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Manual Completo

Versão E-Book

Um guia prático para entender e


configurar o PC moderno

Carlos E. Morimoto
http://www.guiadohardware.net
Hardware, Manual Completo – © 2000 Carlos E. Morimoto (http://www.guiadohardware.net)

Prefácio

Os computadores estão cada vez mais fazendo parte de nossas vidas. No trabalho ou
em casa, é inegável a sua utilidade.

A característica mais marcante dos micros PC é a sua arquitetura aberta, o que permite
que os vários fabricantes criem componentes compatíveis entre si. Se, por exemplo, o
espaço no seu disco rígido deixou de ser suficiente, bastará ir à qualquer loja de
informática e comprar um de maior capacidade, e em poucos minutos ele estará
instalado e funcionando.

Devido a esta arquitetura aberta, ao invés de comprar um computador pronto, o


próprio usuário tem a liberdade de montar seu próprio micro, escolhendo a
configuração que mais atende suas necessidades, podendo futuramente realizar
upgrades, atualizando este equipamento conforme novas tecnologias forem surgindo.

Porém, o objetivo deste livro não é ser simplesmente um manual de como montar
micros, mas sim reunir informações que permitam tornar compreensível seu
funcionamento. Quem nunca desmontou um rádio, uma televisão, algum brinquedo, ou
outro aparelho eletrônico qualquer só para tentar entender como ele funciona? Neste
livro você encontrará explicados, com o máximo de profundidade, não somente o
funcionamento isolado dos periféricos mas também como eles trabalham em conjunto
com o sistema operacional, pois afinal, um computador não é composto apenas de
hardware, mas também de software, assim como um ser humano é um misto de
matéria e consciência.

Seja você um técnico especializado, ou simplesmente um usuário com curiosidade


acima da média, encontrará neste livro uma fonte rica e atualizada de informações que
lhe permitirão, não somente montar e configurar micros, mas entender todos os seus
segredos, muitas vezes ocultados pela linguagem técnica dos manuais, ou pelas
complicadas opções do CMOS Setup, tornando-se apto para facilmente deixar
qualquer micro PC “em ponto de bala” solucionando qualquer problema de
funcionamento e melhorando seu desempenho com configurações otimizadas.

Estudaremos com detalhes neste livro desde cabos e conectores até as opções mais
enigmáticas do CMOS Setup, passando pelo funcionamento e especificações técnicas
de vários tipos de processadores, discos rígidos, memórias, chipsets, placas mães,
placas de vídeo, monitores, e muitos outros periféricos.

Espero que as informações reunidas neste livro lhe sejam úteis, e que você goste de lê-
lo tanto quanto gostei de escreve-lo.

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Direitos Autorais

Este e-book foi escrito por Carlos E. Morimoto (morimoto@guiadohardware.net) e é


vendido através do Guia do Hardware, no endereço http://www.guiadohardware.net.

Apesar de estar em formato digital, este livro não é de livre distribuição; é vendido por
um preço simbólico de 5 reais por cópia através do próprio autor. Se você adquiriu este
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surgimento de outros trabalhos como este.

Carlos Eduardo Morimoto da Silva


Av. Silvio Barbosa da Silveira 406
Jd. Rosa de França
Guarulhos - SP
Cep: 07081-140

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Índice:

Prefácio ......................................................................................................................................2
Direitos Autorais.......................................................................................................................3
Índice: ........................................................................................................................................4
Introdução ...............................................................................................................................15
Sistema Binário .......................................................................................................................15
Funcionamento Básico ...........................................................................................................16

Capítulo 1: Processadores, do 8088 ao Pentium.................................................18


Processadores RISC X Processadores CISC........................................................................19
Do 8086 ao Pentium................................................................................................................19
8088 ..........................................................................................................................................20
Segmentação de Endereços ...................................................................................................20
286 ............................................................................................................................................21
386 ............................................................................................................................................22
Introdução do Cache..............................................................................................................23
386SX....................................................................................................................................24
486DLC e 486SLC ..................................................................................................................24
Modo Real x Modo Protegido................................................................................................25
Recursos do Modo Protegido ................................................................................................26
Memória Virtual.................................................................................................................26
Multitarefa..........................................................................................................................27
Memória Protegida................................................................................................................28
Modo Virtual 8086 ................................................................................................................29
O 486 ........................................................................................................................................29
Coprocessador Aritmético .....................................................................................................30
Multiplicação de Clock...........................................................................................................31
Pipeline ....................................................................................................................................32
Pentium....................................................................................................................................33
Melhorias no Cache L1 .........................................................................................................33
Previsão de desvio dinâmico .................................................................................................34
Coprocessador Aritmético mais rápido .................................................................................35
Arquitetura Superescalar .......................................................................................................35
Execução Especulativa..........................................................................................................36
Acesso mais rápido à Memória .............................................................................................36
Multiprocessamento ..............................................................................................................37
Overclock.................................................................................................................................37
AMD 5x86................................................................................................................................39
Cyrix Cx5x86...........................................................................................................................39
AMD K5...................................................................................................................................40
Pentium Overdrive .................................................................................................................40

Capítulo 2:..............................................................................................................42
Processadores Modernos........................................................................................................42
Pentium MMX ........................................................................................................................42

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Como funcionam as instruções MMX ..................................................................................43


Um golpe de Marketing.........................................................................................................44
AMD K6...................................................................................................................................45
Velocidade x Aquecimento ...................................................................................................46
Evolução dos Processadores ..................................................................................................47
AMD K6-2 ...............................................................................................................................47
3D-Now! x MMX..................................................................................................................48
Cyrix 6x86MX.........................................................................................................................48
Cyrix 6x86MII.........................................................................................................................49
Cyrix Media GX......................................................................................................................49
IDT C6 .....................................................................................................................................50
Pentium Pro.............................................................................................................................50
Três canalizações...................................................................................................................51
Cache L2 integrado ...............................................................................................................51
Multiprocessamento ..............................................................................................................52
Soquete 8 ...............................................................................................................................52
Arquitetura otimizada para instruções de 32 Bits .................................................................52

Capítulo 3:.............................................................................................................54
Processadores nos dias de hoje ..............................................................................................54
Pentium II................................................................................................................................55
Celeron.....................................................................................................................................56
Soquete 370 x Slot 1..............................................................................................................58
Pentium II Xeon......................................................................................................................59
AMD K6-3 ...............................................................................................................................59
Pentium III ..............................................................................................................................60
As novas instruções SSE .......................................................................................................60
As versões: Katmai x Coopermine; 100 x 133 MHz ............................................................61
FC-PGA?...............................................................................................................................63
Entendendo as variações do Pentium III ...............................................................................64
Pentium III Xeon ....................................................................................................................65
Celeron Coopermine (Celeron II) .........................................................................................65
AMD Athlon (K7) ...................................................................................................................67
Decodificador de instruções ..................................................................................................69
Coprocessador Aritmético.....................................................................................................70
Cache L2, o calcanhar de Aquiles .........................................................................................71
Versões ..................................................................................................................................73
Desempenho ..........................................................................................................................73
Athlon Thunderbird ...............................................................................................................74
AMD Duron.............................................................................................................................75
Os próximos lançamentos ......................................................................................................76
AMD Mustang.........................................................................................................................76
Intel Willamette ......................................................................................................................77
Intel Timna..............................................................................................................................78
A próxima geração de chips...................................................................................................78
AMD Sledgehammer ..............................................................................................................81

Capítulo 4:..............................................................................................................82
Memória RAM........................................................................................................................82
Funcionamento........................................................................................................................83

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Acesso a dados ......................................................................................................................83


Formato ...................................................................................................................................84
Módulo DIP (Dual In-line Package) .....................................................................................84
Módulo SIMM de 30 vias .....................................................................................................84
Modulo SIMM de 72 vias .....................................................................................................85
Modulo DIMM de 168 vias...................................................................................................85
Bancos de Memória...............................................................................................................85
Tecnologias utilizadas ............................................................................................................86
Memórias Regulares..............................................................................................................87
Memórias FPM (Fast Page Mode) ........................................................................................87
Memórias EDO (Extended Data Output) ..............................................................................88
Memórias BEDO (Burst Extended Data Output RAM)........................................................88
Memórias SDRAM (Synchronous Dynamic RAM) .............................................................89
Memórias PC-100 (memórias de 100 MHz) .........................................................................90
Memórias PC-133 .................................................................................................................91
Novas Tecnologias...................................................................................................................91
Memórias DDR-SDRAM (Double Data Rate SDRAM) ......................................................91
Memórias Rambus (RDRAM) ..............................................................................................92

Capítulo 5:..............................................................................................................95
Placas Mãe...............................................................................................................................95
Formatos..................................................................................................................................95
Componentes da Placa Mãe...................................................................................................95
Chipset...................................................................................................................................97
BIOS......................................................................................................................................97
Cache L2 ...............................................................................................................................98
Encaixe para o processador ...................................................................................................99
Encaixes para os módulos de memória ...............................................................................101
Interfaces de Disco ..............................................................................................................101
Portas Paralelas e Seriais.....................................................................................................102
Conector da fonte de alimentação .......................................................................................102
Conector do teclado.............................................................................................................103
Jumpers................................................................................................................................103
Barramentos..........................................................................................................................104
ISA (Industry Standard Architeture) de 8 bits ....................................................................105
ISA de 16 bits......................................................................................................................105
EISA (Extended ISA)..........................................................................................................106
VLB (Vesa Local Bus)........................................................................................................106
PCI (Peripheral Component Interconnect)..........................................................................107
Bus Mastering .....................................................................................................................108
Plug-and-Play ......................................................................................................................109
Problemas com o Plug-and-Play .........................................................................................109
AGP (Acelerated Graphics Port).........................................................................................110
Topologia .........................................................................................................................112
Compatibilidade...............................................................................................................113
Desempenho ........................................................................................................................113
Pedido de interrupção (IRQ) ...............................................................................................113
DMA (Acesso Direto à Memória)........................................................................................114

Capítulo 6:............................................................................................................116

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Discos Rígidos .......................................................................................................................116


Funcionamento do Disco Rígido..........................................................................................116
Trilhas, Setores e Cilindros .................................................................................................117
Zoned Bit Recording (ZBR)................................................................................................118
Densidade ............................................................................................................................119
Como os Dados são Gravados e Lidos................................................................................119
Formatação............................................................................................................................120
Sistema de Arquivos .............................................................................................................123
FAT 16 ................................................................................................................................124
FAT 32 ................................................................................................................................125
VFAT ..................................................................................................................................126
FAT 12 ................................................................................................................................126
NTFS ...................................................................................................................................127
HPFS ...................................................................................................................................127
EXT2 ...................................................................................................................................128
Estruturas Lógicas................................................................................................................128
Setor de Boot .......................................................................................................................128
FAT .....................................................................................................................................129
Diretório Raiz......................................................................................................................130
Problemas com a FAT.........................................................................................................132
Agrupamentos perdidos ...................................................................................................133
Arquivos Interligados.......................................................................................................133
Arquivos ou diretórios inválidos......................................................................................133
Erros na FAT....................................................................................................................134
Partições ................................................................................................................................134
Interfaces de Disco................................................................................................................135
Detecção e Correção de Erros .............................................................................................139
Desempenho ..........................................................................................................................140
Tempo de Busca (Seek Time) .............................................................................................141
Tempo de Latência (Latency Time) ....................................................................................141
Tempo de Acesso (Access Time)........................................................................................142
Head Switch Time...............................................................................................................142
Taxa de Transferência Interna.............................................................................................142
Cache...................................................................................................................................143
Densidade ............................................................................................................................143
O Gigabyte de 1 Bilhão de Bytes .........................................................................................144
Drives de Disquetes...............................................................................................................144

Capítulo 7:............................................................................................................146
Placas de Vídeo e Monitores ................................................................................................146
MDA e CGA ....................................................................................................................146
EGA (Enhanced Graphics Adapter).................................................................................147
VGA (Video Graphics Adapter) ......................................................................................147
Super VGA.......................................................................................................................147
Memória de vídeo (frame buffer)........................................................................................148
Tipos de memórias de vídeo................................................................................................149
VRAM (Video RAM) ......................................................................................................150
SGRAM (Synchronous Graphic Ramdom Access Memory) ..........................................150
WRAM (Windows RAM) ...............................................................................................150
Placas de vídeo onboard.......................................................................................................151
Aceleração de Vídeo .............................................................................................................151
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Placas de Vídeo 3D ...............................................................................................................152


Funcionamento ....................................................................................................................152
Recursos das placas de vídeo 3D ........................................................................................153
Gourad Shadding .............................................................................................................153
Clipping............................................................................................................................153
Lighting............................................................................................................................154
Transparência (Transparency) .........................................................................................154
Texture Mapping..............................................................................................................154
Filtragem (Filtering).........................................................................................................155
Fogging ............................................................................................................................155
Correção de Perspectiva (Perspective Correction) ..........................................................155
Z-Buffer ...........................................................................................................................155
Escolhendo sua aceleradora 3D...........................................................................................155
Monitores...............................................................................................................................157
Monitores LCD ...................................................................................................................159
Como funciona o LCD ........................................................................................................160
Monitores Touch Screen .....................................................................................................161

Capítulo 8:............................................................................................................163
Chipsets..................................................................................................................................163
Chipsets para placas mãe soquete 7....................................................................................163
i430FX ou Triton.................................................................................................................164
i430HX ou Triton 2 .............................................................................................................164
i430VX ................................................................................................................................165
i430TX ................................................................................................................................166
Comparativo dos recursos do i430FX, i430HX, i430VX e i430 TX:.................................166
Chipsets para placas mãe Super 7.......................................................................................167
Aladdin V ............................................................................................................................167
Barramento de 100 MHz..................................................................................................167
Acesso à memória RAM..................................................................................................167
Via Apollo MVP3 ...............................................................................................................168
SiS 530 ................................................................................................................................168
Chipsets para placas mãe Slot One .....................................................................................169
Espectro Cacheável .............................................................................................................169
i440FX.................................................................................................................................170
i440LX ................................................................................................................................170
i440BX ................................................................................................................................171
i440GX ................................................................................................................................172
i450NX ................................................................................................................................172
i810......................................................................................................................................173

Capítulo 9:............................................................................................................174
Placas de Som e CD-ROMs..................................................................................................174
Gerando som digital ............................................................................................................175
Compactação de Áudio .......................................................................................................175
Síntese de Áudio..................................................................................................................177
Síntese por FM ....................................................................................................................177
MIDI....................................................................................................................................177
Síntese por Wave Table (Tabela de Onda)..........................................................................178
Conectores externos ............................................................................................................179

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Line Out e Speaker Out....................................................................................................179


Speaker In ........................................................................................................................179
Line In..............................................................................................................................179
MIC ..................................................................................................................................179
Conector para Joystick.....................................................................................................179
Porta MIDI .......................................................................................................................180
Interface para o CD-ROM ...............................................................................................180
Entrada de áudio ..............................................................................................................180
CD-ROM ...............................................................................................................................181
Mídia ...................................................................................................................................181
Formatação ..........................................................................................................................182
Performance ........................................................................................................................183
Modo de Leitura...............................................................................................................183
Tempo de Acesso.............................................................................................................184
Cache................................................................................................................................184
Mídia ................................................................................................................................185
Importância da performance................................................................................................185
DVD........................................................................................................................................186
Desempenho ........................................................................................................................188
Gravação de CDs ..................................................................................................................188
Mídias..................................................................................................................................189
Oversize...............................................................................................................................190
Configuração do micro........................................................................................................191

Capítulo 10:..........................................................................................................194
Fax-Modems..........................................................................................................................194
Protocolos ..............................................................................................................................194
Compressão de dados ...........................................................................................................195
Modems de 56K ....................................................................................................................196
Upgrade de Modem ..............................................................................................................197
Correção de Erros ................................................................................................................198
Velocidade da Interface e Velocidade da Conexão............................................................199
Softmodems x Hardmodems................................................................................................200
Componentes.......................................................................................................................200
Desempenho ........................................................................................................................200
Transmissão de Fax ..............................................................................................................201

Capítulo 11:..........................................................................................................203
Impressoras e scanners ........................................................................................................203
Impressoras de Margarida ..................................................................................................203
Impressoras Matriciais.........................................................................................................203
Impressoras Jato de Tinta ...................................................................................................204
Cartuchos Recondicionados ................................................................................................205
Impressoras a Laser .............................................................................................................206
Impressoras Térmicas ..........................................................................................................207
Scanners.................................................................................................................................207
Interfaces .............................................................................................................................208
Interpolação.........................................................................................................................208
OCR.....................................................................................................................................209
Como funciona um programa de OCR................................................................................209

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Capítulo 12:..........................................................................................................211
Configuração avançada do Bios Setup ...............................................................................211
CMOS ....................................................................................................................................212
POST......................................................................................................................................212
Mensagens de Erro ...............................................................................................................214
Upgrade de BIOS..................................................................................................................216
Apagando o CMOS...............................................................................................................216
Bateria de relógio ................................................................................................................217
Bateria fixa ..........................................................................................................................217
Configuração do CMOS Setup............................................................................................218
Acessando as opções do Setup .............................................................................................218
Standard CMOS Setup (Standard Setup) ............................................................................219
Date / Time ......................................................................................................................219
Hard Disks .......................................................................................................................219
Floppy Drive A ................................................................................................................220
Floppy Drive B ................................................................................................................220
FDD suporting 3 Mode ....................................................................................................220
Display Type (Video) ......................................................................................................221
Halt On.............................................................................................................................221
BIOS Features Setup (Advanced CMOS Setup).................................................................221
Virus Warning (Anti-Virus).............................................................................................222
CPU Internal cache (CPU Level 1 cache, L1 cache) .......................................................222
Quick Power On Self Test (Quick Boot) .........................................................................223
Memory test tick Sound ...................................................................................................223
Boot Sequence .................................................................................................................223
1st Boot, 2nd Boot, 3rd Boot e 4th Boot..........................................................................224
Try other Boot Devices....................................................................................................224
Swap Floppy Drive ..........................................................................................................224
S.M.A.R.T. for Hard Disks ..............................................................................................225
CPU Level 2 cache ECC check .......................................................................................225
Extended BIOS RAM area...............................................................................................225
Boot UP Floppy Seek (Floppy Drive Seek at Boot) ........................................................226
Boot UP Num Lock Status...............................................................................................226
Wait for <F1> If Any Error .............................................................................................226
System Keyboard .............................................................................................................226
Boot UP System Speed (CPU Speed at Boot) .................................................................227
IDE HDD Block Mode ....................................................................................................227
Gate 20 Option.................................................................................................................227
Hard Disk Pre-Delay (Boot Delay, Delay for HDD).......................................................227
Typematic Rate Setting....................................................................................................228
Typematic Rate (Chars/Sec) ............................................................................................228
Typematic Rate Delay (msec)..........................................................................................228
Security Option (Password Check)..................................................................................228
PS/2 Mouse Function Control..........................................................................................228
PCI/VGA Palette Snoop (Video Palette Snoop)..............................................................229
OS Select for DRAM > 64 Mb ........................................................................................229
Boot to OS/2 ....................................................................................................................229
Above 1 MB Memory Test ..............................................................................................229
USB Function...................................................................................................................230
USB Keyboard / Mouse Suport .......................................................................................230
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HDD Sequence SCSI / IDE First .....................................................................................231


Floppy Disk Access Control ............................................................................................231
BIOS Update....................................................................................................................231
Primary Master ARMD Emulated as:..............................................................................231
Weitek Processor .............................................................................................................232
Initial Display Mode ........................................................................................................232
CPU Internal Core Speed (Processor Speed ou CPU speed)...........................................232
CPU External Speed (Bus Clock) ....................................................................................232
Turbo Frequency..............................................................................................................233
PCI clock..........................................................................................................................233
AGP CLK/CPU CLK.......................................................................................................233
CPU Power Supply (Core Voltage) .................................................................................233
Report no FDD for Win 95 ..............................................................................................234
Parity Check.....................................................................................................................234
Event Logging (DMI Event Logging) .............................................................................234
ECC Event Logging.........................................................................................................234
System BIOS Shadow......................................................................................................234
Vídeo BIOS Shadow........................................................................................................235
C8000-CBFFF Shadow, CC000-CFFFF Shadow, etc.....................................................235
Setup Interface .................................................................................................................235
Chipset Features Setup (Advanced Chipset Setup).............................................................236
Auto Configuration ..........................................................................................................236
Cache Timing (Cache Read Cycle)..................................................................................236
Cache Write Wait State....................................................................................................237
L2 Cache Mode (L2 cache Policy) ..................................................................................237
DRAM Timing Control....................................................................................................238
DRAM Write Wait State..................................................................................................238
Reduced DRAM Leadoff Cycle (Enable Burst Cycle)....................................................239
Fast RAS# to CAS# Delay (Reduce Ras# to Cas# Delay) ..............................................239
DRAM CAS Precharge Time e DRAM RAS Precharge Time .......................................239
DRAM Slow Refresh.......................................................................................................240
SDRAM Configuration....................................................................................................240
SDRAM CAS latency ......................................................................................................241
Speculative Leadoff .........................................................................................................241
Interleaving ......................................................................................................................241
ISA Bus Clock (AT Bus Clock, ISA Divisor, AT Bus divisor) ......................................242
Memory Hole (ISA Linear Frame Buffer Address).........................................................242
System BIOS cacheable e Video BIOS cacheable ..........................................................242
Video RAM Cacheable ....................................................................................................243
8 Bit I/O Recovery Time..................................................................................................243
16 Bit I/O Recovery Time................................................................................................243
Peer Concurrency.............................................................................................................243
SDRAM Autosizing Suport .............................................................................................243
AGP Aperture Size ..........................................................................................................244
PCI Latency Timer (PCI Clocks).....................................................................................244
PCI Burst..........................................................................................................................244
Extended Cacheability .....................................................................................................245
Data Integrity Mode.........................................................................................................245
PAC Bus Serr#.................................................................................................................245
PIIX4 Serr# ......................................................................................................................245
Legacy USB Support .......................................................................................................246

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Low CPU Clock...............................................................................................................246


PCI / Plug and Play Setup ...................................................................................................246
Plug and Play Aware OS (Boot With PnP OS) ...............................................................247
Force Update ESCD.........................................................................................................248
Resources Controlled by..................................................................................................248
PCI Slot 1 IRQ Priority, PCI Slot 2 IRQ Priority, etc. ....................................................248
PCI Slot 1 DMA Priority, PCI Slot 2 DMA Priority, etc. ...............................................249
IRQ 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / 11 / 12 / 13 / 14 / 15 ......................................................249
DMA Chanel 0 / 1 / 3 / 5 / 6 / 7 .......................................................................................249
Offboard PCI IDE Card ...................................................................................................249
PCI IDE Primary / Secondary IRQ (Offboard PCI IDE IRQ).........................................250
PCI IDE Busmaster..........................................................................................................250
Assign IRQ for VGA Card (Allocate IRQ to PCI VGA) ................................................250
USB IRQ (USB use IRQ) ................................................................................................250
Assign IRQ for USB (Allocate IRQ to USB) ..................................................................251
Power Management Setup...................................................................................................251
Power Management .........................................................................................................251
PM Control by APM........................................................................................................252
Doze Mode.......................................................................................................................252
Standby Mode Timeout....................................................................................................252
Suspend Mode..................................................................................................................253
Inactivity Timer ...............................................................................................................253
HDD Power Down Timeout ............................................................................................253
Video Power Down Timeout ...........................................................................................253
Vídeo Power Down Mode ...............................................................................................253
Throttle Duty Cycle .........................................................................................................254
Power Supply Type..........................................................................................................254
Instant On Support ...........................................................................................................254
Power Button Function (Power Button Override) ...........................................................254
RTC Alarm Resume from Soft OFF (Power on by Alarm).............................................255
Resume by LAN ..............................................................................................................255
Power on by Ring.............................................................................................................255
Wake Up Events in Doze & Standby e Power Down & Resume Events ........................255
DMA 1, DMA 2, DMA 3, DMA 4, DMA 5, DMA 6, DMA 7 .......................................255
VGA Active Monitor .......................................................................................................256
IDE Primary Master, IDE Primary Slave, IDE Secondary Master, IDE Secondary Slave
..........................................................................................................................................256
Floppy Disk, Serial Port, Parallel Port.............................................................................256
CPU Overheat Warning Temperature..............................................................................256
CPU Overheat Clock Down.............................................................................................256
CPU Current Temperature ...............................................................................................257
MB Temperature..............................................................................................................257
CPU Fan Speed ................................................................................................................257
Voltage monitor ...............................................................................................................257
Power Up Control................................................................................................................257
Automatic Power Up........................................................................................................258
Power Button < 4 Secs.....................................................................................................258
AC Power Loss Restart....................................................................................................258
Integrated Peripherals..........................................................................................................258
Onboard IDE (On Chip PCI IDE)....................................................................................259
Onboard SCSI (On Chip SCSI) .......................................................................................259

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IDE Primary Master Mode , IDE Secundary Master Mode, IDE Primary Slave Mode e
IDE Secundary Slave Mode :...........................................................................................259
Primary Master DMA Mode, Secondary Master DMA Mode, Primary Slave DMA Mode,
Secondary Slave DMA Mode ..........................................................................................260
IDE HDD Block Mode ....................................................................................................260
On Board FDC .................................................................................................................261
On Board Serial Port 1 e On Board Serial Port 2 ............................................................261
Serial Port 1 IRQ e Serial Port 2 IRQ ..............................................................................261
On Board Parallel Port .....................................................................................................261
Parallel Port Address........................................................................................................261
Parallel Port IRQ..............................................................................................................262
On Board Parallel Port Mode (On Board Printer Mode) .................................................262
ECP Mode Use DMA ......................................................................................................262
USB Controller (USB Enable).........................................................................................263
PS/2 Mouse Enable ..........................................................................................................263
UART 2 use Infrared .......................................................................................................263
Infrared Duplex Mode......................................................................................................263
Security................................................................................................................................263
Password ..........................................................................................................................264
Antivírus ..........................................................................................................................264
IDE HDD Auto Detection (Detect IDE Master/Slave, Auto IDE) .....................................264
HDD Low Level Format .....................................................................................................265
Load Setup defaults .............................................................................................................265
Load Fail Safe Defaults.......................................................................................................265
Load Best Values ................................................................................................................265
Save & Exit Setup ...............................................................................................................266
Exit Without Saving ............................................................................................................266

Capítulo 13 ...........................................................................................................267
Overclock...............................................................................................................................267
Técnicas .................................................................................................................................269
Vantagens e Desvantagens ...................................................................................................270
Possibilidades de Sucesso .....................................................................................................272
Processadores 486 ...............................................................................................................273
Pentium Clássico .................................................................................................................274
Pentium MMX.....................................................................................................................275
AMD K6 “modelo 6” ..........................................................................................................276
AMD K6 “modelo 7” e K6-2 ..............................................................................................277
AMD K6-3 ..........................................................................................................................278
Cyrix 6x86MX e 6x86MII ..................................................................................................278
Pentium II com Arquitetura Klamath..................................................................................279
Pentium II com Arquitetura Deschutes ...............................................................................279
Pentium III com core Coopermine ......................................................................................280
Celeron ................................................................................................................................281
Celeron A (com cache)........................................................................................................282
Celeron com core Coopermine............................................................................................283
Melhorando a Ventilação.....................................................................................................283
Pasta Térmica ......................................................................................................................284
Exaustores ...........................................................................................................................284
Dicas.......................................................................................................................................286
Vida útil...............................................................................................................................287
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Solucionando problemas .....................................................................................................287


Meus dois centavos .............................................................................................................288

Capítulo 14:..........................................................................................................289
FAQ - Perguntas freqüentes ................................................................................................289

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Introdução

Antes de começarmos a discutir sobre os aspectos mais técnicos dos computadores


pessoais, gostaria de fornecer uma breve explicação sobre alguns conceitos básicos
sobre o funcionamento dos computadores em geral. Este capitulo introdutório é
dedicado para quem está começando seus estudos na área de hardware; se você já
possui um razoável conhecimento técnico, ou mesmo trabalha na área, pode pular esta
breve explicação e ir direto ao primeiro capítulo, onde estudaremos o funcionamento e
a evolução dos processadores usados nos micros PC.

Sistema Binário

Existem duas maneiras de representar uma informação, analógicamente ou


digitalmente. Uma música de um grupo qualquer, é gravada numa fita K-7 de forma
analógica, codificada na forma de uma grande onda, que pode assumir um número
ilimitado de freqüências. Um som grave seria representado por um ponto mais baixo
da onda, enquanto um ponto mais alto representaria um som agudo. O problema com
esta representação, é que qualquer interferência causa distorções no som. Se os
computadores trabalhassem com dados analógicos, certamente seriam muito passíveis
de erros, pois qualquer interferência, por mínima que fosse, causaria alterações nos
dados processados.

O sistema digital por sua vez, permite armazenar qualquer informação na forma de
uma seqüência de valores positivos e negativos, ou seja, na forma de uns e zeros. O
número 181 por exemplo, pode ser representado digitalmente como 10110101. É
justamente o uso do sistema binário que torna os computadores confiáveis, pois a
possibilidade de um valor 1 ser alterado para um valor 0, o oposto, é muito pequena.
Lidando com apenas dois valores diferentes, a velocidade de processamento também
torna-se maior, devido à simplicidade dos cálculos.

Cada número binário é chamado de “bit”, contração de “binary digit” ou “dígito


binário”. Um conjunto de 8 bits forma um byte, e um conjunto de 1024 bytes forma
um Kbyte. O número 1024 foi escolhido pois é a potência de 2 mais próxima de 1000.
Um conjunto de 1024 Kbytes forma um Megabyte (1048576 bytes) e um conjunto de
1024 Megabytes forma um Gigabyte (1073741824 bytes). Os próximos múltiplos são
o Terabyte (1024 megabytes) e o Petabyte (1024 Terabytes)

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Também usamos os termos Kbit, Megabit e Gigabit, para representar conjuntos de


1024 bits. Como um byte corresponde a 8 bits, um Megabyte corresponde a 8
Megabits e assim por diante.

Funcionamento Básico

A arquitetura básica de qualquer computador completo, seja um PC ou um


Machintosh, é formada por apenas 5 componentes básicos. O primeiro é o
processador, o cérebro do sistema, encarregado de processar todas as informações.
Mas, apesar de toda sua sofisticação, o processador não pode fazer nada sozinho, para
ter um computador funcional, precisamos de mais alguns componentes de apoio:
memória, unidades de disco, dispositivos de entrada e saída e finalmente os programas
a serem executados.

A memória principal, ou memória RAM, é usada pelo processador para armazenar os


dados que estão sendo processados, funcionando como uma espécie de mesa de
trabalho. A quantidade de memória RAM disponível, determina quais atividades o
processador poderá executar. Um engenheiro não pode desenhar a planta de um
edifício sobre uma carteira de escola. Caso a quantidade de memória RAM disponível
seja insuficiente, o computador não será capaz de rodar aplicativos mais complexos. O
IBM PC original, lançado em 1981, possuía apenas 64 Kbytes de memória, e por isso
era capaz de executar apenas programas simples, baseados em texto. Um micro mais
moderno, possui pelo menos 32 Megabytes de memória, sendo capaz de executar
programas muito mais complexos.

A memória RAM é capaz de responder às solicitações do processador numa


velocidade muito alta. Seria perfeita se não fossem dois problemas: o preço, e o fato de
serem voláteis, ou seja, de perderem todos os dados gravados quando desligamos o
micro.

Para armazenar o sistema operacional, os programas, e todos os demais arquivos,


usamos um outro tipo de memória, chamada de memória de massa. Os discos rígidos,
disquetes e CD-ROMs são ilustres representantes desta categoria de memória,
destinada a armazenar os programas enquanto não estão em uso. Para compreender a
diferença entra a memória RAM e a memória de massa, você pode imaginar uma lousa
e uma estante cheia de livros, com vários problemas a serem resolvidos. Depois de ler
nos livros os problemas a serem resolvidos, o processador usaria a lousa (a memória
RAM) para resolvê-los, sendo ambos os dispositivos igualmente necessários

Para permitir a comunicação entre o processador e os demais componentes do micro,


assim como entre o micro e o usuário, temos os dispositivos de I/O “input/output” ou
“entrada e saída”. Existem duas categorias de dispositivos de entrada e saída, a
primeira é composta pelos dispositivos destinados a fazer a comunicação entre o
usuário e o micro, nesta categoria podemos enquadrar o teclado (para a entrada de
dados), o monitor e as impressoras (para a saída de dados). A segunda categoria é
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destinada a fazer a comunicação entre o processador e os demais componentes internos


do micro, como a memória RAM e o disco rígido.

Finamente, temos os programas, ou softwares, que orientam o funcionamento dos


componentes físicos do micro, fazendo com que ele execute as mais variadas tarefas,
de jogos à cálculos científicos.

Toda a parte física do micro, processadores, memória, discos rígidos, monitores,


enfim, tudo que se pode tocar, é chamada de Hardware, enquanto os programas e
arquivos armazenados, são chamados de Software. Existem dois tipos de programas,
chamados de software de alto nível, e software de baixo nível. Estas designações não
indicam o grau de sofisticação dos programas, mas sim com o seu envolvimento com o
Hardware.

O processador não é capaz de entender nada além de linguagem de máquina,


instruções relativamente simples, que ordenam a ele que execute operações
matemáticas como soma e multiplicação, além de algumas outras tarefas, como leitura
e escrita de dados, comparação, etc. Como é extremamente difícil e trabalhoso fazer
com que o processador execute qualquer coisa, escrevendo programas diretamente em
linguagem de máquina, usamos pequenos programas, como o Bios e os drivers de
dispositivos do Windows para executar as tarefas mais básicas, funcionando como
intermediários entre os demais programas e o hardware. Estes programas são
chamados de software de baixo nível. Todos os demais aplicativos, como
processadores de texto, planilhas, jogos, etc. rodam sobre estes programas residentes,
não precisando acessar diretamente ao hardware, sendo por isso chamados de software
de alto nível.

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Capítulo 1: Processadores, do 8088 ao


Pentium

O processador, sendo o principal componente de um computador, é capaz de executar


várias instruções, como cálculos matemáticos de soma, subtração e multiplicação,
operações lógicas, comparações, acesso a periféricos entre outras, que são usadas pelos
programas para realizar as mais variadas tarefas.

Porém, o processador não pode fazer muita coisa sozinho. É preciso memória RAM
para armazenar os dados que estão sendo processados, memória cache para agilizar o
acesso à memória, um disco rígido para armazenar os programas e arquivos, uma placa
de vídeo e um monitor para criar um meio de comunicação com o usuário, e,
finalmente, uma placa mãe, que contém os componentes que permitem ao processador
comunicar-se com todos estes periféricos.

Caso apenas um desses componentes ofereça uma performance baixa, o desempenho


do computador ficará seriamente prejudicado, independentemente de quão rápido seja
o processador. Não adianta colocar um motor de Ferrari em um Fusca. Um mero 486
com bastante memória RAM, um HD Rápido e uma boa placa de vídeo, pode
facilmente bater em performance um Pentium com um conjunto fraco. Afinal, a função
do processador é simplesmente processar dados. Se por exemplo, o micro não possuir
memória cache, o processador terá que ficar esperando os dados serem entregues pela
memória RAM para poder processá-los. Neste caso, pouco iria adiantar ter instalado
no micro um Pentium III de 500 MHz, pois o desempenho ficaria limitado à
velocidade da memória.

Se por outro lado, o disco rígido for muito lento, a baixa velocidade de acesso aos
dados gravados fará com que todos os programas rodem mais lentamente, mesmo que
o micro possua um processador poderoso e bastante memória RAM. Dizemos neste
caso, que o disco rígido lento, ou a pouca quantidade de memória, são gargalos do
sistema, pois impedem que o processador manifeste todo o seu potencial.

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Processadores RISC X Processadores CISC

Sempre houve uma grande polêmica em torno de qual dessas plataformas é melhor.
Talvez você ache inútil eu estar falando sobre isto aqui, mas é interessante que você
compreenda a diferença entre estas duas plataformas, para entender vários aspectos
dos processadores modernos.

Um processador CISC (Complex Instruction Set Computer, ou “computador com um


conjunto complexo de instruções”), é capaz de executar várias centenas de instruções
complexas, sendo extremamente versátil. Exemplos de processadores CISC são o 386
e o 486.

No começo da década de 80, a tendência era construir chips com conjuntos de


instruções cada vez mais complexos. Alguns fabricantes porém, resolveram seguir o
caminho oposto, criando o padrão RISC (Reduced Instruction Set Computer, ou
“computador com um conjunto reduzido de instruções”). Ao contrário dos complexos
CISC, os processadores RISC são capazes de executar apenas algumas poucas
instruções simples. Justamente por isso, os chips baseados nesta arquitetura são mais
simples e muito mais baratos. Outra vantagem dos processadores RISC, é que, por
terem um menor número de circuitos internos, podem trabalhar com clocks mais altos.
Um exemplo são os processadores Alpha, que em 97 já operavam a 600 MHz.

Pode parecer estranho que um chip que é capaz de executar algumas poucas
instruções, possa ser considerado por muitos, mais rápido do que outro que executa
centenas delas, seria como comparar um professor de matemática com alguém que
sabe apenas as quatro operações. Mas o que acontece, é que um processador RISC é
capaz de executar tais instruções muito mais rapidamente. Em conjunto com um
software adequado, estes processadores são capazes de desempenhar quase todas as
funções de um processador CISC, acabando por compensar suas limitações com uma
maior velocidade de processamento.

É indiscutível porém, que em instruções complexas, os processadores CISC saem-se


melhor. Por isso, ao invés da vitória de uma das duas tecnologias, atualmente vemos
processadores híbridos, que são essencialmente processadores CISC, mas incorporam
muitos recursos encontrados nos processadores RISC (ou vice-versa). Parece que o
futuro nos reserva uma fusão destas duas tecnologias. Um bom exemplo de
processador híbrido é o Pentium II.

Do 8086 ao Pentium

Talvez você ache pouco interessante ler sobre estes processadores obsoletos, mas é
interessante conhecer seu funcionamento para entender muitos dos recursos utilizados

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nos processadores mais modernos. Neste capítulo, você ficará sabendo quando e
porque recursos como o modo protegido e a multiplicação de clock foram
introduzidos, e no que eles afetam o funcionamento do processador. Vamos em frente,
na pior das hipóteses, você irá aprender um pouco mais sobre a história da Informática
:-)

8088

O 8088 era na verdade uma versão econômica do 8086, que havia sido lançado pela
Intel em 78. Quando a IBM estava desenvolvendo seu computador pessoal, chegou a
ser cogitado o uso do 8086, mas acabou sendo escolhido o 8088 devido ao seu baixo
custo.

Tanto o 8086 quanto o 8088 são processadores de 16 bits, e eram considerados


avançadíssimos para a época, apesar de serem extremamente simples para os padrões
atuais. A diferença entre eles é que o 8088, apesar de internamente trabalhar com
palavras binárias de 16 bits, usava um barramento de apenas 8 bits, ou seja, apesar de
processar 16 bits de dados de cada vez, ele se comunicava com os demais periféricos,
como placas de vídeo, discos, etc. usando palavras de apenas 8 bits. Isso permitiu à
IBM utilizar componentes mais baratos no PC, já que na época componentes de 16 bits
eram extremamente caros. Esta arquitetura permitiu ao PC competir na mesma faixa
de preço dos computadores de 8 bits mais populares, e ao mesmo tempo possuir um
desempenho bem superior, devido ao seu processador de 16 bits. O 8088 é capaz de
acessar até 1 Megabyte de memória RAM, e funciona a 4,77 MHz, recursos incríveis
para a época.

Falando em recursos, só para matar sua curiosidade, o PC original da IBM, lançado em


Agosto de 81 possuía apenas 64 Kbytes de memória RAM, um monitor MDA mono
de 12 polegadas, usava uma unidade de disquetes de 5 1/4 de apenas 160 KB, e vinha
sem disco rígido. O sistema operacional usado era o MS-DOS 1.0. Dois anos depois,
foi lançado o PC XT, que apesar de continuar usando o 8088 de 4,77 MHz, vinha com
256 KB de RAM, um disco rígido de 10 MB, monitor CGA e o MS-DOS 2.0.

Mesmo com o surgimento dos micros 286, o XT ainda continuou sendo bastante
vendido, pois era mais barato. Fabricantes de clones criaram projetos de micros XTs
mais avançados, equipados com processadores 8088 de 8 MHz, discos rígidos maiores
e até 640 KB de memória RAM.

Segmentação de Endereços

Uma recurso interessante usado no 8088 é a segmentação de endereços, que permitiu


aumentar a quantidade de memória RAM suportada pelo processador.

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Para que o processador possa acessar a memória RAM, é preciso que a memória seja
dividida em endereços, para que um dado depositado possa ser encontrado. Cada byte
depositado na memória recebe um endereço único, assim como cada rua do Brasil tem
um CEP diferente. Como o 8088 pode lidar apenas com palavras binárias de 16 bits,
não seria possível para ele acessar mais do que 64 Kbytes de memória RAM, já que 16
bits permitem apenas 65.536 combinações diferentes (2 elevado à 16º potência).

Se o 8088 pudesse acessar apenas 64 KB de memória RAM, os micros baseados nele


seriam muito limitados, e poderiam apenas rodar programas muito simples. Para você
ter uma idéia, 64 KB não dariam nem mesmo para carregar o DOS 3.3.

Para solucionar este problema, foi adotada uma solução bastante engenhosa: apesar do
processador continuar podendo acessar apenas 64 KB de memória de cada vez, foram
criados mais 4 bits de endereçamento, que permitem o acesso a 16 blocos de memória.
Como cada bloco possui 64 KB, chegamos a 1 MB inteiro de capacidade total.
Basicamente criamos 16 áreas diferentes de memória, cada uma com 64 KB, que é o
máximo que o 8088 pode endereçar (2 ^16).

O processador pode acessar apenas uma área de cada vez. Se por exemplo, está sendo
usado o bloco 1, e de repente é preciso ler um dado gravado no bloco 2, é preciso
limpar todos os endereços relativos ao bloco 1 e carregar os endereços do bloco 2.
Neste momento o processador perde o acesso ao bloco 1 e passa a enxergar apenas o
segundo bloco. Quando novamente for preciso ler ou gravar dados no bloco 1 (ou
qualquer outro bloco), novamente são carregados os endereços relativos a ele, e o
acesso ao bloco 2 é perdido. É mais ou menos como se você precisasse fazer anotações
em várias páginas de um caderno. Como só é possível ler ou escrever em uma página
de cada vez, você precisaria ficar continuamente virando as páginas.

286

O 286 foi lançado em Fevereiro de 1982, apenas 6 meses após a IBM ter lançado o seu
primeiro PC. O 286 porém, só passou a ser utilizado em 1984, quando a IBM lançou o
seu PC AT. Esta demora é justificável, pois para lançar um computador usando o novo
processador da Intel, foi preciso desenvolver toda uma nova arquitetura. Da placa de
vídeo ao gabinete, praticamente tudo foi mudado, o que somado à burocracia e a
longos períodos de testes antes do lançamento, demandou um certo tempo.

O 286 trouxe vários avanços sobre o 8088. Ele usava palavras binárias de 16 bits tanto
interna quanto externamente, o que permitia o uso de periféricos de 16 bits, muito mais
avançados do que os usados no PC original e no XT. O custo destes periféricos desta
vez não chegou a ser um grande obstáculo, pois enquanto o PC AT estava sendo
desenvolvido, eles já podiam ser encontrados com preços mais acessíveis.

O principal avanço trazido pelo 286 são seus dois modos de operação, batizados de
“Modo Real" e "Modo Protegido". No modo real, o 286 se comporta exatamente como
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um 8086 (apesar de mais rápido), oferecendo total compatibilidade com os programas


já existentes. Já no modo protegido, ele manifesta todo o seu potencial, incorporando
funções mais avançadas, como a capacidade de acessar até 16 Megabytes de memória
RAM (usando os 24 bits de endereçamento do 286), multitarefa, memória virtual em
disco e proteção de memória.

Assim que ligado, o processador opera em modo real, e com uma certa instrução,
passa para o modo protegido. O problema é que trabalhando em modo protegido, o
286 deixa de ser compatível com os programas escritos para o modo real, inclusive
com o próprio MS-DOS. Para piorar, o 286 não possuía nenhuma instrução que fizesse
o processador voltar ao modo real, apenas resetando o micro. Isso significa que um
programa escrito para rodar em modo protegido, não poderia usar nenhuma das rotinas
de acesso a dispositivos do DOS, tornando inacessíveis o disco rígido, placa de vídeo,
drive de disquetes memória, etc., a menos que fossem desenvolvidas e incorporadas ao
programa, todas as rotinas de acesso a dispositivos necessárias. Isso era
completamente inviável para os desenvolvedores, pois para projetar um simples jogo,
seria praticamente preciso desenvolver todo um novo sistema operacional. Além disso,
o programa desenvolvido rodaria apenas em micros equipados com processadores 286,
que ainda eram minoria na época, tendo um público alvo muito menor. De fato, apenas
algumas versões do UNIX e uma versão do OS/2 foram desenvolvidas para utilizar o
modo protegido do 286.

Basicamente, os micros baseados no 286 eram usados para rodar aplicativos de modo
real, que também podiam ser rodados em um XT, aproveitando apenas a maior
velocidade do 286. Falando em velocidade, a primeira versão do 286 funcionava a
apenas 6 MHz, sendo lançada logo depois uma nova versão de 8 MHz, que foi usada
no PC AT. Posteriormente foram desenvolvidas versões de até 20 MHz.

Devido às várias mudanças na arquitetura, destacando o acesso mais rápido à memória


e alterações no conjunto de instruções do processador, que permitiam realizar muitas
operações de maneira mais rápida e eficiente, um 286 consegue ser quase 4 vezes mais
rápido que um 8088 do mesmo clock.

386

O 386 foi lançado apenas em Outubro de 85, três anos e meio depois do 286. Desta
vez, a diretoria da IBM demorou muito para chegar à um acordo e desenvolver um
sistema baseado no 386, dando tempo para a Compac sair na frente. Este foi um
verdadeiro marco, pois de repente as companhias perceberam que não eram mais
obrigadas a seguir a IBM. Qualquer um que tivesse tecnologia suficiente poderia sair
na frente, como fez a Compac. A partir daí, a IBM começou a gradualmente perder a
liderança do mercado, tornando-se apenas mais um entre inúmeros fabricantes de PCs.

O 386 trouxe vários recursos novos. Para começar, o 386 trabalha tanto interna quanto
externamente com palavras de 32 bits, e é capaz de acessar a memória usando um
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barramento de 32 bits, permitindo uma transferência de dados duas vezes maior. Como
o 386 pode trabalhar com palavras binárias de 32 bits, é possível acessar até 4
Gigabytes de memória (2 elevado à 32º potência), mesmo sem usar a segmentação de
endereços, como no 8088 e no 286.

Como o 286, o 386 continua possuindo os dois modos de operação. A diferença é que
no 386 é possível alternar entre o modo real e o modo protegido livremente. Um
programa que rode sobre DOS, pode chavear o processador para o modo protegido,
para se beneficiar de suas vantagens, e voltar ao modo real sempre que precisar usar
alguma sub-rotina do DOS, de maneira transparente para o usuário. Neste caso, é
usado um programa de DPMI (“DOS Protected Mode Interface”, ou “interface DOS
de modo protegido”) para fazer o chaveamento entre os dois modos.

Toda vez que o programa precise usar alguma sub-rotina do DOS, ele passa o
comando ao chaveador e fica esperando. O chaveador por sua vez, passa o processador
para o modo real, executa o comando, chaveia o processador para o modo protegido e
entrega o resultado ao aplicativo, que continua trabalhando como se nada tivesse
acontecido. Um bom exemplo de programa de DPMI é o DOS4GW, que é usado por
muitos jogos que rodam sobre o MS-DOS, como o Doom, Sim City 2000 e vários
emuladores de vídeo-games.

O esquema de chaveamento também é utilizado pelo Windows 3.x, que já inclui todas
as rotinas necessárias, dispensando qualquer programa de DPMI. O Windows 95/98
também pode chavear para o modo real caso precise carregar algum driver de
dispositivo de modo real. Devido ao modo virtual 8086, que veremos logo a seguir,
não é preciso colocar o processador em modo real para executar aplicativos MS-DOS
dentro do Windows 95/98

Ter um processador 386 é o requisito mínimo para rodar qualquer sistema operacional
ou aplicativo de modo protegido moderno. Com um 386, um mínimo de memória
RAM e espaço em disco suficiente, você pode rodar o Windows 95 e qualquer
aplicativo para ele, embora bem lentamente devido à pouca potência do processador.
Com um simples 286, no máximo você poderá rodar o DOS e aplicativos mais
simples, que trabalhem somente com o modo real. Também é possível rodar o
Windows 3.0, porém em modo “Standard”, onde é possível acessar todos os 16 MB de
memória permitidos pelo 286, mas sem memória virtual nem multitarefa.

Introdução do Cache

O 386 era muito rápido para as memórias RAM existentes na época. Por isso, muitas
vezes ele tinha que ficar "esperando" os dados serem liberados pela memória RAM
para poder concluir suas tarefas, perdendo muito em desempenho. Para solucionar esse
problema, passaram a ser usadas pequenas quantidades de memória cache na grande
maioria das placas mãe para micros 386 e superiores.

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A memória cache é um tipo de memória ultra-rápida, que armazena os dados mais


usados pelo processador, evitando na grande maioria dos casos, que o processador
precise perder tempo buscando dados diretamente na lenta memória RAM. Mesmo
uma pequena quantidade de memória cache é capaz de melhorar bastante a velocidade
da troca de dados entre o processador e a RAM.

386SX

Como o 386 era um processador de 32 bits, foi preciso desenvolver toda uma nova
categoria de chipsets e circuitos de apoio para trabalhar com ele, o que acabou
encarecendo bastante os sistemas baseados no 386 e afastando muitos compradores em
potencial.

Para contornar este problema, a Intel optou por lançar uma versão de baixo custo do
386, batizada de 386SX, que apesar de continuar funcionando internamente com
palavras de 32 bits, comunicava-se com a memória RAM e os demais periféricos
usando palavras de 16 bits (como o 286). Apenas para diferenciar os dois
processadores, a Intel passou a chamar o 386 original de 386DX.

Esta arquitetura permitiu que fossem aproveitados os mesmos periféricos usados em


placas de micros 286, tornando as máquinas baseadas no 386SX muito mais
acessíveis. Para se ter uma idéia, um PC básico, equipado com um 386SX, chegava a
custar menos de 1.000 dólares, quase metade de um equipamento com uma
configuração parecida baseado no 386DX.

Apesar de, devido ao preço, o 386SX ter se tornado uma boa opção em termos de
custo-beneficio, em termos de performance ele fica bem atrás de um 386DX da mesma
freqüência, pois, apesar de internamente os processadores serem idênticos, o SX usa
praticamente os mesmos componentes usados nos micros 286, acessa a memória
usando palavras de 16 bits e, para completar, as placas mãe para ele não possuem
memória cache.

486DLC e 486SLC

O 486DLC e o 486SLC foram a tentativa da Cyrix de entrar no mercado de


processadores de baixo custo, oferecendo uma opção barata de upgrade para usuários
de micros 386, e também uma opção de processador para micros de baixo custo,
especialmente micros de menos de 1.000 dólares

Estes processadores são basicamente processadores 386 (respectivamente o DX e o


SX), que incorporaram algumas das tecnologias utilizadas nos micros 486. O destaque
fica por conta do Pipeline de 5 níveis, que permite ao processador processar mais de
uma instrução ao mesmo tempo, “por etapas”, mais ou menos como numa montadora
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de automóveis, onde a linha de produção é dividida em vários setores, que vão


montando o carro peça por peça, até chegar ao carro montado. Foi incluído também
um pequeno cache L1 de 1 KB.

Combinando estas duas melhorias, os 486DLC e SLC conseguem ser cerca de 30%
mais rápidos do que um 386DX e um 386SX (respectivamente).

Como os 486DLC e SLC eram totalmente compatíveis com as placas para micros
386, era possível trocar apenas o processador num upgrade, aumentando o
desempenho do micro em até 30%, a um custo relativamente baixo. Vale lembrar que,
como o 386 padrão, estes processadores não possuem coprocessador aritmético,
podendo ser acoplados a eles o 387DCL ou o 387SLC, que devem ser comprados
separadamente.

Sob licença da Cyrix, a Texas Instruments desenvolveu versões próprias do 486DLC e


SLC, preservando a mesma arquitetura, mas aumentando a quantidade de cache L1
para 8KB.

Modo Real x Modo Protegido

Operando em modo real, o processador funciona exatamente como um 8086, apenas


trabalhando com uma velocidade maior. Não somente o 386, mas todos os
processadores atuais podem alternar entre o modo real e o modo protegido. No modo
real, rodamos o MS-DOS e outros aplicativos de modo real mais antigos, enquanto no
modo protegido rodamos o Windows e seus programas.

Com certeza, alguma vez ao tentar rodar um programa antigo, você já se deparou com
uma enigmática mensagem de falta de memória, apesar dos manuais do programa
dizerem que ele precisa apenas de 500 ou 600 KB de memória e você ter instalados 16,
32, 64 ou mesmo 128 Megabytes no seu computador. Estas mensagens surgem por que
estes programas rodam com o processador operando em modo real, onde como o 8086
ele é capaz de reconhecer apenas o primeiro Megabyte da memória RAM. Este
primeiro Megabyte por sua vez, é subdividido em dois blocos, chamados de memória
convencional e memória estendida.

A memória convencional corresponde aos primeiros 640 Kbytes da memória, e é a


área de memória usada pelos programas que operam em modo real. Os 384 Kbytes
restantes são chamados de memória superior, e são reservados para armazenar uma
cópia do Bios, que passa a ser executado mais rapidamente, já que a memória RAM é
muito mais rápida do que o chip de memória Rom ou Flash onde ele é originalmente
armazenado. Esta cópia do Bios é chamada de “Shadow”, ou sombra, e serve para
aumentar o desempenho geral do sistema. A memória superior também é usada para
armazenar sombras dos Bios de outros dispositivos, como placas de vídeo,
aumentando também a velocidade de operação destes periféricos.

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-Mesmo assim, o programa não deveria rodar, já que ele precisa apenas de 600 Kbytes
e eu possuo 640 Kbytes de memória convencional?

A resposta é não, pois apesar de possuirmos 640 Kbytes de memória convencional,


pronta para ser usada por qualquer programa que opere em modo real, nem toda esta
memória fica disponível, já que parte dela é usada pelo MS-DOS e drivers de
dispositivos de modo real. É possível liberar mais memória convencional, editando os
arquivos de inicialização do DOS, conseguindo assim rodar estes programas.

Rodando programas de modo real em janelas DOS do Windows 95/98, você não
enfrentará este problema, pois devido ao modo virtual 8086 (explicado a seguir) o
programa terá à sua disposição 640 KB inteiros.

Quando o computador é ligado, o processador está operando em modo real. Quem dá o


comando para que ele mude para o modo protegido é o sistema operacional. No caso
do Windows, este comando é dado durante o carregamento do sistema.

Em modo protegido, o processador é capaz de reconhecer toda a RAM instalada no


sistema, além de incorporar recursos como a multitarefa e a memória virtual em disco.
É neste modo que usamos a interface gráfica do Windows e rodamos seus aplicativos.

Recursos do Modo Protegido

Apesar de, em nome da compatibilidade retroativa com programas desenvolvidos para


micros PC XT e 286, tanto o 386 como todos os processadores atuais poderem operar
em modo real, no modo protegido, eles passam a possuir recursos muito mais
avançados, que permitem a existência dos softwares que temos atualmente.

A partir do 386, poucas funções novas foram incorporadas aos novos processadores.
Basicamente, evoluímos apenas em termos de velocidade. Tanto que, com um simples
386, é possível rodar praticamente qualquer aplicativo mais atual, apenas com uma
velocidade menor.

O modo protegido traz basicamente quatro novos recursos: a memória virtual, a


multitarefa, a proteção de memória e o modo virtual 8086.

Memória Virtual

A capacidade do 386 de trabalhar com vários aplicativos ao mesmo tempo


(multitarefa) é realmente muito útil, mas esta característica traz um pequeno problema:
abrindo vários aplicativos sucessivamente, logo a memória RAM do sistema se esgota.
Para corrigir este problema, o modo protegido traz também a memória virtual, que
permite criar um arquivo temporário no disco rígido, chamado de “Swap File”, ou

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arquivo de troca, que funciona como uma extensão da memória RAM, permitindo
abrir quantos aplicativos forem necessários, até que o espaço do disco rígido se esgote.

Por exemplo, só o Windows 95 ocupa cerca de 9 Megabytes da memória. Se você


abrir o Word 97, serão necessários mais 10 Megabytes, um total de 19 MB só para
escrever um texto! Caso o micro em questão possua apenas 8 MB de memória, seria
criado um arquivo temporário de 9 MB no disco rígido, que armazenaria os dados que
não couberam na memória RAM.

O problema em usar memória virtual, é que o disco rígido é centenas de vezes mais
lento do que a memória RAM. Um disco rígido razoável possui um tempo de acesso
em torno de 10 milessegundos (milésimos de segundo) enquanto uma memória PC-
100 possui um tempo de acesso inferior a 10 nanossegundos (bilhonésimos de
segundo) ou seja, um milhão de vezes mais rápida! Devido à baixa velocidade do
disco rígido, apesar dos programas funcionarem normalmente, o sistema vai ficando
cada vez mais lento. Experimente por exemplo tentar trabalhar em um micro com
apenas 4 MB de RAM (seja qual for o processador) rodando o Windows 95, a lentidão
é insuportável.

No Windows 3.x, era necessário reservar uma quantidade espaço do disco rígido para
a memória virtual, quantidade que podia ser configurada livremente através do Painel
de Controle. O problema é que este espaço ficava indisponível. Se você possuísse um
disco de 800 MB, e reservasse 200 para a memória virtual, ficaria com apenas 600 MB
para instalar programas e guardar arquivos. Se por outro lado, você reservasse pouco
espaço para a memória virtual, ficaria com pouca memória para abrir vários programas
e trabalhar com arquivos grandes.

No Windows 95 este problema foi resolvido com a adoção de um arquivo de troca


dinâmico, que vai aumentando ou diminuindo de tamanho conforme a necessidade de
memória, evitando o desperdício de espaço em disco que tínhamos no Windows 3.11.
O Windows 95 permite também uma administração mais racional dos recursos do
sistema, movendo os arquivos mais importantes, acessados com mais freqüência para
memória RAM (ou memória cache, dependendo da importância do arquivo), e
deixando apenas arquivos usados mais raramente no arquivo de troca. Esta simples
medida diminui bastante a perda de performance causada pelo uso da memória virtual.

Multitarefa

Multitarefa significa executar mais de uma tarefa de cada vez, como assobiar e chupar
cana ao mesmo tempo ;-). Para que seja possível realizar esta pequena mágica, todos
os aplicativos são carregados na memória e o processador passa a executar algumas
instruções de cada aplicativo por vez. Como o processador é capaz de executar vários
milhões de instruções por segundo, esta troca é feita de maneira transparente, como se
os aplicativos estivessem realmente sendo executados ao mesmo tempo. Enquanto o
processador dá atenção para um aplicativo, todos os demais ficam paralisados,

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esperando sua vez. Seria mais ou menos como se você colocasse todos os trabalhos
que você tivesse que fazer durante o dia sobre a sua mesa de trabalho e trabalhasse
alguns minutos em cada um, passando para o seguinte logo depois, até terminar todos.

Memória Protegida

Usando a multitarefa, quase sempre teremos vários aplicativos carregados na memória,


seja na memória RAM ou no arquivo de troca.

Se não houvesse nenhum controle por parte do processador, um aplicativo poderia


expandir sua área de memória, invadindo áreas de outros aplicativos e causando
travamentos no micro.

Um editor de imagens, por exemplo, precisa ocupar mais memória conforme as


imagens vão sendo abertas ou criadas. Sem nenhuma orientação por parte do
processador, simplesmente seriam ocupadas as áreas adjacentes, que poderiam tanto
estar vazias, quanto estar ocupadas pelo processador de textos, por exemplo.

Para colocar ordem na casa, foi desenvolvido o recurso de proteção de memória, que
consiste no processador isolar a área de memória ocupada por cada aplicativo,
impedindo que ele ocupe outras áreas ao seu bel prazer. Se por acaso o programa
precisar de mais memória, o próprio processador irá procurar uma área vazia de
memória e ordenar ao aplicativo que ocupe a área reservada.

Existem basicamente dois tipos de multitarefa, denominadas multitarefa preemptiva e


multitarefa cooperativa, que diferem justamente pelo uso ou não da proteção de
memória.

O Windows 3.11, apesar de ser considerado um sistema operacional multitarefa, não é


capaz de usar o recurso de proteção de memória, nele é usada a multitarefa
cooperativa, que consiste em cada aplicativo usar os recursos do processador por um
certo tempo, passar para outro programa e esperar novamente chegar sua vez para
continuar executando suas tarefas. A alternância entre os programas neste caso não é
comandada pelo processador, e sim pelos próprios aplicativos. Neste cenário, um
aplicativo mal comportado poderia facilmente monopolizar o sistema, consumindo
todos os recursos do processador por um longo período, ou mesmo invadir áreas de
memória ocupadas por outros aplicativos, causando em qualquer um dos casos o
famoso GPF, (“General Protection Falt”, ou “falha geral de proteção”) que tanto
atormentava os usuários do Windows 3.11.

O Windows 95/98 por sua vez, usa a multitarefa preemptiva, isolando as áreas de
memória ocupadas pelos aplicativos. Isto garante uma estabilidade bem maior do que a
que temos no Windows 3.11. O problema é que quando é executado um programa de
16 bits, o Windows 95 cai em multitarefa cooperativa para poder rodar o programa,

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deixando de proteger as áreas de memória e tornando-se tão vulnerável quanto o


Windows 3.11.

Por esse motivo, evite ao máximo instalar programas para Windows 3.11 no seu
micro, caso contrário, você certamente enfrentará problemas de instabilidade.

Modo Virtual 8086

Apesar de, operando em modo real, o processador ser totalmente compatível com
qualquer programa antigo, seria impossível executar um aplicativo de modo real
dentro do Windows 95 ou qualquer outro sistema operacional que utilize o modo
protegido. Seria preciso fechar o Windows e fazer o processador voltar para o modo
real para poder executar o aplicativo.

Pensando nesta possível limitação, os projetistas da Intel desenvolveram o modo


virtual 8086 onde o processador, operando em modo protegido, é capaz de simular
vários ambientes de modo real, cada um com 1 MB de memória e total acesso ao
hardware do micro, chamados de máquinas virtuais. É como se dentro do 386 fossem
abertos vários XTs completos, um para cada programa de modo real a ser executado. É
justamente o modo virtual 8086 que permite abrir janelas DOS dentro do Windows
95/98.

Como o processador continua em modo protegido, cada máquina virtual tem sua área
isolada na memória, não prejudicando em nada a estabilidade do sistema.

O 486

Ao contrario dos processadores anteriores, o 486 não trouxe nenhuma inovação


realmente revolucionária. Como o 386DX, ele trabalha usando palavras de 32 bits
tanto interna quanto externamente e é capaz de acessar até 4 Gigabytes de memória
RAM.

A evolução do 486 ficou por conta do melhor desempenho. Foi adicionado ao


processador um cache L1 interno de 8 KB, que em conjunto com o cache encontrado
na placa mãe, é capaz de melhorar ainda mais o acesso à dados. Foi incorporado
também um coprocessador aritmético e um Pipeline, inspirado nos processadores
RISC. A soma de todas estas melhorias, tornaram o 486 praticamente 2 vezes mais
rápido do que um 386 do mesmo clock.

Como fez anteriormente com o 386, a Intel criou um 486 de baixo custo chamado de
486SX, que era idêntico ao original, porém sem o coprocessador aritmético interno,
podendo ser acoplado a ele o 80487SX. Para evitar confusão, o 486 original passou a
ser chamado de 486DX.
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Foram lançadas versões do 486 à 25 MHz, 33 MHz e 40 MHz, porém, criou-se uma
barreira, pois não haviam na época, circuitos de apoio capazes de trabalhar a mais de
40 MHz. Para solucionar esse problema, foi criado o recurso de Multiplicação de
Clock, no qual o processador trabalha internamente à uma velocidade maior do que a
da placa mãe. Foram lançados então os processadores 486DX2 (que trabalhavam ao
dobro da freqüência da placa mãe) e logo depois os 486DX4 (que trabalhavam ao
triplo da freqüência da placa mãe)

Processador Freqüência da placa mãe Multiplicador


486DX-2 50 MHz 25 MHz 2x
486DX-2 66 MHz 33 MHz 2x
486DX-2 80 MHz 40 MHz 2x
486DX-4 75 MHz 25 MHz 3x
486DX-4 100 MHz 33 MHz 3x
486DX-4 120 MHz 40 MHz 3x

Com isso, surgiram também as placas mãe "up-gradable", que suportavam a troca
direta de um DX-33 por um DX2-66 ou um DX4-100, por exemplo, simplesmente
mudando-se a posição de alguns jumpers localizados na placa.

Mais uma novidade trazida pelos processadores 486, é a necessidade do uso de um


ventilador (cooler) sobre o processador, para evitar que ele se aqueça demais. O uso do
cooler é obrigatório em todos os processadores 486DX-2 e posteriores.

Coprocessador Aritmético

Todos os processadores da família x86, são basicamente processadores de números


inteiros. Muitos aplicativos porém, precisam utilizar números fracionários, assim como
funções matemáticas complexas, como Seno, Coseno, Tangente, etc., para realizar
suas tarefas. Este é o caso dos programas de CAD, programas científicos, planilhas,
jogos com gráficos tridimensionais, e de processamento de imagens em geral. É
possível emular via software estas funções matemáticas complexas, através da
combinação de várias instruções simples, porém com uma baixa performance.

A função do coprocessador aritmético é justamente auxiliar o processador principal no


cálculo destas funções complexas. Como o coprocessador possui instruções específicas
para executar este tipo de cálculo, ele é em média de 30 a 50 vezes mais rápido do que
o processador principal executando o mesmo tipo de cálculo via emulação.

Até o 386, o coprocessador era apenas um acessório que podia ser comprado à parte e
instalado no soquete apropriado da placa mãe, sendo que cada modelo de processador
possuía um modelo equivalente de coprocessador:

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Processador Coprocessador

8088 8087
286 287
386SX 387SX
386DX 387DX
486SLC 487SLC
486DLC 487DLC
486SX 487SX
486DX Faz parte do processador

O problema nesta estratégia é que como poucos usuários equipavam seus micros com
coprocessadores aritméticos, a produção destes chips era baixa, e consequentemente os
preços eram altíssimos, chegando ao ponto de em alguns casos o coprocessador custar
mais caro que o processador principal.

Com o aumento do número de aplicativos que necessitavam do coprocessador, sua


incorporação ao processador principal foi um passo natural. Com isso resolveu-se
também o problema do custo de produção dos coprocessadores, barateando o conjunto.

Este recurso de criar chips auxiliares do processador principal é um recurso muito


usado atualmente, pois é muito mais racional usar chips baratos para executar ações
simples que antes congestionavam o processador principal, do que investir em
processadores mais velozes. Por exemplo: todos os modems atuais possuem a UART,
que é um conjunto de circuitos que permitem ao modem gerenciar ele mesmo o envio
e recebimento de dados, deixando o processador principal livre para executar outras
tarefas. Como não poderia deixar de ser, alguns fabricantes "espertos" lançaram
versões de modems sem a UART, que obrigam o processador a fazer todo o trabalho.
Claro que isto degrada muito o desempenho geral do sistema. Tais modems são
chamados de Softmodems e não são uma boa opção de compra. Falarei um pouco mais
sobre eles no capítulo sobre modems.

Multiplicação de Clock

O recurso de multiplicação de clock, usado a partir do 486DX2, consiste em fazer o


processador trabalhar internamente a uma freqüência maior do que a placa mãe e os
demais componentes do micro. Assim, apesar do processador trabalhar à sua
velocidade nominal, ele comunica-se com os demais componentes na freqüência da
placa mãe, que é de 66 ou 100 MHz nos processadores mais recentes, e 25, 33 ou 40
MHz nos micros 486.

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O uso da multiplicação de clock permite atingir velocidades elevadas, pois é muito


mais fácil desenvolver processadores velozes do que placas mães e circuitos de apoio
que funcionem a tal velocidade. Claro que existe um limite; pouco adianta criar um
processador super veloz e utilizar um multiplicador muito alto para fazê-lo funcionar,
se a todo momento o processador tem que ficar esperando para acessar dados na
memória RAM, memória cache, HD, ou mesmo ficar esperando a placa de vídeo
terminar de exibir uma imagem para poder enviar a próxima.

Apesar da perda de performance ser atenuada pelo cache L1, que independentemente
do multiplicador usado, sempre funciona na mesma freqüência do processador
principal, a perda de performance é considerável. Um computador equipado com um
processador Pentium de 200 MHz por exemplo, não é duas vezes mais rápido do que
um de 100 MHz com configuração semelhante, pois em ambos a placa mãe funciona a
66 MHz. Na prática, o Pentium 200 não chega a ser 80% mais rápido.

Apesar das limitações, o recurso de multiplicação de clock é indispensável atualmente,


pois sem ele seria impossível desenvolver processadores muito rápidos, já que não é
possível aumentar a velocidade das placas mãe e dos demais periféricos na mesma
proporção do aumento do clock nos processadores. Se o Pentium III por exemplo,
tivesse que trabalhar na mesma freqüência da placa mãe, não passaríamos de 100 ou
133 MHz.

Pipeline

Até o 386, os processadores da família x86 eram capazes de processar apenas uma
instrução de cada vez. Uma instrução simples podia ser executada em apenas um ciclo
de clock, enquanto instruções mais complexas demoravam vários ciclos de clock para
serem concluídas. Seria mais ou menos como montar um carro de maneira artesanal,
peça por peça.

Para melhorar o desempenho do 486, a Intel resolveu usar o Pipeline, uma técnica
inicialmente usada em processadores RISC, que consiste em dividir o processador em
vários “departamentos” (vou adotar este termo para tentar tornar a explicação mais
simples), agilizando o processamento de instruções. O 486 por exemplo, possui um
Pipeline de 5 níveis, ou seja, é dividido em 5 departamentos.

Quando é carregada uma nova instrução, ela primeiramente passa pelo primeiro
departamento, que trabalha nela durante apenas um ciclo de clock, passando-a adiante
para o segundo departamento. A instrução continua então sendo processada
sucessivamente pelo segundo, terceiro, quarto e quinto departamentos do processador.
A vantagem desta técnica, é que o primeiro departamento não precisa ficar esperando a
instrução passar por todos os demais para carregar a próxima, e sim carregar uma nova
instrução assim que se livra da primeira, ou seja, depois do primeiro pulso de clock.

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Desta maneira, conseguimos que o processador seja capaz de processar em um único


ciclo de clock, várias instruções que normalmente demorariam vários ciclos para
serem processadas. Voltando ao exemplo do carro, seria como se trocássemos a
produção artesanal por uma linha de produção.

O uso do Pipeline não chega a multiplicar por cinco a performance do processador, na


verdade a performance não chega nem mesmo a dobrar, mas o ganho é bem
significativo.

Pentium

Como o 486, o Pentium é um processador de 32 bits, capaz de acessar até 4 Gigabytes


de memória RAM. O Pentium porém, traz várias melhorias sobre o 486, que o tornam
entre 65 e 100% mais rápido que um 486 do mesmo clock. Como foi aumentado
também o desempenho do coprocessador aritmético, em aplicativos que demandam
um grande número de cálculos, o Pentium é ainda mais rápido.

Como no 486, os processadores Pentium possuem um coprocessador aritmético


embutido e utilizam multiplicação de clock :

Processador Freqüência da Placa Mãe Multiplicador

Pentium 60 MHz 60 MHz 1x


Pentium 66 MHz 66 MHz 1x
Pentium 75 MHz 50 MHz 1,5 x
Pentium 90 MHz 60 MHz 1,5 x
Pentium 100 MHz 66 MHz 1,5 x
Pentium 120 MHz 60 MHz 2x
Pentium 133 MHz 66 MHz 2x
Pentium 150 MHz 60 MHz 2,5 x
Pentium 166 MHz 66 MHz 2,5 x
Pentium 180 MHz 60 MHz 3x
Pentium 200 MHz 66 MHz 3x

Como na época dos micros 486, as placas mãe para processadores Pentium (com
exceção de placas muito antigas) suportam várias freqüências de barramento e vários
multiplicadores distintos, podendo ser configuradas para funcionar com todos os
processadores da família.

Melhorias no Cache L1

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A primeira mudança trazida pelo Pentium foi o aumento do cache L1, que passou a ser
de 16 KB. Além do tamanho, foram implementados três novos recursos, que tornaram
o cache ainda mais eficiente:

A primeira medida foi a divisão do cache em dois blocos de 8 KB cada, sendo um


dedicado a armazenar dados e outro dedicado a armazenar instruções. Esta divisão
permite que tanto as instruções a serem executadas pelo processador (comparação,
multiplicação, soma, decisão, etc.) quanto os dados a serem processados, possam ser
acessados simultaneamente no cache, aumentando sua eficiência.

Se por exemplo, um programa qualquer ordena que o processador leia um número


gravado na memória e veja se ele é maior ou menor que 10, temos duas instruções (ler
o número e compará-lo com o número 10) e dois dados (o número 10 e o número a ser
lido). Com um cache unificado como no 486, primeiro seriam lidas as instruções e em
seguida os números. No cache dividido do Pentium, ambos os dados podem ser lidos
no mesmo ciclo de clock, poupando tempo.

Foi aumentado também o barramento de dados entre o processador e o cache.


Enquanto no 486 podem ser lidos ou gravados até 128 bits por ciclo de clock, no
Pentium podem ser lidos ou gravados até 256 bits no cache de instruções e mais 256
no cache de dados. Como ambos os caches podem ser acessados simultaneamente,
temos um barramento total de 512 bits, o quádruplo do que tínhamos no 486! Este
barramento mais largo permite que quantidades maiores de dados possam ser lidos a
partir do cache no mesmo espaço de tempo, permitindo ao cache acompanhar a maior
velocidade do Pentium.

A última medida foi a adoção de um cache Write Back, que é capaz de cachear tanto
as operações de leitura de dados na memória RAM, quanto as operações de escrita,
conseguindo aumentar mais um pouco a performance do processador.

Previsão de desvio dinâmico

Após concluída uma determinada instrução de programa, para que o processador não
perca um único ciclo de clock aguardando que o cache ou a memória RAM enviem a
próxima instrução a ser processada, foi incluído no Pentium um buffer de pré extração.
Este pequeno circuito armazena as próximas instruções a serem processadas, formando
uma espécie de fila.

A maior utilidade deste buffer é prever o resultado de operações de tomada de decisão.


Se chega ao processador uma instrução como “Se X > Y então Z = K, senão Z = Q” o
buffer irá carregar tanto a instrução seguinte para X < Y quanto para X > Y, fazendo
com que seja qual for o resultado da operação anterior, a próxima instrução já esteja
carregada no buffer.

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O buffer de pré extração também ajuda a memória cache a carregar antecipadamente


os dados que o processador possa necessitar. No caso do exemplo anterior, seriam
carregados na memória cache tanto o valor de K quanto de Q.

Coprocessador Aritmético mais rápido

O coprocessador aritmético do Pentium foi completamente remodelado. Foram


alteradas algumas das instruções, que passaram a ser executadas muito mais
rapidamente e, como o processador principal, o coprocessador do Pentium também
passou a utilizar um Pipeline para aumentar a velocidade de execução das instruções.

Somadas com as brutais melhorias na arquitetura, o coprocessador do Pentium tornou-


se cerca de 5 vezes mais rápido do que o utilizado no 486, tornando o processador
muito mais rápido em aplicativos que demandem um grande número de cálculos.

Arquitetura Superescalar

Mais um aperfeiçoamento do Pentium, e um dos principais motivos de seu maior


desempenho, é a adoção de uma arquitetura superescalar.

Internamente, o Pentium trabalha como dois processadores de 32 bits distintos


(chamados de canaleta U e canaleta V), sendo capaz de processar duas instruções por
ciclo de clock (uma em cada processador). Cada processador possui acesso total ao
cache, à memória RAM, e aos demais componentes do micro.

Foi incluída também, uma unidade de controle, com a função de comandar o


funcionamento dos dois processadores e dividir as tarefas entre eles.

Teoricamente, o uso de dois processadores distintos dobraria o desempenho do


Pentium, já que ao invés de uma, poderiam ser executadas duas instruções por ciclo de
clock. Na prática porém, encontramos algumas limitações. Se por exemplo, um
programa ordenasse que o processador somasse 4 números, X + Y + W + K,
poderíamos no primeiro ciclo de clock usar a canaleta U para somar X e Y e a canaleta
V para somar W, mas no segundo ciclo, teríamos apenas mais um cálculo para ser
executado, o resultado das duas somas. Neste caso, apenas uma das canaletas poderia
ser usada, ficando a outra ociosa.

Neste caso, houve um ganho de 33%, já que ao invés do processador demorar 3 ciclos
para executar o cálculo, demorou apenas 2.

Caso a continuação do cálculo dependesse da conclusão do cálculo anterior, como em


“(X + Y) x 3”, a segunda canaleta simplesmente não poderia ser usada, pois teríamos
primeiro que somar X e Y para depois multiplicar o resultado por 3. Neste caso não

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haveria ganho, pois demoramos os mesmos dois ciclos que seriam necessários com
apenas uma canalização.

Em média, a segunda canalização permite um desempenho 30 ou 40% superior ao


desempenho obtido com apenas uma canalização. Caso o software seja alterado e
otimizado para rodar em um processador com duas canalizações, ordenando as
instruções de modo a deixar a segunda canaleta ocupada durante a maior parte do
tempo, podemos conseguir mais 10 ou 15% de desempenho.

Otimizar um programa para rodar em um processador Pentium, não o torna


incompatível com processadores com apenas uma canalização (como o 486), nem
torna seu desempenho menor nestes processadores, já que as mesmas instruções serão
executadas, apenas em ordem diferente.

Execução Especulativa

Se o processador tivesse que processar uma instrução de tomada de decisão, como em


“Se X > 0 então Y = 30, senão Y = 20”, enquanto a primeira canaleta do processador
verifica se X é maior ou menor que 0, a segunda ao invés de ficar ociosa, pode
executar uma das duas opções seguintes (atribuir o valor 30 ou atribuir o valor 20 a Y).
No próximo ciclo, quando a primeira canaleta tivesse terminado de processar sua
instrução, teríamos 50% de chance da segunda canaleta ter adivinhado qual seria a
instrução seguinte e já tê-la executado. O nome “execução especulativa” foi dado por
que a segunda canaleta escolhe aleatoriamente a instrução a executar, entre as duas
possíveis.

Acesso mais rápido à Memória

O Pentium é capaz de acessar a memória usando palavras binárias de 64 bits, o dobro


do 486, que a acessava a 32 bits. Este recurso permite que sejam lidos 8 bytes por
ciclo, ao invés de apenas 4, dobrando a velocidade de acesso à memória. Este recurso
diminui bastante o antigo problema de lentidão das memórias, permitindo que o
Pentium apresente um bom desempenho mesmo utilizando memórias lentas.

Justamente devido ao acesso à memória a 64 bits do Pentium, é necessário utilizar


pentes de memória de 72 vias em pares. Já que cada pente permite acesso aos dados
usando palavras de 32 bits, acessando ambos os pentes ao mesmo tempo, chegamos
aos 64 necessários.

Mesmo podendo acessar a memória a 64 bits e sendo composto internamente por dois
processadores de 32 bits, o Pentium continua sendo um processador de 32 bits. Estes
novos recursos servem apenas para aumentar a velocidade do processador.

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Multiprocessamento

Visando o mercado de Workstations (máquinas extremamente avançadas destinadas a


aplicações pesadas como processamento de imagens 3D ou vídeo) e servidores, a Intel
incluiu no Pentium o recurso de multiprocessamento simétrico, que permite o uso de
dois processadores no mesmo micro. Neste caso, é preciso adquirir uma placa mãe
especial, com encaixe para dois processadores e um chipset com suporte ao
multiprocessamento.

Como a divisão das tarefas entre os dois processadores não é feita automaticamente
pelo chipset, é preciso que o sistema operacional seja capaz de reconhecer os dois
processadores e acessá-los individualmente, dividindo as tarefas entre eles da melhor
maneira possível. Se por exemplo, estão sendo rodados dois aplicativos ao mesmo
tempo, cada processador pode ficar encarregado de executar um.

Caso o sistema operacional não ofereça suporte ao multiprocessamento, como é o caso


do Windows 95 e do Windows 98, apenas um dos processadores será usado pelo
sistema, ficando o outro inativo. Neste caso será como se tivéssemos apenas um
processador instalado. Apenas o Windows NT, Windows 2000 e algumas versões do
Linux e do Unix oferecem suporte ao multiprocessamento.

Apesar de, pela lógica, o desempenho dobrar com dois processadores trabalhando em
paralelo, na prática o ganho não passa de 50 ou 60%, pois dificilmente será possível
organizar a execução das tarefas de modo a deixar ambos os processadores ocupados
todo o tempo, assim como dificilmente conseguimos manter as duas canaletas do
Pentium cheias 100% do tempo.

Overclock

Ao contrário do que costuma se pensar, velocidade de operação dos processadores não


é fixa, mas sim determinada pela placa mãe.

Na placa mãe temos um pequeno cristal de Quartzo, chamado gerador de clock, que
vibra alguns milhões de vezes por segundo, com uma precisão quase absoluta. As
vibrações deste cristal são usadas para sincronizar os ciclos da placa mãe, que sabe que
a cada vibração do cristal, deve gerar um certo número de ciclos.

É mais ou menos como um farol, que abre e fecha algumas vezes por minuto. Quando
o farol está fechado, o trânsito fica parado, voltando a fluir quando a farol abre. Um
pulso de clock é justamente a abertura do farol, um “já!” que faz todos os periféricos
trabalharem simultaneamente e sincronizadamente. O funcionamento de todos os
periféricos, da placa de vídeo ao disco rígido, é coordenado por este relógio.

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O processador não possui um gerador de clock, e por isso trabalha usando o sinal
recebido da placa mãe. Num Pentium MMX de 200 MHz por exemplo, a placa mãe
funciona a 66 MHz, e o multiplicador é 3x, o que significa que para cada ciclo da
placa mãe, o processador gerará 3 ciclos.

Justamente por estar limitada à freqüência indicada pela placa mãe, a freqüência do
processador não é fixa; pode ser maior ou menor do que o especificado. Mais ou
menos como um motor elétrico, que tem uma rotação ideal, mas pode funcionar mais
rápida ou mais lentamente, de acordo com a regulagem.

Ai está o macete. Como as placas mãe atuais, para manter compatibilidade com vários
processadores podem operar a várias freqüências diferentes, podemos fazer o
processador trabalhar mais rápido simplesmente configurando a placa mãe para
trabalhar a uma freqüência maior. Esta técnica é chamada de “Overclock”, uma gíria
que significa “acima do clock” numa tradução livre.

Um Pentium 120 por exemplo, trabalha com a placa mãe funcionando a 60 MHz e
usando um multiplicador de 2x. Se configurássemos a placa mãe para trabalhar a 66
MHz, mantendo o multiplicador em 2x, o processador passaria a trabalhar a 133 MHz.
Se a freqüência da placa mãe fosse aumentada para 75 MHz, o processador
funcionaria a 150 MHz.

Em muitos casos, o processador também aceita um multiplicador maior. Um AMD K6


de 266 MHz por exemplo, trabalha com a placa mãe funcionando a 66 MHz e usando
multiplicador de 4x. Se aumentássemos o multiplicador para 4,5x, mantendo a placa
mãe funcionando a 66 MHz, faríamos o processador funcionar a 300 MHz.

A performance de um processador trabalhando em overclock é idêntica à de um


processador “normal” funcionando a essa velocidade. Um Pentium 120 overclocado
para 133 MHz por exemplo, apresenta exatamente a mesma performance de um
Pentium 133 “de verdade”.

Quando um fabricante desenvolve um projeto de processador, testa-o a várias


freqüências diferentes, a fim de determinar sua freqüência ideal de operação.
Geralmente os fabricantes adotam uma certa margem de segurança, vendendo o
processador com uma freqüência ligeiramente inferior à freqüência máxima. É
justamente esta margem de segurança que permite o overclock, estaríamos então
simplesmente fazendo o processador funcionar na sua velocidade máxima. Esta
margem muda de fabricante para fabricante e de processador para processador. Por
isso, alguns processadores aceitam overclocks maiores. Existem casos de
processadores que aceitam trabalhar sem problemas a uma freqüência 50% maior que
a original, assim como existem casos de processadores que apresentam instabilidade
operando a uma freqüência apenas 10% maior que a original.

Obviamente, o overclock também traz algumas desvantagens. Fazendo o processador


trabalhar a uma freqüência maior do que a ideal, podemos ter problemas de
travamentos, superaquecimento e mesmo uma diminuição de sua vida útil. Devido a

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estes problemas, muitos especialistas simplesmente condenam o overclock e se


recusam a dar maiores explicações sobre ele. Como eu acredito que você é uma pessoa
inteligente, capaz de decidir se o overclock vale ou não à pena, vou dedicar mais para
frente um capítulo inteiro a este assunto, explicando individualmente as possibilidades
e riscos em cada modelo de processador, assim como todos os macetes que conheço.
Propositadamente vou deixar para explicar o overclock com mais detalhes um pouco
mais para frente, quando você já tiver lido mais detalhes sobre o funcionamento do
PC.

AMD 5x86

Depois que a Intel lançou o 486DX4-100, abandonou o desenvolvimento de


processadores 486 para se dedicar somente ao desenvolvimento do Pentium. Com a
intenção de apresentar um processador que possuísse um desempenho semelhante a
um Pentium Low End, mas que ao mesmo tempo tivesse um preço competitivo, a
AMD continuou o desenvolvimento do seu processador 486, lançando uma versão de
120 MHz (que opera usando barramento de 40 MHz e multiplicador de 3x),e logo em
seguida também uma versão de 133 MHz.

Por questões de Marketing, a AMD batizou este 486 de 133 MHz de “AMD 5x86” o
que confundiu alguns usuários, que pensaram tratar-se de um processador semelhante
ao Pentium. O AMD 5x86 utiliza placas mãe para 486, necessitando apenas que a
placa seja capaz de sinalizar o multiplicador de 4x. O clock fica em 33 MHz,
totalizando seus 133 MHz.

