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Rio de Janeiro
2020
BRUNO CUNHA VAIRO
Orientador:
Rio de Janeiro
2020
BRUNO CUNHA VAIRO
______________________________________________
Paulo Antônio de Souza Mourão
Professor Titular do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ
______________________________________________
Adriane Regina Todeschini
Professora Associada do Instituto de Biofísica Carlos Chagas da UFRJ
______________________________________________
Eliana Barreto Bergter
Professora Titular do Instituto de Microbiologia da UFRJ
______________________________________________
Ana Paula Canedo Valente
Professora Titular do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ
______________________________________________
Tuane Cristine Ramos Gonçalves Vieira
Professora Adjunta do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ
______________________________________________
Morgana Teixeira Lima Castelo Branco
Professora Adjunta do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ
AGRADECIMENTOS
1. Context: Unfractionated heparin and its low molecular weight derivatives come
almost exclusively from the porcine intestinal mucosa (porcine heparin). However, the
introduction of unfractionated heparins from bovine intestinal mucosa (bovine heparin)
has been recommended to reinforce the world supply of heparin. Although bovine
heparin has a different chemical composition and about half the anticoagulant potency
of porcine heparin (100 versus 180 international units per mg (IU / mg), respectively),
they have been used as the same type of unfractionated heparin in some countries
since the 1990s. However, its clinical use as a single drug has caused several incidents
of hemorrhage in Brazil, which led to the publication of the first exclusive monographs
for bovine heparin and porcine heparin by the Brazilian Pharmacopoeia.
2. Objective: The aim of this work was to obtain a bovine intestine heparin derivative
with chemical and pharmaceutical characteristics similar to swine heparin, but without
the adverse effects of the original bovine heparin.
3. Methodology: To obtain the molecules of interest we performed ion exchange and
gel filtration chromatographies, nuclear magnetic resonance spectroscopy (NMR),
activated Partial Thromboplastin Time (aPTT), in vitro inhibition of IIa and Xa factors
by antithrombin (AT), AT fluorescence change, in vivo antithrombotic activity and
bleeding.
4. Results: We prepared a bovine heparin derivative with anticoagulant potency (200
IU/mg), disaccharide composition (enriched in N-6-disulfated α-glucosamine) and
safety profile (potential for bleeding and protamine neutralization) similar to those
observed in standard heparin (of porcine intestinal origin).
5. Conclusion: This work shows that, although there are differences between swine
and bovine heparins, it is possible to obtain a bovine derivative with composition and
pharmacological characteristics similar to swine heparin.
Tabela 1: Peso molecular médio ponderado (Mw), peso molecular médio numérico
(Mn) e grau de polidispersão (GP) da heparina bovina e de suas frações geradas pela
cromatografia de filtração em gel (média ± desvio padrão)........................................ 30
Tabela 2: Peso molecular médio (Mw) e proporções de massa de heparina (M)
maiores que 24 KDa e M 8 - 16 KDa / M 16 - 24 KDa, obtidos por cromatografia de
filtração em gel........................................................................................................... 31
Tabela 3: Quantificações dos sinais obtidos nos espectros bidimensionais 1H-13C
HSQC das heparinas suína e bovina e das frações F1, F3 e F5 (Figuras 11 e 13)... 40
Tabela 4: Peso molecular médio ponderado (Mw), peso molecular médio numérico
(Mn) e grau de polidispersão (GP) das frações FI e FII oriundas do fracionamento de
heparina bovina, nos 3 protocolos............................................................................. 47
Tabela 5: Peso molecular médio ponderado (Mw) e proporções de peso molecular de
heparina (M) maiores que 24 KDa e da razão M 8 - 16 KDa / M 16 - 24 KDa, obtidos
por cromatografia de filtração em gel......................................................................... 47
Tabela 6: Quantificações dos sinais obtidos espectros bidimensionais 1H-13C HSQC
das frações FI e FII dos três protocolos empregados (Figura 21)............................. 52
Tabela 7: Potências anticoagulantes (UI/mg) e rendimento (em UI e mg) das HBBAs
e HBAAs dos três protocolos...................................................................................... 54
LISTA DE ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição de Heparina
Heparina é um heteropolissacarídeo polianiônico sulfatado, classificado como
glicosaminoglicano (GAG) por ser composto por unidades dissacarídicas repetitivas
de N-acetilglicosamina e ácido urônico. É sintetizada por mastócitos do tecido
conjuntivo e armazenada em grânulos secretórios no interior dessas células. Sua
função fisiológica ainda não está esclarecida, mas há indícios de que esteja
relacionada ao controle de liberação de proteases pelos mastócitos (LEVER et al.,
2016).
