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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA

JOÃO VICTOR GERMANO DOS SANTOS


MARIANA MOREIRA ANDRADE

RELATÓRIO 2:
CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS

Belo Horizonte - MG
13 de janeiro de 2021
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JOÃO VICTOR GERMANO DOS SANTOS


MARIANA MOREIRA ANDRADE

RELATÓRIO 2:
CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS

Relatório apresentado ao curso de Engenharia


Civil da Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito parcial para obtenção de
pontuação na disciplina de Introdução à Física
Experimental – Mecânica.

Professor: Klaus Wilhelm Heinrich Krambrock

Belo Horizonte - MG
13 de janeiro de 2021
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
1.1 Sistema massa-mola 4
1.2 Deformações elástica e plástica 4
1.3 Lei de Hooke 4
1.4 Associação de molas 5
2 PARTE EXPERIMENTAL 6
2.1 Objetivos 6
2.2 Materiais 6
2.3 Procedimentos e resultados 6
3 CONCLUSÕES 9
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
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1 INTRODUÇÃO

1.1 Sistema massa-mola

O sistema massa-mola simples é constituído por um ​corpo de ​massa ​m unido a


uma ​mola com constante de deformação k, que corresponde ao fator restaurador. Na
outra extremidade, a mola fica ligada a um ponto fixo. Sempre que a massa é deslocada
em relação a um ponto de referência (x = 0), surge uma força restauradora.

1.2 Deformações elástica e plástica

Na deformação elástica, a mola retorna ao estado original após a retirada da força


deformadora. Na deformação plástica, após cessar o efeito de tensão, a mola não retorna
ao seu estado original, de modo a permanecer deformada definitivamente.

1.3 Lei de Hooke

A lei de Hooke estabelece que, caso uma mola seja deformada por uma força F
externa, uma força elástica restauradora passa a ser exercida na mesma direção e no
sentido oposto a F. É importante destacar que a lei de Hooke só é válida no caso de
deformações elásticas. Essa força elástica, por sua vez, é variável e depende do tamanho
da deformação x que é sofrida pela mola. A Equação 1 é utilizada para o cálculo da
força elástica:
(Equação 1)

F​el​ – força elástica (N)


k – constante elástica (N/m)
x – deformação da mola (m)

O sinal negativo simboliza o sentido da força elástica, que é sempre oposto à


variação de comprimento sofrida pela mola (x). Se essa variação é positiva, a força é
negativa, isto é, possui sentido oposto.

A constante elástica k depende das características físicas da mola, tais como


material, maleabilidade e maciez. Quanto maior k, maior a rigidez da mola.
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1.4 Associação de molas

Duas molas, 1 e 2, de constantes elásticas k1 e k2, respectivamente, podem ser


associadas em série (adjacentes) ou em paralelo (paralelas). Cada conjunto pode ser
tratado como uma mola equivalente de constante elástica ke.

No caso da associação em paralelo, a deformação x é igual para ambas as molas.

A mola 1 é submetida a uma força F1, e a mola 2, a F2.

F1 = k1.x ​(Equação 2)

F2 = k2.x ​(Equação 3)

Portanto, a mola equivalente, quando submetida a F, também é deformada em x,


de modo que:

F = ke.x ​(Equação 4)

F = F1 + F2 ​(Equação 5)

Substituindo as equações de F1 e F2 na fórmula acima, fica:

ke.x = k1.x + k2.x ke = k1 + k2​ ​(Equação 6)

Já na associação em série, as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F e sofrem


deformações diferentes x1 e x2. Como a força F é a mesma, então:

Mola 1: F = k1.x1 x1 = F/k1​ ​(Equação 7)

Mola 2: F = k2.x2 x2 = F/k2​ ​(Equação 8)

Mola equivalente: F = ke.x x = F/ke​ ​(Equação 9)

O deslocamento total é dado por:

x = x1 + x2 ​(Equação 10)

Substituindo as equações de de x1 e x2 na fórmula acima, fica:

F/k1 + F/k2 = F/ke 1/ke = 1/k1 + 1/k2 (​ Equação 11)


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Na associação em série, ke tende a ser reduzido, de modo que a mola equivalente


é menos rígida e mais deformável do que no sistema em paralelo.

2 PARTE EXPERIMENTAL
2.1 Objetivos
− Determinar a constante elástica k1 e k2 das molas 1 e 2, respectivamente;
− Determinar a constante elástica da combinação das molas 1 e 2, em série (ks) e
em paralelo (kp).
2.2 Materiais
− Duas molas de constantes elásticas distintas;

− Objetos de massa m = (40,0 ​± 0,1) g;

− Suportes para as molas e para os objetos;


− Régua milimetrada.
2.3 Procedimentos e resultados
− Inserir a mola em seu suporte e pendurar o suporte para os objetos em sua
extremidade livre;
− Escolher um ponto de referência no suporte (alongamento zero) e ler sua posição
na régua milimetrada;
− Realizar a leitura do conjunto de alongamentos x, a partir da aplicação de
diferentes valores de força F à mola 1, por meio da inserção de diferentes
​ 0,1) g no suporte.
quantidades de objetos de massa m = (40,0 ±
− Realizar o procedimento anterior com as molas 1 e dois dispostas em série e em
paralelo;
− Os dados observados foram registrados na tabela a seguir:
Tabela 1: Alongamentos obtidos de acordo
com a quantidade de objetos inseridos
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Calcular a força exercida na mola de acordo com o número de objetos


pendurados, por meio da fórmula F = P = m.g. Considerou-se g = (9,78 ​± 0,05)
m/s²​. Os resultados foram registrados na tabela a seguir:
Tabela 2: Forças aplicadas de acordo
com a quantidade de objetos inseridos