Como o AMD 5x86 não passa de um 486 funcionando a 133 MHz, seu desempenho é
pouco menos de 33% superior a um 486DX4-100, sendo mais ou menos equivalente
ao de um Pentium de 75 MHz.

A AMD conseguiu fazer um razoável sucesso com este processador, já que além de ser
muito usado em micros de baixo custo, o 5x86 passou a ser uma alternativa barata de
upgrade para usuários de micros 486 com processadores mais lentos.

Cyrix Cx5x86

Além de desenvolver projetos de processadores 486, que foram fabricados pela Texas
Instruments, a Cyrix lançou um processador que mistura recursos do 486 e do
Pentium, oferecendo um desempenho bastante superior a um 486 padrão.

Este processador foi batizado como Cx5x86, e apresenta um cache L1 de 16 KB, além
de algumas outras melhorias que tornam seu desempenho cerca de 35% superior ao de
um 486 do mesmo clock. A versão de 100 MHz do Cx5x86 possui um desempenho

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equivalente ao 5x86 de 133 MHz da AMD e ao Pentium 75, enquanto a versão de 120
MHz rivaliza em desempenho com um Pentium 90.

Como o 5x86 da AMD, Cx5x86 é totalmente compatível com as placas mãe para 486,
bastando configurar a placa com multiplicador de 3x e bus de 33 MHz para instalar a
versão de 100 MHz e, 3x 40 MHz para utilizar a versão de 120 MHz.

AMD K5

Depois de muitos atrasos, a AMD conseguiu lançar um processador que pudesse


concorrer diretamente com o Pentium. O K5, porém, não chegou a se tornar muito
popular devido ao seu lançamento atrasado. Quando finalmente saíram as versões Pr
120 e Pr 133 do K5, a Intel já havia lançado as versões de 166 e 200 MHz do Pentium,
ficando difícil a concorrência.

Ao invés de simplesmente tentar copiar a Intel, a AMD desta vez optou por
desenvolver um processador completamente novo, tecnicamente superior ao Pentium.

O K5 também utiliza uma arquitetura superescalar, mas ao invés de duas, possui


quatro canalizações. O cache L1 também foi ampliado, passando a ser de 24 KB,
dividido em dois blocos, um de 16 KB para instruções e outro de 8 KB para dados.

O coprocessador aritmético porém não foi muito melhorado, apresentando um


desempenho quase 50% inferior ao apresentado pelo coprocessador do Pentium,
devido principalmente à ausência de Pipeline.

Como na maioria das aplicações o K5 era bem mais rápido que o Pentium, a AMD
optou por vender seu processador segundo um índice Pr, que compara seu desempenho
com o apresentado pelo Pentium.

Processador Freqüência Real de Operação

K5-Pr 120 90 MHz (1,5x 60 MHz)


K5-Pr 133 100 MHz (1,5x 66 MHz)
K5-Pr 166 116 MHz (1,75x 66 MHz)

Pentium Overdrive

Como fez com os antigos 386 SX, a Intel lançou também um Pentium "Low Cost".
Este processador, apesar de internamente ter um funcionamento idêntico a um
Pentium, utiliza placas mãe para processadores 486, sendo por isso chamando de
Overdrive.
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A Intel lançou o Overdrive em versões de 63 MHz (25 MHz x 2,5) e 83 MHz (33 MHz
x 2,5) mas, devido à baixa velocidade de barramento e à compatibilidade com os
antigos componentes das placas de 486, estes processadores perdem feio em
performance se comparados com um Pentium "de verdade”. O Overdrive de 63 MHz
apresenta performance idêntica ao 486DX4-100, enquanto o de 83 MHz empata com o
5x86 de 133 MHz da AMD.

Além da baixa performance, o Overdrive era extremamente caro, e por isso acabou
sendo uma péssima opção de compra. Em termos de custo-beneficio, o 5x86 da AMD
é uma opção muito melhor.

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Capítulo 2:
Processadores Modernos

Finalmente acabamos a nossa “aula de história” e vamos falar sobre os processadores


mais modernos. Note que as tecnologias que discutimos até aqui, como a multiplicação
de clock, modo real e modo protegido, coprocessador aritmético, RISC, CISC, cache,
entre outras continuam sendo utilizadas.

Pentium MMX

Lançado no inicio de 1997, o MMX é muito parecido com o Pentium clássico na


arquitetura. Foram, porém, adicionadas ao microcódigo do processador, 57 novas
instruções que visam melhorar seu desempenho em aplicações multimídia e
processamento de imagens. Nestas aplicações, algumas rotinas podem ser executadas
até 400% mais rápido com o uso das instruções MMX. O ganho de performance
porém não é automático; é necessário que o software utilizado faça uso das novas
instruções, caso contrário não haverá nenhum ganho de performance.

Foi aumentado também o cache primário (L1) do processador, que passou a ser de 32
KB, dividido em dois blocos de 16 KB (instruções e dados), tornando o desempenho
do MMX de 7 a 10% maior que o do Pentium clássico, mesmo em aplicações que não
façam uso das instruções MMX. O Pentium MMX pode ser encontrado em versões
de 166, 200 e 233 MHz. Todas usando barramento de 66 MHz.

A Intel lançou também, modelos de processadores MMX Overdrive, que podem


substituir antigos processadores Pentium de 75, 100 ou 120 MHz com a simples troca
do processador. O problema é que estes processadores são mais caros e difíceis de
encontrar, não sendo muito atraentes. Em termos de custo-beneficio são uma péssima
opção. Caso a sua placa não ofereça suporte aos processadores MMX, vale muito mais
à pena trocá-la também.

Falando em suporte, muitas pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre a instalação do
MMX em placas mãe mais antigas. A verdade, é que em muitas placas o MMX não
pode ser instalado devido ao seu duplo sistema de voltagem. No MMX, os
componentes internos do processador ou “core”, funcionam utilizando voltagem de 2,8
V, enquanto que os circuitos de I/O que fazem a ligação do processador com o meio
externo continuam funcionando a 3,3 V como no Pentium Clássico. Este sistema duplo
foi criado para diminuir o calor gerado pelo processador. Acontece que placas mais

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antigas estão preparadas para fornecer apenas as voltagens de 3,3 V e 5 V utilizadas


pelo Pentium Standard e VRE, sendo unicamente por isso incompatíveis com o MMX.

Qualquer placa que suporte o Pentium comum, poderia suportar também o MMX, pois
o que muda são apenas os circuitos reguladores de voltagem, que além dos 3,3 e 3,5 V
devem suportar a voltagem dual de 2,8 e 3,3 V. As instruções MMX são apenas
software e não requerem nenhum tipo de suporte por parte da placa mãe. Justamente
por isso, todas as placas mãe para MMX suportam também o Pentium clássico,
bastando setar corretamente os jumpers que determinam a voltagem.

Como funcionam as instruções MMX

O Pentium é um processador que trabalha com palavras binárias de 32 bits. O


problema é que muitas vezes é preciso realizar cálculos utilizando dados de 8 ou 16
bits, que são utilizados principalmente por programas de edição de imagem ou som.
Pela lógica, seria possível processar 4 dados de 8 bits ou 2 de 16 de cada vez, mas na
prática, o processador é capaz de processar apenas um número de cada vez,
independentemente do número de bits. A soma de dois números de 8 bits demora tanto
quanto a soma de dois números de 32 bits, simplesmente os bits adicionais do
processador não são utilizados.

As instruções MMX, permitem juntar várias palavras binárias de 8 ou 16 bits e


transformá-las em uma única palavra maior, que pode ser processada (da mesma
maneira que seria processada separadamente utilizando as instruções padrão) usando
instruções específicas do conjunto MMX.

As instruções MMX, permitem juntar as duas canaletas de dados do Pentium,


permitindo processar palavras de 64 bits de uma só vez. Neste caso, é possível
processar até 8 palavras de 8 bits ou 4 palavras de 16 bits, fazendo com que cálculos
usando números pequenos possam ser feitos até 8 vezes mais rápido.

Para tornar mais fácil a tarefa de adaptar os programas para utilizar as instruções
MMX, a Intel optou por adicioná-las ao processador na forma de uma extensão do
coprocessador aritmético. Esta arquitetura traz a vantagem de não exigir praticamente
nenhuma alteração no projeto do processador, pois seu funcionamento continua sendo
idêntico, apenas sendo “remendado” com as novas instruções.

Seria mais ou menos como se você morasse em uma casa qualquer e de repente se
mudasse para uma casa idêntica à antiga, apenas com uma porta a mais na cozinha,
escondida atrás da cortina, que o conduzisse a alguns cômodos novos. Se ninguém lhe
contasse sobre a existência da tal porta, talvez você nunca percebesse a diferença e
continuasse usando apenas os cômodos antigos.

Um programa antigo, simplesmente ignorara as instruções MMX, não apresentando


nenhum ganho de performance. Para tirar proveito das novas instruções, é preciso que

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o programador altere o código do programa, alterando suas rotinas para que as


instruções MMX sejam utilizadas no lugar das instruções x86 padrão. O ganho de
performance real depende da habilidade do programador em detectar onde e como o
MMX pode ser usado para tornar a execução do programa mais rápida.

Um golpe de Marketing

Teoricamente, as instruções MMX podem tornar a execução de aplicativos gráficos até


400% mais rápida, já que até 4 palavras de 16 bits poderiam ser processadas de cada
vez. Outros aplicativos também poderiam ser muito beneficiados. Na prática porém, os
ganhos trazidos pelas instruções MMX são muito menores.

Para começar, apenas algumas das rotinas utilizadas pelos programas podem ser
otimizadas, já que a única vantagem trazida pelas instruções MMX é o processamento
mais rápido de palavras de 8 ou 16 bits. A maioria das instruções continuam sendo
executadas através das instruções x86 padrão. Na prática, apenas 30 ou 40% das
instruções executadas pelos processadores de imagens poderiam ser executadas mais
rápido, resultando em um ganho de performance em torno de 20 ou 30%.

Trinta por cento de ganho real já não seria uma ganho tão ruim, porém, mais um
pequeno problema com as instruções MMX tornam o ganho de desempenho ainda
menor.

Como o acesso às instruções MMX é feito através do mesmo barramento utilizado


pelo coprocessador aritmético, não é possível acessar ao mesmo tempo ambos os
dispositivos, ou seja, o programa pode ou executar uma instrução MMX ou uma
instrução de ponto flutuante, nunca fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Para piorar um pouco mais a situação, um certo tempo é perdido para alternar entre o
acesso às instruções MMX e o uso do coprocessador aritmético. Como os programas
gráficos são muito dependentes do coprocessador aritmético, é preciso constantemente
alternar entre as instruções MMX e as instruções de FPU (do coprocessador
aritmético) fazendo com que o ganho de performance conseguido através do uso das
instruções MMX seja em média de apenas 10 ou 12%.

Vendo o pequeno ganho de desempenho que poderia ser conseguido através do MMX,
poucas softwares houses se interessaram em otimizar seus programas para as novas
instruções. A adesão às instruções MMX foi tão pequena que mesmo hoje, dois anos
depois do lançamento do MMX, praticamente pode-se contar nos dedos os programas
otimizados para as novas instruções, sendo que os programas otimizados rodam em
média apenas 10% mais rápido.

O MMX é muito mais um golpe de Marketing, do que realmente um melhoramento


nos processadores. Apesar dos ganhos anêmicos de performance, as campanhas
publicitárias da Intel foram tão fortes que obrigaram concorrentes como a AMD e a

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Cyrix a também adotar o MMX em seus processadores, pois caso contrário,


simplesmente não conseguiriam vendê-los. Infelizmente, apesar do estardalhaço, as
instruções MMX tornaram-se apenas um elefante branco da informática.

AMD K6

Apesar do K5 ter feito pouco sucesso devido ao seu lançamento atrasado, a AMD
continuou o desenvolvimento de seu projeto, conseguindo lançar o K6 a tempo de
concorrer com o Pentium MMX.

O K6 continua utilizando uma arquitetura superescalar com 4 canalizações que lhe


permitem processar mais instruções simultaneamente. O cache L1 também foi
ampliado, agora para 64 KB, divididos em dois blocos de 32 KB, para instruções e
dados. O K6 traz também as instruções MMX, e mantém compatibilidade com as
placas mãe soquete 7. Outros recursos encontrados no Pentium, como a previsão de
desvio dinâmico e a execução especulativa também são usados para melhorar o
desempenho do K6.

Por causa de sua arquitetura mais avançada, o K6 supera em desempenho não somente
o Pentium clássico, mas também o Pentium MMX, chegando perto até mesmo do
Pentium II:

O Business Winstone 98 é considerado atualmente o programa de benchmark mais


preciso para avaliar a performance do processador em aplicativos de escritório, como
Office, Internet, programas de editoração etc.; aplicativos que não utilizem cálculos
complexos com muita freqüência. Nestes aplicativos, o K6 realmente se sai muito
bem, superando o Pentium MMX e chegando muito perto até mesmo do Pentium II.

O calcanhar de Aquiles do K6 porém, é seu coprocessador aritmético, que possui uma


arquitetura muito mais simples do que os modelos utilizados pela Intel no Pentium
MMX e no Pentium II, sendo por isso bem mais lento.

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Apesar deste defeito não atrapalhar o desempenho do K6 em aplicativos de escritório,


faz com que seu desempenho em aplicativos gráficos, como processamento de
imagens ou vídeos, jogos com gráficos tridimensionais (como o Quake II) fique
bastante prejudicado. Nestes aplicativos, o K6 chega a ser mais de 20% mais lento que
um Pentium MMX do mesmo clock.

A escolha entre estes dois processadores, depende da aplicação a qual o micro se


destina. Para jogos tridimensionais ou edição de imagens, o MMX é melhor, enquanto
que para aplicações mais corriqueiras, o K6 é muito superior.

Apesar de durante mais de um ano a escolha na hora de comprar um micro ter pairado
basicamente sobre estes dois processadores, atualmente a indecisão fica entre o
Pentium III e o Athlon na área de máquinas de alta performance e entre o Celeron,
Duron e o K6-2 no ramo de processadores de baixo custo.

Velocidade x Aquecimento

Quanto mais elevada for a velocidade de operação de um processador, maior será a


quantidade de calor gerado. Justamente por isso, os fabricantes procuram desenvolver
novas tecnologias de fabricação, que permitam produzir chips com transístores cada
vez menores, a fim de diminuir o consumo de energia e consequentemente a geração
de calor.

As primeiras versões do K6 utilizavam uma técnica de produção de 0,35 mícron (com


transístores medindo 0,35 milésimos de milímetro), e utilizavam voltagem interna de
2,9 ou 3,2 volts com voltagem externa de 3,3 V. Estas primeiras séries são chamadas
de “modelo 6” e costumavam aquecer bastante, demandando um cooler de ótima
qualidade.

A partir da versão de 233 MHz, o K6 passou a ser produzido usando uma nova técnica
de produção de 0,25 mícron, o que garante uma geração de calor bem menor. Estas
versões são chamadas de “modelo 7” e operam com voltagem de apenas 2,2 V.

Note que apenas as placas mãe mais modernas oferecem a voltagem de 2.2 V exigida
pelos modelos mais recentes do K6. Ao comprar uma placa mãe para este processador,
não se esqueça deste detalhe.

Todos os K6 de 166 e 200 MHz são produzidos usando-se a técnica de produção de


0,35 mícron, enquanto que todos os processadores de 266 e 300 MHz o são pela
técnica de 0,25 mícron. O problema são os processadores de 233 MHz, pois estes
foram fabricados com ambas as técnicas, dependendo da série. Para reconhecer um ou
outro, basta olhar a voltagem que está estampada no processador. Os de 0,35 mícron
usam voltagem interna de 2,9 ou 3,2 e voltagem externa de 3,3, enquanto que os
modelos de 0,25 mícron usam voltagem interna de 2,2 V.

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Evolução dos Processadores

Para você ter uma idéia do quanto as técnicas de construção de processadores


evoluíram, o 8088 possuía apenas 29.000 transístores, e operava a apenas 4,7 MHz,
enquanto o Pentium MMX possui nada menos do que 4.300.000 transístores:

Mesmo atualmente, os processadores ainda são fabricados através de uma arquitetura


bidimensional, onde um transistor não pode ser montado sobre o outro, apenas lado-a-
lado. Como não é possível construir um microchip muito grande devido ao
aquecimento gerado, e também devido à limitações das técnicas de produção, para
aumentar a quantidade de transístores usados é preciso diminuir seu tamanho. Quanto
menores forem os transístores, mais transístores poderão ser usados para criar um
processador mais avançado e, devido ao menor aquecimento, o processador poderá
trabalhar a um clock maior. No 486, cada transistor media 1 mícron quadrado, ou seja,
um milésimo de milímetro, enquanto a partir de um Pentium II de 350 MHz, cada
transistor mede apenas 0,25 mícron, 16 vezes menor! Segue uma tabela com o
tamanho dos transístores em cada processador, do 486 ao Pentium II:

AMD K6-2

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À exemplo da Intel, que incorporou as instruções MMX às instruções x86 padrão, a


AMD incorporou também novas 27 instruções aos seus processadores K6-2. Estas
instruções são chamadas de “3D-Now!” e tem o objetivo de agilizar o processamento
de imagens tridimensionais, funcionando em conjunto com uma placa aceleradora 3D.
Como acontece com o MMX, é necessário que o software usado faça uso do 3D-Now!.
Felizmente, a Microsoft incluiu suporte às novas instruções do K6-2 no seu DirectX 6,
de modo que jogos e aplicativos que o utilizem, irão beneficiar-se com as novas
instruções do K6-2 indiretamente. Vários fabricantes de jogos também otimizaram
seus produtos para as novas instruções do K6-2. Atualmente já temos uma boa
aceitação desta tecnologia

Além das novas instruções, os novos K6-2 trabalham com velocidade de barramento
de 100 MHz e existem versões a partir de 300 MHz. Também foi mantida a
compatibilidade com as instruções MMX, sendo o K6-2 capaz de executar até 2
instruções MMX por ciclo de clock.

Todos os K6-2 são fabricados usando-se uma técnica de produção de 0,25 mícron, o
que garante uma menor dissipação de calor. Como os K6 modelo 7, o K6-2 utiliza
voltagem de 2,2 V.

Apesar de funcionar com bus de 100MHz, o K6-2 também pode ser utilizado em uma
placa mãe mais antiga, que suporte apenas bus de 66 MHz. Neste caso, um K6-2 de
300 MHz, seria usado com bus de 66 MHz e multiplicador de 4,5x. Claro que assim
perde-se um pouco em performance. Também é necessário que a placa mãe suporte a
voltagem de 2,2 V usada pelo K6-2.

3D-Now! x MMX

Por incrível que possa parecer, ao contrário do MMX, o 3D-Now! da AMD conseguiu
obter um grande apoio por parte dos desenvolvedores de jogos, conseguindo que a
maioria dos jogos atuais sejam otimizados para as novas instruções. Aplicativos 3D
otimizados para o 3D-Now! rodam de 10 a 20% mais rápido em processadores K6-2,
resultando em um desempenho semelhante ao alcançado pelo Pentium II.

A diferença básica entre o MMX e o 3D-Now!, é que enquanto o MMX permite


apenas melhorar sutilmente o desempenho do processador no cálculo de números
inteiros, onde tanto o Pentium, quanto o K6 e o 6x86 da Cyrix são fortes, o 3D-Now! é
capaz de melhorar o desempenho do K6-2 onde ele mais precisa, no cálculo de
números de ponto flutuante. Basicamente temos uma extensão do coprocessador
aritmético, que permite a ele desempenhar suas funções de maneira mais rápida,
através de instruções mais eficientes.

Cyrix 6x86MX

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O 686MX é o concorrente da Cyrix para o MMX da Intel. Como o K6, este


processador traz 64 KB de cache L1, 4 canaletas de dados, instruções MMX, e oferece
compatibilidade com o soquete 7. A performance em aplicações Windows é muito
parecida com um K6, porém, o coprocessador aritmético é ainda mais lento do que o
que equipa o K6, tornando muito fraco seu desempenho em jogos e aplicativos que
façam uso intenso de cálculos de ponto flutuante.

Para aplicações de escritório como o Office, o 6x86 é uma ótima opção devido ao
baixo preço, mas ele não é muito adequado caso o principal uso do micro seja
programas gráficos ou jogos.

O 6x86MX usa voltagem dual de 2,9 e 3,3 V, sendo usados 2,9 V para o núcleo do
processador e 3,3 V para os circuitos de I/O. Segundo o fabricante, caso a placa mãe
não ofereça esta voltagem específica, podemos setar a voltagem para 2,8 V como no
MMX, sem problemas.

Como o K5, o 6x86 adota o índice Pr, agora comparando seu desempenho com o de
um Pentium MMX. O 6x86MX é encontrado nas versões PR150 (120 MHz), PR166
(133 MHz), PR200 (166 MHz), PR233 (187 ou 200 MHz dependendo da série) e
PR266 (255 ou 233 MHz). O Índice Pr serve como um comparativo, dizendo que
apesar do clock de apenas 233 MHz, o 6x86 PR266 tem desempenho 33% superior a
um Pentium MMX de 200 MHz.

Cyrix 6x86MII

O MII nada mais é do que uma continuação da série 686MX, alcançando agora índices
PR 300, 333, 350 e 400. Como o 686MX, o MII utiliza voltagem dual de 2,9/3,3 V,
mas que pode ser setada para 2,8/3,3 sem problemas.

Falando em problemas, um dos maiores no 6x86 é justamente seu aquecimento


exagerado. Mesmo nas suas versões mais rápidas, é utilizada uma técnica de
fabricação de 0,35 mícron, resultando em um aquecimento considerável, que pode
causar travamentos caso não sejam tomados alguns cuidados.

Caso você opte por um 6x86, não deixe de adquirir um bom cooler. No capítulo sobre
overclock você encontrará dicas de como melhorar a refrigeração do processador.

Cyrix Media GX

O Media GX é um processador 6x86MX acrescido de circuitos controladores de


memória e cache, assim como controladores de vídeo e som, que se destina ao
mercado de PCs de baixo custo e, principalmente, a notebooks. Quando usado em

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computadores portáteis, o Media GX traz a vantagem de consumir pouca eletricidade,


proporcionando maior autonomia da bateria. Já os micros de mesa equipados com o
Media GX pecam por oferecerem poucas possibilidades de upgrade.

Por exigir uma placa mãe específica, o media GX destina-se somente aos
computadores de arquitetura fechada. Justamente por isso, você nunca irá montar um
micro usando este processador, apenas poderá compra-lo em micros prontos.

IDT C6

Lançado no início de 98, o C6 foi a tentativa da IDT de entrar no mercado de


processadores, competindo na faixa de processadores de baixo custo com o MMX e o
6x86 MX.

Tecnicamente, o C6 não traz nenhuma novidade. Basicamente temos uma arquitetura


não superescalar simples, que lembra um pouco a dos micros 486, combinada com um
cache L1 de 64 KB, dividido em dois blocos de 32 KB. O coprocessador também é
fraco, ficando atrás até mesmo dos processadores Cyrix. O C6 foi lançado em versões
de 180, 200, 225 e 240 MHz, utiliza placas mãe soquete 7 e voltagem de 3,5 V.

Apesar do pouco sucesso alcançado com o C6, recentemente a IDT lançou o C6+, que
incorporou instruções equivalentes ao 3D-Now! da AMD, e passou a usar barramento
de 100 MHz.

Pentium Pro

Até aqui, apresentei os processadores numa ordem mais ou menos cronológica, mas
acabei abrindo uma exceção para o Pentium Pro. Na verdade, este processador foi
lançado bem antes do MMX, sendo praticamente um contemporâneo do Pentium
Clássico. Porém, a arquitetura usada no Pentium Pro foi usada como base para o
Pentium II e o Pentium III, assim como para o Xeon e o Celeron, processadores que
apresentarei em seguida.

O Pentium Pro foi desenvolvido para competir no mercado de máquinas de alto


desempenho, equipando Workstations e servidores. Apesar de usar um pouco da
tecnologia do Pentium, o Pentium Pro é um projeto quase que totalmente novo,
trazendo brutais alterações na arquitetura. Entre as inovações trazidas pelo Pentium
Pro, podemos destacar a arquitetura superescalar com três canalizações, o suporte a
multiprocessamento com até 4 processadores trabalhando em paralelo e o cache L2
integrado ao processador. O barramento de endereços do Pentium Pro também foi
ampliado, de 32 para 36 bits, permitindo ao Pentium Pro endereçar até 64 GB de
memória (2 ^36).

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Três canalizações

Enquanto o Pentium pode processar até duas instruções simultaneamente, o Pentium


Pro possui três canalizações, sendo capaz de processar até 3 instruções ao mesmo
tempo.

Para que as três canalizações possam ser alimentadas continuamente com novas
instruções, foi implementada a execução de instruções fora de ordem. Caso tenhamos
por exemplo, uma instrução como “Se X >10, então Y = X + 2, senão Y = X + 5” onde
as próximas instruções dependem da resolução da primeira, a unidade de controle
vasculhará o código do programa em busca de instruções que possam ser executadas
antecipadamente. Através deste recurso, enquanto uma das canaletas se ocupa em
resolver o primeiro problema, as demais podem se dedicar a resolver as instruções
seguintes, ganhando tempo.

Também foi aperfeiçoada a execução especulativa, permitindo que em uma operação


de tomada de decisão, como em “se X < 30, então Y = 30, senão Y = 50” enquanto a
primeira canaleta se dedica a comparar o valor de X com 30, cada um dos dois
possíveis passos seguintes (Y = 30 e Y = 50) seja executado pelas demais canalizações
do processador, fazendo com que qualquer que seja o resultado da primeira operação,
a tarefa seguinte já tenha sido concluída.

Cache L2 integrado

Um dos problemas trazido pelo uso da multiplicação de clock é a lentidão do cache


L2, pois como ele tradicionalmente se localiza na placa mãe, tem sua freqüência de
operação limitada à velocidade da placa, ou seja, apenas 66 ou 100 MHz, muito mais
lento que o processador.

Temos então um gargalo, pois freqüentemente os poucos dados gravados no cache L1


se esgotam, fazendo com que o processador precise perder vários ciclos esperando que
novos dados sejam entregues pelo cache L2.

Para solucionar este problema, a Intel resolveu integrar o cache L2 ao Pentium Pro,
criando também um novo barramento, batizado de “Backside Bus” dedicado
unicamente à comunicação entre o núcleo do processador e o cache L2. O uso de um
barramento separado, permite que o cache opere na mesma freqüência do processador,
independentemente da velocidade da placa mãe, trazendo a vantagem adicional de
permitir o acesso simultâneo à memória RAM, já que temos dois barramentos
distintos.

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Mesmo com o cache L2 trabalhando na mesma freqüência do processador, o cache L1


continua sendo necessário, pois apesar dos dois caches operarem na mesma
freqüência, o barramento de dados do cache L1 é bem maior, o que permite taxas de
transferências muito mais altas. O tempo de resposta do L1 também é menor, pois
além de nele serem usadas memórias mais rápidas, a distância física a ser percorrida
pelo sinal será sempre muito menor, já que o L1 faz parte do núcleo do processador.

Justamente devido ao cache, o Pentium Pro era muito difícil de produzir, pois a
complexidade do cache L2 resultava em uma alta taxa de defeitos de fabricação. Como
no Pentium Pro, o cache L2 está embutido no mesmo invólucro do processador, um
defeito no cache L2 condenava todo o processador à lata de lixo. Os problemas de
fabricação contribuíam para tornar o Pentium Pro ainda mais caro.

Apesar de compartilhar o mesmo invólucro do processador, o cache L2 do Pentium


Pro é formado por um chip separado.

Multiprocessamento

O Pentium Pro permite o uso de até 4 processadores na mesma placa mãe. Neste caso,
as regras são as mesmas do multiprocessamento no Pentium, sendo necessária uma
placa mãe especial e um sistema operacional com suporte ao multiprocessamento.

Apesar deste recurso não ser muito útil para um usuário doméstico, ele permitiu o
desenvolvimento de servidores com um desempenho incrível a um custo relativamente
baixo, usando o Pentium Pro no lugar de caros processadores RISC topo de linha.

Soquete 8

Por utilizar um novo tipo de encapsulamento, o Pentium Pro utiliza um novo tipo de
soquete, batizado de soquete 8, sendo incompatível com placas soquete 7 normais.
Para permitir o uso de todos os novos recursos trazidos pelo Pentium Pro, foi criado
também o chipset i440FX.

O soquete 8 é bem maior do que o soquete 7 utilizado pelo Pentium clássico e


similares, possuindo também uma pinagem diferenciada que impede que o processador
seja encaixado ao contrário. Como no Pentium Pro o cache L2 é integrado ao
processador, as placas para ele não possuem cache algum.

Arquitetura otimizada para instruções de 32 Bits

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O Pentium Pro utiliza uma arquitetura híbrida RISC/CISC. Basicamente, o


processador é composto por um núcleo formado por 3 processadores RISC (as três
canaletas de dados) e três decodificares, com a função de converter as instruções x86
usadas pelos programas em instruções mais simples, que possam ser processadas pelo
núcleo RISC. Instruções simples, como operações de soma e atribuição podem ser
convertidas em uma única instrução RISC, enquanto instruções mais complexas
precisam ser quebradas em várias instruções simples, demandando vários ciclos para
serem processadas.

Este esquema funciona muito bem com instruções de modo protegido (32 bits), mas o
decodificador do Pentium Pro possui uma certa dificuldade para trabalhar com
instruções de modo real (16 bits), que acabam sendo decodificadas em muitas
instruções RISC, demorando muito mais para serem processadas.

Rodando sistemas operacionais de 32 bits, como o Windows NT, OS/2, Linux e


UNIX, o Pentium Pro apresenta um desempenho bastante superior ao Pentium
Clássico. Porém, rodando sistemas de modo real, como o MS-DOS, ou híbridos, como
o Windows 95/98, mesmo com o cache mais rápido, o Pentium Pro acaba
apresentando um desempenho equivalente, ou até mesmo um pouco mais baixo que
um Pentium comum.

No caso de servidores, esta não chega a ser uma limitação, pois, invariavelmente estas
máquinas rodam versões do Unix, Netware ou Windows NT, sempre sistemas de 32
bits. Os usuários domésticos porém, acabam sendo penalizados pelo desempenho
anêmico do Pentium Pro rodando o Windows 95/98.

Para uso doméstico não faria muito sentido o uso de um Pentium Pro, porém, num
servidor, o cache L2 funcionando na mesma velocidade do processador faz muita
diferença, pois o processamento de dados nestas máquinas é muito repetitivo, tanto
que, mesmo com o surgimento do Pentium II, onde o cache L2 apesar de ser de 512
KB funciona a apenas metade da velocidade do processador, muitos ainda preferem
continuar usando o Pentium Pro, pois além do cache, ele oferece recursos interessantes
para uma máquina servidora, como a possibilidade de usar até quatro processadores
em paralelo (o Pentium II é limitado a dois processadores), além da maior quantidade
de memória suportada, recursos que só foram superados pelo Pentium II Xeon.

O Pentium Pro foi produzido em versões equipadas com 256, 512 ou 1024 KB de
cache L2 e com clock de 166 ou 200 MHz.

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Capítulo 3:
Processadores nos dias de hoje

Nos últimos 20 anos, os processadores tiveram seu desempenho aumentado em quase


10,000 vezes, muito mais do que qualquer outro componente. A memória RAM, na
melhor das hipóteses, tornou-se 10 vezes mais rápida neste período. Comparadas com
as placas mãe que tínhamos no XT, as placas mãe atuais trabalham numa freqüência
quase 30 vezes maior (4.7 contra 133 MHz). Os discos rígidos tiveram sua capacidade
de armazenamento aumentada em 4 ou 5 mil vezes, comparados com os discos de 5 ou
10 MB encontrados no início dos anos 80; os modems saltaram de 300 bips para 56
Kbips, enquanto as placas de vídeo, som, monitores etc. também passaram por uma
evolução brutal.

Isso tudo é natural, já que de nada adiantaria criar processadores mais rápidos se o
restante do equipamento não acompanhasse. Apesar dos processadores terem evoluído
muito mais do que o restante do conjunto, o uso do cache e de outros truques serve
para atenuar as diferenças.

Este segundo capítulo é dedicado aos processadores em uso atualmente - os que ainda
é possível encontrar à venda.

Uma diferença notável entre os processadores que vimos no capítulo anterior e os que
temos atualmente, é a grande variedade de encaixes e de padrões de placas mãe.
Praticamente todos os processadores anteriores, incluindo o Pentium MMX, K5, K6,
K6-2, 6x86MX, 6x86MII e IDT C6 podiam ser usados na maioria das placas mãe
soquete 7 modernas. Isto facilitava muito a escolha, já que não era preciso se
preocupar tanto em saber se a placa mãe seria ou não compatível com o processador, já
que naquela época tínhamos compatibilidade com quase todos.

Atualmente, este problema vem tornando-se cada vez mais evidente. O Celeron,
dependendo do modelo, pode vir tanto no formato SEPP quanto no formato PPGA. O
Pentium III também possui duas variações, podendo ser encontrado em formato SEPP
e FC-PGA. O Athlon também utiliza seu encaixe próprio, chamado Slot A e, além dos
encaixes, temos variações também na freqüência de operação da placa mãe e nos
chipsets utilizados em conjunto com cada processador.

Ao contrário do que tínhamos a dois anos atrás, quase sempre ao se fazer um upgrade
de processador será preciso trocar também a placa mãe e, em muitos casos, também a
memória RAM. Tudo bem que as placas mãe estão cada vez mais baratas, mas nestas

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condições, na maioria das vezes acaba compensando vender todo o micro e montar
outro, ao invés de se fazer um upgrade de processador.

Atualmente temos no mercado os processadores Pentium II, K6-2, K6-3, Celeron,


Pentium III e Athlon. Os dois primeiros devem ser descontinuados em breve e o K6-3
já está fora de produção a algum tempo (apesar de ainda existir uma oferta razoável
destes processadores), sobrando como opções de compra basicamente o Pentium III, o
Athlon e o Celeron. Já temos também fortes rumores das próximas famílias de
processadores, que eventualmente virão a substituir os atuais. Como todos gostamos
de estar bem informados sobre as novas tecnologias, que tal se conhecêssemos os
recursos destes processadores?

Pentium II

A Intel desenvolveu o Pentium II, usando como base o projeto do Pentium Pro. Foram
feitas algumas melhorias de um lado, e retirados alguns recursos (como o suporte a 4
processadores) de outro, deixando o processador mais adequado ao mercado
doméstico.

A mudança mais visível no Pentium II é o novo encapsulamento SEPP (Singled Edge


Processor Package). Ao invés de um pequeno encapsulamento de cerâmica, temos
agora uma placa de circuito, que traz o processador e o cache L2 integrado.
Protegendo esta placa, temos uma capa plástica, formando um cartucho muito parecido
com um cartucho de video-game. O Pentium II utiliza também um novo conector,
batizado pela Intel de Slot 1, e exige uma placa mãe específica.

Fora o aspecto externo, o Pentium II traz um cache L1 de 32 KB (dividido em dois


blocos de 16 KB para dados e instruções), cache L2 integrado de 512 KB e
compatibilidade com as instruções MMX. Como os processadores anteriores, o
Pentium II também oferece suporte a até 4 GB de memória RAM.

Como o Pentium II foi desenvolvido para o mercado doméstico, onde ainda o


Windows 98 é o sistema operacional mais utilizado, a Intel logo deu um jeito de
solucionar o problema do Pentium Pro com instruções de modo real, através da adição
de um registrador de segmento. Ao contrário de seu antecessor, o Pentium II pode
processar instruções de 16 bits tão rapidamente quanto processa as de 32, oferecendo
um bom desempenho rodando o DOS, Windows 3.x ou Windows 95/98.

O Pentium II traz integrados ao processador, nada menos que 512 KB de cache L2, o
dobro da quantidade encontrada na versão mais simples do Pentium Pro. No Pentium
II porém, o cache L2 trabalha a apenas metade do clock do processador. Em um
Pentium II de 266 MHz por exemplo, o cache L2 trabalha a 133 MHz, o dobro da
velocidade do cache encontrado nas placas mãe soquete 7, mas bem menos do que os
200 MHz do cache encontrado no Pentium Pro.

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Celeron

Com o lançamento do Pentium II, a Intel abandonou a fabricação do Pentium MMX,


passando a vender apenas processadores Pentium II que eram muito mais caros. O
resultado desta estranha estratégia, foi a perda de quase todo o mercado de PCs de
baixo custo, onde o Pentium II foi literalmente massacrado pelos processadores K6 e
6x86, respectivamente da AMD e da Cyrix, que apesar de apresentarem um
desempenho ligeiramente inferior, custavam menos da metade do preço de um
Pentium II do mesmo clock.

Tentando consertar a besteira, a Intel resolveu lançar uma versão de baixo custo do
Pentium II, batizada de Celeron, do Latin “Celerus” que significa velocidade. O
Celeron original, nada mais era do que um Pentium II desprovido do Cache L2
integrado e do invólucro plástico, responsáveis por boa parte dos custos de produção
do Pentium II, ou seja, vem “pelado”. É impossível evitar uma comparação com o
486SX, que não passava de uma versão “castrada” do 486DX.

As primeiras versões do Celeron, que incluem todos os de 266 MHz e alguns dos de
300 MHz, não traziam cache L2 algum e, por isso, apresentavam um desempenho
muito fraco na maioria dos aplicativos, apesar de ainda conservarem um desempenho
razoável em jogos e aplicativos que utilizam muito o coprocessador aritmético.

O Cache L2 é um componente extremamente importante nos processadores atuais,


pois apesar da potência dos processadores ter aumentado quase 10,000 vezes nas
últimas duas décadas, a memória RAM pouco evoluiu em velocidade. Pouco adianta
um processador veloz, se ao todo instante ele tem que parar o que está fazendo para
esperar dados provenientes da memória RAM. É justamente aí que entra o cache
secundário, reunindo os dados mais importantes da memória para que o processador
não precise ficar esperando.

Retirando o cache L2, a performance do equipamento cai em quase 40%, só não


caindo mais por que ainda conservamos o cache L1. Justamente por isso, além de
perder feio para o seu irmão mais velho, o Celeron sem cache perdia até mesmo para
processadores menos avançados, como o MMX, o K6 e o 6x86MX. De fato, um
Celeron sem cache de 266 MHz perde até mesmo para um 233 MMX em muitas
aplicações.

Devido ao seu baixo desempenho, o Celeron sem cache não conseguiu uma boa
aceitação no mercado, sendo inclusive muito criticado pela imprensa especializada.
Numa nova tentativa de consertar a besteira cometida, a Intel resolveu equipar as
novas versões do Celeron com 128 KB de cache L2, que ao contrário do cache
encontrado no Pentium II, funciona na mesma frequência do processador. Todos os
Celerons à venda atualmente possuem cache, isto inclui todas as versões apartir do
Celeron de 333 MHz e a maioria dos de 300 MHz. Para não haver confusão, a versão
de 300 MHz com cache é chamada de 300A.
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Enquanto no Pentium II o cache é formado por chips separados, soldados na placa de


circuito do processador, no Celeron o cache L2 faz parte do próprio núcleo do
processador. Estes 128 KB de cache fazem uma diferença incrível na performance do
processador. Enquanto um Celeron antigo é quase 40% mais lento que um Pentium II
do mesmo clock, o Celeron com cache é menos de 6% mais lento, chegando a empatar
em algumas aplicações. Isto acontece pois apesar Celeron possuir uma quantidade 4
vezes menor de cache, nele o cache L2 funciona duas vezes mais rápido, compensando
em grande parte a diferença. Claro que isso depende do aplicativo que estiver sendo
executado.

Alguns programas, como o Word por exemplo, necessitam de uma grande quantidade
de cache. Neste caso, mesmo sendo mais lento, o cache do Pentium II acaba sendo
muito mais eficiente por ser maior. Em compensação, aplicativos que manipulam
imagens em geral necessitam de um cache L2 mais rápido, pois os dados a serem
manipulados são menos repetitivos. Neste caso, o cache do Celeron acaba sendo tão ou
até mesmo mais eficiente do que o cache encontrado no Pentium II.

Outro ponto a favor do Celeron é seu coprocessador aritmético, que, sendo idêntico ao
do Pentium II, é muito mais rápido que o do MMX ou do K6, o que lhe garante um
ótimo desempenho em aplicações gráficas.

O Celeron custa cerca da metade do preço de um Pentium II do mesmo clock, que


seria seu concorrente direto, acabando por ser uma opção melhor em termos de custo
beneficio. Porém se comparado com o Pentium III, o Celeron já fica bem atrás, já que
o Pentium III está disponível em versões com clock bem maior. Claro que em termos
de processador de baixo custo o Celeron continua sendo uma ótimo opção. O Celeron
com cache está existe em versões de 300 a 600 MHz.

Propositadamente, todas as versões do Celeron utilizam barramento de apenas 66


MHz. Este é outro diferencial em relação ao Pentium II e ao Pentium III. Apesar de em
termos de processamento o Celeron chegar às vezes a bater uma Pentium II do mesmo
clock, acaba sendo mais lento por utilizar um multiplicador mais alto.

Por exemplo, um Pentium II de 500 MHz utiliza bus de 100 MHz e multiplicador de
5x. Um Celeron de 500 MHz por sua vez utiliza bus de 66 MHz e multiplicador de
7,5x. Apesar de nos dois casos o processador trabalhar na mesma freqüência, no caso
do Celeron a placa mãe e a memória RAM funcionam mais lentamente, acabando por
atrapalhar o desempenho do processador. É por isso que muitas vezes o Celeron acaba
ficando 10, até 15% atrás do Pentium II nos benchmarks.

Se por um lado isto atrapalha o desempenho, por outro torna os micros baseados no
Celeron ainda mais baratos, e facilita também na hora do upgrade, já que é possível
continuar utilizando as antigas memórias de 66 MHz e, em muitos casos, a mesma
placa mãe utilizada em conjunto com os Pentium II de 266 e 300 Mhz. Também foram
lançadas várias placas mãe desenvolvidas especialmente para o Celeron, que por
utilizarem barramento de 66 MHz, podem utilizar chipsets mais simples e baratos.

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Soquete 370 x Slot 1

Inicialmente, a Intel lançou o Celeron no mesmo formato do Pentium II, ou seja, na


forma de uma placa de circuito que utiliza o Slot 1, a fim de manter a compatibilidade
com todas as placas mãe já existentes e facilitar as vendas do novo processador.

Porém, logo depois foi lançado um novo formato de encapsulamento e um novo


encaixe para o Celeron, chamado de Soquete 370. O formato é muito parecido com o
de um Pentium MMX; a diferença é que o Celeron possui alguns pinos a mais. O
Celeron para soquete 370 também é chamado de PPGA, abreviação de “Plastic Pin
Grid Array”. Vale lembrar que, apesar dos encaixes serem parecidos, o Celeron PPGA
não é compatível com as placas mãe soquete 7 utilizadas em conjunto como o MMX e
o K6.

O Soquete 370 utiliza a mesma pinagem do Slot 1, e as placas utilizam os mesmos


chipsets e demais componentes básicos. É possível inclusive encaixar um Celeron
soquete 370 em uma placa mãe Slot 1 com a ajuda de um adaptador que custa cerca de
15 dólares, chamado Sloket, que pode ser visto na foto abaixo.

A desculpa da Intel para mudar subitamente o formato do Celeron, foi a de que depois
que o cache L2 foi movido para dentro do invólucro do processador, a placa de
circuito usada no Pentium II tornou-se desnecessária, servindo apenas para aumentar
os custos de produção. Retirando-a do Celeron, seria possível fabricar processadores
um pouco mais baratos.

Durante muito tempo, a Intel continuou fabricando o Celeron nos dois formatos, mas a
algum tempo atrás cancelou a produção das versões Slot 1, continuando a fabricar
apenas as versões para soquete 370.

Possivelmente você anda encontrará alguns Celerons Slot 1 à venda, já que mesmo
depois de parada a fabricação demora alguns meses até que todos os estoques se
esgotem.

Como disse, os Celerons soquete 370 podem ser utilizados tanto em placas mãe para
Pentium II ou Pentium III utilizando-se o adaptador, quanto em placas mãe soquete
370 (que em geral são um pouco mais baratas). As placas mãe soquete 370 por sua
vez, podem ser usadas apenas em conjunto com o Celeron, não existe nenhum

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adaptador que permita encaixar nelas um Pentium II. Em alguns casos é possível usar
o Pentium III FC-PGA, mas nem sempre.

Pentium II Xeon

O Xeon usa basicamente a mesma arquitetura do Pentium II, ficando a diferença por
conta do cache L2, que no Xeon funciona na mesma velocidade do processador (como
acontece no Celeron e no Pentium Pro). O Pentium II Xeon é vendido em versões com
512, 1024 e 2048 KB de cache e em velocidades de 400, 450 e 500 MHz.

O Xeon foi especialmente concebido para equipar servidores, pois nestes ambientes o
processamento é muito repetitivo, e por isso, o cache mais rápido e em maior
quantidade faz uma grande diferença, não fazendo porém muito sentido sua compra
para uso doméstico, justamente devido ao seu alto preço. Outro recurso importante do
Xeon é a possibilidade de se usar até 4 processadores na mesma placa mãe, sem
necessidade de nenhum hardware adicional, e até 8 caso a placa possua um circuito
adicional de cluster.

AMD K6-3

O K6-3 foi lançado em novembro de 98 e é baseado no mesmo projeto do K6-2.A


diferença, é que além dos 64 KB de cache L1 do K6-2, o K6-3 trás mais 256 KB de
cache L2 embutidos, que funcionam na mesma frequência do processador, como no
Celeron. O cache L2 da placa mãe é então aproveitado na forma de um cache L3, que
ajuda a aumentar mais um pouco a performance. O K6-3 é compatível com todas as
placas mãe soquete 7 mais modernas, podendo ser usado no lugar de um K6-2.

O problema é que o K6-3 era muito caro de se produzir, e conservava o mesmo


problema de desempenho em aplicativos gráficos em jogos. Em aplicativos de
escritório o cache maior e mais rápido ajuda bastante, ajudando o K6-3 a superar com
folga um Pentium II do mesmo clock, mas em aplicativos gráficos ele é pouca coisa
mais rápido que um K6-2.

No final de 98, pouco depois do lançamento oficial, nos EUA o K6-3 450 estava sendo
vendido no varejo em torno de 475 dólares, enquanto o Pentium III 450 estava saindo
por 490, quase o mesmo. O Pentium III 500 já estava bem mais caro, quase 700
dólares, enquanto o K6-3 de 400 MHz estava sendo saindo por cerca de 300 dólares.
Atualmente, claro, os preços estão bem mais baixos, principalmente devido ao fato do
K6-3 estar fora de linha de linha, já que sua existência perdeu o sentido depois do
lançamento do AMD Athlon, um processador bastante superior.

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Pentium III

Em toda a história da informática, o Pentium III é o processador com mais variações.


Existem versões que utilizam barramento de 100 MHz, versões que utilizam
barramento de 133 MHz, versões com 512 KB de cache half-speed (à metade da
freqüência do processador, como no Pentium II), com 256 KB de cache full-speed (na
mesma freqüência do processador, como no Pentium Pro), versões que utilizam o
formato SEPP, versões que utilizam um novo formato, chamado de FC-PGA, versões
que utilizam o core Katmai, versões que utilizam o core Coopermine (mais avançado),
que operam a 2.0v, que operam a 1.65v, que operam a 1.6v, e por aí vai.

Dependendo da versão do processador, será preciso utilizar uma placa mãe diferente e
em alguns casos módulos de memória RAM diferentes. Nunca a simples escolha de
qual processador comprar foi tão confusa.

Para entender todas estas variações, vamos começar estudando cada um dos novos
recursos introduzidos pelo Pentium III, além da própria evolução deste processador.

As novas instruções SSE

Basicamente, as instruções SSE diferem das instruções 3D-now! devido à forma como
são executadas. As instruções 3D-Now! permitem que algumas rotinas dos programas
sejam executadas 3, ou até mesmo 4 vezes mais rapidamente do que seriam usando as
instruções padrão do coprocessador aritmético. Digamos, num exemplo tosco, que
30% das rotinas utilizadas por um determinado jogo, sejam executadas usando o 3D-
Now!, sendo que em média, estas instruções (apenas as otimizadas) seriam executadas
3 vezes mais rápido. Seguindo nosso exemplo, teríamos 30% das rotinas do programa
executadas em 1/3 do tempo, resultando num ganho de performance em torno de 20%.
(note que não estou levando em consideração inúmeros fatores aqui, o meu objetivo
com este exemplo é apenas ilustrar melhor o benefício gerado por estas instruções).

As instruções SSE funcionam de forma semelhante, permitindo que muitas rotinas


utilizadas pelos programas possam ser executadas muito mais rapidamente. A
vantagem, é que o Pentium III é capaz de processar simultaneamente instruções
normais e instruções SSE, o que resulta em um ganho ainda maior de performance.

Enquanto no 3D-Now! o programa tem a todo momento que escolher entre utilizar
uma das instruções padrão, ou uma das instruções 3D-Now!, no Pentium III é possível
usar os dois tipos de instruções simultaneamente, mantendo as três canaletas do
coprocessador aritmético cheias durante mais tempo. A única desvantagem deste
processo, é que, para ter um beneficio total das instruções SSE, é necessário um
número muito maior de alterações nos códigos dos programas, o que pode
desestimular muitos produtores de softwares a tornar seus produtos compatíveis.
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Parece claro que as instruções SSE, devido à maneira como são implementadas, são
mais eficientes do que as instruções 3D-now! da AMD, talvez pelo fato dos projetistas
da Intel terem tido bastante tempo para criá-las e implementá-las. Não podemos nos
esquecer, porém, que para se beneficiar tanto das instruções 3D-Now quanto das SSE,
o software precisa ser reescrito. Já temos uma grande base instalada de processadores
K6-2, K6-3 e Athlon, assim como vários títulos já otimizados para o 3D-Now!.
Mesmo com toda a sua influência, não está sendo nada fácil para a Intel reverter esta
estatística.

A última cartada da Intel para estimular os programadores a incluir suporte às


instruções SSE em seus produtos, foi o lançamento de um compilador em C, que
adiciona o suporte às instruções automaticamente. Usando este compilador, que é
distribuído gratuitamente, o programador pode construir seu programa normalmente,
sem se preocupar em incluir qualquer suporte ao SSE, e depois de terminado o
programa rodar o compilador para adicionar o suporte.

O compilador então verificará todas as linhas do código e adicionará instruções


otimizadas sempre que for possível. Note que o programa continua sendo compatível
com os processadores sem SSE: caso o programa seja executado em um Pentium III
serão utilizadas as linhas otimizadas para o SSE e caso esteja sendo usado outro
processador serão utilizadas as instruções normais.

Obviamente, a otimização feita pelo programa não é tão eficiente pela feita por um
programador experimente, mas já é melhor que nada. De qualquer forma, o uso deste
compilador deve fazer com que praticamente todos os títulos 3D e multimídia lançados
durante o ano 2000 recebam alguma otimização para o SSE.

As instruções SSE são encontradas em todas as versões do Pentium III e Pentium III
Xeon, sendo este um dos principais diferenciais entre ele e o Celeron, que não é
compatível com as novas instruções.

As versões: Katmai x Coopermine; 100 x 133 MHz

As primeiras versões do Pentium III, de 450, 500, 550 e 600 MHz, foram construídas
usando a mesma técnica de fabricação do Pentium II, ou seja, utilizando o mesmo
encaixe Slot 1, a mesma voltagem de 2.0v, os mesmos 512 KB de cache L2 à metade
da freqüência do processador e o mesmo cache L1 de 32 KB e barramento de 100
MHz. Em essência, não temos nada mais do que um Pentium II com instruções SSE.
Isto significa que, em aplicativos que não foram otimizados para as novas instruções, o
desempenho apresentado por estas versões será rigorosamente o mesmo apresentado
por um Pentium II do mesmo clock. A arquitetura (ou core) utilizada nestes
processadores recebe o nome código de Katmai.

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No caso da versão de 600 MHz, devido à maior freqüência de operação, a voltagem


utilizada pelo processador é maior, 2.05v contra os 2.0v originais. Vale lembrar que o
aumento da voltagem do processador é um dos procedimentos utilizados para fazer
overclock. Este processador possui exatamente a mesma arquitetura, e aquece bem
mais do que as versões mais lentas (outro sintoma de overclock) o que me leva a
concluir, que o Pentium III Katmai de 600 MHz nada mais é do que um Pentium III de
550 MHz que vem overclocado de fábrica.

As próximas versões do Pentium III foram as 533B e 600B. Assim como as anteriores,
estas versões continuam utilizando o core Katmai, a diferença é que enquanto as
versões anteriores utilizavam placas mãe com barramento de 100 MHz, as novas
versões utilizam placas mãe com barramento de 133 MHz. A versão 533A opera a 4x
133 MHz enquanto a 600A opera a 4.5x 133 MHz.

O barramento de 133 MHz vale apenas para a memória RAM; todos os demais
componentes do micro, como placas de vídeo, HDs etc. continuam operando à mesma
freqüência que a 66 ou 100 MHz. Por exemplo, o barramento PCI, que é utilizado
pelos discos rígidos, placas SCSI e algumas placas de vídeo, som e modems, opera
sempre a 33 MHz, independentemente da freqüência da placa mãe ser 66 MHz, 100
MHz ou 133 MHz.

Na verdade, apenas temos a freqüência da placa mãe dividida por respectivamente 2, 3


e 4, resultando sempre nos 33 MHz padrão. O barramento AGP que é utilizado por
placas de vídeo AGP opera sempre a 66 MHz, temos então a freqüência da placa mãe
dividida por 1, 1.5 ou 2.

Como apenas a memória RAM trabalha mais rápido, o ganho de performance


utilizando barramento de 133 MHz é bem pequeno, geralmente ficando abaixo de 3%.
Em compensação, você precisará comprar uma placa mãe capaz de operar a 133 MHz
e também módulos de memória PC-133, capazes de acompanhá-la.

Todas as versões seguintes do Pentium III, o que inclui as verões de 650, 667, 700,
733, 750, 800, 850 e 900 MHz; 500E, 550E, 600E, 533EB, 600EB, 800EB além, claro,
da versão de 1 GHz, utilizam uma arquitetura mais avançada, chamada de
Coopermine. Esta nova arquitetura traz vários avanços sobre a Katmai, utilizada nos
processadores anteriores.

Para começar, temos transístores bem menores, medindo apenas 0.18 mícron (contra
0.25 do core Katmai). Transístores menores geram menos calor, o que permite lançar
processadores mais rápidos. Enquanto utilizando o core Katmai, o limite (com
overclock e tudo) foi o Pentium III de 600 MHz, utilizando o core Coopermine já
temos processadores de até 1 GHz, já sendo planejadas versões ainda mais rápidas
para o futuro.

Transístores menores também ocupam menos espaço, o que permite incluir mais
componentes no núcleo do processador; chegamos então ao segundo avanço. Enquanto
no Pentium II e no Pentium III core Katmai o cache L2 é soldado na placa de circuito,

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sendo composto por dois chips separados, operando à metade da freqüência do


processador, no core Coopermine ele foi movido para dentro do núcleo do
processador, como no Celeron.

Isto permite que o cache L2 opere na mesma freqüência do processador, ao invés de


apenas metade, melhorando bastante o desempenho. O único porém, é que, no core
Coopermine, o cache L2 possui apenas 256 KB, metade do encontrado nas versões
anteriores do PIII. Mas, lembre-se que com míseros 128 KB de cache L2 full-speed o
Celeron consegue bater um Pentium II e muitas aplicações. Os processadores baseados
no core Coopermine tem o dobro de cache L2 que o Celeron, fazendo com que seu
desempenho literalmente pulverize as versões anteriores do Pentium III equipadas com
cache mais lento.

No Pentium II o barramento de comunicação entre o núcleo do processador e o cache


L2 possui apenas 64 bits de largura, o que permite transmitir apenas 8 bytes de dados
por ciclo, limitação que se estende ao core Katmai e também ao Celeron. Não
adiantaria tanto ter um cache mais rápido se não fosse possível transmitir dados ao
processador rapidamente. Outro avanço do core Coopermine consiste em ampliar
barramento de comunicação do cache L2 para 256 bits. Isto permite transferir 32 bytes
de dados por ciclo, o quádruplo dos processadores anteriores.

A quarta e última das principais modificações, foi a inclusão do recurso de “Advanced


System Buffering”, que consiste em aumentar o tamanho dos buffers de dados do
processador, o que melhora a capacidade de processamento e permite a ele beneficiar-
se de toda a potência do cache L2.

Devido a todas estas modificações, o Pentium III Coopermine possui


aproximadamente 21 milhões de transístores (a maior parte consumida pelo cache L2),
contra pouco mais de 9,5 milhões do Pentium II e do Pentium III Katmai.

FC-PGA?

Em seu curso de desenvolvimento, o Pentium III acabou seguindo o mesmo caminho


do Celeron, tendo seu cache L2 incorporado ao núcleo do processador. A fim de cortar
custos, a Intel resolveu lançar versões do Pentium III Coopermine no mesmo formato
PPGA do Celeron. Por um lado isto é bom, pois permite uma diminuição de até 15
dólares no custo final de cada processador, já que não é usada mais a placa de circuito,
mas por outro é ruim, pois nos obriga a comprar um adaptador para poder encaixar um
destes processadores em uma placa mãe Slot 1. No caso do Pentium III Coopermine, o
novo encaixe é chamado de FG-PGA.

O problema maior é que, apesar do encaixe ser o mesmo utilizado pelo Celeron, os
requisitos do processador a nível de fornecimento elétrico são diferentes, já que o
Celeron usa voltagem de 2.0v enquanto o Pentium III Coopermine utiliza 1.6 ou 1.65v
dependendo da versão. Apesar de muitas das placas mãe soquete 370, desenvolvidas

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para o Celeron suportarem barramento de 100 MHz, a maioria é incompatível com o


Coopermine por causa da voltagem diferente.

Estão sendo lançados vários modelos de placas mãe para o Pentium III Coopermine
FC-PGA, que além de satisfazerem os requisitos de corrente elétrica, possuem
barramento de 100 ou 133 MHz.

Novamente, como no caso do Celeron, o Pentium III Coopermine está sendo


produzido tanto em versão FC-PGA quanto em versão Slot 1. Porém, nem todas as
placas mãe Slot 1 do mercado suporta o PIII Coopermine, novamente devido aos
requisitos a nível de alimentação. Estão no mercado claro, placas desenvolvidas
especialmente para estes processadores que, como no caso das placas FC-PGA,
suportam barramento de 133 MHz e atendem aos requisitos de voltagem.

Existem adaptadores que permitem instalar um processador FC-PGA em uma placa


Slot 1, mas de qualquer modo, é necessário que a placa suporte processadores Pentium
III Coopermine, senão nada feito. Os adaptadores para Celeron não servem, é preciso
comprar um adaptador compatível com o Pentium III.

Existem ainda algumas placas mãe, como a FIC KA-11 que possuem ambos os
encaixes, permitindo encaixar qualquer um dos dois tipos de processador sem
necessidade de adaptador. Naturalmente, apenas um dos encaixes poderá ser usado de
cada vez.

Entendendo as variações do Pentium III

Como vimos até aqui, existem várias variações do Pentium III, quanto à voltagem,
quanto à arquitetura, quanto à freqüência de barramento e quanto ao encaixe.

À primeira vista, tudo parece muito confuso, mas depois de uma olhada mais
demorada, você verá que é relativamente simples.

Na tabela a seguir estão marcados os recursos de cada versão do Pentium III. Logo a
seguir virão mais algumas explicações.

Versões Versões de 667 e


Versões de 650,
de 450, Versões Versões 733 MHz, versões
700, 750 e 800
Recursos 500, 550 533B e 500E e 533EB, 600EB,
MHz e versão
e 600 600B 550E 800EB e versão
600E
MHz de 1 GHz
Cooper-
Arquitetura: Katmai Katmai Coopermine Coopermine
mine
Versões Slot 1 Sim Sim Não Sim Sim

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Versões FC-
Não Não Sim Sim Sim
PGA
Versões com
barramento de Sim Não Sim Sim Não
100 MHz
Versões com
barramento de Não Sim Não Não Sim
133 MHz
512 KB 512 KB
256 KB 256 KB 256 KB
Cache L2 half- half-
full-speed full-speed full-speed
speed speed
Advanced
System Não Não Sim Sim Sim
Buffering

A sigla “E” diferencia os processadores com core Coopermine dos com Core Katmai
no caso de versões do mesmo clock, como no caso das versões de 500, 550 e 600
MHz. No caso, os processadores com o “E” são os com core Coopermine.

A sigla “B” (“B” de bus, ou barramento) indica processadores com bus de 133 MHz,
enquanto a combinação “EB” indica processadores que ao mesmo tempo utilizam o
core Coopermine e utilizam bus de 133 MHz, como no caso da versão EB de 800
MHz. Veja que em geral estas siglas são utilizadas para diferenciar processadores do
mesmo clock, não sendo usadas no caso dos processadores de 667 e 733 MHz por
exemplo, já que todos utilizam bus de 133 e core Coopermine.

Pentium III Xeon

O Xeon nada mais é do que uma versão do Pentium III destinada a servidores,
equipada com um cache L2 trabalhando na mesma freqüência do processador e suporte
ao uso de até 4 processadores em paralelo (8 caso a placa mãe possua cluster). Além
das versões com 512 KB de cache, estão disponíveis também versões com 1 MB e 2
MB. Naturalmente, o Pentium III Xeon é muito mais caro do que o Pentium III
normal, sendo seu uso desaconselhável em PCs destinados ao uso doméstico.

Celeron Coopermine (Celeron II)

Assim como o Pentium III, que depois de lançada sua versão de 600 MHz passou a ser
produzido utilizando o core Coopermine, que permite frequências maiores, devido a
uso de transístores menores, o Celeron, seguindo sua evolução natural, também passou
a ser produzido através da nova técnica de produção apartir da versão de 533 MHz.
Note que, apesar de mais raros, também existem Celerons de 533 MHz produzidos
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usando a arquitetura antiga. Para diferenciar as duas séries, o Celeron de 533 MHz
Coopermine é chamado de 533A. Inicialmente, foram lançadas também versões de
566 e 600 MHz.

Mantendo a intenção de vender um processador de baixo custo, que tenha um bom


desempenho, mas que ao mesmo tempo não concorra diretamente com os
processadores mais caros, temos quatro desvantagens do Celeron Coopermine sobre
um Pentium III Coopermine do mesmo clock:

A primeira é a frequência de barramento mais baixa. O Celeron Coopermine continua


utilizando barramento de 66 MHz, com o multiplicador travado. Um Celeron de 600
MHz por exemplo, utiliza multiplicador de 9x! Quanto mais alto o multiplicador, mas
baixo é o desempenho.

A segunda é o fato do Celeron continuar vindo com apenas 128 KB de cache L2 full-
speed (trabalhando na mesma frequência do processador), enquanto o Pentium III
Coopermine vem com o dobro: 256 KB de cache L2, também full-speed.

As duas últimas também referem-se ao cache L2:

Além de menor, o cache L2 do Celeron Coopermine é castrado de mais duas formas.


Primeiro, o cache do Celeron possui 4 linhas de associação, contra 8 linhas do cache
do Pentium III. Mais linhas de associação melhoram a eficiência do cache,
principalmente quando é usada muita memória RAM. Segundo que, no Celeron, o
cache L2 tem latência de dois tempos, enquanto no Pentium III não existe latência.

Somando todos estes fatores, o Celeron realmente fica atrás do Pentium III
Coopermine em termos de desempenho. Em algumas aplicações o Celeron
Coopermine chega a ser 20% mais lento que um Pentium III Coopermine do mesmo
clock. Não é mais como no tempo do Pentium II, onde o Celeron com cache
apresentava quase que o mesmo desempenho que processadores Pentium II do mesmo
clock.

Naturalmente, o Celeron continua sendo uma boa opção caso você deseje comprar um
processador que seja barato, mas que ao mesmo tempo apresente um desempenho
equilibrado, ou então caso pretenda fazer overclock. A versão 533A (com core
Coopermine), por exemplo, chega a 800 MHz sem muita dificuldade.
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Em termos de placa mãe, temos os mesmos requisitos que no Pentium III Coopermine,
já que essencialmente o Celeron II é um Pentium III Coopermine, apenas com as
modificações limitadoras de performance, e em termos de recursos e desempenho não
temos nada muito melhor que tínhamos nas versões antigas do Celeron com cache. As
vantagens do Celeron Coopermine são as versões com clock mais alto, e o suporte às
instruções SSE, que não eram suportadas nas versões anteriores. Veja alguns números
mostrando o desempenho das novas versões do Celeron:

Winstone 2000 Expandable


Quake 3, demo001,
Processador (aplicativos de Timedemo
640x480 (em FPS)
escritório) (640x480)
Celeron 600 MHz 23.4 73 55
Celeron 533 MHz 22.3 69 50
AMD Athlon 600 MHz 27.0 98 77
AMD Athlon 500 MHz 24.5 85 71
Pentium III
27.1 104 73
(Coopermine) 600MHz
(os números em negrito indicam os melhores resultados)

AMD Athlon (K7)

Durante muito tempo, a AMD prometeu um novo processador, onde fosse solucionado
o velho problema de desempenho dos processadores AMD em aplicativos gráficos, e
que finalmente fosse capaz de apresentar um desempenho igual ou superior a um
processador Intel equivalente em todos os aplicativos. Quando finalmente foi lançado,
o K7 como era chamado até então ganhou o apelido de “Athlon”.

O Athlon é um projeto de processador completamente novo, ao contrário do Pentium


III, que utiliza a mesma arquitetura do Pentium II, apenas com as novas instruções
SSE e um cache L2 mais rápido, no caso da versão Coopermine.

A fim de atingir todas as metas de desempenho, a AMD optou por abandonar a idéia
de processador de baixo custo, como tínhamos no K6-x e optar por um projeto
realmente “generoso” em termos de número de transístores e recursos.

Para entender o que faz o Athlon ser mais rápido do que os processadores anteriores da
AMD, nada melhor que fazer um tour pela maneira como ele processa instruções.
Vamos lá:

Até certo ponto, tanto o Pentium III quanto o Athlon e outros processadores x86 atuais
trabalham da mesma maneira. Internamente, o processador é capaz de executar apenas
instruções simples, como somas, leituras ou escritas de dados, comparações, etc.
Basicamente é só isso que o processador sabe fazer. Operações mais complexas, são
conseguidas utilizando-se várias instruções simples. Para calcular uma multiplicação,
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por exemplo, o processador utilizará sequencialmente várias operações de soma. Na


verdade, dentro do processador todas as operações, mesmo as mais complexas, são
calculadas com base em várias operações de soma, feitas entre os valores binários
processados pelo processador. Uma operação de subtração é conseguida executando-se
uma soma com um valor negativo, enquanto uma operação de divisão é conseguida
executando-se uma sequência de operações de subtração. Todas os demais cálculos,
mesmo os cálculos mais complexos, executados pelo coprocessador aritmético, são
resolvidos usando apenas as quatro operações, que por sua vez são obtidas apartir da
simples instrução de soma.

Pois bem, o conjunto de instruções x86, utilizadas pelos programas e com as quais
qualquer processador destinado a micros PC deve ser compatível, é composto tanto
por instruções simples (soma, subtração, leitura, gravação, comparação, etc.) quanto
por instruções muito complexas, que devem ser quebradas em várias instruções
simples para que possam ser executadas pelo processador.

Excluindo-se componentes de apoio como o cache L1, deixando apenas a parte


“funcional” do processador, podemos dividir o processador em três partes.

A primeira parte é o decodificador de instruções. Este componente tem a função de


converter as instruções x86 usadas pelos programas nas instruções simples que podem
ser executadas pelo processador. As instruções simples vão então para uma unidade
de controle, que organiza as instruções da forma que possam ser executadas mais
rapidamente. As instruções formam então uma fila, (scheduler) a fim de permitir que a
unidade de controle tenha tempo de fazer ser trabalho. Lembre-se que os
processadores atuais são superescalares, executam várias instruções por ciclo,
simultaneamente, o que torna essencial a existência de algum circuito que as coloque
numa ordem em que a execução de uma não dependa do resultado da execução de
outra.

Finalmente, temos as unidades de execução, onde as instruções preparadas e


organizadas são finalmente processadas. Veja que todos os circuitos trabalham
simultaneamente, visando que as unidades de execução sempre tenham algo para
processar.

É mais ou menos como num banco, onde aparecem várias pessoas com vários tipos de
tarefas, contas para pagar, depósitos, querendo sacar dinheiro, tirar extratos, etc.
Algumas pessoas querem fazer apenas uma operação (pagar apenas uma conta por
exemplo), enquanto outras querem fazer várias operações (sacar dinheiro, pagar uma
conta, depois depositar um cheque, etc.). Para evitar tumulto, é formada uma fila, onde
cada um aguarda a sua vez e ir ao caixa e fazer o que deseja. No processador temos um
cenário parecido, as unidades de execução são os caixas, onde tudo é realmente feito,
enquanto os demais componentes tem a função de organizar a fila e fazer com que
cada um se dirija ao caixa apropriado.

Poderíamos então dividir o processador em duas partes. A parte da frente, ou a


entrada, composta por todos os circuitos que decodificam e ordenam as instruções dos

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programas; composta pelo decodificador de instruções, unidade de controle, e também


pelos registradores e pelo cache. A parte de trás, ou os “fundos” do processador, seria
então composta pelas unidades de execução, onde realmente são processadas as
instruções. Cada uma das duas partes seriam então igualmente importantes. As
unidades de execução deveriam ser capazes de processar o máximo de instruções
possíveis, enquanto a parte da frente, composta pelos demais componentes, teria a
função de preparar as instruções o mais rápido possível, de modo que as unidades de
execução ficassem ocupadas todo o tempo.

A lógica é que quanto mais unidades de execução tivermos trabalhando ao mesmo


tempo, mais instruções todas juntas serão capazes de processar, e quanto mais circuitos
de decodificação e controle tivermos, mais eficiente será a decodificação das
instruções, resultando em um processador mais rápido. Vamos à uma comparação
direta entre as arquiteturas do Athlon e do Pentium III:

Decodificador de instruções

A primeira grande diferença entre o Athlon e o Pentium III reside na maneira como as
instruções são decodificadas e processadas. Existem basicamente dois tipos de
instruções simples que o processador pode executar: operações aritméticas (soma por
exemplo) e instruções de leitura ou gravação. Na maioria das vezes, uma instrução
aritmética vem junto com uma operação de leitura ou gravação, já que depois de
executar a operação será preciso gravar o resultado em algum lugar.

No Athlon, as instruções são decodificadas na forma de pares. Cada par, chamado


“macro-ops” pode ter uma instrução aritmética e uma instrução de leitura ou gravação.
Caso a opção de leitura ou gravação não seja necessária, o espaço reservado a ela
ficará vago. O Athlon tem dois decodificadores de instruções. O primeiro
decodificador chamado “Hardware decoder”, se encarrega de converter todas as
instruções simples, enquanto o segundo decodificador, chamado de “Microcode
decoder” tem a função de converter as instruções mais complexas. Cada um dos dois
decodificadores pode enviar 3 pares de instruções, ou três macro-ops por ciclo para a
unidade de controle, onde as instruções serão ordenadas e despachadas para as
unidades de execução. Como as unidades de execução do Athlon processam três
instruções por ciclo, este arranjo assegura que em qualquer caso, mesmo caso entrem
apenas instruções simples, ou só instruções complexas, o processador terá pelo menos
três instruções por ciclo para processar.

O Pentium III, por sua vez, internamente processa cada instrução separadamente, e não
em pares com o Athlon. No Pentium III cada instrução é chamada de “uops”.

O Pentium III possui três decodificadores de instruções: temos dois decodificadores


simples, que cuidam das instruções simples, e decodificam apenas uma instrução cada,
e um decodificador mais complexo que cuida das instruções x86 mais complexas. Este
segundo decodificador é capaz de decodificar até 4 instruções por ciclo.

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A princípio, parece um empate técnico, já que somados os três decodificadores, temos


6 instruções por ciclo, como no Athlon. Na prática porém, quando o decodificador de
instruções complexas está ocupado, os dois decodificadores simples param. Isto faz
com que em muitas situações os decodificadores não sejam capazes de produzir todas
as instruções que as unidades de execução podem processar, fazendo com que fiquem
ociosas durante parte do tempo, o que naturalmente, significa perda de performance.

Coprocessador Aritmético

O grande problema do K6-x é o desempenho do coprocessador aritmético, disso você


já deve estar careca de saber. A grande vantagem do coprocessador aritmético
utilizado nos processadores Intel é o fato de utilizarem Pipeline, processando várias
instruções simultaneamente em cada unidade de execução, enquanto o K6-x utiliza um
coprocessador simples, capaz de processar apenas uma instrução simples por ciclo. No
caso do Athlon, a situação se inverte, e o “poderoso” coprocessador do Pentium III
começa a apresentar sinais de cansaço.

Não que seja um mau projeto, muito pelo contrário, o problema é que a Intel vem
utilizando o mesmo coprocessador desde o Pentium Pro, por isso é natural que ele já
esteja ultrapassado.

Tanto no Pentium III quanto no Athlon, o coprocessador aritmético é composto por


três unidades de execução, chamadas de FADD, FMUL e FSTORE. “ADD” é a
abreviação de adição, “MUL” é a abreviação de multiplicação, e “STORE” significa
guardar. Pelos nomes já da para ter uma boa idéia da função de cada uma das unidades
de execução, a FADD executa operações de soma, envolvendo números de ponto
flutuante, a FMUL executa operações de multiplicação, divisão, instruções MMX e
instruções 3D-NOW!, enquanto o FSTORE executa operações de leitura/gravação e
mais algumas operações diversas.

Tanto no Pentium III quanto no Athlon, as três unidades de execução de ponto


flutuante possuem Pipeline, e como são em mesmo número e executam as mesmas
funções, seriam a princípio equivalentes. Apenas a princípio.

No Athlon é possível executar simultaneamente operações de soma, operações de


multiplicação e operações de leitura/gravação, pois cada unidade é completamente
independente das demais. Isto significa que em situações ideais, o coprocessador
aritmético do Athlon é capaz de processar três instruções por ciclo.

Para economizar transístores, os projetistas da Intel optaram por compartilhar as


mesmas sub-unidades de execução entre as unidades de soma e multiplicação do
Pentium III. Isto significa que apenas uma das duas unidades pode funcionar de cada
vez: ou se faz uma multiplicação e mais uma operação de leitura/gravação, ou então se
faz uma soma e mais uma operação de leitura/gravação, nunca as três operações ao

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mesmo tempo. Ao contrário do Athlon, o coprocessador aritmético do Pentium III é


capaz de executar apenas duas instruções por ciclo, em condições ideais.

Como disse, o Athlon não foi desenvolvido tendo em mente economia de transístores e
sim, apenas desempenho. No caso do Pentium III não se pode dizer o mesmo. No caso
do coprocessador aritmético, o motivo da economia é simples: as operações de
multiplicação são na verdade sequências de várias operações de soma. Como as duas
unidades possuem o mesmo núcleo básico (que faz as somas), é possível criar um
projeto onde tanto a unidade de soma quanto a de multiplicação utilizem o mesmo
núcleo. Com isso, é possível economizar um grande número de transístores, mas
perdemos em desempenho, já que apenas uma das unidades poderá usar o núcleo de
soma de cada vez.

Podíamos usar como analogia uma fábrica de automóveis. Imagine que na mesma
fábrica tenhamos duas linhas de produção, uma de carros de passeio e outra de
caminhões, onde cada linha de produção pode entregar um veículo por hora
trabalhando a pleno vapor. Imagine também que esta fábrica está passando por um
processo de redução de custos, e por isso demitiu metade dos funcionários.

Os funcionários que ficaram, foram treinados para saber trabalhar tanto na linha de
produção de carros, quanto na linha de produção de caminhões, mas, naturalmente, um
mesmo funcionário não pode estar nas duas ao mesmo tempo. Ou se produz um carro,
ou se produz um caminhão. Na fábrica do Athlon foram mantidos todos os
funcionários, e por isso é possível manter ambas as linhas funcionando ao mesmo
tempo.

Na prática, o coprocessador do Athlon jamais chega a ser duas vezes mais rápido que o
coprocessador do Pentium III, já que é possível utilizar apenas uma instrução de
leitura/gravação por ciclo, e por que nem sempre é possível agendar uma instrução de
soma e outra de multiplicação num mesmo ciclo, já que a demanda por cada tipo de
instrução dependem do aplicativo que estiver sendo executado. De qualquer maneira, o
coprocessador do Athlon sempre será capaz de trabalhar de forma mais eficiente.

Cache L2, o calcanhar de Aquiles

Até agora, mostrei apenas as vantagens do Athlon sobre o Pentium III. De fato,
tecnicamente falando, o Athlon é um projeto bastante superior em termos de
desempenho. O problema, é que para desenvolver este “projeto superior” a AMD
gastou muito mais transístores que a Intel gastou no Pentium III. O Pentium II, onde o
cache L2 é externo, tem apenas 9,5 milhões de transístores. O Pentium III
Coopermine, tem os mesmos 9,5 milhões de transístores (incluindo o cache L1),
somados a mais 11,5 milhões de transístores que formam o cache L2 integrado ao
núcleo do processador, dando um total de aproximadamente 21 milhões de
transístores.

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O Athlon, por sua vez, é muito mais complexo, e por isso tem muito mais transístores;
um total de 22 milhões de transístores apenas para o núcleo do processador e cache L1.
Caso o Athlon fosse trazer cache L2 integrado ao processador, como traz o Pentium III
Coopermine, então teríamos um total de aproximadamente 33,5 milhões de
transístores!

Como não temos espaço integrar o cache L2 ao núcleo do processador, restou à AMD
a solução de usar cache L2 externo, como a Intel fazia na época do Pentium II.

O problema é que usando cache L2 externo, não há maneira de fazer o cache L2


trabalhar à mesma frequência do processador. No caso do PIII Coopermine e do
Celeron, o cache L2 é feito com os mesmos transístores usados no restante do
processador e por isso pode funcionar tranquilamente na mesma frequência do restante
do processador. No caso do Athlon é necessário utilizar chips externos.

A AMD não fabrica memórias, apenas processadores, por isso é obrigada a comprar
módulos de memória cache de outros fabricantes. Fazendo isso, ela fica limitada a
utilizar os produtos que estes tenham para vender. O problema é que atualmente
(metade do ano 2000) nenhuma companhia tem tecnologia para produzir módulos de
memória cache capazes de operar a mais de 350 MHz a um preço competitivo.

Oras, se o cache L2 utilizado no Athlon trabalha a no máximo 350 MHz, e a AMD


lançou versões do Athlon operando a até 1 GHz, naturalmente o cache L2 opera a uma
fração da frequência do processador, o mesmo caso do Pentium II.

As versões de até 700 MHz do Athlon trazem cache L2 operando à metade da


frequência do processador. As versões de 750, 800 e 850 MHz trazem cache operando
a apenas 2/5 (0.4) da frequência, enquanto nas versões de 900, 950 e 1 GHz o cache
opera a apenas 1/3 da frequência. Veja na tabela abaixo a frequência do cache em cada
versão do Athlon:

Processador Divisor Frequência do cache L2


Athlon 700 MHz 1/2 350 MHz
Athlon 750 MHz 2/5 300 Mhz
Athlon 800 MHz 2/5 320 MHz
Athlon 850 MHz 2/5 340 MHz
Athlon 900 MHz 1/3 300 MHz
Athlon 950 MHz 1/3 316 MHz
Athlon 1 GHz 1/3 333 Mhz

Apesar de em termos de processamento e arquitetura o Athlon ser bastante superior, o


desempenho do Pentium III Coopermine acaba sendo equivalente, ou até mesmo um
pouco superior em muitas aplicações, já que apesar do projeto tecnicamente inferior, o
Coopermine tem um cache L2 mais rápido, o que faz uma enorme diferença.

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Versões

As primeiras versões do Athlon, de 500, 550, 600, 650 e 700MHz foram fabricadas
utilizando-se a velha técnica de fabricação de 0.25 mícron. Disse foram, pois todas
estas versões saíram de linha apartir do lançamento das versões de 0.18 mícron,
produzidas apartir do final de 1999. Dificilmente você encontrará algum processador
de 0.25 à venda atualmente, pois foram produzidas um número relativamente pequeno
de unidades.

As versões de 0.25 utilizam o core K7, enquanto as versões de 0.18 utilizam o core
K75. Em termos de arquitetura não muda absolutamente nada, a única vantagem é que
as versões de 0.18 são mais baratas de se produzir e são capazes de operar a
frequências mais altas.

Atualmente, existem no mercado versões do Athlon de 550, 600, 650, 700, 750, 800,
850, 900, 950 e 1 GHz, sendo que as versões mais antigas, de 550, 600 e 650 Mhz já
estão saindo de linha.
Todas as versões de até 750 MHz, incluindo as antigas versões de 0.25 mícron
utilizam voltagem de 1.6V. As versões de 800 e 850 MHz utilizam voltagem de 1.7V,
enquanto as versões de 900, 950 e 1 GHz utilizam voltagem de 1.8V. Note que a
voltagem mais alta é um meio de assegurar a estabilidade do processador a altas
frequências, o mesmo recurso utilizado quando se faz overclock.

Desempenho
Como disse, o Athlon é um processador tecnicamente superior ao Pentium III
Coopermine, mas devido ao seu cache mais lento acaba apresentando um desempenho
bastante semelhante ao do concorrente numa base clock por clock. Entretanto, o
Athlon apresenta um desempenho muito superior ao do Celeron, Pentium III Katmai,
K6-3 e outros processadores de arquitetura mais antiga. Abaixo, estão alguns números
comparando o desempenho apresentado pelo Athlon com o do Pentium III
Coopermine em alguns aplicativos:

3D Studio MAX R2,


Winstone 2000 tempo de
Quake 3, demo001,
Processador (aplicativos de renderização
640x480 (em FPS)
escritório) (quanto mais baixo
mais rápido)
Athlon 800 Mhz
(KX133 + memórias 30.8 114 153
SDRAM)
Pentium III 800 MHz
(i820 + memórias 31.0 120 163
Rambus)
Pentium III 800 MHz
(i440BX + memórias 30.8 117 165
SDRAM)

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Athlon 700 MHz


(KX133 + memórias 28.7 107 159
SDRAM)
Pentium III 700 MHz
29.0 109 176
(i440BX + SDRAM
Athlon 600 MHz (KX
27.0 100 167
133 + SDRAM)
Pentium III 600
(Coopermine) 26.9 101 184
i440BX + SDRAM
(os números em negrito indicam os melhores resultados)

Athlon Thunderbird

O Athlon deixou de ser o processador mais rápido do mercado depois que a Intel
lançou as novas versões do Pentium III, baseadas no core Coopermine, devido ao seu
(do Athlon) cache L2 mais lento. Enquanto num Pentium III de 900 MHz o cache L2
opera à mesma frequência do processador, num Athlon também de 900 MHz, o cache
L2 operava à apenas 300 MHz, 1/3 da frequência. Disse "operava" pois isto mudou
com o lançamento do Thunderbird.

O novo Athlon traz 256 KB de cache L2 integrados ao núcleo do processador,


operando à mesma frequência deste, contra os 512 KB operando à 1/2, 2/5 ou 1/3 da
frequência encontrados nos modelos antigos. Apesar de vir em menor quantidade, o
cache do Athlon Thunderbird oferece um grande ganho de performance, pois opera à
mesma frequência do processador. Num Athlon Thunderbird de 900 MHz, o cache L2
também opera a 900 MHz.

Mas existe um pequeno problema, o novo Athlon utiliza um novo encaixe, chamado
de "Soquete A", um formato parecido com o Celeron PPGA. Apesar de ser compatível
com as placas Slot A em termos de pinagem, o novo formato exigiria o uso de um
adaptador, como os que usamos para encaixar um Celeron PPGA numa placa mãe Slot
1. Ainda não existe nenhum adaptador para o Athlon Thunderbird no mercado, mas
alguns modelos devem ser lançados em breve. Outro porém, é que muitas placas mãe
Slot A não são compatíveis com o novo processador, mesmo com o uso de um
adaptador, devido à diferença nos tempos de latência. Possivelmente os principais
fabricantes de placas mãe lancem upgrade de BIOS para tornar suas placas
compatíveis, por isso, não deixe de fazer uma visita ao site do fabricante da sua placa
antes de pensar em um upgrade.

Para diferenciar o Athlon Thunderbird dos modelos antigos, basta checar seu formato.
O novo Athlon usa o formato soquete A, enquanto os modelos antigos utilizam o
formato Slot A. A AMD deve produzir algumas séries do Thunderbird no formato Slot
A, mas serão poucos, destinados principalmente à micros de grife, por isso, não espere
encontrá-los à venda facilmente.

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Na imagem abaixo, você pode ver um Thunderbird soquete A ao lado de um Athlon


slot A antigo.

O Athlon Thunderbird está sendo produzido em versões de 700 MHz a 1 GHz, e está
sendo vendido pelo MESMO preço dos modelos antigos. A intenção da AMD parece
ser fazer a substituição o mais rápido possível. Em termos de performance, o
Thunderbird supera um Pentium III Coopermine do mesmo clock na maioria das
aplicações. Em algumas com 7 ou 8% de vantagem sobre um Pentium III do mesmo
clock. Em alguns testes o Pentium III se sai mais rápido, mas no geral o Thunderbird é
superior, e como os demais processadores AMD, continua trazendo a vantagem de
custar menos que um Pentium III do mesmo clock.

AMD Duron
O AMD Duron, novo processador da AMD, que vem como substituto dos cansados
K6-2, para ser
o concorrente direto do Celeron no mercado de baixo custo. Finalmente, o novo
processador está disponível, em versões de 600, 650 e 700 MHz.

O Duron utiliza a mesma arquitetura do Athlon Thunderbird, a nova versão do Athlon,


que comentei a alguns dias atrás. Porém, vem com muito menos cache. Enquanto o
Athlon Thunderbird vem com 256 KB de cache L2 full speed, o Duron vem com
apenas 64 KB de cache L2, também full speed.

Entretanto, apesar da pouca quantidade de cache L2, o Duron traz um enorme cache
L1 de 128 KB, totalizando 192 KB de cache, mais cache que o Celeron, que tem 32
KB de cache L1 e 128 KB de cache L2, totalizando 160 KB de cache.

Em se tratando de cache, o Duron traz mais uma vantagem em relação ao Celeron. No


Duron, o cache L2 é exclusivo, isto significa que os dados depositados no cache L1 e
no cache L2 serão diferentes. Temos então realmente 192 KB de dados depositados em
ambos os caches. No Celeron, o cache é inclusivo, isto significa que os 32 KB do
cache L1 serão sempre cópias de dados armazenados no cache L2. Isto significa que
na prática, temos apenas 128 KB de dados armazenados em ambos os caches.

