 kV SIM (4) -
500 kV 6.182 75 0 6.257 345 kV SIM -
600 kV 500 kV SIM (2) SIM (2)
2 0 0 2 440 kV SIM SIM
CC
750 kV 1 0 0 1
Totais 51330 7054 180 73.794 5.6 REALIZAÇÃO DE TESTES EM LABORATÓRIO

5.3 PERCENTUAIS DOS TIPOS DE ISOLADORES Os valores da Tabela 11 se referem ao número de


POLIMÉRICOS PELO MATERIAL DO empresas que relatam realizar os ensaios destacados.
REVESTIMENTO
TABELA 11 - ENSAIOS EM LABORATÓRIO
Até 2000, a utilização do EPDM e do silicone é
equilibrada, embora a tendência atual seja a de ENSAIOS EMPRESAS
utilização de compostos a base de silicone. Testes Mecânicos 3
Testes Elétricos 3
5.4 OCORRÊNCIA DE EVENTUAIS FALHAS EM Testes sob Névoa 2
ISOLADORES POLIMÉRICOS Medição de DDS 4
Avaliação de Hidrofobicidade 3
Quatro concessionárias relataram ocorrências em 12
Outros 1
isoladores poliméricos de “primeira geração”, tais como
saias rasgadas, quebra do núcleo, trilhamento,
descolamento do bastão na ferragem, etc. A CHESF 5.7 REALIZAÇÃO DE TESTES EM CAMPO
relatou falhas em 400 isoladores poliméricos de 230
kV, relacionadas a interface entre o bastão e a Sete concessionárias informaram realizar inspeções
ferragem. periódicas nos isoladores em serviço. Não foram
relatadas avaliações com equipamentos de ultra-som,
Em 1997, a CEMIG retirou de serviço três isoladores medições de campo elétrico ou quaisquer outros
poliméricos atingidos por descarga atmosférica, com testes.
danos nas ferragens e aparente trilhamento. Foram
realizados ensaios elétricos e mecânicos, não se Os valores da Tabela 12 referem-se ao número de
constatando problemas nos mesmos, embora o concessionárias que utiliza o procedimento citado.
fabricante tenha recomendado a substituição (não
emergencial), justificada pelos danos provocados nas TABELA 13 - REALIZAÇÃO DE TESTES EM CAMPO
ferragens. PROCEDIMENTO EMPRESAS
Inspeções Visuais do Solo 6
A CESP relatou trilhamento e abertura de arco em Inspeções Visuais da Torre 7
isoladores da primeira geração de poliméricos (1980 - Inspeções Visuais do Helicóptero 4
saias encaixadas), que foram submetidos a cargas de Inspeção Visual Detalhada 5
compressão em níveis não admissíveis.
Avaliação com Termovisor 4
A COPEL relatou falha em uma unidade de isolador Avaliação com Equipamento de
3
“Line Post” polimérico (quebra na base), ao ser Visão Noturna
submetido à carga mecânica nominal, durante teste de
carga mecânica de longa duração. Registrou ainda 6.0 AQUISIÇÃO E INSPEÇÃO DE ISOLADORES
falha (arco de potência) em duas unidades de
isoladores poliméricos, tipo EPDM, devido à poluição 6.1 PRINCIPAIS NORMAS UTILIZADAS NO
marinha excessiva. PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE ISOLADORES

5.5 APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS EM As empresas utilizam basicamente as normas da


ISOLADORES POLIMÉRICOS ABNT, IEC, ANSI e ASTM. Todas as empresas
reconhecem similaridades entre as normas existentes.
Os valores na Tabela 10 indicam o número de Na especificação e aquisição de isoladores de
empresas que utilizam os dispositivos citados. A porcelana ou vidro, predomina a utilização das normas
CTEEP utiliza isoladores para 161 kV em cadeias de da ABNT e da IEC. Na aquisição de poliméricos,
ancoragem de LTs em 138 kV, para substituir os 12 prevalece a utilização das normas da IEC.
discos de 146 mm de passo. Acrescenta ainda que os
6

