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Responsabilidade © julgamento rede os textos mais importantes © woomentes le Hannan Arent sobre 4 moralldade, a responsabilidad © 4s aiidaes Tondsmentats da con- figdo humana — pensar. querer © Julgae: 4 par dos ano 60 Ou, mats brecisemente. @ partir de seu to ‘Blchmonn em Jerusalém — Um 1e- tram sobre a banaidade cy ma artografia do mal na pottca. Para Arendt, o¢ taaltarismes do seo XX inortuziarm uma nova categoria na via pottica ao “banalizar”o mal ‘anyra perpetrado por uma compacta ‘massa burocrdtica de homens des providos da capacidage de submnetor 8 acontecimentos 2 ju. ‘)“baratizade do mat" se apre- ‘senta so} uma aterradora aparen- fa de normetidade, a mesma tanto para a tabreagio de alimentos ¢o- no pata a manutauars de cavers ‘Mote insiiono sob asa nove Tek ‘co. 0 mal poe a nw a vulnerabil ‘ade de padres mora, habitos de ‘omportamento ¢regras de cond- ta que supostamente nos tomoriam refratérios a eatdstofes como a da ‘Alemania nacional-socialsta ow da Rissa someuca bilan 9 diagndstien da banalidade to mal. que se alastra por todas as socledades eontempordneas na for ‘ma de uma reeusa e uma ineapact- dade generalzadas de pensar jl- ‘ar por conta propria, bem como de ‘sui responsabiidades potas RESPONSABILIDADE § JULGAMENTO HANNAH ARENDT Responsabilidade ejulgamento ory 203 nd set alent Sumario Introdugao&edigto americana — Jerome Kohn Introdugao tedicso brasileira — Botha Assy Notadorrevisores tecnicos Pralogo oe Responsabildade pessoal ob aditadurs «. Algumas questoes de flosofia moral [Responsabilidade cletvs : Pensamento¢considerasdes morals Reflexdes sobre Little Rock (0 vigério: culpa pelosilénciot Auschwitz em julgamento ‘iro pelaculatra Notas Indice remisivo 7 36 Introdugao a edigao americana "As perguntar expecficas dever receberrespostas espeifi- case ea rtie de crises que temas vvide dexdeo nico do século pode nos ensinaralguma coisa, pensoo simples fat de que ni |hapadrocsperaisadetorminaringalvelmenteosnossosjulgamen- tos;nem regrasgoraisa que subordinar os casos especitiens com algum grou de certeza” Com eaisepalavras Hannah Arendt con ‘densot 0 que durante toda asa vida consderou a natteza po ‘lomética da rlacio da Glosofa com a politics, da teoria com a pritiea ou, de forma massimplese precisa do pensamento coma, agio. Ne épocaesteva se dirigindo a uma grande platéia que de ‘todasas partes da nagsose reuniraem Riverside Church,em Man Ihatan, para asistir a um col6quio sobre"A condiczo critica da sociedade moderna © ano ers 1966,e uma crise politica expec fica, excalada da guerra no Vietnd, predominava na mente dos Bs ingusgem cologual adeqendekcrlldade rome Koh, > fntor do Cero Hannah Arendt ma New School for Soi | Rosarch Now erkeior compo mariana dos man Bose tannan Arendt opou por prsevarsorgnldade de : 2 cestlo, proprios a linguegem “yocabuiri, morfologi, sia Snormal lado ssn opgiose preserva na edicao brasileira Acres- | ete-se ainda quea conserva do silo deesrita germanico,3 | construsto de rentencas longs, equenterentelntercaladas por | ragbesexpicativas que tem sido mantida nas edigbes america ‘its também foi preservadane ediggo brasileira ‘Ao longo dos textos, Hannah Arend vale-se da ctagso de © inimeroslosofos mas neo fzdemancirasistemitica,Comocra citava de meméria 9 texto origina, at "Nees citava ce memeria uma adugso para o inglés, asvezestrad~ “rin ela propria o original, ber como, em outras oportunidad, ue trades enscorrigia por conta pespria. lém disso, la aramente mencionava a referénciabiblingrifica complet ssa disparidade de procedimentos ea auséacia de referéncae completasaiadasao fato dequemuitosdostextoscitados no tm trad para o portugués, fez com que se optasse por tradurirat citagoestais come elas aparecem no proprio texto de Arendt, ‘Conbe ainda a Jerome Keb procurar as trades para o ings as citagoes de Arendt feitasemaleméo, ‘Quase todos os textos aqui teaduidos mantém uma rlagio Aire, ou a0 menos indireta,com as ultimas reflexes de Hannah ‘Arendt em The Lf ofthe Mind, obra tadusida para o portguts sob otttlo de A vida do eprito (Rio de Joneiro:Relume Duar, 1991). trdueto de mind por esptit"tem por objetivo distin- suira démarche eotica de Arendt de qualquer variante da asim chameda"flosoiada mente’ bem comode qualquer verentete6- ea positivstadedicada ao exam da mentehumana, Pot cet,0 