Número de objetos pendurados m (kg) F (N)

0 0 0
1 0,04 0,3912
2 0,08 0,7824
3 0,12 1,1736
4 0,16 1,5648
5 0,2 1,956
6 0,24 2,3472
7 0,28 2,7384

Traçar o gráfico da força exercida na mola (F), em N, em função de x, em m, para


cada sistema e realizar a regressão linear, por meio do software SciDAVis. O valor da
constante angular (A ou slope), que define a inclinação da reta, corresponde à constante
de elasticidade em cada situação. Dessa forma, é possível determinar a constante
elástica e a incerteza para cada sistema, considerando-se o valor da constante linear b =
0, já que F = kx apresenta-se na forma f(x) = ax. ​Os resultados podem ser visualizados a
seguir:

Mola simples:

​k1 = (21,11 ​± 0,21) N/m


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Conjunto em série (molas 1 e 2):

ks = (9,52 ​± 0,19) N/m

Conjunto em paralelo (molas 1 e 2):

kp = (40,5 ​± 1,1) N/m

− Encontrar os valores de k1 e k2 a partir do resultado de ks e kp:

k2 em relação a ks:

ks×k1 9,52×21,11
k2 = k1−ks
k2 = 21,11−9,52
k 2 = 17, 34

k2 = (17,34 ± 0,79) N/m


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Erro relativo: 0,79/17,34 = 4,56%

k2 em relação a kp:

k2 = kp - k1

k 2 = 40, 5 − 21, 11 = 19, 4

k2 = kp + k1

k2 = 1,1 + 0,21 = 1,3

k2 = (19,4 ± 1,3) N/m

Erro relativo: 1,3/19,4 = 6,70%

Como o erro relativo de k2 em relação a kp é maior que o de k2 em relação a ks,


9.1
este último k2 é mais confiável.

3 CONCLUSÕES

A partir do experimento, foi possível determinar as constantes elásticas da mola 1,


​ 0,21) N/m e da m​ola ​k2 = (19,4 ± 1,3) N/m​, e as constantes elásticas da
k1 = (21,11 ±
combinação de ambas as molas em série, ​ks = (9,52 ​± 0,19) N/m, e e​ m paralelo, ​kp =
​ 1,1) N/m. Para isso, foram aplicadas várias forças (pesos) à mola 1 e aos
(40,5 ±
conjuntos de molas, sempre em posição vertical, com a finalidade de medir os
alongamentos resultantes.

Posteriormente, calculou-se a força exercida na mola por meio da fórmula F = P =


m.g = k.x, e obtemos, por meio da regressão linear, o valor das constantes elásticas -
nesse caso, correspondente ao coeficiente angular de F(x) - para cada sistema. Notou-se
que as molas, de fato, seguiram a Lei de Hooke, pois a deformação da mola foi
linearmente proporcional à força exercida. Além disso, foi possível concluir que a
deformação foi elástica, haja vista que, ao retirar todos os discos, a mola retornou à sua
posição inicial. ​Em seguida, estimou-se o valor de k2 em relação a ks, ​k2 = (17,34 ±
0,79) N/m​, e a kp, ​(19,4 ± 1,3) N/m, por meio do cálculo da propagação de erro, a partir
das equações 6 e 11.

Pela fórmula k = F/x, percebe-se que a constante elástica k representa,


fisicamente, a rigidez da mola. Assim, k é diretamente proporcional a F e inversamente
10.1

10

proporcional a x. Ou seja, comparando-se diferentes molas, quanto maior k, maior a


força F necessária para deslocar o mesmo comprimento x; logo, maior a rigidez da
mola.

Como o valor de ks é inferior ao de kp, a rigidez da mola é inferior no sistema em


série em relação à justaposição em paralelo. Empiricamente, constatou-se que, na
associação em série, o conjunto ficou mais “macio” (menor k) e, na associação em
paralelo, mais “duro” (maior k). Isso pode ser justificado pelo seguinte raciocínio:
k1+k2 kp
ks = k1.k2
ks = k1.k2

Se k1>1 e k2>1, como foi o caso do experimento, então k1.k2>1 e ks < kp.

Dessa forma, à guisa de ilustração, uma constante elástica de 1 N/m significa que
é necessária uma força de 1 N para deslocar o comprimento de 1 m de mola.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Roteiro “Densidade de um líquido”. Departamento de Física – UFMG. Disponível
em: <https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-mecanica/>. Acesso em:
13 jan. 2021.
R. Resnick, D. Halliday, e J. Merrill, ​Fundamentos de Física​, vol. 1, Mecânica, 7a ed.,
LTC, 2006.
H. M. Nussenzveig, ​Curso de Física Básica​, vol. 1 Mecânica, 4a ed., Edgard Blucher,
2002.
R. A. Serway e J. W. Jewett Jr., ​Princípios de Física​, vol. 1 Mecânica Clássica,
Cengage Learning, 2004.
F. J. Keller, W. E. Gettys e M. J. Skove, ​Física​, vol.1, 1 a ed., Makron Books, 1999.
Máximo A.; Alvarenga, B., ​Física – Volume Único​, São Paulo, Ed. Scipione, 1997.

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Índice de comentários

9.1 mas ambos estão compatíveis?

10.1 Observação - aumentar discussão e reduzir conclusão.

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