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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Intituto de Zootecnia – IZ
Departamentode Produção Animal
Prof°: Cristina Afonso Lorenzon

Trabalho de Apicutura
sobre própolis

Alunos:
Felipe de Almeida Medeiros
Felipe Cipriano da Silva

Novembro 2010
Própolis
O nome Própolis tem sua origem prefixo grego PRÓ, que significa “em prol”, e o
sufixo polis que quer dizer “cidade” ou “povoado”, ou seja em prol do povoado.
Essa denominação evidencia a sua importância à colméia servindo para vedar
frestas, recobrir superfícies irregulares ou insetos e eventuais invasores que morrem
no interior da colméia, com a finalidade de evitar sua decomposição

Mas o que é Própolis?

A própolis é um material resinoso, encontrado em tons que variam do amarelo-


esverdeado, passando pelo marrom-avermelhado ao negro.
É um material elástico que pode distender-se em até 200% antes de romper-se,
apresentando 1/11 da rigidez da cera.
A própolis apresenta aroma forte e característico, em conseqüência de uma
fração volátil de ácidos fenólicos, forte propriedade adesiva e um conjunto
complexo de substâncias (55% de resinas e bálsamos; 30% de ceras; 10% de óleos
voláteis e cerca de 5% de pólen) e outros componentes

Como é produzido?

As abelhas elaboram a própolis a partir de secreções de árvores, flores, folhas e


pólen, recebendo ainda a adição de substâncias secretadas pelo metabolismo
glandular das abelhas (Burdock, 1998).
As abelhas coletam esse material com o uso de suas mandíbulas, com as quais
raspam-no e a tornam maleável, manipulando-o com as patas, até fixarem a própolis
em suas corbículas (nas patas) como se fosse pólen, transportando-a, após, até a
colméia.
Para que serve?

Na Colméia:
1) material de construção; para envernizar e impermeabilizar as paredes dos
favos, antes da postura da rainha, assim como as demais paredes, feto,
assoalho e quadros da colméia;

2) para cobrir inimigos invasores, mortos pelas próprias abelhas e que não
possam ser retirados, embalsamando-os com a própolis;

3) para fechar frestas e reduzir o alvado durante o frio e até para defesa contra
os inimigos;

4) para isolar tudo o que as abelhas não gostam e possa vir a comprometer a
sobrevivência da família; e para servir de desinfetante da colméia, eliminar
fungos, etc., em favor da saúde das abelhas.

Para o homem:
 Possui funções terapêuticas comprovadas, para tratamento de:
1. tumores malignos,
2. bronquites (tuberculoses),
3. eczemas agudas e crônicas,
4. feridas diversas, purulentas e também calosidades,
5. infecções micóticas dos pés, principalmente dos dedos,
6. afecções micóticas na pele,
7. inflamação da garganta,
8. inflamação dos brânquias, da laringe e da mucosa nasal, e
9. indicada na cura de aftas e de gengivites.
Coleta de Própolis

 Existem várias formas de coletar o própolis, porém não há estudos suficientes


para comprovar sua efetividade e seus efeitos na colméia dentre elas podemos
citar:

1) Tela plástica;

2) Raspagem dos componentes da Colméia;

3) Abertura Lateral tipo Estojo;

4) Quadro coletor .
Tipos de Própolis

Semelhante ao mel a própolis muda de características de acordo com a


vegetação da região.
Existem treze tipos de própolis registradas no Brasil, sendo cinco são da região
Sul, um dos estados do Sudeste e sete do Nordeste.
Pela coloração podemos encontrar três tipos que são a própolis marrom, verde e
vermelha;
Sendo que a tanto a verde como a vermelha possuem uma maior atração pelo
mercado principalmente o internacional

A Própolis verde é extraída de uma planta chamada Alecrim do campo


Baccharis dracunculifolia encontrada apenas no nordeste do estado de São Paulo,
na região de Franca, e também no sul do estado de Minas Gerais.
Esse Própolis possui como característica principal sendo a mais forte como
anti-bactericida tendo sido bem valorizada no ramo farmacêutico
A Própolis vermelha, mas recentemente descoberta no estado de Alagoas, de
uma planta chamada “Rabo - de - Bugio“ com nome científico de Dalbergia
Ecasthopillun
A Própolis vermelha chama muita atenção devido ao seu alto teor de
Isoflavona, que possui como característica forte de antioxidante e anti câncer.

Coleta

A coleta de própolis depende do tipo de produção do apicultor:


Tem aqueles que tem como produto de seu apiário o mel e como complemento o
própolis, Porém já existem apicultores que se só retiram como produto da colméia o
própolis.