O Duron utiliza o novo encaixe soquete A, o mesmo utilizado pelo Athlon


Thunderbird. Já existem placas mãe com este encaixe no mercado, mas também é
possível encaixar um Duron ou Athlon Thunderbird numa placa mãe Slot A antiga
utilizando um adaptador Slot A/ soquete A. Já existem alguns modelos de adaptadores
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disponíveis. Vale lembrar que os novos processadores não são compatíveis com todas
as placas Slot A antigas, na maioria dos casos é preciso atualizar o Bios para adicionar
o suporte. Verifique na pagina do fabricante da sua placa mãe se existe algum upgrade
disponível.

Apesar dos encaixes serem parecidos, o Duron NÃO é compatível com placas FC-
PGA para processadores Intel, nem existe nenhum tipo de adaptador.

Os próximos lançamentos

Desde que a AMD lançou o Athlon e começou a concorrer diretamente com a Intel no
ramo de processadores de alto desempenho, inclusive conseguindo lançar novas
versões antes da Intel, tivemos uma aceleração muito grande na frequência dos
lançamentos, justamente por que uma compania não quer ficar atrás da outra.

A prova é que num período de pouco mais de 5 meses, as frequências de operação


tanto do Pentium III quanto do Athlon dobraram, saltando das versões de 500 MHz
que tínhamos no final de 99, para as versões de 1 GHz lançadas em Abril. Isto mostra
que os dois fabricantes estão colocando novos chips no mercado assim que são
desenvolvidos.

Provavelmente, teremos novos lançamentos de chips apenas em Agosto ou Setembro,


mas novamente uma verdadeira enxurrada, tanto de novos processadores AMD quanto
de novos processadores Intel. Nas próximas páginas procurarei dar uma noção o mais
precisa possível dos recursos que serão trazidos pelos novos processadores.
Naturalmente, pode existir uma certa margem de erro aqui, pois estas são as
informações divulgadas pelos fabricantes até o momento, ou seja, são apenas planos,
que podem mudar caso haja alguma mudança significativa no mercado.

Os nomes que cito aqui são os nomes código. Possivelmente, quando estes
processadores forem lançados, sejam adotados nomes mais comerciais.

AMD Mustang

Definitivamente, a AMD parece estar determinada a concorrer diretamente com a Intel


em todas as frentes. Tudo começou com os K6-x que concorriam no mercado de baixo
custo. Depois veio o Athlon, para concorrer com o Pentium III no mercado de chips de
alto desempenho para o mercado doméstico. Finalmente, fechando a trinca, a AMD
deve lançar o Mustang em Novembro-Dezembro deste ano, que passará a concorrer
com o Pentium III Xeon no mercado de servidores e máquinas de alto desempenho.

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O Mustang será basicamente um Thunderbird com mais cache L2 integrado. Existirão


versões com 512 KB, 1 MB e 2 MB, todas com cache on-die, operando à mesma
frequência do processador. Ainda existem poucas informações disponíveis sobre este
novo processador, e continua sendo um mistério como a AMD conseguirá integrar
tanto cache ao núcleo do processador, afinal, 2 MB de cache L2 full-speed
correspondem a aproximadamente 90 milhões de transístores. Ao ser lançado, o
Mustang deverá ser vendido com o nome de “Athlon Ultra”.

Intel Willamette

O Willamette será o sucessor do Pentium III. Este novo processador deverá ser
lançado entre Novembro e Dezembro deste ano, caso não hajam atrasos. As versões
iniciais operarão a 1.3 e 1.4 GHz e está previsto o lançamento uma terceira versão,
operando a 1.5 GHz, no início de 2001.

Um dado interessante é que o Willamette será produzido usando a mesma técnica de


0.18 mícron usada no Pentium III mas, mesmo assim, a Intel pretende atingir
frequências de operação superiores a 1.5 GHz com este novo processador. A estratégia
usada para conseguir frequências tão altas foi aumentar o número de estágios do
Pipeline do Willamette. Enquanto no Pentium III temos um Pipeline de 10 estágios, no
Willamette teremos um Pipeline de nada menos que 20 estágios. Neste caso, o
aumento do número de estágios não servirá para aumentar a performance, mas sim
para diminuir a quantidade de operações feitas em cada estágio. Executando menos
operações em cada estágio, é possível conseguir frequências de operação maiores.
Aliás, a Intel apresentou um protótipo do Willamette, já trabalhando a 1.5 GHz, no seu
“Intel Developer Forun”, uma conferência de desenvolvedores realizada em Fevereiro
de 2000.

Além de operar a frequências mais altas, o Willamette trará mais três grandes
inovações sobre o Pentium III:

A primeira é o “Double Pumped ALU”. A sigla ALU refere-se à parte do processador


que cuida do processamento de inteiros e, “Double Pumped” refere-se a algo capaz de
executar duas operações por ciclo. Trocando em miúdos, esta nova tecnologia
permitirá ao Willamette executar duas operações de números inteiros por ciclo, o que
deverá aumentar bastante seu desempenho em aplicações de escritório, algo entre 20 e
40%. Entretanto, a Intel não divulgou nenhuma informação sobre o coprocessador
aritmético do Willamette, o que me leva a acreditar que será basicamente o mesmo
utilizado no Pentium III, mas é apenas uma suposição.

A segunda inovação ficará por conta das novas instruções SSE, conhecidas como SSE
2. No total, temos 144 novas instruções, que complementarão as instruções SSE e
MMX antigas, permitindo executar instruções de ponto flutuante de dupla precisão. As
novas instruções também permitem melhorias no acesso à memória e cache.

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Finalmente, a terceira mudança, diz respeito ao barramento de comunicação com o


chipset. O Bus GTL+ utilizado pelo Pentium III opera a 100 ou 133 MHz realizando
apenas uma transferência de dados por ciclo. No Willamette o bus operará aos mesmos
100 ou 133 MHz, mas será capaz de realizar quatro transferências por ciclo. Isto
ajudará bastante o Willamette em sistemas multiprocessados, mas melhorará muito
pouco o desempenho ao ser utilizado apenas um processador.

Intel Timna

O Timna utilizará o mesmo projeto de chip do Celeron, mas além dos 128 KB de
cache, trará integrados ao núcleo do processador também um chipset de video e o
controlador de acesso à memória. A idéia é muito parecida com a do Media GX
lançado pela Cyrix a alguns anos atrás: integrar mais componentes ao processador,
permitindo criar micros de baixo custo.

O Timna deverá ser uma opção ao Celeron no ramo de micros de baixo custo, sendo
uma boa opção também para notebooks, devido ao seu baixo consumo elétrico.

A próxima geração de chips

Os primeiros microprocessadores, lançados no início da década de 70, trabalhavam


com palavras binárias de apenas 8 bits. Devido a isto, estes chips eram extremamente
limitados em termos de capacidade de acesso à memória e em termos de poder de
processamento.

No final da década de 70, começaram a surgir os primeiros processadores de 16 bits,


como o 8086. Manipulando mais bits, era possível trabalhar com uma variedade muito
maior de dados e ter uma precisão muito maior nos cálculos aritméticos, apesar de
ainda serem conservadas muitas limitações, principalmente com relação ao acesso à
memória e a dados, até que, finalmente, surgiram os processadores de 32 bits, que
utilizamos até hoje.

O surgimento dos processadores de 64 bits, será mais um passo natural na evolução


dos PCs. As vantagens da nova plataforma serão muitas, principalmente nos jogos e
aplicações gráficas em geral e, claro, no ramo de servidores.

A Intel já vem trabalhando a pelo menos 3 anos no seu Merced, que atualmente vem
sendo chamado de Itanium e provavelmente será a primeira neste segmento. A AMD
por sua vez, pretende responder com seu Sledgehammer. Vamos a algumas
informações que já estão disponíveis sobre os dois:

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Intel Itanium (antigo Merced)

Durante anos, muito se ouviu dizer a respeito do Intel Merced. Já houveram até muitas
previsões de lançamento, mas sempre foram mais boatos que verdades.

Depois de mudar até o nome do projeto, finalmente parece que o Merced, ou melhor,
Itanium, vai sair. O chip já está em fase final de desenvolvimento, já estão sendo
produzidas até mesmo algumas amostras.

Pelo menos inicialmente, o Itanium não se destina ao mercado doméstico, mas sim ao
mercado de servidores, onde concorrerá principalmente com os processadores RISC
atualmente disponíveis.

Como temos uma arquitetura completamente nova, fica difícil tentar prever qual vai
ser o desempenho do novo processador, mas as principais novidades com relação à
arquitetura são as seguintes:

Arquitetura EPIC: Abreviação de “Explicitly Parallel Instruction Computing”,


consiste em uma nova arquitetura, nem RISC, nem CISC, onde o processador é capaz
de processar várias instruções simultaneamente.

Os processadores atuais, possuem várias unidades de execução, que trabalham


paralelamente. Porém, os programas não são otimizados para este recurso, pelo
contrário, enviam uma instrução de cada vez. O decodificador de instruções e a
unidade de controle, têm então a tarefa de ordenar as instruções, de modo que todas as
unidades de execução permaneçam ocupadas durante a maior parte do tempo.

Um processador EPIC já trabalha de forma diferente. Ao invés de várias unidades de


execução separadas, temos uma única unidade de execução, capaz de processar várias
instruções simultaneamente.

Neste caso, temos possibilidade de obter um desempenho bastante superior, mas ao


mesmo tempo, existe a necessidade dos softwares serem otimizados para a nova
arquitetura.

Processador de 64 bits: O fato do Itanium ser um processador de 64 bits, traz como


vantagens a possibilidade de manipular 8 bytes de dados de cada vez, o que permite a
execução de instruções mais complexas e poderosas em um único ciclo de clock e a
possibilidade de acessar muito mais memória. Os processadores de 32 bits que temos
atualmente, são capazes de acessar 2³² bits de memória, o que corresponde a 4
Gigabytes. Muita gente já utiliza 256 ou mesmo 512 MB de memória RAM e, em
servidores de rede, esta quantidade pode saltar facilmente para 2 Gigabytes ou mais.
Como vê, os 4 Gigabytes de memória estão próximos de tornarem-se uma limitação.

Por ser um processador de 64 bits, o Itanium será capaz de acessar bits de memória,
o que corresponde a cerca de 2 milhões de Terabytes de memória RAM.

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Compatibilidade com as instruções x86: O Itanium oferecerá compatibilidade


retroativa com as instruções x86 de 32 bits. Isto significa que ele rodará todos os
programas que utilizamos atualmente. Porém, executando instruções de 32 bits, o
Itanium oferecerá uma performance equivalente, ou até mesmo inferior a um Pentium
III do mesmo clock. Seu potencial só será utilizado ao serem executados programas
compilados utilizando o novo conjunto de instruções de 64 bits utilizado por ele, o IA-
64.

Registradores: Dentro do processador, temos várias pequenas área de memória ultra


rápida, que armazenam os dados e instruções que estão sendo processados. Os dados
são transferidos do cache para os registradores e em seguida processados. Quanto mais
registradores, melhor será o desempenho do processador.

O Itanium tem um total de 384 registradores, sendo 128 para uso geral, 128 para
cálculos de ponto flutuante e mais 128 para o recurso de execução especulativa.

Cache de três níveis: O Itanium utilizará 3 níveis de cache, assim como o K6-3. Tanto
o cache L1 quanto o cache L2 operarão na mesma freqüência do processador,
enquanto o cache L3 será um pouco mais lento, porém em maior quantidade. Cogita-se
o uso de até 4 MB de cache L3. Tanto o cache L1 quanto o cache L2 são integrados ao
núcleo do processador, enquanto o cache L3 é externo.

Distribuição do sinal de clock: Internamente, um microprocessador é formado por


vários subcomponentes e o sinal de clock, recebido da placa mãe, é quem faz todos
trabalharem sincronizadamente. Este é um dos motivos pelo qual um
microprocessador deve ser pequeno. Como o sinal de clock é um sinal elétrico, ele
demora um certo tempo para percorrer todo o processador. A princípio, este tempo
pode parecer muito pequeno, mas quanto falamos em 1000 ou 1500 milhões de ciclos
por segundo, qualquer fração de tempo faz diferença.

O Itanium será provavelmente o maior processador (em termos de espaço físico) já


produzido pela Intel. Para minimizar o retardo causado pela distância física a ser
percorrida pelo sinal de clock, o Itanium possui vários nós de distribuição, uma
espécie de atalho, que faz o sinal atingir as áreas mais remotas do processador mais
rapidamente.

Instruções por clock: Devido à sua arquitetura EPIC, o Itanium é capaz de processar
6 instruções por ciclo de clock. Naturalmente, não é possível manter a unidade de
execução completamente ocupada durante todo o tempo, mas de qualquer maneira é
um dado impressionante.

Mais cedo ou mais tarde, o Itanium, junto com outros processadores de 64 bits,
chegarão ao mercado doméstico, mas provavelmente não serão opções viáveis em
termos de custo beneficio durante os próximos dois anos, até que os preços caiam e

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tenhamos uma grande oferta de programas otimizados para eles. Por hora, o Itanium
terá como público alvo o ramo de servidores e Workstations.

AMD Sledgehammer

A AMD também vem trabalhando em um processador de 64 bits, o Sledgehammer,


que deverá ser lançado alguns meses depois do Itanium.

Atualmente, pouco se sabe sobre os recursos deste novo processador e seu estágio de
desenvolvimento é desconhecido. Sabe-se que apesar das diferenças de arquitetura, ele
será compatível com o Itanium, porém, as instruções de 64 bits serão implantadas
como extensões das instruções x86 padrão. Isto significa que, provavelmente, o
Sledgehammer será mais rápido que o Itanium ao processar instruções de 32 bits,
apesar de seu desempenho ainda ser uma incógnita.

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Capítulo 4:
Memória RAM

A memória RAM é mais um dos componentes essenciais dos micros PCs. O


processador utiliza a memória RAM para armazenar programas e dados que estão em
uso, ficando impossibilitado de trabalhar sem pelo menos uma quantidade mínima
dela.

A sigla “RAM” significa “Ramdom Access Memory” ou “memória de acesso


aleatório”. Este nome é mais do que adequado, pois a principal característica da
memória RAM é a capacidade de fornecer qualquer dado anteriormente gravado, com
um tempo de resposta e uma velocidade de transferência centenas de vezes superior à
dos dispositivos de memória de massa, como o disco rígido.

Mais uma característica marcante da memória RAM é o fato dela ser volátil,
precisando ser constantemente reenergizada para conservar os dados gravados. Como
numa calculadora, perdemos todos os dados nela armazenados quando desligamos o
micro. Se por exemplo você estiver escrevendo uma carta no Word, e, de repente
houver um pico de tensão e o micro reinicializar, sem lhe dar tempo para salvar a carta
no disco rígido, você perderá todo seu trabalho.

Antigamente, os módulos de memória RAM custavam muito caro. Há poucos anos


atrás, pagávamos cerca de 40 dólares por Megabyte. Justamente devido ao alto preço,
muitos computadores vinham equipados com apenas 8 ou mesmo 4 MB de memória,
sendo que o recomendável para rodar sistemas gráficos como o Windows 95 seriam
pelo menos 16. Felizmente, tivemos nos últimos anos uma queda vertiginosa no preço
das memórias, sendo atualmente possível encontrar memórias SDRAM à venda por
menos de 1,50 dólares por Megabyte.

O baixo preço atual, justifica o uso de 64 ou mesmo 128 Megabytes de memória. A


quantidade e velocidade das memórias são mais importantes que a própria velocidade
do processador, principalmente para quem trabalha apenas com aplicativos de
escritório, com imagens, ou costuma trabalhar com vários aplicativos abertos ao
mesmo tempo. De nada adianta termos um processador muito rápido, se devido à
pouca quantidade de memória disponível, seu desempenho é sub-utilizado devido ao
uso de memória virtual, ficando limitado à performance do disco rígido.

Para você ter uma idéia do quanto a quantidade de memória RAM é importante, um
simples 486 com uma quantidade razoável de memória RAM (32 MB ou mais) é capaz

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de rodar o Windows 95/98 e a maioria dos aplicativos mais rápido do que um Pentium
III de 500 MHz com apenas 8 MB de memória. Afinal, o que é mais rápido, um
processador 486, ou o disco rígido usado no Pentium III? :-)

Claro que o ideal é sempre termos um sistema equilibrado; não adianta também querer
instalar 64 MB de memória RAM em um 386.

Funcionamento

Os chips de memória RAM possuem uma estrutura extremamente simples. Para cada
bit 1 ou 0 a ser armazenado, temos um minúsculo capacitor; quando o capacitor está
carregado eletricamente temos um bit 1 e quando ele está descarregado temos um bit
0. Para cada capacitor temos um transistor, encarregado de ler o bit armazenado em
seu interior e transmiti-lo ao controlador de memória.

A produção de chips de memória é similar ao de processadores: também utilizamos


um waffer de silício como base e um laser para marcá-lo. A diferença é que os chips
de memória são compostos basicamente de apenas uma estrutura básica: o conjunto
capacitor/transistor, que é repetida alguns milhões de vezes, enquanto os processadores
são formados por estruturas muito mais complexas. Devido a esta simplicidade, um
chip de memória é muito mais barato de se produzir do que um processador. Um pente
de 64 MB por exemplo, é constituído de aproximadamente 512 milhões de transístores
(um para cada bit), quase 50 vezes mais do que temos em um processador Pentium II.
Apesar disso, o pente de memória é mais barato.

Acesso a dados

Para ler e gravar dados na memória, assim como controlar todo o trânsito de dados
entre a memória e os demais componentes do micro, é usado mais um circuito,
chamado controlador de memória, que faz parte do chipset localizado na placa mãe.

Para facilitar o acesso a dados, dividimos os módulos de memória em linhas e colunas.


Para acessar um determinado transistor (seja para gravar ou ler dados), o controlador
de memória primeiro gera o valor RAS, ou o número da coluna da qual o transistor faz
parte, sendo gerado em seguida o valor CAS, que corresponde à coluna.

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Formato

Os chips de memória são frágeis placas de silício, que precisam ser encapsulados em
alguma estrutura mais resistente antes de serem transportados e encaixados na placa
mãe. Assim como temos vários tipos de encapsulamento diferentes para processadores,
temos vários formatos de módulos de memória.

Módulo DIP (Dual In-line Package)

Os módulos DIP são encapsulamentos de plástico ou cerâmica, que protegem o chip,


facilitam a dissipação de calor, e tornam mais acessíveis seus terminais, facilitando o
encaixe ou a soldagem.

Em micros mais antigos, principalmente XTs, 286s e os primeiros micros com


processadores 386, os chips DIP eram soldados diretamente à placa mãe, ou em alguns
casos, encaixados individualmente em soquetes disponíveis na placa. Este sistema
porém, trazia várias desvantagens, por dificultar (ou mesmo impossibilitar) upgrades
de memória ou a substituição de módulos defeituosos.

Módulo SIMM de 30 vias

Para tornar mais fácil a substituição dos chips de memória, assim como, tornar sua
instalação fácil até mesmo para usuários inexperientes, foram criados os módulos de
memória (pequenas placas de circuito onde os chips DIP são soldados) que são
encaixados em soquetes disponíveis na placa mãe.

Os primeiros módulos de memória criados são chamados de módulos SIMM, sigla que
significa “Single In Line Memory Module”, justamente por que existe uma única via
de contatos. Apesar de existirem contatos também na parte de trás do pente, eles
servem apenas como uma extensão dos contatos frontais, existindo apenas para
aumentar a área de contato com o soquete. Examinando o pente você verá um pequeno
orifício em cada contato, que serve justamente para unificar os dois lados.

Os primeiros módulos SIMM possuíam 30 vias, e eram capazes de trabalhar com


transferências de até 8 bits por vez. Estes módulos foram utilizados em micros 386 e
486, e foram fabricados em varias capacidades, sendo os mais comuns os de 256KB,
1MB e 4 MB, existindo também módulos de 512 KB, 8 MB e 16 MB.

Como tanto o 386 quanto o 486 são processadores que acessam a memória usando
palavras de 32 bits, é preciso combinar 4 pentes para formar cada banco de memória.

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Nos micros equipados com processadores 386SX são necessários apenas 2 pentes, já
que o 386SX acessa a memória usando palavras de apenas 16 bits.

Modulo SIMM de 72 vias

Apesar de serem muito mais práticos do que os chips DIP, os módulos SIMM de 30
vias ainda eram bastante inconvenientes, já que era preciso usar 4 pentes idênticos para
formar cada banco de memória. Para solucionar este problema, os fabricantes criaram
um novo tipo de pente de memória SIMM, de 32 bits, que possui 72 vias. Esse tipo de
memória foi usado em micros 486 mais modernos e tornou-se padrão em micros
Pentium.

Ao invés de quatro pentes, é preciso apenas um pente SIMM de 72 vias para formar
cada banco de memória nos micros 486. Como o Pentium acessa a memória usando
palavras de 64 bits, são necessários 2 pentes em cada banco.

Modulo DIMM de 168 vias

Ao contrario dos módulos SIMM de 30 e 72 vias, os módulos DIMM possuem


contatos em ambos os lados do pente, o que justifica seu nome, “Double In Line
Memory Module” ou “módulo de memória com duas linhas de contato”. Os módulos
DIMM trabalham com palavras binárias de 64 bits, o que dispensa seu uso em pares,
em micros equipados com processadores Pentium ou superiores.

De cima para baixo, módulos de 168 vias, 72 vias e 30 vias

Existe também uma versão miniaturizada de módulo DIMM, chamada “small outline
DIMM” ou SODIMM, utilizada em notebooks.

Bancos de Memória

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O processador pode trabalhar com qualquer quantidade de memória, a partir de um


mínimo de 64 KB. Porém, é preciso que exista um barramento de dados suficiente.
Uma quantidade qualquer de memória, que atenda às exigências do processador
quanto à largura de barramento é chamada de banco de memória.

No Pentium, cada banco de memória deve ser capaz de permitir o acesso de 64 bits de
dados por vez, enquanto nos processadores 386 e 486 é necessário um barramento de
32 bits. Caso o módulo de memória possua um barramento de dados mais estreito que
o necessário, é preciso combinar dois ou mais módulos para formar cada banco.

Como os módulos SIMM de 30 vias possuem um barramento de apenas 8 bits, são


necessários 4 pentes para formar um banco de memória em um micro 386 ou 486. Se
estes módulos antigos chegassem a ser utilizados em micros Pentium, seriam
necessários 8 pentes para formar cada banco.

Os módulos SIMM de 72 vias já possuem um barramento de 32 bits, sendo um único


pente suficiente para completar um banco de memória em um 486, e 2 pentes
necessários para completar os 64 bits exigidos pelo Pentium.

Finalmente, os módulos DIMM possuem um barramento de 64 bits, sendo necessário


apenas um pente para formar um banco em micros equipados com processadores
Pentium ou superiores.

Dentro de um banco, todos os módulos são acessados ao mesmo tempo, como se


fossem um só. Por isso, é necessário que todos os módulos sejam capazes de responder
aos chamados do controlador de memória sincronizadamente, como uma orquestra. A
mínima falta de sincronia entre os módulos irá causar instabilidade no sistema, que
poderá levar a travamentos. Por isso, é altamente recomendável que sejam utilizados
sempre módulos idênticos dentro de um mesmo banco (mesma marca, mesma
capacidade, mesmo tempo de acesso, etc.), de preferência comprados juntos.

Geralmente temos numa placa mãe, dois ou três bancos de memória, que são
numerados a partir de 0 (banco 0, banco 1, banco 2, etc.). Não existe problema em usar
módulos de memória diferentes em bancos diferentes. Você pode até mesmo misturar
módulos de diferentes velocidades, de 70 e 60 nanos por exemplo, desde que configure
os tempos de espera no Setup para a velocidade do pente mais lento.

Uma curiosidade é que algumas placas mãe para Pentium, podem trabalhar com
apenas um módulo de 72 vias. Neste caso, a placa engana o processador, fazendo dois
acessos de 32 bits consecutivos, e entregando os dados de uma só vez para o
processador. Apesar de funcionar, este esquema reduz bastante a velocidade do micro,
pois a velocidade de acesso à memória ficará reduzida à metade.

Tecnologias utilizadas

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Apesar de nem de longe as memórias terem acompanhado o desenvolvimento dos


processadores, elas também contribuíram com sua parcela de desenvolvimento. Desde
as primeiras memórias do início da década de 80, até as memórias produzidas
atualmente, é usada a mesma estrutura básica formada por um capacitor e um
transistor para cada bit de dados, foram porém, realizadas melhorias na forma de
organização física e na forma de acesso, que permitiram melhorar consideravelmente a
velocidade de acesso.

Também foi possível aumentar a velocidade de acesso aos dados depositados na


memória através do aumento do barramento de dados. O PC original era capaz de ler
apenas 8 bits por ciclo de clock, enquanto o Pentium pode ler 64 bits por ciclo: 8 vezes
mais.

Memórias Regulares

As memórias regulares ou “comuns” foram o primeiro tipo de memória usado em


micros PC. Neste tipo antigo de memória, o acesso é feito enviando primeiro o
endereço RAS e em seguida o endereço CAS, da forma mais simples possível. Este
tipo de memória foi fabricado com velocidades de acesso a partir de 150
nonosegundos (bilhonésimos de segundo), mais do que suficientes para suportar o
BUS de 4,77 MHz do PC original. Foram desenvolvidas posteriormente versões de
120, 100 e 80 nanos para serem utilizadas em micros 286.

As memórias regulares são encontradas apenas na forma de módulos DIP, e foram


utilizadas em micros XT, 286 e em alguns dos primeiros micros 386.

Memórias FPM (Fast Page Mode)

A primeira melhora significativa na arquitetura das memórias veio com o FPM, ou


“modo acesso rápido.” A idéia é que, ao ler um arquivo qualquer gravado na memória,
os dados estão na maioria das vezes gravados seqüencialmente. Não seria preciso
então enviar o endereço RAS e CAS para cada bit a ser lido, mas simplesmente enviar
o endereço RAS (linha) uma vez e em seguida enviar vários endereços CAS (coluna).

Devido ao novo método de acesso, as memórias FPM conseguem ser cerca de 30%
mais rápidas que as memórias regulares, e apesar de já não serem fabricadas ha
bastante tempo, foram utilizadas em micros 386, 486 e nos primeiros micros Pentium.

Você encontrará memórias FPM na forma de pentes SIMM de 30 ou 72 vias e com


velocidades de acesso de 80, 70 e 60 nanos, sendo as de 70 nanos as mais comuns. Os
tempos de acesso representam em quanto tempo a memória pode disponibilizar um

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dado requisitado. Quanto mais baixos forem os tempos de espera, mais rápidas serão
as memórias.

Instaladas em uma placa mãe que funcione com BUS de 66 MHz, os tempos de espera
de memórias FPM (Wait States) não podem ser menores do que 5-3-3-3, o que
significa que o processador terá de esperar cinco ciclos da placa mãe para a memória
efetuar a primeira leitura de dados e somente mais 3 ciclos para cada leitura
subsequente. Os tempos de espera das memórias podem ser configurados através do
Setup, que vamos examinar mais a fundo mais adiabte.

Memórias EDO (Extended Data Output)

As memórias EDO foram criadas em 94, e trouxeram mais uma melhoria significativa
no modo de acesso a dados. Além de ser mantido o “modo de acesso rápido” das
memórias FPM, foram feitas algumas modificações para permitir mais um pequeno
truque, através do qual um acesso à dados pode ser iniciado antes que o anterior
termine, permitindo aumentar perceptivelmente a velocidade dos acessos. O novo
modo de acesso permite que as memórias EDO funcionem com tempos de acesso de
apenas 5-2-2-2 em uma placa mãe com BUS de 66 MHz, um ganho de 25%.

Apesar de já ultrapassado, este tipo de memória ainda é muito usado atualmente, sendo
fabricado com tempos de acesso de 70, 60 e 50 nanos, com predominância dos
módulos de 60 nanos. As memórias EDO são encontradas em módulos de 72 vias,
existindo também alguns casos raros de memórias EDO na forma de módulos DIMM.

As melhorias na arquitetura das memórias EDO tornaram-nas incompatíveis com


placas mãe equipadas com chipsets mais antigos. Basicamente, apenas as placas para
processadores Pentium e algumas placas mãe para 486 com slots PCI (as mais
recentes) aceitam trabalhar com memórias EDO. Existem também placas “tolerantes”
que funcionam com memórias EDO, apesar de não serem capazes de tirar proveito do
modo de acesso mais rápido, e finalmente, as placas incompatíveis, que nem chegam a
inicializar caso sejam instaladas memórias EDO.

Memórias BEDO (Burst Extended Data Output RAM)

As memórias BEDO utilizam uma espécie de Pipeline para permitir acessos mais
rápidos. Em um BUS de 66 MHz, as memórias BEDO são capazes de funcionar com
temporização de 5-1-1-1, quase 30% mais rápido que as memórias EDO. O mais
interessante é que o custo de produção das memórias BEDO é praticamente o mesmo
das memórias EDO e FPM.

O maior impedimento à popularização das memórias BEDO foi a falta de suporte por
parte dos chipsets Intel, que suportavam apenas memórias EDO e SDRAM (no caso

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dos mais modernos). No final, as sucessoras das memórias EDO acabaram sendo as
memórias SDRAM, que apesar de um pouco mais caras, oferecem uma performance
levemente superior às BEDO e desfrutam de compatibilidade com todos os chipsets
modernos.

Memórias SDRAM (Synchronous Dynamic RAM)

Tanto as memórias FPM quanto as memórias EDO são assíncronas, isto significa que
elas trabalham em seu próprio ritmo, independentemente dos ciclos da placa mãe. Isso
explica por que memórias FPM que foram projetadas para funcionar em placas para
processadores 386 ou 486 (que trabalham com BUS de 25 ou 33 MHz), rodam sem
problemas em placas para processadores Pentium, que funcionam a 66 MHz. Na
verdade, as memórias continuam funcionando na mesma velocidade, o que muda são
os tempos de espera que passam a ser mais altos. Assim, ao invés de responder a cada
2 ciclos da placa mãe, por exemplo, elas podem passar a responder a cada 4 ciclos,
funcionando normalmente.

As memórias SDRAM por sua vez, são capazes de trabalhar sincronizadas com os
ciclos da placa mãe, sem tempos de espera. Isto significa, que a temporização de uma
memória SDRAM é sempre de uma leitura por ciclo. Independentemente da
velocidade de barramento utilizada, a temporização das memórias SDRAM poderá ser
de 5-1-1-1. Observe que apenas a partir do segundo ciclo a memória é capaz de manter
um acesso por ciclo, o primeiro acesso continua tão lento quanto em memórias EDO e
FMP, consumindo 5 ciclos.

Como é preciso que a memória SDRAM a ser usada seja rápida o suficiente para
acompanhar a placa mãe, encontramos no mercado versões com tempos de acesso
entre 15 e 6 nanossegundos.

Para determinar a velocidade máxima de operação de uma memória SDRAM, basta


dividir 1000 pelo seu tempo de acesso: uma memória SDRAM com tempo de acesso
de 15 nanos poderia funcionar com BUS de apenas 66 MHz, já que 1000/15 = 66.
Outra com tempo de acesso de 12 nanos já poderia funcionar com BUS de 75 ou até
83 MHz, já que 1000/12 = 83. Para confirmar a validade deste cálculo, basta dividir 1
segundo por 83.000.000 de ciclos da placa mãe e teremos justamente 12 nanos.

Vale lembrar que estes valores são apenas teóricos; uma memória SDRAM comum,
com tempo de acesso de 10 nanos por exemplo, não tem garantido o seu
funcionamento com BUS de 100 MHz, pois foi projetada para ter seu funcionamento
garantido a apenas 66 MHz.

Justamente o fato de funcionarem sincronizadas com os ciclos da placa mãe torna as


memórias SDRAM muito mais rápidas que suas antecessoras. Uma memória SDRAM
com tempo de acesso de 12 nanossegundos consegue ser cerca de 30% mais rápida que
uma memória EDO de 60 nanos num BUS de 66 MHz (5 + 1 + 1 + 1 = 8 ciclos por 4

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acessos na memória SDRAM contra 5 + 2 + 2 + 2 = 11 ciclos por 4 acessos da


memória EDO) e quase 50% mais rápida num BUS de 83 MHz (5 + 1 + 1 + 1 = 8 da
memória SDRAM contra 6 + 3 + 3 + 3 = 15 da memória EDO). Caso fosse utilizado
um barramento de 100 MHz (neste caso precisaríamos de memórias PC-100), as
memórias EDO se mostrariam quase 2,5 vezes mais lentas (5 + 1 + 1 + 1 = 8 contra 7
+ 4 + 4 + 4 = 19).

Por não trabalharem sincronizadas com o clock da placa mãe, as memórias FPM e
EDO poderiam trabalhar com qualquer velocidade de barramento, 100, 133, 200 MHz,
ou até mais, desde que os tempos de espera fossem setados corretamente. Porém,
quanto mais alta a velocidade, maiores teriam que ser os tempos de espera e pior seria
o desempenho das memórias. Por isso, não se costuma utilizar memórias EDO ou
FPM em velocidades de barramento superiores a 75 MHz, apenas memórias SDRAM.

Tempos de Tempos de Tempos de Tempo de


Tecnologia espera mínimos espera mínimos espera mínimos acesso mais
a 66 MHz a 83 MHz a 100 MHz comum

Regular 5-5-5-5 = 20 x x 120 nanos

6-4-4-4 = 18
FPM 5-3-3-3 = 14 x 70 nanos
(não utilizado)
6-3-3-3 = 15
(suportado por
7-4-4-4 = 19
EDO 5-2-2-2 = 11 algumas placas, 60 nanos
(não utilizado)
mas não
utilizado)
6-1-1-1 = 9 7-1-1-1 = 10
BEDO 5-1-1-1 = 8 50 nanos
(não utilizado) (não utilizado)

SDRAM 5-1-1-1 = 8 5-1-1-1 = 8 5-1-1-1 = 8 10 nanos

Memórias PC-100 (memórias de 100 MHz)

O Padrão PC-100, desenvolvido pela IBM, consiste numa série de especificações que
visam a fabricação de memórias capazes de funcionar estavelmente com velocidade de
barramento de 100 MHz. Teoricamente, qualquer memória SDRAM com tempo de
acesso abaixo de 10 nanos poderia funcionar a 100 MHz, pois 1000/10 = 100. O
problema é que, apesar das memórias SDRAM comuns (chamadas de PC-66, por
terem funcionamento garantido a apenas 66 MHz) oferecerem tempos de acesso de até
9 ou mesmo 8 nanos, elas muitas vezes possuem um tempo de latência muito alto,
falhando quando obrigadas a funcionar a 100 MHz.

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Memórias PC-133

Com a evolução das técnicas de fabricação, foi sendo possível produzir módulos de
memória SDRAM com tempos de acesso cada vez mais baixos. Apesar do processo de
evolução ser bastante lento se comparado ao de outros componentes, atualmente já é
possível produzir memórias SDRAM capazes de funcionar acima de 133 MHz.

Estas novas memórias, chamadas PC-133 são utilizadas pelas versões de 133 MHz do
Pentium III e do AMD Athlon, e justamente por permitirem um acesso a dados mais
rápido, contribuem para o aumento da performance global do micro.

Apesar de ainda serem um pouco mais caras que as PC-100, a tendência que as
memórias PC-133 tornem-se cada vez mais utilizadas, vindo um dia a ser as únicas
produzidas. Vale lembrar que memórias PC-133 funcionam normalmente em placas
mãe com bus de 66 ou 100 MHz, assim como as memórias PC-100 trabalham
normalmente a 66 MHz. Existe uma freqüência máxima, mas freqüências menores
também são suportadas. Você pode inclusive misturar módulos DIMM de tempos
diferentes na mesma placa mãe, desde que nivele por baixo, ou seja, utilize uma
freqüência de barramento compatível com o módulo mais lento. Existem alguns casos
de incompatibilidades entre algumas marcas ou modelos de módulos de memória e
alguns modelos específicos de placas mãe, assim com em algumas combinações de
módulos de marcas diferentes. Por isso, em algumas combinações pode ser que o
micro não funcione, mas bastará trocar os módulos de memória por outros de marca
diferente. Existem também alguns casos de placas mãe antigas que são incompatíveis
com módulos de memória DIMM PC-100 ou PC-133 ou módulos de mais de 64 MB.

Novas Tecnologias

Apesar das memórias SDRAM apresentarem um desempenho satisfatório com


velocidades de barramento de 66 e 100 MHz, os fabricantes têm encontrado
dificuldades em produzir memórias SDRAM capazes de trabalhar à mais de 133 MHz,
o que os tem levado a buscar novas tecnologias de memórias, capazes de atingir
freqüências mais altas. Quanto mais rápidas forem as memórias, melhor será o
desempenho global do equipamento, especialmente em aplicações mais pesadas, pois o
processador poderá acessar grandes quantidades de dados em tempos bem menores.

Atualmente, temos basicamente 3 concorrentes ao posto de sucessora das memórias


SDRAM: as memórias DDR-SDRAM, Direct Rambus DRAM e SLDRAM.

Memórias DDR-SDRAM (Double Data Rate SDRAM)

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A DDR-SDRAM é um tipo de memória SDRAM que suporta transferências de dados


duas vezes por ciclo de clock, um esquema semelhante ao do AGP 2x. Enquanto num
módulo de memória SDRAM comum de 100 MHz, temos transferidos 64 bits por
ciclo de clock, resultando em uma taxa de transferência de 800 MB/s, num módulo de
DDR-SDRAM também de 100 MHz teríamos duas transferências de 64 bits em cada
ciclo, alcançando 1.6 GB/s de transferência, simplesmente o dobro.

Este tipo de memória está sendo bastante utilizado atualmente em placas de vídeo 3D.
Uma das primeiras foi a Nvidia GeForce-DDR

O principal trunfo das memórias DDR é o preço, pois produzidas em grande


quantidade custam pouco mais do que memórias SDRAM comuns. Já existem
módulos de memórias DDR, prontos para serem utilizados em micros PC, o que falta é
apenas suporte por parte dos chipsets e placas mãe à venda.

Os módulos de memória DDR-SDRAM são parecidos com os módulos DIMM de


memórias SDRAM tradicionais, apenas a posição da fenda é diferente, para evitar que
um módulo DDR possa sem encaixado num slot DIMM comum.

A Via já anunciou planos para adicionar suporte a memórias DDR em seus chipsets
para Pentium III e Athlon e pode ser que as novas versões sejam lançadas até o final
de 2000. Porém, não se espera a mesma atitude por parte da Intel, pois ela já adotou as
memórias Rambus como padrão para seus chipsets. No caso da Intel já foi feito um
investimento muito grande, e não é de se esperar que ela desista de tudo para adotar o
padrão da Via. É de se esperar que apartir do próximo ano, tenhamos que comprar
memórias de acordo com o chipset da placa mãe: memórias Rambus no caso de placas
mãe com chipset Intel e memórias DDR-SDRAM para placas mãe com chipsets de
outros fabricantes, tornando ainda mais complicada a vida dos consumidores.

Memórias Rambus (RDRAM)

As memórias Direct Rambus, que permitem um barramento de dados de apenas 16 bits


de largura, em oposição aos 64 bits utilizados pelos módulos de memória SDRAM,
suportando em compensação, velocidades de barramento de até 400 MHz com duas
transferências por ciclo (como o AGP 2x), o que na prática eqüivale a uma freqüência
de 800 MHz.

Trabalhando a 400 MHz com duas transferências por ciclo, sua velocidade máxima, as
memórias Rambus permitem uma banda total de 1.6 Gigabytes por segundo, nada
impressionante, se comparada aos 3.2 GB/s permitidos pelas memórias SLDRAM,
mas já bem mais do que os 800 MB/s permitidos por memórias SDRAM PC-100.

Por outro lado, as memórias Rambus permitem tempos de acesso menores. Enquanto
temos uma temporização ideal de 5-1-1-1 tanto nas memórias SDRAM, quanto nas
DDR-SDRAM e SLDRAM, as memórias Rambus podem trabalhar com ciclos de até

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3-1-1-1. Porém, a velocidade global do equipamento não aumentará na mesma


proporção. Um Pentium III de 1 GHz equipado com memórias Rambus acaba sendo
pouco mais de 3% mais rápido do que outro equipado com memórias SDRAM.

Diferentemente das memórias DDR e SLD que são apenas evoluções das memórias
SDRAM, as memórias Direct Rambus trazem uma arquitetura completamente nova,
que exige modificações muito maiores nos chipsets destinados a suportá-la,
significando maiores custos de desenvolvimento e produção.

Os próprios módulos de memória Rambus ainda são gritantemente mais caros,


custando até 5 vezes mais que memórias SDRAM comuns. Claro que existe tendência
de queda, já que atualmente apenas duas companhias estão produzindo memórias
Rambus em larga escala, mas ainda demorará anos até chegarmos a um patamar
próximo ao das memórias SDRAM, isso caso as memórias Rambus venham a tornar-
se um padrão.

Devido a isto, muitos especialistas não acreditam que esta tecnologia de memória
possa ser realmente viável, e apontam as memórias DDR e SLD como uma alternativa
muito mais prática. Apesar de tudo, as memórias Rambus são as únicas nativamente
suportadas pelos chipsets i820 e i840 (ambos da Intel), utilizados em conjunto com o
Pentium III. Quer os consumidores gostem ou não, a Intel parece determinada a adotar
este padrão de memória.

Existem outros chipsets alternativos para o Pentium III que suportam memórias
SDRAM comuns como o Via Apollo Pro 133, e também a possibilidade de construir
placas mãe com o i820 ou o i840 que suportem memórias SDRAM, adicionando um
circuito tradutor. Porém, o uso do circuito tradutor causa perda de desempenho ao
serem usadas memórias SDRAM.

Um problema que diminui a velocidade do acesso a dados nas memórias Rambus é o


fato dos módulos trabalharem a apenas 16 bits, enquanto os processadores atuais
comunicam-se com a memória usando palavras de 64 bits. Para superar esta limitação,
é preciso que o controlador de memória (embutido no chipset) faça vários acessos
consecutivos aos módulos de memória e entregue os dados ao processador na forma de
palavras de 64 bits. Quando é necessário gravar dados é feito o processo inverso; o
controlador de memória recebe os dados do processador na forma de palavras de 64
bits, e tem de fazer vários acesos consecutivos aos módulos de memória para
armazenar cada palavra de 64 bits.

Este procedimento de conversão aumenta os tempos de latência, ou seja, o tempo que


o processador tem que esperar entre cada operação de leitura ou gravação de dados,
retardando o acesso à memória. É por isso, que apesar dos módulos de memórias
Rambus serem mais rápidos, o ganho de performance em relação às memórias
SDRAM comuns é pequeno. A largura de banda total é bem maior, mas em
compensação perde-se mais tempo entre cada acesso.

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Os módulos de memórias Rambus são chamados de “Rambus Inline Memory


Modules” ou RIMMs. Os módulos RIMM são bem semelhantes aos módulos DIMM,
mas em geral eles vem com uma proteção de metal sobre os chips de memória, que
também serve para facilitar a dissipação de calor, já que os módulos RIMM aquecem
bastante devido à alta frequência de operação.

Apesar de desejável, o dissipador de calor é opcional, o fabricante dos módulos é


quem decide se prefere utiliza-lo ou não.

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Capítulo 5:
Placas Mãe

Apesar do processador ser o principal componente de um computador, temos num PC


vários outros periféricos, como memórias, HDs e placas de vídeo, que sob seu
comando desempenham várias funções essenciais. A função da placa mãe é justamente
criar meios para que o processador possa comunicar-se com todos estes componentes
com a maior velocidade e confiabilidade possíveis.

O suporte a novas tecnologias, as possibilidades de upgrade e, até certo ponto, a


própria performance do equipamento, são determinados pela placa mãe.

Formatos

Atualmente, encontramos à venda, tanto placas no formato AT, formato vêm sendo
utilizado desde os primeiros PCs, quanto no formato ATX. Os dois padrões se
diferenciam basicamente pelo tamanho: as placas adeptas do padrão ATX são bem
maiores, o que permite aos projetistas criar placas com uma disposição mais racional
dos vários componentes, evitando que fiquem amontoados. Os gabinetes para placas
ATX também são maiores, o que além de garantir uma melhor ventilação interna,
torna mais fácil a montagem.

Nas placas ATX, as portas seriais e paralelas, assim como conectores para o teclado ou
conectores infravermelhos e portas USB ou PS/2, formam um painel na sua parte
traseira, eliminando a tarefa de conectá-las à parte de trás do gabinete através de cabos.

Apesar de ainda podermos encontrar à venda placas mãe em ambos os padrões, a


tendência é que o padrão AT seja completamente substituído pelo ATX.

Componentes da Placa Mãe

Independentemente de seu formato ou modelo, encontramos basicamente sempre os


mesmos componentes numa placa mãe. Temos: Slots ISA, PCI e AGP para o encaixe
de placas de vídeo, de som, modems e outros periféricos; soquetes para o encaixe de

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módulos de memória e também do processador; portas seriais e paralelas, controladora


de drives de disquetes, interfaces IDE, conectores para o teclado e fonte de
alimentação, portas USB, reguladores de tensão e, é claro, o BIOS e o Chipset.

Este diagrama mostra a disposição dos vários componentes da placa mãe.

A placa mãe propriamente dita, não é formada por uma única placa de circuito
impresso, sendo, na verdade, um sanduíche formado por várias placas prensadas. Cada
uma destas placas contém alguns dos contatos necessários para conectar todos os
componentes, e em vários pontos temos contatos que fazem a comunicação entre elas.

Esta técnica, chamada de MPCB ou “Multiple Layer Printed Circuit Board” (placa de
circuito impresso com várias camadas), exige tecnologia de ponta e um projeto
desenvolvido cuidadosamente, pois um mínimo erro na posição dos componentes ou
contatos pode gerar problemas elétricos ou interferências colocando em risco toda a
estabilidade do sistema. A qualidade do projeto e as técnicas de produção usadas na
fabricação da placa de circuito impresso são alguns dos fatores que diferenciam boas
placas, de placas mais baratas de qualidade inferior.

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Chipset

Seguramente, o chipset é o componente mais importante da placa mãe, pois é ele quem
comanda todo o fluxo de dados entre o processador, as memórias e os demais
componentes. Os barramentos ISA, PCI e AGP, assim como as interfaces IDE, portas
paralelas e seriais, além da memória e do cache, são todos controlados pelo chipset.

O chipset é composto internamente de vários outros pequenos chips, um para cada


função que ele executa. Temos um chip controlador das interfaces IDE, outro
controlador das memórias, etc. Daí o nome Chipset, ou "conjunto de chips". Existem
vários modelos de chipsets. Nas placas mãe soquete 7 por exemplo, são utilizados os
chipsets i430FX, i430HX, i430VX e i430TX, fabricados pela Intel, além de chipsets
de outros fabricantes. Nas placas super-7, temos uma predominância dos Chipsets
Apollo MVP 3, Aladdin V e SiS, enquanto nas placas para Pentium II encontramos
basicamente o i440FX, i440LX, i440EX e o i440BX. Mais adiante vamos estudar com
detalhes cada modelo de chipset disponível atualmente.

BIOS

BIOS significa “Basic Input Output System”, ou, em Português, “sistema básico de
entrada e saída”. O BIOS é a primeira camada de software do sistema, encarregada de
reconhecer os componentes de hardware instalados, dar o boot, e prover informações
básicas para o funcionamento do micro.

O BIOS é gravado em um pequeno chip instalado na placa mãe. Cada modelo de BIOS
é personalizado para um modelo específico de placa, não funcionando em nenhum
outro. Assim como o cartão de crédito e a escova de dentes, o BIOS é “pessoal e
intransferível”.

Quando inicializamos o sistema, o BIOS conta a memória disponível, identifica


dispositivos plug-and-play instalados no micro e realiza uma checagem geral dos
componentes instalados. Este procedimento é chamado de POST e se destina a
verificar se existe algo de errado com algum componente, além de verificar se foi
instalado algum dispositivo novo. Somente após o POST, o BIOS entrega o controle
do micro ao Sistema Operacional. Surge então a mensagem: “Iniciando o Windows
98”, ou qualquer outra, dependendo do sistema operacional instalado.

Após o termino do POST, o BIOS emite um relatório com várias informações sobre o
Hardware instalado no micro. Na foto abaixo, por exemplo, temos um Pentium II de
266 MHz equipado com 128 Megabytes de memória SDRAM divididos em três
módulos (provavelmente um de 64 e dois de 32); dois discos rígidos IDE de 2.1
Gigabytes, e drive de disquetes. Também é possível identificar uma controladora SCSI
ocupando o IRQ 10, e saber que a placa de vídeo está utilizando o IRQ 11:

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Este relatório é uma maneira fácil e rápida de verificar a configuração de um


computador. Para paralisar a imagem tempo suficiente para conseguir ler as
informações, basta pressionar a tecla pause/break do teclado.

Caso seja verificado algum problema durante o POST, o BIOS emitirá sinais sonoros,
indicando que algo está errado. Vamos discutir mais sobre o BIOS e examinar as
configurações do Setup mais adiante.

Cache L2

O cache L2 é um componente essencial atualmente, já que sem ele, a performance do


sistema cai até 40% devido aos lentos acessos à memória principal.

Praticamente todas as placas para processadores 486 e Pentium possuem pelo menos
256 ou 512 KB de cache, enquanto algumas trazem 1 MB ou mesmo 2 MB.

Algumas placas mãe um pouco mais antigas não vêem com cache algum, trazendo em
seu lugar, um encaixe para um módulo COAST (Cache On a Stick). Neste caso, o
módulo de memória cache deve ser adquirido separadamente. Os módulos COAST são
difíceis de encontrar e razoavelmente caros. Um módulo de 512 KB por exemplo custa
entre 30 e 40 reais.

Apesar de não serem mais fabricadas placas mãe com soquetes para módulos COAST,
é bem possível que você se depare com uma ao mexer em um micro um pouco mais
antigo.

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Encaixe para módulos COAST.

Existem também, casos de placas mãe com chips falsos de cache. Ao invés de módulos
de memória cache, temos soldados na placa mãe encapsulamentos ocos, com a
inscrição “Write Back” em baixo relevo. Durante o POST, o suposto cache é também
identificado como “Write Back”, apesar de não existir cache algum.

Este tipo de golpe foi muito utilizado em placas mãe mais baratas, principalmente as
fabricadas entre 94 e 97. Para reconhecer uma placa mãe deste tipo, basta verificar se
existe a inscrição “Write Back” estampada nos módulos de cache ou se o cache é
identificado como “Write Back” na tela de relatório do POST.

Encaixe para o processador

A partir dos micros 486, foi criado um novo tipo de encaixe para o processador,
chamado de ZIF (“Zero Inserction Force” ou força de inserção zero). Nestes encaixes,
basta levantar a alavanca que fica ao lado, para podermos encaixar suavemente o
processador, e baixá-la para que ele fique firmemente preso.

Existem variações do soquete ZIF, que vão do soquete 1 ao soquete 7. Uma boa forma
de verificar quais processadores são suportados por uma placa mãe é simplesmente
verificar qual é o soquete utilizado. Você encontrará esta informação estampada em
baixo relevo no próprio soquete.

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As especificações para cada soquete são:

Número Voltagens
Processadores
Soquete de Supor- Quando foi utilizado
suportados
contatos tadas
486SX, 486DX, 486DX-
Soquete 1 169 5v Primeiras placas para 486
2
486SX, 486DX, 486DX2
Soquete 2 238 5v Primeiras placas para 486
e Pentium Overdrive
486DX, 486SX,
Grande maioria das placas para 486DX2, 486DX4, AMD
Soquete 3 237 5 e 3,3 V
486 5x86, Cyrix 5x86 e
Pentium Overdrive
Primeira geração de
Soquete 4 273 5v Pentium de 60 e 66 MHz
processadores Pentium
Pentium de 75, 90, 100 e
Algumas placas para 133 MHz, Pentium
Soquete 5 320 3,3 V processadores Pentium mais MMX Overdrive (não
antigas suporta o Pentium de 60
e 66 MHz)
Apesar de trazer algumas
melhorias sobre o Soquete 3, 486SX,DX, DX-2, DX-4,
Soquete 6 235 5 e 3,3 V
não chegou a ser utilizado Pentium Overdrive
devido ao lançamento atrasado
Pentium de 75 a 200
MHz, 6x86, K5 e K6 (no
caso das placas com
suporte a 3,3 ou 3,5v) e
Várias entre também o Pentium
Soquete 7 312 Foi o padrão até o final de 97
3,5 e 2,8v MMX, 6x86MX e as
primeiras versões do
6x86MII e K6-2 (no caso
das placas com suporte a
2,9 ou 2,8v).
Todos os processadores
suportados pelo soquete
Soquete Várias entre Padrão atual para processadores
312 7 e versões mais rápidas
Super 7 3,5 e 2v AMD e Cyrix
do K6-2 e 6x86MII além
do K6-3
Placas desenvolvidas
Soquete 8 387 3,3 V exclusivamente para o Pentium Pentium Pro
Pro
3,3 , 2,8 e
Slot 1 242 Placas para Pentium II Processadores Pentium II
2v

Depois de lançar a versão do Pentium MMX de 233 MHz, a Intel abandonou o


desenvolvimento de processadores para o soquete 7, lançando o Pentium II que usa o
Slot One. Para suportar as novas versões do K6-2 que operam com frequências de até
450 MHz, e do Cyrix 6x86 MII lançado em versões com clock de até 300 MHz, foi
desenvolvido um novo soquete, apelidado de Super 7, que apesar de continuar
utilizando a mesma pinagem do antigo Soquete 7, e manter compatibilidade com

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todos os processadores suportados por ele, traz suporte a recursos equivalentes aos do
Slot One, como bus de 100 MHz, AGP e multiplicadores de até 6x.

Encaixes para os módulos de memória

O uso de módulos de memória na forma de módulos de 30, 72 e 168 vias, realmente


facilita muito nossa vida. Na época dos micros XT e 286, os chips de memória tinham
que ser encaixados na placa mãe um a um, o que dava um trabalho enorme. Já um
módulo de memória pode ser encaixado sem dificuldade em poucos segundos.

Os módulos de memória de 30 vias já estão completamente obsoletos, desde a época


dos micros 486. Apesar dos pentes de 72 vias também estarem caindo em desuso,
ainda é muito comum encontrarmos placas mãe que disponham ao mesmo tempo de
encaixes para módulos de 72 e 168 vias.

Interfaces de Disco

Em placas mais antigas, as interfaces IDE e de drives de disquetes, assim com as


portas paralelas e de impressora, fazem parte de uma placa chamada Super-IDE, que
era conectada a um Slot disponível da placa mãe

Atualmente, porém, todas estas portas estão embutidas na própria placa mãe,
dispensando o uso de qualquer outro acessório.

Cada interface IDE localizada na placa mãe, permite a conexão de dois discos rígidos,
drives de CD-ROM, Zip drives ou de qualquer dispositivo IDE. Como temos duas
portas, podemos conectar até 4 dispositivos IDE. A controladora de disquetes permite
a instalação de até dois drives e, apesar de uma das portas seriais ser ocupada pelo
mouse, ainda nos resta mais uma para a conexão de um modem externo ou qualquer
outro dispositivo serial. Apesar de termos apenas uma porta de impressora, podemos
compartilhá-la entre vários dispositivos através de um comutador, um dispositivo
simples, que permite o encaixe de 2 ou 3 dispositivos numa única porta, tendo uma
chave que permite alternar entre um e outro.

Geralmente as portas disponíveis na própria placa mãe são suficientes, mas, se mesmo
assim você precisar de mais portas, poderá apelar para as velhas placas Super-IDE.

Para conectar discos rígidos e drives de disquetes à placa mãe, usamos cabos Flat. Os
cabos destinados aos discos rígidos possuem 40 vias, enquanto que os para drives de
disquetes possuem apenas 32 vias, além de possuírem um trançamento em sua
extremidade, que torna os dois cabos inconfundíveis. Cada cabo possui três
conectores, sendo que um se destina à ligação na placa mãe e os outros dois permitem
a conexão de dois discos em cada interface.

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Existem também cabos IDE com apenas 2 conectores (neste caso permitindo o uso de
apenas um disco rígido), e cabos para drives de disquetes com 4 conectores além do da
placa mãe, sendo 2 para drives de 3,5” e 2 para drives de 5,25”. Neste caso, apesar do
número maior de encaixes, continua existindo a limitação de 2 drives de disquete por
porta.

Portas Paralelas e Seriais

Tanto as portas seriais quanto as portas paralelas, ou de impressora, são portas de


comunicação que compartilham o canal de dados do barramento ISA. A princípio, o
funcionamento de ambas é bem parecido. São usados alguns pinos para a transmissão
de dados e outros para controle de fluxo e checagem. A diferença principal, é que
numa porta serial apenas um pino é usado para a transmissão de dados, sendo os bits
transmitidos um a um, em série, dai o nome serial. Já nas portas paralelas, são usadas
oito vias de dados, permitindo o envio de 8 bits de cada vez, o que as torna muito mais
rápidas que as seriais

As primeiras portas paralelas eram capazes apenas de transmitir dados, e não de


receber, sendo seu uso geralmente restrito à conexão de impressoras. Foram
posteriormente criados vários outros padrões para portas paralelas, que além de serem
mais rápidos, permitem a comunicação bidirecional, como o ECP e o EPP.

As portas seriais também evoluíram. As primeiras portas eram capazes de transmitir


dados numa velocidade de apenas 9.600 bits por segundo, enquanto as mais recentes
podem transmitir a até 115.000 bits por segundo.

Com exceção das placas ATX, que possuem o painel em sua parte anterior, usamos
cabos flat também nas saídas paralelas e seriais. Em uma extremidade temos o
conector para ser encaixado na saída correspondente da placa mãe, e na outra, uma
chapa metálica que deve ser fixada ao gabinete. Neste caso, o cabo funciona apenas
como uma extensão que facilita a conexão de dispositivos.

Os cabos seriais e paralelos, assim como os cabos IDE acompanham a placa mãe,
sendo os cabos seriais especialmente importantes, pois existem várias combinações de
posições dos fios internos neste tipo de cabo, fazendo com que muitas vezes o cabo
serial de uma placa não funcione em outra. Caso você perca o cabo serial, ou compre
um placa mãe sem o cabo, talvez tenha uma bela dor de cabeça até, depois de testar
vários, encontrar um cabo que funcione em sua placa. Muitas placas também
acompanham cabos PS/2 ou USB.

Conector da fonte de alimentação

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Encaixamos aqui os conectores vindos da fonte de alimentação, que alimentarão


elétricamente a placa mãe e os demais componentes a ela ligados. Em placas mãe
padrão AT, o conector possui 12 contatos, que recebem da fonte tensões de 5 e 12
volts. Em placas padrão ATX, o conector é um pouco diferente, possuindo 20
contatos, recebendo também a tensão de 3,3 V

Assim como existem diferenças nos conectores na placa mãe, também existem
diferenças entre uma fonte comum e uma fonte ATX. Enquanto as fontes comuns se
limitam a continuamente fornecer eletricidade à placa mãe, nas fontes ATX, existe
uma integração muito maior com a placa mãe, o que permite entre outros recursos, que
a fonte seja ligada ou desligada via software.

Conector do teclado

Em placas Padrão AT, é utilizado um conector Din para a ligação do teclado. Já em


placas padrão ATX o mais comum é o uso de um conector padrão PS/2. Apesar da
diferença no tamanho, ambos os encaixes são compatíveis, o que permite o uso de um
adaptador para a conexão de um teclado com encaixe PS/2 em um conector Din e vice-
versa .

Jumpers

Os jumpers são pequenas peças plásticas, internamente metalizadas para permitir a


passagem de corrente elétrica, sendo encaixados em contatos metálicos encontrados na
placa mãe ou em vários outros tipos de placas, permitindo a passagem de corrente
elétrica entre dois pinos, funcionando com uma espécie de interruptor.

Alternativas na posição de encaixe dos jumpers, permitem programar vários recursos


da placa mãe, como a voltagem, tipo e velocidade do processador e memória usados,
além de outros recursos. Ao montarmos um micro, os jumpers da placa mãe devem ser
corretamente configurados, caso contrário podemos até mesmo danificar alguns
componentes. Muitas das placas mais modernas são “jumperless”, ou seja, não
possuem jumper algum, sendo toda a configuração das funções da placa feita através
do Setup.

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Conectores para o painel do gabinete

Em uma das extremidades da placa mãe, você encontrará um conjunto de encaixes que
se destinam à conexão das luzes e botões do painel frontal do gabinete. Aqui são
ligados os botões reset e turbo, o Keylock e as luzes de força, disco rígido e turbo.

Nem todas as placas mãe possuem todos estes conectores. A chave do teclado e o
botão turbo por exemplo, quase não são mais usados, justamente por não terem mais
utilidade atualmente.

A tecla turbo do gabinete serve para diminuir a velocidade do processador. Isto era
bastante útil na época dos micros XT e 286, onde alguns programas projetados para
rodar em micros lentos só rodavam adequadamente com esta tecla pressionada. Estes
programas já não usados há muito tempo, e não existe nenhum outro motivo para que
alguém queira tornar seu micro mais lento. A chave do teclado (Keylock) também
quase não é mais usada, já que hoje existem meios menos antiquados de proteger o
micro de bisbilhoteiros, como as senhas a nível de Setup e sistema operacional, assim
como as proteções de tela com senha.

Barramentos

Barramentos são portas através das quais o processador pode comunicar-se com os
demais componentes do micro, como a placa de vídeo. Falando em placa de vídeo,
você já percebeu que todas as placas de vídeo modernas são conectadas em slots PCI
ou AGP? E que placas de som e modems quase sempre usam slots ISA? Isso acontece
por que placas de som e modems são periféricos relativamente lentos, para os quais o
lento barramento ISA já é suficiente. Porém, as placas de vídeo, necessitam de um
barramento muito mais rápido, motivo pelo qual utilizam slots PCI ou AGP.

Tenho certeza que você ficou curioso por saber mais detalhes não é? Que tal se agora
estudássemos os diferentes tipos de barramento existentes?

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ISA (Industry Standard Architeture) de 8 bits

Os processadores 8088, usados nos micros XT, comunicavam-se com os demais


periféricos usando palavras binárias de 8 bits. Para o uso em conjunto com estes
processadores, foi criado o ISA de 8 bits. Este barramento funciona usando palavras
binárias de 8 bits e à uma frequência de 8 MHz, permitindo uma passagem de dados à
uma velocidade de 8 Megabytes por segundo, velocidade muito mais do que suficiente
para um processador lento como o 8088.

ISA de 16 bits

Os processadores 286 comunicavam-se com os demais periféricos usando palavras de


16 bits. Para acompanhar esta melhora por parte do processador, foi criada uma
extensão para o barramento ISA de 8 bits, formando o ISA de 16 bits. Este
barramento, assim como o processador 286, trabalha com palavras de 16 bits, à uma
frequência de 8 MHz. Apesar de, em termos de velocidade já estar a muito obsoleto,
mesmo as placas mãe mais modernas ainda trazem slots ISA.

Pode parecer um contracenso, pois, por que uma placa equipada com as últimas
tecnologias incluiria um barramento tão lento e antigo quanto o ISA? A resposta é que
apesar de tão antigo, a velocidade prática de 8 Megabytes por segundo do ISA é mais
do que suficiente para acomodar periféricos lentos como modems e placas de som.
Como ainda hoje temos uma grande quantidade de periféricos ISA em uso, alguns
fabricantes de placas mãe incluem Slots ISA a fim de manter a compatibilidade com
eles, mas a tendência é que o ISA desapareça rapidamente.

MCA (MICRO CHANEL ARCHITETURE)

Com o surgimento dos processadores 386, que trabalhavam usando palavras binárias
de 32 bits, era necessário a criação de um barramento mais rápido que o ISA para o
uso de periféricos como placas de vídeo e discos rígidos. A IBM criou então o MCA,
que funcionava com palavras de 32 bits e a uma velocidade de 10 MHz, sendo 5 vezes
mais rápido que o ISA de 16 bits.

O MCA possuía porém um pequeno inconveniente: foi patenteado pela IBM, de modo
que somente ela podia usá-lo em seus computadores. Os demais fabricantes, sem outra
escolha, foram obrigados a produzir micros com processadores 386, porém equipados
somente com Slots ISA. Isto era um grande inconveniente, pois apesar do 386 ser um
processador incrivelmente rápido para a época, acabava sendo sub-utilizado pelo lento
barramento ISA, já que todos os demais componentes, como placas de vídeo e discos
rígidos, eram acessados na velocidade do barramento ISA. Apesar de possuírem um
processador rápido (o 386), em termos de velocidade de acesso a discos e velocidade

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do vídeo, estes micros eram tão rápidos quanto um 286. Para quem trabalhava com o
imagens, era impraticável o uso de tais computadores.

Estes micros são chamados de “AT 386” ou “AT 486”, pois apesar de utilizarem
processadores 386 ou 486, utilizam o mesmo tipo de barramento utilizado pelos
micros AT 286. O MCA caiu em desuso com o surgimento do EISA e do VLB.

Apesar de trazer recursos surpreendentes para a época em que foi lançado, como o Bus
Mastering e suporte ao Plug-and-Play (foi o primeiro barramento a suportar estes
recursos, isso em 87), o MCA não conseguiu se popularizar devido ao seu alto custo,
incompatibilidade com o ISA e, principalmente, por ser uma arquitetura fechada.

EISA (Extended ISA)

Este novo barramento foi uma resposta dos demais fabricantes liderados pela Compac,
ao MCA, criado e patenteado pela IBM.

Com o objetivo de ser compatível com o ISA, o EISA funciona também a 8 MHz,
porém, trabalha com palavras binárias de 32 bits, totalizando a velocidade de 32 MB/s,
sendo quatro vezes mais rápido do que seu antecessor. O EISA também oferecia
suporte a Bus Mastering e Plug-and-Play, com eficiência comparável à do MCA.

Uma das grandes preocupações dos fabricantes durante o desenvolvimento do EISA


foi manter a compatibilidade com o ISA. O resultado foi um slot com duas linhas de
contatos, capaz de acomodar tanto placas EISA quanto placas ISA de 8 ou 16 bits.

Uma placa EISA utilizaria todos os contatos do slot, enquanto uma placa ISA utilizaria
apenas a primeira camada. Obviamente, o EISA era uma barramento suficientemente
inteligente para reconhecer se a placa instalada era ISA ou EISA.

A complexidade do EISA acabou resultando em um alto custo de produção, o que


dificultou sua popularização. De fato, poucas placas chegaram a ser produzidas com
slots EISA, e poucas placas de expansão foram desenvolvidas para este barramento.
Assim como o MCA, o EISA é atualmente um barramento morto.

VLB (Vesa Local Bus)

Lançado em 93 pela Video Electronics Standards Association (uma associação dos


principais fabricantes de placas de vídeo), o VLB é muito mais rápido que o EISA ou
o MCA, sendo utilizado por placas de vídeo e controladoras de disco, as principais
prejudicadas pelos barramentos lentos. Com o VLB, os discos rígidos podiam
comunicar-se com o processador usando toda a sua velocidade, e se tornou possível a
criação de placas de vídeo muito mais rápidas.

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Como antes, existiu a preocupação de manter a compatibilidade com o ISA, de modo


que os slots VLB são compostos por 3 conectores. Os dois primeiros são idênticos a
um slot ISA comum, podendo ser encaixada neles uma placa ISA comum, sendo o 3º
destinado às transferencias de dados a altas velocidades permitidas pelo VLB.

O VLB funciona na mesma frequência da placa mãe, ou seja, num 486 DX-2 50, onde
a placa mãe funciona a 25 MHz, o VLB funcionará também a 25MHz. E, em uma
placa de 486 DX-4 100, que funciona a 33 MHz, o VLB funcionará também a 33
MHz. Vale lembrar que o VLB é um barramento de 32 bits.

As desvantagens do VLB são a falta de suporte a Bus Mastering e a Plug-and-Play,


além de uma alta taxa de utilização do processador e limitações elétricas, que
permitem um máximo de 2 ou 3 slots VLB por máquina. Isto não chega a ser uma
grande limitação, pois geralmente eram utilizados apenas uma placa de vídeo e uma
placa Super-IDE VLB.

Devido ao alto desempenho e baixo custo, e principalmente devido ao apoio da


maioria dos fabricantes, o VLB tornou-se rapidamente um padrão de barramento para
placas 486.

Como o VLB foi desenvolvido para trabalhar em conjunto com processadores 486,
não chegaram a ser desenvolvidas placas para processadores Pentium equipadas com
este barramento, pois a adaptação geraria grandes custos, além de problemas de
incompatibilidade.

Slot VLB

PCI (Peripheral Component Interconnect)

Criado pela Intel, o PCI é tão rápido quanto o VLB, porém mais barato e muito mais
versátil. Outra vantagem é que ao contrário do VLB, ele não é controlado pelo
processador, e sim por uma controladora dedicada, incluída no chipset. Além de
diminuir a utilização do processador, isto permite que o PCI seja utilizado em conjunto
com qualquer processador, sem grandes modificações.

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Em uma placa mãe Pentium, O PCI funciona à metade da velocidade da placa mãe,
podendo funcionar a 25 MHz, 30 MHz, ou 33 MHz, dependendo da velocidade do
barramento utilizada pela placa. Funcionando a 33 MHz por exemplo, o PCI permite
uma transferência de dados a 133 MB/s, permitindo 120 MB/s a 30 MHz e 100 MB/s
funcionando a 25 MHz. Num Pentium 75, onde a placa mãe funciona a 50 MHz, o
PCI funcionará a 25 MHz; num Pentium 120, ele funcionará a 30 MHz, e num
Pentium 100, 133, 166, 200 ou 233, funcionará a 33 MHz. Em placas para
processadores 486, o PCI funciona na mesma frequência do barramento, ou seja: 25,
33 ou 40 MHz.

Além do custo e da velocidade, o PCI possui outras vantagens, como o suporte nativo
ao Plug-and-Play; sendo novos periféricos instalados em slots PCI automaticamente
reconhecidos e configurados através do trabalho conjunto do BIOS e de um sistema
operacional com suporte a PnP, como o Windows 95/98.

Atualmente, placas de vídeo e controladoras de disco usam quase que


obrigatoriamente o barramento PCI. Componentes mais lentos, como placas de som e
modems em sua maioria ainda utilizam barramento ISA, apesar de cada vez mais
encontrarmos estes componentes em versões PCI.

Bus Mastering

Apesar do MCA e do EISA oferecerem um suporte rudimentar ao Bus Mastering, a


popularização deste recurso veio apenas com o PCI.

O Bus Mastering é um recurso capaz de aumentar assustadoramente a performance


geral do sistema, por permitir que os dispositivos acessem diretamente a memória,
melhorando a velocidade das transferências e deixando o processador livre para
executar outras tarefas. O Bus Mastering é implementado de uma forma bastante
completa no barramento PCI, sendo possível inclusive, que vários componentes
utilizem o barramento simultaneamente, dividindo os recursos do sistema.

Como as interfaces IDE fazem parte do barramento PCI, podemos utilizar o Bus
Mastering também em conjunto com discos rígidos, fazendo com que a taxa de
utilização do processador caia brutalmente durante as transferências de dados. Apesar
da taxa de transferência do HD não aumentar, o sistema ficará muito mais leve, não
mais ficando quase paralisado durante os acessos ao disco rígido.

O Windows 98/2000 é capaz de instalar automaticamente drivers de Bus Mastering


tanto para HDs Pio Mode 4 quanto UDMA. Caso você esteja utilizando o Windows
95, será preciso instalar os drivers adequados à sua placa mãe. Geralmente os drivers
estão inclusos no CD que acompanha a placa, podendo ser encontrados também no site
do fabricante.

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Plug-and-Play

Traduzindo ao pé da letra, Plug-and-Play significa “conecte e use”. O objetivo deste


padrão é fazer com que o micro seja capaz de reconhecer e configurar
automaticamente qualquer periférico instalado, reduzindo o trabalho do usuário a
apenas encaixar o novo componente.

Apesar de ser uma idéia antiga, (para se ter uma idéia, o MCA lançado em 87 já
possuía suporte a PnP) somente há poucos anos atrás o PnP tornou-se popular. A
dificuldade é que além de um barramento compatível, é necessário suporte também
por parte do BIOS, do sistema operacional e também por parte do periférico para que
tudo funcione.

Tudo começa durante a inicialização do micro. O BIOS envia um sinal de interrogação


para todos os periféricos instalados no micro. Um periférico PnP é capaz de responder
a este sinal, permitindo ao BIOS reconhecer os periféricos PnP instalados.

O passo seguinte é criar uma tabela com todas as interrupções disponíveis e atribuir
cada uma a um dispositivo. O sistema operacional entra em cena logo em seguida,
devendo ser capaz de trabalhar cooperativamente com o BIOS, recebendo as
informações sobre a configuração do sistema e fornecendo todo o software de baixo
nível (na forma de drivers de dispositivo) necessário para que os dispositivos possam
ser utilizados pelos programas.

As informações sobre a configuração atual da distribuição dos recursos entre os


periféricos, é gravada em uma área do CMOS chamada de ESCD. Tanto o BIOS
durante o POST, quanto o sistema operacional durante a inicialização, lêem esta lista,
e caso não haja nenhuma mudança no Hardware instalado, mantém suas
configurações. Isto permite que o sistema operacional (desde que seja compatível com
o PnP) possa alterar as configurações caso necessário. No Windows 95/98, o próprio
usuário pode alterar livremente as configurações do sistema através do painel de
controle.

Atualmente, apenas o Windows 95, 98 e 2000 são compatíveis com o Plug-and-Play.


Alguns sistemas como o Windows NT 4 oferecem uma compatibilidade limitada,
enquanto outros, como o Windows 3.11 não oferecem suporte algum.

Problemas com o Plug-and-Play

A maneira como o Plug-and-Play foi implementado nos micros PCs, permite (pelo
menos em teoria), que ele funcione bem. O problema é que nem todos os periféricos
usados atualmente são compatíveis com o PnP (placas de som e modems mais antigos
por exemplo), enquanto outros são apenas parcialmente compatíveis (muitas placas de

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som e modems atuais, portas seriais e paralelas, entre outros). Estes periféricos são
chamados de “Legacy ISA”.

Como o BIOS não possui recursos para identificar quais recursos estão sendo
ocupados por este tipo de periférico, é bem possível que atribua os mesmos valores
para outros dispositivos PnP, causando conflitos.

Para evitar este problema, é preciso reservar manualmente os endereços de IRQ e


DMA ocupados por periféricos ISA de legado através da sessão “PNP/PCI Setup” do
CMOS Setup. Se por exemplo você tiver uma placa de som não PnP, que esteja
configurada para utilizar o IRQ 5 e os canais de DMA 1 e 5, você deverá reservar estes
três canais, para que o BIOS não os atribua a nenhum outro periférico

O Windows 95/98 possui algumas rotinas que permitem identificar estes periféricos de
maneira indireta, configurando-os e salvando as configurações no ESCD. Esta
verificação é feita durante a instalação e através do utilitário “Adicionar novo
Hardware”.

Apesar de não ser infalível, este recurso permite diminuir bastante os conflitos gerados
por periféricos antigos.

AGP (Acelerated Graphics Port)

O AGP é um novo barramento feito sob medida para as placas de vídeo mais
modernas. O AGP foi criado com base nas especificações do PCI 2.1 e opera ao dobro
da velocidade do PCI, ou seja, 66 MHz, permitindo uma transferência de dados a 266
MB/s.

Além da velocidade, o AGP permite que uma placa de vídeo possa acessar diretamente
a memória RAM. Este é um recurso muito utilizado em placas 3D, onde a placa usa a
memória RAM para armazenar as texturas que são aplicadas sobre os polígonos que
compõem a imagem tridimensional. Apesar de, usando-se o barramento PCI, também
ser possível utilizar a memória para armazenar as texturas, neste caso os dados teriam
que passar pelo processador, degradando o desempenho geral da máquina.
Originalmente o AGP foi concebido para equipar placas para Pentium II, porém,
muitos fabricantes passaram a usá-lo também em placas soquete 7.

É importante não confundirmos barramento com slot. Por exemplo: numa placa mãe,
geralmente temos 4 ou 5 slots PCI. Todos estes slots porém compartilham o mesmo
barramento de 133 MB/s. O barramento é a estrada que permite a comunicação com o
processador, que é compartilhada por todos os periféricos conectados a este
barramento. Os slots são apenas meios de conexão.

Os 16 MB/s do barramento ISA, por exemplo, são compartilhados por todos os


periféricos conectados em slots ISA, pelas portas seriais e paralelas e pela controladora

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de disquetes. O barramento PCI é compartilhado por todos os periféricos PCI, pelas


interfaces IDE e também por controladoras SCSI que por ventura estejam conectadas
em Slots PCI.

O barramento AGP porém, é utilizado apenas pela placa de vídeo, o que no caso de
placas rápidas como as placas 3D, acaba fazendo diferença. Caso tenhamos vários
HDs numa mesma máquina equipada com uma placa de vídeo rápida, os 133 MB/s do
PCI acabam sendo insuficientes, prejudicando a performance dos periféricos
conectados à ele. Neste caso, o uso de uma placa de vídeo AGP é fortemente
recomendado.

Atualmente, as placas modernas vêm equipadas com slots ISA, PCI e AGP. Sendo o
ISA utilizado por periféricos lentos, como placas de som e modems; o PCI, por placas
de vídeo e placas controladoras de disco, e o AGP por placas de vídeo 3D.

Apesar do AGP também poder ser utilizado por placas de vídeo 2D, seu uso não traz
nenhuma vantagem, pois estas placas não usam a memória RAM para armazenar
texturas, e não são rápidas o suficiente para tirar proveito da maior velocidade do
AGP. Assim, uma placa de vídeo 2D AGP possui rigorosamente a mesma velocidade
que sua versão PCI.

Além do AGP “Standard” temos também o AGP 2x, onde, apesar do barramento
continuar operando a 66 MHz, são feitas duas transferências de dados por ciclo de
clock, equivalendo na prática, a uma velocidade de 133 MHz, o que, na ponta do lápis,
resulta em uma taxa de transferência de nada menos do que 533 MB/s.

Como se não bastasse, a próxima geração de chipsets trará suporte ao AGP 4x, que
funcionará a 133 MHz, com duas transferências por ciclo de clock, resultando em uma
taxa de transferência de incríveis 1066 MB/s, mais inclusive que o barramento atual
entre a memória e o processador, que com o barramento funcionando a 100 MHz fica
em apenas 800 MB/s. Com toda esta velocidade, mesmo a placa de vídeo mais rápida
passará muito longe de utilizar todo o barramento permitido pelo AGP 4x.

USB

Até pouco tempo atrás, podíamos contar apenas com as portas seriais e paralelas para a
conexão de dispositivos externos, como impressoras e mouses. Mas, tendo apenas duas
portas seriais e uma paralela, temos recursos de expansão bastante limitados. Além
disso, a velocidade destas interfaces deixa muito a desejar.

O USB é a tentativa de criar um novo padrão para a conexão de periféricos externos.


Suas principais armas são a facilidade de uso e a possibilidade de se conectar vários
periféricos em uma única porta USB.

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Com exceção talvez do PCMCIA, o USB é o primeiro barramento para micros PC


realmente Plug-and-Play. Podemos conectar periféricos mesmo com o micro ligado,
bastando fornecer o driver do dispositivo para que tudo funcione, sem ser necessário
nem mesmo reinicializar o micro. A controladora USB também é suficientemente
inteligente para perceber a desconexão de um periférico.

Apesar do “boom” ainda não ter acontecido, já existem no mercado vários periféricos
USB, que vão de mouses e teclados à placas de rede, passando por scanners,
impressoras, zip drives, modems, câmeras de videoferência e muitos outros.

Apesar de, a partir do i430VX (lançado em 96) todos os chipsets oferecerem suporte
ao USB, e de praticamente todas as placas mãe equipadas com eles disponibilizarem
duas portas USB, devido ao pouco interesse por esses periféricos, os fabricantes não
costumavam fornecer os cabos de conexão, que devem ser adquiridos separadamente.
A exceção fica obviamente por conta das placas ATX.

Procure na sua placa mãe uma saída com 10 pinos (duas fileiras de cinco), com a sigla
USB decalcada próxima à ela. Caso você possua o manual basta examinar o diagrama
da placa mãe. Cada fileira de pinos é uma saída USB, bastando conectar a ela o cabo
apropriado.

Topologia

Podemos conectar até 127 periféricos a uma única saída USB em fila, ou seja,
conectando o primeiro periférico à saída USB da placa mãe e conectando os demais a
ele.

A controladora USB do micro é o nó raiz do barramento. A este nó principal podemos


conectar outros nós chamados de hubs. Um hub nada mais é do que um beijamim que
disponibiliza mais encaixes, sendo 7 o limite por hub. O hub possui permissão para
fornecer mais níveis de conexões, o que permite conectar mais hubs ao primeiro, até
alcançar o limite de 127 periféricos permitidos pela porta USB.

A idéia é que periféricos maiores, como monitores e impressoras possam servir como
hubs, disponibilizando várias saídas cada um. Os “monitores USB” nada mais são do
que monitores comuns com um hub USB integrado.

Existem dois tipos de conectores USB, chamados de conector A e conector B. O


conector A é o conector usado na placa mãe, enquanto o B é o utilizado pelos
periféricos.

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Compatibilidade

Como todo hardware, para utilizar o USB é necessário suporte por parte do sistema
operacional. Tanto o Windows 95 original, quanto o ORS/2, não oferecem suporte ao
USB. A compatibilidade veio apenas com a versão OSR/2.1, lançada em outubro de 96
para a venda em conjunto com computadores novos. Os CDs desta versão são
facilmente identificáveis por trazerem a frase “Com suporte USB” estampada.

O Windows 98 já traz suporte nativo, enquanto outros sistemas como o Windows NT


4 e o Linux (pelo menos enquanto escrevo este livro) são incompatíveis.

Desempenho
Cada porta USB permite uma taxa de transferência de 12 Mbps, ou cerca de 1,5 MB/s,
cerca de 100 vezes mais do que a permitida por um porta serial, e um pouco mais do
que a permitida por uma porta paralela ECP.

Esta velocidade é suficiente para acomodar periféricos como impressoras, scanners,


Zip drives externos, modems e mesmo interfaces de rede de 10 Mbps. O problema é
que os 12 Mbps são compartilhados entre todos os periféricos conectados à porta. Se
você conectar uma interface de rede e um Zip drive à mesma porta, e utiliza-los ao
mesmo tempo, notará uma visível queda no desempenho. Caso você pretenda utilizar
dois periféricos USB que consumam muita banda, procure instalar um em cada porta
da placa mãe.

Pedido de interrupção (IRQ)

Nos micros PC, existe um conceito chamado de pedido de interrupção. A função dos
pedidos de interrupção é permitir que os vários dispositivos do micro façam
solicitações ao processador. Existem 16 canais de interrupção, chamados de IRQ
(“Interrupt Request”, ou “pedido de interrupção”), que são como cordas que um
dispositivo pode puxar para dizer que tem algo para o processador. Quando solicitado,
o processador para tudo o que estiver fazendo para dar atenção ao periférico que está
chamando, continuando seu trabalho após atendê-lo. Dois dispositivos não podem
compartilhar a mesma interrupção, caso contrário teremos um conflito de hardware.
Isso acontece por que neste caso, o processador não saberá qual dispositivo o está
chamando, causando os mais diversos tipos de mal funcionamento dos dispositivos
envolvidos.

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Normalmente os endereços IRQ ficam configurados da seguinte maneira:

IRQ 0 Reservado à placa mãe


IRQ 1 Teclado
IRQ 2 Reservado à placa mãe
IRQ 3 Porta serial 1 (Com2 e Com 4)
IRQ 4 Porta Serial 2 (Com1 e Com 3)
IRQ 5 Placa de Som
IRQ 6 Unidade de Disquetes
IRQ 7 LPT 1 (porta da impressora)
IRQ 8 Relógio de tempo real
IRQ 9 Placa de Vídeo (não necessário em algumas placas)
IRQ 10 Controladora SCSI
IRQ 11 Disponível
IRQ 12 Conector USB
IRQ 13 Coprocessador Aritmético
IRQ 14 Controladora Ide Primária
IRQ 15 Controladora Ide Secundária

Vale lembrar, que caso não tenhamos instalado um determinado dispositivo, a


interrupção destinada a ele ficará vaga. Podemos também mudar os endereços dos
periféricos instalados, podendo por exemplo, instalar uma placa de som em outra
interrupção disponível e usar a interrupção 5 para outro dispositivo.

DMA (Acesso Direto à Memória)

O DMA visa melhorar a performance geral do micro, permitindo que os periféricos


transmitam dados diretamente para a memória, poupando o processador de mais esta
tarefa.

Existem 8 portas de DMA, e como acontece com os pedidos de interrupção, dois


dispositivos não podem compartilhar o mesmo canal DMA, caso contrário haverá um
conflito. Os 8 canais DMA são numerados de 0 a 7, sendo nos canais de 0 a 3 a
transferência de dados feita a 8 bits e nos demais a 16 bits. O uso de palavras binárias
de 8 bits pelos primeiros 4 canais de DMA visa manter compatibilidade com
periféricos mais antigos.

Justamente por serem muito lentos, os canais de DMA são utilizados apenas por
periféricos lentos, como drives de disquete, placas de som e portas paralelas padrão
ECP. Periféricos mais rápidos utilizam o Bus Mastering, uma espécie de DMA
melhorado.

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O Canal 2 de DMA é nativamente usado pela controladora de disquetes. Uma placa de


som geralmente precisa de dois canais de DMA, um de 8 e outro de 16 bits, usando
geralmente o DMA 1 e 5. O DMA 4 é reservado à placa mãe. Ficamos então com os
canais 3, 6 e 7 livres. Caso a porta paralela do micro seja configurada no Setup para
operar em modo ECP, precisará também de um DMA, podemos então configurá-la
para usar o canal 3.

DMA 0 Disponível
DMA 1 Placa de Som
DMA 2 Controladora de drives de disquetes
DMA 3 Porta paralela padrão ECP
DMA 4 Reservado à placa mãe
DMA 5 Placa de Som
DMA 6 Disponível
DMA 7 Disponível

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Capítulo 6:
Discos Rígidos

O Hard Disk (HD), ou simplesmente Disco Rígido, é um sistema de armazenamento


de alta capacidade que, ao contrário da memória RAM, não perde seus dados quando
desligamos o micro, sendo por isso destinado ao armazenamento de arquivos e
programas.

