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Conheça o 4017 (ART062)

Publicado: Quint a, 19 Novembro 2009 06:36

Est e art igo não é novo, mas sua at ualidade se mant erá por muito
t empo, o que jusit ifica o fato dele ser um dos mais acessados desse
sit e. De fato, o circuito int egrado 4017 é um dos mais import ant es da
família CMOS pela quant idade de aplicações que ele encont ra. Nest e
art igo analisamos de forma det alhada seu princípio de funcioamento e
most ramos como usá´-lo de diversas formas. Um import ant e art igo
que serve como aula, mat erial de consult a ou mesmo apost ila para
cursos t écnicos e de iniciação t ecnológica. Enfim, um art igo que todo
prat icant e da elet rônica deve t er.

Int rodução
Um dos component es mais usados em projetos de todos os t ipos é o
circuito int egrado 4017. Est e circuito int egrado CMOS pode ser usado
como seqüenciador, t emporizador, e em sist emas de automação de
pequeno port e além da codificação em cont role remoto. Dada a
quant idade de pedidos de leitores que desejam saber t udo sobre est e
component e, preparamos est e int eressant e art igo que procura
desvendar os principais segredos do 4017. Para obt er a folha de dados
(dat asheet ) do 4017 clique aqui.

Não é limit e para o que pode ser feito com o circuito int egrado 4017.
Podemos fazê-lo cont ar at é qualquer número ent re 2 e 9 e
cascat eando diversos deles podemos ir além. Podemos usá-lo em
t emporização, codificação, para gerar formas de ondas, efeitos de luz
e som e muito mais. Tudo isso just ifica a freqüência com que o leitor
encont ra projetos que se baseiam nest e circuito int egrado. Usar o
circuito 4017 é simples, e uma vez que o leitor domine est a t écnica,
poderá fazer seus próprios projetos usando est e component e. Assim,
nas linhas seguint es vamos most rar como funciona o 4017 e como
podemos usá-lo de diversas maneiras.

O Circuito Int egrado 4017


O circuito int egrado 4017 pert ence a família lógica CMOS em que os
component es podem funcionar com t ensões de 3 a 15 Volt s e
possuem caract eríst icas que permit em sua int erligação diret a e com
out ros component es como o 555. No 4017 encont ramos um
cont ador/decodificador Johnson com uma ent rada e 10 saídas,
conforme most ra o diagrama de blocos da figura 1.

Figura 1 – Diagrama de blocos do circuito integrado 4017. Observe que


ele possui uma entrada e dez saídas.

Conforme podemos ver, ele é formado por 5 et apas que podem fazer a
divisão de um sinal ret angular por valores ent re 2 e 9. O 4017 é
fornecido em invólucro DIL de 16 pinos com a disposição de t erminais
most rada na figura 2.

Figura 2 – Invólucro e pinagem da versão DIL, que é a mais comum para


aplicações práticas.

Na operação normal, os pinos 13 e 15 são at errados e pulsos


ret angulares são aplicados ao pino de ent rada (14). Conforme
podemos ver ent ão pelo diagrama de t empos most rado na figura 3,
part indo da condição em que a saída S0 se encont rada no nível alto, e
as demais no nível baixo, ocorre o seguint e: a cada pulso aplicado, a
saída que est á no nível alto passa ao nível baixo e a seguint e passa ao
nível alto.
Figura 3 – Diagrama de tempos do 4017. Observe os níveis lógicos das
saídas.

O processo ocorre at é se chegar à últ ima saída. Com um novo pulso,


essa saída vai ao nível baixo e a primeira vai ao nível alto, recomeçando
o processo. Podemos resset ar a cont agem do 4017 levando por um
inst ant e o pino 13 ao nível alto. Uma forma de se fazer com que o 4017
sempre part a do zero, com a primeira saída no nível alto é com um
circuito de “reset ao ligar” conforme most ra a figura 4. Est e circuito
t ambém é denominado POR (Power-On Reset ).

Figura 4 – Circuito de “reset ao ligar” ou power-on reset (POR) para o


4017.