1.6 Problemática
Em 2008, a utilização das heparinas como anticoagulante no Brasil ganhou
mais atenção, quando o Laboratório Roche cessou a produção de sua preparação de
heparina (heparina de mucosa intestinal suína), chamada de Liquemine, considerada
como um produto de referência e preferencialmente utilizada em procedimentos que
necessitavam de circulação extracorpórea (MELO et al., 2008).
Logo após este evento houve um aumento significativo nos relatos de efeitos
adversos associados ao uso de heparina, como eventos de sangramento durante e
após cirurgias, principalmente cardiovasculares, maiores taxas de reoperações devido
a sangramentos e aumento no número de coagulopatias (MELO et al., 2008). Estes
acontecimentos levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a
publicar uma nota sobre o uso de heparina, alertando sobre os problemas observados
nos hospitais e clínicas brasileiras (ANVISA, 2008).
Naquele momento, após extensa investigação das heparinas utilizadas
clinicamente no Brasil, observou-se que a maioria era produzida a partir de mucosa
intestinal bovina, uma fonte incomum, mas que passou a ser utilizada para suprir a
necessidade de heparina. Análises aprofundadas mostraram que essas heparinas
apresentavam diferenças químicas consideráveis quando comparadas às heparinas
produzidas a partir de intestino suíno ou de pulmão bovino (FU et al., 2013).
Como consequência da diferente estrutura química (proporção de unidades
sulfatadas e presença da sequência pentassacarídica específica (Figura 2) com
afinidade pela AT), essas heparinas diferem também em seus efeitos anticoagulante,
antitrombótico e hemorrágico quando testadas em modelos experimentais com
animais.
Uma heparina de origem intestinal bovina, por exemplo, tem menor atividade
anticoagulante que uma heparina suína, sendo necessária, portanto, uma massa
maior da bovina para alcançar um efeito semelhante à suína. Como a solução injetável
trazia apenas a inscrição “XX UI/mL”, sem descrever a origem, quando se fazia
necessário neutralizar a heparina com protamina, a neutralização não era completa,
uma vez que a reação é calculada com base na massa de heparina utilizada, e não
na potência atribuída.
Estes estudos também revelaram que a janela terapêutica da heparina de
intestino bovino é mais estreita que a da heparina suína, ou seja, a dose de heparina
bovina para assegurar proteção antitrombótica efetiva e a dose para produzir efeito
17
hemorrágico são mais próximas do que as doses de heparina suína para os mesmos
efeitos citados.
Os avanços nas abordagens analíticas para avaliação de heparinas (por
exemplo, RMN bidimensional e ensaios cromogênicos anti-FIIa e anti-FXa) ratificaram
os resultados demonstrados anteriormente, reforçando que as preparações de
heparinas de diferentes fontes animais possuem potências
anticoagulantes/antitrombóticas e composições diferentes de dissacarídeos (Figura
4). Dentre essas diferenças, podemos destacar as potências anticoagulantes
contrastantes de heparinas suína e bovina (180 x 100 UI/mg, respectivamente),
atribuídas às suas diferenças de composição (TOVAR et al., 2013; BERTINI et al.,
2017; AQUINO et al., 2010; SANTOS et al., 2014; TOVAR et al., 2016): heparina
bovina tem uma proporção aumentada de α-glucosamina N-sulfatada, enquanto a
heparina suína é composto principalmente de dissacarídeos contendo α-glucosamina
N,6-dissulfatada. Além disso, a heparina bovina apresenta uma quantidade diminuída
de α-glucosamina N,3,6-trissulfatada ligada ao ácido β-glucurônico, dissacarídeo que
está diretamente envolvido na potencialização da AT (SANTOS et al., 2014).