vvocabulo espiritotambémaprezentaetsinconvenienten desde os proprlamente Blossficos —& primeira vst, termo poderia indusiroleitora pensar que Arendt fosse uma herdeira teria de Hegel, equeo empregssce num sentido hegsliano — até os mais prossicos, pois poderia sogerir que Arendt houvessepretendido ‘reviveralgum tipo deflosofia espiritualist, Assim, sempre que o substantive mind ester relacionado & andlise srendtiana das faculdades ou capacidades do penstmento, da vontade edo juizo, manterse-dasuatraducdo porespfrto.Conseqientementeouso do substantivo “mente” fear restrita x passagens em que mind aparece no texto destitldo da significa losfica aeetribuida por Arendt, como na expresso ter algo“em mente. por exempo. Por fim, quando 0 termo empregado em ingles ¢ spirit, optourse por traduzi-lo também como “epirito”, grafando, enretanto, 0 ‘vocdbulo original entee paremteses para evita confusbes, (Os textos "Pensamento e consideragdes morsis”e"Algumas ‘questdes dtilosofia moral” apresentam varias difcudades st cituais decorrentes do emprego iécnico de termos que, sno tem urn correlatoimediato em portugues. Fermos fo shohtfulness shonghtlesonesse consciousness entre outros, ’ \dem de solugies marcadamente interpretative soa tra~ J, Os dois primeieorsio antonimos entre shdifeenga que se livevidenciar tradurindo thoughnfulnesspor"pleno execicio da idade de pensar’ thoughlessnespor“ausenciadacapacidade near"; oadjetivothoughles, por suave, foi traduzido como nenhumacapacidadede pensar” ‘Com rela a0 term consciouses a diflcaldade reside em Arendt odistingu de consienceea distingao:nto tem equiv teem portugues assin como também noo temem outrastin« ‘Consciousness diz respeito ao fate de que, enquanto sou, 201. entede ser eu esi sto & sou conscientede quesoumot pelo qual optou-se por traduire o termo como contcincla de Anda nese sentido precigo, Arendt também emprega termos Econo" awsreofscf""slf-owarone!ezelfconsciousnestrad- respectivamente, como"estarcente de mimmesmo!"citncia ih fautoconscitnce”Jé conscience, porsua ver, niodizrespeto siénciaqiae acompanhs todos o meusatos, mas est relacio- iacomapensamento nosentida deser um subprodt”(by-pro= ox efeitocolateral derivado do exerccio deminha capacidde de pensar. Ei outraspalavras,s6 tenho consents na medida em ave exercitominha capacidade de pensee mos. Mas nv oso para a autora. Louelinesfoitraduzide como olidao” e diz respeito 4 condigso de quem, extando "sozinho” “gue foi“abandonado por si mesmo” (being deserted by ones. ‘Nese sentido,porle-seestarsolitiio ouem solidao mesmo estan do rodeado por mutides For outrolad, Aten firma qua Prélogo ompanhina mim mesmo quandosestando"se” (ltd naa ro um dislgo ou uma “intragao” intercourse) sllenciss ene Finalmente, em sua discussSo da vontade Arendt empregn contado como adigoes eramificagaesdo conhecimentoadquirido © durante aqueles primeiros doze anos, de 1933 2 1945, Muitos de "Ros precisamos dos tltimos vinte anos para nos reconciliarmos somo que aconteceu, no em 1933, masem 1941, 1942 1943, até “gamargo fim. E com isso no me refio dor e tristeza pessoais, _ mas 20 proprio horror com o qual, como pademos ver agers, __benhum dos grupos interessacoe foi capaz deve eeconcilae. Os © passado alemao ainda continuaaserdecerto modo incontrolével | pareumaboa partedo mundo civilizado, Napoca o proprio hor ‘son na sua nua monstruosidade, parece, ndo apenas para mim, ‘mas para muitos outros, transcender todas a categorias moraise ‘explodirrodos os padrdes de jrisdigios era algo que os homens "io podiam punir adequademente, nem perdost.Enesse horror _ sempalavzas,recio, todos tendemos a esquecer a ides esti fos seriam ensinadas de novo, ‘desde vid interas foram ompidss eabandonadss. Ean sumao ‘que nos pertarbou ago foie comportamento de nosso inimigos, ‘mas ode nostos amigos, qe ni tnham feito neda para produ apenas impressionsdos com o sucesso nazis eineapacitados de uma posi entrea rea espads, ?Peraderneste ponte, apenasum exemplo particule noses falta declareza em todas esas questdes, considere-sea questo da | pontgdo legal, punigdo que & geralmente justificada por wma das sequintesrazdesta necesidade de asociedade cr protegide contr ‘opor o seu proprio julgsmento a0 veredicto da Histsria, assim ‘ome eles interpretavam. Sem levr em considerasto o colapso

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