Apesar de também ser uma mídia magnética, um HD é muito diferente de um disquete


comum, sendo composto por vários discos empilhados que ficam dentro de uma caixa
lacrada, pois, como os discos giram a uma velocidade muito alta, qualquer partícula de
poeira entre os discos e a cabeça de leitura causaria uma colisão que poderia danificar
gravemente o equipamento.

Sem dúvida, o disco rígido foi um dos componentes que mais evoluiu na história da
computação. O primeiro disco rígido foi construído pela IBM em 1957, e era formado
por nada menos que 50 discos de 24 polegadas de diâmetro, com uma capacidade total
de 5 Megabytes, incrível para a época.

Este primeiro disco rígido, foi chamado de "Winchester" termo muito usado ainda hoje
para designar HDs de qualquer espécie. Ainda no início da década de 80, os discos
rígidos eram muito caros e modelos de 10 Megabytes custavam quase 2.000 dólares,
enquanto hoje compramos modelos de 6 Gigabytes por menos de 200 dólares.

Funcionamento do Disco Rígido

Dentro do disco rígido, os dados são gravados em discos magnéticos, chamados em


Inglês de “Platters”. Estes discos são compostos de duas camadas.

A primeira é chamada de substrato, e nada mais é do que um disco metálico,


geralmente feito de ligas de alumínio. A fim de permitir o armazenamento de dados,
este disco é recoberto por uma segunda camada, agora de material magnético. Os
discos são montados em um eixo que por sua vez gira graças a um motor especial.

Para ler e gravar dados no disco, usamos cabeças de leitura eletromagnéticas (heads
em Inglês) que são presas a um braço móvel (arm), o que permite o seu acesso a todo o

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disco. Um dispositivo especial, chamado de atuador, ou “actuator” em Inglês,


coordena o movimento das cabeças de leitura.

O tamanho dos discos magnéticos, determina o tamanho físico do disco rígido.


Atualmente, o tamanho de disco rígido mais comum é 3,5 polegadas. Podemos
encontrar também modelos de 5,25 polegadas (quase do tamanho de um drive de CD-
ROM), como os modelos Quantum Bigfoot, muito vendidos até pouco tempo atrás.
Estes discos maiores, porém, não são uma boa opção de compra, pois são bem mais
lentos e mais passíveis de problemas que seus irmãos menores. Isso se deve à vários
fatores: O primeiro é que sendo seus discos maiores, não se consegue fazê-los girar a
uma velocidade muito alta, ocasionando lentidão no acesso aos dados gravados. O
problema da lentidão é agravado por mais um fator: sendo a superfície dos discos
muito maior, as cabeças de leitura demoram muito mais tempo para conseguir
localizar os dados, justamente devido à distância maior a ser percorrida. Outro
problema é que devido ao maior esforço, o mecanismo de rotação também é mais
passível de defeitos.

Encontramos também discos de 2,5 polegadas, destinados a notebooks devido ao seu


tamanho reduzido e baixo consumo de energia.

Trilhas, Setores e Cilindros

Para organizar o processo de gravação e leitura dos dados gravados no disco rígido, a
superfície dos discos é dividida em trilhas e setores. As trilhas são círculos
concêntricos, que começam no final do disco e vão se tornando menores conforme se
aproximam do centro. Cada trilha recebe um número, que permite sua fácil
localização. A trilha mais externa recebe o número 0 e as seguintes recebem os
números 1, 2, 3, e assim por diante. Para facilitar ainda mais o acesso aos dados, as
trilhas se dividem em setores, que são pequenos pedaços onde são armazenados os
dados, sendo que cada setor guarda 512 bytes de informações. Um disco rígido atual
possui entre 150 ou 300 setores em cada trilha (o número varia de acordo com a marca
e modelo), possuindo em torno de 2000 ou 3000 trilhas.

Para definir o limite entre uma trilha e outra, assim como onde termina um setor e
onde começa o próximo, são usadas marcas de endereçamento, pequenas marcas com
um sinal magnético que orientam a cabeça de leitura, permitindo à controladora do
disco localizar os dados desejados.

Além das trilhas e setores, temos também as faces de disco. Um HD é formado


internamente por vários discos empilhados, sendo o mais comum atualmente o uso de
2 ou 3 discos. Assim como num disquete, podemos usar os dois lados do disco para
gravar dados, cada lado passa então a ser chamado de face. Em um disco rígido com 2
discos por exemplo, temos 4 faces. Como uma face é isolada da outra, temos num
disco rígido várias cabeças de leitura, uma para cada face.

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Apesar de possuirmos várias cabeças de leitura num disco rígido, elas não se
movimentam independentemente, pois são todas presas à mesma peça metálica,
chamada braço de leitura. O braço de leitura é uma peça triangular, geralmente feita de
alumínio, que pode se mover horizontalmente. Para acessar um dado contido na trilha
982 da face de disco 3 por exemplo, a controladora do disco ativa a cabeça de leitura
responsável pelo disco 3 e a seguir ordena ao braço de leitura que se dirija à trilha
correspondente. Não é possível que uma cabeça de leitura esteja na trilha 982, ao
mesmo tempo que outra esteja na trilha 5631 por exemplo, justamente por seus
movimentos não serem independentes.

Já que todas as cabeças de leitura sempre estarão na mesma trilha de seus respectivos
discos, deixamos de chamá-las de trilhas e passamos a usar o termo “cilindro”. Um
cilindro nada mais é do que o conjunto de trilhas com o mesmo número nos vários
discos. Por exemplo, o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de disco, o
cilindro 2 é formado pela trilha 2 de cada face, e assim por diante. Em essência,
quando falamos em trilhas e cilindros, estamos usando nomes diferentes para falar
sobre a mesma coisa.

Esta figura ilustra bem a divisão dos discos em trilhas, setores e cilindros. É usado
como exemplo um disco rígido composto de 4 discos ( a ilustração é cortesia da
Quantum Corporation).

Zoned Bit Recording (ZBR)

A trilha mais externa de um disco rígido possui mais que o dobro de diâmetro da trilha
mais interna e, consequentemente, possui capacidade para armazenar muito mais
dados. Porém, nos primeiros discos rígidos, assim como nos drives de disquetes, todas
as trilhas do disco, independentemente de seu diâmetro possuem o mesmo número de
setores, fazendo com que nas trilhas mais externas, os setores ocupem um espaço
muito maior do que os setores das trilhas mais internas.

Temos então um grande espaço desperdiçado, pois é preciso “nivelar por baixo”
fazendo com que todas as trilhas possuam o mesmo número de setores permitido pelas
trilhas mais internas, acabando por desperdiçar enormes quantidades de espaço nas
primeiras trilhas do disco.

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O recurso de Zoned bit Recording permite variar a quantidade de setores por trilha, de
acordo com o diâmetro da trilha a ser dividida, permitindo uma organização mais
racional do espaço em disco, aumentando a densidade de gravação. A quantidade de
setores em cada trilha é definida durante a formatação física do disco rígido.

Densidade

Para criar um disco rígido de maior capacidade, podemos usar mais discos, usar discos
maiores, ou aumentar a densidade de gravação dos discos.

Simplesmente aumentar a quantidade de discos dentro do disco rígido, de 3 para 6


discos por exemplo, aumentaria apenas a capacidade do disco rígido, mas não a sua
performance. Caso aumentássemos o tamanho dos discos de 3,5 polegadas para 5,25
polegadas por exemplo, também seria possível gravar mais dados nos discos, porém a
velocidade de acesso aos dados ficaria comprometida.

Sendo assim, a maneira mais eficiente de aumentar a capacidade dos discos rígidos é
justamente aumentar a densidade dos discos magnéticos. Aumentar a densidade,
significa conseguir gravar mais dados no mesmo espaço físico. Podemos ter então
mais trilhas no mesmo disco, e cada trilha pode passar a ter mais setores, permitindo
gravar mais dados num disco do mesmo tamanho.

Porém, aumentando a densidade dos discos surgem vários problemas. Diminuindo o


espaço ocupado por cada bit no disco, enfraquecemos seu sinal magnético. Precisamos
então de uma mídia de melhor qualidade, para que os dados possam manter-se estáveis
no disco. Também precisamos desenvolver uma cabeça de leitura muito mais sensível,
assim como aperfeiçoar os mecanismos de movimentação dos braços de leitura.

Apesar destas dificuldades, os fabricantes têm conseguido desenvolver incríveis


tecnologias, que estão permitindo aumentar assustadoramente a densidade dos discos,
permitindo que além de discos mais velozes, tenhamos uma queda vertiginosa no
preço por Megabyte.

Como os Dados são Gravados e Lidos

O platter de um disco rígido é recoberto por uma camada magnética extremamente


fina. Na verdade, quanto mais fina for a camada de gravação, maior será sua
sensibilidade, e consequentemente maior será a densidade de gravação permitida por
ela.

Os primeiros discos rígidos, assim como os discos usados no início da década de 80,
utilizavam a mesma tecnologia de mídia magnética utilizada em disquetes, chamada

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“coated media”, que além de permitir uma baixa densidade de gravação, não é muito
durável. Os discos atuais já utilizam mídia laminada (plated mídia); uma mídia mais
densa, de qualidade muito superior, que permite a enorme capacidade de
armazenamento dos discos modernos.

A cabeça de leitura e gravação de um disco rígido funciona como um eletroímã


semelhante aos que estudamos nas aulas de ciências do primário, sendo composta de
uma bobina de fios que envolvem um núcleo de ferro. A diferença é que num disco
rígido, este eletroímã é extremamente pequeno e preciso, a ponto de ser capaz de
gravar trilhas medindo menos de um centésimo de milímetro.

Quando estão sendo gravados dados no disco, a cabeça utiliza seu campo magnético
para organizar as moléculas de óxido de ferro da superfície de gravação, fazendo com
que os pólos positivos das moléculas fiquem alinhados com o pólo negativo da cabeça
e, consequentemente, com que os pólos negativos das moléculas fiquem alinhados
com o pólo positivo da cabeça. Usamos neste caso a velha lei “os opostos de atraem”.

Como a cabeça de leitura e gravação do HD é um eletroímã, sua polaridade pode ser


alternada constantemente. Com o disco girando continuamente, variando a polaridade
da cabeça de gravação, variamos também a direção dos pólos positivos e negativos das
moléculas da superfície magnética. De acordo com a direção dos pólos, temos um bit 1
ou 0.

Para gravar as seqüências de bits 1 e 0 que formam os dados, a polaridade da cabeça


magnética é mudada alguns milhões de vezes por segundo, sempre seguindo ciclos
bem determinados. Cada bit é formado no disco por uma seqüência de várias
moléculas. Quanto maior for a densidade do disco, menos moléculas serão usadas para
armazenar cada bit e teremos um sinal magnético mais fraco. Precisamos então de uma
cabeça magnética mais precisa.

Quando é preciso ler os dados gravados, a cabeça de leitura capta o campo magnético
gerado pelas moléculas alinhadas. A variação entre os sinais magnéticos positivos e
negativos gera uma pequena corrente elétrica que caminha através dos fios da bobina.
Quando o sinal chega na placa lógica do HD, ele é interpretado como uma seqüência
de bits 1 e 0.

Vendo desta maneira, o processo de armazenamento de dados em discos magnéticos


parece ser simples, e realmente era nos primeiros discos rígidos (como o “Winchester”
da IBM), que eram construídos de maneira praticamente artesanal. Apesar de nos
discos modernos terem sido incorporados vários aperfeiçoamentos, o processo básico
continua sendo o mesmo.

Formatação

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Para podermos usar o disco rígido, primeiro devemos formatá-lo. Formatar significa
dividir logicamente o disco em setores endereçáveis, permitindo que os dados possam
ser gravados e posteriormente lidos de maneira organizada.

A formatação do disco é um assunto relativamente complicado, tanto que muitas


vezes, mesmo profissionais da área têm dúvidas sobre este assunto. A primeira coisa a
se compreender sobre isto, é que existem dois tipos de formatação: a formatação física,
ou formatação de baixo nível, e a formatação lógica.

No início deste capítulo, discutimos sobre a organização do disco em trilhas, setores e


cilindros. Esta organização é necessária para que se possa ler e gravar dados no disco.

A divisão do disco em trilhas, setores e cilindros é chamada de formatação de baixo


nível, ou formatação física. Os discos mais antigos, padrão ST-506 e ST-412 (que há
mais de uma década deixaram de ser usados, sendo substituídos pelos discos padrão
IDE e SCSI), eram muito mais simples do que os atuais, permitindo que a formatação
física fosse feita pelo próprio usuário através do Setup. Inclusive, estes discos
precisavam ser periodicamente reformatados fisicamente. Isso acontecia por um
problema simples: quando lidos pela cabeça de leitura, os setores do disco
esquentavam e se expandiam, esfriando e contraindo-se logo em seguida.

Esta expansão e contração da superfície do disco, acabava por alterar a posição das
trilhas, causando desalinhamento e dificultando a leitura dos dados pela cabeça
magnética, sendo necessária uma nova formatação física para que as trilhas, setores e
cilindros, voltassem às suas posições iniciais.

Para piorar, nesses discos obsoletos era utilizado um motor de passo para movimentar
as cabeças eletromagnéticas (semelhante ao usado nos drives de disquetes) que, por
não ser completamente preciso, sempre acabava causando algum desalinhamento
também.

Disco rígido padrão ST-506 do início da década de 80. Apesar do tamanho, a


capacidade deste disco é de apenas 5 Megabytes.

Os HDs IDE e SCSI, usados atualmente, já são muito mais complexos do que os
discos antigos, sendo quase impossível determinar sua disposição de trilhas, setores e
cilindros para possibilitar uma formatação física. Eles também não possuem o
problema de desalinhamento, de modo que neles a formatação física é feita somente
uma vez na fábrica.

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Qualquer tentativa indevida de formatar fisicamente um disco moderno simplesmente


não surtirá efeito, podendo em alguns casos, até mesmo inutilizar o disco, salvo
quando feita usando algum programa específico e sob orientação do fabricante.

Concluindo, todos os HDs do padrão IDE ou SCSI não precisam ser formatados
fisicamente, não sendo aconselhada qualquer tentativa.

Existem alguns programas, como o “Maxtor Low Level Format”, que são usados por
alguns usuários como formatadores físicos. Na verdade, a maioria destes programas
são simplesmente ferramentas de diagnóstico e correção de erros, na mesma linha do
Scandisk, que checam o disco marcando setores defeituosos, permitindo também
visualizar muitos outros erros lógicos no disco e corrigi-los. De qualquer maneira, a
ação destes programas é apenas a nível lógico.

Outros programas como o ‘Zero Fill” fazem um tipo de formatação irreversível,


preenchendo todos os setores do disco com bits 0. A única diferença deste tipo de
formatação, para a feita pelo comando “Format” é que não é possível recuperar
nenhum dos dados anteriormente gravados no disco.

Finalmente, temos alguns programas antigos, assim como a opção de “Low Level
Format” encontrada em BIOS mais antigos que se destina a formatar fisicamente os
antigos HDs padrão MFM e RLL. Quando usado em um HD IDE ou SCSI, este tipo de
formatação simplesmente não funciona. Quando muito é apagado o Defect Map e o
setor de Boot do HD.

Algumas pessoas tentam usar placas mãe mais antigas, que possuem no Setup a opção
de formatação de baixo nível para formatar fisicamente seus discos rígidos IDE a fim
de eliminar setores danificados no disco. Este procedimento, além de poder causar
danos ou mesmo a inutilização do disco rígido, não traz vantagens.

Um setor danificado é uma pequena falha na superfície magnética do disco rígido,


onde não se pode gravar dados com segurança. Estes danos na superfície do HD
podem surgir devido a algum impacto forte, ou mesmo devido ao desgaste da mídia
magnética, o que costuma ocorrer em HDs com muito uso. Quando rodamos algum
utilitário de diagnóstico do disco rígido, como o Scandisk, que acompanha o Windows
95 ou 98, são testados todos os setores do disco rígido, e aqueles que estão danificados
são marcados como defeituosos numa área reservada do disco chamada de “Defect
Map”, para que não sejam mais usados. Os setores danificados são comunmente
chamados de "bad-blocks".

Estes setores são marcados como defeituosos justamente por apresentarem tendência à
corrupção dos dados gravados. Tentar apagar o Defect Map, faria apenas com que
estes setores fossem novamente vistos como bons pelo sistema operacional. Esta
tentativa desesperada não soluciona o problema, simplesmente faria com que as áreas
danificadas do disco, antes marcadas, voltem a ser utilizadas, diminuindo a
confiabilidade do disco

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Sistema de Arquivos

Após a formatação física, temos um HD dividido em trilhas, setores e cilindros.


Porém, para que este disco possa ser reconhecido e utilizado pelo sistema operacional,
é necessária uma nova formatação, chamada de formatação lógica. A formatação
lógica consiste em escrever no disco a estrutura do sistema de arquivos utilizado pelo
sistema operacional.

Um sistema de arquivos é um conjunto de estruturas lógicas e de rotinas que permitem


ao sistema operacional controlar o acesso ao disco rígido. Diferentes sistemas
operacionais usam diferentes sistemas de arquivos.

Para ilustrar este quadro, podemos imaginar que numa empresa tenhamos duas
secretárias, ambas com a função de organizar vários documentos, de modo que possam
localizar qualquer um deles com facilidade, sendo que ambas trabalham
separadamente. Cada uma, iria então, organizar os documentos da maneira que achasse
pessoalmente mais conveniente, e provavelmente uma não entenderia a forma de
organização da outra.

Do mesmo modo que as secretárias, os sistemas operacionais organizam o disco do


modo que permita armazenar e acessar os dados de maneira mais eficiente, de acordo
com os recursos, limitações e objetivos do sistema.

Diferentes sistemas operacionais existem com diferentes propósitos. O Windows 98,


por exemplo, é destinado basicamente para o uso doméstico, tendo como prioridade a
facilidade de uso e a compatibilidade. Sistemas baseados no Unix já tem como
prioridade a estabilidade e segurança. Claro que com propósitos tão diferentes, estes
sistemas usam de diferentes artifícios para organizar os dados no disco de modo a
melhor atender seus objetivos.

Depois destas várias páginas de explicações técnicas, talvez você esteja achando que
este é um processo difícil, mas é justamente o contrário. Para formatar um disco a ser
utilizado pelo Windows 98 por exemplo, precisamos apenas dar boot através de um
disquete, e rodar o programa FDISK, seguido do comando FORMAT C: (ou a letra
da unidade a ser formatada).

Outros sistemas operacionais algumas vezes incluem até mesmo “Wizzards” que
orientam o usuário sobre a formatação lógica do disco durante o processo de
instalação.

Os sistemas de arquivos, mais usados atualmente são a FAT16, compatível com o


DOS e todas as versões do Windows, a FAT32, compatível apenas com o Windows 98
e Windows 95 OSR/2 (uma versão “debugada” do Windows 95, com algumas
melhorias, vendida pela Microsoft apenas em conjunto com computadores novos), o
NTFS, compatível com o Windows NT, e o HPFS compatível como o OS/2.
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FAT 16

Este é o sistema de arquivos utilizado pelo MS-DOS, incluindo o DOS 7.0, e pelo
Windows 95, sendo compatível também com o Windows 98. Este sistema de arquivos
adota 16 bits para o endereçamento de dados, permitindo um máximo de 65526
clusters, que não podem ser maiores que 32 KB. Esta é justamente a maior limitação
da FAT 16: como só podemos ter 65 mil clusters com tamanho máximo de 32 KB
cada, podemos criar partições de no máximo 2 Gigabytes utilizando este sistema de
arquivos. Caso tenhamos um HD maior, será necessário dividi-lo em duas ou mais
partições. O sistema operacional reconhece cada partição como um disco distinto: caso
tenhamos duas partições por exemplo, a primeira aparecerá como C:\ e a segunda
como D:\, exatamente como se tivéssemos dois discos rígidos instalados na máquina.

Um cluster é a menor unidade de alocação de arquivos reconhecida pelo sistema


operacional, sendo que na FAT 16 podemos ter apenas 65 mil clusters por partição.
Este limite existe devido a cada cluster ter um endereço único, através do qual é
possível localizar onde determinado arquivo está armazenado. Um arquivo grande é
gravado no disco fragmentado em vários clusters, mas um cluster não pode conter
mais de um arquivo.

Em um disco de 2 Gigabytes formatado com FAT16, cada cluster possui 32 Kbytes.


Digamos que vamos gravar neste disco 10.000 arquivos de texto, cada um com apenas
300 bytes. Como um cluster não pode conter mais do que um arquivo, cada arquivo
iria ocupar um cluster inteiro, ou seja, 32 Kbytes! No total, estes nossos 10.000
arquivos de 300 bytes cada, ocupariam ao invés de apenas 3 Megabytes, um total de
320 Megabytes no disco! Um enorme desperdício de espaço.

É possível usar clusters menores usando a FAT16, porém, em partições pequenas:

Tamanho da Partição Tamanho dos Clusters


Entre 1 e 2 GB 32 Kbytes
Menos que 1 GB 16 Kbytes
Menos que 512 Mb 8 Kbytes
Menos que 256 Mb 4 Kbytes
Menos que 128 Mb 2 Kbytes

Justamente devido ao tamanho dos clusters, não é recomendável usar a FAT16 para
formatar partições com mais de 1 GB, caso contrário, com clusters de 32KB, o
desperdício de espaço em disco será brutal.

A versão OSR/2 do Windows 95 (conhecido também como Windows "B") trouxe um


novo sistema de arquivos chamado FAT32, o qual continua sendo utilizado também no
Windows 98.

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FAT 32

Uma evolução natural da antiga FAT16, a FAT32, utiliza 32 bits para o


endereçamento de cada cluster, permitindo clusters de apenas 4 KB, mesmo em
partições maiores que 2 GB. O tamanho máximo de uma partição com FAT32 é de
2048 Gigabytes (2 Terabytes), o que a torna adequada para os discos de grande
capacidade que temos atualmente.

Usando este sistema de arquivos, nossos 10.000 arquivos de texto ocupariam apenas
40 Megabytes, uma economia de espaço considerável. De fato, quando convertemos
uma partição em FAT16 para FAT32, é normal conseguirmos de 15 a 30% de
diminuição do espaço ocupado no Disco. O problema, é que o outros sistemas
operacionais, incluindo o Linux, o OS/2, e mesmo o Windows NT 4.0 e o Windows 95
antigo, não são capazes de acessar partições formatadas com FAT32; somente o
Windows 95 OSR/2 e o Windows 98 o são. A desfragmentação do disco, seja qual for
o programa usado também será bem mais demorada devido ao maior número de
clusters.

Um outro problema é que devido à maior quantidade de clusters à serem gerenciados,


a performance do HD deve cair um pouco, em torno de 3 ou 5%, algo imperceptível na
prática de qualquer maneira. Ainda assim, caso o seu único sistema operacional seja o
Windows 95 OSR/2 ou o Windows 98, é recomendável o uso da FAT32 devido ao
suporte a discos de grande capacidade e economia de espaço.

CONVERTENDO UNIDADES DE FAT 16 PARA FAT 32

Caso você já esteja usando o Windows OSR/2 ou 98, mas o seu HD esteja formatado
com FAT16, você pode convertê-lo para FAT32 usando alguns programas específicos.

O primeiro é o FDISK, que pode ser encontrado num disco de boot do Windows 98 ou
Windows 95 OSR/2. Para usá-lo basta inicializar o micro usando o disquete de boot e
digitar “FDISK” no prompt do DOS. Para instruções mais detalhadas sobre o uso do
Fdisk, consulte o capítulo 14 deste livro.

O problema em usar o Fdisk, é que você precisará reformatar o seu HD, perdendo
todos os dados.

Outra alternativa para fazer a conversão é usar o programa “Partition Magic” da Power
Quest que consegue converter a FAT16, sem perda de dados, não só para FAT32, mas
para outros sistemas de arquivos, como NTFS, EXT2 (do Linux), e outros, podendo
ser adquirido em lojas de informática por cerca de R$ 70,00. Por fim, existe também
um programa da Microsoft chamado CVT, que converte um partição FAT16 para

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FAT32 sem perda de dados. O CVT pode ser copiado gratuitamente do site da
Microsoft na Internet, no endereço www.microsoft.com .

Se você está usando o Windows 98, será muito mais fácil, pois este sistema
acompanha um conversor, que apesar de não ter todos os recursos do Partition Magic,
faz o trabalho sem perda de dados. O conversor para FAT 32 está na pasta
“ferramentas de sistema”, dentro do menu iniciar, junto com o Scandisk e o Defrag.

VFAT

A FAT 16 usada pelo DOS possui uma grave limitação quanto ao tamanho dos nomes
de arquivos, que não podem ter mais do que 11 caracteres, sendo 8 para o nome do
arquivo e mais 3 para a extensão, como em “formular.doc”. O limite de apenas 8
caracteres é um grande inconveniente, o “Boletim da 8º reunião anual de diretoria” por
exemplo, teria de ser gravado na forma de algo como “8reandir.doc”, certamente um
nome pouco legível.

Sabiamente, a Microsoft decidiu eliminar esta limitação no Windows 95. Para


conseguir derrubar esta barreira, e ao mesmo tempo continuar usando a FAT 16,
evitando os custos de desenvolvimento e os problemas de incompatibilidade que
seriam gerados pela adoção de um novo sistema de arquivos (o Windows 95 original
era compatível apenas com a FAT 16), optou-se por “remendar” a FAT 16 com um
novo sistema chamado VFAT.

Através do VFAT arquivos com nomes longos são gravados no diretório raiz
respeitando o formato 8.3 (oito letras e uma extensão de até 3 caracteres) sendo o
nome verdadeiro armazenado em uma área reservada. Se tivéssemos dois arquivos,
chamados de “Reunião anual de 1998” e “Reunião anual de 1999” por exemplo,
teríamos gravados no diretório raiz “Reunia~1” e “Reunia~2”. Se o disco fosse lido a
partir do DOS, o sistema leria apenas este nome simplificado. Lendo o disco através
do Windows 95 seria possível acessar as áreas ocultas do VFAT e ver os nomes
completos dos arquivos.

FAT 12

A FAT 12 foi o primeiro sistema de arquivos utilizado em micros PCs, antes mesmo
da FAT 16. Neste arcaico sistema de arquivos são usados apenas 12 bits para formar o
endereço de cada cluster, permitindo um total de 4096 clusters. O tamanho máximo
para cada cluster neste sistema é 4 KB, permitindo partições de até 16 MB.

Em 1981, quando o IBM PC foi lançado, 16 MB parecia ser uma capacidade


satisfatória, já que naquela época os discos rígidos mais caros (chegavam a custar mais
de 2000 dólares) não tinham mais do que 10 MB, sendo o mais comum o uso de discos

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de apenas 5 MB. Claro que, em se tratando de informática, por maior que seja um
limite, ele jamais será suficiente por muito tempo. Logo começaram a ser usados
discos de 40, 80 ou 120 MB, obrigando a Microsoft a criar a FAT 16, e incluí-la na
versão 4.0 do MS-DOS.

Por ser um sistema de arquivos mais simples do que a FAT 16, a FAT 12 ainda é
utilizada pelo Windows 95/98 para formatar disquetes.

NTFS

O NTFS é um sistema de arquivos de 32 bits usado pelo Windows NT. Nele, não
usamos clusters, sendo os setores do disco rígido endereçados diretamente.

A vantagem é que cada unidade de alocação possui apenas 512 bytes, sendo quase
nenhum o desperdício de espaço em disco. Somente o Windows NT é capaz de
entender este formato de arquivos, e a opção de formatar o HD em NTFS é dada
durante a instalação.

Apesar do Windows NT funcionar normalmente em partições formatadas com FAT16,


é mais recomendável o uso do NTFS, pois além dos clusters menores, e o suporte a
discos maiores que 2 Gigabytes, ele oferece também vários recursos de gerenciamento
de disco e de segurança inexistentes na FAT16 ou FAT32. É possível, por exemplo,
compactar isoladamente um determinado diretório do disco e existem várias cópias de
segurança da FAT, tornando a possibilidade de perda de dados quase zero. Também
existe o recurso de "hot fix", onde setores danificados são marcados automaticamente,
sem a necessidade do uso de utilitários como o Scandisk.

HPFS

Apesar do OS/2, o sistema operacional concorrente do Windows 95 da IBM, também


poder ser instalado sem problemas em partições formatadas em FAT16, é mais
recomendável usá-lo em partições formatadas com o HPFS, o seu sistema de arquivos
proprietário. Nelas, o OS/2 apresenta uma performance bem superior, devido à forma
mais eficiente de organização de dados nesse sistema de arquivos.

Apesar de eficiente, este sistema de arquivos caiu em desuso junto com o OS/2, não
sendo inclusive suportado por outros sistemas operacionais, salvo versões antigas do
Windows NT.

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EXT2

O EXT2 é um sistema de arquivo utilizado apenas pelo Linux, que apresenta vários
recursos avançados de segurança e suporte a partições de até 4 Terabytes. Apenas os
programas formatadores do Linux, como o Linux Fdisk e o FIPS são capazes de criar
partições em EXT2.

Estruturas Lógicas

Todos os vários sistemas de arquivos são constituídos de várias estruturas lógicas, que
permitem ao sistema operacional gravar e localizar dados gravados no disco com a
maior facilidade e velocidade possíveis.

O nome “estrutura lógica” foi dado porque todas as estruturas que explicarei agora são
a nível de sistema operacional, ou seja, não alteram a estrutura física do disco (trilhas,
setores, cilindros, etc.) nem a maneira como a controladora do disco rígido o utilizará,
mas apenas a maneira como o sistema operacional enxergará e utilizará o disco.

Como todas estas estruturas são criadas a nível lógico (software), não existe nenhum
problema em reformatar um disco onde foi instalado o Windows 98 por exemplo, para
que se possa instalar o Linux, OS/2 ou qualquer outro sistema operacional, basta que
você tenha o programa formatador adequado.

Setor de Boot

Durante o boot, logo após executar os testes do Post, o próximo passo do BIOS será
carregar o sistema operacional. Independentemente de qual sistema de arquivos você
esteja usando, o primeiro setor do disco rígido será reservado para armazenar
informações sobre a localização do sistema operacional, que permitem ao BIOS iniciar
seu carregamento.

No setor de boot é registrado qual sistema operacional está instalado, com qual sistema
de arquivos o disco foi formatado e quais arquivos devem ser lidos para inicializar o
micro. Geralmente também são gravadas mensagens de erro como a clássica “Non-
System disk or disk error...”. Veja alguns trechos de setor de boot de um micro onde
foi instalado o MS-DOS 6.2:

.<.MSDOS6.2...H$NO NA ME FAT16 .... Non-System disk or disk error...Replace


and press any key when read... IO.SYS MSDOS.SYS>.

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Ao ler este pequeno programa, o BIOS saberá que o disco foi formatado usando a FAT
16, que está instalado o MS-DOS 6.2 e que deverá carregar os arquivos IO.SYS e
MSDOS.SYS que estão no diretório raiz do disco rígido para poder inicializar o micro.
Caso alguma coisa dê errada, então será exibida a mensagem de erro “Non-System
disk or disk error...Replace and press any key when read” também informada no setor
de boot.

Um único setor de 512 bytes pode parecer pouco, mas é suficiente para armazenar o
registro de boot devido ao seu pequeno tamanho. O Setor de boot também é conhecido
como “trilha MBR”, “trilha 0”, etc.

A existência de um setor de boot é justamente o que difere um disco de boot de um


disco sem sistema. Se você simplesmente gravar os arquivos de inicialização em um
disquete ou disco rígido virgem, usando o comando “Copy” ou arrastando-os através
do Windows Explorer, não conseguirá inicializar o micro através dele, pois apesar de
todos os arquivos necessários estarem lá, o BIOS não será capaz de encontrá-los
devido à inexistência de um setor de boot. Para criar um disquete de boot ou tornar o
disco rígido bootável, você deverá usar o comando “SYS” seguido da letra do drive,
como em “Sys A:” ou “Sys C:”. Neste caso, além de serem copiados os arquivos de
sistema, será criado o setor de boot.

Alguns tipos de vírus são capazes de se instalar no setor de boot, que se revela o local
ideal para alojar estes programas destrutivos, pois como este setor é lido toda vez que
o micro é ligado, o vírus sempre seria carregado na memória junto com o sistema
operacional. Neste caso, o vírus não seria eliminado nem mesmo com a formatação do
disco rígido, já que usando o comando “Format” não reescrevemos o setor de boot
onde o vírus está alojado.

Para acabar com este tipo de vírus, a solução seria depois de formatar o disco, usar o
comando “Fdisk /MBR” para reescrever o setor de boot. Depois disto bastará fazer a
reinstalação do sistema operacional ou usar o bom e velho “Sys C:” para reescrever o
setor. Este procedimento às vezes é necessário também para remover programas
gerenciadores de Boot como o Lilo do Linux. Obviamente, a formatação do disco
rígido só é necessária caso você não tenha acesso a nenhum bom antivírus.

FAT

Depois que o disco rígido foi formatado e dividido em clusters, mais alguns setores
são reservados para guardar a FAT (“file alocation table” ou “tabela de alocação de
arquivos”). A função da FAT é servir como um índice, armazenando informações
sobre cada cluster do disco. Através da FAT, o sistema operacional sabe se uma
determinada área do disco está ocupada ou livre, e pode localizar qualquer arquivo
armazenado.

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Cada vez que um novo arquivo é gravado ou apagado, o sistema operacional altera a
FAT, mantendo-a sempre atualizada. A FAT é tão importante, que além da tabela
principal, é armazenada também uma cópia de segurança, que é usada sempre que a
tabela principal é danificada de alguma maneira.

Uma curiosidade é que, quando formatamos um disco rígido usando o comando


Format, nenhum dado é apagado, apenas a FAT principal é substituída por uma tabela
em branco. Até que sejam reescritos porém, todos os dados continuam lá.

O Norton Utilities possui um utilitário, chamado “Rescue Disk” que permite


armazenar uma cópia da FAT em disquetes. Caso seu HD seja acidentalmente
formatado por um vírus, ou por qualquer outro motivo, você poderá restaurar a FAT
com a ajuda destes discos, voltando a ter acesso a todos os seus dados como se nada
tivesse acontecido. Mesmo que você não possua uma cópia da FAT, é possível
recuperar dados usando um outro utilitário do Norton Utilities, chamado Diskedit, que
permite acessar diretamente os clusters do disco, e (com algum trabalho) recuperar
dados importantes.

Diretório Raiz

Se fossemos comparar um disco rígido com um livro, as páginas seriam os clusters, a


FAT serviria como as legendas e numeração das páginas, enquanto o diretório raiz
seria o índice, com o nome de cada capítulo e a página onde ele começa.

O diretório raiz ocupa mais alguns setores no disco, logo após os setores ocupados
pela FAT. Cada arquivo ou diretório do disco rígido possui uma entrada no diretório
raiz, com o nome do arquivo, a extensão, a data quando foi criado ou quando foi feita a
última modificação, o tamanho em bytes e o número do cluster onde o arquivo
começa.

Um arquivo pequeno pode ser armazenado em um único cluster, enquanto um arquivo


grande é “quebrado” e armazenado ocupando vários clusters. Neste caso, haverá no
final de cada cluster uma marcação indicando o próximo cluster ocupado pelo arquivo.
No último cluster ocupado, temos um código que marca o fim do arquivo

Quando um arquivo é deletado, simplesmente é removida a sua entrada no diretório


raiz, fazendo com que os clusters ocupados por ele pareçam vagos para o sistema
operacional.

Além do nome, cada arquivo recebe também uma extensão de até três caracteres,
como “EXE”, “DOC”, etc. Através da extensão, o sistema operacional sabe que um
determinado arquivo deve ser executado ou aberto usando o Word por exemplo.

A extensão não tem nenhuma influencia sobre o arquivo, apenas determina como ele
será visto pelo sistema operacional. Se você abrir o Notepad, escrever um texto

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qualquer e salvá-lo como “carta.exe” por exemplo, conseguirá abrir e editar este
arquivo sem problemas, mas se você chamar o arquivo clicando duas vezes sobre ele
dentro do Windows Explorer, o sistema operacional verá a extensão “EXE” e tentará
executar o arquivo, ao invés de tentar abri-lo usando o Notepad, como faria caso o
arquivo tivesse a extensão “TXT”.

Depois da extensão, existe mais um byte reservado para o atributo do arquivo, que
pode ser “somente leitura”, “oculto”, “sistema”, “volume label”, “diretório” ou
“arquivo”. O atributo permite instruir o sistema operacional e demais aplicativos sobre
como lidar com o arquivo.

O atributo “somente leitura” indica que o arquivo não deve ser modificado ou
deletado. Se você tentar deletar ou modificar um arquivo somente leitura pelo DOS,
receberá a mensagem “Access Denied”. Tentando apagar o arquivo através do
Windows Explorer você receberá um aviso explicando que o arquivo é somente para
leitura, perguntando se você tem certeza que deseja deletá-lo. O atributo “sistema”
possui uma função parecida, servindo apenas como uma indicação um pouco mais
forte.

Para indicar que um arquivo não deve ser visto em circunstâncias normais, usamos o
atributo “oculto”. Para ver os arquivos ocultos você deverá usar o comando “DIR
/AH” no DOS, ou marcar a opção “Show all files” no menu View/Options do
Windows Explorer.

Para dar nome a um disquete ou a uma partição de um disco rígido, usamos o atributo
“volume label”. O nome dado é armazenado em uma área reservada do diretório raiz.

De todos os atributos, o mais importante é o atributo de “diretório” pois ele permite a


existência de subpastas. As pastas, mesmo quando vazias, são vistas pelo sistema
operacional como arquivos. Dentro deste arquivo ficam armazenadas informações
sobre o nome da pasta, atributos como somente leitura, oculto, etc., a posição da pasta
na árvore de diretórios (C:\Windows\System por exemplo) e informações sobre quais
arquivos ou subpastas estão guardados dentro da pasta, assim como a localização
destes arquivos no disco.

Como o diretório raiz ocupa um espaço equivalente a apenas 16 KB no disco rígido


(32 setores) podemos ter apenas 512 entradas de arquivos ou diretórios. Cada subpasta
funciona mais ou menos como um novo diretório raiz, permitindo que tenhamos mais
arquivos no disco. Como uma pasta (por ser na verdade um arquivo como outro
qualquer) pode ocupar o espaço que quiser, não temos a limitação de 512 arquivos,
como no diretório raiz.

Qualquer arquivo com o atributo “diretório’ passa a ser visto pelo sistema operacional
como uma pasta, mas uma tentativa aleatória de transformar um arquivo qualquer em
pasta não daria certo, pois apesar de ,em essência, as pastas também serem arquivos,
elas possuem um formato específico.

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Uma curiosidade sobre as subpastas, é que elas só passaram a ser suportadas a partir da
versão 2.0 do DOS. Os usuários do DOS 1.0 tiveram que conviver durante algum
tempo com um sistema que permitia apenas armazenar arquivos no diretório raiz, com
a conseqüente limitação de 512 arquivos no disco.

Finalizando, o atributo “arquivo” indica um arquivo que é raramente modificado ou é


uma cópia de backup de algum arquivo importante. Muitos programas de backup
verificam este atributo quando fazem um backup incremental (quando são salvos
apenas os arquivos que foram alterados desde o último backup). Neste caso, o
programa de backup retira o atributo após salvar o arquivo. Ao ser alterado por algum
outro programa, o arquivo novamente recebe o atributo, permitindo ao programa de
backup saber quais arquivos foram modificados.

Para alterar os atributos de um arquivo através do Windows Explorer, basta clicar


sobre ele com o botão direito do mouse e abrir a janela de propriedades. Para alterar os
atributos através do DOS basta usar o comando “ATTRIB”. A sintaxe do comando
ATTRIB é:
+ : Para ativar um atributo
- : Para desativar um atributo
R : somente leitura
A : arquivo
S : sistema
H : oculto
Como em: “ATTRIB +R Reuniao.Doc” para transformar o arquivo em somente
leitura ou “ATTRIB -H Io.Sys” para desocultar o arquivo

Problemas com a FAT

Como a FAT é um registro muito dinâmico, que precisa ser atualizado após qualquer
alteração, por menor que seja, nos arquivos gravados no disco, é normal que às vezes
surjam alguns problemas, felizmente fáceis de resolver na maioria dos casos.

Se por exemplo, um programa qualquer altera um arquivo, aumentando seu tamanho e


consequentemente fazendo com que ocupe mais clusters, e o sistema trava, sem dar
chance ao aplicativo de fazer as alterações necessárias na FAT, provavelmente teremos
clusters ocupados pelo arquivo que estarão sendo informados como livres na FAT.
Qualquer programa poderia então escrever nestes clusters já ocupados, danificando o
arquivo anteriormente gravado.

Os erros que costumamos ver com mais freqüência são: agrupamentos perdidos (Lost
Clusters), arquivos interligados (Cross-Linked Files), arquivos ou diretórios inválidos
(Invalid Files or Directories) e erros na FAT (Allocation or FAT Errors). Todos estes
erros são somente no nível lógico, ou seja, apenas são corrupções nos dados gravados
causadas por panes do próprio sistema operacional ou em outros programas, e não

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devido a mal funcionamento do disco rígido. Estes problemas são fáceis de resolver
usando programas de diagnóstico como o Scandisk ou o Norton Disk Doctor

Agrupamentos perdidos

Os agrupamentos perdidos (“agrupamento” é a tradução da palavra “cluster” para o


Português) nada mais são do que clusters marcados na FAT como ocupados, mas que
na verdade não armazenam nenhum arquivo ou fragmento de arquivo. Agrupamentos
perdidos surgem quando ocorre alguma pane enquanto o programa está salvando
algum arquivo. Neste caso são feitas as alterações na FAT mas o sistema (seja por um
pico de tensão ou “pau” do Windows) trava antes que os dados sejam gravados.

Um programa de diagnóstico verifica todas as entradas na FAT, assim como todas as


cadeias de arquivos durante seu teste. Ao encontrar um lost cluster ele altera a FAT,
novamente informando o cluster como vago e oferece ao usuário a opção de salvar os
dados armazenados no cluster (sejam quais forem) na forma de um arquivo, ou
simplesmente descartá-los. Escolhendo a opção de gravar como arquivo, você deverá
especificar um nome e uma extensão para o arquivo a ser criado, podendo depois
examiná-lo (você pode começar tentando através um editor de textos) para ver se é
algo importante ou apenas lixo.

Arquivos Interligados

Qualquer arquivo maior do que um cluster é gravado no disco na forma de uma


seqüência de clusters ocupados, cada um armazenando um fragmento do arquivo. No
final de cada cluster existe um sinal indicando em qual cluster está gravada a
continuação do arquivo. Caso o trabalho dos aplicativos seja interrompido
bruscamente, pode ser que alguns arquivos passem a erradamente apontar clusters
usados por outros arquivos. Temos então um ou mais clusters que são propriedade de
dois arquivos ao mesmo tempo.
Para solucionar este problema, um programa de diagnóstico apagaria ambos os
arquivos, oferecendo antes a opção de salvar seu conteúdo na forma de um novo
arquivo.

Arquivos ou diretórios inválidos

Algumas vezes, devido a um travamento do sistema, algum arquivo salvo pode ter seu
conteúdo danificado. Tendo seu conteúdo corrompido, um diretório, ou algum outro
arquivo que possui uma estrutura definida, torna-se inútil.
Algumas vezes os programas de diagnóstico conseguem consertar o arquivo; em
outras, não resta outra opção além da clássica medida de permitir salvar o conteúdo do
arquivo e em seguida deleta-lo.

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Erros na FAT

Pode ser que devido a uma pane, a própria FAT fique corrompida. Neste caso, um
programa de diagnóstico poderia tentar corrigi-la (caso o dano seja pequeno) ou
simplesmente substituir a titular pela cópia de segurança.

Partições

Até agora, vimos que existem vários sistemas de arquivos, e que geralmente os
sistemas operacionais são compatíveis com apenas um ou no máximo dois sistemas
diferentes. Como então instalar o Windows 95 e o Windows NT ou mesmo o
Windows 98 e o Linux no mesmo disco rígido?

Para resolver este impasse, podemos dividir o disco rígido em unidades menores,
chamadas de partições, cada uma passando a ser propriedade de um sistema
operacional. Poderíamos então dividir o disco em 2 partições, uma em FAT 16 (para o
Windows 95) e uma em NTFS (para o Windows NT), poderíamos até mesmo criar
mais uma partição em HPFS e instalar também OS/2.

Do ponto de vista do sistema operacional, cada partição é uma unidade separada,


quase como se houvessem dois ou três discos rígidos instalados na máquina.

Cada partição possui seu próprio diretório raiz e sua própria FAT. As informações
sobre o número de partições, sua localização no disco, e o espaço ocupado por cada
uma, são armazenadas na tabela de partição, que compartilha o primeiro setor do disco
com o setor de boot.

Antes de formatar o disco rígido, é necessário particioná-lo. O mais comum (e também


o mais simples) é estabelecer uma única partição englobando todo o disco, mas dividir
o disco em duas ou mais partições traz várias vantagens, como a possibilidade de
instalar vários sistemas operacionais no mesmo disco, permitir uma melhor
organização dos dados gravados e diminuir o espaço desperdiçado (slack), já que com
partições pequenas, os clusters também serão menores (desde que seja utilizada a FAT
16 ou 32).

Para dividir o disco em duas ou mais partições, sejam duas partições com o mesmo
sistema de arquivos, ou cada uma utilizando um sistema de arquivos diferentes, você
precisará apenas de um programa formatador que suporte os formatos de arquivo a
serem usados. Um bom exemplo é o Partition Magic da Power Quest que suporta
praticamente todos os sistemas de arquivos existentes. Outros programas, como o
Fdisk do Windows ou o Linux Fdisk possuem recursos mais limitados. Usando o
Fdisk do Windows você poderá criar partições em FAT 16 ou FAT 32, e usando o
Linux Fdisk é possível criar partições em FAT 16 e EXT2.

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Caso pretenda instalar vários sistemas operacionais no mesmo disco, você precisará
também de um gerenciador de boot (Boot Manager), que é um pequeno programa
instalado no setor de boot ou na primeira partição do disco, que permite inicializar
qualquer um dos sistemas operacionais instalados.

Durante o boot, o gerenciador lhe mostrará uma lista com os sistemas instalados e lhe
perguntará qual deseja inicializar. Se você, por exemplo, tiver o Windows 98 e o
Windows NT instalados na mesma máquina, carregar o Windows NT, e de repente
precisar fazer algo no Windows 98, bastará reinicializar a máquina e carregar o
Windows 98, podendo voltar para o NT a qualquer momento, simplesmente
reinicializando o micro.

Existem vários gerenciadores de Boot. O Windows NT, por exemplo, possui um


gerenciador simples, que suporta apenas o uso simultâneo do Windows 95/98 e do
Windows NT. O Linux traz o Lilo, que já possui mais recursos, apesar de ser mais
difícil de configurar.

Existem também gerenciadores de boot comerciais. O Partition Magic, por exemplo,


acompanha um Boot Manager com recursos interessantes e pode ser comprado no
http://www.powerquest.com.br

Interfaces de Disco

Assim como uma placa de vídeo é ligada em um slot PCI, ou um modem é ligado em
um slot ISA, para poder comunicar-se com o restante do sistema, o disco rígido precisa
estar ligado a alguma interface. Uma interface de disco nada mais é do que um meio
de comunicação, uma estrada por onde podem trafegar os dados que entram e saem do
HD. De nada adianta um disco rígido muito veloz, se a interface não permite que ele se
comunique com o restante do sistema usando toda a sua velocidade.

Atualmente são usados dois padrões de interfaces de disco: o IDE (também chamado
de ATA) e o SCSI, com predominância do IDE.

Placas mãe mais antigas, não possuíam interfaces IDE. Nelas, a interface IDE deveria
ser adquirida separadamente, e encaixada em um slot disponível. Se você tiver a
oportunidade de examinar o hardware de um 486 não muito recente, verá uma placa
ISA, EISA ou VLB, que inclui a Interface IDE, além da interface para drives de
disquetes, uma porta paralela, duas portas seriais e uma porta para Joystick. Esta placa
é chamada de "super IDE".

Todas as placas mãe atuais possuem, além de duas portas seriais e um porta paralela,
duas interfaces IDE embutidas, chamadas de controladora primária e controladora
secundária. Cada controladora suporta dois dispositivos, o que permite um máximo de
4 dispositivos IDE num mesmo micro.

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Existem vários modelos de interfaces IDE, que oferecem diferentes modos de


operação. Estes modos de operação são chamados de "Pio" e determinam a velocidade
e recursos da interface.

Placas mãe um pouco mais antigas, como as placas para processadores Pentium que
utilizam os chipsets FX e VX, suportam apenas o modo Pio 4, sendo capazes de
transferir dados a 16,6 Megabytes por segundo. Placas um pouco mais recentes,
suportam também o Ultra DMA.

Provavelmente você já deve ter ouvido falar do Ultra DMA, também chamado de Ultra
ATA. Este modo de operação traz várias vantagens sobre o antigo Pio Mode 4, como a
maior taxa de transferência de dados, que passa a ser de 33 Megabytes por segundo. A
principal vantagem do UDMA porém, é permitir que o disco rígido possa acessar
diretamente a memória RAM.

Usando o UDMA, ao invés do processador ter de ele mesmo transferir dados do HD


para a memória RAM, e vice-versa, pode apenas fazer uma solicitação ao disco rígido
para que ele mesmo faça o trabalho. Claro que este modo de operação aumenta
perceptivelmente o desempenho do sistema, pois poupa o processador do
envolvimento com as transferências de dados, deixando-o livre para executar outras
tarefas.

O Pio Mode 4 permite o uso do Multiword DMA 2, que também permite o acesso
direto à memória, embora de forma um pouco menos eficiente.

Para fazer uso das vantagens do UDMA, é preciso que o disco rígido também ofereça
suporte a esta tecnologia. Todos os modelos de discos mais recentes incluem o suporte
a UDMA, porém, mantendo a compatibilidade com controladoras mais antigas. Caso
tenhamos na placa mãe uma controladora que suporte apenas o Pio 4, o HD funcionará
normalmente, claro que limitado às características da interface.

Existem ao todo, 7 modos de operação de interfaces IDE, que vão desde o Pio Mode 0,
extremamente lento, ao novo UDMA 66, que mantém os recursos do Ultra DMA,
porém suportando maiores velocidades de transferências de dados. Vale lembrar que
estas velocidades são o fluxo máximo de dados permitido pela interface, não
correspondendo necessariamente à velocidade de operação do disco.

Funciona como numa auto-estrada: se houver apenas duas pistas para um grande fluxo
de carros, haverão muitos congestionamentos, que acabarão com a duplicação da pista.
Porém, não fará sentido a construção de mais faixas, pois 4 vias já serão suficientes.

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Os modos de operação das interfaces IDE são:

Modo de Operação Taxa máxima de transferência


PIO MODE 0 3,3 MB/s
PIO MODE 1 5,2 MB/s
PIO MODE 2 8,3 MB/s
PIO MODE 3 11,1 MB/s
PIO MODE 4 16,6 MB/s
UDMA 33 (Ultra ATA) 33,3 MB/s
UDMA 66 (Ultra ATA 2) 66,6 MB/s

Uma opção às interfaces IDE, são as controladoras SCSI, (Small Computer Systems
Interface), sigla que pronunciamos como "scuzzi" com o "u" arranhado, como no
Inglês. Estas controladoras são encaixadas em um slot disponível da placa mãe.

As controladoras e discos SCSI são superiores aos IDE em vários aspectos, mas não
são tão populares devido ao preço. Uma Ferrari é muito melhor do que um Gol, mas
não é tão vendida, justamente por ser mais cara e pelas pessoas normalmente não
precisarem de um carro tão rápido. Similarmente, do ponto de vista de um usuário
doméstico, as vantagens do SCSI não justificam seu alto preço. Mas em micros de alto
desempenho, como servidores de rede, o uso do SCSI é quase obrigatório.

Numa controladora SCSI, podemos usar até 15 dispositivos simultaneamente sem que
haja degradação de performance, como acontece quando usamos mais de um
dispositivo IDE numa mesma controladora. Outra grande vantagem do SCSI é uma
menor utilização do processador quando o HD é acessado, justamente porque
praticamente todo trabalho é executado pelos próprios discos (sob orientação da
controladora) e não pelo processador.

Basicamente, o processador precisa apenas informar à controladora quais dados


precisam ser transferidos, onde estes dados estão gravados e para onde eles devem ser
transferidos, para que a controladora possa fazer o restante do trabalho, avisando ao
processador quando tiver terminado. Durante este tempo, o processador ficará livre
para executar outras tarefas.

Embora as interfaces IDE UDMA também ofereçam este recurso, ele é implementado
de maneira muito mais transparente e eficiente em interfaces SCSI.

O primeiro modelo de controladora SCSI foi lançado em 1986. Era uma controladora
de 8 bits, que permitia transferências de dados a até 5 Megabytes por segundo. Esta
controladora antiga é chamada de SCSI 1. Em 1990, foi lançada a segunda geração de
controladoras SCSI, chamadas de SCSI 2. Estas novas controladoras já eram muito
mais rápidas, incluindo também outros recursos como o suporte de até 16 dispositivos
por controladora, em oposição aos 8 suportados pelas controladoras antigas.

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Foram lançados posteriormente os modelos Ultra SCSI e Ultra 2 SCSI, que permitem
taxas de transferência de dados ainda maiores, incluindo também alguns recursos
novos.

Além da divisão em modelos, as interfaces SCSI dividem-se também em controladoras


Narrow e Wide. As controladoras Narrow trabalham com transferências de dados a 8
bits e suportam o uso de até 8 dispositivos por interface. As controladoras Wide por
sua vez trabalham com transferências de 16 bits.

Além de serem duas vezes mais rápidas que as controladoras Narrow, as controladoras
Wide SCSI permitem o uso de até 16 dispositivos simultaneamente.

Veja na tabela abaixo a taxa máxima de transferência de dados permitida por cada
modelo de controladora:

Controladora de 8 Bits Controladora de 16 Bits


Modelo
(Narrow SCSI) (Wide SCSI)
SCSI 1 5 MB/s 10 MB/s
SCSI 2 (Fast SCSI) 10 MB/s 20 MB/s
Ultra SCSI (Fast 20) 20 MB/s 40 MB/s
Ultra-2 SCSI (Fast 40) 40 MB/s 80 MB/s

Como nos discos IDE, esta é a transferência de dados permitida pela controladora, e
não a velocidade de operação dos discos. Atualmente, mesmo os discos rígidos mais
rápidos, dificilmente superam a marca dos 15 MB/s. Poderíamos pensar então, qual
seria a vantagem de uma controladora rápida, se nenhum disco será capaz de utilizar
toda sua velocidade. Porém, não podemos nos esquecer que numa interface SCSI
podemos ligar até 16 dispositivos, entre discos rígidos, CD-ROMS, gravadores de CD,
scanners e outros. Isso é particularmente aplicável em servidores, onde é comum o uso
de vários discos rígidos. Neste caso, todos os periféricos compartilharão o mesmo
barramento de dados, utilizando toda sua capacidade. Vale então a máxima de "quanto
mais melhor".

Outro fator, é que os discos rígidos mais rápidos são padrão SCSI. Isso não significa,
que um disco rígido é mais rápido somente por ser SCSI, mas que as tecnologias mais
novas e caras são geralmente utilizadas primeiramente em discos SCSI, sendo somente
utilizadas nos discos IDE depois de se tornarem mais baratas. Isto acontece justamente
por causa do mercado de discos SCSI, que prioriza o desempenho muito mais do que o
preço.

Se você precisa de um equipamento com o máximo de desempenho, e pode pagar por


ele, então o SCSI é a melhor escolha. Porém, se o seu computador se destina ao uso
doméstico, como aplicações de escritório, jogos e Internet, então os discos IDE
compensam muito mais devido ao baixo custo. Falando em custo, não podemos
esquecer que todas as placas mãe modernas vêm com interfaces IDE embutidas, sendo
nosso único gasto com os discos rígidos ou CD-ROMs. Por outro lado, para usar

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discos SCSI, precisaríamos comprar separadamente a controladora, sendo que uma boa
controladora SCSI custa por volta de 250 ou 300 dólares, sendo os próprios discos
SCSI mais caros.

Detecção e Correção de Erros

Por ser uma mídia magnética, um disco rígido, por melhor que seja sua qualidade,
nunca é 100% confiável. Os discos rígidos atuais utilizam tecnologias no limite do
imaginário, guardando cada vez mais informação em espaços cada vez menores, com
tempos de acesso cada vez mais irrisórios e com taxas de transferências de dados cada
vez mais altas. Não é difícil imaginar que em situações tão críticas de funcionamento,
um HD possa apresentar falhas.

Isso não significa que o seu HD vá pifar amanhã, mas que são comuns erros na leitura
de um setor ou outro. Obviamente, como todos nossos dados importantes são
guardados no disco rígido, a possibilidade de erros na leitura de "um setor ou outro" é
absolutamente inaceitável. Isto é ainda muito mais inaceitável em máquinas destinadas
a operações críticas. Imaginem num grande banco, se neste "setor ou outro" estivessem
gravados os dados referentes à conta daquele magnata do petróleo...

De modo a tornar seus discos rígidos mais confiáveis, os fabricantes usam técnicas de
correção de erros cada vez mais avançadas. A técnica mais utilizada atualmente é o
ECC (Error Correction Code), técnica também utilizada em drives de CD-ROM e
memórias.

Usando o ECC, quando um dado é gravado num setor, são gerados códigos que são
gravados juntamente com ele. Além dos 512 bytes de dados, cada setor armazena mais
alguns bytes contendo os códigos ECC. A criação dos bytes de ECC, assim como a sua
utilização posterior é feita pela placa lógica do disco rígido, sendo o processo de
verificação e correção completamente transparente ao sistema operacional e ao
usuário.

A quantidade de códigos a ser usada é uma decisão do fabricante, mas quanto mais
códigos forem usados, maior será a possibilidade de recuperação dos dados do setor
em caso de erro. Atualmente é comum o uso de até 100 bytes de códigos para cada
setor, o que resulta HDs praticamente livres de erros.

Quando um setor é lido pela cabeça de leitura, juntamente com os dados são lidos
alguns dos códigos ECC que visam apenas verificar se os dados que estão sendo lidos
são os mesmos que foram gravados, uma técnica que lembra um pouco a paridade
usada na memória RAM. Caso seja verificado um erro, são usados os demais códigos
para tentar corrigir o problema. Na grande maioria dos casos, esta primeira tentativa é
suficiente.

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Em caso de fracasso, é feita uma nova tentativa de leitura do setor, pois é grande a
possibilidade do erro ter sido causado por alguma interferência ou instabilidade
momentânea. Caso mesmo após várias tentativas o erro permaneça, são usados os
códigos de ECC mais avançados, que garantem uma possibilidade de sucesso maior,
mas que por outro lado, exigem muito mais processamento e consomem mais tempo.
Caso mesmo assim, não seja possível corrigir o erro, temos uma falha de leitura. É
mostrada então uma mensagem de erro na tela e o setor atingido é marcado como
defeituoso no Defect Map.

Segundo dados da Quantum sobre seus discos rígidos, a cada 1 Gigabyte de dados
lidos pela cabeça de leitura, temos um erro simples que é corrigido automaticamente.
A cada 1.000 Gigabytes, temos um erro que é corrigido usando-se as técnicas mais
avançadas de correção, e apenas a cada 100.000 Gigabytes temos uma falha de leitura.

Desempenho

O desempenho do HD é um fator que influencia muito o desempenho global do


sistema. Para ser carregado, um programa precisa primeiramente ser transferido do
disco rígido para a memória, além disso, o disco rígido é usado para armazenar os
dados da memória virtual. Pouco adianta ter um processador ou memórias ultra-
rápidos, se a todo momento eles tiverem que esperar por dados a serem transmitidos
pelo disco rígido. Depois de memória RAM, o disco Rígido é talvez o componente que
mais afeta o desempenho do micro, rivalizando até mesmo com o processador.

As diferentes marcas e modelos de HDs que existem à venda no mercado apresentam


desempenhos bem diferentes uns dos outros. Não é fácil medir o desempenho de um
disco rígido, pois o desempenho do disco é determinado por um conjunto de vários
itens, não podendo ser resumido a um único número.

Nenhum programa de benchmark (medição de performance comparativa) que existe


atualmente é muito preciso para medir a performance de um disco rígido, pois estes
testes privilegiam sempre alguns fatores, como o tempo de acesso, desprezando outros
fatores igualmente importantes.

Para piorar ainda mais este quadro, os fabricantes têm o péssimo hábito de vender
discos rígidos informando a capacidade máxima de transferência de dados da
controladora, e não a do disco. Isso é completamente irreal, pois uma controladora
UDMA 33 por exemplo, transmite dados numa velocidade de 33 MB/s, enquanto a
velocidade real do disco fica geralmente em torno de 10 ou 12 MB/s. Outras vezes é
divulgado apenas o tempo de acesso, e muitos acabam concluindo que o disco A é
melhor do que o disco B, simplesmente por ter um tempo de acesso de 9
milessegundos enquanto o outro tem tempo de acesso de 9,5 milessegundos. Para
esclarecer um pouco melhor este assunto, vou analisar agora os diferentes fatores que
determinam o desempenho de um disco rígido.

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Tempo de Busca (Seek Time)

Este é um fator importante na performance geral do disco, pois é o tempo que a cabeça
de leitura demora para ir de uma trilha à outra do disco. Este tempo é um pouco difícil
de determinar com exatidão, pois o tempo que a cabeça demora para ir da trilha 50 à
trilha 100, deslocando-se 50 trilhas, por exemplo, não é 5 vezes maior que o demorado
para ir da trilha 50 à trilha 60, deslocando-se 10 trilhas.

Você não demora 5 vezes mais tempo para ir a um local distante 5 quilômetros da sua
casa do que para ir a um local distante apenas 1 quilômetro, pois além do tempo
necessário para percorrer a distância, existe o tempo de ligar o carro, abrir a porta da
garagem, estacionar o carro, etc.

Assim, para ir da trilha 50 à 60, as cabeças de leitura e gravação poderiam levar 4


milessegundos, levando apenas 10 para ir da cabeça 50 à 100 por exemplo. Estes
valores variam em cada marca e modelo de disco rígido, mas quanto menores forem os
tempos melhor será a performance.

Tempo de Latência (Latency Time)

Dentro do disco rígido, os discos magnéticos giram continuamente. Por isso,


dificilmente os setores a serem lidos estarão sob a cabeça de leitura/gravação no exato
momento de executar a operação, podendo, no pior dos casos, ser necessário uma volta
completa do disco até o setor desejado passar novamente sob a cabeça de leitura.

O tempo de latência é tão importante quanto o tempo de busca. Felizmente, ele é fácil
de ser calculado, bastando dividir 60 pela velocidade de rotação do HD, medida em
RPM (rotações por minuto), e multiplicar por 1000. Teremos então o tempo de
latência em milessegundos.

Um HD de 5200 RPM por exemplo, terá um tempo de latência de 11,5 milessegundos


(o tempo de uma rotação), já que 60 ÷ 5200 x 1000 = 11,5

Geralmente, porém, é usado o tempo médio de latência, que corresponde à metade de


uma rotação do disco, assumindo que os clusters desejados estarão, em média, a meio
caminho do cabeçote. Um HD de 5200 RMP teria um tempo de latência médio de 5,75
milessegundos.

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Tempo de Acesso (Access Time)

O tempo de acesso, é o tempo médio que o disco demora para acessar um setor
localizado em um local aleatório do disco. Este tempo é um misto do tempo de busca e
do tempo de latência do disco rígido, significando o tempo que o braço de leitura
demora para chegar a uma determinada trilha somado com o tempo que o disco
demora para girar e chegar ao setor certo. O tempo de acesso nos HDs mais modernos
gira em torno de 10 a 7 milessegundos (quanto mais baixo melhor).

Head Switch Time

Um disco rígido é composto internamente de vários discos. Naturalmente, temos uma


cabeça de leitura para cada disco, sendo os dados gravados distribuídos entre eles.

Como as cabeças de leitura são fixas, caso seja necessário ler dois arquivos, um
encontrado na face 1 e outro na face 3 por exemplo, a controladora ativará a cabeça de
leitura responsável pela face 1, lerá o primeiro arquivo, e em seguida ativará a cabeça
responsável pela face 3, lendo o segundo arquivo. O termo "Head Switch Time", pode
ser traduzido como "tempo de mudança entre as cabeças de leitura" por ser justamente
o tempo que o disco leva para mudar a leitura de uma cabeça para outra. Este tempo é
relativamente pequeno e não influencia tanto quanto o tempo de acesso e a densidade.

Taxa de Transferência Interna

De todos os fatores que discutimos até agora, provavelmente este é o mais complicado,
pois envolve muitas variáveis. Uma definição simplista sobre a taxa de transferência
interna seria a quantidade de dados que podem ser efetivamente lidos pela cabeça de
leitura do disco.

Podemos considerar a taxa de transferência interna como a quantidade de dados que


podem ser lidos quando são acessados setores em seqüência, ou mesmo considerá-la
como a média de dados que são lidos por segundo. Tenho certeza de que a idéia da
média lhe pareceu melhor, mas o problema seria calcular tal média.

Se você está ouvindo uma música gravada no disco rígido, os dados a serem acessados
provavelmente estarão em seqüência no disco, aumentando a taxa de transferência. Se
você porém começar a acessar dados distribuídos aleatoriamente pela superfície do
disco, acessando vários nomes de um grande banco de dados por exemplo, então a taxa
será muito menor. Outro fator que poderia influenciar os resultados seria a
fragmentação do disco. Por isso, é preferível considerar a taxa interna de transferência

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como a quantidade de dados que podem ser lidos quando acessados clusters em
seqüência.

Cache

Os discos rígidos atuais possuem uma pequena quantidade de memória cache


embutida na controladora, que executa várias funções com o objetivo de melhorar o
desempenho do disco rígido. Neste cache ficam guardados os últimos dados acessados
pelo processador, permitindo que um dado solicitado repetidamente possa ser
retransmitido a partir do cache, dispensando uma nova e lenta leitura dos dados pelas
cabeças de leitura. Este sistema é capaz de melhorar assustadoramente a velocidade de
acesso aos dados quando estes forem repetitivos, o que acontece com freqüência em
servidores de rede ou quando é usada memória virtual.

Os dados lidos pelas cabeças de leitura, originalmente são gravados no cache, e a partir
dele transmitidos através da interface. Caso a interface esteja momentaneamente
congestionada, os dados são acumulados no cache e, em seguida, transmitidos de uma
vez quando a interface fica livre, evitando qualquer perda de tempo durante a leitura
dos dados.

Apesar do seu tamanho reduzido, geralmente de 512 ou 1024 Kbytes, o cache


consegue acelerar bastante as operações de leitura de dados. Claro que quanto maior e
mais rápido for o cache, maior será o ganho de performance.

Densidade

A densidade dos platers de um disco rígido é outro fator com enorme impacto na
performance. Quanto maior for a densidade, menor será o espaço a ser percorrido pela
cabeça de leitura para localizar um determinado setor, pois os dados estarão mais
próximos uns dos outros. A densidade pode ser calculada muito facilmente, bastando
dividir a capacidade total do disco pela quantidade de cabeças de leitura (e
consequentemente o número de faces de disco).

Um disco rígido de 4 Gigabytes e 4 cabeças de leitura possui uma densidade de 1


Gigabyte por face de disco, enquanto que outro disco, também de 4 Gigabytes, porém
com 6 cabeças de leitura possui uma densidade bem menor, de apenas 666 Megabytes
por face de disco.

A densidade influencia diretamente nos tempos de acesso e de latência do HD, além


disso, com um número menor de cabeças de leitura, o tempo perdido com o Head
Switch também é menor. Muitas vezes encontramos no mercado HDs de mesma
capacidade porém com densidades diferentes. Neste caso, quase sempre o HD com
maior densidade utiliza tecnologias mais recentes, sendo por isso mais rápido.

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O Gigabyte de 1 Bilhão de Bytes

Nós, como seres humanos, estamos acostumados a pensar em valores segundo o


padrão decimal, tendo muito mais facilidade em lidar com números múltiplos de 10.
Um computador porém, trabalha com o sistema binário, por isso, um Kilobyte não
corresponde a 1000 bytes, e sim a 1024 bytes, já que 1024 é a potência de 2 mais
próxima de 1000.

Um Megabyte corresponde a 1.048.576 bytes e um Gigabyte corresponde a


1.073.741.824 bytes. O problema é que os fabricantes, a fim de engordar o tamanho de
seus discos, costumam usar o sistema decimal para medir a capacidade dos discos.
Assim, um HD vendido como um disco de 4,3 Gigabytes ao invés de ter
4.617.089.843 bytes, possui geralmente apenas 4,3 bilhões, que correspondem a pouco
mais de 4 Gigabytes reais .

O usuário então, todo feliz com seu novo HD de 4,3 Gigabytes, percebe ao instalá-lo
que sua capacidade é de apenas 4 Gigabytes e fica se perguntando quem "comeu" os
outros 300 Megabytes do seu HD. Infelizmente esta prática tem sido usada por
praticamente todos os fabricantes, que geralmente têm a “cara de pau” de escrever no
manual do disco rígido, ou mesmo no próprio, uma mensagem como "O fabricante se
reserva o direito de considerar 1 Gigabyte como 1.000.000.000 de bytes".

Drives de Disquetes

Apesar de ter um funcionamento um pouco parecido com o de um disco rígido, um


drive de disquetes é muito mais simples, muito mais primitivo até mesmo do que os
jurássicos discos rígidos do início da década de 80.

A mídia magnética de um disquete é composta de óxido de ferro, simplesmente


ferrugem. É aplicada uma fina camada deste material sobre um disco feito de plástico
mylar, o mesmo utilizado em fitas K-7, apenas um pouco mais espesso no caso dos
disquetes.

Assim como nos discos rígidos, os disquetes são divididos em trilhas e setores. A
diferença é que, enquanto um disco rígido possui geralmente mais de 2.000 trilhas, um
disquete de 1,44 MB possui apenas 80 trilhas. O número de setores também é menor,
apenas 18 setores por trilha num disquete de 1,44, muito longe dos 200 ou 300 setores
encontrados em cada trilha de um disco rígido. Como nos disquetes não é utilizado o
recurso de Zoned Bit Recording, todas as trilhas possuem o mesmo número de setores.

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Falando em trilhas, uma curiosidade sobre os discos flexíveis, é que apenas uma
pequena faixa do disco é usada para gravar dados. A densidade em um disquete de
1,44 é de 135 trilhas por polegada. Como temos apenas 80 trilhas, é aproveitada uma
faixa de apenas 1,5 cm do disquete, que começa a partir da borda do disco.

A velocidade de rotação nos drives de disquete também é muitas vezes menor que a
dos discos rígidos. Enquanto um HD topo de linha chega a ultrapassar 10.000 rotações
por minuto, um drive de 1,44 trabalha com apenas 300 rotações por minuto, ou seja,
apenas 5 rotações por segundo. Um dos motivos de ser utilizada uma velocidade de
rotação tão baixa, é a fragilidade da mídia magnética dos disquetes, que fatalmente
seria danificada durante a leitura e gravação de dados caso fossem utilizadas
velocidades mais altas.

Enquanto nos discos rígidos utilizamos o atuador para controlar o movimento das
cabaças de leitura, o que permite uma movimentação extremamente rápida, nos drives
de disquetes é utilizado um antiquado motor de passo. Quando recebe uma carga
elétrica, este motor dá um giro completo, giro que através de um sistema de
engrenagens faz com que a cabeça de leitura se mova a distância correspondente a uma
trilha. Apesar do motor de passo funcionar bem, ele é muito lento, fazendo com que a
cabeça de leitura demore cerca de 1/6 de segundo para se movimentar de um canto ao
outro do disquete. Somando 160 milessegundos de tempo de busca, com mais 100
milessegundos de tempo de acesso (usando o tempo médio de acesso, que corresponde
à meia rotação) O tempo de acesso de um drive de disquetes fica em torno de 260
milessegundos, mais de 25 vezes mais lento do que um disco rígido razoável.

Ao contrário dos demais componentes do computador, o drive de disquetes pouco


evoluiu nas últimas duas décadas, limitando-se a ter a capacidade dos discos ampliada
de 360 KB para 1,44 MB e seu tamanho reduzido de 5,25 para 3,5 polegadas. Isso é
muito pouco se considerarmos que a velocidade dos processadores, assim como a
capacidade dos discos rígidos foram ampliadas em mais de 1000 vezes neste período.

Apesar dos pesares, ainda hoje utilizamos disquetes, não devido a sua "alta
tecnologia", mas simplesmente devido ao seu baixo custo, como meio de
armazenamento e transporte de pequenos arquivos ou documentos.

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Capítulo 7:
Placas de Vídeo e Monitores

A função da placa de vídeo é construir as imagens que serão exibidas no monitor, com
o qual forma o principal meio de comunicação entre o micro e o usuário.

Há apenas alguns anos atrás, era comum os computadores serem equipados com placas
de vídeo e monitores GCA, que além de gerarem uma imagem de baixíssima
qualidade, mal nos permitiam trabalhar com uma interface gráfica. Para nosso alívio,
assim como os demais componentes do computador, as placas de vídeo e monitores
também evoluíram de forma incrível nestas duas últimas décadas, permitindo-nos ao
invés de horríveis monitores verdes, ter imagens praticamente perfeitas.

Que tal iniciarmos nosso tour pelas tecnologias utilizadas nas placas de vídeo,
estudando a evolução dos padrões de vídeo?

MDA e CGA

Os primeiros PCs ofereciam apenas duas opções de vídeo, o MDA (Monocrome


Display Adapter) e o CGA (Graphics Display Adapter).

Entre os dois, o MDA era o mais primitivo e barato, sendo limitado à exibição de
textos com uma resolução de 25 linhas por 80 colunas, permitindo mostrar um total de
2.000 caracteres por tela. Como o próprio nome sugere, o MDA era um padrão de
vídeo que não suportava a exibição de mais de duas cores.

Para quem precisava trabalhar com gráficos, existia a opção do CGA, que apesar de
ser mais caro, podia exibir gráficos numa resolução de 320 x 200. Apesar do CGA
possuir uma palheta de 16 cores, apenas 4 podiam ser exibidas ao mesmo tempo. O
CGA também pode trabalhar com resolução de 640 x 200, mas neste caso exibindo
apenas textos no modo monocromático, como o MDA.

Apesar de serem extremamente antiquados para os padrões atuais, o MDA e o CGA


atendiam bem os primeiros micros PC, que devido aos seus limitados recursos de
processamento, eram restritos basicamente a interfaces somente-texto

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EGA (Enhanced Graphics Adapter)

Para equipar o PC AT, lançado em 84, a IBM desenvolveu um novo padrão de vídeo,
batizado de EGA.

Este novo padrão suportava a exibição de gráficos com resolução de até 640 x 350,
com a exibição de até 16 cores simultâneas, que podiam ser escolhidas em uma palheta
de 64 cores. Apesar dos novos recursos, o EGA mantinha total compatibilidade com o
CGA.

Uma placa de vídeo e um monitor EGA são o requerimento mínimo a nível de vídeo
para rodar o Windows 3.11. Apenas o Windows 3.0 ou 3.11 aceitam rodar em sistemas
equipados com vídeo CGA. Já para rodar o Windows 95/98, o requisito mínimo é um
vídeo VGA.

Tanto o CGA quanto o EGA são padrões completamente obsoletos, sendo uma placa
de vídeo e monitor VGA o mínimo utilizável atualmente.

VGA (Video Graphics Adapter)

O VGA foi uma grande revolução sobre os padrões de vídeo mais antigos, suportando
a resolução de 640 x 480, com a exibição de 256 cores simultaneamente, que podiam
ser escolhidas em uma palheta de 262.000 cores. Um pouco mais tarde, o padrão VGA
foi aperfeiçoado para trabalhar também com resolução de 800 x 600, com 16 cores
simultâneas

A IBM desenvolveu também outros 3 padrões de vídeo, chamados de MCGA, XGA e


PGA, que apresentavam algumas melhorias sobre o VGA, mas que não obtiveram
muita aceitação por serem arquiteturas fechadas.

Apesar dos avanços, foi mantida a compatibilidade com os padrões de vídeo GCA e
EGA, o que permite rodar aplicativos mais antigos sem problemas.

Super VGA

Uma evolução natural do VGA, o SVGA é o padrão atual. Uma placa de vídeo SVGA,
é capaz de exibir 24 bits de cor, ou seja, vários milhões. Isto é o suficiente para o olho
humano não conseguir perceber diferença nas cores de uma imagem exibida no
monitor e de uma foto colorida por exemplo. Justamente por isso, as placas de vídeo
SVGA são também chamadas de “true-color” ou “cores reais”.

O padrão VESA 1 para monitores e placas de vídeo SVGA estabeleceu o suporte a


vários modos de vídeo diferentes, que vão desde 320x200 pontos com 32 mil cores, até
1280 x 1024 pontos com 16 milhões de cores.

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O modo de vídeo pode ser alterado a qualquer momento pelo sistema operacional,
bastando que seja enviado à placa de vídeo o código correspondente ao novo modo de
exibição. A tabela a seguir mostra todos os modos suportados pelo padrão VESA 1:

Resolução Cores Resolução Cores Resolução Cores

320x200 32 mil 640x480 16 milhões 1024x768 32 mil


320x200 65 mil 800x600 16 1024x768 65 mil
320x200 16 milhões 800x600 256 1024x768 16 milhões
640x400 256 800x600 32 mil 1280x1024 16
640x400 65 mil 800x600 65 mil 1280x1024 256
640x480 256 800x600 16 milhões 1280x1024 32 mil
640x480 32 mil 1024x768 16 1280x1024 65 mil
640x480 65 mil 1024x768 256 1280x1024 16 milhões

O padrão VESA foi criado pela Video Eletronics Standards Association, uma
associação dos principais fabricantes de placas de vídeo, responsáveis também pela
criação do barramento VLB.

Com o tempo, foram lançados os padrões VESA 2 e VESA 3 (o atual) que trouxeram
novos modos de vídeo, com suporte a resoluções de 320x240, 400x300, 320x400,
320x480, 512x384x, 1152x864 e 1280x960 que são usados por alguns aplicativos,
geralmente jogos. Foi incorporada também o suporte à resolução de 1600x1200, muito
utilizada por designers que trabalham com imagens.

Memória de vídeo (frame buffer)

Para armazenar a imagem a ser exibida no vídeo, a placa utiliza-se de um tipo especial
de memória, chamada de memória de vídeo. O conteúdo desta memória é
constantemente atualizado pela placa de vídeo, seguindo as ordens transmitidas pelo
processador.

Muitos pensam que, quanto mais memória possuir a placa de vídeo, mais rápida ela
será, o que não é verdade. A quantidade de memória, determina apenas a resolução e
quantidade de cores que a placa poderá exibir. Uma placa com 1 megabyte de
memória por exemplo, será capaz de exibir 16 milhões de cores em resolução de
640x480 ou 65 mil cores em resolução de 800x600. Uma placa com 2 megabytes, já
seria capaz de exibir 16 milhões de cores em resolução de 800x600.

Para calcular as resoluções e quantidade de cores suportadas pela placa, basta usar um
cálculo simples, multiplicando a resolução horizontal pela resolução vertical e
novamente multiplicando o resultado pela quantidade de bits de cor, sendo que:

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2 cores (mono) 1 bit de cor


4 cores 2 bits de cor
16 cores 4 bits de cor
256 cores 8 bits de cor
65 mil cores 16 bits de cor
16 milhões (true-color) 24 bits de cor

Para poupá-lo de ficar fazendo contas, aí vai uma tabela com a quantidade de memória
de vídeo demandada por cada resolução:

N.º de
Resolução Bits de Cor N.º de cores Memória
Pontos
640x480 307.200 4 16 150 KB
640x480 8 256 300 KB
640x480 16 65 mil 600 KB
640x480 24 16 milhões 900 KB
800x600 480.000 4 16 234 KB
800x600 8 256 468 KB
800x600 16 65 mil 937 KB
800x600 24 16 milhões 1.406 KB
1024x756 786.432 4 16 384 KB
1024x756 8 256 768 KB
1024x756 16 65 mil 1.536 KB
1024x756 24 16 milhões 2.304 KB
1280x1024 1.310.720 4 16 640 KB
1280x1024 8 256 1.280 KB
1280x1024 16 65 mil 2.560 KB
1280x1024 24 16 milhões 3.840 KB
1600x1200 1.920.000 4 16 938 KB
1600x1200 8 265 1.875 KB
1600x1200 16 65 mil 3.750 KB
1600x1200 24 16 milhões 7.500 KB

Vale lembrar que quanto maior a resolução e quantidade de cores, mais baixo será o
desempenho da placa, pois a quantidade de dados a ser processada será maior.

Tipos de memórias de vídeo

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As placas de vídeo utilizam memória RAM para armazenar as imagens que serão
mostradas no monitor. Apesar de poderem usar memórias FPM, EDO ou SDRAM
comuns, o uso de memórias otimizadas para vídeo, aumenta bastante sua performance.
Os principais tipos de memória de vídeo usados atualmente são o VRAM, SGRAM e
WRAM.

VRAM (Video RAM)

A VRAM é um tipo de memória especialmente desenvolvido para o uso em placas de


vídeo. Sua principal vantagem é que, ao contrário dos tipos convencionais de
memória, ela pode ser acessada simultaneamente por dois componentes. Isso permite
que a placa de vídeo use os dados contidos na VRAM para atualizar a exibição das
imagens, ao mesmo tempo que o processador inclui novos dados. O uso de memórias
VRAM aumenta perceptivelmente o desempenho da placa, o problema é que este tipo
de memória é bem mais caro que as memórias convencionais, fazendo com que muitos
fabricantes optem por utilizar memórias EDO comuns em seus modelos de placas de
vídeo mais baratas.

SGRAM (Synchronous Graphic Ramdom Access Memory)

A SGRAM é um tipo de memória SDRAM otimizada para o uso em placas de vídeo,


que apesar de possuir apenas uma entrada de dados, pode ser dividida em duas páginas
de memória. Como ambas as páginas podem ser acessadas ao mesmo tempo,
simulamos uma dupla entrada de dados.

Atualmente as memórias SGRAM vêm atualmente sendo cada vez mais usadas em
placas de vídeo de baixo e médio desempenho, pois apesar do desempenho levemente
inferior às memórias VRAM são muito mais baratas, sendo substitutas ideais para as
memórias EDO.

WRAM (Windows RAM)

Como o nome sugere, a Windows RAM é um tipo de memória de vídeo otimizada


para sistemas gráficos como o Windows. Basicamente temos um tipo de VRAM
melhorado, que possui um desempenho cerca de 25% superior. Apesar da melhora no
desempenho, a WRAM é mais barata que as memórias VRAM comuns, tendo obtido
uma enorme aceitação no mercado.

Ao decidir qual modelo de placa de vídeo comprar para o seu próximo upgrade, o tipo
de memória utilizado deve ser levado em consideração, pois influencia diretamente na
performance da placa.

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Placas de vídeo onboard


Muitas placas mãe mais baratas, como as TX-Pro II, possuem placas de vídeo
embutidas. Estas placas “combo” acabam saindo bem mais em conta que uma placa
mãe semelhante mais uma placa de vídeo.

A economia surge devido à integração de componentes, pois embutindo os chips


gráficos na placa mãe, economizamos em componentes e mão de obra, baixando
perceptivelmente os custos de produção.

Estas placas porém trazem duas desvantagens: A primeira é que visando baixar ainda
mais os custos, quase sempre são usados chips gráficos de baixa qualidade, inferiores
geralmente até mesmo aos encontrados nas placas de vídeo mais baratas. Outra é que
estas placas geralmente não possuem memória de vídeo, usando parte da memória
RAM do micro para este fim. A quantidade de memória a ser dedicada à placa de
vídeo pode ser configurada através do Setup com um valor geralmente entre 1 e 4 MB.

A memória reservada ao uso da placa de vídeo fica indisponível, caso sejam


reservados 4 MB em um micro com 16 MB de memória, ficaremos com apenas 12
para rodar programas, uma perda considerável. Apesar disso, no caso de micros
destinados a aplicações leves, o uso deste tipo de placa mãe pode ser uma boa maneira
de cortar custos.

Aceleração de Vídeo

Placas de vídeo mais antigas, como as CGA, EGA e as primeiras placas padrão VGA
não possuíam aceleração de vídeo. Isto significa que elas limitavam-se a mostrar na
tela as imagens enviadas pelo processador. Este tipo de placa funcionava bem em
ambientes texto como o DOS, onde a quantidade de informações a ser mostrada no
vídeo é pequena. Em ambientes gráficos como o Windows 95/98 porém, uma
quantidade enorme de dados deve ser processada para formar a imagem. Usando uma
placa sem aceleração, todo o trabalho tem que ser feito pelo processador, tornando o
sistema bastante lento. Uma placa aceleradora alivia a carga sobre o processador,
executando muitas das tarefas que antes cabiam a ele. Ao arrastar uma janela por
exemplo, o processador apenas transmitirá à placa de vídeo: "Arrastar a janela x para a
posição y" e a placa de vídeo fará o resto do trabalho.

Todas as placas de vídeo atuais possuem estes recursos. Se você abrir o painel de
controle do Windows, e abrir a janela “sistema", encontrará uma guia que permite
diminuir ou mesmo desativar a aceleração de vídeo, o que obviamente só deverá ser
feito no caso de problemas com a placa.

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Vale lembrar que esta aceleração visa apenas diminuir o trabalho do processador
quando lidamos com imagens bidimensionais, não tendo nada a ver com a geração de
gráficos 3D que veremos em seguida.

Placas de Vídeo 3D

A função de uma placa de vídeo 3D, é auxiliar o processador na exibição de imagens


tridimensionais. Uma imagem em três dimensões é formada por inúmeros polígonos,
sobre os quais são aplicadas texturas. Para apresentar a imagem de uma mesa em 3D,
por exemplo, seja num jogo ou programa gráfico, é preciso que o programa mantenha
na memória, a localização dos vários polígonos que compõe a mesa, juntamente com
as texturas que serão aplicados sobre eles. Também é necessário calcular a posição
exata de cada polígono na imagem, os pontos de iluminação e as partes da imagem que
não são visíveis.

Apesar de um pouco complicado e extremamente trabalhoso, este processo nos


recompensa com imagens tridimensionais virtualmente perfeitas.

Você poderia então perguntar:

Existem muitos jogos tridimensionais que dispensam o uso de placas 3D, como o
Doom, FX Fighter, Duke Nukem, Quake, etc., fora os programas gráficos. Qual é
então a necessidade do uso de uma placa 3D?