Apesar das diferenças apresentadas, preparações farmacêuticas de heparinas
suína e bovina foram comercializadas e usadas clinicamente como um medicamento
único por bastante tempo (TOVAR et al., 2016). No entanto, no final dos anos 2000,
diferentes agências reguladoras, incluindo a Food and Drug Administration (FDA)
(Estados Unidos), a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a ANVISA (Brasil),
reconheceram que as diferenças farmacêuticas entre heparinas suína e bovina eram
extensas o suficiente para considerá-las como fármacos distintos (SZAJEK et al.,
2015), levando, inicialmente, a Farmacopeia dos Estados Unidos e a Farmacopeia
Europeia a exigir a identificação da origem animal em suas monografias de heparina.
Posteriormente, em 2017, a partir de estudos dos quais o Laboratório de Tecido
Conjuntivo da UFRJ fez parte, a Farmacopeia Brasileira publicou as primeiras
monografias abordando heparinas suína e bovina separadamente, como princípios
ativos distintos (1º e 2º suplementos da Farmacopeia Brasileira, 2016 e 2017,
respectivamente).
18
Como apontado acima, a heparina suína é mais potente que a heparina bovina
e, por isso, é o tipo de heparina mais utilizada clinicamente no mundo. Porém, há que
se levantar algumas questões acerca desta situação.
Em primeiro lugar, cerca de 80% do suprimento global de heparina suína é
proveniente da China. Este cenário é perigoso, pois caso ocorra um surto de doença
19
2 OBJETIVO
2.1 Objetivo geral
Obter um derivado de heparina de intestino bovino com características
químicas e farmacêuticas semelhantes à heparina suína, mas sem os efeitos adversos
da heparina bovina original.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Materiais
Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizados cinco lotes de cada
matéria-prima usada para a preparação comercial de heparinas bovinas e suínas. Os
lotes foram selecionados aleatoriamente, num universo de 390 lotes de heparinas
bovinas e 486 lotes de heparinas suínas, todos de empresas farmacêuticas
brasileiras. Os lotes foram analisados no Laboratório de Tecido Conjuntivo da UFRJ
e estão dentro dos padrões preconizados pelas respectivas monografias
(Farmacopeia Brasileira, suplementos 1 e 2).
Outros materiais foram: 6º Padrão Internacional de Heparina (2.145 unidades
por ampola, lote nº 07/328), obtido do NIBSC (Potters Bar, Reino Unido); Calibrador
de Peso Molecular de Heparina Sódica (lote FOL4830), obtido da Farmacopeia norte-
americana (Rockville, EUA); preparações comerciais de enoxaparinas (Versa) e de
heparinas não-fracionadas (Hepamax), obtidas das empresas Eurofarma (São Paulo,
Brasil) e Blau Farmacêutica (Cotia, Brasil), respectivamente; sulfato de dermatan
(C3788, Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA); sulfato de condroitina supersulfatada (lote
HOM191), comprado da Farmacopeia norte-americana (Rockville, EUA); cloridrato de
protamina da farmacêutica Valeant (São Paulo, Brasil).
4 RESULTADOS
4.1 Fracionamento de heparina bovina por peso molecular
4.1.1 Fracionamento de heparina bovina por cromatografia de filtração em gel
Inicialmente, o trabalho procurou produzir derivados de heparina bovina
equivalentes à heparina suína, usando como estratégia o fracionamento em
populações com diferentes pesos moleculares.
Com este objetivo, as preparações farmacêuticas de heparina bovina foram
separadas por cromatografia de filtração em gel usando a coluna “Superdex Peptide”.
O perfil de eluição é muito polidisperso, como esperado para uma preparação de GAG
(Figura 6A). As alíquotas resultantes desta separação foram agrupadas em três
frações não adjacentes, denominadas F1, F3 e F5 (Figura 6A), e seus pesos
moleculares foram confirmados por eletroforese em gel de poliacrilamida (Figura 6B).
Tabela 1: Peso molecular médio ponderado (Mw), peso molecular médio numérico (Mn) e grau
de polidispersão (GP) da heparina bovina e de suas frações geradas pela cromatografia de
filtração em gel (média ± desvio padrão).