No caso onde o único produto que se retira da colméia for a própolis então a
coleta pode ser feita ao longo de todo ano, Isso depende das características da região
e da força da colméia;
Há colméias exclusivas na produção de própolis onde a coleta é feita a cada duas
semanas
A extração da própolis causa menos estresse nas abelhas devido ao menor
manejo na colméia, porém isso varia dependendo do coletor.
Produção

Foram encontradas várias fontes onde se tem a quantidade de própolis coletadas


por colméia:

• A quantidade está intimamente ligada com o tipo de coletor usado, região, se


a própolis é o único produto ou é complemento da produção de mel;

• 300 g/colméia. Breyer (1995), com a implementação de técnicas de estímulo,


obteve produções em média de 700 g/colméia/ano;

• Conceição (1998), trabalhando com o coletor de própolis Pirassununga


obteve, em trinta dias, placas de própolis com peso aproximado de 100
gramas. Sendo até 6 estojos por colméia;

• Segundo Tziortzis (1999), utilizando a tampa protetora de própolis


(Tamprópolis) seria possível coletar 250 g/colméia/mês;

• Matias (2004) relatou que na região de Itapecerica, Minas Gerais, a produção


de própolis está em torno de 30 ton/ano e com uma produção de 1,5 a 3,0
kg/colméia/ano;

• Em alagoas (2010), de acordo com a associação de apicultores da região


estima – se uma coleta de 150 a 300 gramas de própolis quinzenalmente.

Preço

O preço de venda, no mercado internacional, da própolis de outras regiões,


alcançam valores que variam entre R$ 27,30 e R$ 45,50/kg.

A do Brasil (MG), está sendo comercializada no Japão a R$ 91,00/kg


( agrofolha de 28/02/1995).

Processamento

Por vários anos apicultores vêm preparando extrato de própolis, naturalmente


procurando fazer sempre o melhor. À falta de um parâmetro oficial, geralmente
entendia-se por “melhor” aquele que, além de preparado higiênicamente e livre de
contaminações, apresentasse a coloração mais carregada, como indicadora de alta
concentração. A pesquisa, entretanto, evidenciou que, nem sempre o mais escuro ou
mais concentrado é melhor, em termos de atividade biológica e poder medicinal.

Felizmente, agora já temos um padrão oficial para o extrato de própolis: trata-se


da INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 19/01/2001 do Dep. de Inspeção de
Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura. O anexo VII desta
Instrução fixa e descreve a composição, propriedades físicas e químicas,
características sensoriais, acondicionamento e demais condições a que um extrato
deve obedecer para ser considerado apto para comercialização e consumo.

O local detrabalho tem que ser um pequeno cômodo usado somente para este fim
e para os equipamente de acordo com a normativa temos: Uma mesa ou bancada,
com superfície resistente, impermeável e lavável (Fórmica, azulejos, vidro etc.), um
pequeno armário e uma banqueta; pia com água corrente, geladeira e uma balança
com capacidade para 15 a 25kg completam nossos equipamentos (claro que
podemos aproveitar geladeira e balança que usamos para outros fins). Utensílios:
entre outros, os frascos onde faremos a infusão, Beckers, provetas graduadas,
mexedores, bombonas ou galões para armazenar o extrato, pipetador de borracha,
tripé, funil e filtro, que pode ser aquele de filtrar café. O tamanho (capacidade)
destes utensílios será escolhido de acordo com a quantidade de extrato que
queremos preparar de cada vez (cada lote). Para o apicultor pequeno a médio,
vidraria com 0,5 a 2,0 l e galões de 5 a 10 l são ideais. Este “sistema de produção”
pode ser duplicado ou triplicado, para aumentarmos a produção temporariamente,
sem necessidade de investimentos em equipamentos profissionais.

Muitos tipos de solvente podem ser utilizados para “extrair” a própolis, isto é,
dissolver e separar a parte resinosa e balsâmica, que contém os princípios ativos, dos
componentes insolúveis e com pequena ou nula atividade farmacológica, que
formam a chamada borra da própolis.
O solvente mais usado é o álcool etílico, também chamado ETANOL. Este é o
álcool presente na cachaça e nas bebidas alcoólicas em geral. Entretanto, não
podemos usar qualquer álcool (etanol) para fazer o nosso extrato. Muitos álcoois
contêm aditivos e impurezas que os tornam impróprios para o consumo,
principalmente o METANOL, que é um veneno mortal. Por isso somente usamos
álcool de grau alimentício, como é o caso do álcool de cereais.

Entre outras condições que a já citada norma brasileira de identidade e qualidade


(Anexo VII da Instrução Normativa nº 11, de 20/10/2000 da SDA/DIPOA, do
Ministério da Agricultura) estabelece para o extrato de própolis, está a exigência que
o álcool do extrato deve ter no máximo 70º GL (7 partes de álcool para 3 partes de
água, o que equivale a 70% de álcool absoluto).