A resposta é que, apesar do processador ser capaz de criar imagens tridimensionais,


trabalhando sozinho ele não é capaz de gerar imagens de qualidade a grandes
velocidades (como as demandadas por jogos) pois tais imagens exigem um número
absurdo de cálculos. Para piorar ainda mais a situação, o processador tem que ao
mesmo tempo executar inúmeras outras tarefas.

Alguém então pensou: “E se criássemos um dispositivo para auxiliar o processador a


criar imagens 3D perfeitas e em grande velocidade?” Daí surgiram as placas
aceleradoras 3D, que possuem processadores dedicados, cuja função é unicamente
processar as imagens, o que podem fazer com incrível rapidez, deixando o processador
livre para executar outras tarefas. Com elas, é possível construir imagens
tridimensionais com uma velocidade incrível. Vale lembrar que uma placa de vídeo
3D só melhora a imagem em aplicações que façam uso de imagens tridimensionais, em
aplicativos 2D, a placa fica ociosa.

Funcionamento

Uma imagem em 3 dimensões é formada por milhares de pequenos triângulos ou


outros polígonos. Quando o programa precisa movimentar a imagem, são movidos os
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cantos do objeto, dando a sensação de movimento. Porém, apenas com os polígonos,


teríamos somente os contornos dos objetos.

Para tornar a imagem mais real, são aplicadas texturas sobre os polígonos. As texturas
nada mais são do que imagens bidimensionais que são moldadas aos objetos
desenhados, dando uma sensação muito maior de realismo. Para simular um muro por
exemplo, podemos aplicar sobre os polígonos uma foto tirada de um muro real, o que
permitiria uma imagem quase perfeita. A aplicação de texturas é chamada de
renderização.

Claro que quando a imagem é movimentada, juntamente com os polígonos são


movidas as texturas. Quanto maior for o número e o tamanhos das texturas, maior terá
de ser a velocidade do processador e da aceleradora 3D.

Recursos das placas de vídeo 3D

Os principais recursos encontrados nas placas aceleradoras 3D são o Gourad Shadding,


Clipping, Lighting, Transparency, Texture Mapping, Filtering, Fogging, Correção de
Perspectiva e Zbuffer. Apesar de desejáveis, alguns destes recursos não são
encontrados em muitas placas de vídeo 3D, sobretudo nas mais baratas. Existe também
o caso de placas de vídeo que intencionalmente não possuem estes recursos de modo a
gerarem imagens com uma maior velocidade, naturalmente sacrificando um pouco da
qualidade de imagem.

Gourad Shadding

Uma imagem tridimensional é formada por uma série de pequenos polígonos. A


rosquinha da foto por exemplo, é formada pela combinação de inúmeros triângulos ou
retângulos menores.

Devido ao cálculo da intensidade luminosa, a rosquinha não seria toda da mesma cor.
Se a luz viesse de cima por exemplo, a parte superior seria formada por tons mais
claros do que a inferior. Se cada polígono pudesse ter apenas uma cor, poderíamos ver
claramente suas imperfeições.

O recurso de Gourad Shadding visa corrigir este problema. Através dele, ao invés de
cada polígono ser preenchido com uma única cor, é feito uma espécie de degradê que
vai de um vértice ao outro, tornando a imagem muito mais perfeita.

Clipping

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Quando um objeto se sobrepõe a outro, é preciso também calcular quais partes da


imagem serão mostradas, e quais ficarão escondidas. Esta tarefa é feita pelo próprio
processador.

Lighting

Para conseguirmos uma imagem perfeita, também é preciso determinar a intensidade


luminosa, ou o brilho de cada objeto, baseado na distância e ângulo do foco de luz. Na
figura a seguir, notamos que as partes da parede que estão mais próximas às luzes
aparecem mais claras do que as paredes laterais ou o piso.

Transparência (Transparency)

Muitos objetos, como a água ou o vidro, são transparentes. Este recurso também
chamado de "Alpha Blending" permite a representação destes objetos numa imagem
3D, possibilitando ver o fundo de um lago ou através de uma porta de vidro por
exemplo.

O Recurso de transparência é largamente utilizado em jogos tridimensionais, sendo um


dos recursos mínimos de uma aceleradora 3D.

Texture Mapping

Esta é uma das funções 3D mais simples, podendo inclusive ser executada pelo
processador na falta de uma aceleradora. Sobre os polígonos que compõe a imagem,
são aplicadas as texturas, sendo que cada textura tem seu lugar exato na imagem. Este
recurso consiste em esticar as texturas que estão mais próximas do ponto de vista do
observador e encolher as mais distantes, mantendo inalterada a posição de cada textura
na imagem.

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Filtragem (Filtering)

O recurso de Texture Mapping deixa muito a desejar. As texturas que estão próximas
aparecem simplesmente como enormes quadrados, tornando a imagem pouco real.

Os recursos de filtragem visam justamente corrigir este problema. Através dele, as


cores dos pixels são misturadas, resultando numa grande melhora na qualidade da
imagem, percebida principalmente nos objetos mais próximos.

Fogging

Se você olhar uma montanha que está bem distante, perceberá que ela parece coberta
por uma espécie de neblina que surge devido à umidade do ar, sendo pouco nítida.

O efeito de Fogging se destina a justamente proporcionar este mesmo recurso em


imagens 3D. Isso ajuda de duas maneiras: primeiro, aumentando o realismo da
imagem e segundo, diminuindo o processamento necessário, pois as imagens que
estarão cobertas por essa "neblina virtual" poderão ser mostradas em uma resolução
mais baixa.

Correção de Perspectiva (Perspective Correction)

Este é um recurso muito importante, encontrado em qualquer placa 3D. Através dele,
as texturas são moldadas sobre os polígonos respeitando o nosso ângulo de visão,
sendo esticadas mas partes mais próximas e encolhidas nas mais distantes,
proporcionando uma imagem mais perfeita.

Z-Buffer

Numa imagem tridimensional, além das informações relativas à largura e altura, X e


Y, temos as relativas à profundidade, chamadas de "Z", estas informações são
guardadas numa área reservada da memória de vídeo, presente até mesmo nas
aceleradoras 3D mais simples, e se destinam a determinar com precisão a posição de
cada polígono na imagem.

Escolhendo sua aceleradora 3D

Hoje em dia, praticamente todas as placas de vídeo apresentam uma performance mais
do que satisfatória em 2D. Isso ocorre simplesmente por que o trabalho executado por
uma placa 2D é muito leve se comparado com a hercúlea tarefa de criar e atualizar
dezenas de imagens em 3 dimensões por segundo, executada por uma aceleradora 3D.

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Mesmo placas mais simples como a Trident 9685 ou a Diamond 2000 são capazes de
satisfazer as necessidades em 2D do usuário médio Porém, quando falamos em
aceleradoras 3D a coisa fica muito mais complicada, justamente por serem estas placas
muito mais complexas. O chipset usado, a quantidade e o tipo de memória, os recursos
suportados, o fato da placa ser PCI ou AGP, assim como a aplicação à qual a placa se
destina devem ser levados em consideração para fazermos uma boa compra.

A primeira coisa a ser levada em consideração quando entramos numa loja dispostos a
comprar uma aceleradora 3D é justamente a aplicação que daremos à placa. Placas que
são muito boas para jogos podem ser péssimas escolhas para aplicações profissionais e
vice-versa.

Num jogo, ou em qualquer outro aplicativo que gere imagens em movimento, a


imagem tem de ser atualizada várias vezes por segundo na memória de vídeo, uma vez
para cada quadro novo. Esta freqüência é chamada de "frame-rate". Vale lembrar que o
frame-rate nada tem a ver com o refresh-rate que é a quantidade de vezes que a
imagem armazenada na memória da placa de vídeo é lida pelo RAMDAC e atualizada
no monitor. Podemos ter por exemplo um frame-rate de 30 Hz (trinta quadros por
segundo) e um refresh-rate de 75 Hz.

Num jogo, a placa 3D deve ser rápida o suficiente para manter um frame-rate de pelo
menos 20 ou 25 quadros por segundo, caso contrário a imagem passará a apresentar
saltos, prejudicando muito o realismo. Claro que o frame-rate varia de acordo com o
jogo e as configurações relacionadas à qualidade da imagem, quanto mais simples
forem os gráficos, maior será o frame-rate. Em aplicações profissionais porém, a
qualidade das imagens geradas, assim como o refresh-rate suportado pela placa, são
muito mais importantes.

Mais uma coisa a considerar é a quantidade de memória RAM disponível na placa.


Como já vimos, numa placa 2D a quantidade de memória RAM não interfere na
velocidade, mas apenas na resolução e número de cores suportados. Numa aceleradora
3D porém, além da memória necessária para formar a imagem a ser mostrada no
monitor (937 KB para resolução de 800x600 com 16 bits de cor por exemplo) é
preciso memória também para o Z-Buffer, ou informações sobre profundidade da
imagem, além dos polígonos e, principalmente, para as texturas.

Caso o jogo ou aplicativo use uma quantidade muito grande de texturas, é possível
criar uma "memória de vídeo virtual" usando a RAM do sistema. O problema é que
assim perdemos em performance, pois a memória RAM é muito mais lenta que a
usada na placa de vídeo, lentidão esta que é agravada caso a placa seja padrão PCI.

Placas mais baratas geralmente vêm equipadas com apenas 8 megabytes de memória,
o suficiente para rodar jogos um pouco mais antigos, que não usam uma quantidade
muito grande de texturas. Rodando os jogos 3D mais recentes porém, sofremos com a
degradação de performance, devido ao uso de memória RAM do sistema.

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Se você deseja apenas um desempenho médio em 3D, uma placa mais barata equipada
com apenas 8 ou 16 megabytes de memória pode ser suficiente. Porém, se você deseja
ter um equipamento capaz de rodar com perfeição qualquer jogo ou aplicativo mais
pesado, considere a compra de uma placa 3D com 64 ou pelo menos 32 MB de
memória.

Monitores

O monitor tem uma importância vital, pois em conjunto com a placa de vídeo forma o
principal meio de comunicação entre a máquina e nós. Os fatores que diferenciam os
inúmeros modelos de monitores à venda no mercado, são basicamente o tamanho, o
Dot Pitch, ou o tamanho dos pontos que compõe e tela, as resoluções suportadas e a
taxa máxima de atualização da imagem.

Quanto ao tamanho, é a medida em polegadas entre as diagonais da tela. Os mais


usados atualmente ainda são os monitores de 14 e 15 polegadas, mas caso você deseje
trabalhar com aplicativos gráficos, ou mesmo utilizar o PC para jogos, será muito
beneficiado por um monitor de 17 ou mesmo 20 polegadas. Além do tamanho físico, a
vantagem dos monitores maiores, é que invariavelmente eles suportam resoluções
maiores, assim como maiores taxas de atualização.

Outra coisa importante com relação aos monitores é o tamanho dos pontos que
compõem a tela, ou Dot Pitch. Se você pegar uma lupa e examinar a tela de seu
monitor, verá que a imagem é formada por pontos verdes, azuis e vermelhos, sendo o
conjunto de cada três destes pontos justamente um Pitch. O mais comum é
encontrarmos monitores com Dot Pitch de 0,29 milímetros quadrados. Alguns
monitores mais recentes, porém, utilizam pontos menores, de 0,22 ou 0,19mm, o que
garante uma imagem de melhor qualidade. Evite porém alguns monitores mais antigos
que usam Dot Pitch de 0,39, pois neles a qualidade de imagem é muito ruim.

Um bom monitor de 14 polegadas deve suportar resoluções de até 1024x756 pontos.


Monitores maiores também devem ser capazes de exibir resoluções de 1280x1024 ou
mesmo 1600x1200 no caso dos de 20 polegadas.

O mais comum por parte dos usuários que usam monitores de 14 polegadas, é o uso de
resolução de 800x600, pois mesmo quando suportadas, resoluções maiores acabam
sendo desconfortáveis em um monitor pequeno. No caso de monitores grandes porém,
o uso de resoluções maiores já é fortemente recomendado.

A última característica, e talvez a mais importante nos monitores, é a frequência de


atualização da imagem, ou "refresh rate". Num monitor, um feixe de elétrons
bombardeia continuamente a tela, formando a imagem. A quantidade de vezes por
segundo que este feixe atualiza a imagem, é chamada de taxa de atualização. Um bom
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monitor, deve ser capaz de atualizar a imagem pelo menos 75 vezes por segundo
(75Hz). Porém, monitores de menor qualidade são capazes de manter uma taxa de
refresh de apenas 60 Hz, o que causa cintilação na imagem, também chamada de
“flicker”.

O flicker ocorre devido à perda de luminosidade das células de fósforo do monitor.


Usando uma taxa de renovação de menos de 75Hz, o tempo que o feixe de elétrons
demora para passar é muito longo, fazendo com que células percam parte do seu
brilho, sendo reacendidas bruscamente na próxima passagem do feixe de elétrons. Isto
faz com que as células pisquem, tornando instável a imagem. Esta instabilidade, além
de desconfortável, faz muito mal aos olhos.

A taxa de atualização do monitor também depende da resolução utilizada. No monitor,


a imagem é atualizada linha a linha, de cima para baixo. A quantidade de linhas que o
monitor é capaz de varrer por segundo é chamada de frequência horizontal, que é
medida em kHz. Os monitores de 14 polegadas geralmente têm frequência horizontal
de 49 kHz, ou seja, são capazes de atualizar 49 mil linhas por segundo. Isto é
suficiente quando vamos usar resolução de 640 x 480 ou mesmo 800x600, pois 49 kHz
são suficientes para uma taxa de atualização de 75 Hz, o que é um ótimo valor.

Você poderia perguntar o por quê de 75 Hz, já que 49.000 / 600 dá 81,6. A resposta é
o retraço vertical e horizontal, que corresponde o tempo que o feixe de elétrons,
quando chega ao final de uma linha, ou à última linha da tela, demora para retornar ao
inicio e reiniciar a varredura. O tempo perdido com o retraço varia de monitor para
monitor, mas geralmente consome 5 ou 6% do tempo total. Apesar dos monitores
menores geralmente suportarem resolução de 1024x768, esta não é recomendável, pois
o monitor não seria capaz de manter uma taxa de atualização de mais de 60Hz,
gerando flicker. Monitores maiores, porém, possuem frequências horizontais que
podem ser de mais de 135 kHz, o que nos proporciona boas taxas de atualização,
mesmo em resoluções mais elevadas.

Uma curiosidade sobre os monitores é que os utilizados atualmente são todos


monitores analógicos, enquanto que os antigos monitores CGA e EGA são digitais.
Isto à primeira vista parece uma grande loucura, quer dizer que ao invés de avançarem
em tecnologia os monitores regrediram? Antes que você resolva me internar em algum
hospício, deixe-me explicar: os antigos monitores CGA e EGA trabalhavam com uma
quantidade muito limitada de cores, fazendo com que neles fosse muito mais fácil usar
sinais digitais para formar a imagem. A partir dos monitores padrão VGA, passou-se a
usar sinais analógicos para formar a cor dos pontos, permitindo gerar uma quantidade
teoricamente ilimitada de cores, assim como existem ilimitadas frequências possíveis
para um sinal analógico.

Na prática, porém, temos 256 cores nos monitores VGA e 16 milhões nos monitores
Super VGA, valores nada modestos de qualquer maneira se comparados aos dos
monitores mais antigos. Claro que a imagem a ser mostrada é gravada na memória da
placa de vídeo no formato digital, tanto que se configurarmos a resolução de vídeo
para 640x480 com 16 bits de cor por exemplo, usaremos 600 Kbytes da memória de

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vídeo. Existe porém, na placa de vídeo, um circuito especial chamado "RAMDAC"


(Ramdom Access Memory Digital Analog Converter) que converte os sinais digitais
em sinais analógicos, que podem ser compreendidos pelo monitor. A função deste
circuito é apenas ler o conteúdo da memória de vídeo, convertê-lo em sinais
analógicos e enviá-lo para o monitor, toda placa de vídeo VGA ou SVGA inclui este
circuito.

Ao dizer que os monitores atuais são analógicos, refiro-me ao fato dos sinais que vão
da placa de vídeo para o monitor serem analógicos. Se você der uma volta por lojas de
informática, ou mesmo der uma olhada nos classificados de informática de algum
grande jornal, você verá muitas ofertas de monitores supostamente digitais. Esta é
apenas mais uma confusão. O que é digital nestes monitores são apenas os controles de
imagem. Ao invés de usar botões de girar para regular a imagem, estes monitores usam
botões de toque, como nos televisores, ou seja, usam "controles digitais". Não
devemos confundir o termo "monitor com controles digitais" com o termo "monitor
digital": existe uma grande diferença aí.

Monitores LCD

Os monitores LCD, (Liquid Cristal Display, ou monitores de cristal líquido), já vêm há


várias décadas sendo usados em computadores portáteis. Atualmente vemos uma
popularização desta tecnologia também no mercado de computadores de mesa. O LCD
traz várias vantagens sobre os monitores CRT (Catodic Ray Tube, ou tubo de raios
catódicos) usados atualmente, apesar de também possuírem algumas desvantagens,
destacando-se o preço salgado.

Colocando lado a lado um monitor LCD e outro CRT, a primeira diferença que salta à
vista é justamente o tamanho. Os monitores de cristal são muito mais finos que os
tradicionais, o que explica seu uso em computadores portáteis

Outra vantagem dos monitores LCD, é o fato de possuírem uma tela realmente plana, o
que elimina as distorções de imagem causadas pelas telas curvas dos monitores CRT, e
aumenta a área útil do monitor, já que não temos espaços desperdiçados nos cantos da
imagem.
Os monitores de cristal líquido também gastam menos eletricidade. Enquanto um
monitor tradicional de 14 polegadas consome por volta de 90 W, um LCD dificilmente
ultrapassa a marca dos 40W. Outra vantagem é que estes monitores emitem uma
quantidade muito menor de radiação nociva, o que os torna especialmente atraentes
para quem fica muito tempo em frente ao monitor diariamente.

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Uma desvantagem dos monitores LCD é que eles são capazes de trabalhar apenas em
uma resolução. Nos monitores tradicionais, apesar de termos como limitação uma
resolução máxima, podemos alternar livremente entre resoluções menores. Num
monitor com resolução máxima de 1024x768 por exemplo, podemos usar também
800x600 ou 640x480 livremente, o que não é possível em monitores LCD, que
funcionam bem apenas na sua resolução máxima.

Geralmente é possível simular resoluções maiores através da ampliação da imagem (o


que causa uma certa distorção) ou redução da área utilizada, mas nunca de maneira
perfeita como nos monitores CRT.

Outro problema com estes monitores é o ângulo limitado de visão. Enquanto nos
monitores tradicionais podemos ver a imagem exibida praticamente de qualquer
ângulo, temos o ângulo de visão limitado a 45 ou 60º nos monitores LCD. Em ângulos
maiores a imagem tende a desaparecer ou ter suas cores alteradas. Este problema tende
a ser corrigido com a evolução desta tecnologia.

Apesar de não deixarem nada a desejar em termos de qualidade de imagem, e


possuírem algumas vantagens interessantes, os monitores LCD ainda são
extremamente caros. Mesmo no exterior os modelos mais baratos superam a marca dos
800 dólares, sendo utilizáveis apenas em ambientes onde suas vantagens compensam o
preço bem mais alto.

Como funciona o LCD

Nos monitores convencionais, temos um tubo de raios catódicos que bombardeia


constantemente as células luminosas da tela formando a imagem. No monitor LCD é
usada uma tecnologia diferente, que consiste no uso de cristais líquidos para formar a
imagem.

Os cristais líquidos são substâncias que tem sua estrutura molecular alterada quando
recebem corrente elétrica. Em seu estado normal, estas substâncias são transparentes,
mas ao receberem uma carga elétrica tornam-se opacas, impedindo a passagem da luz.
Nos visores de cristal líquido mais primitivos, como os dos relógios de pulso, temos
apenas estes dois estados, transparente e opaco, ou seja, ou o ponto está aceso ou está
apagado. Nos visores mais sofisticados, como os usados em notebooks, temos também
estados intermediários, que formam as tonalidades de cinza ou as cores. Estes tons
intermediários são obtidos usando-se tensões diferentes.

Para formar a tela de um monitor, uma fina camada de cristal líquido é colocada entre
duas camadas de vidro. Estas finas placas possuem pequenos sulcos, isolados entra sí,
cada um com um eletrodo ligado a um transístor. Cada um destes sulcos representa um
dos pontos da imagem. Este sanduíche por sua vez é colocado entre duas camadas de
um elemento polarizador. Atrás desta tela é instalada uma fonte de luz, geralmente

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composta de lâmpadas fluorescentes (usadas por gerarem pouco calor) responsáveis


pela iluminação da tela.

No caso de LCDs mono-cromáticos, cada ponto da tela corresponde a um dos pontos


da imagem. Já no caso dos monitores coloridos, cada pixel da imagem é formado por
um grupo de 3 pontos, um verde, um vermelho e outro azul. Como nos monitores CRT
as cores são obtidas através de diferentes combinações de tonalidades dos três pontos.

Existem atualmente duas tecnologias de fabricação de telas de LCD, conhecidas como


matriz passiva (DSTN) e matriz ativa (TFT). As telas de matriz passiva apresentam um
angulo de visão mais restrito, e um tempo maior é necessário para a imagem ser
atualizada. Enquanto num monitor CRT, um ponto demora cerca de 15 a 20
milessegundos para mudar de cor, num monitor LCD de matriz passiva são
necessários entre 150 e 250 milessegundos. Por isso que é tão difícil enxergar o cursor
do mouse na tela de um notebook, ou mesmo rodar programas ou jogos que
demandem mudanças rápidas de imagem de uma forma aceitável. A própria imagem
nestes monitores apresenta uma qualidade inferior, devido ao baixo contraste.
Felizmente os monitores de matriz passiva são encontrados apenas em equipamentos
antigos, não sendo mais fabricados atualmente.

Os LCDs de matriz ativa, usados atualmente, já apresentam uma qualidade muito


superior, com um tempo de atualização de imagem mais próximo do dos monitores
CRT, entre 40 e 50 milessegundos. Isto significa entre 20 e 25 quadros por segundo, o
que já é suficiente para assistir a um filme em DVD por exemplo, apesar de ainda
atrapalhar um pouco nos jogos de ação, onde a imagem é alterada muito rapidamente.
Os monitores de matriz ativa também um maior ângulo de visão e contraste maiores,
além de serem mais finos e leves.

Ao contrário dos monitores CRT atuais, todos os monitores de cristal líquido são
digitais. Como todas as placas de vídeo atuais enviam sinais analógicos para o
monitor, é usado um novo circuito que converte os sinais analógicos enviados pela
placa de vídeo novamente para o formato digital que é entendido pelo monitor.

A mudança digital-analogico-digital neste caso é totalmente desnecessária, e serve


apenas para degradar a qualidade da imagem e aumentar a quantidade de circuitos
usados no monitor, encarecendo-o. Segundo os fabricantes, o custo dos monitores
LCD pode cair em mais de 100 dólares com o uso de placas de vídeo que emitam
sinais digitais.

Monitores Touch Screen

Os monitores sensíveis ao toque são muito usados em caixas de banco, quiosques


multimídia, computadores de mão, e vários outros equipamentos. Estes monitores são
compostos de um monitor CRT ou LCD comum e de uma película sensível ao toque.
Além de serem ligados na placa de vídeo, estes monitores são ligados também em uma

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das portas seriais do micro, bastando instalar o software adequado para que os toques
na tela substituam os cliques do mouse.

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Capítulo 8:
Chipsets

O chipset comanda quase todo o funcionamento do computador, e como prometido,


vamos estudar agora sobre os diferentes chipsets que estão em uso atualmente.

Nos primeiros micros padrão PC, os circuitos controladores da placa mãe, ficavam
espalhados em diversos pontos da placa. Alguém teve então ideia de juntar todos estes
circuitos em alguns poucos chips. Isto traz diversas vantagens. A primeira, é
logicamente o preço, pois produzindo-se uma quantidade menor de componentes os
custos caem bastante. Mas a principal vantagem, é que estando todos os componentes
muito próximos, pode-se conseguir que a placa mãe suporte velocidades mais altas,
pois o sinal elétrico demora muito menos tempo para ir de um componente ao outro,
além de atenuar outros problemas, como interferências.

A maioria dos chipsets são compostos de dois chips, alguns porém são compostos de
apenas 1 ou mesmo 3 ou 4 chips. Depois do processador, os maiores chips que você
vai encontrar na placa mãe são justamente o chipset.

Os recursos que serão suportados pelo PC, assim como a compatibilidade ou não com
novas tecnologias, são determinados justamente pelo chipset. Você deve lembrar que,
a partir do 386, todos os processadores suportam o uso de até 4 Gigabytes de memória.
O problema é que a grande maioria dos chipsets em uso, suportam quantidades bem
menores: 1 GB, 512 MB, 256 MB, ou mesmo apenas 128 megabytes. Assim, apesar de
termos um processador que suporta o uso de até 4 Gigabytes de memória, ficamos
limitados à quantidade suportada pelo chipset. O suporte a recursos como o USB,
AGP, UDMA, também é determinado pelo chipset, tal a sua importância. Por isso
devemos escolher com cuidado a placa mãe a ser comprada, levando em consideração,
principalmente o chipset usado em cada modelo.

Chipsets para placas mãe soquete 7

Nas placas Soquete 7, que incluem as placas desenvolvidas para processadores


Pentium, MMX, K6, e outros, encontramos os chipsets i430FX, i430HX, i430VX e
i430TX fabricados pela Intel, assim como chipsets de outros fabricantes. Veja abaixo a
lista dos principais:

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OPTi Vendetta (750)


OPTi Viper Xpress+
SiS Genesis (5596/5513)
SiS 5591
SiS 5581/5582
SiS Trinity (5571)
SiS 5511/5512/5513
VIA Master (570M)
VIA Apollo VP-1 (580VP)
VIA Apollo VP2/97 (590)
VIA Apollo VPX (590VX)
VIA Apollo VP3 (597/598)

Vale lembrar que chipsets de outros fabricantes não são necessariamente de qualidade
inferior aos Intel. Estes, muitas vezes trazem novos recursos e mais compatibilidade,
além de quase sempre ter preços muito mais acessíveis. Porém, para não aumentar
exageradamente o tamanho deste capítulo, explicarei apenas as características dos
chipsets Intel para placas soquete 7.

i430FX ou Triton

Lançado em 95, foi um dos primeiros chipsets para processadores Pentium. O i430FX
trazia vários recursos avançados para a época, como duas interfaces IDE Pio mode 4
embutidas e suporte a memórias EDO, assim como cache do Tipo Pipeline Burst.

A memória cache já não é nenhuma novidade para você, porém, o cache do tipo
Pipeline Burst traz diversas vantagens sobre os caches assíncronos usados até então.
Nele são combinados o Pipeline e o modo Burst de leitura.

O Pipeline é uma técnica que permite à memória cache acessar um novo dado antes de
terminar de enviar o anterior. Digamos que uma cache assíncrono demore oito ciclos
para completar uma sequência de 4 leituras, tendo uma temporização de 2-2-2-2. Um
cache Pipeline Burst, seria capaz de completar a mesma sequência de 4 leituras em
apenas 5 ciclos, tendo uma temporização de 2-1-1-1. Note que a primeira leitura
também demorou dois ciclos, mas as seguintes apenas um. A tecnologia Burst visa
acelerar ainda mais este processo, resultando em tempos de acesso ainda menores. Este
tipo de cache é usado até hoje, e acelera muito o desempenho do sistema em relação
aos antigos.

i430HX ou Triton 2

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Lançado em 96 pela Intel, além de manter os recursos do antigo i430FX, o i430HX


trás vários novos avanços, os mais notáveis relacionados com o acesso à memória.
Apesar dos processadores Pentium serem capazes de acessar até 4 Gigabytes de
memória RAM, precisam para isso de suporte do chipset, pois nele estão contidos os
circuitos que controlam o acesso à memória. Acontece que o i430FX era capaz de
acessar apenas 128 megabytes de memória, o que era uma grande limitação,
principalmente para servidores de rede que precisam de muita memória RAM. O
i430HX quebrou esta barreira, permitindo a instalação de até 512 megabytes de
memória.

Outra vantagem do i430HX, é o espectro cacheável da memória. O i430FX é capaz de


cachear apenas 64 megabytes, isso independentemente da quantidade de memória
cache ou de Tag RAM instalada, é uma limitação do próprio chipset. Se utilizássemos
128 megabytes de memória em uma placa equipada com o i430FX, os últimos 64
megabytes não seriam cobertos pelo cache, tendo de ser acessados diretamente pelo
processador. Se usássemos o Windows 95/98, a situação seria ainda pior, pois este
sistema acessa a memória a partir do final, justamente a memória não cacheada, o que
causaria uma perda de desempenho de até 40%. O i430HX também quebrou essa
limitação, cacheando até 512 megabytes de memória. Claro que dificilmente um
usuário doméstico teria tanta memória instalada no seu micro, mas num servidor de
rede, isso é muito comum.

Além do suporte por parte do chipset, é preciso ter a quantidade necessária de Tag
RAM, que é a memória encarregada de guardar os endereços da memória RAM para
que possam ser acessados e usados pelo cache. A grande maioria das placas equipadas
com o i430HX vinham com memória Tag suficiente para apenas 64 megabytes, sendo
necessário comprar um módulo de Tag RAM adicional para ativar o espectro
cacheável de 512 megabytes.

Mais uma novidade trazida pelo i430HX, é a independência da temporização de


Master e Slave numa controladora IDE. Se numa placa mãe equipada com o i430FX
instalássemos um HD Pio Mode 4, como Master, e um CD-ROM mode 2 como Slave,
a controladora ficaria limitada à velocidade da unidade mais lenta, passando também o
HD a trabalhar em modo pio 2. Para evitar a queda de desempenho do HD, seria
necessário que instalássemos o CD-ROM na IDE secundária. Usando o i430HX
porém, uma unidade funciona independentemente da outra, trabalhando em sua própria
taxa de transferência. O HD poderia continuar trabalhando em mode 4, enquanto o
lento CD-ROM instalado na mesma interface IDE trabalharia em mode 2, sem
atrapalhá-lo

i430VX

O i430HX era um chipset incrível para a época. Seu maior problema porém, era o fato
de ser muito mais caro que o i430FX e equivalentes de outros fabricantes, sendo usado
apenas em placas de alto desempenho, em especial as destinadas a servidores de rede.

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A Intel lançou então o i430VX, que era uma versão melhorada do i430FX destinado
ao mercado doméstico, possuindo várias mudanças na arquitetura interna, mas que
continuava com as limitações relacionadas à memória RAM sendo, como o i430FX,
capaz de acessar apenas 128 megabytes de memória e cachear apenas 64 megabytes.
Os únicos avanços realmente notáveis do i430VX sobre o FX são o suporte a
memórias SDRAM e a temporização independente das interfaces IDE.

i430TX
O i430TX incorporou novos recursos ao já ultrapassado i430VX, apesar de ainda
manter a maioria de suas limitações. Entre os novos recursos do i430TX destacam-se:

Melhoras no acesso às memórias: No i430TX foram aperfeiçoados os circuitos de


acesso à memória. Isto permite acessos com tempos de espera menores, além de um
aumento na confiabilidade. A quantidade de memória suportada também foi
aumentada, passando dos 128 megabytes suportados pelo i430VX para 256
megabytes. A limitação de 64 megabytes do espectro cacheável, porém, continuou, o
que tornava o i430TX inadequado para servidores de rede, para os quais o i430HX
ainda continuava sendo a melhor opção. Por outro lado, os 64 megabytes de espectro
cacheável do i430 VX porém estava de bom tamanho para a maioria dos usuários
domésticos, para os quais 32 ou 64 megabytes eram mais do que suficientes na época.

Suporte a discos UDMA 33: O i430TX foi o primeiro chipset a dar suporte a discos
rígidos UDMA. O UDMA é uma tecnologia que permite à um disco rígido, taxas de
transferências de dados de até 33 MB/s. Estes discos também podem ser instalados em
placas com chipsets mais antigos, mas neste caso passam a operar como discos Pio
Mode 4.

Comparativo dos recursos do i430FX, i430HX, i430VX e i430 TX:

Recursos i430FX i430HX i430VX i430TX


Interface IDE Pio Mode 4 Pio Mode 4 Pio Mode 4 UDMA 33
Pipeline Pipeline Pipeline Pipeline
Cache L2
Burst Burst Burst Burst
Quantidade de memória cache
512KB 512 KB 512 KB 512 KB
suportada
Quantidade de memória RAM
128 MB 512 MB 128 MB 256 MB
suportada
Espectro cacheável da memória 64 MB 512 MB 64 MB 64 MB
Suporte a memórias EDO Sim Sim Sim Sim
Suporte a memórias SDRAM Não Não Sim Sim
Independência de temporização
Não Sim Sim Sim
nas Interfaces IDE

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Chipsets para placas mãe Super 7

As placas mãe Super 7 foram uma resposta da AMD, Cyrix, e IDT e fabricantes de
chipsets, contra o Slot One, patenteado pela Intel. Apesar das placas Super 7 ainda
utilizarem o antigo soquete 7, trazem várias melhorias, como o suporte ao AGP e BUS
de 100 MHz, inexistentes nas placas mais antigas. Os principais chipsets que equipam
estas placas são o Aladdin V, o Via Apollo MVP3 e o SiS 5595.

Aladdin V

Lançado no inicio de 98 pela Acer Labs, o Aladdin V é composto por dois chips,
chamados M1541 e M1543, sendo muito superior aos chipsets Intel para placas
soquete 7. Alguns dos recursos suportados pelo Aladdin V, assim como pela maioria
dos chipsets Super 7, são:

Barramento de 100 MHz

Apesar de também poder funcionar a 66 MHz, o Aladdin V foi especialmente


projetado para suportar o Bus de 100 MHz utilizado pelos processadores AMD K6-2,
K6-3 e Cyrix MII. Vale lembrar que somente o processador, a memória RAM e o
cache funcionam a 100 MHz, o restante dos componentes continua operando em sua
velocidade normal: o barramento PCI a 33 MHz, o AGP a 66 MHz e o ISA a 8 MHz.

Devido a este artificio, é possível cumprir o principal propósito do aumento da


frequência externa, que é melhorar a velocidade de acesso à Memória RAM e Cache,
sem necessitarmos de placas de vídeo e som, assim como HDs especiais. O problema é
que as memórias EDO e SDRAM comuns, não são preparadas para trabalhar a uma
velocidade tão alta. Por isso, para utilizarmos o BUS de 100 MHz proporcionado pelas
placas Super 7, precisamos usar memórias PC 100, que apesar de atualmente ainda
serem um pouco mais caras, estão caindo rapidamente de preço.

Acesso à memória RAM

O Aladdin V permite o uso de até 1 Gigabyte de memória RAM, o que é um enorme


progresso sobre os antigos chips da Intel. Além disso, o Aladdin V oferece um
espectro cacheável de 128 megabytes e permite o uso de até 1 megabyte de memória
Cache.

Outros recursos do Aladdin V são o suporte a AGP nos modos 1 e 2, duas interfaces
IDE UDMA 33 e suporte a memórias EDO e SDRAM. O Aladdin V suporta

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processadores Pentium, MMX, K6, K6-2, K6-3, Cyrix 6x86, 6x86MX, 6x86MII e IDT
C6.

Via Apollo MVP3

Fabricado pela Via, o Apollo MVP3 é composto pelos chips VT82C598AT e


VT82C586B, sendo que o primeiro é encarregado de controlar a memória RAM,
Cache L2 e também os barramentos PCI e AGP, cabendo ao segundo, as funções de
controle das interfaces ISA, IDE e USB, assim como interfaces para teclado e mouse.

Além de suportar BUS de 66 ou 100 MHz, o MVP3 oferece um recurso bem


interessante, onde podemos setar o BUS para 100 MHz, mantendo porém a memória
RAM funcionando a 66 MHz. O uso deste recurso permite o uso de memórias EDO ou
SDRAM comuns, ao invés de memórias PC100, permitindo aproveitar as memórias do
micro antigo, no caso de um upgrade. A perda de performance gerada pela diminuição
da velocidade de acesso às memórias, não chega a causar um grande impacto sobre o
desempenho global do sistema, pois o cache L2 encontrado na placa mãe continuará
funcionando a 100 MHz.

O MVP3 suporta o uso de até 1 Gigabyte de memória RAM, sendo capaz de cachear
até 256 megabytes. Também oferece suporte a até 2 megabytes de memória cache,
AGP e HDs UDMA.

SiS 530

Talvez o melhor dos três, o SiS 530 traz vários recursos interessantes. Além de, como
os outros, possuir duas interfaces IDE UDMA 33, Suporte a AGP e USB além de BUS
de 100 MHz, o SiS 530 suporta até 1,5 Gigabytes de memória RAM, com um espectro
cacheável de até 256 megabytes. Como nos outros, é suportado cache Pipeline Burst,
que pode ser de até 2 megabytes.

Como no Apollo MVP3, o SiS permite configurar a velocidade de acesso às memórias


numa velocidade diferente da frequência externa. Porém o SiS 530 oferece não só a
opção de 100/66 MHz, mas também as opções de 100/75 MHz , 100/66 MHz , 95/75
MHz, 83/66 MHz e 66/83 MHz, permitindo escolher entre várias combinações de
frequência da placa mãe e memórias.

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COMPARATIVO DE RECURSOS ENTRE O APOLLO MVP3, ALADDIN V E SIS 530:

Recursos Via Apollo MVP3 Ali Aladdin V SiS 530

Velocidades de operação 66/75/83/95/100 66/75/83/100 66/75/83/100


suportadas MHz MHz MHz
AGP Sim Sim Sim
USB Sim Sim Sim
IDE UDMA/33 UDMA/33 UDMA/33/66
Tipo de cache L2 Pipeline Burst Pipeline Burst Pipeline
Burst
Quantidade de memória
2 MB 1 MB 2 MB
cache suportada
Espectro Cacheável 256MB 128MB 256MB
Quantidade de Memória
1 GB 1 GB 1,5 GB
Suportada

Chipsets para placas mãe Slot One

Espectro Cacheável

Como no Pentium II, Xeon e Celeron com cache, tanto o cache L2 quanto o
controlador de cache se encontram dentro do cartucho do processador. Neste caso, o
limite de cacheamento não é limitado pelo chipset, e sim, pelo controlador de cache
embutido no próprio processador.

Todos os Pentium II Xeon, Pentium III e Pentium III Xeon, são capazes de cachear até
4 GB de memória, enquanto o controlador de cache, incluído em todas as versões do
Celeron com cache, cacheia até 512 MB de memória RAM.

Existe porém, uma certa confusão quanto ao Pentium II, já que as primeiras séries
deste processador traziam controladores de cache com capacidade para cobrir apenas
512 MB de memória, enquanto as séries de fabricação um pouco mais recentes, trazem
controladores que, como o Xeon, são capazes de cachear até 4 GB de memória.

A única maneira de saber com certeza se o seu processador Pentium II é capaz de


cachear 512 ou 4 GB de memória, é através da sua etiqueta de identificação, localizada
na parte superior do processador. Os últimos 5 dígitos da primeira linha trazem
justamente a série do processador:

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As séries de processadores com espectro cacheável de apenas 512 MB são:

SL264, SL265, SL268, SL269, SL28K, SL28L, SL28R, SL2MZ, SL2HA, SL2HC,
SL2HD, SL2HE, SL2HF, SL2QA, SL2QB, SL2QC, SL2KA, SL2QF e SL2K9.

Todas as demais utilizam os novos controladores de cache, sendo capazes de cachear


até 4 GB de memória.

As séries com a controladora antiga, incluem algumas séries de processadores de 233,


266, 300, 333 e apenas os primeiros processadores de 350 MHz. Se o seu processador
for de 400, 450 ou 500 MHz, pode ficar tranqüilo, pois com certeza ele cacheia 4 GB.

i440FX

Este chipset foi usado nas placas mãe para Pentium Pro e equipou também as
primeiras placas para Pentium II.

Quando o Pentium II foi lançado pela Intel, ainda não existia nenhum chipset
específico para ele, de modo que acabou sendo usado o i440FX, que na época do
lançamento do Pentium II já tinha dois anos de idade. O i440FX é um chipset bastante
ultrapassado, não oferecendo suporte a memórias SDRAM, Interfaces IDE UDMA ou
ao AGP.

i440LX

Apenas algumas placas mãe para processadores Pentium II chegaram a usar o


antiquado chipset i440FX, pois a Intel logo colocou no mercado um novo chipset que
incorporava todas as tecnologias disponíveis na época, proporcionando placas mãe
realmente à altura do processador.

Além do suporte ao AGP, interfaces IDE UMDA, USB e memórias SDRAM, o


i440LX traz um novo recurso, que é o suporte a dois processadores Pentium II na
mesma placa. Isso é muito interessante, pois até aqui, sistemas com vários
processadores eram extremamente caros. Usando-se o chipset LX, podemos criar um
sistema com dois processadores a um custo relativamente baixo.

Vale lembrar que é preciso que o sistema operacional usado suporte o


multiprocessamento. O Windows NT, o Linux e outras versões do Unix, possuem
suporte nativo a esta tecnologia. Caso usemos um sistema como o Windows 95/98,
que não oferece suporte ao multiprocessamento, então apenas um dos processadores
será reconhecido e usado, ficando o outro ocioso. Nem todas as placas mãe equipadas
com o i440LX possuem dois slots para processadores, o que acontece simplesmente
por motivos económicos.

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O i440LX permite o uso de até 512 megabytes de memória SDRAM, ou até 1


Gigabyte de memória EDO.

I440EX

O i430EX foi concebido para equipar micros de baixo custo baseados no Celeron.
Funciona com barramento de 66 MHz e suporta AGP e USB, possuindo também
interfaces IDE UDMA. Baseado no i440LX, sua vantagem é o preço bem mais baixo.

COMPARATIVO DE RECURSOS ENTRE O I440FX, I440LX E I440EX

Recursos i440FX i440LX i440EX


Frequências suportadas 66 / 75 MHz 66 / 75 MHz 66 / 75 MHz
AGP Não Sim Sim
USB Não Sim Sim
IDE Pio Mode 4 UDMA UDMA
Depende do Depende do Depende do
Espectro Cacheável
processador processador processador
512 MB de
Quantidade de
1 GB SDRAM ou 1 GB 512 MB
Memória Suportada
de EDO
Suporte a 2 processadores 2 processadores 2 processadores
Multiprocessamento Pentium II Pentium II Pentium II

i440BX

Este novo chipset apresenta basicamente as mesmas características do i440LX. Porém,


ao contrário de seus antecessores, o i440BX opera com o barramento de 100 MHz
utilizado pelos novos processadores Pentium II Deschutes de 350, 400, 450 MHz e
versões futuras. Vale lembrar que apenas a memória RAM opera a 100 MHz, os
demais barramentos continuam operando a sua velocidade nominal: 33 MHz para o
PCI, 66 MHz para o AGP, 8 MHz para o ISA, etc.

Para utilizarmos o BUS de 100 MHz permitido pelo i440BX porém, necessitamos de
memórias PC-100. Apesar de algumas memórias SDRAM comuns funcionarem com
BUS de 100 MHz, não existe nenhuma garantia de funcionamento ou estabilidade
delas a essa velocidade. Para piorar, ao contrário do Via Apollo MVP3 e do SiS 530
que equipam as placas mãe Super 7, o i440BX não possui o recurso de configurar a
velocidade das memórias com um valor inferior ao da frequência externa.

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i440GX

Baseado no i440BX, oferece suporte a até 2 Gigabytes de memória RAM. Este chipset
pode equipar tanto placas slot 1 para processadores Pentium II, quanto placas slot 2
para processadores Pentium Xeon, oferecendo suporte a até 4 processadores na mesma
placa. Este recurso, porém, só é aproveitado caso sejam usados processadores Pentium
II Xeon, pois a arquitetura do Pentium II limita seu uso em 2 processadores.

O i440GX foi concebido para equipar Workstations: máquinas de alto desempenho


que necessitam de enormes quantidades de memória RAM e poder brutal de
processamento. Para uso doméstico, uma placa equipada com o i440BX é uma opção
custo-beneficio bem melhor. O i440GX oferece suporte a AGP, USB e HDs UDMA.

i450NX

O i450NX foi desenvolvido para equipar servidores baseados no Xeon. Justamente por
serem servidores, estas máquinas não necessitam de AGP (geralmente estas máquinas
não possuem sequer monitor, o que dizer então de uma placa 3D :-), e por isso, este
chipset não inclui suporte a ele.

O i450NX permite o uso de até 8 Gigabytes de memória RAM, e com o uso de


circuitos especiais na placa mãe, oferece suporte a até 8 processadores Xeon na mesma
placa. Claro que, com todos esses recursos, o i450NX custa uma pequena fortuna,
tendo seu uso basicamente restrito a servidores.

COMPARATIVO DE RECURSOS ENTRE O I440BX, I440GX E I450NX

Recursos i440BX i440GX i450NX


66, 75 e100
66, 75 e 100 100
Frequências suportadas
MHz MHz MHz
AGP Sim Sim Não
USB Sim Sim Sim
IDE UDMA UDMA UDMA
Memória Suportada 1 GB 2 GB 8 GB
2 Pentium II ou
2 processadores 4 ou 8
Multiprocessamento 4 Pentium II
Pentium II Pentium II Xeon
Xeon
Suporte a memórias SDRAM Sim Sim Sim
Pentium II,
Pentium II e
Processadores suportados Celeron e Pentium II Xeon
Celeron
Pentium II Xeon

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i810

Recentemente lançado, o i810 foi desenvolvido para ser usado em conjunto com o
Celeron, em micros de baixo custo. Basicamente, temos uma versão de baixo custo do
i440BX, com uma placa de vídeo combo 2D/3D embutida. O desempenho do vídeo
on-chip do i810 é razoável, sendo mais ou menos equivalente a placas 3D mais
simples como a Viper v330.

Desde que existam os conectores apropriados na placa mãe, o i810 também é capaz de
desempenhar as funções de uma placa de som de 16 bits e de um modem de 56K.
Neste caso porém as funções são emuladas, consumindo uma parcela considerável dos
recursos do processador.

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Capítulo 9:
Placas de Som e CD-ROMs

Nativamente, o PC possui uma capacidade sonora muito limitada, pois o processador


pode trabalhar apenas com uns e zeros. Todo PC vem com um pequeno alto-falante
embutido, que é ligado diretamente ao um encaixe na placa mãe. Os sons emitidos
pelo speaker são gerados pelo próprio processador, que por lidar apenas com números
binários, pode apenas combinar seqüências de bits 1 e 0 para gerar alguns sons
rudimentares, como bips e outros ruídos, que geralmente são usados apenas para
chamar a atenção do usuário quando ocorre algum erro.

Por outro lado, num som analógico, temos uma grande onda, que pode assumir um
número ilimitado de freqüências. Aparelhos analógicos, como gravadores de fitas K-7,
limitam-se a captar esta onda e transformá-la num sinal magnético, com trechos mais
fortes ou mais fracos, dependendo da intensidade do som. Quando a fita é tocada, este
sinal magnético é convertido em um sinal elétrico, que movimenta o cone de um alto-
falante, produzindo som. Um esquema relativamente simples.

Porém, um micro PC não pode trabalhar com sinais analógicos, e tentar representar
sons reais na forma de sequências de uns e zeros, como nos sons gerados pelo speaker,
seria simplesmente ridículo. Surgiu então a idéia de converter o sinal analógico para o
formato digital através de amostras. Imagine que esta onda sonora fosse colocada em
um gráfico cartesiano, e cada ponto da onda passasse a receber valores X e Y.

Poderíamos então, pegar amostras desta onda e atribuir a cada uma um valor
numérico, que representaria sua posição no gráfico. Quanto maior for a quantidade de
amostras por segundo, melhor será a qualidade do som. Também é importante a
amplitude do sinal, ou seja, a quantidade de valores diferentes que ele poderá assumir.
Se, por, exemplo usássemos 8 bits para representar a amplitude de cada amostra, seria
possível reproduzir apenas 256 tonalidades diferentes de som. Se fossem usados 16
bits, já seriam possíveis 65.000 valores diferentes e assim por diante.

Podemos fazer uma analogia entre um som digital e uma imagem digitalizada, onde
temos uma certa quantidade de pontos e uma determinada quantidade de cores. Quanto
maior for a resolução da imagem, e maior for a quantidade de cores, mais perfeita ela
será. Uma imagem de uma árvore, digitalizada com resolução de 320x200 e apenas
256 cores, nem de longe representaria todos os detalhes da árvore original, enquanto
outra com 1600 x 1200 pontos e 16 milhões de cores (24 bits) apesar de ainda não ser
perfeita, chegaria bem mais perto.

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Um sinal telefônico, por exemplo, é transportado entre os troncos digitais num formato
com 8.000 amostras por segundo, e uma amplitude de 8 bits, resultando em um som
nítido, mas de baixa qualidade. Um som de CD já é gravado com 44.100 amostras por
segundo, e amplitude de 16 bits, que permite 65.000 valores diferentes. No CD, já
temos um som quase perfeito, a ponto de uma pessoa normal não conseguir distinguir
entre um som real e o mesmo som gravado.

Porém, um músico experiente ou uma pessoa com uma capacidade auditiva mais
desenvolvida, já seria capaz de perceber perda de qualidade no som, já que estamos
usando apenas 65.000 tons para representar o som, enquanto num som analógico
temos uma quantidade infinita de frequências. Um som digital nunca será perfeito,
pois é impossível gravar um número infinito de amostras. A questão é gravar o som
com uma quantidade de frequências suficientes para que o ouvido humano não seja
capaz de fazer distinção entre o som digital e o som analógico original. Em estúdios
profissionais de gravação, já se trabalha com sons de 94 kHz e 24 bits de amplitude,
finalmente uma qualidade suficiente para enganar até mesmo os ouvidos mais
sensíveis.

Gerando som digital

Quem faz a conversão do sinal analógico em sons digitalizados, é um circuito


chamado ADC (Analog Digital converter, ou conversor analógico/digital).
Basicamente, um ADC extrai amostras da onda elétrica gerada por um aparelho
analógico, como um microfone, que são transformadas em sinais digitais. Estes sinais
podem ser facilmente manipulados pelo processador, e transmitidos como qualquer
outro tipo de dado, permitindo que você converse com outras pessoas via Internet, por
exemplo.

Quando é necessário tocar um som digital previamente gravado, precisamos fazer o


caminho inverso, ou seja, transformar as amostras novamente em uma onda analógica,
que possa ser tocada pelas caixas acústicas da placa de som. Esta conversão é feita
pelo DAC (Digital Analog converter, ou conversor digital/analógico). O ADC e o
DAC são os dois componentes básicos de uma placa de som.

Gravar os sons digitalmente permite reproduzir qualquer som com qualidade. O


problema é que os arquivos gerados acabam sendo muito grandes, o que dificulta seu
uso. Apenas um minuto de áudio gravado com qualidade de CD equivale a um
arquivo WAV de 10,5 Megabytes. Para contornar este inconveniente, usamos duas
técnicas: a compactação de áudio, e a síntese de áudio.

Compactação de Áudio

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Assim como podemos compactar documentos do Word, ou imagens BMP, podemos


também compactar os arquivos de áudio, eliminando informações redundantes. Numa
música, um longo período com amostras de som com o mesmo valor, poderia ser
substituído por um pequeno código dizendo que o mesmo som deve ser repetido X
vezes. Podemos também eliminar informações que exercem pouca influência sobre a
qualidade do som.

Até um certo ponto, é possível compactar o som sem nenhuma perda de qualidade
(substituindo sequências de sons iguais por códigos que dizem que o som deve ser
repetido, por exemplo) Mas chega uma hora que é preciso abrir mão de um pouco da
qualidade do som para gerar arquivos menores, assim como sacrificamos um pouco da
qualidade de uma imagem gravada em BMP quando a convertemos para o formato
JPG, passando a ter, porém, um arquivo muito menor. Exemplos de algoritmos de
compactação de áudio são o ADPCM, o True Speech e o MPEG.

Outro formato de compactação extremamente eficiente e popular é o MP3, que é muito


utilizado para transmitir músicas via Internet. O MP3 permite uma compactação de
arquivos WAV de 9 ou 10 para 1, ou seja, uma música de 4 minutos que
corresponderia a um arquivo WAV de 42 MB, poderia ser convertida em um MP3
com cerca de 4,5 MB, sem qualquer perda significativa na qualidade do som.

O MP3 consegue este pequeno milagre através da eliminação de frequências sonoras


que não são captadas pelo ouvido humano, mas que servem para engordar os arquivos
sonoros. O ruído de uma folha caindo durante um tiroteio, sem dúvida não faria falta
alguma, assim como o som gerado por um apito de cachorro, que também não é
audível para nós. Convertendo um arquivo WAV para MP3, a degradação do som é
muito pequena, apenas uma pequena distorção nos sons graves, praticamente
imperceptível.

Para ouvir músicas em Mp3, você precisará de um programa especial, já que o Media
Player do Windows não suporta este formato de arquivo. Dois bons players são o
Winamp, que pode ser baixado em http://www.winamp.com/ e o Sonique, disponível
em http://www.sonique.com/.Você encontrará várias músicas em
http://www.mp3.com, todas disponibilizadas gratuitamente com autorização dos
autores.

Outro formato que vem ganhando bastante popularidade é o VQF, que usa um
algoritmo de compactação mais eficiente que o usado pelo MP3, gerando arquivos até
30% menores, com uma qualidade um pouco melhor. O problema do VQF é que,
devido à complexidade do algoritmo, a descompactação dos arquivos é extremamente
trabalhosa, exigindo um processador poderoso. Enquanto num mero Pentium 133,
ouvir uma música em MP3 usando o Winamp consome apenas 30% dos recursos do
processador, é preciso pelo menos um Pentium 200 para ouvir uma música em VQF
com qualidade, o que está dificultando um pouco a popularização deste novo formato.

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Síntese de Áudio

Ao invés de gravar uma música em formato digital, o que, mesmo usando um formato
de compactação de áudio geraria um arquivo razoavelmente grande, podemos
sintetizar a música, usando o sintetizador MIDI da placa de som. Neste caso, teríamos
que gravar apenas a sequência de notas a ser reproduzida, gerando um arquivo
ridiculamente pequeno. Enquanto 5 minutos de música com qualidade de CD ocupam
52 Megabytes, uma música MIDI de 10 minutos não ocupa mais que 100 ou 150
Kbytes. Existem dois tipos de síntese de áudio: a síntese de FM e a síntese de Wave
Table (tabela de onda).

Síntese por FM

Em 1971, um estudante da universidade Stanford desenvolveu uma tese que mostrava


que qualquer sinal que varia em amplitude, pode ser representado como uma soma de
várias frequências. Segundo esta tese, qualquer som é na verdade um conjunto de
frequências harmônicas.

Se um som qualquer pode ser dividido em várias ondas, poderíamos fazer também o
contrário, ou seja, sintetizar diferentes sons simplesmente calculando e somando as
ondas sonoras que o compõe, com base em uma tabela com apenas algumas ondas de
frequências diferentes. Seria mais ou menos como misturar várias cores de tinta para
formar novas cores. Através desta técnica, seria possível produzir desde sons de
instrumentos musicais até vozes humanas, passando por quase todo tipo de ruído.

Com base na tese, a tecnologia de geração de som através de frequências moduladas,


foi criada e licenciada pela Yamaha, que até hoje fabrica a maioria dos sintetizadores
FM usados em placas de som e outros equipamentos.

Alguns aplicativos, especialmente jogos, utilizam o sintetizador FM (frequências


moduladas) para gerarem ruídos de tiros, explosões, e outros efeitos sonoros, evitando
o uso de sons digitalizados que ocupam muito espaço. Outra aplicação para o
sintetizador FM é a geração de sons de instrumentos musicais. Estes sons são usados
para compor a trilha sonora da maioria dos jogos.

MIDI

O MIDI (Musical Instrument Digital Interface) é um padrão usado para garantir que o
som gerado por sintetizadores diferentes, corresponda exatamente às mesmas notas
dos instrumentos. Usando o MIDI, o Dó de um Piano será sempre um Dó, e não um
Ré, independentemente da placa de som instalada no micro, permitindo que a mesma

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música codificada em um arquivo MIDI seja tocada com perfeição em qualquer placa
de som.

Os arquivos MIDI, por sua vez, representam as notas que devem ser tocadas, assim
como a ordem e a sincronia. É possível também tocar várias notas ao mesmo tempo,
sendo possível simular uma orquestra inteira tocando. O número de vozes, ou seja,
quantos instrumentos podem ser tocados simultaneamente depende da placa de som,
uma Sound Blaster AWE 32, por exemplo, é capaz de tocar até 32 notas
simultaneamente, enquanto uma AWE 64 é capaz de tocar até 64 notas.

Como no arquivo é preciso apenas informar as notas a serem tocadas, os arquivos


MIDI acabam ficando extremamente pequenos. Como disse no inicio deste capítulo,
uma música MIDI de 10 minutos dificilmente ficará com mais do que 100 ou 150 KB,
mesmo com vários instrumentos sendo tocados simultaneamente.

Outro aspecto interessante do MIDI é que ele é totalmente compatível com a maioria
dos teclados musicais e outros instrumentos digitais, que podem ser conectados ao
micro através das saídas Midi In/Out da placa de som. Poderíamos então usar algum
software específico para compor músicas, tocando as notas diretamente no teclado
musical acoplado ao micro.

Síntese por Wave Table (Tabela de Onda)

Apesar dos sintetizadores de FM, como o Yamaha OPL 3, usado nas placas Sound
Blaster 16, serem extremamente simples e baratos, o som instrumental gerado por eles
deixa muito a desejar em termos de qualidade. Apesar do som ser bem parecido com o
dos instrumentos reais, é fácil perceber que se trata de um som sintético.

Para corrigir esta deficiência, além do sintetizador de FM, é usado um sintetizador


Wave Table nas placas de som mais atuais. Ao invés de sintetizar os som através da
combinação de várias frequências diferentes, como nos sintetizadores FM, nos
sintetizadores Wave Table são usadas amostras de sons gerados por instrumentos reais,
o que garante uma qualidade muito superior.

Inicialmente contrata-se um músico para tocar individualmente cada nota de vários


instrumentos. Estas notas são digitalizadas e gravadas em chips de memória ROM,
geralmente com 2 ou 4 Megabytes, que são incorporados à placa de som. O
sintetizador por sua vez se limita a ler estas amostras de som e tocá-las na ordem certa.

Todas as placas Sound Blaster AWE 32 e AWE 64, assim como placas compatíveis,
possuem tanto o sintetizador FM quanto o Wave Table. Como os dois sintetizadores
podem ser usados simultaneamente, é possível misturar os sons gerados, fazendo com
que a música de um jogo seja sintetizada por Wave Table, enquanto os efeitos sonoros
sejam sintetizados via FM. Experimente fazer um teste: tente escutar uma música em

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MIDI e outra em WAV ou MP3 ao mesmo tempo, você verá que os sons serão tocados
simultaneamente pela placa.

Apenas placas AWE 32 e 64, assim como outras placas mais recentes, trazem
sintetizadores por Wave Table. Placas Sound Blaster 16, Sound Blaster Pro e outras
placas mais antigas trazem apenas o sintetizador por FM.

Conectores externos

Nos diversos modelos de placas de som, as conexões encontradas em sua parte traseira
são muito semelhantes:

Line Out e Speaker Out

Qualquer som gerado pela placa de som é enviado para estas saídas. A diferença entre
elas é que a saída Line Out não possui amplificação, sendo indicada para a conexão de
fones de ouvido ou caixas com amplificação, enquanto que o sinal da saída Speaker
Out é amplificado, sendo esta saída indicada para o uso de caixinhas de som comuns.

Speaker In

Esta entrada serviria para conectar o PC Speaker na placa de som, para que os ao invés
dos serem emitidos por seu pequeno auto falante, os sons fossem emitidos pelas caixas
de som. Esta ligação, porém, só traz desvantagens, tanto que a maioria das placas
atuais não possuem esta entrada.

Line In

Podemos conectar nesta entrada vários aparelhos sonoros, como um walkman ou


mesmo uma televisão ou videocassete com saída audio-out, seno possível digitalizar
qualquer som proveniente destes aparelhos.

MIC

Esta entrada se destina à conexão de um microfone, que em conjunto com um


programa de gravação, como o Gravador de Som do Windows, pode ser usado para
gravar trechos de voz. A aplicação mais interessante, porém, é a possibilidade de
conversar viva voz pela Internet usando programas como o Net Meeting ou Net Phone.

Conector para Joystick

Todas as placas de som atuais trazem incorporada também uma porta de jogos, que
permite a conexão de um Joystick ao micro, que é conectado à saída de 15 pinos
localizada na parte traseira da placa.

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Existem tanto portas de jogos analógicas quanto digitais. A diferença entre as duas é
que na porta digital a varredura do joystick é feita pelo processador da porta, enquanto
na analógica é feita pelo processador principal. O uso de uma porta de jogos digital
diminui a utilização do processador enquanto é usado o joystick, fazendo com que os
jogos rodem até 10% mais rápido.

Apenas placas mais novas e caras como a Tutle Beath Montego trazem portas digitais,
mas seu uso deverá tornar-se padrão dentro de um ano ou no máximo dois.

Porta MIDI

Apesar do conector do Joystick possuir 15 pinos, poucos são usados. Para economizar
espaço, são usados os pinos desocupados para transmitir os sinais da porta MIDI.
Como disse anteriormente, podemos conectar teclados musicais ao micro através desta
saída, mas para isso é preciso um cabo especial, que transforma a saída de 15 pinos
nos conectores MIDI In/Out que serão acoplados ao teclado musical. Infelizmente
poucas placas trazem este cabo, e quando comprado separadamente, ele é caro e difícil
de encontrar.

Interface para o CD-ROM

Os primeiros drives de CD-ROM utilizavam interfaces proprietárias, por isso eram


vendidos junto com uma placa de som que trazia a interface adequada. Mais tarde,
houve uma padronização, e os drives passaram a utilizar interfaces IDE ou SCSI. O
problema era que naquela época, a maioria dos micros ainda eram 486s que utilizavam
placas Super-IDE, que traziam apenas uma porta IDE. Nestes micros era possível
conectar apenas 2 HDs ao micro. Temendo que muitos usuários já estivessem com as
duas vagas ocupadas, os fabricantes de placas de som passaram a incorporar uma
interface IDE, sendo que algumas placas traziam interfaces SCSI.

Atualmente estas interfaces não são mais utilizadas, pois todos os drives de CD-ROM
são IDE, e como podemos conectar até 4 dispositivos IDE ao micro, é raro não termos
mais uma vaga para o CD-ROM. Conectar o CD-ROM à interface IDE da placa de
som limita bastante seu desempenho, pois esta porta funciona a apenas 3,3 MB/s (bem
menos na prática) e além disso o Windows 95/98 não é capaz de reconhecer
automaticamente drives de CD conectados na placa de som. Nenhum modelo recente
de placa de som traz interfaces IDE ou proprietárias, pois seria um gasto inútil.

Entrada de áudio

Para poder ouvir CDs de música no micro, devemos conectar o CD-ROM à esta
entrada localizada no corpo da placa de som. Sem esta conexão tanto o CD quanto a
placa de som continuarão funcionando normalmente, mas você não poderá ouvir os
CDs de música.

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CD-ROM

Originalmente, o Compact Disk, ou simplesmente CD, foi desenvolvido para


armazenar música, e substituir os antiquados discos de vinil com vantagens. Como
num CD o som é gravado no formato digital, com uma amostragem de 44.100 Hz, e 16
bits de resolução, temos um som completamente livre de ruídos, e com uma qualidade
quase perfeita.

Não demorou muito para os fabricantes perceberem que, com um mínimo de esforço,
o CD também poderia ser usado pra gravar dados. Criou-se então uma distinção: os
CDs destinados a gravar música passaram a ser chamados de CD-DA, ou “Compact
Disk Digital Audio” enquanto os destinados à gravação de dados passaram a ser
chamados de CD-ROM, ou “Compact Disk Read Only Remory”.

Naquela época, os discos rígidos custavam bem mais que atualmente, e com uma
capacidade de armazenamento bem menor. Existia também um grande problema
relacionado à distribuição de softwares, já que com apenas 1,44 MB de capacidade,
são necessários inúmeros disquetes para armazenar programas grandes ou mesmo
jogos.

A grande capacidade, e o baixo custo de produção dos CD-ROMs, também tornaram


possíveis as enciclopédias digitais com som e vídeo, títulos em multimídia, e jogos
mais avançados. Imagine quantos disquetes seriam necessários para armazenar uma
enciclopédia como a Encarta da Microsoft, por exemplo, e quanto esse batalhão não
iria custar ;-)

Mídia

O CD-ROM é um disco com cerca de 12 cm, ou 4,75 polegadas de diâmetro, com


pouco mais 1,2 mm de espessura, e é composto por três camadas principais. A camada
central, também chamada de camada reflexiva, é uma fina camada de alumínio,
platina, ou mesmo ouro, onde são feitos os sulcos que armazenam os dados. A fim de
proteger esta camada tão fina e sensível, usamos de um lado uma capa de
policarboneto (um tipo de plástico resistente) com 1,2 mm de espessura, e do outro
uma camada de verniz que a protege.

Ao contrário do que costuma se pensar, a camada reflexiva não fica no meio da


camada de plástico, como um sanduíche, e sim sobre ela, como uma pizza. Justamente
por isso é aplicada sobre ela a camada protetora de verniz. Se você fizer um risco
pequeno sobre a camada inferior do disco, do lado do plástico, provavelmente, o CD-
ROM continuará sendo lido normalmente, já que a camada reflexiva, onde são
armazenados os dados não foi atingida, e apesar do risco dificultar a leitura, o drive
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ainda conseguirá ler o CD variando o ângulo do laser. Se por outro lado for arranhada
a face superior do disco, provavelmente teremos o CD inutilizado, já que a camada de
dados seria danificada.

A técnica de gravação dos CD-ROMs lembra um pouco a dos antigos discos de vinil,
consistindo na prensagem da camada plástica (antes do encapsulamento) sobre um
molde. É justamente por isso que os CD-ROMs comerciais também são chamados de
CDs prensados, e é impossível alterar seu conteúdo, já que seria impossível apagar os
sulcos feitos na camada reflexiva.

Além dos CDs prensados, existem também os CDs graváveis, que são vendidos como
discos virgens e podem ser gravados uma única vez num gravador de CD-ROM, e os
CDs regraváveis que, assim como um disquete, podem ser gravados e regravados
várias vezes em um CD-RW.

Um CD-ROM de boa qualidade pode durar mais de um século, desde que seja bem
conservado. Além de tomar cuidado com arranhões, você deve evitar expor seu CD
diretamente ao sol quente ou outras fontes de calor, pois o calor pode fundir a camada
reflexiva, inutilizando o CD. CDs gravados são especialmente sensíveis.

Formatação

Como o CD foi originalmente desenvolvido para armazenar áudio, os dados são


gravados na forma de uma grande espiral (como num disco de vinil) ao invés de serem
usadas trilhas concêntricas como num HD. Esta espiral engloba todo o disco, dando
cerca de 20.000 “voltas” e tendo um comprimento de quase 5 quilômetros. Esta
imensa espiral pode ser dividida em trilhas lógicas, cada uma englobando uma faixa de
um CD de áudio, por exemplo.

Cada bit gravado corresponde a um conjunto de sulcos no CD, e não a um único sulco
como poderíamos supor. De fato, são usados 17 sulcos para formar um bit 1 ou 0. O
uso desta grande quantidade de sulcos para cada bit é necessária para que, durante a
leitura, a cabeça de leitura tenha tempo suficiente para “perceber” a mudança entre bits
1 e 0.

Um CD possui cerca de 106 bilhões de sulcos, ou “bits óticos”. Se cada sulco


correspondesse a um bit de dados, teríamos uma capacidade incrível de
armazenamento por CD, mas que seria impossível de ser implementada, pois não seria
possível, pelo menos com a tecnologia atual, desenvolver processos de gravação, e
principalmente leitores de CD com cabeças suficientemente sensíveis para conseguir
ler os dados com esta precisão.

A fim de chegar a um consenso quanto à capacidade ideal para o CD, ficou


determinado que ele deveria ser capaz de armazenar 74 minutos de música, com
amostragem de 44.100 Hz, e 16 bits de resolução, o que corresponde a cerca de 742

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Megabytes. A fim de melhorar a organização, os dados são agrupados na forma de


setores, assim como num disco rígido. A diferença é que enquanto num HD cada setor
engloba 512 bytes, num CD engloba 2.352 bytes.

Como toda a mídia, o CD não é livre de erros de leitura. Num HD por exemplo, além
dos 512 bytes de dados, cada setor engloba mais algumas dezenas de bytes com
códigos de correção de erro, que são usados para corrigir qualquer alteração nos dados
gravados. No caso de um CD de música porém, os erros de leitura não causam grandes
inconvenientes. Caso alguns bits não possam ser lidos, o CD-Player simplesmente
usaria interpolação para evitar quebras no som.

Vimos que num CD, cada ponto de amostragem de som é composto por 16 bits, o que
permite um valor qualquer entre 0 e 65.535. Digamos que ao tocar uma música
qualquer, fossem extraídos os valores 54.580, 54.500, 53.700, houvesse um erro de
leitura e em seguida fosse lido 52.000. Para tapar o “buraco” o CD-Player
simplesmente tiraria a média entre o valor anterior e o posterior (53.700 e 52.000)
chegando a 52.850, que não é necessariamente o valor correto, mas serviria para evitar
qualquer alteração perceptível no som. Devido a isto, podemos aproveitar num CD de
música, todos os 2.352 bytes de cada setor.

Num CD de dados, o cenário já é um pouco diferente. Ao contrário de um CD de


música, a falha na leitura de apenas alguns bits seria suficiente para inutilizar o
programa a ser lido. Para tornar o CD confiável para o armazenamento de dados,
foram reservados 280 bytes em cada setor para o armazenamento de códigos ECC,
permitindo a correção automática de qualquer alteração nos dados, sendo reservados
mais 24 bytes para sinais de sincronismo e endereçamento. Sobram então 2.048 bytes
em cada setor para armazenamento de dados. Como cada CD possui 330.000 setores,
chegamos a 650 MB de capacidade total.

Performance

Os primeiros drives de CD-ROM eram capazes de ler dados a 150 KB/s. A próxima
geração de drives já era capaz de ler dados a cerca de 300 KB/s, quase o dobro. Estes
“novos” drives passaram então a ser chamados de CD-ROMs 2X, já que eram cerca de
duas vezes mais rápidos que os originais. Em seguida começaram a aparecer drives
com taxas de leitura de 600 KB/s ou 900 KB/s, sendo chamados respectivamente de 4x
e 6x. Um drive de 32x deve ser capaz de ler dados a 4800 KB/s e assim por diante.

Modo de Leitura

Outro diferencial quanto à velocidade é o modo de leitura. Os primeiros drives de CD-


ROM, operavam no modo de velocidade linear constante. Neles, a velocidade de
rotação era variável, sendo menor nas trilhas internas do CD e maior nas externas, o
que mantinha a velocidade de leitura constante. Os modelos a partir de 16x porém,

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passaram a operar no modo de velocidade angular constante, pois em velocidades


tão altas de rotação, seria muito difícil desenvolver motores que fossem capazes de
diminuir e aumentar continuamente a velocidade com precisão.

O uso da velocidade angular constante tem uma desvantagem: como o CD gira a uma
velocidade constante, as trilhas externas são acessadas a uma velocidade muito maior
do que as internas que são mais curtas (já que no CD também é usado o Zoned Bit
Recording). Até aí tudo bem, o problema é que os fabricantes vendem os drives de
acordo com a velocidade de leitura das trilhas mais externas, sendo que nas trilhas
internas a velocidade é menos que a metade. E como os CDs são gravados apartir das
trilhas internas, um drive de CD-ROM de 16x, por funcionar usando a tecnologia de
velocidade angular constante, acaba sendo pela média, mais lento do que um 12x que
trabalha usando a tecnologia de velocidade linear constante.

Quanto ao ponto da velocidade angular constante não existe muito a fazer, é um preço
a se pagar pelo aumento na velocidade de leitura dos drives de CD-ROM. Esta mesma
técnica é usada em discos rígidos desde suas primeiras versões, justamente por ser
mais fácil de implementar e permitir drives mais rápidos e duráveis, devido à maior
velocidade de rotação permitida e ao menor desgaste do motor.

Mais uma consideração acerca da velocidade de leitura do drives de CD, fica por conta
dos drives da série “Infra” da Creative, que são vendidos segundo sua taxa de
transferência nominal. Um Creative Infra 1800 por exemplo, é um drive de 12x, e não
de 18x como poderíamos pensar à primeira vista, o “1800” corresponde à taxa de
leitura em Kbytes (12x 150 KB/s = 1800)

Tempo de Acesso

A velocidade máxima do drive de CD-ROM (32x, 24x etc.) é alcançada apenas


quando são lidos dados gravados sequencialmente no CD-ROM, um vídeo ou uma
música por exemplo. Caso sejam lidos dados espalhados pelo disco, a cabeça de leitura
precisará mover-se à procura de dados, fazendo com que a taxa de transferência
diminua proporcionalmente à velocidade de deslocamento. O tempo médio que a
cabeça de leitura demora para deslocar-se até o ponto onde estão armazenados os
dados a serem acessados, somado com um giro do CD, até que seja alcançado o ponto
exato onde será iniciada a leitura, é chamado de tempo de acesso.

Quanto mais rápido for o deslocamento da cabeça de leitura, menor será o tempo de
acesso e consequentemente a perda de performance. A diferença no tempo de acesso
entre drives de mesma velocidade pode chegar a mais de 100%, uma diferença
considerável. Um bom drive de CD-ROM deve ter um tempo de acesso em torno de 80
milessegundos: quanto menos melhor.

Cache

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Para acelerar o desempenho dos drives, os fabricantes costumam incluir pequenas


quantidades de cache, que armazenam os últimos dados acessados. Caso o sistema
requisite um dado armazenado no cache, este dado será transferido automaticamente,
dispensando uma nova leitura. O mais comum é o uso de 512 ou 1024 Kbytes de
cache. Assim como no caso do disco rígido, o Windows permite usar um pouco da
memória RAM como cache do CD-ROM. Podem ser reservados desde poucos Kbytes
até 1 Megabyte de memória, que podem ser configurados em Painel de
Controle/Sistema/Desempenho/Sistema de arquivos/CD-ROM

O cache na memória RAM é capaz de melhorar sutilmente o desempenho do drive de


CD-ROM, sacrificando para isso um pouco da memória RAM. Se você usa o CD-
ROM constantemente, sem dúvida é um bom negócio, mas se você o usa apenas
esporadicamente para instalar programas, pode não valer à pena o sacrifício,
principalmente se você tiver pouca memória RAM instalada no micro.

Mídia

Muitos CDs gravados, e mesmo alguns CDs prensados de baixa qualidade, como os
vendidos com algumas revistas de informática, não podem ser lidos acima de 4 ou 6x,
sem que haja muitos erros de leitura. Neste caso não adianta ter um Drive de 40x, pois
a velocidade de leitura ficará limitada à velocidade permitida pela mídia. Geralmente
apenas os CDs de jogos ou programas originais podem ser lidos a qualquer velocidade.

Drives de CD-ROM mais lentos, de 2x ou 4x lêem essas mídias sem problema. Muitos
drives de CD de 8x, 12x e mesmo alguns de 16x freqüentemente não conseguem ler
esse tipo de CD, pois a mais de 6x geralmente não é possível ler este tipo de mídia sem
corrupção de dados. Isto também se aplica a CDs gravados, que também não podem
ser lidos a mas de 4 ou 6x.

Sabendo deste problema, os fabricantes de leitores de CD criaram uma tecnologia,


através da qual leitor, ao não conseguir ler um CD qualquer baixa a velocidade de
rotação, fazendo várias tentativas a velocidades cada vez menores, até conseguir. É por
isso que, ao tentar ler alguns CDs, a luz do seu drive fica piscando durante 2 ou 3
segundos, até que finalmente o CD seja lido. Neste caso, mesmo tendo um drive de
40x, esses CDs de baixa qualidade vão ser lidos a apenas 4x ou 6x por limitação da
mídia. Todos os CD-ROMs a partir de 16x, e muitos de 8 e 12x possuem este recurso,
sem dúvida indispensável, já que a maioria dos CDs em uso atualmente são gravados.

Importância da performance
A velocidade do disco rígido afeta diretamente o desempenho geral do micro. Em
muitos aplicativos, um disco rígido rápido é muito mais importante a nível de
performance do que um processador rápido, valendo mais à pena comprar um HD
rápido e um processador um pouco mais lento do que um processador topo de linha e

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um HD lento. Já no caso de um drive de CD-ROM, a performance tem um impacto


muito menor no desempenho global do sistema.

Além do problema com CDs gravados e CDs prensados de baixa qualidade, que
independentemente da velocidade do drive não podem ser lidos a altas velocidades, a
maioria dos softwares e jogos que rodam a partir do CD são desenvolvidos para rodar
em drives lentos, geralmente 4x ou no máximo 8x, não apresentando grandes ganhos
de performance em drives mais rápidos. Isto acontece porque, apesar de encontrarmos
à venda atualmente apenas drives de 32, 36, ou 40x, muitos usuários ainda usam drives
lentos; se apenas usuários com drives de 32 ou 40x pudessem rodar estes programas
com qualidade, suas vendas seriam seriamente prejudicadas.

Na verdade, apenas em algumas circunstâncias um drive mais rápido apresenta


vantagens consideráveis sobre um drive um pouco mais lento, principalmente no caso
de usuários domésticos. Mesmo jogos que rodam apartir do CD-ROM, geralmente
oferecem opções de instalação completa, onde são copiados praticamente todos os
arquivos necessários para o HD, fazendo com que raramente seja preciso acessar
dados diretamente no CD. Além disso, o uso do cache na memória RAM pode
diminuir perceptivelmente a distância entre um drive lento e outro mais rápido.

Claro que se você fosse comprar hoje um drive de CD-ROM, eu aconselharia a


compra de um modelo rápido, mas, se você já possui um drive de 8, 12, ou 16x, que é
capaz de ler qualquer CD, eu já não aconselharia uma troca, principalmente se você
não costuma trabalhar com extração de áudio, ou usar muitos jogos que rodam a partir
do CD-ROM.

DVD

Com o lançamento do CD, que está aposentando definitivamente os discos de vinil e


fitas K-7, tivemos aberto o caminho para o lançamento do DVD, “Digital Versatile
Disk” ou disco digital versátil.

Originalmente, o DVD foi concebido para armazenar filmes e substituir as fitas de


vídeo comum. Apesar de grande, a capacidade de um CD comum é suficiente para
armazenar apenas poucos minutos de vídeo, enquanto um DVD pode armazenar mais
de 2 horas de vídeo com 500 linhas horizontais de resolução, o dobro da resolução de
um vídeo cassete comum. Outro recurso interessante do DVD é a possibilidade de
serem gravadas 8 dublagens e até 32 opções de legenda junto com o filme.

Existem 4 tipos de DVD, que diferem na capacidade. O DVD 5 é capaz de armazenar


4,7 GB de dados ou 133 minutos de vídeo. O DVD 10 utiliza a mesma tecnologia do
DVD 5, mas nele são usados os dois lados do disco, dobrando a capacidade, temos

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então 9,4 GB de dados ou 266 minutos de vídeo. Temos também o DVD 9 e o DVD
18, que são capazes de armazenar respectivamente 8,5 e 17 GB de dados.

O único problema com o DVD 10, é que, como são gravados dados nos dois lados do
disco, é preciso virar o disco quando se chega no meio do filme, como num toca-fitas.
No caso de DVDs com dados, também é preciso virar o disco para acessar os dados
gravados no outro lado. Para acabar com este inconveniente, foram desenvolvidas
unidades com duas cabeças de leitura, uma de cada lado. Estas unidades porém ainda
são pouco populares, pois são bem mais caras.

Um DVD é muito parecido com um CD comum, a diferença é que os sulcos na mídia


são bem menores e mais próximos uns dos outros. Enquanto no CD cada bit óptico
mede 0,83 nanômetros, de comprimento e 1,6 nm de largura, num DVD cada ranhura
mede apenas 0,4 nm x 0,74 nm, permitindo gravar muito mais dados no mesmo espaço
físico.

A idéia de aumentar a densidade e a quantidade de discos, é a mesma usada para


aumentar a capacidade dos discos rígidos. Até aí não temos nenhuma grande inovação,
apenas uma evolução natural do CD-ROM. Porém, como estamos lidando com uma
mídia óptica, surgiu a idéia de sobrepor duas camadas de dados, variando o foco do
laser de acordo com a camada a ser lida. Usando esta tecnologia a primeira camada de
dados é feita de material semitransparente, enquanto a segunda, de material que não
permite a passagem de luz. As duas camadas podem então ser lidas aleatoriamente,
simplesmente variando o foco do laser.

Usando esta tecnologia, foi desenvolvido o DVD 9, que é capaz de armazenar 8,5 GB
de dados, quase o dobro de um DVD comum. Usando as duas faces do disco, foi
possível dobrar a capacidade do disco, chegando aos 17 GB do DVD 18.

Padrão Capacidade Lados usados Camadas


DVD 5 4,7 GB 1 1
DVD10 9,4 GB 2 1
DVD 9 8,5 GB 1 2
DVD 18 17 GB 2 2

O uso de duas camadas de dados sobrepostas no DVD, é o primeiro uso em larga


escala da holografia para armazenamento de dados. Esta técnica já vem sendo
desenvolvida ha cerca de 15 anos, e usa diferentes focos de laser para ler dados
gravados numa mídia tridimensional.

Para tornar mais clara esta idéia, imagine que um ponto minúsculo possa armazenar
um bit 1 ou 0. Numa mídia bidimensional, como um CD-ROM, teríamos uma única
camada de pontos. Se, por exemplo, cada ponto medisse 1 nanômetro (milionésimo de
metro), em um centímetro quadrado poderíamos ter 100 milhões de pontos.

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Se por outro lado, fizéssemos a sobreposição de várias camadas, formando um cubo,


poderíamos armazenar muito mais dados. Em um centímetro cúbico por exemplo,
caberiam 1 trilhão de pontos, já que teríamos sobrepostas 10 mil camadas de 100
milhões de pontos.

Para ler as informações gravadas neste cubo, usaríamos um laser, variando seu foco
para alcançar qualquer ponto do cubo, usando suas coordenadas x, y e z
(profundidade).

Claro que é muito mais difícil implementar esta técnica na prática do que na teoria,
mas podemos esperar para o futuro, discos ópticos com cada vez mais camadas
sobrepostas, alcançando capacidades inimagináveis de armazenamento.

Desempenho

Um CD-ROM de 1x é capaz de ler dados a 150 KB/s, o suficiente para tocar um CD


de música; como no DVD precisamos de uma velocidade muito maior para manter a
exibição de vídeo em tempo real, a velocidade padrão ficou em 1,1 MB/s, um pouco
mais do que um CD-ROM 6x. Como nos CD-ROMs, não demorou para surgirem
leitores mais rápidos, atualmente temos DVDs de até 5x, com uma velocidade de
leitura semelhante a um CD-ROM de 36x, com a tendência de surgirem unidades cada
vez mais rápidas.

Já existem também DVDs graváveis e regraváveis. Apesar dos gravadores de DVD e


mesmo das mídias ainda estarem muito caras, os preços vão cair vertiginosamente com
a popularização destas tecnologias. Acredito que dentro de uns 2 anos os gravadores
de DVD devem tornar-se tão comuns quanto os gravadores de CD-ROM.

Gravação de CDs

Durante vários anos, os CDs foram mídias somente para leitura. Você podia comprar
um programa em CD, mas se quisesse copiá-lo teria que usar disquetes, Zip-drives ou
algum outro dispositivo. Atualmente porém, vemos uma grande popularização dos
gravadores de CD-ROM, que em um futuro próximo provavelmente se tornarão tão
populares quanto as unidades de disquete. Qualquer usuário com 400 ou 500 dólares,
ou bem menos que isso, caso opte por um gravador usado, pode comprar um gravador
e sair gravando CDs com dados ou mesmo CDs de música, sem muita dificuldade.

Como quase todo mundo hoje em dia possui um drive de CD-ROM, a possibilidade de
gravar CDs é útil também para o transporte de dados. Neste ramo, o CD revela-se uma
opção bem interessante em termos de custo-beneficio, já que possui uma capacidade
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equivalente à de 6,5 discos Zip, ou mais de 400 disquetes, sendo que uma boa mídia
não custa mais do que 2 ou 2,50 dólares (menos que uma caixa de disquetes) e mídias
de qualidade inferior podem ser encontradas até por menos de 1 dólar.

Outro recurso interessante é a possibilidade de deixar um CD gravado “aberto”.


Através deste recurso suportado por qualquer gravador e programas de gravação um
pouco mais modernos, é possível gravar uma quantidade pequena de dados, 100 MB
por exemplo, e depois ir gravando mais dados até que a capacidade total do CD seja
preenchida, diminuindo bastante o número de mídias necessárias para fazer backups
diários ou mesmo para transportar dados.

Assim como nos drives de CD-ROM, a velocidade de gravação também é mostrada


em múltiplos de 150 KB/s, um gravador 1x será capaz de gravar CDs a uma
velocidade de 150 KB/s, um CD 2x a 300 KB/s, um de 4x a 600 KB/s e assim por
diante. Gravando a 1x, um CD cheio demora cerca de uma hora para ser gravado,
demorando apenas meia hora a 2x ou cerca de 15 mim a 4x. Mesmo gravadores mais
rápidos podem ser configurados para gravar CDs a 2x ou mesmo 1x caso seja
necessário.

Geralmente os gravadores são capazes de ler CDs a uma velocidade maior do que são
capazes de gravar: um drive 8x4, por exemplo, é capaz de ler a 8x e gravar a 4x.

Mídias

Como vimos no início deste capítulo, um CD prensado comum é composto de três


camadas: uma camada de plástico de cerca de 1,2 mm de espessura, uma camada de
alumínio, ouro ou platina onde são gravados os dados, e sobre ela uma camada
protetora de verniz. Em um CD-R, também temos estas três camadas, a diferença é que
temos uma quarta camada, entre o plástico e a camada reflexiva, justamente a camada
onde são gravados os dados. Esta fina camada é composta de cyanine ou
phthalocyanine, produtos sensíveis ao calor, que tem sua composição química alterada
devido ao calor gerado pelo feixe laser do gravador, muito mais potente que o usado
na leitura do CD. As partes da superfície queimadas pelo laser não refletem a luz,
substituindo sulcos dos CDs prensados. Por isso que na gíria dos micreiros é usada a
expressão “queimar CDs” para se referir ao processo de gravação.