Heparina n* Mw Mn GP
Heparina bovina 2 16.764 ± 179 13.861 ± 263 1,21 ± 0,01
F1 3 36.716 ± 2.676 31.012 ± 3.872 1,19 ± 0,07
F3 3 17.001 ± 128 14.583 ± 197 1,17 ± 0,01
F5 3 11.735 ± 1.033 9.751 ± 1.163 1,21 ± 0,04
*Número de lotes usados
Tabela 2: Peso molecular médio (Mw) e proporções de massa de heparina (M) maiores que
24 KDa e M 8 - 16 KDa / M 16 - 24 KDa, obtidos por cromatografia de filtração em gel.
M > 24 KDa M 8 - 16 KDa /
Mw (Da)
(% do total) M 16 - 24 KDa
Recomendações da Farmacopeia
15.000 - 19.000 <20 > 1,0
norte-americana (USP)
Heparina bovina 16.764 ± 179 13,41 ± 1,21 1,94 ± 0,1
F1 36.716 ± 2.676 79,5 ± 13,4 0,15 ± 0,08
F3 17.001 ± 128 12,97 ± 0,15 1,84 ± 0,11
F5 11.735 ± 1.033 4,45 ± 0,59 4,73 ± 0,53
Figura 11: Espectros bidimensionais de RMN 1H-13C HSQC das heparinas suína
(A) e bovina (B). Nos espectros, α-GlcN: sinais das α-glucosaminas N-sulfatadas; α-
Ido: sinais dos ácidos α-idurônicos; β-GlcA: sinais dos ácidos β-glucurônicos e das
regiões de ligação. Os sinais indicados por números estão descritos na Tabela 3.
37
4.1.3 Análise estrutural por RMN das frações de heparina bovina obtidas por
cromatografia de filtração em gel
A Figura 12 mostra os espectros unidimensionais de RMN de ¹H das frações
F1, F3 e F5 obtidas por fracionamento da heparina bovina em cromatografia de
filtração em gel. Nitidamente, foi possível observar uma similaridade entre os três
espectros, indicando que a abordagem metodológica cromatográfica não foi capaz de
produzir frações com diferenças estruturais significativas entre si e quando
comparadas à heparina bovina não fracionada. Sendo assim, mantiveram, também,
diferenças estruturais em relação à heparina suína.
Entretanto, há uma pequena diferença entre os espectros das frações com
relação à intensidade do sinal do CH3 (Figura 12A), que reduz à medida que o peso
molecular diminui, refletindo uma menor presença de unidades de α-glucosamina N-
acetilada nas frações de menor peso molecular.
As frações de heparina bovina obtidas por filtração em gel também foram
analisadas por espectros bidimensionais 1H-13C HSQC (Figura 13). Foi observada
uma similaridade estrutural entre as três frações, tanto em uma breve inspeção visual,
quanto na análise quantitativa dos sinais assinalados nos espectros (Tabela 3).
38
Figura 12: Espectros unidimensionais de RMN de 1H das frações F1, F3 e F5. (A)
Região de 5,8 a 1,8 ppm. (B) Região de 5,7 a 4,7 ppm. Em ambos painéis: D1: próton
anomérico (H1) da α-glucosamina N-sulfatada ligada ao ácido β-glucurônico; A1: H1
da α-glucosamina N,6-dissulfatada; C1: α-glucosamina N-sulfatada; I1-A, I5-A, I1-C,
I5-C: H1 e H5 das unidades de ácido α-idurônico 2-sulfatado ligadas à α-glucosamina
N,6-dissulfatada e à α-glucosamina N-sulfatada, respectivamente.
39
Figura 13: Espectros bidimensionais de RMN 1H-13C HSQC das frações F1, F3 e
F5. Nos painéis, α-GlcN: sinais das α-glucosaminas N-sulfatadas; α-Ido: sinais dos
ácidos α-idurônicos; β-GlcA: sinais dos ácidos β-glucurônicos e das regiões de
ligação. Os inserts apresentam os sinais H2 da α-glucosamina N-acetilada (I) e N-
sulfatada (II). Os sinais indicados por números estão descritos na Tabela 3.
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Tabela 3: Quantificações dos sinais obtidos nos espectros bidimensionais 1H-13C HSQC das
heparinas suína e bovina e das frações F1, F3 e F5 (Figuras 11 e 13).