Preparo da própolis bruta para extração

• Ao se colher a própolis das colméias, não se deve embolar ou compactar os


fragmentos, pois isto dificulta ou até inviabiliza sua limpeza e classificação.
Porém, se na hora de fazer o extrato encontramos estas inconvenientes
pelotas de própolis, nosso primeiro cuidado é desfaze-las, expondo os
fragmentos e eventuais impurezas, como abelhas, pedaços de madeira, de
favo, folhas, traças e outras inclusões.
• A seguir verificaremos o restante da própolis, removendo todas as impurezas
que encontrarmos.

• A própolis obtida com auxílio de coletores é geralmente mais limpa e pura


do que aquela obtida por raspagem, o que facilita bastante esta etapa do
trabalho e propicia a obtenção de extratos de excelente qualidade.
• Se for desejado poderemos, nesta etapa, pulverizar toda a própolis, com
auxílio de um liquidificador ou outro equipamento apropriado. Isto facilitará
e apressará a extração (Veja o item 7, adiante).

• Finalmente, pesamos e separamos a quantidade de própolis que usaremos.

Preparo do extrato

• Como exemplo, vamos pôr em infusão a quantidade básica de 300 g de


própolis. Preparamos os 700ml de álcool a 70% (misturando 509,6ml de
álcool 96% com 190,4ml de água

• Colocamos no frasco a própolis e despe-jamos o solvente sobre a própolis.


Em seguida tampa-mos o frasco.

• Esta mistura será agitada ou mexida a cada três dias, durante 30 a 45 dias ou
mais, a depender do tamanho dos fragmentos de própolis que usamos e da
temperatura ambiente

• Para apressar a extração em caso de urgência, a própolis bruta pode ser


previamente fragmentada ou pulveri-zada, com um liquidi-ficador industrial
ou ou-tro equipamento. É me-lhor, entretanto, evitar este procedimento,
devi-do ao risco de alteração ou perda de parte dos componentes ativos da
própolis, devido às altas temperaturas geradas pelo atrito entre a própolis e
as pás do liquidificador. Não percebemos este aquecimento porque
rapidamente o calor se dissipa no metal e na própolis, baixando a
temperatura quase instantaneamente. Pode-se constatar sua ocorrência, por
exemplo, pelos depósitos de própolis fundida que se formam sobre as
lâminas do liquidificador.

• Para mexer (agitar), utilizamos uma pá ou colher de madeira (usada


exclusivamente para este fim), de plástico atóxico como a poliamida ou de
aço inoxidável. Preferimos os primeiros materiais, por serem mais suaves e
reduzirem o risco de partir o frasco por uma batida acidental. O frasco
deverá permanecer em local fresco e abrigado da luz solar direta.

• Após a última agitação, deixar decantar por três ou mais dias. Depois,
remover o extrato sobrenadante com auxílio de um sifão
• Este extrato, geral-mente denominado EXTRATO-MÃE, como já vimos,
tem aproximadamente 15% de extrato seco (ES).
Processamento do extrato

O extrato-mãe deve ser filtrado, o que pode ser feito com simplicidade com filtro
de papel de laboratório ou mesmo, com o filtro de papel para café.
Após a filtragem o extrato está em condições de ser transferido para embalagens
padronizadas, rotulado e comercializado.

Porém, como a norma brasileira de identidade e qualidade do extrato de própolis


fixa como mínima a concentração de 11% de ES, poderemos adicionar mais álcool
(a 70%) ao extrato-mãe, até atingir este valor. É importante lembrar que isto não
diminui o valor terapêutico do extrato, antes, o estimula. Como referido antes, foi
determinado experimentalmente que o extrato mais ativo é o de 8% de ES. Desta
forma, não apenas estamos aumentando o rendimento como melhorando a eficácia
do nosso produto.

Como a borra está embebida em extrato, podemos adicionar-lhe mais


álcool, agitar, decantar e retirar um segundo extrato, de concentração bem
mais baixa, a depender da quantidade de álcool que foi adicionada. Este
segundo extrato, entre outras aplicações, pode ser utilizado com vantagem,
em lugar de álcool puro, para baixar a concentração do extrato-mãe.

Conclusão

Por sorte, existem casos em que a natureza entrega o


remédio pronto, como o caso da própolis. A Própolis brasileira
já virou destaque no mercado internacional, principalmente no
Japão com produtos raríssimos como a própolis verde e até
exclusivos, como a recém descoberta própolis vermelha. É um
produto com mercado garantido e que infelizmente não teve a
atenção merecida pelo nosso país.

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