A camada reflexiva, que nos CDs graváveis quase sempre é de ouro, passa a funcionar
apenas como um espelho, refletindo o laser de leitura.

Você encontrará no mercado, basicamente três tipos de mídias graváveis: as douradas,


as verdes e as azuis. A diferença básica entre elas é a substância utilizada para formar
a camada de gravação. As mídias douradas utilizam o phthalocyanine, enquanto
mídias verdes e azuis utilizam o cyanine. Teoricamente as mídias douradas são
melhores, mas na prática a diferença é mínima, tendo muito mais a ver com a marca e
qualidade da mídia.

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Um ponto positivo é a maior vida útil das mídias douradas, que com conservação
adequada é estimada em 100 anos, contra apenas 20 das mídias verdes e azuis. Claro
que isso depende também da qualidade da mídia, apenas as de ótima qualidade
atingem estas marcas, mídias mais baratas chegam ao cúmulo de não durarem mais
que dois ou três meses, depois de gravadas, começando a apresentar bolhas na camada
superior ou outros problemas que inutilizam o CD gravado. Existem mídias à venda
por preços realmente tentadores, já ví algumas marcas à venda por até 60 centavos de
dólar, menos de um terço do preço de uma mídia de boa qualidade, mas não adianta
comprar este tipo de mídia, pois além de perder muitos CDs você enfrentará problemas
de compatibilidade, corrupção de dados e durabilidade, ou seja, só terá dor de cabeça.

As mídias verdes e principalmente as azuis também possuem uma refração menor, ou


seja, refletem o laser de leitura com menos intensidade, o que acaba gerando
incompatibilidade com alguns leitores e mesmo alguns gravadores de CD-ROM.

Recentemente, alguns fabricantes de mídias desenvolveram novas substâncias de


gravação, que são usadas em CDs graváveis de diferentes cores. Infelizmente ainda
não consegui reunir muitas informações sobre quais substâncias estão sendo usadas,
nem sobre sua qualidade, mas já tive a oportunidade de testar alguns CDRs da Mitsui,
verde-claro, que se revelaram mídias excelentes, assim como algumas mídias sem
marca, que apresentaram muitos problemas.

A minha experiência prática com gravação de CDs é que independentemente da cor,


mídias de boas marcas, como as da Kodak, Mitsui, TDK, Sony, Ricoh etc. dificilmente
apresentam qualquer problema, enquanto mídias sem marca, mais baratas, costumam
dar dor de cabeça também independentemente da cor. Em se tratando de mídias
graváveis, infelizmente quase sempre a mais cara é melhor.

Oversize

A capacidade de um CD gravável é a mesma de um CD prensado, ou seja, 650 MB de


dados ou 74 minutos de música. Existe porém o recurso de utilizar as trilhas mais
externas do CD, que normalmente não são utilizadas, para gravar mais dados,
chegando a 78 minutos de música ou 690 MB de dados. Esta recurso é chamado de
Oversize, ou “acima da capacidade” numa tradução livre.

Nem todos os gravadores de CD suportam o oversize, já que para gravar CDs neste
modo, é preciso deslocar o cabeçote de gravação até o final do CD, tarefa para a qual
muitos não estão preparados.

Para gravar CDs com oversize, também é necessário suporte por parte do software de
gravação. Apenas programas mais recentes, como o Nero, CDRWIN, Feurio!, Disc
Juggler, CD Rep Plus, CD Wizard Pro entre outros possuem este recurso. No Nero por
exemplo, a função de oversize é ativada em File/Preferences/Expert Features/Enable

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Oversize. O maior problema é que estes programas são comerciais, ao contrário de


programas mais simples que costumam vir de graça com os gravadores.

Tentar gravar usando oversize em um gravador não compatível pode até mesmo
danificar o drive, por isso, antes de tentar gravar um CD usando oversize, certifique-se
de que o seu gravador suporta este recurso. Lembre-se que somente os gravadores
mais recentes possuem este recurso. Se você possui um gravador 2x por exemplo,
muito dificilmente ele suportará oversize. Mesmo entre gravadores topo de linha,
encontramos muitos sem suporte a este recurso

Mais um problema com o oversize é que muitos leitores de CD-ROM, mesmo alguns
dos de 40x mais recentes não são capazes de ler CDs com este recurso, e além disso, a
qualidade da mídia na últimas trilhas do CD, aproveitadas para gravar mais dados,
costuma ser inferior (já que esta área normalmente não seria usada), ocasionando erros
de leitura e diminuindo a confiabilidade do CD.

Configuração do micro

A gravação de um CD é um processo razoavelmente lento, que não pode ser


interrompido de maneira alguma, caso contrário a mídia que estava sendo gravada será
perdida. O problema que mais atormenta os usuários de gravadores de CD é o famoso
“Buffer Underrun”, uma situação onde a gravação é interrompida por falta de dados.

Todo gravador de CD possui um pequeno Buffer, de 1 ou 2 MB nos drives mais


recentes e 512 KB em gravadores mais antigos ou de baixa qualidade. Este buffer
funciona como uma “poupança” guardando dados que serão usados caso haja qualquer
interrupção momentânea no fornecimento de dados para o gravador, evitando a perda
da mídia. Assim que o gravador volta a receber dados, o buffer é novamente
preenchido, mais ou menos como a represa de uma usina hidrelétrica.

Pode parecer estranho que qualquer micro razoável não seja capaz de fornecer um
fluxo de dados de apenas 300 ou 600 KB/s, sendo que um bom HD é quase 40 ou 20
vezes (respectivamente) mais rápido do que isso, e até uma mísera porta paralela ECP
seria capaz de suportar com sobra um fluxo tão pequeno.

O problema neste caso, porém, não tem muito a ver tanto com a velocidade da
transmissão de dados, e sim com a capacidade de transmitir dados do HD para o
gravador de forma ininterrupta. Neste aspecto, os HDs e gravadores de CD SCSI são
muito melhores do que os IDE, já que o SCSI permite uma transferência de dados
muito mais estável e menos dependente da disponibilidade do processador.

O ideal seria o uso de um gravador SCSI e de um HD SCSI, o que asseguraria


gravações a 4x ou mais sem problemas de buffer underrun. A segunda opção seria um
gravador SCSI e um HD IDE UDMA, o que também geraria bons resultados.

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Gravadores SCSI ainda são um pouco mais caros do que os IDE, mas sinceramente
esta diferença vale muito à pena, principalmente por que quase todos os gravadores
SCSI já acompanham placas SCSI, dispensando qualquer despesa adicional. Tendo
uma placa SCSI instalada, você terá também a possibilidade de instalar HDs e outros
periféricos SCSI no micro, complementando o bom negócio.

Caso você já possua um gravador IDE, e não pretenda trocá-lo tão cedo, nossa terceira
opção será instalar o gravador sozinho na IDE secundária, deixando o HD também
sozinho na IDE primária. Desde que o seu HD seja razoavelmente rápido, e o gravador
possua pelo menos 1 MB de buffer, esta combinação também deverá funcionar sem
problemas, apesar de você talvez perder uma mídia ou outra esporadicamente. A
menos que você tenha mídias sobrando, de modo algum instale o gravador na mesma
porta IDE do disco rígido.

Apesar de mais raros, existem também gravadores externos, que utilizam a porta
paralela. Apesar da portabilidade, estes drives acabam sendo os piores, pois além de
lenta, a porta paralela consome muitos recursos do processador durante as
transferências de dados, o que acaba por causar muitos problemas de buffer underrun.
Evite ao máximo comprar gravadores paralelos.

Antes de gravar seu CD, não deixe de desfragmentar o disco rígido, pois com os dados
gravados sequencialmente no disco, o tempo de acesso aos dados e a taxa de
transferência serão melhores, diminuindo muito a frequência dos buffer underrun. Se
possível, reserve uma partição de pouco mais de 650 MB, formatada com FAT 16 para
fazer uma imagem do CD a ser gravado.

Evite ao máximo usar o micro enquanto estiver gravando CDs, pois qualquer acesso ao
disco rígido pode resultar no esvaziamento do buffer. Dependendo da configuração da
sua máquina, e principalmente da velocidade do disco rígido, pode ser que seja
possível rodar outros programas durante a gravação dos CDs, sem perder mídias.
Neste caso, você saberá apenas depois de tentar, mas a maioria dos programas de
gravação, permitem executar uma simulação antes de partir para a gravação do CD.
Nesta simulação, são reproduzidas todas as etapas da gravação, porém nenhum dado é
gravado no disco, permitindo que você faça várias experiências sem arriscar perder
mídias. Tenho um amigo que joga até Quake 2 enquanto grava CDs e jura que até
hoje não perdeu nenhuma mídia por causa disso. Mas também, a máquina dele é um
Pentium II 500 com 128 de RAM, e tanto os dois HDs quanto o gravador são SCSI.
Se, como eu, você não possuir uma máquina tão parruda, o melhor mesmo é deixar o
micro em repouso durante as gravações.

Se mesmo com todos estes cuidados você ainda está tendo problemas de buffer
underrun (isso pode acontecer caso seu gravador possua um buffer pequeno, ou caso
seu HD seja muito lento, por exemplo) você pode diminuir a velocidade da gravação,
de 4x para 2x ou mesmo 1x. Com uma velocidade menor, o buffer demorará muito
mais para se esvaziar, e o problema será resolvido. Vale lembrar que mídias de má
qualidade, ou mesmo muitas boas mídias verdes e azuis dão problemas caso sejam

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gravadas a 4x. Para gravar nesta velocidade é imprescindível que a mídia seja de boa
qualidade.

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Capítulo 10:
Fax-Modems

Nada mais lógico do que usar as linhas telefônicas, largamente disponíveis para
realizar a comunicação entre computadores. Porém, usando linhas telefônicas comuns
enfrentamos um pequeno problema: os computadores trabalham com sinais digitais,
neles qualquer informação será armazenada e processada na forma de 0s ou 1s. As
linhas telefônicas por sua vez são analógicas, sendo adequadas para a transmissão de
voz, mas não para a transmissão de dados.

Justamente para permitir a comunicação entre computadores utilizando linhas


telefônicas comuns, foram criados os modems. “Modem” é a contração de modulador-
demodulador e se refere a um aparelho capaz de transformar sinais digitais em sinais
analógicos que são transmitidos pela linha telefônica, e em seguida, novamente
transformados em sinais digitais pelo modem receptor.

Os modems apresentaram uma notável evolução na última década. Os primeiros


modems eram capazes de transmitir apenas 300 bits de dados por segundo, enquanto
que os atuais são capazes de manter conexões com velocidades de até 56 Kbits por
segundo.

Protocolos

Para enviar dados através da linha telefônica, o modem os transforma em sinais


analógicos. Os primeiros modems, que eram capazes de transmitir apenas 300 bits por
segundo, utilizavam uma técnica muito simples de modulação, trabalhando com
apenas dois sinais diferentes. Assim, um tom alto representava um bit 1 e um mais
baixo representava um bit 0. Para conseguir maiores velocidades de comunicação, os
modems atuais trabalham com um número imenso de sinais, cada um representando
um conjunto de bits, aos quais são somados códigos de correção de erros e
compactação de dados. A este conjunto de códigos damos o nome de protocolo.

Atualmente os protocolos mais usados são o V.34, utilizado por modems de 33.600
bips e o V.90, utilizado pelos modems de 56 k. O V.90 é justamente uma unificação
dos antigos protocolos X2 e k56Flex incompatíveis entre si, que tanta dor de cabeça
deram aos usuários e provedores de acesso.

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Protocolo Taxa Máxima de Transferência


Bell 103 300 bps
CCITT V.21 300 bps
Bell 212A 1.200 bps
ITU V.22 1,200 bps
ITU V.22bis 2.400 bps
ITU V.29 9.600 bps
ITU V.32 9.600 bps
ITU V.32bis 14.400 bps
ITU V.34 36.600 bps
X2 56.000 bps
k56Flex 56.000 bps
ITU V.90 56.000 bps
* bps é a abreviação de bits por segundo

Para existir comunicação entre dois modems, é preciso que ambos falem a mesma
língua, ou seja, utilizem o mesmo protocolo. Antes da conexão ser estabelecida, ambos
os modems trocam informações sobre os protocolos suportados por cada um e entram
em acordo sobre qual utilizar. É justamente isso que permite a um modem de 56k
comunicar-se com um de 1.200 bps por exemplo. Aquele barulhinho de fax, emitido
pelo modem logo após a ligação ser atendida pelo modem do outro lado, é justamente
esta comunicação inicial entre os dois. Além da definição do protocolo a ser usado,
durante esta comunicação inicial são realizados vários testes com o objetivo de
determinar a qualidade da linha telefônica. Caso a linha apresente muitos ruídos, ou
algum outro problema, os modems poderão intencionalmente baixar a velocidade da
conexão, garantindo uma maior segurança no envio de dados.

Em um modem, cada byte possui um total de 10 bits, sendo 8 bits de dados, um bit de
início e outro bit de parada. Para saber a velocidade máxima de um modem em bytes,
basta dividir sua velocidade em bps por 10. Um modem de 33.600 por exemplo, pode
transmitir um total de 3.600 bytes de dados por segundo.

Os bits de início e fim são necessários por que a comunicação via modem é feita de
maneira assíncrona. Se não fossem os bits de inicio e parada, o modem receptor não
saberia onde termina um byte e começa outro, nem onde estão as informações sobre
correção de erros, paridade, etc. tornando a comunicação impossível.

Compressão de dados

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A fim de aumentar a quantidade de dados efetivamente transmitidos, mesmo mantendo


a mesma velocidade de conexão, os modems utilizam também algoritmos de
compactação de dados. Esta compactação tem um funcionamento idêntico à
compactação de dados que vimos no capítulo sobre discos rígidos.

Compactando os dados, conseguimos aumentar bastante a velocidade de transmissão


de dados. Transmitindo um arquivo de texto por exemplo, obtemos geralmente uma
compressão de 2/1, o que permite dobrar a velocidade da transmissão. Vale lembrar
que a compactação feita pelos modems não funciona em arquivos que já estejam
comprimidos, como imagens em JPG, GIF ou arquivos zipados.

O protocolo de compactação utilizado atualmente é o V.42bis, que permite uma taxa


de compressão de até 4 para 1 em alguns tipos de arquivos. Outros protocolos mais
antigos são o MNP 5 e o MNP 7, usados em modems obsoletos.

Modems de 56K

As linhas telefônicas foram desenvolvidas para servirem como um meio de


comunicação através de voz. Sendo assim, não é preciso sequer uma boa qualidade de
som, apenas que ele seja nítido. A baixa qualidade das transmissões através da linha
telefônica é que limita a velocidade de transmissão dos modems a apenas 33 ou 56
Kbips por segundo, menos de um milésimo da taxa de transferência de um HD topo de
linha.

No sistema telefônico atual, utilizamos cabos de cobre sem blindagem, para transmitir
os sinais analógicos de voz. Isto não chega a ser uma grande limitação, pois utilizando
cabos de cobre comuns, é possível transmitir dados a até 1,5 Mbps entre distâncias de
vários quilómetros através de tecnologias como o ADSL. Por incrível que possa
parecer, o maior limitante da velocidade de transmissão de dados através da linha
telefônica não são os cabos de cobre, mas justamente a comunicação digital entre as
centrais telefônicas.

No sistema telefônico atual, todas as linhas de uma determinada área têm conexão com
uma central telefônica. Existem, numa grande cidade, várias centrais, cada uma
englobando as linhas de uma determinada área. Se você por exemplo, ligar para um
amigo que mora do outro lado da cidade, o sinal primeiramente será transmitido do seu
aparelho telefônico para a central do seu bairro, a central por sua vez entrará em
contato com a central do bairro do seu amigo que encaminhará o sinal até a casa dele.

Entre a sua casa e a sua central, o sinal é transmitido no formato analógico, chegando
na central ele é transformado em um sinal digital, com amostragem de 8 bits a 8 kHz,
que consome 64 Kbits de banda. O sinal permanece digital até chegar à outra central,
onde ele é novamente transformado em um sinal analógico e enviado ao seu amigo.
Quando ele fala ao telefone, ocorre o caminho inverso, o sinal é transmitido do

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aparelho dele até a central, convertido em sinal digital, transmitido para sua central,
convertido em analógico e enviado até o seu aparelho.

Uma conclusão lógica seria que a taxa máxima de transferência de dados possível
usando uma linha telefônica comum seria 64 Kbits por segundo, já que esta é a
velocidade de comunicação entre as centrais. O problema é que cada vez que um sinal
analógico é convertido em sinal digital, temos perda de qualidade, gerada pelo “ruído
de quantização”. Segundo a lei de Shannon, a conversão analógico/digital feita na
central A, limita a transferência de dados através da linha telefônica a apenas 35 Kbps.

Durante muito tempo acreditou-se que era realmente impossível transmitir dados a
mais de 35 Kbps através de linhas telefônicas, e que por isso os modems de 33.6 eram
o limite. Alguém teve então a idéia de eliminar a conversão analógica/digital no
sentido provedor/usuário, acabando com o ruído de quantização e permitindo taxas de
transferências mais altas neste sentido. Foi possível implementar esta idéia,
estabelecendo uma conexão digital entre o provedor e sua central telefônica.

Neste caso, quando são enviados dados do provedor para o usuário, não é necessária a
conversão analógico/digital, já que os sinais já chegam à central no formato digital.
Não temos então o ruído de quantização, permitindo taxas de transferências mais altas.

Como o usuário continua tendo uma conexão analógica com a central telefônica,
continua sendo necessária a conversão analógico/digital no sentido usuário/ provedor,
gerando o famigerado ruído de quantização e limitando as transferências a 33.6 Kbps
neste sentido.

Temos então uma taxa de Download (quando você baixa algum arquivo ou acessa
algum site) de 56 Kbps, mas com uma taxa de Upload (quando você envia algum
arquivo para outro usuário por exemplo) de apenas 33,6 Kbps.

Na prática, a velocidade máxima dos modems de 56K fica em no máximo 53 Kbps,


pois as centrais telefônicas não conseguem trabalhar com taxas mais altas que isto.
Mas, mesmo para conseguir conexões de 53 Kbps, é preciso que sua central telefônica
seja digital (para saber se a central é digital basta ver se ela aceita discagem por tom) e
que a qualidade da linha seja impecável, caso contrário as conexões vão ficar em
apenas 44 ou 48 Kbps, ou mesmo não passar de 33,6.

Upgrade de Modem

Apesar dos protocolos V.34 e V.90 demandarem equipamentos um pouco diferentes,


muitos modems de 28.800 e 33.600 possuem todo o hardware necessário para utilizar
o protocolo V.90 e transmitir dados a 56k. Nestes casos, tudo o que precisamos fazer
para transformá-los em autênticos modems V.90 é alterar seu BIOS, incluindo o
suporte ao novo protocolo.

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Muitos destes modems utilizam memória flash para armazenar seu BIOS, permitindo
sua atualização via software. Fabricantes como a US Robotics e a Motorola, oferecem
atualização gratuita para seus modems, bastando que o usuário baixe o programa de
atualização via Internet. Outros modems possuem o BIOS gravado em memória
EPROM. Neste caso, para fazer a atualização é preciso trocar o chip que armazena o
BIOS do modem por outro. Geralmente os fabricantes também oferecem a
possibilidade de atualizar estes modems, porém, cobrando uma taxa de serviço,
geralmente em torno de 60 dólares.

Pode parecer estranho que somente executando um programinha oferecido pelo


fabricante possamos aumentar a velocidade de um modem, mas na verdade é algo
muito simples. Um texto em Inglês por exemplo, é cerca de 15 ou 20% menor que sua
tradução para o Português. Ou seja, no mesmo espaço está contida mais informação.
Apesar de uma pessoa que fala somente o Português não ser capaz de entender um
texto em Inglês, nada impede que ela aprenda este Idioma. O mesmo se aplica no caso
dos modems. O V.90 é um protocolo mais eficiente que o V.34, permitindo transmitir
mais dados através do mesmo meio de comunicação (a linha telefônica). Assim, caso o
seu modem possua capacidade para aprender esta outra língua, basta ensiná-lo através
de um upgrade para que ele se torne um autêntico modem de 56k.

Correção de Erros

Por serem um meio analógico, as linhas telefônicas são muito passíveis de


interferências, que podem ser notadas até mesmo quando conversamos com um amigo.
Isto, fora outros problemas, como linhas cruzadas, estalos na linha, etc. que são
gerados por problemas com a linha ou com a própria central.

Conversando ao telefone, pequenos ruídos não chegam a atrapalhar muito, mas mesmo
os menores ruídos são capazes de distorcer os dados enviados pelo modem, já que uma
pequena alteração no tom de uma portadora pode alterar completamente seu conteúdo.

Assim como usamos códigos de correção de erro em HDs, disquetes, CDs e até na
memória RAM para aumentar sua confiabilidade, é imprescindível o uso de correção
de erro na comunicação via modem.

Os primeiros protocolos de correção de erro, usados na época dos BBSs, eram


implementados via software, já que naquela época os modems não ofereciam nenhum
recurso de correção via hardware. Exemplos de protocolos antigos são o Xmodem,
Ymodem, Wxmodem, Zmodem e Kermit. Atualmente o protocolo usado é o V.42, que
é implementado via hardware, deixando o processador livre para executar outras
tarefas.

A correção de erros via modem funciona agrupando os dados enviados em pequenos


blocos, acrescentando a eles pequenos blocos de códigos de detecção de erros,

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chamados de CRC (Cyclical Redundancy Check). No caso do V.42, os códigos usados


também permitem corrigir alguns erros simples.

O modem receptor, por sua vez, verifica os blocos recebidos usando o bloco CRC.
Caso perceba que os dados chegaram alterados, é enviado um sinal para o modem
transmissor, solicitando o reenvio do bloco. Quanto menor for a qualidade da linha,
menor será a taxa de transferência alcançada, pois mais blocos terão que ser
reenviados.

Velocidade da Interface e Velocidade da Conexão

Quando realizamos uma conexão através da rede Dial-Up do Windows 95,


normalmente é mostrada a velocidade em que foi estabelecida a conexão com o
provedor, algo como 31.200, 33.600, 48.000, etc. Em muitos casos, porém, deparamo-
nos com velocidades de conexão exorbitantes como 115.200 bips. Claro que tem
alguma coisa errada nesse valor, seria muito bom pra ser verdade. Como um modem
de 33 ou 56k poderia estabelecer uma conexão a essa velocidade?

Olhando nas propriedades do modem, notaremos que este valor de 115.200 bips é
justamente o valor que foi escolhido como o valor máximo de transmissão da porta
serial do modem. Notamos também que no caso o modem foi instalado usando o
driver de "Standard 28.800 bps Modem" fornecido pelo Windows 95.

Para solucionar este problema, devemos instalar o modem usando o driver que o
acompanha, deixando de utilizar os drivers genéricos do Windows 95. Isso habilitará a
exibição da velocidade real da conexão

Algumas vezes, mesmo instalando o driver fornecido pelo fabricante, continuará sendo
exibida a velocidade da porta serial ao invés da velocidade da conexão. Neste caso
você deverá procurar no manual a string que habilita a exibição da velocidade da
conexão, e escreve-la no espaço apropriado nas propriedades da conexão. Quase
sempre nestes casos a string é ATW0 (ATW zero)

A velocidade de operação da porta serial determina apenas o barramento de dados que


ficará disponível para uso do modem. Setando sua velocidade para 115 Kbps por
exemplo, permitiremos que o modem possa transmitir dados para o processador a esta
velocidade, não significando que esta será a velocidade da conexão. É como numa
estrada. Apesar de uma estrada de 4 pistas permitir um grande fluxo de carros, não
significa que efetivamente que toda a sua capacidade será utilizada.

Mesmo assim, é recomendável setar a velocidade da porta com um valor bem superior
à velocidade máxima do modem, pois como os modems comprimem os dados a serem
enviados, expandindo-os antes de envia-los para o processador, o fluxo de dados entre
o modem e o processador acaba sendo muito maior do que o fluxo entre os modems

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Softmodems x Hardmodems

Atualmente podem ser encontrados no mercado dois tipos bem diferentes de modems:
hardmodems e softmodems, estes últimos também chamados de Winmodems, modems
HCF, HSP ou HSF, controlados pelo hospedeiro etc..

Os hardmodems são os modems completos que executam todas as funções de envio e


recebimento de dados, correção de erro, controle de fluxo etc. Os softmodems por sua
vez, funcionam apenas como uma interface de ligação com a linha telefônica, todas as
tarefas são executadas pelo processador principal, o que claro degrada o desempenho
global do micro.

Como são compostos por muito menos componentes, os softmodems são muito mais
baratos que os hardmodems. Tomando por base os preços de mercado da metade do
ano 2000, encontramos softmodems de 56k por até 20 dólares, enquanto um
hardmodem também de 56k, no caso um Sportster da US Robotics não sai por menos
de 80 dólares em versão OEM.

Componentes

Um hardmodem possui todos os componentes necessários ao seu funcionamento. Por


isso pode funcionar (salvo limitações relacionadas com o plug-and-play) em qualquer
micro PC, e em qualquer sistema operacional. Caso o modem utilize um slot ISA de 8
bits e possa ser configurado através de jumpers, você poderá utilizá-lo até num XT se
quiser.

Um softmodem por sua vez depende inteiramente do trabalho do processador. Para


que o modem funcione é necessário instalar o programa que o acompanha, que
coordenará suas funções. Como o programa precisa ser reescrito para que possa ser
usado em vários sistemas operacionais, em geral o modem só funcionará dentro do
Windows 95/98/2000. Nunca no Linux ou MS-DOS por exemplo.

Desempenho

É inevitável que o micro fique mais lento ao ser utilizado um softmodem. Resta saber
se a economia feita na hora de comprar o modem compensará a diferença. Se você
tiver algo a partir de um Pentium II 266 e usar a Internet para navegação e e-mail, não
sentirá muita diferença entre um softmodem (desde que de boa qualidade) ou um
hardmodem. Porém, se você gosta de jogos online ou tem um processador mais
simples, provavelmente um hardmodem seria a melhor escolha

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Mesmo entre os softmodems existem grandes diferenças de qualidade, que se refletem


no nível de utilização do processador e nos tempos de resposta (pings). Existem dois
motivos para isso, diferenças de qualidade nos chips DAA e do Relay, e na qualidade
dos drivers emuladores..

Desenvolver o projeto de um softmodem é relativamente simples, praticamente é


preciso definir quais componentes serão usados, com base no preço e qualidade que se
pretendem para o produto. Porém, desenvolver os drivers demanda muito mais tempo
e dinheiro. Como é o driver que controla todo o funcionamento do softmodem, eles
são programas complexos e caros de se desenvolver. Quanto melhores forem os
drivers melhor será o desempenho do modem, mas mais caro vai custar para o
fabricante.

Vamos à algumas comparações: Comparando um US Robotics Sportster 56k


(hardmodem) com um Diamond Supra Max (softmodem) em um Celeron 300A, temos
praticamente os mesmos pings jogando Quake 3, com diferenças de 2 ou 3 ms,
praticamente um empate técnico. Porém, usando um softmodem PC-Tel, um produto
de qualidade mais baixa, no mesmo sistema, foram obtidos pings até 40 ms mais altos,
o que corresponde a quase 30% a mais.

Usando um US Robotics Winmodem de 56k num Pentium 133, a utilização do


processador oscilou entre 18 e 22%. Usando um softmodem Winstorn de 56k da Boca
Research, a taxa de utilização ficou entre 19 e 24%. Porém, usando um PC-Tel a taxa
de utilização oscilou entre 31 e 48%!

Quanto à configuração do micro, eu recomendaria um Pentium 166 como mínimo e


um Pentium II 266 como ideal. Se você tiver um processador muito fraco, o
softmodem não terá como obter todo o processamento de que necessita enquanto
estiverem sendo executados outros programas, fazendo com que as transferências
tornem-se mais lentas e as quedas de linha sejam freqüentes, sem falar na lentidão
geral do sistema. Softmodems em micros 486 então nem pensar.

Transmissão de Fax

Além de transmitir dados, praticamente todos os modems também são capazes de


transmitir e receber faxes, fazendo com que o micro possa substituir o aparelho de fax,
inclusive com algumas vantagens. Justamente por esta dupla função, chamamos estes
modems de Fax Modems.

Para transmitir e receber seus faxes através do micro, você só precisará ter um fax
modem corretamente instalado e um programa que permita o envio e recebimento de
faxes. O Windows 95 já inclui o Microsoft Fax, mas você encontrará inúmeros outros
programas melhores. A grande maioria dos fax modems trazem bons programas de
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Fax; os modems US Robotics por exemplo, trazem o Rapid Com, Voice, que além de
enviar e receber faxes funciona como secretária eletrônica.

Você poderá enviar praticamente qualquer arquivo de texto ou imagem na forma de


fax, se você possuir um scanner, poderá digitalizar seus documentos, e enviá-los
também. Os faxes recebidos são salvos como imagens, e podem ser visualizados e
impressos quantas vezes você quiser.

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Capítulo 11:
Impressoras e scanners

Como o próprio nome sugere, uma impressora é um dispositivo destinado a imprimir


textos ou imagens, em papel ou algum outro tipo de superfície. O que diferencia os
inúmeros modelos de impressoras existentes é o modo como a impressão é feita.

Atualmente, são utilizadas basicamente quatro tipos de impressoras: as matriciais, que


rapidamente estão perdendo terreno, as jato de tinta, as a laser, e as impressoras
térmicas, geralmente usadas em aparelhos de fax. Cada tipo de impressora opera
utilizando diferentes tecnologias para obter a impressão no papel.

Impressoras de Margarida

As primeiras impressoras tinham um funcionamento bastante semelhante às máquinas


de escrever, possuindo um conjunto de tipos, geralmente na forma de um círculo (daí o
apelido impressora de margarida) que eram batidos sobre uma fita, proporcionando a
impressão no papel. Estas impressoras eram capazes de imprimir apenas textos,
mesmo assim com apenas uma ou com algumas poucas opções de fontes, mudadas
com a troca da margarida.

As impressoras de margarida produziam uma impressão de boa qualidade, mas além


das limitações quanto a textos e gráficos, apresentavam baixa velocidade de
impressão, geralmente pouco superior à velocidade de um bom digitador. Por isso
tornaram-se obsoletas com o surgimento das impressoras matriciais.

Impressoras Matriciais

Ao contrário das obsoletas impressoras de margarida, as impressoras matriciais


utilizam um conjunto de agulhas, geralmente 9, que produzem impacto sobre uma fita
de impressão, deixando marcas no papel.

As impressoras matriciais são bastante económicas em comparação com impressoras


jato de tinta e a laser, pois a fita de impressão é extremamente barata, e pode ser usada

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por muito tempo. Uma fita para uma Epson LX 300, por exemplo, não custa mais do
que 5 reais, e pode imprimir várias centenas de folhas.

O uso de agulhas, ao invés de tipos, permite o uso de vários tipos de fonte e também a
impressão em modo gráfico, embora sem muita qualidade e apenas em preto. Existem
também impressoras matriciais coloridas, que utilizam uma fita de impressão especial
com quatro cores. O problema é que, além da impressão demorar bem mais, as cores
nunca ficam perfeitas, pois como as mesmas agulhas entram em contato
sucessivamente com as quatro cores de tinta, acabam misturando-as, alterando sua
tonalidade.

A Epson LX 300, por exemplo, pode transformar-se numa impressora colorida, através
de um Kit que inclui a fita e o driver de impressão. O problema é que este Kit é muito
caro, custando mais do que um cartucho para uma impressora jato de tinta, não
valendo muito à pena já que a fita colorida não dura muito.

Mesmo com a popularização das impressoras jato de tinta, as impressoras matriciais


ainda são usadas em muitos lugares, devido ao seu baixo custo de impressão,
durabilidade, e principalmente devido à sua capacidade de imprimir formulários em
duas ou três vias com carbono.

Impressoras Jato de Tinta

As impressoras jato de tinta são as impressoras mais vendidas atualmente. Ao invés de


usar agulhas e fita como as matriciais, as impressoras jato de tinta trabalham
espirrando gotículas de tinta sobre o papel, conseguindo uma boa qualidade de
impressão, próxima à de impressoras a laser. Outra vantagem destas impressoras é seu
baixo custo, o que as torna perfeitas para o uso doméstico.

As impressoras jato de tinta podem usar basicamente três tecnologias de impressão: a


Buble Jet, ou jato de bolhas, a Piezoeléctrica e a de troca de estado.

A tecnologia Buble Jet foi criada pela Canon, que detém a patente do nome até hoje.
Esta tecnologia consiste em aquecer a tinta através de uma pequena resistência,
formando pequenas bolhas de ar, que fazem a tinta espirrar com violência sobre o
papel. Esta tecnologia é usada em várias marcas de impressoras, como as da Canon e
HP.

Uma desvantagem desta tecnologia é que devido ao aquecimento, a cabeça de


impressão costuma se desgastar depois de pouco tempo, perdendo a precisão. Por
outro lado, por serem extremamente simples, as cabeças são baratas, e por isso são
embutidas nos próprios cartuchos de impressão.

As impressoras Epson por sua vez, utilizam uma cabeça de impressão Piezoeléctrica,
que funciona mais ou menos como uma bomba microscópica, borrifando a tinta sobre
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o papel. A cabeça de impressão consiste em um pequeno cano, com um cristal


piezoeléctrico próximo da ponta. Quanto recebe eletricidade, este cristal vibra, fazendo
com que gotículas de tinta sejam expelidas para fora do cartucho.

Esta tecnologia traz como vantagem uma maior precisão, que resulta numa impressão
com maior resolução. A Epson Stilus 600 por exemplo, é capaz de imprimir com até
1440 DPI (pontos por polegada) enquanto uma HP 692C, que está na mesma faixa de
preço, imprime no máximo a 600 DPI.

A HP por sua vez, alega que apesar de usarem resolução menor, suas impressoras
possuem uma qualidade de impressão melhor. Não sei se você se lembra, mas a algum
tempo atrás ela lançou até uma campanha publicitária, falando de pontos por polegada
e abacaxis por polegada.

Como as cabeças de impressão Piezoeléctricas possuem maior durabilidade, e são


muito mais complexas e caras do que as buble-jet, elas não são trocadas junto com os
cartuchos, fazendo parte da impressora. Por um lado isso é bom, pois permite baratear
um pouco os cartuchos, mas por outro lado, torna a impressora mais sucessível a
problemas, como o entupimento das cabeças de impressão, sendo que troca em uma
autorizada muitas vezes acaba custando mais da metade do preço de uma impressora
nova.

Existem também impressoras de troca de estado, que utilizam tinta sólida, um tipo de
cera, geralmente em forma de fitas. Nestas impressoras a tinta é derretida e espirrada
sobre o papel. A vantagem é que, como a tinta é um tipo de cera, a impressão assume
um aspecto brilhante, com qualidade semelhante a uma foto, mesmo usando papel
comum.

Um exemplo de impressora de troca de estado é a Citizen Printiva, que possui uma


qualidade de impressão surpreendente, mas que demora cerca de 6 minutos para
imprimir uma página colorida e possui um custo de impressão salgado.

Cartuchos Recondicionados

Os cartuchos originais, tanto da HP quanto da Epson, têm um preço relativamente alto,


por volta de 35 dólares. Como é possível recarregar os cartuchos, é comum a venda de
cartuchos recondicionados por menos de 1/3 do preço de um cartucho novo.

Muitas pessoas alegam que estes cartuchos não valem à pena, argumentando que
podem danificar a impressora. Realmente, como todo procedimento não aprovado pelo
fabricante, o uso de cartuchos recondicionados traz alguns riscos, mas, devido ao seu
baixo custo, estes cartuchos acabaram tornando-se bastante populares. Como sempre,
o bolso do Brasileiro acaba falando mais alto.

Do ponto de vista de danos à impressora, existem duas possibilidades:

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No caso de impressoras com cabeça de impressão fixa, como as Epson, um cartucho


recarregado com tinta de baixa qualidade poderia entupir as cabeças de impressão,
praticamente inutilizando a impressora, já que a troca das cabeças de impressão numa
autorizada costuma custar bem mais da metade do preço de uma impressora nova. Este
risco é real, pois como a tinta original dos cartuchos não é vendida separadamente, os
carregadores de cartuchos têm que apelar para tintas alternativas.

No caso das impressoras HP, não existe este perigo, pois a cabeça de impressão é
descartável e embutida no cartucho. Neste caso, o máximo que poderia acontecer seria
o cartucho não funcionar e você perder seu dinheiro.

A segunda possibilidade seria a de o cartucho recondicionado vazar dentro da


impressora, obrigando você a fazer uma boa limpeza, ou mesmo inutilizando o
equipamento em casos mais extremos. Isto acontece mais em cartuchos HP, pois
depois de recarregado, o cartucho é lacrado com uma pequena bola plástica, a fim de
manter a pressão interna. Se por acaso houver algum impacto forte (não se esqueça
que durante a impressão o cartucho é chacoalhado de um lado para o outro...), esta
bola pode cair para dentro do cartucho, deixando o ar entrar e consequentemente a
tinta vazar pelo orifício inferior.

Outro problema, novamente no caso dos cartuchos de impressoras HP, é que a cabeça
de impressão não é projetada para funcionar indefinidamente (deve ser por isso que é
dada “de brinde” com o cartucho :-). Geralmente, apartir da segunda recarga, as
cabeças começam a ficar desgastadas, e a qualidade de impressão torna-se cada vez
pior.

Como em outros ramos, depende da competência e honestidade de quem fizer a


recarga dos cartuchos. Existem algumas empresas que estão tornando-se verdadeiras
especialistas em recarga, produzindo produtos praticamente livres de falhas, assim
como também existe gente que compra um sistema de recarga qualquer e sai
recondicionando cartuchos sem sequer saber direito o que está fazendo.

Impressoras a Laser

Numa impressora a laser, a imagem a ser impressa em papel é primeiramente formada


num cilindro, ou molde. Um feixe de raios laser gera cargas de eletricidade estática em
algumas partes do cilindro. Ao ser passado no reservatório de toner, as partes
carregadas do cilindro o atraem, formando um molde perfeito da imagem a ser
impressa. Em seguida o cilindro aquecido é passado sobre o papel, sendo o toner
transferido e gerando a página impressa. Além das impressoras a laser
monocromáticas, temos também as coloridas, que usam quatro cores de toner para
conseguir cores perfeitas.

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As impressoras a laser oferecem uma qualidade superior de impressão, além de serem


muito mais rápidas. O maior obstáculo à sua popularização, porém, é seu alto custo.
Enquanto podemos adquirir uma impressora jato de tinta colorida por 250 ou 300
dólares, os modelos mais simples de impressoras a laser custam apartir de 800 ou 1000
dólares. Isto em se tratando de impressoras monocromáticas, já que as coloridas são
bem mais caras.

Impressoras Térmicas

Este tipo de impressora é muito usado em aparelhos de fax e calculadoras, devido ao


seu baixíssimo custo. Nelas a impressão é conseguida através do choque de agulhas
aquecidas em um papel especial sensível ao calor. O maior problema desta técnica é
que o papel tende a perder a cor impressa depois de pouco tempo.

Scanners

Antigamente, periféricos extremamente caros, restritos basicamente ao meio


profissional, os scanners atualmente estão se tornando periféricos de uso tão
corriqueiro quanto placas de som e modems. Tal popularização se deve basicamente à
queda vertiginosa no preço destes equipamentos. Há alguns anos atrás, era impossível
encontrar um scanner de boa qualidade por menos de mil dólares, enquanto que
atualmente um bom scanner de mesa pode ser encontrado por apenas 100 ou 120
dólares.

O funcionamento de um scanner chega a ser simples, limitando-se a transformar as


imagens lidas em sinais digitais que podem ser entendidos pelo computador. Para
conseguir esta proeza, o scanner, usando suas células fotosensíveis, transforma a
imagem em um conjunto de pontos, cada um com uma cor, ou seja: num bitmap.

Como em toda conversão analógico-digital, neste processo, perdemos sempre um


pouco da qualidade da imagem original. O quanto vamos perder em termos de
qualidade, depende justamente da resolução suportada e do número de cores
reconhecidas pelo scanner.

Existem basicamente três tipos de scanners: os scanners de mão, os de página e os de


mesa. Os scanners de mão já saíram de linha há um bom tempo, e provavelmente você
só os encontrará à venda em algum classificado de usados. Neste tipo de scanner é
preciso deslizar seu visor sobre a imagem para digitaliza-la. O problema é que
qualquer trepidação distorce a imagem, sendo necessária uma mão firme e uma certa
prática.

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Um tipo pouco comum de scanner são os chamados scanners de página, que


digitalizam uma página inteira, puxando o papel como um aparelho de Fax. A maior
limitação é que não é possível digitalizar livros, revistas ou apostilas, sem ter que
arrancar página por página. Finalmente, temos os scanners de mesa, de longe os mais
utilizados atualmente. Este tipo de scanner tem um funcionamento parecido com um
máquina de Xerox, bastando colocar a imagem a ser digitalizada sobre a tampa de
vidro e inicializar a digitação dando o OK via software.

O mais comum atualmente é encontrarmos à venda, scanners de mesa com resolução


de 300 ou 600 DPI (pontos por polegada) e com capacidade para reconhecer 16
milhões de cores (true color). Estes scanners, desde que corretamente configurados,
são capazes de digitalizar imagens com uma boa qualidade.

Interfaces

O mais comum atualmente é o scanner utilizar a porta paralela, o que torna sua
instalação bem simples. Neste caso, o scanner possui uma extensão onde deve ser
conectada a impressora. Compartilhar a mesma porta entre o scanner e a impressora
não causa nenhum conflito, o único inconveniente é que não é possível escanear uma
imagem e imprimir ao mesmo tempo. Se você tentar fazer as duas coisas ao mesmo
tempo, os dois dividirão a posse da porta; a impressora irá imprimir um pouco, fará um
pausa, o scanner escaneará um pedaço da imagem, a impressora imprimirá mais um
pouco e assim por diante.

Existem também scanners que usam controladoras SCSI, enquanto alguns scanners
mais antigos utilizam interfaces proprietárias.

Interpolação

Os scanners destinados ao mercado doméstico geralmente possuem resolução de 300


ou 600 DPI. Porém, geralmente vemos anúncios de scanners de 4800 ou até mesmo
9600 DPI.

A resolução real destes scanners continua sendo os mesmos 300 ou 600 pontos por
polegada. Porém, com o uso de um software específico, podemos interpolar a imagem,
aumentando artificialmente sua resolução para 4800 ou 9600 DPI.

A interpolação de imagens consiste em adicionar novos pontos à ela, baseado nos


pontos existentes, aumentando a quantidade total de pontos. Digamos que numa
imagem, tenhamos um ponto verde tonalidade 100, e outro verde tonalidade 20. O
software neste caso, simplesmente iria calcular a média e incluir entre os dois um
ponto verde tonalidade 60. Caso a interpolação continuasse, seriam incluídos em

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seguida um ponto com tonalidade 40 entre o 20 e o 60, um ponto tonalidade 80 entre o


60 e o 100 e assim por diante.

Na prática, a interpolação serve para embaçar a imagem, dando apenas a impressão de


possuir uma resolução maior. O simples fato de trazer um software de interpolação não
é nenhum mérito para o scanner, já que versões superiores deles podem ser
conseguidas com facilidade. Por isso, ao comprar um scanner, procure saber sobre sua
resolução ótica, ou resolução real, pois a resolução interpolada, conseguida via
software não importa tanto.

A interpolação é geralmente usada para dar um melhor aspecto à imagens pequenas,


que precisam ser esticadas para serem usadas em jornal ou página Web. Usando a
interpolação, evitamos que os pontos da imagem estourem, disfarçando sua baixa
resolução.

OCR

Vários programas são capazes de reconhecer letras dentro de uma imagem,


transformando-as em texto que pode ser editado livremente. Geralmente você receberá
um programa de OCR (reconhecimento óptico de caracteres) junto com seu scanner,
mas existem versões comerciais com muito mais recursos.

O principal requisito de um software de OCR, é oferecer suporte à língua Portuguesa,


pois, caso contrário, os caracteres acentuados não serão reconhecidos, fazendo com
que o texto apresente muitos erros. Dos programas que testei, o que apresentou
melhores resultados foi o OmniPage Pro. Você poderá baixar uma versão de teste
deste programa (cerca de 20 MB) em http://www.caere.com.

Além do suporte à língua portuguesa, o OmniPage oferece bons recursos, como a


possibilidade de reconhecer texto organizado em colunas (como numa revista) e de
manter a formatação original do texto, opções que podem ser configuradas em
Tools/Options.

Outro recurso interessante é o analista de linguagem, que analisa o texto comparando-


o com palavras da língua para a qual o programa estiver configurado, aumentando a
precisão do reconhecimento de caracteres e evitando erros bobos. O OmniPage possui
também um corretor ortográfico.

Para usar o OCR, você deverá escanear a imagem em preto e branco (não escala de
cinza). Geralmente esta opção aparecerá como “OCR Text” na configuração de cores
do utilitário do scanner.

Como funciona um programa de OCR

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As fontes True Type utilizadas pelos editores de texto “for Windows”, como o Word
por exemplo, são gravadas em modo vetorial, uma descrição matemática das curvas e
linhas que compõem o caracter. Este recurso permite que você altere livremente o
tamanho da fonte sem perda de qualidade. Um programa de OCR atua basicamente
comparando os caracteres escaneados com estas fontes gráficas.

Inicialmente, o programa examina a página para mapear os espaços em branco,


reconhecendo títulos, colunas, parágrafos e imagens, o que permite manter a ordem
correta do texto. Programas de OCR mais avançados são capazes de manter toda a
formatação da página.

O segundo passo consiste em comparar cada caracter com modelos de fontes


suportadas pelo OCR. Havendo uma certa porcentagem de coincidência, o caracter é
reconhecido. Como este primeiro processo demanda uma semelhança muito grande
entre as fontes e os caracteres digitalizados, muitos acabam não sendo reconhecidos,
especialmente caracteres em negrito ou itálico.

Nos caracteres não reconhecidos, é aplicado um segundo processo bem mais


minucioso, que consiste em analisar geometricamente cada caracter, calculando a
altura, largura, e combinações de retas, curvas e áreas em branco. Novamente é usada
a lei da probabilidade, um caracter com uma curva em forma de meia lua que continua
na forma de uma reta por exemplo tem uma grande chance de ser um “D” minúsculo
por exemplo. Este segundo processo é muito mais demorado, pois para cada letra é
preciso gerar todo um novo conjunto de caracteres gráficos.

Se mesmo com o exame minucioso não for possível reconhecer o caracter, o programa
poderá utilizar um corretor ortográfico para corrigir erros bobos, ou preecher espaços
vazios. Com a ajuda do corretor, “Ca1e-se” seria substituído por “Cale-se” e
“Paralele#ípe~o” seria alterado para “Paralelepípedo”

Uma última alternativa para reconhecer caracteres ilegíveis, pode ser mostrar
individualmente o bitmap de cada caracter não reconhecido e pedir ao usuário que o
substitua pela letra correspondente, ou simplesmente usar um símbolo como ~,% ou #
no lugar do caractere para que o usuário possa corrigir o erro manualmente depois.

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Capítulo 12:
Configuração avançada do Bios Setup

BIOS significa "Basic Input Output System", ou "Sistema Básico de Entrada e Saída".
Um computador é composto de hardware e software. O hardware é toda a parte física
do micro: placa mãe, processador, memórias, disco rígido, etc. Enquanto o software é
a parte lógica que coordena o seu funcionamento. O BIOS é justamente a primeira
camada de software do sistema, que fica gravada em um pequeno chip na placa mãe, e
tem a função de "dar a partida", reconhecendo os dispositivos instalados no micro e
realizando o Boot. Mesmo depois do carregamento do sistema operacional, o BIOS
continua provendo muitas informações e executando tarefas indispensáveis para o
funcionamento do sistema.

Muitas das funções executadas pelo BIOS podem ser personalizadas ao gosto do
usuário. O Setup é justamente o programa que nos permite configurar estas opções. A
velocidade de operação das memórias, o modo de funcionamento dos discos rígidos, e
em muitos casos até mesmo a velocidade do processador, são configurados através do
Setup. Uma configuração errada do Setup pode tornar o sistema até 70 ou 80% mais
lento do que com uma configuração otimizada. Claro que esta é uma projeção
apocalíptica, que só seria alcançada por alguém que intencionalmente configurasse o
Setup visando obter o pior desempenho possível, mas que ilustra bem como "simples"
erros de configuração podem tornar nosso sistema lento.

Em quase todos os modelos de BIOS, encontramos uma opção de configuração do


Setup usando valores default sugeridos pelo fabricante. Estes valores visam que o
sistema funcione com o máximo de estabilidade, porém usando-os sacrificamos um
pouco do desempenho.

Geralmente com configurações otimizadas dos valores do Setup, conseguimos um


ganho de performance de 10 ou até 20% sobre os valores default. Muitas vezes
também precisamos mudar os valores do Setup para resolver algum conflito entre
dispositivos, ou mesmo poder instalar algum periférico em especial. Um exemplo é a
Viper V330, uma placa aceleradora 3D: ela só funciona corretamente caso habilitemos
no Setup a opção "Assign IRQ to VGA" que em muitas placas fica desabilitada usando
os valores default

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CMOS

CMOS significa “Complementary Metal Oxide Semicondutor". Nos primeiros PCs,


como os antigos XTs e alguns 286s, todos os dados referentes à configuração dos
endereços de IRQ, quantidade e velocidade das memórias, HDs instalados, etc. eram
configurados através de jumpers na placa mãe. Não é preciso dizer que a configuração
de tais jumpers era um trabalho extremamente complicado. Para facilitar a vida dos
usuários, foi criado o Setup, que permite configurar facilmente o sistema.

A função do CMOS, uma pequena quantidade de memória RAM, geralmente 128 ou


256 bytes, é armazenar os dados do Setup para que estes não sejam perdidos quando
desligamos a máquina. Toda vez que o micro é iniciado, o BIOS lê estes valores e
opera de acordo com eles. Porém, justamente por ser um tipo de memória RAM, o
CMOS é volátil, ou seja: seus valores são perdidos quando ele deixa de ser carregado
eletricamente. Justamente por isso, é usada na placa mãe uma pequena bateria que se
destina a alimentar o CMOS. Claro que esta bateria não dura para sempre, de modo
que periodicamente (a cada 2 ou 3 anos) temos que trocá-la.

POST

Durante o boot, o BIOS realiza uma série de testes, visando detectar com exatidão os
componentes de hardware instalados no micro. Este teste é chamado de POST
(pronuncia-se poust), acrônimo de "Power-On Self Test". Os dados do POST são
mostrados durante a inicialização, na forma da tabela que aparece antes do
carregamento do sistema operacional, indicando a quantidade de memória instalada,
assim como os discos rígidos, drives de disquetes, portas seriais e paralelas, e drives de
CD-ROM padrão IDE instalados no micro.

Além de detectar o hardware instalado, a função do POST é verificar se tudo está


funcionando corretamente. Caso seja detectado algum problema em um componente
vital para o funcionamento do sistema, como as memórias, processador ou placa de
vídeo, o BIOS emitirá uma certa seqüência de bips sonoros, alertando sobre o
problema. Problemas menores, como conflitos de endereços, problemas com o teclado,
ou falhas do disco rígido serão mostrados na forma de mensagens na tela.

O código de bips varia de acordo com a marca do BIOS (Award ou AMI por exemplo)
podendo também haver pequenas mudanças de uma placa mãe para outra. Geralmente
o manual da placa traz uma tabela com as seqüências de bips usadas. Apenas como
referência, no caso da ausência do manual da placa mãe, segue em anexo a tabela de
bips padrão em BIOS AMI:

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Número de
Mensagem de Erro Descrição e causa provável
Bips
O circuito de refresh da placa mãe está com problemas,
Falha no Refresh
1 isto pode ser causado por danos na placa mãe ou falhas
(refresh Failure)
da memória RAM
Durante o POST, foi detectado um erro de paridade na
memória RAM. Este problema pode ser tanto nos
Erro de paridade
2 módulos de memória quanto nos próprios circuitos de
(parity error)
paridade. Para determinar a causa do problema, basta
fazer um teste com outros pentes de memória.
Foi detectado um problema grave nos primeiros 64 KB
da memória RAM. Isto pode ser causado por um defeito
Falha nos
nas memórias ou na própria placa mãe. Outra
primeiros 64 KB
possibilidade é o problema estar sendo causado por um
3 da memória RAM
simples mal contato. Experimente antes de mais nada
(Base 64k memory
retirar os pentes de memória, limpar seus contatos
failure)
usando uma borracha de vinil (aquelas borrachas
plásticas de escola) e recoloca-los com cuidado.
Timer não
O Timer 1 não está operacional ou não está conseguindo
operacional
4 encontrar a memória RAM. O problema pode estar na
(Timer not
placa mãe (mais provável) ou nos módulos de memória.
operational)
O processador está danificado, ou mal encaixado.
Erro no
Verifique se o processador está bem encaixado, e se por
5 processador
descuido você não esqueceu de baixar a alavanca do
(processor error)
soquete Zif (acontece nas melhores famílias :-)
O gate 20 é um sinal gerado pelo chip 8042, responsável
Falha no Gate 20 por colocar o processador em modo protegido. Neste
6 (8042 - Gate A20 caso, o problema poderia ser algum dano no processador
failure) ou mesmo problemas relacionados com o chip 8042
localizado na placa mãe
O processador gerou uma interrupção de exceção.
Significa que o processador está apresentando um
Processor
comportamento errático. Isso acontece às vezes no caso
7 exception
de um overclock mal sucedido. Se o problema for
(interrupt error)
persistente experimente baixar a freqüência de operação
do processador. Caso não dê certo, considere uma troca.
Problemas com a placa de vídeo, que podem estar sendo
Erro na memória causados também por mal contato. Experimente, como
da placa de vídeo no caso das memórias, retirar a placa de vídeo, passar
8
(display memory borracha em seus contatos e recolocar cuidadosamente
error) no slot. Caso não resolva, provavelmente a placa de
vídeo está danificada.
Erro na memória
Problemas com a memória Flash onde está gravado o
ROM
BIOS. Isto pode ser causado por um dano físico no chip
9 (rom checksum
do BIOS ou por um upgrade de BIOS mal sucedido.
error)

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Falha no CMOS
O chamado de shutdown register enviado pelo CMOS
shutdown register
10 apresentou erro. Este problema é causado por algum
(CMOS shutdown
defeito no CMOS.
register error)
Foi detectado um erro na memória cache. Geralmente
quando isso acontece, o BIOS consegue inicializar
Problemas com a normalmente o sistema desabilitando a memória cache.
memória cache Claro que isso não é desejável, pois deteriora muito o
11
(cache memory desempenho do sistema. Uma coisa a ser tentada é entrar
bad) no Setup e aumentar os tempos de espera da memória
cache. Muitas vezes com esse "refresco" conseguimos
que ela volte a funcionar normalmente.
Este é um Bip feliz emitido pelo BIOS quando o POST é
Post executado executado com sucesso. Caso o seu sistema esteja
1 Bip longo
com sucesso inicializando normalmente e você não esteja ouvindo
este Bip , verifique se o speaker está ligado corretamente.
Não foi possível iniciar o computador. Este problema é
2 bips curtos O POST Falhou
causado por uma falha grave em algum componente.
Problemas com o BIOS da placa de vídeo. Tente retirar a
1 Bip longo e placa, passar borracha de vinil em seus contatos e
Falha no Video
2 bips curtos recolocá-la, talvez em outro slot. Na maioria das vezes
este problema é causado por mau contato.
Novamente problemas com a placa de vídeo, desta vez
1 Bip longo e
provavelmente causados por defeito no RAM-DAC da
dois bips Falha no Video
placa, erro ou incapacidade de encontrar o monitor, ou
curtos
problemas com a memória de vídeo

Geralmente, quando tudo está funcionando normalmente, independente da marca, o


BIOS emite um Bip durante a inicialização do micro. Este não deve ser confundido
com o primeiro erro da tabela. Se nenhum som está sendo emitido quando você
inicializa o sistema, verifique se o fio do alto-falante está ligado corretamente.

Mensagens de Erro

Quando são detectados problemas menores durante o POST que não impedem o
funcionamento do sistema, ao invés de bips são mostradas mensagens de erro na tela,
indicando o problema.

Mensagem de Erro Descrição e causa provável


Keyboard Error or O BIOS não conseguiu encontrar o teclado. Pode ser apenas um
Keyboard not mau contato no encaixe do teclado, bastando apertá-lo, ou
present mesmo um defeito na placa lógica do teclado.
O BIOS não está conseguindo se comunicar com o teclado
KB/Interface Error devido a um defeito no conector para o teclado localizado na
placa mãe

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O BIOS não está conseguindo comunicar-se com a


controladora do disco rígido. Caso seja um computador antigo,
que usa uma placa Super-IDE, o defeito está sendo causado por
mau funcionamento ou mau contato da placa, bastando fazer o
limpeza dos contatos usando uma borracha, ou substituí-la.
HDD Controller
Caso o computador possua interfaces IDE on-board, então
Failure
talvez seja necessário trocar toda a placa mãe, já que não é
possível substituir os chips controladores das interfaces IDE,
pois fazem parte do chipset. Neste caso, porém, tente antes
instalar o disco na IDE secundária, pois é possível que ela ainda
esteja funcionando.
FDD Controller Agora o problema é com o a controladora de disquetes. Valem
Failure as mesmas dicas do item anterior.
O drive de disquetes está com problemas ou não foi
FDD failure
configurado corretamente no Standard CMOS Setup
Foi detectado um conflito numa das portas lógicas do micro. É
exibida esta mensagem seguida do endereço que está sendo
usado por dois ou mais periféricos. Geralmente este problema é
Conflict I/O Ports:
causado por um modem configurado para operar no mesmo
xxx
endereço de uma das portas seriais. Bastando, para resolver o
problema, jumpear o modem para usar um endereço diferente
ou mesmo desativar a porta serial em conflito.
Foi detectado durante o POST, que o cache L2 está com
Cache Memory
problemas. O BIOS então informa que está desabilitando o
Bad, Do Not Enable
cache L2 para que o sistema possa funcionar normalmente,
Cache!
apesar da perda de performance.
CMOS Battery A carga da bateria que alimenta o CMOS está fraca, e deve ser
State Low trocada com urgência.
Os valores armazenados no CMOS foram, por algum motivo,
CMOS System
corrompidos, ou então o BIOS não foi configurado. Neste caso,
Options Not Set
basta entrar no Setup e configurar corretamente as opções.
O BIOS está apenas avisando que não foram configuradas a
CMOS Time and hora e data no relógio, do CMOS. Apesar desta configuração
Date Not Set ser desnecessária para inicializar o micro, é bom entrar no
Setup e acertar o relógio pois ele é usado por vários programas.
Em alguns BIOS mais antigos, ao ser alterada a quantidade de
memória instalada, era exibida esta mensagem durante a
CMOS Memory
primeira inicialização. Na verdade, esta não é bem uma
Size
mensagem de erro, indicando apenas que a quantidade de
Mismatch
memória RAM foi alterada. Basta pressionar F1 para rodar o
Setup e, em seguida, usar o comando Save & Exit, mesmo sem
fazer nenhuma alteração.
O circuito de DMA na placa mãe está com problemas, e talvez
DMA Error os canais de DMA estejam indisponíveis para uso dos
periféricos.

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Foi detectado um erro de paridade no endereço de memória


informado na mensagem, o que indica problemas na memória
Memory Parity RAM. Se você desejar tentar inicializar o sistema mesmo
Error at xxxxx assim, basta entrar no Setup e desativar a paridade. Considere,
porém, que problemas de paridade na memória RAM podem
causar imprevisíveis conseqüências.

As mensagens de erro referentes ao teclado, drive de disquetes e conflitos nas portas


lógicas, podem ser desativados através de opção "Halt On" encontrada no Standard
CMOS Setup. Configurando esta opção com o valor "No Errors" qualquer erro
referente a estes três itens será ignorado.

Upgrade de BIOS

O BIOS é um programa que fica armazenado em um chip na placa mãe. Antigamente,


eram usados chips de memória ROM para armazenar o BIOS. A memória ROM é
somente para leitura, sendo seu conteúdo inalterável. Nas placas mãe mais atuais
porém, o BIOS é gravado em memória Flash. O uso deste tipo de memória visa
permitir que o BIOS seja modificado, de modo a corrigir eventuais bugs ou aumentar o
grau de compatibilidade da placa mãe. A esta atualização damos o nome de "upgrade
de BIOS". Os fabricantes deixam tais upgrades disponíveis em suas páginas na
Internet para download gratuito, sendo que o upgrade geralmente vem na forma de
uma arquivo binário e um utilitário que faz a gravação dos dados no BIOS. De posse
dos arquivos necessários, basta iniciar o micro através de um disquete de boot e
executar o utilitário que fará a gravação.

Durante o upgrade, os dados do BIOS são completamente reescritos, processo que


costuma durar poucos minutos. O problema é que se a atualização for interrompida,
por um pico de luz que resete o micro, ou mesmo um esbarrão no botão liga-desliga, o
BIOS ficará danificado, provavelmente impossibilitando até mesmo iniciar o micro
para recomeçar a atualização, inutilizando a placa mãe. Justamente por isso, os
fabricantes não costumam dar nenhum tipo de garantia sobre danos causados por um
upgrade de BIOS mal sucedido, alegando que o usuário deve correr seus próprios
riscos.

Um ótimo lugar para começar é o Win’s BIOS Page, no endereço


http://www.ping.be/BIOS, este é um dos mais completos sites sobre este assunto,
disponibilizando inclusive programas que identificam a placa mãe e informam o
endereço do fabricante.

Apagando o CMOS

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Algum amigo colocou uma senha no Setup, esqueceu-a e agora não consegue mais
inicializar o micro? Sem dúvida ninguém gosta de passar por este tipo de situação, mas
acidentes deste tipo às vezes acontecem. A solução para este problema porém é muito
simples, bastando zerar o CMOS, o que apagará a senha.

O único efeito colateral é que junto com a senha perderemos todas as configurações do
Setup, tendo que reconfigurar tudo antes de usar novamente o computador.

Como já vimos, os dados do CMOS são guardados em uma pequena quantidade de


memória volátil. Esta memória é sustentada por uma bateria, o que evita que seus
dados sejam perdidos quando desligamos o micro. Assim, para apagar os dados do
CMOS basta retirar momentaneamente a bateria que o sustenta.

Na maioria das placas mãe, é usada uma bateria de relógio comum, que pode ser
retirada com facilidade, em outras é usada uma bateria fixa. Em ambos os casos,
podemos zerar o CMOS sem dificuldade.

Bateria de relógio
Se a sua placa mãe utiliza uma bateria comum, basta abrir o gabinete, e retirar a
bateria, recolocando-a no lugar alguns minutos depois. Para acelerar este processo,
você pode usar uma moeda ou qualquer outro objeto de metal para causar um pequeno
curto que apagará instantaneamente os dados do CMOS, sem contudo causar qualquer
dano. Claro que você deve fazer tudo isto com o micro desligado, ligando-o
novamente somente após recolocar a bateria.

Bateria fixa
Em muitos casos é usada uma pequena bateria que é soldada diretamente na própria
placa mãe, a qual é um pouco mais difícil de retirar.

Basta, entretanto, mudar de posição um jumper específico, normalmente de 3 pinos e


que fica na parte traseira da placa, próximo ou entre os slots ISA, recolocando-o em
seguida na posição original, para apagar os dados do CMOS. Procure no manual de
sua placa mãe, referências ao "CMOS Discharge Jumper".

Algumas placas mãe usam uma bateria externa localizada dentro de uma caixa preta de
plástico pouco maior que uma pilha pequena, para armazenar os dados do CMOS,
sendo conectada a um encaixe de 3 pinos na placa mãe. Para zerar o CMOS, basta
desconectar a bateria e reconectá-la após alguns segundos.

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Configuração do CMOS Setup

Apesar de existirem poucos fabricantes de BIOS, cada modelo é personalizado para


um determinado modelo de placa mãe. Com uma diversidade tão grande, é
perfeitamente compreensível que encontremos várias diferenças nas opções
disponíveis no CMOS Setup de duas placas diferentes. Porém iremos encontrar
também várias semelhanças. Meu objetivo aqui é abordar o maior número possível de
opções, permitindo a você configurar sem dificuldade qualquer modelo de BIOS.

Se você é, ou pretende se tornar um especialista em hardware, então é indispensável


que conheça com detalhes cada opção disponível no CMOS Setup. Mas, mesmo que o
seu objetivo seja apenas montar seu próprio micro, acredito que irá achar este capítulo
interessante, pois nele não me limitarei apenas a explicar sobre as opções disponíveis
no Setup, mas também sobre vários aspectos do funcionamento do computador, assim
como, o diagnóstico e solução de vários problemas.

Acessando as opções do Setup

Para acessar as configurações do Setup, basta pressionar uma certa seqüência de teclas
durante a contagem de memória. O mais comum é termos apenas que pressionar a
tecla Del. Em alguns BIOS devemos apertar F1, ou mesmo usar seqüências como Ctrl
+ Alt + S, combinação que geralmente é informada durante o boot.

Hoje em dia, o mercado de BIOS é dominado basicamente pela Award e pela AMI,
existindo também fabricantes menores como a Phoenix.

Apesar de trazerem opções bem parecidas, o Setup dos BIOS da Award e da AMI se
diferenciam basicamente pela sua interface. Nos BIOS Award encontramos uma
interface modo texto, onde usamos o Enter e o Esc para acessar os conjuntos de opções
e as teclas Page Up e Page Down para alterar os valores das opções. Os BIOS AMI
oferecem uma interface gráfica, e a possibilidade de usar o mouse para realizar as
alterações, apesar de também serem totalmente operáveis através do teclado, neste
caso usando a tecla Tab. para alternar entre as janelas, assim como o Enter, o Esc e as
setas para acessar e alterar as opções.

Independentemente da marca ou modelo do BIOS, encontraremos sempre as opções


divididas em várias sessões, que englobam opções relacionadas com um tema em
especial.

O Standard CMOS Setup abriga configurações básicas sobre sistema, como a hora
do relógio do CMOS, os discos rígidos e drive de disquetes instalados e controle de

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erros. O BIOS Features Setup, que geralmente aparece como Advanced Setup nos
BIOS AMI, engloba configurações um pouco mais avançadas, permitindo habilitar ou
não vários recursos da placa mãe, incluindo a memória cache e o BIOS Shadow.

No Chipset Features Setup, já encontramos configurações avançadas, relacionadas


diretamente com o desempenho do computador, com destaque para a configuração da
velocidade de operação da memória RAM e cache. Temos também o Power
Management Setup, onde encontramos várias opções que permitem diminuir a
quantidade de energia elétrica utilizada pelo sistema. Não podemos esquecer também
do PNP/PCI Configuration, onde encontramos muitas opções relacionadas com o
suporte e dispositivos, e por último, da sessão Integrated Peripherals onde
configuramos o modo de operação dos discos rígidos, assim como as portas seriais,
paralelas e USB instaladas.

No menu principal do CMOS Setup encontramos também a opção IDE HDD Auto
Detection, que às vezes aparece com o nome de Detect IDE ou Auto IDE. Através
desta opção podemos detectar os discos rígidos instalados no computador.

Ao terminar de configurar o CMOS Setup, basta usar a opção Save & Exit Setup para
salvar todas as alterações e sair, ou a opção Exit Without Saving para sair sem salvar
alteração alguma.

Standard CMOS Setup (Standard Setup)

Esta sessão do Setup abriga informações básicas para o funcionamento do sistema,


como os discos rígidos e drives de disquetes instalados no micro, data e hora e
algumas outras configurações relacionadas ao vídeo e controle de erros. O Standard
Setup é a parte do Setup que menos varia de um BIOS para outro.

Date / Time

O CMOS abriga internamente um pequeno relógio. A hora fornecida por ele é usada
por vários programas, como agendas e bancos de dados. Se você enviar um e-mail, por
exemplo, a data e hora de postagem que aparecerá para o destinatário será justamente
as fornecidas pelo relógio do CMOS. Este relógio pode tanto ser configurado através
do Setup quanto diretamente através do Windows, tanto faz.

Hard Disks

Este item do Setup mostra os discos rígidos que estão instalados no computador. Para
detectar os discos instalados, basta usar a opção de IDE HDD Auto-Detection que se
encontra na tela principal do Setup.

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Geralmente este item não aparece exatamente com o nome "Hard Disks". Nos BIOS
Award com interface modo texto por exemplo, aparece na forma de uma tabela que
mostra os parâmetros de cada disco instalado.

Nos BIOS AMI com interface gráfica, geralmente temos este item subdividido em
Primary Master, Primary Slave, Secondary Master e Secondary Slave, cada um
exibindo as informações de um disco em particular.

Apesar de não ser recomendável, você pode configurar seu disco manualmente. Neste
caso, você deverá fornecer o número de cabeças de leitura (Head), cilindros (Cyln),
setores do disco (Sect), além do cilindro de pré-compensação de gravação (WPcom) e
a Zona de estacionamento das cabeças de leitura (LZone). Você pode fazer as
modificações através da opção Detect IDE HDD encontrada na tela principal do Setup.

Existem também tipos pré-definidos de discos, que geralmente vão do 1 ao 46.


Antigamente existiam poucos tipos de discos rígidos, bastando setar aqui o modelo
correspondente. Naquela época ainda não existia a opção de IDE HDD Auto-
Detection, mesmo por que nem existiam discos IDE :-). Nos manuais desses discos
mais antigos, existiam instruções como "Definir este disco como tipo 21 no Setup”.
Estas opções são herdadas de BIOS mais antigos, com o objetivo de manter
compatibilidade com esses discos obsoletos, não sendo utilizáveis em nenhum disco
atual.

Floppy Drive A

Aqui devemos definir o tipo de drive de disquetes que temos instalados no micro.
Existem as opções de 360 KB (5 1/4 DD), 720 KB (3 1/2 DD), 1.2 MB (5 1/4 DD)
1.44 MB (3 1/2 DD) e 2.8 MB (3 1/2 DD), bastando que informemos qual destes
drives temos instalado. Atualmente o mais comum é termos drives de 3 1/2 polegadas
e 1,44 MB, porém, todas as placas mãe, mantém compatibilidade com drives mais
antigos e também com os de 2.88 Megabytes que são extremamente raros. Caso você
não tenha nenhum drive de disquetes instalado no micro, deve escolher a opção
"none".

Floppy Drive B

Caso tenha um segundo drive de disquetes instalado, basta indicá-lo aqui. Em sua
ausência a opção correta é "none".

FDD suporting 3 Mode

O modo 3 é um padrão para drives de disco flexível, usado no Japão e alguns outros
países da Ásia, mas muito pouco utilizado no ocidente. Esta opção permite instalar um
drive modo 3 no micro

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Display Type (Video)

Esta opção é encontrada apenas em alguns modelos de BIOS, e serve para indicarmos
o tipo de placa de vídeo instalada. Esta indicação vigorará apenas durante o POST,
pois depois o sistema operacional assumirá o controle da placa de vídeo. Geralmente
encontramos as opções MDA, CGA e EGA/VGA (a opção correta)

Halt On

Aqui podemos indicar qual procedimento o BIOS deverá tomar, caso sejam detectados
erros de hardware durante o POST. Ao ser encontrado algum conflito de endereços (do
modem com o mouse por exemplo), o sistema poderá parar a inicialização e exibir na
tela uma mensagem com o endereço em conflito, para que possamos tentar resolve-lo,
ou mesmo ignorar o erro e tentar inicializar o sistema, ignorando os problemas. As
opções aqui são:

All Errors: A inicialização será interrompida, caso exista qualquer erro grave na
máquina: teclado não presente, configuração errada do tipo de drive de disquetes
instalado ou mesmo um conflito entre dois dispositivos.

No Errors: O BIOS ignorará qualquer erro e tentará inicializar o computador.

All, but Keyboard : A inicialização será interrompida por qualquer erro, menos erros
relacionados com o teclado. Mesmo que o teclado não seja encontrado, o sistema
inicializará normalmente. O uso desta opção é comum em micros servidores de
arquivos, onde por segurança, não é usado teclado ou este fica trancado. Em alguns
casos, também é possível que o BIOS realize durante o POST, o teste do teclado muito
cedo, quando o controlador do teclado ainda não esteja pronto para responder,
resultando em um erro. Neste caso, a solução é novamente usar este valor.

All, but disk : Apesar de inicialização poder ser interrompida por qualquer erro, serão
ignorados erros relacionados com o drive de disquetes.

All, but disk/Key : Serão ignorados erros relacionados com o drive de disquetes e
teclado.

BIOS Features Setup (Advanced CMOS Setup)

Nesta sessão encontramos configurações um pouco mais avançadas do que as


encontradas no Standard CMOS Setup, mas sem nenhum mistério. Podemos
configurar por exemplo, a seqüência de boot, ou a taxa de repetição do teclado, além

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de outras configurações um pouco mais importantes, relacionadas com os caches L1 e


L2 e com o Shadow do BIOS. Geralmente estas opções aparecem na forma de
"Enabled" (ativado) e "Disabled" (desativado).

O BIOS Features Setup é sem dúvida a parte do Setup que mais varia de um BIOS
para outro, justamente por conter várias opções que são particulares de cada modelo de
BIOS. Você não encontrará no Setup do seu micro todas as opções citadas aqui, e
também é possível que o seu contenha alguma opção diferente, mas este capítulo lhe
dará uma boa base para configurar qualquer tipo de BIOS.

Algumas opções podem aparecer com nomes diferentes, dependendo da marca e do


modelo do BIOS. A opção “CPU” Internal Cache”, por exemplo, aparece em alguns
BIOS como “CPU Level 1 Cache” ou “L1 Cache”. Em casos como este, usarei o nome
mais comum da opção, colocando os demais entre parênteses.

Algumas opções estão diretamente relacionadas com o desempenho e estabilidade do


sistema, e por isso devem ser configuradas com mais atenção, como as opções CPU
Internal cache e CPU External cache.

Virus Warning (Anti-Virus)

Esta é uma proteção rudimentar contra vírus oferecida pelo BIOS. O BIOS não tem
condições de vasculhar o disco procurando por arquivos infectados, como fazem os
antivírus modernos, mas ativando esta opção ele irá monitorar gravações no setor de
boot do HD, também chamado de trilha MBR, onde a maioria dos vírus se instala.
Caso seja detectada alguma tentativa de gravação no setor de boot, o BIOS irá
interceder, exibindo na tela uma mensagem de alerta e perguntando se deve autorizar
ou não a gravação.

O problema em ativar esta opção, é que sempre que formos alterar o setor de boot
editando as partições do disco, formatando o HD, ou mesmo instalando um novo
sistema operacional, o BIOS não saberá tratar-se de um acesso legítimo ao setor de
boot, e exibirá a mensagem, o que pode tornar-se irritante.

Se você já tem um bom antivírus instalado, talvez esta opção não tenha muita utilidade
para você, justamente por ser muito rudimentar em se tratando de detecção de vírus.
De qualquer maneira, trata-se de uma proteção a mais, sendo recomendável mantê-la
ativada.

CPU Internal cache (CPU Level 1 cache, L1 cache)

Esta opção permite habilitar ou desabilitar o cache interno do processador, ou cache


L1. Claro que o recomendável é manter esta opção ativada, caso contrário o
desempenho da máquina cairia em mais de 30%.

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Alguns programas de checagem do hardware, em especial os que checam a memória


RAM, recomendam que seja desabilitado o cache durante os testes. Neste caso,
podemos desabilitar o cache reativando-o logo após o término do teste.

Algumas vezes, o cache L1 do processador é danificado. Apesar de raro, isto costuma


acontecer às vezes em processadores que esquentam demais devido a uma ventilação
pouco adequada, fazendo com que o micro passe a apresentar travamentos gerados por
falhas no cache L1. Nestes casos, o problema poderia ser resolvido com a
desabilitação do cache, obviamente sacrificando uma boa parte da performance da
máquina. Apesar de raro, é mais um item para sua lista de possíveis problemas.

CPU EXTERNAL CACHE (CPU LEVEL 2 CACHE, L2 CACHE)

Aqui temos a opção de desativar o cache L2 do computador, encontrado na placa mãe


ou dentro do cartucho dos processadores Pentium II e Celeron. Claro que normalmente
ele deve ficar ativado, pois como já vimos, a falta do cache L2 causa uma perda de
performance de 30% a 40%. Similarmente ao cache L1, alguns programas que testam
o hardware pedem que ele seja desabilitado durante a checagem.

Algumas vezes, o cache L2 da placa mãe é danificado, fazendo com que o micro passe
a apresentar travamentos. Neste caso, uma opção é desativá-lo para solucionar o
problema, sacrificando a performance. Falhas no cache L2 são razoavelmente comuns
em placas mãe já com bastante uso, não sendo raros também os casos onde são
danificados com energia estática por alguém mexendo descuidadamente no hardware
do computador

Quick Power On Self Test (Quick Boot)

Durante o POST, são feitos vários testes a fim de detectar possíveis problemas com o
hardware do micro. O problema é que estes testes costumam ser um pouco demorados,
irritando alguns usuários mais apressados. Ativando esta opção, muitos componentes
não serão checados durante o POST, resultando em um boot bem mais rápido.

Memory test tick Sound

Você já percebeu que muitos micros (principalmente os mais antigos) emitem uma
espécie de zunido durante a contagem de memória? Esta opção, encontrada geralmente
em BIOS mais antigos, permite justamente ativar ou desativar o ruído. A escolha fica a
seu gosto.

Boot Sequence

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Durante o processo de boot, o BIOS checa todos os drives disponíveis no sistema e em


seguida procura neles o sistema operacional, passando para ele o controle do sistema.
Esta opção, permite escolher a seqüência na qual os drives serão checados durante o
boot:

A, C : Esta é a opção mais comum. O BIOS irá checar primeiro o drive de disquete à
procura de algum sistema operacional e, caso não encontre nada, procurará no disco
rígido.

C, A : O disco rígido será checado primeiro, e em seguida o disquete. Selecionando


esta opção, o boot demorará algumas frações de segundo a menos.

C only : Será checado somente o disco rígido. Quando for necessário dar um boot via
disquete, será preciso entrar novamente no Setup e mudar a opção para A,C.

BIOS mais recentes também suportam boot através de um CD-ROM, o qual deverá
estar obrigatoriamente ligado numa controladora IDE, pois o BIOS não tem condições
de detectar um CD-ROM ligado em uma placa de som. Neste caso, além das opções de
seqüência de boot anteriores, apareceriam "A, C, CD-ROM" ou "CD-ROM, C, A".

1st Boot, 2nd Boot, 3rd Boot e 4th Boot

Geralmente em BIOS AMI, a opção de definir a seqüência de drives onde será


procurado o sistema operacional, aparece desta forma, bastando setar a ordem da
maneira mais conveniente, escolhendo entre drive de disquetes, HD e CD-ROM.

Try other Boot Devices

Estando ativada esta opção, não sendo capaz de encontrar nenhum sistema operacional
nos drives de disquetes ou discos rígidos IDE instalados, o BIOS irá procurar também
em outros dispositivos, como discos SCSI, drives LS de 120 MB, Zip drives padrão
IDE ou discos removíveis. O suporte a estes dispositivos, depende do nível de
atualização do BIOS.

Swap Floppy Drive

Caso você tenha dois drives de disquetes, esta opção permite que, sem a necessidade
de mudar os cabos, inverta-se as letras dos drives de disquete. Assim, o Drive A
passará a ser o drive B e vice-versa. Esta opção pode ser útil para quem tem, além da
unidade de 3,5 polegadas, uma unidade de 5,25. Neste caso, quando necessário, seria
possível dar boot usando um disquete de 5,25, sem a necessidade de abrir o gabinete e
tocar os cabos dos drives de disquete de posição.

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S.M.A.R.T. for Hard Disks

Os BIOS mais recentes, principalmente os da AMI, possuem suporte ao recurso de


SMART (Self-Monitoring And Reporting Tecnology) encontrado nos discos rígidos
mais modernos. No capítulo sobre discos rígidos, falamos sobre erros na leitura de
dados gravados nos discos magnéticos que às vezes ocorrem. Nos discos mais
recentes, um relatório destes erros é escrito pela controladora do disco rígido, numa
memória especial.

Este relatório pode ser recuperado a qualquer momento por um programa adequado,
que geralmente é fornecido pelo próprio fabricante, bastando que o suporte por parte
do BIOS esteja habilitado. De posse do relatório, podemos acompanhar qualquer
aumento na freqüência de erros de leitura, um indício de que o HD tende a apresentar
problemas em breve. Para habilitar o suporte do SMART por parte do BIOS, basta
habilitar esta opção.

Esta opção serve para habilitar o suporte a SMART sob o MS-DOS ou outros sistemas
operacionais de modo real. Dentro do Windows 95/98/NT não é preciso nenhum
suporte por parte do BIOS, requerendo apenas o programa adequado, já que neles o
acesso ao hardware é feito através de drivers de dispositivo, e não através do BIOS.

CPU Level 2 cache ECC check

Encontrada unicamente no Setup de placas mãe para Pentium II, esta opção permite
habilitar ou desabilitar a correção de erros através do ECC, nos dados armazenados no
cache L2 do processador. Claro que o uso do ECC aumenta bastante a confiabilidade
das memórias cache, e consequentemente, do sistema como um todo. O cache L2
encontrado nas versões do Pentium II de 233 e 266 MHz (com algumas poucas
exceções no caso dos processadores de 266 MHz), não usa ECC, por isso, nestes
casos, esta opção deve ficar desabilitada. A partir da versão de 300, MHz todos os
processadores Pentium II incluem L2 com suporte ao ECC, sendo altamente
recomendável a habilitação desta opção.
Caso esta opção não esteja disponível no Setup da placa mãe de seu Pentium II, não se
preocupe, pois neste caso a placa mãe será capaz de detectar e oferecer suporte ao
ECC automaticamente.

Extended BIOS RAM area

Como vimos no capítulo sobre processadores, para manter compatibilidade com


programas escritos para processadores antigos, temos a memória RAM instalada no
sistema, dividida em três blocos. Os primeiros 640 KB da memória são chamados de
memória convencional, e se destinam ao uso de programas que rodam usando o modo
real do processador. Os 384 KB seguintes são chamados de memória superior,
enquanto toda a memória acima de 1 Megabyte é chamada de memória estendida.

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A memória superior se destina à gravação do Shadow do BIOS principal, assim como,


o Shadow do BIOS de outros dispositivos. Nesta opção, é possível indicar em que área
da memória superior desejamos que o Shadow do BIOS principal seja gravado. Não
existe vantagens em mudar o valor default, a menos que, por algum motivo, você
deseje usar a faixa de memória superior originalmente destinada ao Shadow do BIOS
para alguma outra coisa.

Boot UP Floppy Seek (Floppy Drive Seek at Boot)

O seek é um procedimento realizado com o objetivo de determinar se o drive de


disquetes possui 40 ou 80 trilhas. Isso é feito levando as cabeças de leitura do drive até
a última trilha, retornando em seguida à trilha 0. Como somente drives antigos, de 180
e 360 KB possuem 40 trilhas, esta opção deve ser desabilitada para tornar o boot um
pouco mais rápido.

Boot UP Num Lock Status

A tecla Num Lock do teclado tem a função de alternar o teclado numérico entre as
funções de Home, Page Down, Page Up, End, etc., e os números de 0 a 9, e operadores
matemáticos. Esta opção serve apenas para determinar se a tecla Num Lock
permanecerá ativada (on) ou desativada (off) quando o micro for inicializado.

Wait for <F1> If Any Error

"Keyboard error or Keyboard Not Present, press F1 to resume"


Esta mensagem já foi e provavelmente continuará sendo por muito tempo motivo de
piada entre os micreiros. Nada mais cômico. Se o teclado não está presente ou não está
funcionando, como o pobre usuário poderia pressionar a tecla F1 para continuar a
inicialização do sistema?

Piadas à parte, esta opção permite desabilitar a espera pela tecla F1 quando forem
detectados erros durante o POST. Desabilitada esta opção, apesar da mensagem de
erro continuar sendo exibida, o sistema continuará a inicialização sem aguardar o
pressionamento da tecla F1. Esta opção é útil no caso de servidores sem teclado.

System Keyboard

Esta opção serve para informar ao BIOS se existe ou não um teclado instalado no
computador. Esta opção é útil caso o computador não possua teclado (alguns
servidores intencionalmente não possuem teclado a fim de aumentar a segurança, já
que estes computadores operam de forma automática). Configurando esta opção com o
valor "absent" não serão exibidas durante o boot mensagens de erro referentes ao
teclado.

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Boot UP System Speed (CPU Speed at Boot)

Esta opção define em qual velocidade o processador irá trabalhar durante o boot. As
configurações disponíveis são:

High : O Boot será mais rápido por ser realizado usando toda a velocidade do
processador.

Low : O Boot é executado na velocidade do barramento AT (ISA). Alguns periféricos


mais antigos (muito antigos) requerem que o boot seja dado nesta velocidade.

À não ser que você enfrente algum problema devido a algum periférico mais antigo, é
recomendável a opção High para um boot mais rápido.

IDE HDD Block Mode

Esta opção é muito importante. O block mode permite que os dados do HD sejam
acessados em blocos, ao invés de ser acessado um setor por vez. Isto melhora muito o
desempenho do HD, sendo que somente discos muito antigos não aceitam este recurso.

É altamente recomendável manter esta opção ativada, caso contrário, o desempenho do


HD poderá cair em até 20%. Em alguns BIOS esta opção está na sessão "Integrated
Peripherals", mas todos os BIOS razoavelmente modernos possuem suporte ao Block
Mode. Caso esta opção não exista no seu, provavelmente estará ativada por default.
Em alguns casos você poderá configurar esta opção com vários valores diferentes,
sendo o valor recomendado "optimal" ou "HDD Max".

Gate 20 Option

O Gate 20 é um dispositivo que controla o acesso ao primeiro Megabyte da memória


RAM. Esta opção pode ser configurada como Normal e Fast. Selecionando a opção
Fast, o acesso à estes endereços de memória será um pouco mais rápido, melhorando o
desempenho de aplicativos DOS que rodam usando a memória convencional
(primeiros 640 KB da memória)

Hard Disk Pre-Delay (Boot Delay, Delay for HDD)

Durante o POST, o BIOS checa todos os componentes do micro, incluindo o HD. O


problema, é que antes de ser capaz de responder a qualquer chamado, o disco rígido
precisa ligar seu motor e começar a girar os discos. Se o chamado do BIOS for feito
antes do disco rígido estar preparado para responder, o HD não será detectado e
receberemos uma mensagem de erro.