Proporções
Sinais Unidades Estruturad
Suína Bovina F1 F3 F5
1 α-GlcN,3,6-triS-[?] 3,69 1,12 0,76 1,04 1,82
2-a α-GlcN,6-diS-[α-IdA2S] 66,82 49,07 46,70 46,27 47,28
2-bc α-GlcNAc-[β-GlcA] 5,76 4,14 2,76 1,84 1,79
α-glucosaminaa
3 α-GlcNS-[α-IdA] 5,82 4,10 4,91 4,19 4,14
4 α-GlcNS-[β-GlcA] 9,59 15,28 13,12 16,80 14,99
5 α-GlcNS-[α-IdA2S] 8,32 26,30 31,74 30,49 29,97
6 α-IdA2S 77,50 76,93 79,30 80,69 80,37
7 α-IdA-[α-GlcN,6S] 4,55 1,39 0,77 0,48 0,58
ácido α-idurônicoa
8 α-IdA 1,63 3,08 1,81 3,08 2,53
∑ α-IdA 83,69 81,40 81,88 84,25 83,49
9 β-GlcA-[α-GlcN,3,6-triS] 2,71 0,42 0,04 0,39 0,53
10 β-GlcA-[α-GlcNAc] 5,93 10,03 11,81 8,37 8,02
11 ácido β-glucurônicoa β-GlcA-[α-GlcNS] 7,10 5,59 5,53 5,24 5,24
12 β-GlcA2S-[?] 0,58 2,55 0,75 1,75 2,72
∑ β-GlcA 16,31 18,60 18,12 15,75 16,51
13 β-Gal 0,71 0,53 0,67 0,65 0,37
14 Região de ligaçãob β-Xyl 0,77 0,82 1,12 0,90 0,18
15 β-GlcA-[β-Gal] 1,47 1,10 1,56 1,40 0,89
aResultados expressos em porcentagem do total das unidades de α-glucosamina ou de ácido
hexurônico (α-idurônico + β-glucurônico).
bResultados expressos em porcentagem do somatório de todas as unidades.
cAs proporções dos resíduos de α-GlcNAc foram calculados integrando o sinal H2/C2 a 3,86/56,2
ppm e subtraindo-o da integral do sinal anomérico, que representa tanto α-GlcNAc quanto α-GlcNS.
dOs sinais assinalados estão em negrito e suas unidades adjacentes estão entre colchetes.
4.2.2 Determinação do peso molecular das frações de heparina bovina obtidas por
cromatografia de troca iônica
Uma vez estabelecidos os protocolos para obtenção de FI e FII, seguiu-se a
avaliação de seus pesos moleculares por cromatografia analítica de filtração em gel
(Figura 18). Para efeito comparativo, também foram feitas cromatografias usando as
heparinas suína e bovina.
Tabela 4: Peso molecular médio ponderado (Mw), peso molecular médio numérico (Mn) e
grau de polidispersão (GP) das FI e FII oriundas do fracionamento de heparina bovina, nos
3 protocolos.
Heparina Mw Mn GP
FI - protocolo 1 13.596 11.734 1,16
Tabela 5: Peso molecular médio ponderado (Mw) e proporções de peso molecular de heparina
(M) maiores que 24 KDa e da razão M 8 - 16 KDa / M 16 - 24 KDa, obtidos por cromatografia de
filtração em gel.
M > 24 KDa M 8 - 16 KDa /
Mw (Da)
(% do total) M 16 - 24 KDa
Recomendações da Farmacopeia
15.000 - 19.000 <20 > 1,0
norte-americana
4.2.4 Estrutura química das frações de heparina bovina obtidas por cromatografia de
troca iônica
Em seguida, procedeu-se a análise de suas estruturas químicas das frações FI
e FII obtidas usando os 3 protocolos com o auxílio da RMN. Os espectros
unidimensionais de 1H deixaram evidentes que há diferenças marcantes entre todas
as frações, independentemente do protocolo utilizado (Figura 20). Além dos espectros
1D, também foram feitos espectros 2D 1H-13C HSQC (Figura 21), que auxiliaram na
caracterização estrutural das frações. Com os espectros assinalados, foi possível
quantificar as unidades presentes em cada uma das frações obtidas pelos 3
protocolos. Estas quantificações foram organizadas e estão apresentadas na Tabela
6.
Também foi possível constatar que as frações FII dos 3 protocolos apresentam
estruturas diferentes, sendo que as dos protocolos 2 e 3 apresentam características
estruturais semelhantes à heparina suína (Figura 9B), como teor reduzido de unidades
de α-glucosamina N-sulfatada e proporções similares de unidades de α-glucosamina
N,6-dissulfatada.