Normas para a aquisição de isoladores de porcelana e GRÁFICO 3 - ENSAIOS EXIGIDOS PARA


vidro: ISOLADORES DE VIDRO E PORCELANA

_ ABNT - NBRs 5032, 5049, 5456, 5472, 7107, 7108,


7109 e 10511;
_ IEC - 60.1, 60.2, 120, 372, 383, 437, 575, 672.3, 797
e 1211;
_ ANSI - C29.1 e C29.2;
_ ASTM - A 153, A239, C 150, C 151 e D 116.

E para isoladores poliméricos:


_ IEC - 112, TCSC158, 437 e 1109;
_ ANSI - 63.2;
_ ASTM - D2240.

GRÁFICO 1 – NORMAS UTILIZADAS NA AQUISIÇÃO


DE ISOLADORES
7.0 RECUSA DE ISOLADORES DEVIDO A
PROBLEMAS DE QUALIDADE OU FALHAS
OCORRIDAS EM ENSAIOS

A CEMIG relatou recusa de isoladores de disco de


porcelana, 80 kN (fabricação estrangeira), que foram
reprovados em dois ensaios de frente íngreme. A
LIGHT, recusou isoladores de vidro, com carga de
ruptura de 80 e 120 kN, que encontravam-se com
adiantado processo de corrosão na interface, entre o
cimento da campânula e o pino, de difícil visualização.

A CHESF destacou problemas relativos ao projeto do


anel e revestimento de isoladores poliméricos de 120
kN, com revestimento não aderente ao núcleo.
OBS.: Os valores no eixo vertical se referem ao número de Constatou ainda corrosão precoce no pino e
empresas que manifestou a utilização de cada norma. campânula de isoladores de disco de 120 kN e
manchas brancas no dielétrico de isoladores de disco
6.2 TIPOS DE ISOLADORES ATUALMENTE de 120 kN.
ESPECIFICADOS E/OU ADQUIRIDOS
8.0 OBSERVAÇÕES
Todas as concessionárias especificam e adquirem
isoladores de disco e porcelana, e estão elevando suas É necessário buscar técnicas e metodologias que
compras de isoladores poliméricos diversos. permitam a inspeção de isoladores poliméricos em
serviço. Nos isoladores compostos os efeitos
GRÁFICO 2 – ESPECIFICAÇÃO E COMPRA DE ambientais do componente isolante é diferente dos
ISOLADORES PELAS EMPRESAS isoladores convencionais, com o passar do tempo. É
necessário que as empresas criem mecanismos de
inspeções periódicas para o acompanhamento do
desempenho e avaliações preventivas quanto à
possíveis falhas ou danos em operação. Devemos
estar atentos a influência do processo de
envelhecimento dos isoladores poliméricos em seu
desempenho elétrico e mecânico.

A rotina mais utilizada para as inspeções periódicas


nas empresas se caracteriza por inspeções de campo,
com a utilização de técnicas e equipamentos diversos.
A identificação de falhas superficiais pode ser feita
através de inspeções visuais. Contudo, problemas
OBS.: Os valores no eixo vertical se referem ao número de internos ou redução de desempenho devido à
empresas que manifestou especificar e/ou adquirir o isolador. presença de poluição exigem procedimentos e
equipamentos apropriados sejam utilizados.
6.3 ENSAIOS EXIGIDOS PARA ISOLADORES DE
VIDRO E PORCELANA É crescente a utilização de isoladores poliméricos e as
concessionárias, fabricantes, centros de pesquisa e
As concessionárias reportam exigências diversas ensino tem buscado conhecer e desenvolver técnicas e
quanto à execução dos ensaios em unidades de ferramentas que permitam avaliar os processos
isolador e em cadeias de isoladores. construtivos, auxiliar na recepção e armazenamento,
bem como permitir inspeções preventivas no campo.

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