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Nesta opção, podemos determinar um tempo em segundos que o BIOS aguardará antes
de interrogar o disco rígido. Quase sempre o valor default funciona sem problemas,
mas caso seu disco rígido seja muito lento pode ser necessário escolher um valor mais
alto.

Typematic Rate Setting

O Typematic Rate nada mais é do que o recurso de repetição do teclado. Quando


acionado, ao mantermos pressionada uma tecla, esta se repete até a soltarmos.

Tanto o Windows (painel de controle/teclado) quanto o DOS, possuem utilitários para


configurar a taxa de repetição, de modo que se preferir, pode deixar para configurá-la
dentro do sistema operacional. As opções aqui são enabled (ativado) e disabled
(desativado)

Typematic Rate (Chars/Sec)

Estando o typematic rate ativado, esta opção define o número de repetições por
segundo de uma tecla pressionada. Podemos escolher de 6 a até 30 caracteres por
segundo.

Typematic Rate Delay (msec)

Quando ativado o typematic rate, esta opção permite definir quantos milessegundos o
sistema deverá esperar antes de habilitar a repetição de teclas caso uma tecla fique
pressionada. Podemos escolher aqui um valor qualquer entre 250 ms (0,25 seg) e 1000
ms (1 seg)

Security Option (Password Check)

Você deve ter visto, na tela principal do Setup, uma opção para estabelecer uma senha.
Aqui podemos escolher entre a opção "Setup" e "Always" que às vezes aparece como
"System". Selecionando a opção Setup, a senha será solicitada somente para alterar as
configurações Setup. Escolhendo a opção Always, a senha será solicitada toda a vez
que o micro for ligado. A senha do Setup é um recurso bastante útil, pois nos permite
restringir o uso do micro ou simplesmente barrar os "fuçadores de Setup"

PS/2 Mouse Function Control

Muitas placas mãe atuais oferecem uma entrada PS/2. O PS/2 é um padrão de portas
seriais lançado pela IBM, que permite a conexão de mouses ou mesmo teclados. Aqui

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podemos ativar ou desativar a porta PS/2 encontrada na placa mãe. A não ser que você
pretenda usar esta porta, é recomendável desabilitá-la, pois assim liberaremos o IRQ
12 usado por ela.

PCI/VGA Palette Snoop (Video Palette Snoop)

Muitos sistemas operacionais como o Windows 98 e o OS/2, permitem o uso de duas


placas de vídeo e dois monitores, ficando a imagem dividida entre os dois,
aumentando o tamanho da área de trabalho. Este recurso é muito útil para quem
trabalha com imagens.

Trabalhando no Corel Draw, por exemplo, um monitor pode exibir a barra de


ferramentas do programa, enquanto o outro mostra apenas a imagem. Este recurso
requer suporte por parte do BIOS, sendo que todos os BIOS modernos são compatíveis
com ele. Esta opção permite justamente habilitar ou desabilitar este suporte. Mesmo
que você não use este recurso, deixar esta opção ativada não traz nenhuma
desvantagem.

OS Select for DRAM > 64 Mb

Esta opção define como a memória RAM acima de 64 Megabytes (caso estejamos
usando mais de 64 Megabytes de memória, é claro ;-) será acessada:

OS/2: Esta opção visa manter compatibilidade com o OS/2 e deve ser selecionada caso
estejamos usando este sistema operacional.

Non Os/2 : Caso você esteja usando qualquer outro sistema operacional, como o
Windows 95/98, NT etc. esta é a opção correta.

Boot to OS/2

Esta é mais uma opção que visa manter compatibilidade com o OS/2, devendo ser
habilitada apenas no caso de você estar usando este sistema operacional.

Above 1 MB Memory Test

Assim que o micro é ligado, o BIOS executa a contagem de memória. Paralelamente a


esta contagem, o BIOS executa um rápido teste, com o objetivo detectar módulos
defeituosos. Justamente por ser um teste rápido, ele não é capaz de detectar todos os
tipos de defeitos, mas pelo menos serve para detectar erros mais graves na memória
RAM.

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Quando habilitada esta opção, o teste será feito apenas no primeiro Megabyte da
memória, o mais crítico para o funcionamento do sistema, por incluir a memória
convencional e a superior. A partir daí, será feita uma simples contagem com o
objetivo de determinar a quantidade de memória instalada, o que garante um boot um
pouco mais rápido.

Defeitos graves na memória RAM podem causar, além de travamentos, a perda de


dados importantes, ou mesmo a inutilização do sistema operacional devido ao
corrompimento de arquivos. Justamente por isso, é recomendável manter desativada
esta opção para que o teste seja feito em toda a memória RAM instalada,
principalmente ao adicionarmos novos módulos.

USB Function

O USB é um novo padrão de porta serial, que além de ser mais rápido, permite a
instalação de vários periféricos em fila. Todas as placas mãe modernas possuem portas
USB.

O problema é que pelo USB ainda não ser muito usado atualmente, apesar da placa
mãe vir com uma porta USB pronta para funcionar, muitas vezes não acompanha o
cabo que é ligado na porta e preso na parte de trás do gabinete, justamente a fim de
cortar custos.

Esta opção permite escolher entre os valores enabled e disabled, permitindo ativar ou
desativar a porta USB da placa mãe. Se você não está usando nenhum periférico USB,
o melhor é manter a porta USB desabilitada para deixar vago o IRQ 8, normalmente
usado por ela.

USB Keyboard / Mouse Suport

Normalmente, conectamos o teclado na interface de teclado presente na placa mãe, e o


mouse em uma porta serial ou PS/2. Uma porta USB porém, permite, além do uso de
scanners e modems, também a conexão de teclados, mouses e joysticks padrão USB.
Quando instalamos algum dispositivo USB, é preciso habilitá-lo instalando um driver
adequado para o seu sistema operacional. O problema é que assim os dispositivos USB
só ficam disponíveis após a carga do sistema operacional.

Isso não chega a ser uma desvantagem no caso de periféricos como scanners e
modems, mas não dá para esperar a carga do sistema operacional para podermos
utilizar o teclado, já que precisamos dele para configurar o Setup e para outras tarefas
numa etapa "pré boot". Justamente por isso, os BIOS mais recentes incorporam "mini-
drivers" para teclados e mouses USB, a fim de habilitar seu funcionamento. Esta opção
permite justamente ativar o suporte a estes dispositivos por parte do BIOS, e deve ficar
obrigatoriamente ativada, caso você pretenda usar um teclado ou mouse padrão USB.

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HDD Sequence SCSI / IDE First

Muitas vezes temos instalados HDs IDE e SCSI no mesmo micro. Tipicamente nestes
casos, o BIOS dará sempre o boot usando o HD IDE, fazendo-o través do HD SCSI
apenas se não houver outro padrão IDE instalado. Esta opção, presente na maioria dos
BIOS mais recentes, permite justamente inverter esta ordem, tentando o boot
primeiramente através do primeiro HD SCSI instalado, fazendo-o através do disco IDE
apenas se não houver nenhum disco SCSI disponível.

Floppy Disk Access Control

Esta opção referente ao drive de disquetes, pode ser configurada como "read and
write" (leitura e gravação) ou "read only" (somente leitura). Configurando esta opção
como read only, os disquetes poderão apenas ser lidos, não sendo permitida nenhuma
gravação. Esta opção é, às vezes, utilizada em micros que guardam no disco rígido
informações secretas ou confidencias, de modo a não permitir que estes dados "vazem"
através de disquetes.

BIOS Update

Como já vimos, todos os BIOS modernos são armazenados em chips de memória


Flash, o que permite sua atualização, à qual damos o nome de upgrade de BIOS. Este
recurso permite ao fabricante, lançar upgrades para corrigir bugs encontrados no BIOS
de algum modelo de placa mãe, ou mesmo acrescentar novos recursos ou aumentar a
compatibilidade do BIOS.

O problema, é que existem vírus como o Chernobil, capazes de alterar o BIOS com
propósitos destrutivos. Estes vírus são especialmente perigosos, pois além de causar
perda de arquivos, são capazes de causar um dano físico ao nosso equipamento, já que
danificando o BIOS a placa mãe é inutilizada. Para barrar a ação destes vírus, a grande
maioria das placas mãe permitem desabilitar o recurso de regravação do BIOS.

Em algumas placas, isto é feito alterando um certo jumper na placa mãe, em outras
mais modernas, isto é feito através desta opção do Setup. Esta opção permite escolher
entre ativado (para permitir a regravação do BIOS) e desativado (para barrar qualquer
tentativa de alteração). Por medida de segurança, é recomendável manter desabilitada
esta opção, habilitando-a apenas quando você for fazer um upgrade de BIOS.

Primary Master ARMD Emulated as:

ARMD significa "ATAPI Removable Media Device". Com certeza, você já ouviu
falar do padrão Atapi, que é um padrão para discos removíveis de alta capacidade,
usado por CD-ROMs, Zip Drives, unidades LS-120, entre outros.

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Esta opção permite que uma unidade Atapi seja reconhecida pelo BIOS como uma
unidade de disquetes ou como um disco rígido, permitindo que seja dado boot através
de um Zip Drive por exemplo, ou que se possa usá-los sem a necessidade de instalação
de nenhum driver no sistema operacional.

Se você usa um drive de disquetes em conjunto com um desses drivers, é


recomendável selecionar a opção de emular um disco rígido. Caso você tenha
substituído o seu drive de disquetes por um LS-120 ou um Zip, então é recomendável
escolher a opção de emular um drive de disquetes.

Weitek Processor

Na época em que os processadores 486 dominavam o mercado, existia um


coprocessador aritmético chamado Weitek que, segundo o fabricante, era 5 vezes mais
rápido que o coprocessador embutido nos processadores 486 Intel. Muitas placas mãe
da época traziam um soquete especial para o encaixe deste coprocessador, neste caso
trazendo também, esta opção no Setup, que deve ser habilitada apenas caso o Weitek
esteja instalado.

Initial Display Mode

Encontrada em alguns BIOS, esta opção traz geralmente as opções de "BIOS" e


"Silent". Escolhendo a opção BIOS, serão mostradas no monitor a contagem de
memória, assim como outras mensagens geradas durante o POST. Caso seja escolhida
a opção Silent, o monitor permanecerá desligado até o inicio da carga do sistema
operacional.

CPU Internal Core Speed (Processor Speed ou CPU speed)

Como já vimos anteriormente, em muitas placas mãe a configuração da velocidade do


barramento e do multiplicador é feita através do Setup. Em placas para Pentium II, a
identificação da voltagem e da velocidade do processador é feita automaticamente,
pois estes dados são fornecidos pelo próprio processador.

Esta opção se relaciona com o multiplicador de clock do processador. Apesar da


velocidade deste ser detectada automaticamente, muitos BIOS nos dão a opção de
aumentar ou diminuir este valor.

CPU External Speed (Bus Clock)

Em muitas placas mãe, além de podermos configurar o multiplicador, podemos alterar


também a velocidade do barramento ou bus diretamente pelo Setup. Isto traz a

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vantagem de não precisarmos abrir o micro e ficar procurando pelos jumpers corretos.
A possibilidade de alterar a velocidade do multiplicador é útil quando desejamos fazer
overclock, técnica que vamos examinar com mais detalhes no próximo capítulo

Turbo Frequency

Encontrada apenas em algumas placas, esta opção permite aumentar o clock da placa
mãe em 2,5%. Caso você tenha configurado seu processador para operar a 3x 100 por
exemplo, ativando esta opção ele passará a operar a 307 MHz (3x 102,5 MHz). Apesar
de geralmente o sistema funcionar bem com esta opção habilitada, em alguns casos
pode haver instabilidade. Poderíamos classificar esta opção como uma espécie de
overclock leve.

PCI clock

Em algumas placas mãe que suportam várias freqüências de barramento, como as Abit
BX6 e BH6, que suportam freqüências de até 143 MHz, é comum podermos alterar a
freqüência de operação do barramento PCI, entre 1/2 da freqüência da placa mãe, 1/3
da freqüência, ou 1/4 da freqüência.

Usando bus de 133 MHz, por exemplo (em overclock), o ideal seria configurar o PCI
para operar a 1/4 da freqüência da placa mãe, mantendo os 33 MHz padrão. A 100
MHz o ideal é que o PCI funcione a 1/3 do clock da placa mãe, e a 66 MHz o ideal é
1/2.

AGP CLK/CPU CLK

Podemos agora configurar a freqüência de operação do barramento AGP. Geralmente


estão disponíveis as opções 1/1 e 2/3. Como a freqüência padrão do barramento AGP é
de 66 MHz, usando bus de 66 MHz a opção correta seria 1/1, sendo 2/3 caso esteja
sendo usado bus de 100 MHz.

CPU Power Supply (Core Voltage)

Em algumas placas mãe, especialmente placas Abit, é possível alterar a voltagem do


processador livremente. Apesar dos processadores Pentium II serem capazes de
informar à placa mãe a voltagem correta, pode ser necessário aumentar um pouco a
voltagem para conseguir sucesso em um overclock mais agressivo. Obviamente isto
deve ser feito com extrema cautela, pois uma voltagem muito alta pode danificar o
processador depois de pouco tempo de funcionamento. Consulte o próximo capítulo,
sobre overclock, para mais informações sobre aumento de voltagem.

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Report no FDD for Win 95

Esta opção permite comunicar ao Windows 95 a ausência de um drive de disquetes, e


deve ser ativada apenas caso você não possua instalado nenhum drive de disco
flexível.

Parity Check

Esta opção permite habilitar ou desabilitar a checagem da paridade. Se você está


usando memórias com paridade, mantenha esta opção ativada. Caso esteja usando
memórias sem o 9º bit, ou com ECC, esta opção deverá ficar desativada.

Event Logging (DMI Event Logging)

Muitas das placas mãe mais recentes possuem suporte ao DMI (Desktop Management
Interface). O DMI é uma tecnologia que permite que o BIOS, com a ajuda de alguns
sensores, possa monitorar, entre outras coisas, a temperatura do processador e outros
circuitos localizados na placa mãe e a rotação do cooler.

Deixando este item ativado, podemos ver estas informações através do próprio Setup
ou através de softwares específicos, que geralmente são fornecidos pelo fabricante
junto com a placa mãe.

ECC Event Logging

Como já vimos, o ECC é um recurso que permite não só detectar mas corrigir
possíveis alterações nos dados depositados na memória RAM. Ativando esta opção, é
gerado um relatório, gravado em áreas vagas da memória flash do BIOS, com todos os
erros detectados e corrigidos nos dados provenientes da memória. Assim como o
relatório gerado pelo SMART, este pode ser recuperado através de programa
específico.

Se os erros começarem a se tornar freqüentes, é sinal de que as memórias estão


começando a apresentar defeitos. Neste caso, uma medida preventiva seria aumentar
os tempos de espera da memória, o que pode ser feito na sessão Chipset Features
Setup.

System BIOS Shadow

Esta opção permite que seja feita uma cópia do BIOS na memória RAM. O BIOS
contém informações sobre o hardware do micro, e rotinas de acesso que são acessadas
à todo momento pelo sistema operacional. Como a memória RAM é muito mais rápida
que a memória ROM onde estes dados estão inicialmente instalados, a ativação do

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BIOS shadow causa uma grande melhora na performance geral do micro quando
estamos rodando programas MS-DOS, onde os acessos aos dados do BIOS são muito
freqüentes.

Tanto no Windows 95/98, quanto no 3.1, o acesso ao hardware é feito através de


drivers de dispositivos, e não através do BIOS. Neste caso, a ativação do BIOS
Shadow não causa nenhuma melhoria na performance. De qualquer maneira, vale à
pena manter esta opção ativada, pois a cópia é feita em áreas reservadas da memória
superior (a memória que começa no 641º Kbyte da memória RAM e se estende até o
1024º Kbyte) que não são usadas por programas.

Vídeo BIOS Shadow

Ativando esta opção, será feita uma cópia do BIOS da placa de vídeo, na memória
RAM, melhorando a velocidade do acesso aos dados gravados. Apesar de tanto no
Windows 3.1 e 95, quanto no Windows 98, o acesso à placa de vídeo ser feito através
de drivers de dispositivo e não através do BIOS da placa, a ativação do BIOS Shadow
melhora bastante o desempenho da placa de vídeo em jogos MS-DOS, como o Doom e
o Quake. Como no BIOS shadow, os dados do BIOS da placa de vídeo serão
guardados em áreas reservadas da memória superior, que de qualquer maneira não
estariam disponíveis para o uso de programas.

C8000-CBFFF Shadow, CC000-CFFFF Shadow, etc.

Além da placa mãe e da placa de vídeo, muitos outros periféricos possuem BIOS.
Estas opções permitem armazenar os BIOS de outros periféricos na memória RAM, o
que melhora a velocidade de acesso a eles em aplicativos MS-DOS.

Cada uma destas opções permite ativar o shadow de um dispositivo instalado em um


endereço específico. O problema, é que alguns periféricos podem apresentar mal
funcionamento com esta opção ativada, com conseqüências que vão de queda de
desempenho a conflitos inesperados. A ativação destas opções também pode diminuir
o desempenho geral da máquina. Recomendo manter todas estas opções desativadas, a
menos que o manual do dispositivo, ou o suporte do fabricante diga o contrário.

Setup Interface

Os BIOS da AMI possuem interfaces gráficas. Esta opção, porém, permite que
mudemos para uma interface texto muito semelhante à dos BIOS Award. Eu,
pessoalmente, acho a interface modo texto mais simples e elegante.

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Chipset Features Setup (Advanced Chipset Setup)

No Advanced CMOS Setup, configuramos várias opções relacionadas basicamente


com recursos da placa mãe, que podem ser ativadas ou desativadas, a maioria sem
grande importância ou grandes conseqüências no caso de uma configuração errada.

O Chipset Features Setup já guarda configurações mais avançadas, relacionadas


diretamente com o desempenho e confiabilidade da máquina. Através dele, podemos
configurar o quanto será exigido das memórias e do cache, por exemplo, podendo você
configurar seu sistema para o máximo de desempenho, porém, com perigo de
instabilidade ou mesmo sacrificar um pouco do desempenho a fim de garantir uma
maior confiabilidade.

Esta área do Setup varia bastante entre os diferentes modelos de BIOS, mas procurei
fornecer uma explicação o mais abrangente possível.

Auto Configuration

Esta opção nos oferece o recurso de configurar a maioria das opções do Chipset
Features Setup com valores default. Estas opções relacionadas basicamente com o
tempo de acesso das memórias e cache, serão então preenchidas com valores default,
visando garantir um maior grau de confiabilidade do sistema, porém, sempre
comprometendo um pouco da performance.

O ideal é desativar a auto configuração e configurar manualmente as opções, definindo


assim o quanto queremos exigir do sistema. Em alguns BIOS, além dos valores
"enabled" e "disabled", temos disponíveis também os valores 50ns, 60ns e 70ns, o que
permite programar a auto configuração para usar valores adequados às memórias, com
tempo de acesso de 50, 60 ou 70 nanos, que se aplicarão às memórias FPM ou EDO. É
possível ainda que existam valores como 12ns, 10ns, 8ns, etc. permitindo usar valores
defaut para cada velocidade de memória SDRAM.

Cache Timing (Cache Read Cycle)

Aqui podemos configurar a velocidade de operação do cache L2. Os valores desta


opção aparecem geralmente na forma de seqüências de 4 números, como 3-2-2-2 ou 2-
1-1-1.

Estas seqüências são justamente o tempo em ciclos de clock da placa mãe,


demandados pela memória cache para cada ciclo de leitura ou escrita. Note que a
leitura ou escrita dos dados é feita em ciclos de 4, sendo o tempo necessário para a
primeira leitura sempre maior que o demandado pelas leituras subsequentes. Quanto

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mais baixos forem os valores selecionados, maior será a velocidade de operação da


memória cache.

Se você deseja o máximo de confiabilidade do seu sistema, então você deve setar esta
opção com valores médios, ou habilitar a auto-configuração. Entretanto, se deseja
obter maior desempenho, então pode tentar valores mais agressivos. Usando uma placa
mãe de qualidade pelo menos razoável, mesmo os valores mais baixos devem
funcionar sem problemas.

Vale lembrar que a velocidade da memória cache é um dos itens que mais influencia o
desempenho dos computadores atuais, sendo bem mais importante que a velocidade da
memória RAM. Justamente por isso, vele à pena tentar usar os valores mais baixos, o
que resultará em um ganho perceptível de performance.

Em muitos BIOS, ao invés das seqüências dos intervalos de leitura do cache, aparecem
opções como Slow (lento), Fast (rápido) Fail Safe (à prova de falhas, opção mais
lenta), Low (baixa), High (alta), etc., que são equivalentes, porém, com um nome mais
"simpático"

Cache Write Wait State

Esta opção serve para diminuir a velocidade de escrita dos dados na memória cache.
Geralmente os valores para esta opção são "0 ws" e "1 ws". Escolhendo “1 ws”, as
operações de escrita no cache demorarão um ciclo a mais para serem concluídas.
Setando os ciclos do cache para 2-1-1-1, por exemplo, apenas as operações de leitura
serão feitas a essa velocidade, sendo as de escrita feitas a 3-2-2-2. Isto diminui o
desempenho do sistema, sem aumentar muito a confiabilidade do cache, já que as
operações de leitura continuam sendo feitas no tempo normal. Justamente por isso, é
recomendável setar esta opção como "0 ws". Muitos BIOS sequer incluem esta opção,
sendo o valor "0 ws" o default do sistema.

L2 Cache Mode (L2 cache Policy)

Esta opção é encontrada apenas em BIOS mais antigos e serve para informar ao BIOS,
o modo de operação da maioria cache. Existem dois modos de operação para a
memória cache, o Write Through e o Write Back.

Um cache Write Through funciona apenas no modo de leitura, isto é, quando o


processador precisa consultar os dados contidos na RAM. Para gravar dados, é preciso
acessar a memória RAM diretamente, sem a ajuda do cache, perdendo em
desempenho. Este é um tipo obsoleto de cache encontrado apenas em placas mais
antigas ou de baixa qualidade.

O cache capaz de operar no modo Write Back funciona tanto no modo de leitura
quanto no modo de escrita. Além de guardar os dados mais requisitados pelo

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processador, este tipo de cache funciona também quando o processador precisa


escrever dados na memória RAM, acelerando também estas operações.

Memórias cache modernas são capazes de operar nos dois modos, enquanto as antigas
operam apenas no modo Write Through. Caso esta opção exista no Setup de sua placa
mãe, experimente configurá-la como Write Back, mudando para Write Through
apenas caso a memória cache seja capaz de operar somente neste modo.

DRAM Timing Control

Aqui podemos setar a temporização da memória RAM, ou seja, quantos ciclos de


clock da placa mãe serão dados para a memória completar cada operação de escrita ou
leitura. Como na opção de configuração da memória cache, estes valores aparecem na
forma de seqüências de 4 números. Geralmente encontramos disponíveis os valores 7-
3-3-3, 6-2-2-2 e 6-1-1-1.

Usando bus de 60 ou 66 MHz, a velocidade máxima para memórias FPM é 6-3-3-3, a


máxima para memórias EDO 6-2-2-2, sendo que as SDRAM, por serem mais rápidas,
funcionam com ciclos de até 5-1-1-1. Você pode tentar setar valores mais baixos, o
que aumentaria um pouco a velocidade de operação de suas memórias. Deve ser
levado em consideração, porém, que a velocidade das memórias não tem um grande
impacto no desempenho geral do sistema, já que os dados são lidos pelo processador
na grande maioria das vezes, diretamente a partir da memória cache.

Você pode conseguir um aumento de 1 ou 2% na performance geral do micro,


baixando estes valores, porém, talvez não valha à pena, considerando a perda de
confiabilidade. A escolha neste caso é pessoal. Caso você esteja usando bus de 100
MHz, é um pouco mais arriscado diminuir os tempos de espera das memórias, sendo
mais recomendável manter valores médios ou mesmo altos.

Em muitos BIOS encontramos disponíveis para esta opção valores como Normal, Fast
(rápido) e Turbo, ou então, Fail Safe (à prova de falhas), Normal e Enhance
(melhorado) que são equivalentes às seqüências numéricas porém com nomes mais
floridos.

DRAM Write Wait State

Como nas memórias cache, temos a opção de setar uma velocidade maior para as
operações de escrita (write) na memória RAM. Podemos escolher aqui entre os valores
de "0 ws" e "1ws". Configurando os ciclos da memória como 6-2-2-2, por exemplo, e
configurando esta opção como 1 ws, as operações de escrita da memória serão feitas
em ciclos de 7-2-2-2.

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Como no caso das memórias cache, esta opção diminui o desempenho do sistema sem
aumentar muito a confiabilidade, já que as operações de leitura serão feitas na
velocidade normal, sendo recomendável setar esta opção com o valor "0 ws"

Reduced DRAM Leadoff Cycle (Enable Burst Cycle)

Ativando esta opção, o tempo da primeira leitura de dados na memória será diminuído
em um ciclo. Caso os ciclos da memória estejam configurados para 6-1-1-1, por
exemplo, ao invés do primeiro ciclo levar 6 pulsos de clock, levará apenas 5,
resultando em ciclos de 5-1-1-1.

Obviamente isto exige mais das memórias, e combinado com baixos tempos de espera,
podem levar à instabilidade ou travamentos. Caso você queira extrair o máximo de
performance de seu sistema, não importando tanto a confiabilidade, então você pode
ativar esta opção para obter um sutil ganho de performance. O mais recomendável
porém, seria um período de testes.

Fast RAS# to CAS# Delay (Reduce Ras# to Cas# Delay)

Para um dado ser lido ou escrito na memória RAM, é preciso fornecer o endereço onde
ele está gravado. O endereço é composto de uma linha e uma coluna. O endereço da
linha é chamado de RAS (Row Address Strobe) enquanto o endereço da coluna é
chamado de CAS (Collum Address Strobe). Para o dado ser localizado, primeiro é
fornecido o valor RAS e depois de um curto espaço de tempo é fornecido o valor CAS.

Todas as memórias RAM precisam deste intervalo. Esta opção permite justamente
diminuir o tempo entre o envio do sinal RAS e do sinal CAS, o que melhora
sutilmente o desempenho das memórias. O problema é que, como as outras opções
relacionadas com os tempos de espera da memória, a ativação deste recurso pode levar
à instabilidade quando combinada com o uso de valores que exigem mais das
memórias em outras opções.

Caso deseje turbinar ao máximo seu sistema, você pode setar todos os valores
relacionados ao desempenho da memória RAM para valores otimizados, e fazer um
teste para verificar se não surgem travamentos ou mal funcionamento. A estabilidade
do sistema vai depender unicamente da qualidade das memórias e placa mãe que você
estiver usando. Usando componentes de boa qualidade você não deverá ter problemas.

DRAM CAS Precharge Time e DRAM RAS Precharge Time

Após um dado ser acessado na memória RAM, ele é automaticamente reescrito, de


modo a continuar disponível. O tempo reservado para reescrever o dado é chamado de
CAS Precharge Time.

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Similarmente, após uma leitura ser feita, a memória RAM precisa ser eletricamente
recarregada para que os dados armazenados não sejam perdidos, sendo o tempo
reservado a esta recarga chamado de RAS Precharge Time.

Estas opções presentes em muitos micros permitem justamente configurar estes


tempos. Escolhendo tempos menores conseguimos aumentar um pouco a velocidade
das memórias, porém corremos o risco de gerar instabilidade. Configurando o CAS
Precharge com valores muito baixos, corremos o risco dos dados não serem
corretamente reescritos na memória, e setando valores inadequados para o RAS
Precharge, os dados armazenados na memória podem ser corrompidos ou perdidos.
Como sempre, a configuração destes itens depende de quanto você pretende exigir do
equipamento.

DRAM Slow Refresh

Como já sabemos, a memória RAM é volátil, conservando os dados gravados apenas


por um curto espaço de tempo. Para evitar perda de dados quando estes ficam muito
tempo armazenados na memória sem serem acessados pelo processador, é usada uma
técnica chamada de Refresh, que consiste no circuito controlador da memória
periodicamente ler os dados nela contidos (independente de serem ou não requisitados
pelo processador), e reescrevê-los.

As memórias mais antigas (memórias regulares), precisavam ter seus dados reescritos
no máximo a cada 2 milésimos de segundo, enquanto que as memórias mais modernas,
FPM, EDO ou SDRAM, conservam os dados por tempos maiores, por volta de 6 ou 8
milessegundos.

O refresh invariavelmente causa uma pequena degradação no desempenho das


memórias, algo em torno de 5%, que praticamente não tem impacto algum no
desempenho global do micro. Quando ativada esta opção do Setup, o refresh passa a
ser feito em intervalos maiores de tempo, diminuindo a perda de performance. Caso
exista, esta opção pode ser habilitada com segurança, já que todas as memórias
modernas suportam este recurso.

Esta opção é bastante rara, já que o único motivo possível para desativá-la seria querer
manter compatibilidade com memórias que não são usadas há mais de uma década.
Justamente por isso, na grande maioria dos BIOS ela sequer aparece no Setup, ficando
ativada por default.

SDRAM Configuration

Encontrada em algumas placas mais recentes, esta opção permite especificar a


velocidade de operação das memórias SDRAM instaladas no computador. Podemos
escolher entre vários valores, geralmente de 15 ns a até 8 ou 7 ns. Configurar esta
opção com uma velocidade inferior à velocidade das memórias instaladas

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provavelmente causará instabilidade, enquanto um valor superior à velocidade real


diminuirá a velocidade de acesso às memórias. Esta opção só se aplica caso tenhamos
memórias SDRAM instaladas no computador.

SDRAM CAS latency

Como vimos no capítulo sobre memórias, a partir das memórias FPM, usamos o modo
de acesso rápido ao dados gravados nas memórias, que consiste em estabelecer o valor
RAS uma vez, e em seguida enviar vários endereços CAS em seqüência.

Esta opção permite configurar o intervalo entre o envio dos sinais CAS. Geralmente
estão disponíveis as opções “3” e “2”. Apesar do valor 2 resultar em um pequeno
ganho de performance, você deve configurar esta opção de acordo com a especificação
de seus módulos. Na dúvida, escolha o valor 3, pois apesar do pequeno ganho de
desempenho, o uso de CAS 2 em memórias que não o suportam irá causar
instabilidade.

Geralmente para conseguir que memórias PC-100 funcionem acima de 100 MHz, com
bus de 103 ou 112 MHz, é preciso escolher o valor 3, mesmo que a especificação da
memória seja 2. A configuração correta desta opção é essencial para quem deseja fazer
overclock.

Speculative Leadoff

Alguns chipsets oferecem esse recurso, que pode ser ativado ou desativado no Setup.
Ativando-o, obtemos um pequeno ganho de tempo no primeiro ciclo de acesso à
memória. Esta técnica consiste no controlador da memória enviar o pedido de leitura
antes dos valores RAS e CAS estarem definidos. Como o pedido demora um certo
tempo para chegar às memórias, quando chega o endereço a ser lido já está definido.
Habilitar este recurso é quase sempre seguro, sendo raros os casos de instabilidade
causados por ele.

Interleaving

Usando esse recurso, o processador pode transferir mais dados para a RAM no mesmo
espaço de tempo, aumentando a performance. O Interleaving consiste em dividir a
memória em vários setores menores, permitindo ao processador ter acesso de forma
independente a eles, minimizando a perda de velocidade causada pelos altos tempos de
espera da memória. O Interleaving não consiste em artificialmente acelerar a memória,
e sim, simplesmente numa forma mais eficiente de organizá-la. Todos os chipsets mais
recentes utilizam este recurso. Caso esta opção não exista no Setup do seu micro,
estará ativada por default.

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ISA Bus Clock (AT Bus Clock, ISA Divisor, AT Bus divisor)

Aqui podemos setar a velocidade de operação do barramento ISA em relação à


velocidade do barramento PCI. Nesta opção, geralmente podemos escolher entre 1/3,
1/4 ou, em alguns casos, 1/6. Como você já sabe, o PCI trabalha à metade da
freqüência da placa mãe, no caso de bus de 50, 60 ou 66 MHz, e à um terço caso
estejamos usando bus de 100 MHz ou mais. A velocidade de operação do barramento
ISA por sua vez, é definida de acordo com a do barramento PCI.

A velocidade normal do ISA é de 8,33 MHz. Sendo assim, caso o PCI esteja operando
a 33 MHz, a velocidade do ISA deve ser configurada como 1/4. Caso o PCI esteja
trabalhando a 25 MHz, a opção correta é 1/3.

Caso o PCI esteja funcionando a 33 MHz e configuremos a velocidade do ISA como


1/3, o obrigaremos a funcionar a 11 MHz. Este pode ser um meio de melhorar um
pouco a velocidade dos periféricos ISA, como controladoras de scanner e portas
paralelas. Claro que com isso podemos causar mau funcionamento destes periféricos,
geralmente não valendo à pena.

Memory Hole (ISA Linear Frame Buffer Address)

Placas digitalizadoras de vídeo precisam continuamente transferir para a memória


RAM, dados que são acessados pelo processador e transferidos para o disco rígido. O
problema é que algumas vezes estas placas acabam gerando conflitos, acessando áreas
da memória usadas por outros dispositivos, sem autorização.

Esta opção permite justamente que reservemos uma área da memória para uso da
digitalizadora, solucionando este problema. O mais comum é termos a opção de
reservar a área da memória entre 15 e 16 Megabytes para uso destes periféricos. Caso
você não esteja usando nenhuma placa que precise deste recurso (o que é provável),
então esta opção deve ficar desabilitada.

System BIOS cacheable e Video BIOS cacheable

Configurando o BIOS Features Setup nos deparamos com a opção de fazer um


shadow, ou cópia do BIOS principal e do BIOS da placa de vídeo, na memória RAM,
melhorando o acesso ao hardware, em especial ao disco rígido e à placa de vídeo em
ambiente DOS.

Aqui temos a opção de, além de fazer uma cópia na memória RAM, usar a memória
cache para melhorar ainda mais a velocidade de acesso. O recomendável é ativar
ambas as opções, pois além de não atrapalharem em nada, melhoram sensivelmente o
desempenho do sistema em jogos e aplicativos para DOS. A única ressalva ocorre,
caso você esteja utilizando uma placa de vídeo mais antiga, padrão ISA ou EISA, que

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pode não suportar trabalhar em altas velocidades. Neste caso, basta desabilitar o Vídeo
shadow para normalizar seu funcionamento.

Video RAM Cacheable

Esta opção permite usar a memória cache para cachear a memória de vídeo,
aumentando um pouco o desempenho da placa. O ganho não é tão perceptível, pois a
memória de vídeo já é bem mais rápida que a memória RAM tradicional, chegando
perto, até mesmo da memória cache, no caso das memórias WRAM mais recentes. De
qualquer maneira, um pouco mais de performance nunca é demais.

Este recurso não é compatível com todas as placas de vídeo. Caso note algum mal
funcionamento, desative esta opção.

8 Bit I/O Recovery Time

O processador é capaz de realizar transferências de dados a cada pulso de clock..


Periféricos PCI e discos IDE também são capazes de realizar uma operação por ciclo
de seus respectivos barramentos. O problema é que algumas placas ISA de 8 bits mais
antigas, mesmo usando este já lento barramento, precisam de pequenas pausas entre
uma transferência e outra para funcionar corretamente. Esta opção permite definirmos
em ciclos de clock o tempo reservado a esta pausa.

Geralmente podemos escolher um valor entre 0 (recurso desativado) e 8. Apesar de


serem raros os periféricos ISA que precisam deste recurso, por precaução, é
recomendável setar esta opção com o valor 1 ou manter o valor default.

16 Bit I/O Recovery Time

Esta opção é idêntica à anterior, aplicando-se desta vez às placas ISA de 16 bits. É
seguro configurar esta opção com o valor 0, pois por serem mais modernas, placas ISA
de 16 bits dificilmente precisam do intervalo

Peer Concurrency

Opção para dois ou mais dispositivos PCI funcionarem ao mesmo tempo,


compartilhando o barramento. Deve ficar ativada para um melhor desempenho do
sistema.

SDRAM Autosizing Suport

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A maioria dos módulos de memória SDRAM possui embutido um pequeno chip de


memória ROM, chamado de SPD (Serial Presence Detect), que armazena diversas
informações tais como a capacidade do pente, os tempos de acesso mais adequados, as
velocidades de barramento suportadas entre outras informações que podem ser usadas
pelo BIOS para acessar a memória da maneira mais eficiente possível. Os chipsets
mais modernos usados em placas Slot One e Super 7 suportam este recurso.

Habilitando esta opção, o BIOS irá consultar o SPD sobre a capacidade do pente de
memória, apenas checando da maneira convencional, caso este não seja encontrado. O
mais comum é manter esta opção ativada. Em alguns BIOS também existe a opção
"auto" que determina automaticamente se a memória possui ou não o SPD.

AGP Aperture Size

Você deve lembrar-se que o barramento AGP permite que uma placa de vídeo utilize a
memória RAM principal para armazenar texturas. Esta opção permite que
configuremos o valor máximo de memória que a placa poderá ocupar, evitando que ela
se aproprie de toda a RAM disponível, não deixando espaço para rodarmos os
programas. Aqui você encontrará opções que vão de 4 MB a 256 MB, sendo
recomendável escolher um valor correspondente à metade da memória instalada no
sistema. Caso o valor não seja suficiente, começarão a aparecer polígonos em branco
durante a execução de programas que utilizem a placa 3D, justamente por que não
houve espaço na memória para armazenar a textura correspondente a eles. Neste caso,
basta aumentar um pouco o valor máximo.

PCI Latency Timer (PCI Clocks)

Esta opção permite configurar o tempo máximo em ciclos de clock da placa mãe que
um periférico pode deter o controle do barramento PCI. Após o tempo estipulado, o
periférico deverá parar o que está fazendo e ceder o lugar a outro, continuando sua
transferência em seguida.

Este recurso evita que um periférico monopolize o barramento PCI por muito tempo,
prejudicando o funcionamento dos demais. Aqui você encontrará valores que vão de
32 a 256 ciclos de clock.

Esta opção pouco afeta o desempenho do sistema. Você pode mantê-la com os valores
default ou configurá-la para 64 ciclos.

PCI Burst

No modo convencional, para cada transferência de dados envolvendo o barramento


PCI, o periférico que requisita a transferência deve fornecer o endereço do dado a ser
transferido e em seguida receber ou enviá-lo. Mantendo esta opção ativada, o endereço

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do dado a ser acessado é requisitado apenas uma vez, e temos a seguir uma grande
seqüência de dados transmitida, o que melhora bastante o desempenho dos periféricos
envolvidos. Algumas poucas placas PCI porém, especialmente placas de rede, não
suportam transferências de dados neste modo. Caso note algo de estranho com seus
periféricos PCI, uma coisa a ser tentada é justamente a desativação do PCI Burst.

Extended Cacheability

Esta opção é encontrada geralmente em BIOS de placas mãe equipadas com o chipset
i430HX. No capítulo sobre chipsets, vimos que apesar do chipset i430HX ser capaz de
cachear até 512 Megabytes de memória RAM, a maioria das placas mãe equipadas
com ele vinham com Tag RAM suficiente para cachear apenas 64 Megabytes.

Caso o usuário quisesse habilitar o suporte à mais memória, deveria comprar


separadamente um pente de memória Tag e espetá-lo na placa mãe. Geralmente era
preciso habilitar o funcionamento do pente de Tag adicional, informando nesta opção,
a nova quantidade de memória RAM que o cache seria capaz de cobrir, de acordo com
a quantidade de memória Tag adicionada.

Data Integrity Mode

Como já vimos, existem duas técnicas para a detecção de alterações nos dados
armazenados na memória RAM. Através da paridade, os erros são apenas detectados,
enquanto o ECC permite, além de detectar, corrigir alterações nos dados. As memórias
com paridade, que possuem um bit adicional por byte, são capazes de trabalhar
também com o ECC, desde que o chipset o solicite. Esta opção permite justamente, no
caso de você possuir memórias com o 9º bit, escolher entre usar a paridade ou o ECC.
Claro que o ECC é muito mais eficiente, sendo recomendada sua escolha. Caso você
esteja usando memórias comuns, sem o 9º bit, esta opção deve ficar desativada.

PAC Bus Serr#

O chipset é capaz de detectar muitos erros que podem vir a ocorrer com o barramento
PCI, memórias, barramento AGP e outros componentes da placa mãe, enviando o sinal
para o processador. Esta opção permite justamente ativar esta detecção de erros. Caso
encontre esta opção no Setup de seu micro, é recomendável deixá-la ativada.

PIIX4 Serr#

Esta é uma opção semelhante ao PAC Bus Serr#, a diferença é que aqui habilitamos a
checagem de erros pelo chip PIIX4 que controla as interfaces IDE e USB. Como na
anterior, caso esta opção esteja disponível, é recomendável mantê-la ativada para
aumentar a confiabilidade do computador.

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Legacy USB Support

Os primeiros dispositivos USB usavam um padrão levemente diferente do atual. Esta


opção permite ativar recursos que visam manter compatibilidade com estes periféricos
mais antigos. Hoje em dia porém, os periféricos USB ainda são muito raros, o que
dizer então destes poucos "pioneiros"? Justamente por isso, não existe nenhuma
necessidade de manter esta opção ativa, a escolha fica a seu gosto.

Low CPU Clock

Os primeiros micros PC utilizavam processadores 8088 de 4,7 ou 8 MHz, porém, logo


começaram a surgir micros equipados com processadores muito mais rápidos. O
problema era que muitos programas antigos, especialmente jogos, não rodavam
adequadamente devido à alta velocidade destes computadores. Imagine jogar Pac-Man
com os bonequinhos movendo-se 100 vezes mais rápido :-).

Para solucionar este problema, foi criado o botão turbo do gabinete. Este botão é
ligado à placa mãe, e quando pressionado, orienta a placa mãe a diminuir a velocidade
de operação do processador pela metade ou então para 8 ou 4,7 MHz, de acordo com a
placa mãe ou opção escolhida, permitindo rodar estes programas mais antigos. Hoje
em dia porém, a tecla turbo não tem mais nenhuma utilidade, já que ninguém em sã
consciência gostaria de tornar seu micro mais lento. A tecla turbo não é mais
encontrada na maioria dos gabinetes, sequer sendo suportada pelas placas mãe mais
recentes.

Esta opção do Setup permite programar o quanto a velocidade do processador será


diminuída caso seja pressionada a tecla turbo. Podemos escolher entre valores como
1/10 (1 décimo da velocidade original), 1/20, etc.

PCI / Plug and Play Setup

Nesta parte do Setup, configuramos opções referentes às interrupções de IRQ e canais


de DMA usados pelos periféricos instalados no micro.

Como já vimos, uma interrupção, ou IRQ é como uma campainha que um periférico
pode tocar para chamar a atenção do processador. Dois periféricos não podem
compartilhar o mesmo endereço de IRQ, caso contrário o processador não seria capaz
de identificar qual o está chamando, resultando em um conflito de hardware.

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Neste caso, apenas um dos dois periféricos iria funcionar ou mesmo ambos passariam
a apresentar mau funcionamento. Temos ao todo 16 canais de IRQ no micro, que são
numeradas de 0 a 15.

Um canal de DMA (Direct Memory Access) é um canal que permite a um determinado


periférico acessar diretamente a memória RAM para armazenar ou ler dados. Como no
caso das interrupções de IRQ, cada canal de DMA pode ser usado por apenas um
periférico, caso contrário, teremos também um conflito que causará mau
funcionamento dos periféricos envolvidos.

Os canais de DMA não permitem uma grande taxa de transferência de dados, sendo
por isso usados apenas por periféricos mais lentos como placas de som, portas
paralelas e drives de disquete. Apesar da sua baixa velocidade, os canais de DMA são
suficientes para permitir que estes periféricos armazenem seus dados diretamente na
memória, sem ter que ocupar o processador com esta tarefa. Temos nos micros padrão
PC, 8 canais de DMA, numerados de 0 a 7.

Antigamente o usuário tinha que configurar manualmente todas as interrupções de


IRQ e canais de DMA utilizados pelos periféricos instalados no micro, além de vários
outros recursos. Isto era uma tarefa difícil, e que causava uma grande perda de tempo.
Como tudo evolui, surgiu então o padrão Plug and Play para facilitar a vida dos já
aflitos usuários.

O Plug and Play é um método que facilita bastante a configuração do sistema, assim
como a instalação de novos periféricos, pois permite ao BIOS e ao sistema operacional
atribuírem automaticamente endereços de IRQ e, quando necessário, canais de DMA,
sem intervenção do usuário. Quase todas as placas padrão PCI são Plug and Play,
justamente devido ao barramento PCI ser totalmente compatível com este padrão.
Mesmo muitas placas de expansão padrão ISA incorporam recursos Plug and Play.

De qualquer maneira, sempre é possível atribuir endereços manualmente para


solucionar conflitos causados por uma placa mais "brigona". Vamos então às
configurações:

Plug and Play Aware OS (Boot With PnP OS)

Atualmente apenas o Windows 95 e o 98 são totalmente compatíveis com o PnP.


Outros sistemas operacionais como o Windows NT 4 oferecem compatibilidade
limitada, enquanto outros como o MS-DOS, OS/2, Windows 3.x e Linux, não
oferecem suporte a este padrão.

Aqui devemos informar se o sistema operacional que estamos rodando no micro é ou


não compatível com o PnP. Caso seja, o BIOS permitirá que o próprio sistema
operacional configure os endereços utilizados pelos periféricos, caso contrário, o
próprio BIOS cuidará desta tarefa.

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Caso você esteja usando um sistema incompatível com o PnP, obviamente deverá
configurar esta opção como "no".

Force Update ESCD

O ESCD (Extended System Configuration Data) é uma pequena parcela da memória


do CMOS, destinada a armazenar informações sobre a configuração atual dos recursos
de IRQ, DMA, endereços de I/O, etc.

Toda vez que o BIOS ou o sistema operacional, altera a configuração dos endereços,
altera também o ESCD. Por outro lado, sempre que o sistema é inicializado, primeiro o
BIOS e depois o sistema operacional lêem o ESCD, operando de acordo com seus
valores.

Ativando esta opção, o ESCD será apagado, forçando uma nova atribuição de
endereços a todos os periféricos Plug-and-Play, tanto por parte do Bios quanto do
sistema operacional, o que muitas vezes é suficiente para solucionar muitos conflitos.

Após o ESCD ser apagado, esta opção voltará automaticamente para o valor disabled.

Resources Controlled by

Aqui podemos definir de que modo será feita a configuração dos endereços de IRQ e
DMA. Geralmente estão disponíveis as opções Manual e Auto:

Auto: Selecionando esta opção, o BIOS atribuirá automaticamente as definições de


IRQ e DMA para todos os dispositivos. Esta opção é recomendada, já que funciona na
grande maioria das vezes sem problemas

Manual : Caso você esteja enfrentando algum conflito entre periféricos utilizando a
opção de auto-configuração, ou simplesmente gosta de desafios, poderá selecionar a
opção "manual" e configurar os endereços manualmente. Neste caso, surgirão várias
opções a serem configuradas:

PCI Slot 1 IRQ Priority, PCI Slot 2 IRQ Priority, etc.

Aqui podemos setar quais IRQs serão utilizados pelos periféricos PCI que temos
instalados no sistema, bastando para isso saber em qual slot PCI ele está instalado. O
mais recomendável aqui é setar o valor "auto" para todas as opções, deixando que o
BIOS atribua endereços para seus periféricos PCI automaticamente.

Caso você esteja utilizando algum periférico PCI que não seja PnP, como algumas
placas de rede e softmodems, talvez a opção de auto-configuração não funcione para

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ele, nestes casos raros você deverá setar manualmente a interrupção a ser utilizada por
este periférico.

PCI Slot 1 DMA Priority, PCI Slot 2 DMA Priority, etc.

Aqui temos a opção de atribuir manualmente canais de DMA a serem usados pelos
periféricos PCI instalados no sistema. Como na opção anterior, o mais recomendável é
configurar todas as opções como "auto" para que o BIOS atribua automaticamente os
canais de DMA quando necessário.

Caso você tenha instalado algum periférico padrão PCI não-PnP que apresente
problemas, basta reservar um canal de DMA para ele, manualmente.

IRQ 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / 11 / 12 / 13 / 14 / 15

Aqui temos a opção de reservar canais de IRQ para o uso de placas que não sejam
PnP. Geralmente aqui você poderá escolher entre as opções "PnP" (dependendo do
Bios o valor é “No/ICU”) e "ISA".

Na maioria dos casos, a configuração da interrupção a ser usada por cada dispositivo é
automaticamente configurada pelo BIOS, mas no caso de instalarmos uma placa ISA
não-PnP, muito provavelmente o BIOS não será capaz de reconhecer os endereços
ocupados por ela, destinando-os a outras placas e gerando conflitos de hardware.

Por exemplo, caso você pretenda instalar uma placa de som ISA não-PnP configurada
para utilizar o IRQ 5, deverá reservá-lo aqui, selecionando para ele a opção "ISA".
Quase sempre os valores default do BIOS para estas opções funcionam, sendo raros os
casos em que é necessário alterá-los

DMA Chanel 0 / 1 / 3 / 5 / 6 / 7

Da mesma forma que acontece com as interrupções, precisamos às vezes reservar


canais de DMA para o uso de dispositivos que não sejam PnP. Caso, por exemplo, a
placa de som do exemplo anterior utilize os canais de DMA 1 e 5, devemos configurar
as opções correspondentes a eles com o valor "ISA"

Offboard PCI IDE Card

No caso de usarmos uma interface IDE externa conectada em um slot PCI, devemos
configurá-la nesta opção, selecionando o slot PCI onde a placa está instalada. Também
podemos escolher a opção "auto" a fim de que o BIOS tente durante o POST encontrar
a placa e atribuir a ela um endereço.

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PCI IDE Primary / Secondary IRQ (Offboard PCI IDE IRQ)

Caso você esteja usando uma interface IDE PCI externa, deverá setar aqui qual
endereço de IRQ ela utilizará. Em alguns BIOS, você poderá diretamente escolher
qualquer endereço livre, em outros porém, você se deparará com opções como "Int.
A", "Int. B", "Int. C", "Int. D" etc.

Estas nada mais são do que as interrupções que setamos para cada slot PCI nas opções
de PCI Slot 1 / 2 / 3 / 4 IRQ Priority. A interrupção escolhida para o slot PCI 1, é
chamada pelo BIOS de "Int. A", a escolhida para o slot PCI 2, é chamada de "Int. B", e
assim por diante.

PCI IDE Busmaster

A fim de diminuir o carregamento do processador durante as transferências de dados


do HD, estes dispositivos usam canais de acesso direto à memória. Apesar dos HDs
UDMA possuírem nativamente este recurso, uma versão um pouco menos eficiente,
chamada de Multiword DMA 2, pode ser implementada em HDs pio mode 4.

Todos os HDs pio mode 4 e placas mais recentes, são compatíveis com este recurso,
bastando que ele seja usado pelo sistema operacional. Esta opção permite justamente
ativar o suporte por parte do BIOS para este recurso. Se esta opção não existir em sua
placa mãe, estará ativada por default.

Ativar esta opção não é o suficiente para fazer seu HD pio 4 operar usando o
Multiword DMA. Além do suporte por parte do BIOS, é preciso que os drivers de
busmastering sejam instalados no Windows 95, para que ele passe a acessar o HD
usando o DMA. Não é necessário instalar drivers no Windows 98, pois ele é capaz de
ativar tanto o Multiword DMA 2 (no caso de HDs pio 4) quanto o Ultra DMA (no caso
de HDs UDMA) automaticamente.

Assign IRQ for VGA Card (Allocate IRQ to PCI VGA)

Esta opção permite reservar um endereço de IRQ para uso da placa de vídeo. A
maioria das placas aceleradoras 3D, como a Viper v330 e v550, só funcionam
adequadamente se esta opção estiver ativada. A maioria das placas 2D porém, não
precisam desta interrupção. Neste caso, poderíamos mantê-la desativada para livrar um
IRQ. Se esta opção não estiver disponível no Setup de seu micro, é por que está
ativada por default ou por que o BIOS é capaz de detectar automaticamente se a placa
de vídeo instalada precisa ou não de um canal exclusivo.

USB IRQ (USB use IRQ)

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Quando disponível, esta opção permite definir qual será o IRQ usado pela porta USB
instalada. Normalmente é usado o IRQ 8, mas a fim de solucionar possíveis conflitos,
pode ser desejável alterar a interrupção usada.

Assign IRQ for USB (Allocate IRQ to USB)

Normalmente, para desocupar o IRQ utilizado pela porta USB, desativamos a porta.
Esta opção permite manter a porta disponível, porém, deixando de reserva um pedido
de interrupção exclusivo para ela. Desativando, esta opção ficaremos com mais um
IRQ livre, porém, podem ocorrer problemas de mal funcionamento da porta USB
dentro do Windows 95/98. Caso ocorram problemas, basta voltar ao Setup e ativar esta
opção.

Power Management Setup

Os recursos de economia de energia foram usados inicialmente em computadores


portáteis. Neles o objetivo é gastar o mínimo possível de energia para aumentar a
autonomia da bateria. Por outro lado, nos PCs de mesa, o objetivo é diminuir o
consumo de energia elétrica.

Mesmo se você tem apenas um computador em casa, uma configuração bem feita do
Power Management pode diminuir em alguns reais a sua conta de luz. Numa empresa
que tem várias dezenas de computadores, esta economia já faz uma grande diferença.

Porém, em se tratando dos recursos de Power Management, nem tudo são flores. Num
equipamento elétrico qualquer, como um lâmpada por exemplo, a maior parte do
desgaste ocorre justamente quando o equipamento é ligado, tanto que se uma lâmpada
for ligada e desligada continuamente, sua vida útil será abreviada. Num computador, o
mesmo fenômeno acontece, tanto que muitos pregam que um computador que fique
continuamente ligado, terá uma vida útil maior do que outro, que apesar de funcionar
poucas horas por dia, é constantemente ligado e desligado.

Voltando ao ponto principal, os recursos de economia de energia consistem


basicamente em desligar componentes do micro que não estão em uso, de modo a
economizar energia, religando-os assim que solicitados. Quando mal utilizados porém,
estes recursos podem diminuir a vida útil do micro.

Power Management

Aqui podemos habilitar ou desabilitar o funcionamento do Power Management.


Geralmente você encontrará disponíveis as seguintes opções:

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Disabled: Todos os recursos de economia de energia ficarão desativados.

Min Saving: O Power Management ficará ativado, porém entrará em atividade apenas
após 45 ou 60 minutos (dependendo do BIOS) de inatividade do micro, provendo
pouca economia.

Max Saving: Economia máxima de energia, os componentes do micro começarão a ser


desligados após poucos minutos de inatividade

User Defined: Esta é a opção mais recomendada. Assim, nem 8 nem 80, poderemos
personalizar todas as configurações a nosso gosto.
Escolhendo a opção user defined, surgirá a possibilidade de configurar uma série de
opções, que veremos a seguir.

PM Control by APM

O APM, ou Advanced Power Management, é um padrão de gerenciamento de energia


criado pela Microsoft, que além de ser totalmente compatível com o Windows
95/98/NT, é mais eficiente que a maioria dos padrões anteriores.

Esta opção ativa ou não o APM, sendo recomendável mantê-la ativada para um
gerenciamento mais eficiente.

Doze Mode

Existem três níveis de economia de energia, que vão do Doze ao Suspend, passando
pelo Standby. A diferença entre os três é a quantidade de componentes que serão
desligados e consequentemente o quanto economizaremos de energia.

Esta opção define depois de quanto tempo de inatividade o sistema passará para o
Doze Mode. Caso você desative esta opção, ele passará diretamente para o modo
Standby em caso de inatividade prolongada.

Standby Mode Timeout

No modo Standby, existe uma redução moderada no consumo de energia, pois apenas
alguns componentes menos essenciais são desligados. Aqui podemos configurar após
quanto tempo de inatividade o sistema entrará em modo de baixo consumo de energia.
O sistema voltará assim que houver alguma movimentação do mouse, teclado ou
mesmo de algum outro dispositivo que seja configurado para acordar o sistema.

Como na opção anterior, caso esta opção seja desativada, o sistema entrará diretamente
em modo suspend.

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Suspend Mode

No modo Suspend existe uma economia ainda maior de energia, pois praticamente
todo o sistema é desligado, permanecendo apenas os componentes essenciais.
Entrando em modo suspend, o sistema demorará alguns segundos para voltar quando
solicitado, tempo necessário para religar todos os componentes, em especial o HD.

Inactivity Timer

Em alguns BIOS, ao invés de podermos configurar independentemente o tempo de


inatividade antes do sistema entrar em modo Standby e Suspend, existe um único
contador de tempo, após o qual o micro entrará diretamente em modo Suspend, cujo
tempo de espera pode ser configurado aqui.

HDD Power Down Timeout

O HD é um componente que pode ter sua vida útil bastante abreviada por uma
configuração inadequada do Power Management. No disco rígido, o motor principal
gira continuamente, mesmo quando não existe nenhum dado a ser lido ou gravado.
Quando o HD entra em modo de baixo consumo de energia, o motor principal é
desligado, justamente para economizar o máximo possível de energia. Este "liga-
desliga" do motor principal causa um desgaste prematuro do equipamento, levando-o a
apresentar defeitos bem antes do normal. Como o HD consome apenas 10 watts, acaba
não valendo à pena ativar esta opção, salvo em casos onde o micro permanece várias
horas sem atividade.

Video Power Down Timeout

Sem dúvida, o componente que mais vale à pena ser colocado em modo de economia
de energia é o monitor, já que ele consome cerca de 100 Watts, quase metade do
consumo total do computador.

Mas como no caso do HD, é preciso uma certa cautela na configuração do modo de
economia do monitor, pois ser ligado e desligado muitas vezes pode abreviar sua vida
útil. O recomendável é que o monitor seja desligado apenas quando o micro for ficar
muito tempo sem atividade. Aqui podemos escolher em minutos, o tempo de
inatividade do sistema, antes do monitor entrar em modo de economia de energia.

Vídeo Power Down Mode

Aqui podemos especificar o método a ser usado para colocar o monitor em modo de
economia de energia; as opções mais comuns aqui são:

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DPMS: Esta opção é a mais recomendada, já que todos os monitores mais modernos
suportam o padrão DPMS, que possibilita uma maior economia de energia.

V/H Sync+Blank : Selecionando esta opção, quando em modo de baixo consumo de


energia, a placa de vídeo deixará de enviar os sinais de sincronismo horizontal e
vertical, fazendo com que a imagem deixe de ser formada, e, consequentemente
economizando eletricidade.

Blank Screen: Caso seu monitor não suporte o DPMS (consulte o manual), esta é a
opção mais recomendada. Neste caso o monitor não será desligado, mas a tela ficará
preta. Como a maior parte da eletricidade gasta pelo monitor se destina a iluminar os
pontos, conseguimos uma boa economia.

Throttle Duty Cycle

Esta opção permite configurar a freqüência na qual o processador irá operar enquanto
o sistema estiver em modo de baixo consumo. Geralmente você poderá escolher entre
12,5%, 25%, 37,5%, 50%, 62,5% e 75%, que correspondem a frações do clock
original.

Power Supply Type

Algumas placas mãe podem funcionar tanto em gabinetes equipados com fontes AT,
quanto com fontes padrão ATX. Neste caso, encontraremos no Setup esta opção, onde
devemos informar qual tipo de fonte estamos usando.

Instant On Support

O recurso Instant On é suportado por algumas placas mãe. Através dele, quando
vamos em iniciar/desligar dentro do Windows, ou mesmo pressionamos diretamente o
botão liga-desliga, o micro não é desligado, entrando apenas em modo standby.
Quando pressionarmos novamente o botão liga-desliga o micro voltará à atividade,
sem a necessidade de um novo boot.

Power Button Function (Power Button Override)

No caso do BIOS ser compatível com o Instant ON, e termos ativado a opção anterior,
temos aqui a opção de configurar a função do botão liga-desliga do gabinete. Assim, o
micro pode ser realmente desligado quando o pressionamos, ou pode entrar apenas em
modo suspend, voltando à atividade quando pressionado novamente.

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Eu pessoalmente acho um pouco arriscado usar o recurso de Instant ON em terras


Tupiniquins, pois o sistema elétrico instável encontrado na maioria dos estados, que
gera picos de tensão e outros problemas, tornam um perigo manter um computador 24
horas ligado. Claro que isto não se aplica a você, caso esteja usando um no-break e fio-
terra.

RTC Alarm Resume from Soft OFF (Power on by Alarm)

Este recurso permite configurar o sistema para, uma vez em modo suspend, voltar
automaticamente à atividade em horário pré programado.

Resume by LAN

Caso tanto o software quanto a placa de rede sejam compatíveis com o WOL (Wake
on LAN), é possível que o micro seja acordado através da rede. Para isto basta ativar
esta opção.

Power on by Ring

Ativando esta opção, caso haja um modem externo conectado a uma das portas seriais
do micro, o sistema acordará caso o telefone toque. Esta opção é útil para receber
faxes através do fax/modem por exemplo.

Wake Up Events in Doze & Standby e Power Down & Resume Events

Aqui podemos configurar quais dispositivos poderão acordar o sistema após a entrada
no modo de economia de energia. É fornecida uma lista de todos os canais de IRQ,
DMA, assim como, outros possíveis eventos, e podemos configurá-los com a opção de
"on" ou "off", significando respectivamente que o periférico que estiver usando a
interrupção poderá ou não acordar o sistema.

IRQ 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15

Você poderá configurar cada opção de forma independente. Caso haja alguma
atividade em um dos canais ativados, o sistema voltará a atividade. Caso haja um
modem usando a IRQ 3 por exemplo, basta ativar esta interrupção para que o modem
possa acordar o sistema.

DMA 1, DMA 2, DMA 3, DMA 4, DMA 5, DMA 6, DMA 7

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Alguns BIOS oferecem também a opção de monitorar, além das interrupções IRQ, os
canais de DMA. Assim, um dispositivo que use um canal de DMA poderá também
acordar o sistema.

VGA Active Monitor

Ativando esta opção, o sistema acordará caso haja qualquer atividade da placa de
vídeo.

IDE Primary Master, IDE Primary Slave, IDE Secondary Master, IDE
Secondary Slave

O sistema acordará caso haja qualquer atividade nos discos rígidos instalados. Você
poderá configurar estas opções de forma independente, determinando quais discos
terão permissão para acordar o sistema.

Floppy Disk, Serial Port, Parallel Port

Através destas opções você poderá determinar se o drive de disquetes, portas seriais
(mouse ou outro dispositivo serial instalado) ou a porta paralela terão permissão de
acordar o sistema caso haja qualquer movimentação.

CPU Overheat Warning Temperature

Muitas placas mãe possuem sensores que, entre outras funções, monitoram a
temperatura do processador. Geralmente nestas placas, encontramos no Setup esta
opção, que permite especificar a temperatura a partir da qual o BIOS considerará como
aquecimento excessivo.

Geralmente, os processadores podem funcionar em temperaturas de até 70ºC (este é


um valor médio que pode variar de acordo com o modelo), acima disso, podem
começar a haver travamentos ou mesmo danos. Por cautela, uma temperatura
adequada de funcionamento é de no máximo 50 ou 55º C

CPU Overheat Clock Down

Sendo atingida a temperatura limite configurada na opção anterior, o BIOS oferece


como solução, diminuir momentaneamente a velocidade de operação do processador,
até que a temperatura volte a níveis seguros. Aqui podemos escolher entre
porcentagens do clock original, 12,5%, 25%, 37,5%, 50%, 62,5%, 75% ou 87,5%.
Também é possível desabilitar esta opção

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CPU Current Temperature

Caso sua placa mãe seja equipada com os sensores de temperatura, muito
provavelmente esta opção estará disponível. Aqui será informada a temperatura atual
do processador.

MB Temperature

Aqui é informada a temperatura atual da placa mãe. Apesar dos chips encontrados na
motherboard não apresentarem um aquecimento tão acentuado quanto o processador,
pode ser interessante acompanhar sua temperatura.

CPU Fan Speed

Mais um recurso oferecido pelas placas mãe mais modernas, esta opção permite
monitorar as rotações do cooler (ou fan) do processador, informando a sua velocidade
de rotação em RPMs. Um cooler razoável deve apresentar rotação de pelo menos 4000
RPMs, enquanto outros de melhor qualidade podem ultrapassar os 6.000 RPMs.
Quanto maior a velocidade de rotação do cooler, melhor será o resfriamento do
processador. Caso perceba uma rotação muito baixa, é recomendável trocá-lo o seu
cooler por um melhor.

Voltage monitor

Uma fonte AT alimenta a placa mãe com voltagens de 5 e 12 volts. Uma fonte ATX já
oferece também 3,3V. Muitas das placas mãe mais recentes possuem um chip
chamado “LM 78 System Hardware Monitor”, que é responsável por monitorar a
alimentação oferecida pela fonte.

É perfeitamente normal que ocorram pequenas variações, como 3,4 ou 3,5V ao invés
de 3,3V, ou 12,4V ao invés de 12V. Grandes variações porém são sinal de defeitos na
fonte de alimentação, ou de uma rede elétrica precária, e podem causar mau
funcionamento ou mesmo danos ao equipamento. É recomendável, então, a
substituição da fonte, caso seja ela a culpada ou investir em um no-break e fio terra,
caso seja a rede elétrica que esteja com problemas.

Power Up Control

A combinação de uma fonte padrão ATX e uma placa compatível, permite a utilização
de alguns recursos interessantes. Uma fonte ATX por exemplo, pode ser ligada ou
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desligada somente com comandos enviados pela placa mãe, sem a necessidade de
pressionamos o botão liga-desliga. Micros equipados com este tipo de fonte por
exemplo, podem desligar sozinhos quando no Windows selecionamos a opção
"desligar o computador"

Em muitos BIOS de placas mãe compatíveis com estes recursos, encontramos uma
sessão específica do Setup para sua configuração, chamada geralmente de Power Up
Control. As opções mais comunmente encontradas são:

Automatic Power Up

Aqui podemos configurar o BIOS para que o micro ligue-se sozinho em um


determinado dia e horário, ou mesmo todos os dias à uma determinada hora. Em
algumas situações este recurso pode ser útil, apesar de, na maioria dos casos, não
passar de perfumaria.

Power Button < 4 Secs

Muitas placas que utilizam fontes ATX oferecem o recurso de Instant On, através do
qual o micro ao invés de desligar-se, entra apenas em modo Suspend, voltando a
funcionar de onde parou assim que novamente pressionamos o botão liga-desliga. Esta
opção pode ser configurada com os valores "Off" e "Suspend".

Configurando-o com a opção Off, o micro será realmente desligado ao pressionarmos


o botão liga-desliga; escolhendo a opção Suspend ele entrará em modo de suspensão,
sendo realmente desligado apenas caso pressionemos o botão por mais de 4 segundos.

AC Power Loss Restart

Caso o micro esteja ligado, seja no modo normal de operação ou no modo suspend, e
ocorra uma queda de energia, o BIOS poderá simplesmente religar o computador
assim que a corrente elétrica seja reestabelecida (caso selecionemos a opção
"enabled") ou manter o computador desligado (caso seja escolhida a opção
"disabled").

Integrated Peripherals

Esta parte do Setup abriga configurações relacionadas com os discos rígidos, portas
seriais e paralelas assim como drives de disquete instalados no sistema.

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Como sempre, o BIOS nos dá sempre a oportunidade de configurar as opções com


valores default, mas muitas vezes, para instalar novos dispositivos ou solucionar
conflitos, temos que conhecer e alterar estas opções.

Ao contrário das outras sessões do Setup, as opções da sessão Integrated Peripherals


não costumam apresentar grandes mudanças entre BIOS diferentes.

Onboard IDE (On Chip PCI IDE)

Como já vimos, todas as placas mãe modernas possuem 2 portas IDE embutidas, que
chamamos de IDE primária e IDE secundária. Como todo dispositivo, estas portas
usam canais de IRQ. Assim, caso utilizemos apenas a IDE primária, ou mesmo uma
controladora SCSI, seria interessante desabilitar a segunda ou ambas as interfaces IDE
(no caso de usar apenas periféricos SCSI), a fim de manter livres seus canais de IRQ
para a instalação de outros dispositivos. Para isto basta configurar adequadamente esta
opção:

Both : Ambas as interfaces IDE ficarão ativadas.


Primary : Apenas a IDE primária ficará ativada
Secondary : Apenas a IDE secundária ficará ativada
Disabled : Ambas as interfaces IDE serão desabilitadas. Neste caso ficaremos com os
IRQs 14 (usado pela IDE primária) e 15 (utilizado pela IDE secundária) livres para uso
de outros dispositivos.

Onboard SCSI (On Chip SCSI)

Algumas placas mãe, além de trazerem duas interfaces IDE, trazem também um
controladora SCSI onboard. Esta opção nos permite desativar esta controladora. Pode
ser interessante desativar a controladora SCSI onboard para liberar o IRQ usado por
ela, ou mesmo para instalar uma controladora melhor.

IDE Primary Master Mode , IDE Secundary Master Mode, IDE Primary
Slave Mode e IDE Secundary Slave Mode :

As interfaces IDE são capazes de realizar transferências de dados em vários modos,


que vão desde o lento e antigo Pio mode 0 (3,3 MB/s) até o UDMA utilizado pelos
HDs mais recentes. Devemos informar aqui qual é o modo de transferência de dados
utilizado pelos discos rígidos ou CD-ROMs instalados em cada interface IDE do
sistema. A maioria dos discos de até 1 ano atrás funcionavam usando o Pio mode 4,
enquanto os discos mais recentes utilizam o UDMA.

A maioria dos drives de CD-ROM utilizam o Pio mode 3, apesar dos modelos mais
novos estarem suportando o Pio 4, ou mesmo o UDMA.

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Caso tenha dúvida sobre o utilizado pelo seu disco, basta selecionar a opção "auto"
para que o BIOS detecte automaticamente o modo utilizado.

Primary Master DMA Mode, Secondary Master DMA Mode, Primary Slave
DMA Mode, Secondary Slave DMA Mode

Os discos rígidos mais recentes, utilizam o UDMA, que permite transferências de


dados entre o disco e a memória principal, com quase nenhuma utilização do
processador. Mesmo discos rígidos que utilizam o Pio Mode 4, podem usar um tipo
um pouco mais primitivo de DMA, que apesar de não tão eficiente, é capaz de agilizar
bastante as transferências de dados. Este DMA é chamado de Multiword DMA Type
2, e é suportado por todos os chipsets modernos a partir do i430FX. Nesta opção,
devemos informar se os discos instalados no sistema são capazes de trabalhar usando o
Multiword DMA.

É recomendável manter esta opção ativada, pois apenas discos mais antigos,
geralmente os com capacidade inferior a 1 Gigabyte não oferecem suporte a esta
tecnologia.

Para ativar o Multiword DMA, também chamado de Bus Mastering, além do suporte
por parte do BIOS, temos que instalar os drivers necessários para que o sistema
operacional o utilize. Geralmente o disquete ou CD que acompanha a placa mãe inclui
estes drivers. Mesmo se no seu caso eles não foram fornecidos junto com a placa, ou
se você perdeu o CD, existe ainda a possibilidade de conseguir os drivers pela Internet.
Você pode começar a busca pelo site do fabricante de sua placa mãe.

Se não tiver sucesso, você pode tentar utilizar um driver fornecido pela Intel, que
funciona com qualquer chipset Intel a partir do i430FX. Este drive pode ser
conseguido em http://support.intel.com/support/chipsets/

Vale lembrar que este driver só funciona com chipsets Intel. Caso você esteja usando
uma placa mãe equipada com um chipset de outro fabricante, o jeito será vasculhar seu
site em busca dos drivers para a sua placa mãe.

IDE HDD Block Mode

Já vimos esta opção no Advanced CMOS Setup. Em muitos BIOS porém, esta opção é
encontrada na sessão de Integrated Peripherals, e justamente devido à sua importância,
a incluí aqui também. Resumindo, o Block Mode é uma tecnologia que aumenta a
velocidade de transferência de dados do HD através da leitura de vários setores em
seqüência, ao invés de um de cada vez, sendo recomendável manter esta opção ativada
para um melhor desempenho do disco rígido.

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On Board FDC

Além de duas interfaces IDE, as placas mãe incluem também uma controladora de
drives de disquetes que pode ser desativada através desta opção. Geralmente esta
interface só é desabilitada quando o computador não possui drive de disquetes, ou
quando instalamos uma placa Super-IDE e desejamos utilizar a interface da placa.

On Board Serial Port 1 e On Board Serial Port 2

Esta opção permite desabilitar ou especificar um endereço diferente para as portas


seriais do micro. Temos duas portas seriais: a porta serial 1 geralmente é utilizada pelo
mouse, enquanto a segunda pode ser utilizada para a ligação de dois computadores via
cabo serial, instalação de um modem externo, ou de qualquer outro dispositivo que use
uma porta serial.

Por default, a porta serial 1 (On Board Serial Port 1) geralmente utilizada pelo mouse,
usa a COM 1 e o endereço 3F8, caso você instale algum periférico que vá utilizar esta
porta (um modem configurado para utilizar a COM 1, por exemplo) poderá mudar a
porta utilizada pelo mouse para evitar conflitos. Em outros casos, você poderá
desabilitar a segunda porta serial, para manter livres os endereços usados por ela.

Serial Port 1 IRQ e Serial Port 2 IRQ

Aqui podemos escolher o canal de IRQ que será utilizado pelas interfaces seriais
instaladas no micro. O mais comum é configurarmos a Porta Serial 1, para usar o IRQ
4, e a porta serial 2, para usar a IRQ 3, mas em alguns casos, pode ser preciso escolher
outras interrupções para solucionar conflitos.

On Board Parallel Port

Esta nada mais é do que a porta paralela usada pela impressora. Aqui temos a opção de
desabilitá-la. Claro que normalmente não faríamos isso, pois nossa impressora, assim
como outros periféricos que usam a porta paralela, parariam de funcionar. Porém, em
micros que não possuem impressora, desabilitar a porta paralela pode ser uma boa
opção para conseguir mais um IRQ livre.

Parallel Port Address

Aqui podemos escolher o endereço de I/O (input/output, ou entrada e saída) usado pela
porta paralela. Podemos escolher aqui entre três endereços: 378, 278 e 3BC. Caso você
tenha apenas uma porta paralela instalada no micro, poderá escolher livremente
qualquer um destes endereços. Caso esteja usando uma segunda porta paralela

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instalada em um Slot ISA ou PCI, cada uma deverá usar um endereço próprio.
Podemos ter até 3 portas paralelas instaladas no micro.

Você pode adquirir novas portas paralelas na forma de placas de expansão ISA. VLB
ou PCI, encontradas com um pouco de dificuldade em lojas especializadas ou sucatões
de informática. Outra opção é comprar uma placa Super-IDE e configurar os jumpers
da placa para que as portas seriais, para joystick e interfaces de disco sejam
desabilitadas, permanecendo apenas a porta paralela.

Parallel Port IRQ

Como todo dispositivo, a porta paralela também utiliza uma interrupção. Geralmente
temos a opção de setar a porta para utilizar a IRQ 5 ou 7, sendo a última mais
recomendável, já que geralmente a IRQ 5 é utilizada pela placa de som. Alguns BIOS
permitem também o uso de outros endereços.

On Board Parallel Port Mode (On Board Printer Mode)

As portas paralelas encontradas nas placas mãe modernas, podem trabalhar em


diferentes modos de operação. Aqui podemos justamente selecionar qual modo a nossa
porta deverá usar. Geralmente estão disponíveis as opções Normal, Bidirecional, ECP
e EPP.

Os modos Normal e Bidirecional são bem mais lentos. A diferença entre eles é que o
modo Bidirecional permite comunicação bidirecional. O modo ECP é mais rápido,
sendo usado por impressoras um pouco mais modernas, além de ser compatível com a
maioria dos Scanners, Zip Drives e outros dispositivos que utilizam a porta paralela.
Temos também o EPP, com velocidade semelhante ao ECP, porém com menos
recursos.

Geralmente configuramos a porta paralela com ECP, pois este traz várias vantagens
sobre os outros modos, como o uso de um canal de DMA, que diminui a taxa de
ocupação do processador durante as transferencias de dados. Pode ser, porém, que uma
impressora ou outro periférico mais antigo só funcione adequadamente em uma porta
bidirecional. Neste caso, basta voltar aqui e mudar o modo de operação da porta.

ECP Mode Use DMA

As portas ECP utilizam um canal de DMA para diminuir a carga sobre o processador
enquanto a porta é usada. Temos no micro um total de 8 canais de DMA, sendo os
primeiros 4 (numerados de 0 a 3), de 8 bits, enquanto os demais são canais de 16 bits.
As portas ECP utilizam obrigatoriamente um canal de 8 bits. Como o canal 2 já é
utilizado pela interface de drives de disquetes, e o canal 1 geralmente é utilizado pela
placa de som, podemos usar os canais 0 ou 3.

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USB Controller (USB Enable)

Esta opção habilita ou não o uso do controlador USB (Universal Serial Bus). embutido
na placa mãe. Deixe esta opção ativada apenas caso esteja fazendo uso de algum
dispositivo USB. Caso contrário, será melhor desabilitar esta porta para liberar o canal
de IRQ usado por ela.

PS/2 Mouse Enable

Habilita ou não a porta PS/2 encontrada na placa mãe. Caso você não esteja utilizando
esta porta, é recomendável desabilitá-la, assim deixaremos o IRQ 12 utilizado por ela,
livre para uso de outros dispositivos.

UART 2 use Infrared

Atualmente o infravermelho está sendo bastante usado para a conexão entre


computadores, principalmente entre micros portáteis e até mesmo por mouses e
impressoras sem fio. Para usar um dispositivo que faz a transmissão de dados por infra
vermelho, conectamos um transmissor na porta serial 2 do micro. Este é uma pequena
placa com um fio e um transmissor na extremidade. Esta opção do Setup permite
justamente habilitar ou não o suporte à instalação deste tipo de dispositivo na Com 2.

Infrared Duplex Mode

Caso tenha habilitado a opção anterior, aqui existe a opção de escolher o modo de
operação do dispositivo infravermelho conectado ao sistema. O Full Duplex é um
padrão que permite a transmissão e recepção simultâneas de dados, enquanto no Half
Duplex as transmissões são feitas alternadamente, reduzindo a velocidade de
comunicação pela metade. Nem todos os dispositivos infravermelhos suportam o Full
Duplex. Por isso, se enfrentar problemas de operação com seus dispositivos
infravermelhos, experimente mudar para a opção Half Duplex.

Security

Esta sessão inclui as opções relacionadas com senhas e a opção de antivírus, que em
outros modelos de BIOS é encontrada na sessão Advanced CMOS Setup.

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Password

Esta é a opção que permite estabelecer uma senha para o micro. Por segurança, é
preciso digitar a senha duas vezes, para descartar a possibilidade de haver algum erro
de digitação na primeira.

Caso você deseje trocar a senha, então o BIOS pedirá que você digite primeiro a senha
antiga. A checagem da senha será feita de acordo com o programado no item Security
Option (Password Check) do Advanced CMOS Setup, podendo ser solicitada toda vez
que o micro for ligado ou somente para fazer alterações no Setup.

Se você, ou mesmo algum amigo colocou uma senha no micro e a esqueceu, não há
motivo para desespero. Existem maneiras de apagar a senha do Setup, retirando a
bateria da placa mãe por alguns segundos ou mudando um jumper específico de
posição. Em caso de dúvida basta consultar a explicação sobre este assunto, dada no
capítulo anterior.

Antivírus

Em alguns BIOS este item está na sessão Advanced CMOS Setup. Caso no Setup do
seu micro ele apareça aqui, basta configurá-lo como descrito na outra sessão.

IDE HDD Auto Detection (Detect IDE Master/Slave, Auto IDE)

Para um disco rígido poder ser utilizado, precisa antes ser reconhecido pelo BIOS.
Este reconhecimento consiste em informar o número de trilhas, cilindros, cabeças de
leitura e capacidade.

Apesar de podermos configurar estas opções manualmente, é sempre muito mais


recomendável permitir ao BIOS detectar automaticamente os discos que temos
instalados no sistema, o que é feito justamente neste opção.

Caso o BIOS da sua placa seja Award, você poderá escolher entre três opções de
configuração do HD: o modo Normal, o modo Large e o modo LBA. O modo LBA
(Logical Block Addressing) oferece suporte a discos maiores que 504 Megabytes,
sendo a opção correta, caso o seu HD seja maior do que isso e você esteja usando o
Windows 95/98/NT ou qualquer outro sistema operacional que ofereça suporte a ele.
O modo Normal é usado por discos menores que 504 Megabytes.

O modo Large por sua vez, permite o uso de discos maiores que 504 Megabytes em
sistemas operacionais que não suportem o LBA, como versões antigas do MS-DOS e
algumas versões do Unix e Linux.

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HDD Low Level Format

Esta opção, encontrada apenas em Bios mais antigos se destina a formatar fisicamente
os antigos HDs padrão ST-506 e ST-412, que, como vimos no capítulo sobre discos
rígidos, precisam ser periodicamente reformatados fisicamente para corrigir problemas
de desalinhamento.

Esta opção do Setup não tem mais nenhuma utilidade atualmente, já que os discos
rígidos padrão RLL, ha muito não são usados, a e tentativa de formatar um HD IDE ou
SCSI através desta opção não surtirá efeito, existindo até mesmo a possibilidade de
perda de dados, ou mesmo, inutilização do disco.

Load Setup defaults

Esta opção permite carregar os valores default do Setup para todas as opções. É útil no
caso de você ter feito alterações no Setup que causem mau funcionamento do micro e
não lembre quais são. Carregando os valores default, o CMOS Setup será configurado
como veio da fábrica.

Nos BIOS AMI, geralmente encontramos além da opção de carregar os valores


default, mais duas opções:

Load Fail Safe Defaults

Quando o computador começa a apresentar mau funcionamento em algum de seus


componentes, começam a ocorrer travamentos constantes, além de outros problemas
misteriosos. Muitas vezes o micro sequer chega a inicializar.

Fail Safe significa "à prova de falhas". Esta opção permite justamente configurar o
Setup com valores que visam exigir o mínimo possível dos componentes, para que o
micro pelo menos funcione. São desabilitados os caches L1 e L2, as memórias passam
a funcionar muito mais lentamente, são ativadas todas as opções que visam detectar
erros durante o boot, e muitas vezes é inclusive diminuído o clock do processador.
Geralmente, usando este recurso, o micro volta a funcionar, apesar de com uma
velocidade muito baixa. O passo seguinte é ir habilitando os caches e aumentando a
velocidade das memórias aos poucos a fim de descobrir qual componente está
falhando.

Load Best Values

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Esta opção é justamente o oposto da anterior, carregando valores que visam extrair o
máximo de desempenho. Se você não tiver paciência para configurar manualmente
todas as opções do Setup, esta pode ser uma boa opção para otimizar o desempenho do
micro. Se você estiver usando um Hardware de boa qualidade, não deve ter problemas
usando esta opção, caso contrário, podem surgir problemas inesperados, relacionados
geralmente com falhas na memória RAM ou cache. De qualquer maneira, bastará
carregar os valores default do Setup ou configurar manualmente as opções para tudo
voltar à normalidade.

Save & Exit Setup

Terminando de configurar o Setup, basta usar esta opção para salvar todas as
alterações feitas e sair do Setup. Será perguntado então se é realmente isto que você
deseja, bastando responder "yes" à pergunta.

Exit Without Saving

Se você se arrependeu de alguma alteração feita, basta usar esta opção para sair do
Setup sem salvar nenhuma alteração.

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Capítulo 13
Overclock

O overclock é uma técnica que visa fazer o processador trabalhar a uma velocidade
maior que a sua frequência nominal. Através dele, conseguimos por exemplo, que um
Pentium MMX de 166 MHz funcione a 233 MHz, ou que um Celeron de 266 MHz
funcione a 400 MHz. O overclock permite melhorar o desempenho de praticamente
qualquer processador, e tem a vantagem de não custar absolutamente nada.

Apesar de ser usada há muito tempo pelos micreiros mais corajosos, esta técnica ainda
hoje é razoavelmente desconhecida. Pessoalmente tive a oportunidade de conversar
com vários profissionais da área que simplesmente ignoravam a existência dessa
possibilidade.

Como vimos até aqui, a frequência de operação dos processadores domésticos é


determinada por dois fatores:

1- A velocidade de operação da placa mãe, também conhecida como velocidade do


barramento ou Bus, que nos micros modernos pode ser de 60, 66, 100 ou 133 MHz,
dependendo do processador e placa mãe utilizados. Em muitos modelos de placas mãe,
além das frequências oficiais, utilizadas normalmente, temos também a possibilidade
de utilizar frequências alternativas, como 75, 83, 95, 103, 112, 124 e 150 Mhz.

2- O multiplicador de clock : A partir dos micros 486, foi criada um conceito


chamado multiplicação de clock, que é uma tecnologia pela qual a placa mãe e os
dispositivos ligados à ela trabalham à uma frequência menor que a velocidade do
processador. Desta forma, só o processador irá trabalhar na sua frequência nominal
(200 MHz, 350 MHz, 500 MHz, etc.). Os demais periféricos como memória RAM,
placa de vídeo, HD, cache L2 etc. continuarão trabalhando na velocidade do
barramento, ou seja, na frequência da placa mãe..

Um Pentium 200 MMX por exemplo, trabalha com velocidade de barramento de 66


MHz, e multiplicador de 3x, (66 x 3 = 200). Isso significa que apesar do processador
trabalhar à 200 MHz, se comunica com os demais componentes do micro à apenas 66
MHz. Um Pentium MMX 233 trabalha a 3.5 x 66MHz, um Pentium 166 MMX a 2.5 x
66MHz, e assim por diante.

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Os processadores porém “desconhecem” sua própria frequência de operação, e por


isso, simplesmente acatam as informações fornecidas pela placa mãe. Se você, por
exemplo, ao instalar um 166 MMX (que usa Bus de 66 MHz e multiplicador de 2,5x)
por engano jumpear a placa mãe para sinalizar o multiplicador de 2x, fará o
processador funcionar a 133 MHz.

Assim como, jumpeando erradamente a placa mãe, podemos fazer com que o
processador funcione mais lentamente, podemos propositadamente jumpea-la para
obrigá-lo a trabalhar mais rápido. Se no mesmo exemplo do 166 MMX,
configurássemos a placa mãe para sinalizar o multiplicador de 3x, faríamos o
processador funcionar a 200 MHz.

