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TRANSPORTES E GESTÃO DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL 

Doutorando: Luciano Itio Okimura

1) Enfoque sistêmico dos sistemas de transporte

O desenvolvimento econômico de uma região depende fundamentalmente da qualidade do


sistema de transportes que a serve. O Sistema de transporte fornece mobilidade à sociedade,
permitindo seu funcionamento (matérias-primas, produtos, trabalho).

Os elementos fundamentais do transporte são: elementos a serem transportados (pessoas ou


bens); veículos (trem, caminhões, navios); vias (rodovias, ferrovias); Terminais (aeroportos,
portos marítimos); sistemas de controle (sinalização); operadores (empresas transportadoras).

Os sistemas são divididos em: aquático; rodoviário; aéreo; ferroviário; dutoviário.

2) As dificuldades de planejamento da demanda e do mercado para os investimentos em


infraestrutura

Nos últimos anos, com o crescimento econômico e o aumento do mercado interno, o Brasil tem
uma demanda crescente por melhorias nos sistemas de transportes no sentido de diminuir os
custos logísticos e tornar a produção nacional mais competitiva no exterior, bem como mais
acessíveis ao mercado interno.

A distribuição espacial da logística de transportes no território brasileiro revela uma


predominância do modal rodoviário, bem como sua concentração na região Centro-sul com
destaque para o estado de São Paulo.

Alguns países desenvolvidos ou em desenvolvimento, por exemplo, investem de 8 a 10% do seu


PIB na logística dos transportes. Nada mais justificável, já que ele é um dos grandes
responsáveis para o crescimento de um país, potencializando as exportações e fazendo com
que a balança comercial fique favorável.

No caso do Brasil, apenas 0,8% do PIB é investido na infraestrutura de transporte. O resultado


disso é a falta de competitividade para o país, que tem dificuldades enormes no transporte de
carga e no abastecimento interno. Com isso, as empresas precisam aumentar os preços e o
cliente final tem que pagar mais caro pelo que consome.

3) A questão da multimodalidade e a eficiência dos sistemas de transporte

Intermodalidade como a utilização de mais de um modal, no qual são utilizados documentos


fiscais individuais para cada tipo de modal, e determina Multimodalidade como a integração
total da cadeia de transporte, de modo a permitir um gerenciamento integrado dos modais
utilizados, bem como das operações de transferência, com a aplicação de um único documento
de controle, este sendo executado sob a responsabilidade única de um OTM – Operador de
Transporte Multimodal

A principal vantagem do transporte intermodal consiste em combinar as potencialidades dos


diferentes modos de transporte. Desta combinação podem resultar importantes reduções dos
custos econômicos, segurança rodoviária, poluição, consumo de energia, redução do tráfego
rodoviário.
4) Integração dos modos de transporte

A principal vantagem do transporte intermodal consiste em combinar as potencialidades dos


diferentes modos de transporte. Desta combinação podem resultar importantes reduções dos
custos econômicos, segurança rodoviária, poluição, consumo de energia, redução do tráfego
rodoviário.

Existe várias vantagens em potencial no Transporte Multimodal, entre as quais destacam-se:


Melhor utilização da capacidade disponível da matriz de transporte; Utilização de combinações
de modais mais eficientes energicamente; Melhor utilização da tecnologia de informação;
Ganhos no processo, considerando todas as operações entre origem e destino, já que no
serviço porta-a-porta, o OTM pode agregar valor oferecendo serviços adicionais; Melhor
utilização da infra-estrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio;
A responsabilidade da carga, perante o cliente, entre origem e destino, é de apenas uma
empresa, o OTM.

5) Os custos associados aos sistemas de transporte (discussão dos custos de implantação x os


custos de manutenção e operação x frete).

Custos Fixos: Representam custos que não variam conforme a distância percorrida dos
veículos, ou seja, são custos que existem mesmo com o veículo parado e são geralmente
calculados mensalmente. Os custos fixos são compostos por alguns dos seguintes
componentes: Salário do motorista; Salário da oficina; Licenciamento; Reposição do veículo;
Reposição do equipamento; Seguro do equipamento; Remuneração do capital empatado, entre
outros.

