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Alteração do Material Genético

Agentes Mutagénicos
As mutações são fenómenos que podem ocorrer espontaneamente na Natureza,
por exemplo, durante o processo de duplicação do DNA, ou serem induzidas por
exposição a determinadas radiações ou substâncias químicas.

Diversos agentes podem interagir com o DNA, causando as mutações, sendo,


por isso, designados agentes mutagénicos.

Exemplos:
Radiações de elevado nível energético:
- Raios X,
- Raios gama,
- Raios cósmicos,
- Raios ultravioleta,
- Partículas emitidas por substâncias radioativas.

Substâncias químicas:
- Nitrosaminas,
- Gás mostarda,
...
Alteração do Material Genético
Alteração do Material Genético
Se as mutações ocorrem ao nível dos gâmetas, mutações germinais, podem ser
transmitidas à geração seguinte.

Se as mutações têm lugar nas outras células, mutações somáticas, não são
transmissíveis à descendência.
Alteração do Material Genético
As mutações génicas resultam da substituição, do desaparecimento ou da
adição de um nucleótido da sequência que constitui o gene.

Essas mutações génicas podem conduzir à produção de proteínas diferentes das


normais.

Quando estas proteínas mutantes têm um papel importante no organismo,


podem originar-se doenças (ex.: anemia falciforme).
Drepanocitose (Anemia Falciforme)
Cada hemácia contém cerca de 300 milhões de moléculas de hemoglobina que é
uma proteína constituída por quatro cadeias polipeptídicas, idênticas duas a
duas (duas cadeias α e duas cadeias β).

Uma alteração na sequência de bases na molécula de DNA pode conduzir a


mudanças na proteína sintetizada.

Gene da molécula de DNA que determina a síntese da cadeia β da hemoglobina é


modificado num ponto preciso, passando a existir uma outra forma desse gene.
A timina presente no gene normal, é substituída pela adenina no gene mutado,
ficando a mensagem genética alterada. O novo codão GUA introduz um
aminoácido diferente, a valina, em vez de ácido glutâmico, constituindo-se a
hemoglobina S.

Esta substituição modifica a solubilidade das moléculas de hemoglobina:


enquanto a moléculas normais ficam independentes, sendo solúveis, as moléculas
de hemoglobina S aderem umas às outras e formam cadeias rígidas de
filamentos insolúveis que conduzem à deformação dos glóbulos. Estes glóbulos
vermelhos podem bloquear a circulação nos capilares.
Drepanocitose (Anemia Falciforme)

A anemia falciforme resulta de uma mutação de um gene localizado no


cromossoma 11. Essa mutação corresponde apenas à substituição de um
nucleótido (timina) por outro (adenina), o que conduz à produção de um novo
codão, responsável pela codificação do aminoácido que ocupa a posição 6 da
cadeia da hemoglobina. Assim, enquanto que a hemoglobina A apresenta, na
posição 6 da cadeia, o ácido glutâmico, a hemoglobina S possui, nesse lugar, a
valina.
Drepanocitose (Anemia Falciforme)
Albinismo
O albinismo é uma doença rara que resulta da presença de um alelo mutante que
não é capaz de codificar uma enzima necessária para a produção da melanina.

Os indivíduos que possuem esta alteração genética possuem a pele, o cabelo e


os restantes pêlos brancos. Os olhos surgem vermelhos devido à ausência de
melanina na íris, que é transparente, permitindo ver o fundo do olho - a
reflexão da luz sobre os vasos sanguíneos dá, por vezes, uma cor vermelha às
pupilas.
Hemofilia
É uma anomalia resultante da alteração de um gene que regula a síntese de uma
proteína sanguínea necessária à sequência de reações que ocorrem na
coagulação do sangue.
Fenilcetonúria
É uma anomalia resultante da presença de um gene mutante, responsável pela
produção de uma enzima que transforma a fenilalanina em tirosina.

Na ausência desta enzima, a fenilalanina acumula-se, originando ácido


fenilpirúvico, que afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central,
conduzindo ao aparecimento de atraso mental e de problemas psicomotores.
Alteração do Material Genético
O efeito de uma mutação a nível celular pode ser tão pequeno que não permite
evidenciar-se, facilmente, mas pode também ser tão significativo que pode
conduzir à morte da célula ou do organismo.