Os circuitos int egrados 4017 podem ser cascat eados de modo a se


obt er a divisão por 10,100, 1000, et c., conforme most ra a figura 5.

Figura 5 – “Cascateando” circuitos integrados 4017.

Mas, podemos programar o 4017 para fazer cont agens menores que
at é 10. Para isso, bast a ligar o pino imediat ament e post erior ao
número que desejamos cont ar à ent rada de reset , conforme most ra a
figura 6.
Figura 6 – Contando até n (n até 10)

Por exemplo, se desejarmos cont ar at é 4, com a at ivação de uma saída


de 4 em seqüência, bast a ligar a quint a saída ao pino de reset . Se
desejarmos cont ar at é n (n menor que 10) bast a ligar o pino post erior a
n no reset (15).

Caract eríst icas elét ricas


As caract eríst icas elét ricas são dadas pela seguint e t abela:
 

Caract eríst ica Condições Valor Unidades


(Vcc)

Corrent e 5V 0,88 mA
drenada/fornecida (t ip)
10 V 2,25 mA

15 V 8,8 mA

Freqüência máxima de 5V 2 MHz


clock (t ip)
10 V 5 MHz

15 V 6 MHz

Corrent e quiescent e 5V 0,3 mA


(max)
10 V 0,5 mA

15 V 1,0 mA

Faixa de Tensões de 3 a 15   V
aliment ação
Conforme podemos ver, o t ipo de saída usada nest e circuito int egrado
permit e que ele t enha a mesma capacidade de drenar ou fornecer
corrent es a uma carga. Como nas aplicações normais, a corrent e
máxima que ele pode fornecer é pequena é comum fazermos uso de
et apas de pot ência para excit ar cargas de maior consumo.

Na figura 7 t emos alguns t ipos de et apas que podem ser usadas com o
4017.

Figura 7 – Algumas etapas de potência para excitar cargas de correntes


elevadas.

Em (a) t emos a excit ação no nível alto com um t ransistor NPN para
cargas at é 100 mA. Para a excit ação no nível baixo, t emos o circuito
com t ransistor PNP most rado em (b). Desejando excit ar cargas de
maior pot ência t emos em (c) uma versão que faz uso de um t ransistor
Darlington NPN. Est a versão é excit ada com a saída no nível alto. Para
excit ar cargas no nível baixo, t emos o uso de um Darlington PNP,
conforme most rado em (d). Em (e) t emos a possibilidade de se usar
um par complement ar de t ransistores comuns para excit ar cargas
com alt as corrent es no nível alto. A configuração equivalent e para
excit ar no nível baixo é most rada na figura (f). Também podemos
excit ar SCRs (g) e Power MOSFETs conforme most rado na mesma
figura em (h).
Para excit ar a ent rada de um 4017 t ambém t emos várias
possibilidades most radas na figura 8.
Figura 8 – Gerando pulsos para excitar o circuito integrado 4017. A
frequência máxima depende do componente utilizado e deve ser menor
do que a máxima admitida pelo 4017.

A primeira faz uso do conhecido circuito int egrado 555 que é


tot alment e compat ível com o 4017, conforme podemos observar. A
segunda faz uso de um oscilador ou out ro circuito de port a com o
circuito int egrado 4093. Out ras funções CMOS podem ser usadas com
a mesma finalidade. Ao excit ar um 4017, ent ret anto devemos t er em
ment e que o sinal deve ser perfeit ament e ret angular livre de repique
(oscilações) que podem falsear a cont agem.

Aplicações:
Damos, a seguir, alguns circuitos prát icos com base no 4017.

a)Seqüencial de 10 LEDs
Na figura 9 t emos um circuito seqüencial que aciona 10 LEDs numa
velocidade que pode ser ajust ada no pot enciômet ro P1 e que depende
basicament e do capacitor C1.

Figura 9 – Sequencial de 10 LEDs. Podemos usar menos LEDs usando a


técnica de contagem até n da figura 6.