Custos variáveis: Ao contrário dos custos fixos, os custos variáveis variam de acordo com a
quilometragem rodada dos veículos. Os custos variáveis são compostos por alguns dos
seguintes componentes: Peças e demais acessórios de manutenção; Combustível e
lubrificantes; Pneus, recauchutagens, entre outros.

Frete: O mecanismo de formação de tarifas no transporte rodoviário de carga baseia-se em


três componentes básicos: Frete-peso - Valor cobrado pelo peso ou pelo espaço físico
proporcional em m³; Frete-valor - Porcentagem cobrada sobre o valor da Nota Fiscal da
mercadoria transportada; Taxas complementares – que são compostas por pedágio, TDE (Taxa
de Dificuldade na Entrega), GRIS (Gerenciamento de Risco e Segurança), Taxas de coleta,
entrega e despacho.

6) O custo do transporte rodoviário de carga associado à má qualidade das infraestrutura e


ao crime organizado

Os custos relacionados com o valor são aqueles referentes à gestão do risco de acidentes,
avarias e o gerenciamento de riscos de roubos. Estes custos podem ser divididos em dois
grupos: O frete valor tem como objetivo agregar um valor para o transporte de mercadorias,
sendo composto pelos seguintes itens: Indenização por extravios, perdas, danos e riscos não
cobertos pelo seguro; Administração de seguros; Prêmios de RCTRC; Segurança interna;
Seguros de instalações, entre outros seguros.
Custos de gerenciamento de riscos de roubos (GRIS) estão relacionados com a segurança da
carga (roubo de cargas), e nestes custos estão inclusos: Seguros facultativos de desvios de
cargas (RCF-DC); Salários (ex: horas extras; monitores de equipamentos de rastreamentos e
segurança, entre outros); Investimentos (ex: sistemas de rastreamentos; reposição de
equipamentos, entre outros); Custos operacionais de gerenciamento de risco (ex.: bilhetagem,
taxas Do FISTEL, escoltas; entre outros).

7) A importância da infraestrutura dos terminais e dos equipamentos de transbordo para a


logística internacional

Transbordo é o processo pelo qual as mercadorias entram no território aduaneiro de um país,


são transferidas de um meio de transporte para outro e depois deixam o mesmo porto para
outro destino. Em outras palavras, é a transferência direta de mercadoria de um para outro
veículo. Existem cinco tipos de equipamentos de movimentação de materiais: Veículos
industriais; Equipamentos de elevação e transferência; Transportadores contínuos;
Embalagens; Recipientes e unitizadores; Estruturas para armazenagem.

De uma forma geral os sistemas de transporte quando utilizados de forma integrado,


aproveitando a intermodalidade podem gerar vantagens competitivas para a o país,
facilitando a exportação de produtos. De certa forma o Brasil praticamente tem maior enfoque
no sistema de transporte rodoviário, o que gera perdas e custos onerosos aos produtos, por
exemplo se comparar os custos de produção de um produtor de soja do Brasil com um
produtor de soja dos Estados Unidos.

Os custos associados ao transporte conferem uma parcela considerável no custo do produto,


pois todos os custos associados a transporte, frete e seguros são repassados ao cliente. E além
de tudo, quem produz e transporta está sujeito ao risco de perda de carga por avarias,
extravios, danos, e risco de roubo.

Os custos de operação também são consideráveis, pois a cadeia de transportadora passará a


ter os custos fixos e variáveis, e deverá otimizar seus trajetos de ida e retorno para
carregamento máximo e utilização de seus ativos.

Uma importante etapa nos terminais é a operação de transbordo, embora são custos
operacionais despendidos com movimentação, armazenagem estes faciliam no escoamento da
mercadoria recebida para o destino final. Os equipamentos de transbordo conferem
competividade as empresas e facilitam o processo reduzindo o lead time.

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