Embora as mutações sejam muitas vezes perigosas, nem sempre têm efeitos
desastrosos.

Por vezes ocorrem mutações que não provocam alterações nas proteínas, pois,
devido à redundância do código genético, o codão mutado pode codificar o
mesmo aminoácido - mutações silenciosas.

Noutros casos , o novo aminoácido pode ter propriedades semelhantes às do


aminoácido substituído ou, até, a substituição pode ocorre numa zona que não é
determinante para a função da proteína sintetizada.

As mutações podem também conduzir à formação de proteínas com novas


capacidades que poderão ser extremamente úteis. Por exemplo, é por causa
das mutações que existe uma tão grande diversidade de genes no mundo vivo, a
qual permite a evolução das espécies.
Um proto-oncogene pode tornar-se um oncogene, se tiver lugar um dos seguintes
fenómenos: movimentação do DNA no genoma, amplificação do proto-oncogene e mutação
pontual do proto-oncogene.
No primeiro caso, o proto-oncogene pode sofrer uma translocação (modificação do local
onde estava inserido), passando a estar associado a regiões do DNA onde existem
promotores, que aumentam a transcrição do proto-oncogene.
No segundo caso, verifica-se um aumento no número de cópias do gene presentes na
célula. Assim, ocorre uma amplificação da produção de proteínas que estimulam o
crescimento e a divisão celular.
Na terceira situação, uma mutação pode conduzir à síntese de proteínas estimuladoras
diferentes, mais ativas ou mais resistentes à degradação do que as proteínas normais.
Um proto-oncogene pode tornar-se um oncogene, se tiver lugar um dos seguintes fenómenos:
movimentação do DNA no genoma, amplificação do proto-oncogene e mutação pontual do proto-
oncogene.
No primeiro caso, o proto-oncogene pode sofrer uma translocação (modificação do local onde estava
inserido), passando a estar associado a regiões do DNA onde existem promotores, que aumentam a
transcrição do proto-oncogene.

No segundo caso, verifica-se um aumento no número de cópias do gene presentes na célula. Assim,
ocorre uma amplificação da produção de proteínas que estimulam o crescimento e a divisão celular.

Na terceira situação, uma mutação pode conduzir à síntese de proteínas estimuladoras diferentes, mais
ativas ou mais resistentes à degradação do que as proteínas normais.
Como foi referido, estas proteínas estão envolvidas no controlo da divisão e crescimento das células e, por
isso, verifica-se uma anormal estimulação do ciclo celular, tornando a célula maligna.
Um dos primeiros oncogenes a ser identificado e isolado estava envolvido no desenvolvimento de um
tumor na bexiga humana. Os investigadores verificaram que o oncogene tinha resultado de um proto-
oncogene que havia sofrido uma simples substituição nucleotídica. O resultado provocou a substituição do
aminoácido glicina pela valina. Esta simples modificação era suficiente para transformar uma célula normal
numa célula cancerosa.
Mas nem todos os genes causadores de cancro resultam de proto-oncogenes. Uma grande parte dos
cancros resulta da mutação de genes supressores de tumores. Estes genes, também designados anti-
oncogenes, estão envolvidos na produção de proteínas que bloqueiam a divisão celular. Quando estes
genes sofrem uma mutação perdem a capacidade de realizar este controlo e a divisão celular realiza-se de
forma descontrolada.
O gene p53 pode atuar de
diversas formas: ativando
genes responsáveis pela
reparação do DNA; ativando o
gene p21, cujos produtos
sustém a divisão celular,
dando tempo para que a
reparação do DNA se faça;
quando a mutação afeta o
DNA de tal forma que torna a
sua reparação impossível, o
p53 ativa genes "suicidas",
cujos produtos provocam uma
morte celular programada -
apoptose.
Quando o gene p53, por
vezes chamado "anjo
guardião do genoma",
apresenta uma modificação
ou é alvo de deleção, as
células acumulam mutações e
dividem-se sem controlo,

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