O resistor comum ao catodo de todos os LEDs t em por finalidade


limit ar a corrent e no circuito. Para acionamento de cargas de pot ência
podemos int erfacear com t ransistores ou mesmo SCRs, como most ra
a figura 10.
Figura 10 – Excitando transistores de média potência ou SCRs.

Observe que no caso dos SCRs eles possuem um t erra comum ao


circuito de alt a e baixa freqüência. Isso é absolut ament e necessário ao
disparo. Uma possibilidade a ser considerada para excit ar cargas de
boa pot ência com t ransistores é a ut ilização de Darlingtons. No caso
do T IP121 , que subst it uiria o BD135 podemos aument ar o resistor de
base de 1 k apara 4k7.

b)Seqüencial de 4 LEDs
Para acionamento de 4 LEDs num sist ema seqüencial t emos o circuito
da figura 11.

Figura 11 – Sequencial de 4 LEDs usando a técnica da contagem até n da


figura 6.

Também podemos acionar cargas de maior pot ência com t ransistores


e SCRs como na versão ant erior. Uma variação int eressant e para os
dois circuitos consist e em se fazer um “sort eador” de números. Na
figura 12 most ramos como habilit ar o 555 de modo que ele gere um
t rem de pulsos e assim, no final do processo, apenas um LED fique
aceso.

Figura 12 – Circuito que gera um trem de pulsos aleatório. Ideal para


aplicações em jogos.

c)Apagamento Seqüencial
Um out ro circuito int eressant e que pode ser elaborado com base num
4017 é o que faz o apagamento seqüencial de LEDs e que é most rado
na figura 13.

Figura 13 – Circuito de apagamento sequencial, ou um de quatro


apagado.

              
d)Caixa de Música
A figura 14 most ra um circuito de uma caixa de música elet rônica em
que 10 not as musicais são execut adas seqüencialment e pelo 4017
quando o 555 é habilit ado.
Figura 14 – Caixa de música de 10 notas. Cada uma ajustada no trimpot
correspondente.

A programação das not as é feit a nos t rimpot s junto às saídas do 4017.


A not a cent ral vai depender do capacitor do oscilador com dois
t ransistores, o qual pode ser alt erado numa ampla faixa de valores.
A velocidade com que as not as são execut adas é ajust ada no t rimpot
do 555.

e)Cont role Lógico Programável (CLP)


A automação de pequenos disposit ivos pode ser realizada com base
num 4017 com o circuito da figura 15.

Figura 15 – Um CLP (Controlador Lógico Programável) ou PLC


(Programmed Logic Controllet) usando o 4017.

Nest e circuito, quando uma saída vai ao nível alto, se houver um diodo
ligado nest a saída, na mat riz de cont role, ele at iva a saída
correspondent e. Combinando diodos podemos fazer com que as
saídas sejam levadas à níveis de acionamento seqüencial diferent es,
cont rolando assim um sist ema de automação ext erno. A seqüência e
o que vai ser acionado depende apenas da imaginação do leitor”abrir
uma port a, acender uma luz por um t empo um pouco maior, no final do
processo tocar uma campainha e depois fechar novament e a port a é
um exemplo de aplicação que pode ser feit a com a mat riz de
programação most rada na figura 16.
Figura 16 – Simulador de presença com 4017.

A duração tot al do ciclo vai depender apenas do ajust e de P1 no


oscilador com o 555 que é responsável pela t emporização.

f)Sint et izador de forma de onda


Terminamos nossa série de circuitos prát icos com um sint et izador de
forma de onda que pode ser usado em inst rumentos musicais e em
geradores de efeitos. A freqüência do sinal de saída do circuito da
figura 17 é a freqüência do oscilador com o 555 dividida por 10.

Figura 17 – Sintetizador de forma de onda.

O filt ro RC de saída aplaina o sinal de modo a se obt er uma forma de


onda suave.

Conclusão
As aplicações que vimos para o 4017 são apenas algumas das
milhares que já publicamos e vimos em out ras publicações.  Part indo
das caract eríst icas desse component e não há limit e para que o leitor
pode fazer.

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