Figura 20: Região de 5,7 a 4,7 ppm dos espectros unidimensionais de RMN de
1H das frações FI (azul) e FII (vermelho) nos 3 protocolos: (A) protocolo 1, (B)
Figura 21: Espectros bidimensionais de RMN 1H-13C HSQC das frações FI (azul)
e FII (vermelho) dos protocolos 1 (painéis A e B), 2 (painéis C e D) e 3 (painéis E
e F). Em todos os painéis, α-GlcN: sinais das α-glucosaminas N-sulfatadas; α-Ido:
sinais dos ácidos α-idurônicos; β-GlcA: sinais dos ácidos β-glucurônicos e das regiões
de ligação. Os sinais indicados por números estão descritos na Tabela 6.
52
Tabela 6: Quantificações dos sinais obtidos espectros bidimensionais 1H-13C HSQC das frações
FI e FII dos três protocolos empregados (Figura 21).
Protocolo 1 Protocolo 2 Protocolo 3
Sinais Unidades Estruturad
FI FII FI FII FI FII
1 α-GlcN,3,6-triS-[?] 0,06 1,95 0,18 2,46 0,31 3,68
2-a α-GlcN,6-diS-[α-IdA2S] 28,69 58,38 41,12 58,45 53,80 63,36
2-bc α- α-GlcNAc-[β-GlcA] 2,16 5,97 2,74 4,21 1,89 2,88
3 glucosaminaa α-GlcNS-[α-IdA] 2,88 3,25 3,71 4,76 2,49 1,70
4 α-GlcNS-[β-GlcA] 16,04 14,23 16,28 17,44 19,55 20,48
5 α-GlcNS-[α-IdA2S] 50,17 16,22 35,98 12,67 21,97 7,91
6 α-IdA2S 82,81 70,13 77,21 76,71 78,71 78,01
7 ácido α- α-IdA-[α-GlcN,6S] 0,20 3,28 0,53 1,47 1,58 0,08
8 idurônicoa α-IdA 2,64 3,29 3,49 1,90 2,51 4,44
∑ α-IdA 85,66 76,70 81,23 80,07 82,80 82,52
9 β-GlcA-[α-GlcN,3,6-triS] 0,05 0,50 0,22 0,73 0,32 2,25
10 β-GlcA-[α-GlcNAc] 8,10 9,33 9,66 8,37 8,37 3,49
ácido β-
11 β-GlcA-[α-GlcNS] 3,30 10,82 5,43 9,11 6,81 10,63
glucurônicoa
12 β-GlcA2S-[?] 2,89 2,65 3,39 1,71 2,00 1,11
∑ β-GlcA 14,34 23,30 18,77 19,93 17,20 17,48
13 β-Gal 0,28 0,71 0,62 0,93 0,52 1,32
Região de
14 β-Xyl 1,02 1,22 0,96 0,81 0,38 1,31
ligaçãob
15 β-GlcA-[β-Gal] 0,43 1,54 1,53 2,34 1,10 0,70
aResultados expressos em porcentagem do total das unidades de α-glucosamina ou de ácido
hexurônico (α-idurônico + β-glucurônico).
bResultados expressos em porcentagem do somatório de todas as unidades.
cAs proporções dos resíduos de α-GlcNAc foram calculados integrando o sinal H2/C2 a 3,86/56,2
ppm e subtraindo-o da integral do sinal anomérico, que representa tanto α-GlcNAc quanto α-GlcNS.
dOs sinais assinalados estão em negrito e suas unidades adjacentes estão entre colchetes.
Figura 22: Atividade anticoagulante in vitro das frações FI (azul), FII (vermelho),
heparina bovina (cinza) e heparina suína (preto). (A) Tempo de tromboplastina
parcial ativada (aPTT). (B) Atividade anti-FIIa. (C) Atividade anti-Fxa. Os resultados
foram expressos pela mediana (intervalo de confiança de 95%) e comparadas pela
análise de variância (ANOVA): ns (p > 0,05) e * (p < 0,05), em comparação com a
heparina bovina (cinza) ou heparina suína (preto); ** (p < 0,05) entre a heparina bovina
e a suína.
54
Também foi possível apontar que, quando comparadas à heparina bovina não
fracionada, as atividades das frações HBBA dos três protocolos foram semelhantes
ou significativamente menores que a da heparina bovina de origem. Com relação à
heparina suína, todas as frações HBBA tiveram atividades significativamente
menores.
A Tabela 7 foi construída com base nos dados da Figura 21. Observou-se que
o emprego do protocolo 1 permitiu a obtenção de uma pequena massa de HBBA, com
potência anticoagulante extremamente reduzida (22 UI/mg) e uma massa maior de
HBAA, contaminada com HBBA, com potência anticoagulante menor do que a da
heparina suína (145 UI/mg x 180 UI/mg).
oclusivo mesmo uma hora após tratamento para indução da trombose, esta dose de
HBBA apresentou resultado semelhante ao controle (Figura 24B).
5 DISCUSSÃO
O consumo global de heparinas não fracionadas e de baixo peso molecular tem
aumentado continuamente, movimentando quase dez bilhões de dólares em 2017 e
uma receita esperada de 14 bilhões de dólares até 2023 (Zion Market Share, 2018).
Atualmente, toda a heparina de baixo peso molecular e a maior parte da
heparina não fracionada consumidas em todo o mundo são provenientes de mucosa
intestinal suína, com aproximadamente 80% dos princípios ativos provenientes de
empresas farmacêuticas chinesas (VILANOVA et al., 2018).
Em 2008, preparações de heparina suína formuladas com matéria-prima
chinesa adulterada com sulfato de condroitina supersulfatado provocou mais de 80
mortes e quase 800 relatos de eventos adversos graves. Esses incidentes apontaram
a fragilidade de uma cadeia de abastecimento global que depende quase
exclusivamente de uma única matéria-prima animal (mucosa intestinal suína) vinda
de um único país (China). Esta concentração também é perigosa pois,
frequentemente, há eventos de epidemias mortais no rebanho suíno chinês, como a
gripe suína, podendo levar à escassez de matéria-prima (VILANOVA et al., 2018). A
agência reguladora ligada ao departamento de saúde norte-americana (Food and
Drug Administration – FDA) tem recomendado a introdução de novos produtos
bovinos farmacologicamente equivalentes aos padrões ouro suínos para reforçar o
atual e instável abastecimento global de heparina (SZAJEK et al., 2015).
Embora as autoridades de saúde tenham concordado sobre a atividade
anticoagulante média da heparina suína (aproximadamente 180 UI/mg), o
estabelecimento da potência da heparina bovina foi objeto de intensas discussões,
principalmente por causa de resultados conflitantes de diferentes grupos ao longo nas
últimas décadas, que mostravam potências superiores a 140 UI/mg (SZAJEK et al.,
2015). No entanto, com base em análises de centenas de lotes de preparações
farmacêuticas de heparinas bovinas conduzidos no Laboratório de Tecido Conjuntivo
da UFRJ e em resultados de outros grupos de pesquisa, a potência de 100 UI/mg foi
incluída como o critério de aceitação para a atividade anticoagulante/dosagem na
nova monografia para heparina bovina lançado pela Farmacopeia Brasileira e tem sido
cada vez mais aceito pelas autoridades de saúde em todo o mundo (SZAJEK et al.,
2015; TOVAR et al., 2016).
Apesar de suas potências anticoagulantes contrastantes, a heparina suína e a
heparina bovina ainda são empregadas como medicamentos intercambiáveis. O
61
6 CONCLUSÃO
Este trabalho mostra que, apesar de haver diferenças entre as heparinas suína
e bovina, é possível obter um derivado da bovina com composição e características
farmacológicas semelhantes à heparina suína usando cromatografia de troca iônica.
HBAA e heparina suína exibem atividades anticoagulantes e perfis de
segurança similares e, portanto, podem ser consideradas heparinas bioequivalentes.
As diferenças estruturais entre essas duas preparações são muito sutis,
basicamente relacionadas com o conteúdo de ácido β-glucurônico (HBAA > suína).
Outro ponto extremamente importante e que merece destaque é que, com base
nos resultados desta tese, o derivado HBAA da heparina bovina pode resolver o
problema da atual escassez desse tipo de medicamento no mercado global.
65
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71
8 APÊNDICES
8.1 Apêndice I
Converting the Distinct Heparins Sourced from Bovine or Porcine Mucosa into a
Single Anticoagulant Drug