Tenho certeza que você já ouviu falar de processadores “remarcados” ou então de


processadores “falsificados”. Estes processadores nada mais são do que processadores
normais que têm apagadas as inscrições impressas na sua parte superior onde está
estampada sua velocidade, sendo reimpressa outra inscrição semelhante à encontrada
em um processador mais rápido. Há pouco tempo atrás, eram extremamente comuns
processadores 166 MMX que eram remarcados e vendidos como processadores 200 ou
233 MMX, ou Processadores Pentium II de 266 que após remarcados eram vendidos
como processadores de 300 MHz. O comprador então acredita piamente que está
levando um 233 MMX para casa, simplesmente por que está escrito no processador.
Chegando em casa, ele jumpeia sua placa mãe para 3.5x 66 MHz e o processador
realmente funciona a 233 MHz, muitas vezes sem maiores problemas, porém, em
overclock, já que na verdade o processador não passa de um 166 MMX.

Para os mais cépticos, aqui vai uma explicação um pouco mais técnica sobre este
assunto:

Apesar do processador possuir uma freqüência ideal de operação, determinada pelo


fabricante, obedecendo um certo nível de tolerância, a freqüência na qual ela realmente
irá operar é determinada por um circuito chamado gerador de clock. Este por sua vez,
nada mais é do que um cristal de quartzo, que ao receber uma certa corrente elétrica,
vibra uma cerca quantidade de vezes por segundo, com uma precisão quase que
absoluta. Justamente devido à esta precisão, os cristais de Quartzo são também usados
em relógios.

Pois bem, o cristal de Quartzo vibra a 7.88 MHz. A placa mãe utiliza então esta
frequência como referência, para determinar a frequência do barramento,
multiplicando-a por um certo número, a fim de atingir os 66, 100 ou 133 MHz
utilizados.

Para que o micro possa funcionar, todos os componentes devem trabalhar


sincronizadamente. É por isso que só pode existir UM gerador de clock, o que está
embutido na placa mãe. Isto significa que o processador não pode ter seu próprio
gerador de clock, ele tem que operar orientado pelo gerador instalado na placa mãe.
Não é uma questão económica, e sim técnica. Se fosse instalado um segundo gerador

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de clock no processador, não teríamos sincronia entre ele e a placa mãe, e o micro
simplesmente não funcionaria.

Como o processador não tem seu próprio gerador de clock, ele trabalha baseado na
frequência de operação da placa mãe (bus), multiplicando-a por um certo número a fim
de atingir sua própria frequência de operação.

O processador porém, não tem como saber qual frequência de operação está sendo
sinalizada pela placa mãe, não tem como saber se são 66 ou 75 MHz por exemplo. Ele
simplesmente pegará a frequência que for fornecida, seja qual for, e tentará “dançar
conforme a música”. É justamente esta característica que permite o overclock.
Aumentando a frequência da placa mãe, indiretamente obrigamos o processador a
também trabalhar mais rápido.

Técnicas

É possível fazer overclock tanto aumentando o multiplicador, quando aumentando a


velocidade do Bus, ou barramento. O aumento do multiplicador é chamado de
overclock interno, já que somente é alterada a velocidade de funcionamento do
processador, enquanto que o aumento do Bus é chamado de overclock externo,
justamente por que neste caso não somente o processador, mas todos os componentes
do micro são obrigados a trabalhar mais rapidamente.

Aumentando o multiplicador para 3x, conseguimos fazer o 166 MMX do exemplo


anterior funcionar a 200 MHz. Se ao invés disso, tivéssemos aumentado a frequência
da placa mãe, poderíamos tê-lo feito trabalhar a 187 MHz (2,5x 75 MHz) ou mesmo a
208 MHz (2,5x 83 MHz). Podemos também aumentar ao mesmo tempo a velocidade
do barramento e o multiplicador, chegando a 225 MHz (3x 75 MHz), 251 MHz (3x 83
MHz) ou mesmo incríveis 290 MHz (3.5x 83 MHz). Claro que em frequências muito
altas, não existe nenhuma garantia de estabilidade, sendo provável que o micro nem
mesmo chegue a inicializar. Temos então um overclock mal sucedido.

Em alguns casos, para o overclock ser bem sucedido, é preciso aumentar também a
voltagem do processador. Isto acontece porque com um maior aquecimento, temos um
aumento da resistência elétrica dos filamentos internos do processador, fazendo com
que muitas vezes a voltagem normal deixe de ser suficiente. Nestes casos, um aumento
de 0.1 ou 0.2 v costuma ser suficiente para “equilibrar a balança”. Vale lembrar que
este recurso de aumentar a voltagem deve ser usado com extrema cautela, pois é um
dos poucos procedimentos que podem causar danos ao processador. Podemos sempre
remediar um aquecimento exagerado do processador com uma melhor refrigeração.
Caso logremos sucesso, não existirá mais a necessidade de aumentar a voltagem.

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Vantagens e Desvantagens

Sem dúvida, o overclock é uma ótima maneira de melhorar o desempenho do


equipamento, tendo a vantagem de não custar absolutamente nada. Claro que nem tudo
são flores, o overclock pode causar instabilidade, e em casos extremos, até mesmo
danificar o processador.

O principal problema causado por ele é um maior aquecimento do processador. Um


processador pode trabalhar seguramente a temperaturas externas de no máximo 60 ou
70ºC (dependendo do modelo) ficando a temperatura ideal em torno de no máximo
50ºC. Acima disso, ele pode começar apresentar travamentos constantes. O maior
aquecimento do processador poderá diminuir a confiabilidade do equipamento e sua
vida útil.

O aumento da geração de calor é proporcional ao aumento da frequência. Pequenos


overclocks não oferecem grandes riscos, sendo seguros nas maioria dos casos,
enquanto que outros, mais agressivos, exigem maiores cuidados.

Aumentando a velocidade do barramento, todos os componentes do micro e não


somente o processador, serão obrigados a trabalhar mais rapidamente. Por um lado isto
é bom, pois melhoraremos não só a capacidade de processamento mas também a
velocidade das memórias, do HD, da placa vídeo, do cache L2 (caso este faça parte da
placa mãe), etc. resultando em um aumento de performance ainda maior. Um 166
MMX, rodando a 2x 83 MHz, por exemplo, consegue ser equivalente ou até mesmo
mais rápido que um 200 MMX a 3x 66 MHz. Isto acontece por que neste caso, a maior
velocidade de funcionamento dos outros componentes acaba compensando a menor
frequência de operação do processador. Corremos porém, o risco de instabilidade
também devido à falha nas memórias ou cache, ou até mesmo na placa de vídeo, que
serão obrigadas a trabalhar mais rápido.

Neste ponto, é importante entender que assim como o processador, todos os demais
componentes do micro obtém suas frequências de operação de acordo com a
frequência do barramento, dividindo-a por um certo número. Com a placa mãe
operando a 100 MHz por exemplo, o barramento AGP divide a frequência por 1.5,
obtendo 66 MHz, o barramento PCI divide por 3, obtendo 33 MHz, e o barramento
ISA divide por 12, obtendo 8 MHz. A frequência de operação de cada barramento
determina a frequência de operação de todos os componentes conectados a ele. Uma
placa de vídeo AGP operará a 66 MHz, por exemplo.

Com a placa mãe trabalhando a 66 MHz, os divisores se alteram. O AGP divide por 1,
obtendo 66 MHz, o PCI divide por 2, obtendo 33 MHz e o ISA divide por 8, obtendo
os 8 MHz normais. No caso de uma placa mãe que oficialmente suporte bus de 133
MHz, os divisores serão respectivamente 2, 4 e 16.

Para fazer overclock, usamos as frequências alternativas da placa mãe, onde é


aumentada a frequência de barramento, mas são mantidos os divisores. Com a placa
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mãe operando a 75 MHz, por exemplo, teremos os mesmos divisores que temos a 66
MHz: 1, 2 e 8, obtendo 75 MHz para o AGP, 37.5 MHz para o PCI e 9.3 MHz para o
ISA.

Freqüência da AGP PCI ISA


placa mãe
60 MHz 60 MHz 30 MHz 7.5 MHz
66 MHz 66 MHz 33 MHz 8 MHz
75 MHz 75 MHz 37.5 MHz 9.3 MHz
83 MHz 83 MHz 41.5 MHz 10.3 MHz
100 MHz 66 MHz 33 MHz 8 MHz
103 MHz 68 MHz 34 MHz 8.5 MHz
112 MHz 74.5 MHz 37.3 MHz 9.3 MHz
124 Mhz 82.6 MHz 41.3 MHz 10.3 MHz
133 MHz* 66 MHz 33 MHz 8 MHz
150 MHz 75 Mhz 37.5 MHz 9.3 MHz
*Algumas placas baseadas no chipset Intel 440BX, suportam bus de 133 MHz
extra-oficialmente, mas nelas os divisores continuam sendo 1.5, 3 e 12, resultando
em 88.6 MHz, 44.3 MHz e 11 MHz, como mencionado no capítulo sobre chipsets.

Aumentar o barramento de 66 para 75 MHz, de 100 para 112 ou de 133 para 150 é
razoavelmente seguro, pois ainda está dentro dos limites de tolerância dos
componentes. Raramente estas configurações dão problemas, tanto que alguns
processadores, como várias versões do 6x86 da Cyrix, por exemplo, trabalham usando
barramento de 75 MHz.

Entretanto, usando frequências mais altas, a possibilidade termos problemas é bem


maior. Muitas placas de video AGP começam a apresentar falhas com o barramento
AGP a mais de 80 MHz, e outras simplesmente não funcionam acima de 83 ou 85
MHz. As portas IDE são ligadas ao barramento PCI, fazendo com que os discos
rígidos façam transferências de dados na mesma frequência deste. Com o PCI a 37.5
MHz os problemas são muito raros, mas alguns modelos de HDs apresentam falhas
com o PCI acima de 40 MHz. O defeito mais comum neste caso é a perda da FAT,
sem a qual todos os dados gravados no HD tornam-se indisponíveis. Este é o maior
risco das frequências mais altas de barramento; se algum componente apresentar mal
funcionamento, basta desfazer o overclock para que tudo volte a funcionar
normalmente, mas se o seu HD perder a FAT, simplesmente desfazer o overclock não
trará seus dados de volta. Será preciso utilizar algum programa de recuperação de
dados (como os mencionados no capítulo sobre discos rígidos), para tentar recuperar
alguma coisa. Apesar deste defeito não ser assim tão comum, o risco é grande.
Algumas marcas de HDs te uma tendência maior a apresentar este problema. Os HDs
da Samsung são os campeões neste tipo de falha.
Concluindo, o overclock permite aumentar a performance do micro sacrificando um
pouco da confiabilidade do equipamento. A possibilidade de surgirem problemas
porém pode ser minimizada com o uso do bom senso. Eu por exemplo, usei durante
muito tempo um Pentium 120 overclocado para 150 MHz, através do aumento da

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frequência do barramento de 60 para 75 MHz. Este pequeno aumento na frequência


não causou nenhum aumento considerável na temperatura do processador. Porém,
teoricamente diminuiria a confiabilidade dos demais componentes do micro devido ao
Bus de 75 MHz. Consegui manter o micro funcionando com uma boa estabilidade
aumentando no Setup os tempos de espera da memória RAM e cache L2,
compensando a maior frequência de operação, obtendo um aumento da velocidade sem
com isso sacrificar muito da confiabilidade.

Apesar de usá-lo em quase todas as minhas máquinas, não sou a favor nem
contra o overclock. Meu objetivo aqui não é convence-lo a fazer ou não no seu
micro, e sim simplesmente informa-lo desta possibilidade. A decisão de fazer ou
não, assim como o risco de qualquer problema acontecer é unicamente seu.

Possibilidades de Sucesso

A possibilidade de conseguir realizar um overclock bem sucedido, depende não


somente do processador, mas também da qualidade dos demais componentes que
temos instalados no micro, pois na maioria dos casos é preciso aumentar a velocidade
de operação da placa mãe.

Em alguns casos, conseguimos aumentar a freqüência do processador em mais de 50%


sem sequer causar instabilidade, enquanto que em outros, um aumento de apenas 10%
na freqüência é suficiente para causar travamentos e superaquecimento. Esta margem
depende do modelo de processador que você está utilizando.

Para fazer overclock, é preciso antes de tudo ter à mão o manual da placa mãe.
Verifique quais multiplicadores e freqüências de barramento estão disponíveis, e a
localização dos jumpers a serem configurados:

Vale lembrar que nem sempre o overclock funciona. Se você tentar fazer algo como
rodar um Pentium 100 a 200 MHz, muito provavelmente seu micro sequer chegará a
ligar.

Algumas vezes conseguimos fazer overclock aumentando apenas o multiplicador, em


outros casos o processador não aceitará trabalhar com multiplicadores maiores,
restando apenas acelerá-lo aumentando a velocidade do barramento.

Preste bastante atenção na temperatura do processador. Um teste simples, mas que


funciona, é usar o micro normalmente por algumas horas, desliga-lo, e rapidamente
abrir o gabinete, retirar o cooler e encostar um dos dedos no processador (descarregue
a estática antes). Uma temperatura ideal de funcionamento para um processador é algo
em torno de no máximo 50ºC. Por isso, se você conseguir manter o dedo em cima do
processador cerca de 10 segundos, sem queima-lo, então pode ficar tranqüilo, pois o
processador não está superaquecendo. Caso seja constatado o contrário, é possível
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contornar a situação melhorando a ventilação do processador, o que pode ser


conseguido através da instalação de um cooler de melhor qualidade, instalando um
exaustor na abertura frontal do gabinete, entre outras “gabiarras” que vamos ver com
detalhes mais adiante. Se a placa mãe oferecer recursos de monitoramento da
temperatura, então basta acompanhar seus relatórios.

Caso você consiga acelerar o micro através do aumento da velocidade do barramento,


então além dos cuidados com o processador, preste atenção na memória RAM e no
cache L2, que são os componentes que mais sofrem com o aumento da freqüência de
operação da placa mãe. Por precaução, é recomendável entrar no Setup e aumentar os
tempos de acesso da memória e cache. Caso tudo funcione bem, você poderá tentar ir
abaixando os valores gradualmente até começar a notar qualquer comportamento
estranho.

Aumentando a velocidade do barramento de 66 para 75 MHz, provavelmente você não


terá problemas. No máximo, precisará desacelerar um pouco a memória RAM ou
cache caso tenha optado por configurações muito agressivas no Setup. Caso pretenda
usar barramento de 83 MHz, então o sucesso não é tão garantido; muito provavelmente
você precisará deixar os tempos de espera da memória RAM e cache no máximo,
podendo também surgir problemas em outros componentes, como na placa de vídeo.
Como o BUS de 83 MHz exige muito dos componentes, mesmo que tudo funcione, é
recomendável um "período de testes" antes de poder confiar totalmente no micro.

Já o uso do barramento de 100 MHz não traz nenhum inconveniente, pois neste caso,
apenas a memória RAM e cache L2 estarão rodando neste freqüência. O barramento
PCI continuará funcionando a 33 MHz, como quando usamos BUS de 66 MHz, assim
como o barramento AGP continuará funcionando nos mesmos 66 MHz e o ISA
também nos antigos 8 MHz. A única ressalva é que você precisará usar memórias PC-
100, que suportam trabalhar a 100 MHz, como já vimos anteriormente.

Placas Slot 1 com chipset i440BX (ou equivalentes) ou placas Super 7, geralmente
trazem além do barramento de 100 MHz, opções como 103, 112 e 120 MHz. Para
estas velocidades valem as mesmas regras dos barramentos de 75 e 83 MHz quanto
aos cuidados com as memórias e possibilidade de sucesso.

Alguns processadores oferecem melhores possibilidades de overclock que outros: um


Cyrix 6x86MX nunca será tão overclocável quanto um Celeron por exemplo. Que tal
se agora examinássemos as possibilidades de sucesso nas diferentes famílias de
processadores?

Processadores 486

Nos micros 486 não é possível aumentar o multiplicador, simplesmente por que estes
processadores não reconhecem multiplicadores maiores do que os usados
normalmente. Mas nem tudo está perdido: podemos overclocar estes processadores

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aumentando a velocidade do barramento. Os processadores 486 de 33, 66 e 100 MHz,


assim como o AMD 586 de 133 MHz, utilizam barramento de 33 MHz. Porém, a
maioria das placas de 486 além do barramento de 33 MHz, suportam também BUS de
40 MHz, que poderíamos usar, fazendo com que estes processadores funcionem
respectivamente a 40, 80, 120 e 160 MHz, um ganho considerável. Neste caso temos
boas possibilidades de sucesso.

Caso não tenha problemas aumentando o BUS de 33 para 40 MHz, você pode tentar
(caso a placa mãe permita) subir a velocidade do barramento para 50 MHz. Porém
neste caso são baixas as chances de sucesso, pois mesmo que consiga fazer o micro
rodar a esta velocidade, a estabilidade ficará seriamente comprometida.

Consegui rodar um 486 SX de 33 MHz estavelmente a 40 MHz, porém ao tentar usar o


barramento de 50 MHz enfrentei problemas de funcionamento na placa de vídeo.
Também consegui rodar um DX-2 66 a 80 MHz com sucesso.

Pentium Clássico

Quando falo em "Pentium Clássico", refiro-me aos processadores Pentium sem


instruções MMX, fabricados pela Intel. Estes processadores, oferecem boas
possibilidades de overclock, justamente devido à alta margem de segurança usada pela
Intel para garantir a confiabilidade de seus processadores.

Mesmo numa linha de produção totalmente automatizada, um processador nunca sai


exatamente igual ao outro. Pequenas variações da ordem de mícrons (milésimos de
milímetro) na colocação dos componentes, podem comprometer a estabilidade do
processador a altas freqüências de operação. Justamente por isso, todos os
processadores passam por um controle de qualidade. No caso da Intel, este controle é
muito rigoroso. Para um Pentium 166 ser aprovado, por exemplo, geralmente é testado
a 200 MHz, e somente rodando estavelmente à essa velocidade é aprovado para ser
comercializado como um Pentium 166. Isto acontece em todos os processadores Intel.

Fazendo overclock nestes processadores, teoricamente estaríamos apenas fazendo-os


trabalhar na freqüência em que foram testados em fábrica. Justamente por isso, muitas
vezes ao aumentar a freqüência de operação nestes processadores não notamos sequer
um aumento considerável na temperatura.

Como nem tudo é perfeito, a maioria dos processadores Pentium de 150, 166 e 200
MHz, possuem uma "proteção contra overclock" que consiste em, ainda na fábrica,
desabilitar o pino BF1 do processador, justamente o pino que sinaliza multiplicadores
maiores. Esta trava foi criada pela Intel para combater a remarcação de processadores,
que de fato perdeu muita força com esta medida. De qualquer forma, ainda podemos
overclocar estes processadores aumentando a velocidade do barramento de 66 para 75
ou 83 MHz. Processadores mais antigos não possuem esta trava, mas como os

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processadores 486, geralmente não são capazes de usar multiplicadores maiores que os
originais.

Os processadores Pentium de 90, 120 e 150 MHz, utilizam barramento de apenas 60


MHz, o que os torna os processadores mais facilmente overclocáveis da família. Em
todos podemos aumentar sem problemas o barramento de 60 para 66 MHz
(conseguindo respectivamente 100, 133 e 166 MHz) sem perda de estabilidade, ou
tentar usar o barramento de 75 MHz conseguindo 112, 150 e 183 MHz também sem
grandes riscos.

Se você for corajoso, poderá tentar também usar o barramento de 83 MHz,


conseguindo respectivamente 125, 166 e 208 MHz, porém, sem garantia de sucesso.
Caso consiga, não deixe de investir em uma melhor ventilação do processador, pois ele
deverá aquecer muito mais que o normal. Vale lembrar mais uma vez dos riscos de
instabilidade gerados pelo uso do barramento de 83 MHz.

Nos processadores Pentium de 100, 133, 166 e 200 MHz, também temos boas chances
de sucesso aumentando a velocidade do barramento para 75 ou 83 MHz. Em alguns
casos também conseguimos aumentar o multiplicador, o que abre um leque maior de
opções.

Geralmente conseguimos rodar o Pentium 100 a 112 MHz (1,5 x 75 MHz) ou 125
MHz (1,5 x 83 MHz), o Pentium 133 a 150 (2x 75 MHz) ou 166 MHz (2x 83 MHz), o
Pentium 166 a 187 (2,5x 75 MHz) ou 208 MHz (2,5x 83 MHz) e o 200 a 225 (3x 75
MHz) ou 249 MHz (3x 83 MHz).

Caso seu processador não tenha o multiplicador travado, você poderá usar também 166
MHz (2,5x 66) no caso do Pentium 133 e 200 (3x 66) no caso do Pentium 166. Nestes
casos, desde que o processador seja bem ventilado, a possibilidade de problemas é
remota, já que não estaremos aumentando a velocidade do barramento.

Pentium MMX

Vendido em versões de 166, 200 e 233 MHz, o MMX é um dos processadores com
maior possibilidade de overclock da história, provavelmente perdendo apenas para o
Pentium Celeron. O único problema com estes processadores é a famigerada trava do
multiplicador. Com exceção dos primeiros Processadores MMX de 166 e 200 MHz,
todos a possuem.

De qualquer maneira, ainda nos resta aumentar a velocidade do barramento,


conseguindo respectivamente 187, 225 e 262 MHz com barramento de 75 MHz e 208,
249 e 290 MHz com BUS de 83 MHz. Com exceção do 233 rodando a 290, os
processadores mantém uma boa estabilidade. Quase sempre nestes casos, os problemas
são decorrentes do aumento da freqüência da placa mãe, o que pode ser minimizado
com o aumento dos tempos de acesso da memória RAM e do cache L2 no Setup.

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Caso você tenha a sorte de ter um processador MMX sem a trava do multiplicador,
poderá tentar também 262 MHz (3,5x 75 MHz) ou 250 MHz (3x 83 MHz) no caso do
166 MMX e 290 (3,5 83 MHz) ou 262 (3,5x 75 MHz) no caso do de 200 MHz, com
modestas possibilidades de sucesso.

Algumas vezes, para conseguir overclocks mais agressivos nos processadores MMX, é
preciso aumentar sua voltagem. O mais comum é aumenta-la de 2,8 para 2,9 V.
Alguns malucos porém, chegam a subir a voltagem para 3,3 V. Isto torna-se necessário
porque com o maior aquecimento do processador, os materiais que o compõe se
tornam mais resistentes à passagem da corrente elétrica, o que é solucionado com o
aumento da voltagem. Aumentando a voltagem porém, acabamos agravando ainda
mais o problema do superaquecimento, gerando uma bola de neve que coloca em risco
o processador.

Eu não recomendo em hipótese alguma subir muito a voltagem do processador.


Aumentar a voltagem em 5 ou 7% não chega a oferecer grandes riscos, mas acima
disto não vale à pena, pois fatalmente a estabilidade ficará comprometida devido ao
maior aquecimento do processador e a vida útil será brutalmente abreviada. Acredito
que nestes casos, o procedimento mais adequado é ao invés de subir a voltagem
melhorar a ventilação do processador, diminuindo sua temperatura e dispensando o
uso de voltagens mais altas.

AMD K6 “modelo 6”

As boas possibilidades de overclock nos processadores Intel são proporcionadas


justamente devido ao seu forte controle de qualidade, destacando a folga na velocidade
de operação de seus processadores. A AMD porém, para conseguir vender seus
processadores a preços menores, obtendo assim uma maior competitividade, acaba
algumas vezes abrindo mão desta margem de segurança, vendendo processadores que
apesar de rodarem sem problemas em seus clocks originais, praticamente não aceitam
overclock.

Os primeiros processadores K6, que operavam com freqüências de 166, 200 e 233
MHz, fabricados usando a técnica de fabricação de transistores de 0,35 mícron, já
apresentam sérios problemas de aquecimento em suas freqüências originais, não sendo
recomendável a tentativa de aumentar ainda mais a velocidade do processador.

O que geralmente é feito para melhorar o desempenho de máquinas baseadas nestes


processadores é aumentar a velocidade do barramento, diminuindo o multiplicador.
Assim, apesar do processador continuar operando numa freqüência próxima à normal,
notamos uma sensível melhora no desempenho, pois os demais componentes como a
memória RAM, cache L2 e mesmo a placa de vídeo e o HD estarão sendo obrigados a
trabalhar mais rapidamente.

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Seguindo esta linha de raciocínio, podemos alterar a freqüência de um K6 de 166 MHz


de 2,5x 66 para 2x 83, a de um K6 de 200 MHz para 2,5x 83 (208MHz) ou a de um K6
de 233 MHz para 3x 75 (225 MHz) ou mesmo fazer uma tentativa a 3,5 x 83 (249
MHz). Tentando rodar o K6 233 a 249 MHz não temos tanta possibilidade de sucesso,
muitas vezes sendo preciso um pequeno aumento na voltagem e consequentemente
uma melhora na refrigeração para conter o maior aquecimento subsequente.

AMD K6 “modelo 7” e K6-2

As versões mais recentes do K6, que incluem também o K6-2, já são fabricadas
usando uma técnica bem mais avançada, que permite transistores medindo 0,25
mícron, resultando em um aquecimento bem menor do processador. Neles inclusive, a
voltagem demandada pelo processador também é menor: apenas 2,2 V. Incluem-se
nessa lista os processadores K6 mais recentes, e todos os modelos de K6-2.

De fato, além de não herdarem os problemas de aquecimento das primeiras versões do


K6, os processadores K6-2 acabam apresentando boas possibilidades de overclock, já
que não possuem o multiplicador travado como nos processadores Intel, permitindo o
uso de multiplicadores de até 6x. Também não é necessário nenhum tipo de gambiarra,
como isolar os pinos, basta jumpear a placa mãe para a freqüência desejada.

Esta versatilidade permite também que processadores K6-2 de 300, 350, 400 e 450
MHz, (que originalmente usam BUS de 100 MHz) funcionem em placas mãe mais
antigas, que trabalham a 66 MHz. Neste caso bastaria configurar a placa mãe para 4,5x
66 (300 MHz), 5,5x 66 (366 MHz para uso do K6-2 de 350 MHz), 6x 66 (400 MHz)
ou 6x 75 MHz (450 MHz).

Vale lembrar que no K6-2 a velocidade da placa mãe determina a velocidade de


funcionamento não só da memória RAM, mas também do cache L2, influenciando
diretamente a performance da máquina. Para você ter uma idéia, um K6-2 rodando a
3x 100 MHz é quase 20% mais rápido que outro K6-2 300 rodando a 4,5x 66. Por isso,
sempre prefira combinações de freqüências altas de barramento e multiplicadores mais
baixos. O multiplicador destravado permite uma quantidade muito maior de
combinações de BUS e multiplicador, facilitando muito o overclock.

O K6-2 de 300 MHz roda bem a 333 MHz (5x 66 ou 4x 83), 337 (4,5x 75), 336 MHz
(3x 112) ou 350 MHz (3,5x 100). Com um pouco de sorte e uma boa ventilação, você
também pode conseguir 366 MHz (5,5x 66), 374 (4,5x 83), 375 MHz (5,5x 75) ou
mesmo 392 MHz (3,5x 112) ou 400 MHz (4x 100), sendo 3x 112, 3,5x 100, 3,5x 112 e
4x 100 as opções mais recomendáveis em termos de desempenho, por envolverem
maiores velocidades de barramento.

Com um K6-2 de 350 MHz, podemos conseguir 374 MHz (4,5x 83), 392 MHz (3,5x
112) ou 400 MHz (4x 100). Com uma boa ventilação também é possível conseguir 412
(4x 103) ou, com uma boa dose de sorte, 448 MHz (4x 112) ou 450 MHz (4,5x 100).

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As versões de 400 e 450 MHz do K6-2 já não são tão overclocáveis, mas podemos
conseguir 412 MHz (4x 103), 448 MHz (4x 112), ou 450 (4,5x 100) no caso do K6-2
400 e 465 MHz (4,5x 103) no caso do K6-2 450. Já vi casos de pessoas que, com um
pouco de dificuldade, conseguiram fazer o K6-2 450 trabalhar a 500 MHz (5x 100).

Em alguns casos, pode ser preciso aumentar um pouco a voltagem do processador para
o overclock funcionar. O mais comum é subir de 2,2 V para 2,3 ou 2,4. Como já disse
anteriormente, o aumento da voltagem do processador envolve alguns riscos, e só deve
ser tentado por usuários mais destemidos.

AMD K6-3

Uma boa notícia sobre o K6-3 é que ele continua sem nenhum tipo de trava contra
overclock, permitindo escolher livremente entre multiplicadores de até 6x e qualquer
velocidade de barramento permitida pela placa mãe. O K6-3 não é nenhum fenômeno
em termos de overclock, mas ainda suporta pequenos overclocks da ordem de 10%.

Uma K6-3 de 400 MHz roda bem a 448 (4x 112) ou 450 MHz (4,5x 100). Com uma
razoável dose de sorte também é possível conseguir 465 MHz (4,5x 103). O K6-3 de
450 por sua vez pode ser overclocado para 465 MHz (4,5x 103) sem grandes
dificuldades, ou chegar a 500 MHz (5x 100) ou mesmo 504 (4,5x 112) com uma boa
refrigeração.

Cyrix 6x86MX e 6x86MII

Assim como os primeiros processadores K6, o 6x86 oferece poucas possibilidades de


overclock. Você deve se lembrar que estes processadores são comercializados não
segundo a sua freqüência de operação, mas segundo o índice "Pr" que os compara com
os processadores Pentium. Um 6x86 Pr 233 por exemplo, funciona na verdade a 2,5x
75MHz (187 MHz); possuindo porém um desempenho comparável a um 233 MMX na
maioria das aplicações, devido ao seu cache L1 de 64 kb entre outras melhoras na
arquitetura.

Apesar da baixa freqüência de operação, estes processadores apresentam um


aquecimento fora do comum, mesmo em suas freqüências originais. Consegui rodar
um Pr 233 (187 MHz) a 208 MHz (3x 83) por algum tempo, porém com instabilidade
e até alguns travamentos, que não consegui inibir mesmo com uma melhor
refrigeração.

O meu conselho é que não vale a pena tentar fazer overclock nestes processadores,
pois mesmo pequenos aumentos na freqüência são suficientes para gerar uma grande
instabilidade. O que você poderia tentar seria aumentar a velocidade do barramento e

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diminuir o multiplicador, mantendo uma velocidade semelhante para o processador


porém, ganhando em desempenho devido à melhor performance dos demais
componentes. Mas mesmo isso é difícil nos 6x86, já que a maioria das suas versões
utiliza BUS de 75 MHz.

Pentium II com Arquitetura Klamath

Os primeiros processadores Pentium II, representados pelas versões de 233, 266 e 300
MHz, utilizam uma arquitetura chamada pela Intel de "Klamath" que consiste numa
técnica de fabricação de transistores medindo 0,35 mícron, muito semelhante à usada
nos processadores Pentium MMX. Estes processadores mais antigos, apesar de
funcionarem razoavelmente bem com overclocks moderados, não aceitam acelerações
gritantes como no caso dos MMX. O mais recomendável é simplesmente aumentar a
velocidade do barramento de 66 para 75 MHz, conseguindo respectivamente 262, 300
e 337 MHz.

Os primeiros processadores de 233 e 266 MHz não possuem a trava do multiplicador.


Se você possuir um destes processadores terá também a opção de overcloca-lo para
266 ou 300 MHz aumentando o multiplicador de 3,5x para 4x ou de 4x para 4,5x,
dispensando assim um aumento na freqüência de operação da placa mãe.

Pentium II com Arquitetura Deschutes

As versões do Pentium II de 333, 350, 400 e 450MHz, utilizam a arquitetura


Deschutes, que consiste na fabricação de transistores medindo apenas 0,25 mícron.
Esta nova técnica permite uma geração muito menor de calor, o que além de aumentar
a estabilidade dos processadores aumenta bastante as possibilidades de overclock.

O maior obstáculo ao overclock no caso destes processadores, é justamente sua maior


vantagem: o cache L2 integrado. O problema é que apesar de tecnicamente estes
processadores, principalmente as versões mais lentas, serem capazes de suportar
velocidades de operação bem superiores às originais, como temos o cache rodando
sempre à metade da velocidade do processador, ficamos impedidos de acelera-los
muito sob pena de mau funcionamento do cache L2.

Claro que poderíamos conseguir freqüências elevadas caso desabilitássemos o cache


L2 no Setup. Porém, neste caso a perda de performance seria tal que o desempenho
conseguido em overclock seria inferior ao original, não valendo à pena.

O normal é conseguirmos com segurança overclocks de 10 ou 15% nestes


processadores. Assim, podemos rodar a versão de 333 MHz a 5x 75 (375 MHz) ou,
(caso você esteja usando uma placa mãe com chipset i440BX ou equivalente, que
suporte velocidades maiores de barramento) 3,5x 100 (350 MHz), 3,5x 103 (361

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MHz), ou mesmo uma tentativa a 3,5x 112 (392 MHz) sem tanta possibilidade de
sucesso.

Como as versões de 350, 400 e 450 MHz tem seu multiplicador travado, podemos
subir a velocidade do barramento de 100 para 112 MHz, conseguindo respectivamente
392, 448 e 504 MHz. Para manter o sistema estável com barramento de 112 MHz
porém é indispensável o uso de memórias PC 100 de boa qualidade, caso contrário
poderemos experimentar instabilidade causada por falhas na memória. Não se esqueça
também de configurar a opção “CAS latency” do Setup com o valor 3.

Pentium III com core Coopermine


Um dos maiores impecilhos a grandes overclocks no Pentium II e no Pentium III
com core Katmai era o cache L2 externo, que possuía tempos de acesso diferentes em
cada processador, sempre trabalhando perto da frequência limite. Além de possuírem
transístores menores, os processadores baseados no core Coopermine possuem o cache
L2 integrado ao próprio núcleo do processador, como no Celeron. Isto significa que o
cache L2 é construído no mesmo waffer de silício, e usando os mesmos transístores
que o restante do processador, podendo teoricamente trabalhar na mesma frequência
que o restante do processador, sem atrapalhar.
O core Coopermine é utilizado nos processadores 500E, 550E, 600E e mais rápidos.
Em todas as versões temos basicamente o mesmo processador, apenas com o
multiplicador travado em uma posição diferente. Isto significa que quem comprar uma
das versões mais lentas, em especial as 500E ou 550E, terá em suas mãos um
processador com potencial para trabalhar tranquilamente a 800 MHz ou até mais.
Como em outros processadores Intel, não é possível alterar o multiplicador, apenas a
frequência de barramento. Por isso, se estiver pensando em overclock, prefira as
versões do Pentium III com bus de 100 MHz, como a 500E, 550E e 600E, pois assim
terá muito mais possibilidades.
Usando uma placa mãe com suporte a bus de 133 MHz, você poderá tentar 133 x 5
no caso do 500E, obtendo 665 MHz, 133 x 5,5 no 550E, obtendo 731 MHz, ou arriscar
133 x 6 no 600E, tendo chances razoáveis de conseguir 800 MHz. Com um pouco de
sorte, você poderá conseguir estabilidade mesmo subindo o bus para 150 MHz, pois
esta frequência (em placas baseadas no Apollo 133, i810E, i820, i840, etc.) resulta em
75 MHz para o AGP e 37.5 MHz para o PCI, dentro da faixa de tolerância. Quem pode
vir a falhar neste caso e a memória RAM, mas utilizando memórias PC-133 de boa
qualidade tudo deve ocorrer bem.
No caso das versões do Pentium III com bus de 133 MHz temos poucas
possibilidades de overclock, pois em geral poderemos utilizar apenas bus de 150 MHz,
a única frequência extra-oficial acima de 133 permitida pela maioria das placas mãe.
Algumas placas baseadas no Apollo Pro 133 permitem bus de 160 MHz, mas muitas
apresentam problemas de estabilidade nesta frequência
Os processadores em formato FC-PGA utilizam voltagem de 1.6v, enquanto os
processadores em versão slot one utilizam 1.65v. Em caso de overclock, você poderá
aumentar a voltagem do seu processador FC-PGA para 1.65v, o que ajudará a manter a
estabilidade em overclocks mais agressivos.

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Celeron

O Celeron, vendido em versões de 266 e 300 MHz, nada mais é do que um Pentium II
desprovido do cache L2 integrado, o que causa uma brutal diminuição da performance.
De fato, além de em termos de desempenho ficar muito atrás do seu irmão mais velho,
o Celeron perde também para os processadores MMX, K6 e Cyrix do mesmo clock,
sendo alvo de duras críticas por parte de praticamente toda a imprensa especializada.
Porém, este defeito do Celeron acaba tornando-se sua maior arma quando falamos em
overclock.

O Celeron é fabricado usando a arquitetura Deschutes, a mesma utilizada nos


processadores Pentium II de 333, 350, 400 e 450 MHz, assim como no Pentium II
Xeon. Isto combinado com a ausência do cache L2, justamente o maior impecilho para
o overclock nestes processadores, torna possível aumentar de forma bastante generosa
sua velocidade de operação.

O problema porém, é que como na maioria dos processadores Intel, não é possível
aumentar seu multiplicador, de modo que apenas poderemos roda-lo a freqüências
mais altas em placas mãe equipadas com o chipset i440BX ou equivalentes, que
permitem o uso de barramento de 100 MHz. Conseguimos então rodar o Celeron de
266 MHz a 400 MHz (4x 100) ou 412 MHz (4x 103) com boa estabilidade. Muitas
pessoas também relatam ter conseguido rodar o Celeron 266 a 4x 112 (448 MHz) sem
problemas, porém subindo a voltagem de 2,0 para 2,2 Volts.

Sem dúvida, rodando a estas freqüências o Celeron torna-se uma opção interessante,
pois a 400 MHz por exemplo, apresenta um desempenho equivalente a um Pentium II
de 300 MHz, custando bem menos da metade do preço. O Celeron de 300 MHz
também roda bem a 400 MHz, diminuindo neste caso seu multiplicador para 4x. São
raros porém os casos de pessoas que conseguiram rodar estavelmente o Celeron de 300
MHz a 450 MHz.

Mesmo que você esteja usando uma placa mãe mais simples, equipada com o chipset
440LX ou mesmo com o 440FX, você poderá aumentar a velocidade do barramento
para 75 MHz, conseguindo aumentar a velocidade de operação do Celeron 266 e 300
para respectivamente 300 e 337 MHz.

Para dificultar um pouco as coisas, a Intel criou uma maneira de tentar impedir que
rodemos o Celeron com BUS de 100 MHz. Como já vimos, em se tratando de Slot 1,
tanto a velocidade interna e externa do processador, assim como a voltagem utilizada
por ele é automaticamente detectada pela placa mãe. A grande maioria das placas
porém permite que alteremos livremente estes valores através de jumpers ou do Setup.
No caso do Celeron, é usado o pino B21 do processador para sinalizar que a placa mãe
deve setar a velocidade do barramento para 66 e não 100 MHz. Por pressão da Intel, a
maioria das placas mãe não permitem que aumentemos a velocidade do barramento de

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66 para 100 MHz. Alguns fabricantes porém, criaram placas sem este impecilho, que
apesar de detectarem a velocidade "normal" de operação do processador, não nos
impedem de alterá-la a nosso gosto. Exemplos de placas com este recurso são as Abit
BX6 e Abit BH6.

Celeron A (com cache)

Justamente devido à sua baixa performance, causada pela ausência de cache L2, o
Celeron não se tornou um grande sucesso de vendas. A Intel então resolveu tentar
"virar a mesa" incluindo uma pequena quantidade de cache L2 nas novas versões do
Celeron.

Ao contrário do Pentium II, onde o cache L2 roda na metade da freqüência do


processador, no novo Celeron chamado de Celeron A ou Celeron "Mendocino" ele
roda na mesma freqüência do processador. Isto acaba compensando em grande parte o
fato do Celeron possuir apenas 128 KB de cache contra 512 KB do Pentium II. De
fato, o novo Celeron apresenta um desempenho muito pouco inferior a um Pentium II
do mesmo clock, menos de 3% na maioria das aplicações, tornando-se uma ótima
opção de compra.

Como já vimos, o maior impecilho ao overclock nos processadores Pentium II é


justamente o cache L2. Quando foi anunciado que a Intel incluiria uma pequena
quantidade de cache no Celeron, todos pensaram que isto impossibilitaria os generosos
overclocks possíveis em sua versão anterior, o que felizmente não se concretizou.

No novo Celeron é utilizado o mesmo cache L2 encontrado nas versões de 450 MHz
do Pentium II Xeon. Mais uma característica importante é que no Celeron Mendocino
o cache compartilha o mesmo invólucro metálico do núcleo do processador, o que
facilita seu resfriamento através de coolers.

Estas duas características combinadas permitem que rodemos sem grandes


dificuldades a versão de 300 MHz do Celeron Mendocino a 450 MHz, aumentando a
velocidade do barramento de 66 para 100 numa placa mãe com chipset i440BX ou
equivalente. Este overclock funciona sem problemas na grande maioria dos casos,
geralmente sequer causando uma grande aumento na temperatura de funcionamento do
processador.

Um grande impecilho é o multiplicador de clock destes processadores que é travado:


além de não podermos subir o multiplicador, também não podemos diminui-lo. Isso
dificulta bastante a vida dos "overclockers", pois no caso de não conseguirmos rodar
estavelmente o Celeron A a 450 MHz, não temos a possibilidade de tentar consegui-lo
a 400 MHz.

No máximo poderemos tentar velocidades inferiores de barramento, como 75 MHz, o


que já não permitiria uma aceleração tão grande do processador.

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Em muitos casos, para que o Celeron Mendocino de 300 MHz rode estavelmente a 450
MHz, é necessário aumentar sua voltagem de 2,0 V para 2,2 V. Isto não chega a causar
um aquecimento exagerado do processador. Teoricamente porém isto diminuiria sua
vida útil. Digo teoricamente, pois, enquanto escrevo este livro, ainda não obtive
notícias de queimas desses processadores, mas baseado em experiências com outros
processadores, acredito que a vida útil do Celeron Mendocino de 300 MHz
overclocado para 450 MHz com voltagem de 2,2 deva ser de pelo menos 5 ou 6 anos,
desde que com uma boa refrigeração.

Celeron com core Coopermine

Assim como no Pentium III, temos versões do Celeron produzidas utilizando-se a


velha técnica de 0.25 mícron, família que inclui as versões de até 533 MHz, e versões
produzidas utilizando o novo core Coopermine., que inclui a versão 533A, 566, 600 e
mais rápidos. As novas versões utilizam o slot FC-PGA, e possuem os mesmos
requisitos a nível de voltagem que o Pentium III Coopermine.

Apesar do novo core, as novas versões do Celeron continuam utilizando bus de 66


MHz, sendo uma opção ideal para quem tem uma placa mãe baseada no chipset
i440BX, e pretende atualizar o processador. Como as placas baseadas neste chipset
invariavelmente trazem um encaixe slot one você precisará utilizar um adaptador FC-
PGA - Slot one. Certifique-se que o adaptador oferece suporte ao Pentium III com core
Coopermine, pois devido às requisitos elétricos, os adaptadores para o Celeron PPGA
não servem.

Uma vez escolhida a placa mãe, falta apenas decidir qual frequência de barramento
utilizar. Independentemente da versão, o limite de overclock fica em torno de 800
MHz. Se você conseguir um 533A, poderá utilizar 8x x 100, conseguindo 800 MHz
sem grandes dificuldades. Com um 566, você poderá conseguir 850 MHz, usando 8.5x
100. Neste caso você precisará aumentar a voltagem para 1.65v, mas existem boas
possibilidades de sucesso. Porém, usando um Celeron de 600 MHz, você dificilmente
você conseguirá 900 MHz, restando como opção utilizar uma frequência de
barramento menor (83 MHz por exemplo).

Melhorando a Ventilação

Dentro do processador, o funcionamento dos transistores naturalmente causa


aquecimento, que é proporcional à velocidade de operação. Processadores mais
antigos, como os 386 não operavam a freqüências muito altas, e justamente por isso
dispensavam qualquer refrigeração especial. Os processadores modernos porém
operam a velocidades absurdas. Num Pentium II 450 por exemplo, temos executados
450 milhões de ciclos de processamento por segundo, o que gera uma quantidade
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considerável de calor. Justamente por isso, apartir dos 486DX, todos os processadores
usam uma chapa metálica e um pequeno ventilador, com o objetivo de manter o calor
sobre controle.

Quando fazemos overclock porém, muitas vezes só o cooler não é suficiente para
conter o aquecimento do processador, principalmente se o cooler for de baixa
qualidade, como os que costumamos ver à venda aqui no Brasil. O objetivo deste
capítulo é justamente ensinar-lhe várias técnicas que podem ser usadas para manter seu
processador de "cabeça fria". Mesmo que você não pretenda fazer overclock, estas
técnicas podem ser úteis para baixar a temperatura de operação do seu processador,
ganhando em estabilidade e aumentando sua vida útil.

Pasta Térmica

Caso encaixemos o cooler diretamente sobre o processador, inevitavelmente ficará


uma camada de ar entre ambos, que dificultará a dissipação do calor. A fim de
conseguir uma transmissão mais perfeita de calor, podemos usar entre o processador e
o dissipador uma pequena quantidade de pasta térmica, que é uma pasta branca, com
consistência de pomada, que pode ser encontrada sem grande dificuldade em casas de
materiais elétricos ou eletrônicos, a preços módicos.

A pasta térmica deve ser aplicada em pequena quantidade sobre a área do processador
que irá ficar em contato com o cooler.

O uso da pasta térmica realmente ajuda muito a dissipar o calor gerado pelo
processador, e como não traz absolutamente nenhuma desvantagem, seu uso é bastante
recomendável.

Exaustores

A fim de aumentar a circulação de ar dentro do gabinete, podemos encaixar um, dois


ou mesmo três exaustores dentro do gabinete. Estes "ajudantes" complementam o
trabalho do cooler e do ventilador da fonte, mantendo não apenas o processador, mas
todos os demais componentes do micro funcionando a temperaturas seguras.

Você encontrará uma boa variedade de exaustores específicos para isso em lojas de
materiais elétricos ou mesmo algumas lojas de informática. Outra opção é usar
exaustores de fontes queimadas, que podem ser compradas à preços módicos nos
sucatões de informática.

Os plugs de energia que saem da fonte são compostos de 4 fios: os dois fios pretos
centrais são os neutros, enquanto que o amarelo oferece 12 volts e o vermelho 5. Caso

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você opte por utilizar exaustores de fonte, deverá ligar seus fios em um dos fios
neutros e no de amarelo de 12v.

Caso, por engano, você ligue um dos fios do exaustor na saída de 5 volts, não haverá
problema nenhum, apenas o ventilador irá girar a uma velocidade menor. Usando
ventiladores específicos você não enfrentará este inconveniente, já que eles podem ser
ligados diretamente nos plugs de energia.

Todos os gabinetes possuem uma entrada de ar em sua parte frontal, onde podemos
encaixar o primeiro exaustor. Geralmente o gabinete não possui a furacão adequada
para parafusarmos o exaustor, mas isso não chega a ser um obstáculo: basta usar a
criatividade para fixar o exaustor de algum modo. Vale usar pistolas de cola quente,
fita isolante, super-bonder, o que a sua imaginação mandar.

A colocação do primeiro exaustor na abertura frontal do gabinete já é capaz de


diminuir de forma notável a temperatura do processador, sendo suficiente na maioria
dos casos. Caso você tenha ficado empolgado e pretenda melhorar ainda mais a
ventilação, pode colocar também um segundo exaustor na parte inferior do gabinete,
jogando ar frio sobre o processador.

Neste caso você poderá usar pedaços de borracha ou algum outro apoio para que o ar
possa ser puxado pelo exaustor sem obstáculos. Uma dica é colocar o exaustor um
pouco inclinado na direção do processador, fazendo com que o ar frio seja borrifado
diretamente sobre ele.

Combinado com o exaustor na abertura da fonte, este segundo ventilador é capaz de


manter sob controle a temperatura do processador mesmo em overclocks agressivos.

Para melhorar mais um pouco a ventilação, você pode encaixar também um terceiro
exaustor, agora com a função de jogar o ar quente para cima, auxiliando o ventilador
da fonte a expulsar o ar quente para fora do gabinete.

Este terceiro exaustor pode ser colocado sob a baia do disco rígido, aproveitando a
abertura que lá existe para jogar o ar para cima, incrementando o trabalho dos outros
dois e de quebra jogando ar frio sobre o disco rígido, ajudando a resfria-lo também.
Novamente podemos recorrer a pedaços de borracha ou algum outro apoio para manter
o ventilador distante o bastante da chapa de metal para o ar circular sem obstáculos.

Você não precisa usar todos estes exaustores, apenas um é mais do que suficiente na
grande maioria dos casos. Você só precisará usar dois ou três exaustores caso pretenda
fazer overclocks muito agressivos ou se deseja resfriar ao máximo seu equipamento.

COOLERS COMPOSTOS

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Mais um improviso que pode ser feito com o objetivo de resfriar o processador é fixar
um segundo ou mesmo um terceiro ventilador sobre o cooler. Assim, o ar será jogado
com uma pressão um pouco maior sobre a chapa de metal, ajudando a diminuir uma
pouco mais a temperatura do processador. Para isto, basta que você compre dois ou
três coolers iguais, fixe um normalmente sobre o processador, fixando o ventilador do
segundo sobre o primeiro, usando fita adesiva, cola quente, ou algum outro tipo de
cola.

Mais uma idéia seria comprar um exaustor pequeno, um pouco maior do que a chapa
de metal do cooler e usa-lo no lugar do ventilador tradicional, o que também
aumentaria o poder de resfriamento do cooler. Para prender este exaustor você poderia
usar um pouco de cola quente ou super-bonder.

Ao usar vários exaustores e coolers, tome apenas cuidado para não exceder o
fornecimento de energia da fonte de alimentação. Caso você já tenha muitos
periféricos instalados no micro, e pretenda usar vários exaustores, é recomendável usar
também uma fonte de pelo menos 300 Watts.

Dicas

Para verificar se realmente o processador está funcionando mais rápido, basta observar
a velocidade indicada pelo BIOS durante o Post, logo após a contagem de memória.

Como já vimos, a grande maioria dos processadores em uso, principalmente os Intel


não aceitam que seja aumentado seu multiplicador. Um Celeron de 266 MHz por
exemplo funciona com BUS de 66 MHz e multiplicador de 4x. Se você tentar
aumentar o multiplicador para 4,5x, durante a inicialização continuará a ser mostrado
que o processador está funcionando a 266 MHz, por que realmente a mudança não
surtiu nenhum efeito.

Se por outro lado você tentar aumentar o multiplicador de um Pentium 200 para 3,5x,
durante a inicialização misteriosamente será apresentado que seu processador está
funcionando a míseros 100 MHz. Isto acontece por que os chipsets FX, VX, TX e HX
que são usados no Pentium e no Pentium MMX, assim como chipsets equivalentes de
outros fabricantes, são capazes de sinalizar multiplicadores de até 3x.

Para permitir que o 233 MMX fosse compatível com placas equipadas com estes
chipsets, a Intel usou uma pequena esperteza: o multiplicador de 1,5x oferecido pela
placa é entendido pelo processador como 3,5x, permitindo que o processador opere a
233 MHz. Um Pentium comum de 200 MHz por sua vez entende este multiplicador
como 1,5x e por isso passa a trabalhar a apenas 100 MHz.

Simplesmente alterar a velocidade de operação não oferece perigo de nenhum dano


instantâneo ao seu processador. Você pode tentar várias combinações de clock e
multiplicador para descobrir quais velocidades seu processador aceita. Danos podem
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surgir apenas com o uso prolongado de um processador que está superaquecendo ou


caso você aumente a voltagem.

Vida útil

Caso o processador apresente um aquecimento muito acima do normal, sua vida útil
será abreviada. Normalmente um processador costuma durar entre 10 e 20 anos,
dependendo das condições de operação. Um processador com um aquecimento muito
acima do normal pode durar menos de um quinto desse tempo. Muitos consideram isto
sem importância, alegando que de qualquer forma daqui a um ou dois anos o
processador estará completamente obsoleto de qualquer forma. Mas o bom senso
recomenda que se invista em uma refrigeração mais adequada do processador, se não
para aumentar sua vida útil, para aumentar a estabilidade do equipamento.

Caso seu processador não aqueça muito acima do normal, então não precisa se
preocupar com sua vida útil, pois com certeza será de pelo menos 5 ou 6 anos.

Solucionando problemas

Ao tentar uma freqüência de operação muito acima do normal, pode ser que o
computador simplesmente não dê nenhum sinal de vida. Não se desespere e volte à
freqüência original que tudo voltará a funcionar.

Caso o computador chegue a ligar, mas trave durante o carregamento do sistema


operacional, é sinal de mau funcionamento da memória RAM ou cache; este problema
acontece quando aumentamos a velocidade do barramento. Experimente ir no Setup e
subir ao máximo seus tempos de espera. Assim, as memórias poderão trabalhar um
pouco mais devagar, o que compensará a maior velocidade de operação da placa mãe.

Caso o sistema operacional chegue a carregar, mas o computador comece a travar após
alguns minutos de operação, é sinal de superaquecimento do processador. A única
solução neste caso é melhorar ao máximo sua ventilação. Vale à pena também usar um
pouquinho de pasta térmica. Caso você tenha aumentado muito a velocidade do
barramento é possível também que os travamentos estejam sendo causados pela placa
de vídeo. Neste caso, a solução seria um pouco mais complicada, restando apenas
trocar a placa de vídeo por alguma outra que suporte o barramento mais alto.

Os processadores de algumas placas 3D, da mesma maneira que o processador


principal, às vezes também apresentam superaquecimento quando obrigados a
trabalhar mais rápido, o que faz o computador travar depois de alguns poucos minutos
rodando algum jogo ou aplicativo tridimensional. Caso mesmo assim você não
pretenda desistir do overclock, a única solução será usar algum tipo de improviso para
fixar um cooler sobre o processador da placa de vídeo.

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Meus dois centavos

Com o advento da Internet, tornou-se possível encontrar com relativa facilidade uma
grande variedade de informações. Alguém que tem alguma informação que julgue
interessante, pode torna-la pública sem gastar nada. Há dois anos atrás, quase não se
ouvia falar sobre overclock, mas atualmente este é um dos assuntos preferidos nas
rodas de micreiros.

Na verdade, o overclock está se tornando atualmente uma espécie de esporte para


muitos. Neste caso, não interessa muito a estabilidade do computador, ou mesmo se a
performance vai realmente aumentar, mas simplesmente a satisfação de conseguir
fazer o processador trabalhar o mais rápido possível.

Certa vez recebi uma mensagem de um amigo que estava simplesmente radiante por
conseguir rodar um Celeron Mendocino de 300 MHz a 504 MHz. Achei engraçada a
maneira como ele relatou que para isso teve que desabilitar o cache L2 do processador,
e aumentar a voltagem para 2,5V, e como tinha morrido de medo de queimar o
processador com o aumento da voltagem. Claro que depois de algumas tentativas
frustradas de conseguir pelo menos inicializar o Windows e com medo de danificar o
processador, ele baixou a freqüência para 450 MHz e a voltagem para 2,2 V, mas
agora com um imenso sorriso de satisfação no rosto.

A minha conclusão é que o overclock é uma técnica bastante interessante, mas que
deve ser usada com moderação em computadores de trabalho ou que guardem
informações importantes. É muito interessante fazer experiências para ver até onde
conseguimos fazer o sistema funcionar com estabilidade, mas pode ser arriscado fazer
isso se você depende da máquina.

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Capítulo 14:
FAQ - Perguntas freqüentes

Possuo algumas dúvidas quanto ao aquecimento do meu processador. Possuo um


Pentium 200 MMX com 32 de RAM e 512Kb de Cache. Verifiquei que um canto
do gabinete esquenta bastante, e pensei que poderia ser o processador. Gostaria
de saber se isso explica vários travamentos que vem ocorrendo quando uso
programas pesados como Auto CAD ou abro muitas coisas simultaneamente. O
uso de pasta térmica resolveria o problema de superaquecimento?

Acho difícil "esse canto do gabinete" esquentando ser o processador, um processador


nunca esquenta tanto assim. Provavelmente é o HD ou mesmo a fonte. Para ver se o
processador está esquentando demais, você terá que abrir o gabinete. Faça o teste do
dedo: use o micro por algumas horas, até que aconteça um travamento e em seguida
desligue e abra o gabinete rapidamente, retire o cooler e encoste um dos dedos no
processador (descarregue a estática antes). Se conseguir manter o dedo lá por 10
segundos sem queimar, então a temperatura estará normal. (Caso seja constatado
superaquecimento, utilize algumas das dicas do capítulo sobre overclock para
melhorar a ventilação do processador).

Os processadores Pentium MMX não costumam aquecer muito, mesmo quando em


overclock, a não ser que o cooler esteja com problemas. Acredito que estes
travamentos estão sendo causados por problemas com a memória RAM ou cache L2. É
impressionante a variedade de problemas que podem ser ocasionados por memórias
defeituosas. Experimente desativar temporariamente o cache L2 para verificar se o
problema não é com ele e testar outros módulos de memória. Pode ser também que os
problemas estejam sendo causados por uma configuração muito agressiva do Setup, se
for o caso, a solução seria carregar os valores default.

Claro que não estão totalmente descartados problemas com o sistema operacional.
Neste caso, o diagnóstico é um pouco mais difícil, mas você poderia optar por uma
reinstalação do Windows.

Assim como tantos outros usuários, tenho interesse em fazer overclock, porém
minha máquina é um K6 II 350MHz. Como faço para conseguir um overclock
nesse processador? É viável? Que combinação de BUS, multiplicador e voltagem
poderia ser usada? A sua configuração é: placa mãe Asus P5A-B, memórias
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SDRAM PC-100, HD de 4.3Gb Quantum e placa de vídeo Viper V330 AGP 4MB.
Estou usando o Windows 98

Você poderia começar tentando aumentar o multiplicador do seu K6-2 para 4x,
mantendo o BUS em 100 MHz, o que resultaria em 400 MHz. Uma vantagem dos
processadores AMD sobre os Intel, é o fato de não possuírem o multiplicador travado,
permitindo que tentemos qualquer combinação possível de BUS e multiplicador.
Apesar dos processadores AMD geralmente não serem muito overclocáveis, existe
uma possibilidade razoável de seu processador trabalhar bem a 400 MHz, desde que
você o ventile bem <maiores informações sobre como melhorar a ventilação no
capítulo 18>. Caso não dê certo, o jeito seria se conformar com 3,5x 103 MHz, o que
resultaria em 361 MHz.

Mensagem 2:

Obrigado pela atenção, suas dicas foram seguidas à risca, porém não obtive
muito sucesso Na primeira hipótese que mencionou, (multiplicador 4x e BUS
100), o Windows entrou, rodou alguns aplicativos, mas a máquina travou
rodando o Fifa99.

Parece que o problema foi de superaquecimento. Como disse, para conseguir fazer o
K6-2 350 funcionar bem a 400 MHz, é preciso uma boa ventilação sobre o
processador. Tente colocar dois exaustores de fonte dentro do gabinete (como é
explicado no capítulo sobre overclock), e passar um pouco de pasta térmica entre o
processador e o cooler. Você também poderia tentar aumentar a voltagem do
processador de 2,2 para 2,3v, o que ajudaria a compensar a perda de condutividade
causada pelo maior aquecimento, mas não aumente acima de 2,3v.

Na segunda dica, (3x e BUS 103), observei que a minha placa mãe não configura a
freqüência do BUS em 103, pelo menos o manual não indicava esse valor. Tentei
então 105 MHz, mas o computador travou antes de carregar Windows

Agora o problema foi com as memórias. Como foi aumentada a velocidade do


barramento, as memórias também estão sendo obrigadas a trabalhar mais rapidamente.
Nem todas as memórias PC-100 funcionam estavelmente acima de 100 MHz, mas se
sua placa mãe possuir uma opção para configurar o #CAS da memória, experimente
configurar a opção com o valor 3. Muito provavelmente com esta alteração as
memórias passarão a funcionar bem a 105 MHz.

Estava para comprar um Celeron A de 300 MHz para fazer o overclock para 450
MHz, mas vi que já saíram as versões de 366 e 400 MHz do Celeron A. Seria
possível overclocar estes processadores para 550 e 600 MHz?

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Na verdade, as versões de 300, 333, 366 e 400 MHz do Celeron são rigorosamente o
mesmo processador, mudando apenas o multiplicador de clock, que é de 4,5x no
Celeron 300, 5x no 333, 5,5x no 366 e 6x no 400.

O Celeron de 300 MHz roda sem problemas a 450 MHz (4,5x 100) e, com uma
excelente ventilação, aumento da voltagem e um pouco de sorte, é possível faze-lo
trabalhar a 504 MHz (4,5x 112) com alguma estabilidade. Podemos então afirmar que
o limite de overclock para o Celeron A gira em torno de 500 MHz.

Como já sabemos, o multiplicador de todos os processadores atuais da Intel é travado


também para baixo, ou seja, além de não podermos aumentar o multiplicador do
processador também não podemos diminuí-lo. Isso dificulta bastante o overclock no
Celeron 366 e 400, pois não é possível fazer estes processadores funcionarem com um
mínimo de estabilidade a 550 e 600 MHz. Sobra então tentar overcloca-los usando
barramento de 75 ou 83 MHz, resultando em 412 (5,5x 75), 450 (6x 75), 456 (5,5x 83)
e com um pouco de sorte, 498 (6x 83). De qualquer maneira, se sua idéia é fazer
overclock, eu recomendo o 300 A, pois ele possui a mesma overclocabilidade dos
outros e custa mais barato. Apesar do Celeron A de 300 MHz já ter saído de linha a
algum tempo, ainda é possível encontra-lo à venda por bons preços, desde que você
tenha um pouco de paciência.

Colaboradores de alguns sites estrangeiros afirmam ter conseguido rodar o Celeron


366 a 550 MHz, porém, sempre com ventilação especial e sem muita estabilidade.
Fora os boatos, ainda não vi nenhum caso de um Celeron 400 rodando a 600 MHz.

Me disseram que é impossível ter Multitarefa em uma maquina com apenas um


processador. Isso é verdade ou não?

Depende do ponto de vista. Realmente é impossível um único processador executar


mais de uma tarefa num mesmo pulso de clock, porém, ele pode executar duas ou mais
tarefas dando atenção para uma de cada vez, ou seja, durante 100 pulsos de clock por
exemplo, ele poderia executar a atividade A, e durante mais 100 a atividade B,
novamente para a tarefa A no 201º ciclo e assim por diante. As duas estão sendo
executadas ao mesmo tempo, porém não no mesmo pulso de clock, esta é a multitarefa
que temos no Windows 95/98, por exemplo. Já em maquinas com vários
processadores, cada um pode ficar encarregado de uma tarefa.

Tenho um Pentium 200 MMX que estava com overclock de barramento para 75
MHz, rodando a 225 MHz. Estava funcionando sem problemas, mas um amigo
me disse que eu poderia queimar os pentes de memória com isso e acabei
voltando para 66 MHz. As memórias podem realmente queimar?

De modo algum, isso é apenas mais um mito como tantos outros. Aumentando o
barramento para 75 MHz, as memórias serão forçadas a trabalhar mais rápido, isto é
um fato, porém isto não traz a possibilidade de queima dos pentes. O que poderia

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acontecer seria suas memórias não conseguirem trabalhar com BUS de 75 MHz, mas
de qualquer maneira não haveria a possibilidade de danifica-las. Vale lembrar que
várias versões dos processadores 6x86 da Cyrix usam barramento de 75 MHz.

Fiz um overclock em um 166 MMX in-a-box e queria saber qual a frequência do


processador que deveria ser mostrada durante a inicialização. No meu caso, está
sendo mostrado “Pentium MMX at 100 MHz” ou então “Pentium MMX at 133
MHz” dependendo da configuração dos jumpers. Isso é normal ?

Se você fizer um overclock bem sucedido, será mostrada durante a inicialização a


frequência obtida. Se você conseguir overclocar este 200 MMX para 225 por exemplo,
será mostrada durante a inicialização a mensagem "Pentium MMX at 225 MHz". Se
está aparecendo 133 ou 166, é por que o processador realmente está funcionando à
estas velocidades, ou seja, mais lento que o normal.

Isso acontece por que o seu MMX possui seu multiplicador travado, e por isso não
aceita trabalhar com um multiplicador maior do que 2,5x. Neste caso, quando você
muda os jumpers para tentar sinalizar um multiplicador maior, ele entende como 1,5x
ou 2x, funcionando realmente à essa velocidade. No seu caso, a única maneira de fazer
overclock seria aumentar a velocidade do barramento para 75 ou 83 MHz, mantendo o
multiplicador em 2,5x.

Consegui overclocar meu 200 MMX para 249 MHz, aumentando a velocidade do
barramento de 66 para 83 MHz. Porém, quando vou rodar qualquer jogo
tridimensional, o computador trava depois de poucos minutos. Isso só acontece
nos jogos; rodando qualquer outro programa o computador funciona
normalmente. A configuração do meu micro é: processador 200 MMX, placa mãe
TX-Pro II, 32 MB de memória EDO, HD de 3,2 Quantum e placa de vídeo Viper
V330 PCI. O que pode estar acontecendo? Eu já reduzi ao máximo a velocidade
de operação das memórias e do cache L2 no Setup, e apesar dos problemas, o
micro virou um avião! :-)

Com certeza seu problema está relacionado à placa de vídeo. O seu micro está
travando apenas nos jogos 3D, pois é neles que a placa de vídeo é mais exigida, e
como o micro trava apenas depois de alguns minutos rodando jogos, eu acredito que o
problema seja de superaquecimento do processador da placa de vídeo.

Ao contrário da maioria das placas 2D, as placas com funções 3D costumam aquecer
bastante. No seu caso temos um agravante, pois devido ao aumento da velocidade do
barramento, a placa está sendo obrigada a trabalhar a 83 MHz, 25% acima da sua
velocidade normal. Quando você está trabalhando em aplicativos, a placa é pouco
exigida, e não existe problema. Ao rodar jogos porém, a placa é obrigada demonstrar
todo o seu potencial, acabando o processador da placa de vídeo aquecendo demais e
travando.

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É um pouco difícil manter o micro rodando estavelmente com barramento de 83 MHz,


principalmente com uma placa mãe de baixa qualidade como a sua. Eu recomendaria
que você baixasse o barramento para 75 MHz, o que provavelmente resolveria seu
problema, sem que para isso você tivesse que desistir completamente do overclock.

Se você pretende insistir no BUS de 83 MHz, você teria que tentar refrigerar o
processador Riva da sua Viper de algum modo. Alguns amigos conseguiram isso
fixando um cooler de 486 sobre ele, usando um pouco de pasta térmica e barbantes. Se
você gostou da ideia, não tente usar super-bonder para fixar o cooler, pois por ser
muito corrosivo ele poderia danificar as áreas onde o chip é soldado na placa, além de
não oferecer uma boa dissipação de calor. Eu não recomendo fazer este tipo de
gambiarra, mas como não existem riscos de danos ao equipamento, você poderia até
tentar.

Se você possuir um cartão de crédito internacional, poderá adquirir uma solução


pronta para resfriar o seu Riva no endereço http://www.tennmax.com/ . Além de
coolers para placas de vídeo, você encontrará à venda vários tipos de coolers especiais
para processadores e até mesmo chipsets. Um achado para os fãs do overclock

Estou usando um Pentium II 300 instalado sobre uma placa mãe Asus P2B que
utiliza o chipset i440BX suportando BUS de 100 MHz. Me disseram que se eu
configurasse o processador como 3x 100 ao invés do 4,5x 66 que estou utilizando,
o desempenho de minha máquina subiria bastante, apesar do processador estar
rodando nos mesmos 300 MHz, isto procede?

Procede sim. Aumentando o BUS de 66 para 100 MHz, a memória RAM do seu micro
passará a funcionar mais rápido, fazendo com que, apesar do clock do processador
continuar sendo o mesmo, o desempenho seja um pouco superior. Note que para
utilizar o BUS de 100 MHz, você deverá estar utilizando memórias PC-100.

O ganho de performance trazido por este artificio de aumentar o barramento de 66 para


100 MHz, é mais perceptível em micros equipados com o K6-2 de 300 MHz, pois
neste caso, ao aumentar a velocidade do barramento para 100 MHz, além da memória
RAM, a memória cache passa a trabalhar mais rapidamente, aumentando o
desempenho em quase 20%. No caso do Pentium II, o ganho será mais modesto, pois
como a velocidade da memória cache é fixa em metade do clock do processador,
somente a memória RAM ficará mais rápida, resultando num ganho de performance
em torno de 4%

Tentei “overclocar” o meu Celeron de 266 MHz para 300, 333 e em seguida para
366 aumentando o multiplicador de 4x para 4,5x, 5x e 5,5x (o máximo permitido
pela minha placa mãe) mas apesar de tudo funcionar normalmente em qualquer
destas velocidades, não notei nenhuma melhora na performance. Rodei alguns
programas de benchmark para tirar a prova e os resultados são idênticos com ou

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sem o overclock. Em qualquer velocidade durante a inicialização é mostrado


“Pentium Celeron at 266 MHz”, isto é normal?

O Celeron, assim como todos os processadores Intel apartir do MMX possui seu
multiplicador travado, o que impede o overclock através do aumento do multiplicador.
No seu caso, não houve nenhum ganho de performance pois o processador jamais
passou dos 266 MHz originais, o que foi mostrado inclusive durante a inicialização. Só
é possível o overclock através do aumento do multiplicador em processadores AMD
ou Cyrix, pois neles o multiplicador não é travado como nos Intel.

O único meio de overclocar este processador seria através do aumento da velocidade


do barramento. Verifique se a sua placa mãe permite velocidades de barramento
superiores a 66 MHz. Usando uma placa mãe que suporte BUS de 100 MHz você
poderá fazer este Celeron funcionar a 400 MHz sem maiores problemas.

Possuo uma placa mãe Asus com chipset i430VX, que, segundo o manual, suporta
até o Pentium 200. Atualmente estou usando um Pentium 166, mas gostaria de
fazer upgrade para um 233 MMX, neste caso teria que trocar também a placa
mãe?

As instruções MMX são apenas software. Isto significa que qualquer placa mãe capaz
de trabalhar com o Pentium comum, pelo menos teoricamente, poderia trabalhar
também com o MMX. O problema fica por conta da voltagem. Muitas placas mais
antigas não são capazes de fornecer os 2,8 V utilizados pelo MMX, e instalar um
MMX numa placa mãe configurada para fornecer 3,3 ou 3,5 V causaria
superaquecimento e instabilidade, podendo inclusive danificar o processador

Verifique no manual da placa, se existe suporte à voltagem de 2,8 V utilizada pelo


MMX. Caso afirmativo, você poderá instalar o 233 MMX sem problemas, bastando
setar a velocidade do barramento para 66 MHz e o multiplicador para 1,5x (que é
entendido como 3,5x por este processador). Verifique também se existe um jumper
chamado "CPU Type Jumper". Caso exista, ele deve ser configurado como P55C.

Comprei uma placa mãe usada de um amigo, na qual espetei um processador


Pentium 133 que estava encostado, para montar um segundo micro. Dando uma
fuçada no Setup, percebi que o cache L2 estava desabilitado. Ao habilitá-lo,
porém, começaram a surgir muitos travamentos no Windows. Existe alguma
coisa a fazer ou terei que me conformar em usar o computador com o cache L2
desabilitado? (está muito lento!)

Muitas vezes, o cache L2 passa a apresentar problemas de funcionamento quando o


obrigamos a trabalhar numa frequência muito alta. Experimente entrar no Setup e
reativar o cache L2, porém, diminuindo sua frequência de operação através da opção
“Cache Timing” ou “Cache Read Cycle” encontrada na sessão “Chipset Features

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Setup”. Com esse refresco, existe uma boa possibilidade do cache voltar a funcionar
normalmente.

Se esta placa mãe usar módulos Coast de memória cache, experimente retirar o
módulo, limpar seus contatos usando uma borracha de escola (daquelas plásticas, de
vinil) e recolocá-lo cuidadosamente na placa mãe. Em alguns casos, o problema é
apenas mau-contato.

Estou pretendendo trocar meu processador 233 MMX por um K6-2 de 300 MHz.
Gostaria de saber se é possível trocar apenas o processador neste upgrade ou se
terei que trocar também minha placa mãe.

O K6-2 de 300 MHz utiliza voltagem de 2,2 V e pode ser configurado para utilizar
barramento de 100 MHz e multiplicador de 3x, ou barramento de 66 MHz e
multiplicador de 4,5x. Placas mais antigas possuem apenas dois jumpers para sinalizar
o multiplicador para o processador, o BF0 e o BF1, o que permite a sinalização de
multiplicadores de até 3x. Para multiplicadores maiores, é necessário mais um jumper,
chamado BF2, encontrado apenas em placas mais recentes. Muito provavelmente a sua
placa mãe não possui estes recursos, o que torna necessária sua troca para a instalação
do K6-2 300 ou superiores, assim como do K6 comum de 266 MHz, que também
utiliza uma voltagem mais baixa,

É verdade que a placa mãe Abit BX6 é incompatível com o Celeron A?

Não é que a placa seja incompatível, apenas o BIOS desta placa não está preparado
para trabalhar com o Celeron A, sendo necessário uma atualização através de um
upgrade de BIOS. Você precisará de dois arquivos, o AWDFLASH.EXE, que é o
programa encarregado de fazer a regravação do BIOS, e o BX6EG.EXE, que é o
arquivo binário a ser gravado, baixado na forma de um arquivo auto-descompactável.
Ambos os arquivos podem ser baixados pela Internet:

o AWDFLASH.EXE no endereço: http://www.abit-usa.com/html/loadut.htm

o BX6EG.EXE no endereço: http://www.abit-usa.com/html/bios/bx6/bx6eg.exe

De posse dos arquivos, crie um diretório chamado BIOS em seu disco rígido, e copie
ambos os arquivos para ele. Em seguida, execute o arquivo BX6EG.EXE para que ele
se auto descompacte, transformando-se no arquivo Bx6_eg.bin.

Reinicie o computador em modo MS-DOS, pressionando F8 quando surgir a


mensagem "Iniciando o Windows 95 (98)" e escolhendo a opção "Iniciar em modo
somente prompt do modo de segurança" ou dando um boot limpo via disquete. Acesse
o diretório BIOS onde estão gravados os arquivos de atualização com o comando CD
BIOS . O comando para executar o programa atualizador é:

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AWDFLASH bx6_eg.bin /py /cc /sn

A atualização levará cerca de 30 segundos, e após seu término, você deverá


reconfigurar todas as opções do Setup.
Jamais tente fazer a regravação do BIOS através do Windows, caso contrário, o
upgrade de BIOS será mal sucedido e você poderá danificar sua placa mãe apagando o
BIOS.

O maior problema em fazer o upgrade de BIOS desta placa, é que antes da atualização,
ela simplesmente não funciona em conjunto com o Celeron A. Você precisará arrumar
um processador Pentium II ou um Celeron sem cache para inicializar o micro e
conseguir realizar o upgrade de BIOS. Me parece que apenas uma série das placas
BX6 vieram com este problema, outras de fabricação mais recentes já vêem com o
BIOS atualizado. De qualquer forma, é melhor a compra de outra placa mãe, ou então
do modelo mais recente da Abit, o BH6, a fim de evitar qualquer transtorno. Muitos
revendedores mais informados também estão corrigindo este problema, realizando eles
mesmos o upgrade de BIOS destas placas, antes de vendê-las aos clientes.

Possuo um micro equipado com uma placa mãe Asus P2B. O problema é que
contraí o maldito vírus CIH pois, pelo que percebi, apagou o BIOS da minha
placa mãe. Existe alguma maneira de contornar o problema sem precisar trocar
toda a placa mãe? Já estou há quase uma semana sem poder usar o computador.

O Vírus CIH, também conhecido como Spacefiller e Chernobil, é talvez o vírus mais
perigoso existente atualmente, pois além de formatar o disco rígido, causando perda de
dados, é capaz de apagar o conteúdo da memória flash onde o BIOS da placa mãe fica
gravado. Sem o BIOS, a placa mãe se torna inútil.

Felizmente, mesmo que o vírus já tenha entrado em ação, e o estrago já tenha sido
feito, é possível contornar a situação e regravar o BIOS. As dicas a seguir podem ser
usadas também caso o BIOS da placa mãe tenha sido danificado por um upgrade de
BIOS mal sucedido.

A primeira coisa a fazer é ir até o site do fabricante da placa mãe na Internet, e baixar
os arquivos necessários para fazer um upgrade de BIOS, pois os usaremos para
regravar o BIOS da placa mãe danificada. No seu caso você poderá conseguir o
upgrade para a sua Asus P2B no endereço:

http://www.asus.com/downloads/BIOS/P2B-BIOS.asp

Nesta mesma página, você também encontrará instruções de como executar o


programa.

Upgrades para BIOS de outras placas podem ser conseguidos sem dificuldades no
Wim's BIOS Page, um ótimo site sobre upgrade de BIOS, com links para praticamente

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todos os fabricantes de placas mãe do mundo, além de várias dicas, disponíveis no


endereço: http://www.ping.be/bios/

A maioria das placas atuais, apesar de permitirem a alteração do conteúdo do BIOS,


trazem as rotinas básicas (que presume-se que não precisarão ser alteradas) gravadas
em memória ROM. Neste caso, mesmo depois de um upgrade mal sucedido, ou de um
ataque do Chernobil, ainda sobraria esta porção do BIOS gravada em ROM.

Apesar de tratar-se apenas de algumas rotinas mais básicas, temos o suficiente para
inicializar o micro e regravar o BIOS titular. Você precisará de uma placa de vídeo
ISA, pois este “BIOS de reserva” não é capaz de usar um placa de vídeo PCI.
Instalando a placa de vídeo ISA, você deverá ser capaz de inicializar a máquina, dar
um boot via disquete (apesar das mensagens de erro que irão surgir) e, regravar o
BIOS danificado.

Se a primeira tentativa não deu certo, existe mais uma possibilidade, bem mais
arriscada, para conseguir a regravação: tente conseguir uma placa mãe do mesmo
modelo que a sua, que esteja com o BIOS funcionando normalmente e troque o BIOS
danificado da sua placa mãe pelo desta segunda placa. Inicialize o micro, e com o
computador ligado, troque o BIOS da placa boa pelo seu que está danificado e execute
o programa de gravação do BIOS. Isto irá regravar o BIOS da sua placa e deverá
solucionar o seu problema. Agora é só devolver o BIOS da outra placa.

Para remover o BIOS você pode usar uma chave de fenda pequena, mas tenha muito
cuidado. Não encoste em nenhum dos contatos metálicos e tome cuidado ao remover
para não entorta-los.

Após restabelecer o BIOS, use um antivírus atualizado para eliminar o CIH que ainda
estará gravado em seu disco rígido. Uma boa pedida é o AVP, que pode ser
conseguido em http://www.avp.com . Outra opção seria o bom e velho Virus Scan.

Existe também uma maneira indireta de barrar a ação do CIH, que consiste em
desabilitar a possibilidade de regravação do BIOS. Em algumas placas mãe isto é feito
mudando a posição do jumper "Flash ROM Voltage Selector" e em outras,
desabilitando a opção "BIOS Update", encontrada no Setup.

A bateria do CMOS de minha placa mãe (o meu micro é um 486 “meio antigo”)
fica dentro de uma caixinha preta, um pouco maior que uma pilha pequena, que
é ligada à placa mãe por um fio. Estou precisando trocar a bateria, mas não achei
nada parecido à venda.

Muitas placas mãe mais antigas usam este tipo de bateria para o CMOS, que nada mais
é do que uma pilha de 3 volts dentro de uma caixa plástica, ligada à um conector na
placa mãe por um fio. Basta abrir a caixinha e trocar a bateria que está dentro. Você
poderia improvisar com duas pilhas pequenas (a solução mais barata) ou então usar
uma bateria de 3 volts para máquinas fotográficas, que você acha em fotóticas.

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Hardware, Manual Completo – © 2000 Carlos E. Morimoto (http://www.guiadohardware.net)

Existem vários modelos, alguns se encaixam dentro da caixa, bastará soltar os fios da
bateria antiga e prende-los (ou solda-los) na nova bateria. Estas baterias custam por
volta de 6 reais.

Tenho uma placa mãe VX-Pro, com 64 MB de memória EDO de 72 vias. Poderia
adicionar mais um pente 32 MB DIMM, habilitando o jumper para DIMM e
mantendo os meus 64 MB de memória EDO? O micro passaria a ter 96 MB.

Na maioria dos casos, a mistura de memórias de 168 com memórias de 72 vias pode
ser feita sem problemas. Antes de comprar os novos pentes, porém, você deve verificar
o número de bancos de memória, ocupados simultaneamente, suportados pela sua
placa mãe. Apesar de geralmente possuírem 4 soquetes para memórias de 72 pinos e 2
para memórias de 168 pinos, a maioria das placas suporta apenas 2 ou 3 bancos
ocupados ao mesmo tempo. Esta informação pode ser conseguida no manual da placa.
No seu caso, não haveria problemas, pois a sua VX-Pro suporta o uso de até 3 bancos
simultaneamente.

Vale lembrar também que as placas que usam soquete 7, com exceção das equipadas
com o chipset i430HX e das novas placas Super 7, são capazes de cachear apenas 64
Megabytes de memória RAM. Como o Windows 95/98 acessa a memória apartir do
final, o uso de mais de 64 MB de memória fará o desempenho do sistema cair em até
40% em aplicações normais, pois na maioria das situações será como se não houvesse
cache L2 algum instalado. O uso de mais de 64 MB só se justifica no caso do uso de
programas que façam uso de toda a RAM disponível, como editores de vídeos ou
programas pesados de imagem. Este problema não ocorre em computadores equipados
com processadores Pentium II, pois nesse caso, o controlador de cache está embutido
no próprio processador, sendo capaz de cachear até 512 MB ou 4 GB de memória,
dependendo da série do processador. Placas Super 7 também não possuem este
problema, cacheando 128 ou 256 Megabytes de memória, dependendo do chipset
usado.

Afinal, qual é a função da memória Tag?

A Tag RAM, é um tipo especial de memória, que tem a função de guardar os


endereços de memória RAM a serem cacheados. Quanto maior a quantidade de
memória RAM, maior terá que ser a quantidade de Tag RAM instalada, caso contrário,
apenas o início da memória RAM será coberta pelo cache. Mesmo uma quantidade
reduzida de memória cache é capaz de cachear uma quantidade gigantesca de memória
RAM, caso a Tag RAM instalada seja suficiente e o chipset seja capaz de cachear toda
a memória RAM. Claro que quanto menor a quantidade de cache instalado, menor será
a sua eficiência.

O que viria a ser BUS Mastering? Pra que serve?

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O BUS Mastering é um recurso suportado por algumas arquiteturas de barramento,


que permite que a controladora de discos instalada comunique-se diretamente com os
dispositivos, sem ocupar o processador. Um HD com os Drivers de BUS Mastering
seria capaz de acessar diretamente a memória, sem ter que recorrer ao processador, o
que além de melhorar o desempenho, não consumiria a CPU, que ficaria livre para
fazer outras tarefas. HDs UDMA utilizam o Ultra DMA, enquanto HDs Pio Mode 4
utilizam o Multiword DMA 2. Em ambos os casos, você deverá instalar os drivers de
BUS Mastering que acompanham sua placa mãe, a fim de ativar este recurso. O
Windows 98 já possui drivers de BUS Mastering para a grande maioria das placas
mãe, dispensando a instalação dos drivers do fabricante na maioria dos casos.

Em se tratando de discos rígidos, qual é a diferença entre o Multiword DMA 2 e o


UDMA? Como posso habilitá-los?

Tradicionalmente, o processador era quem comandava as transferências de dados do


disco rígido para a memória. Isto resultava em taxas de ocupação do processador que
podiam superar os 80% durante as transferências. Enquanto se copiava um arquivo de
um disco para outro por exemplo, era praticamente impossível trabalhar em outro
programa, pois tudo ficava muito lento. O tempo de carregamento dos programas
também era maior, pois o processador, além de ter o trabalho de abrir o programa,
tinha também que comandar a transferência dos arquivos necessários para a memória.

Para solucionar este problema, usamos o DMA (“Direct Memory Access” ou, “acesso
direto à memória”) para que o trabalho de comandar as transferências de dados seja
executada pelo chipset, deixando o processador livre para executar outras tarefas. O
Multiword DMA 2 é o DMA utilizado por HDs Pio Mode 4, suportado por todos os
chipsets apartir do i430FX. Para habilitá-lo, basta instalar os drivers apropriados.

No CD ou disquete que acompanha sua placa mãe, você encontrará o “BUS Master
IDE Driver” que deverá ser instalado. Feita a instalação, entre no gerenciador de
dispositivos que se encontra no painel de controle, e, a seguir, selecione o disco rígido,
acesse a guia de configurações e marque a opção DMA para ativá-lo. O Windows 98
já traz drivers de BUS Master para a maioria das placas mãe, dispensando, na maioria
dos casos, a instalação destes drivers.

O UMDA é o padrão atual para discos rígidos, permitindo taxas de transferências de


dados a 33 MB/s e implementando um DMA um pouco mais eficiente que o
Multiword DMA 2. Novamente, o Windows 98 traz os drivers necessários para o seu
funcionamento na maioria das placas. Caso você esteja usando o Windows 95, basta
instalar os drivers que vieram junto com a placa mãe.

Caso você tenha perdido o CD de drivers de sua placa, poderá encontrar os drivers na
Internet, no site do fabricante de sua placa mãe. Caso ela seja equipada com algum
chipset Intel, você poderá também usar os drivers genéricos fornecidos pela Intel, que
podem ser baixados apartir do site da Intel: http://intel.com/support/chipsets.

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Em http://www.ping.be/bios/ você pode baixar um programa chamado ctbios.exe que


identifica o fabricante de sua placa mãe e fornece o endereço de seu site na Internet.

Depois de um pouco de hesitação, finalmente resolvi montar eu mesmo meu novo


micro. Porém, estou com problemas para instalar o sistema operacional. Instalei
o HD como Master da IDE primária e o detectei através do BIOS, porém, ao dar
boot via disquete, não consigo acessar o HD: ele simplesmente não aparece, como
se não existisse disco algum instalado!

Você se esqueceu de uma etapa importante da montagem: o particionamento e a


formatação do disco rígido :-) Arrume um disco de boot do Windows 95 ou 98 e
depois de inicializar o computador através dele, execute o Fdisk, com o comando
A:\FDISK . Particione o disco a seu gosto, saia do programa e reinicie o computador.
Basta agora dar um novo boot através do disquete e usar o comando Format para
formatar seu disco e ele estará pronto para o uso. Caso você tenha criado mais de uma
partição, cada uma deverá ser formatada independentemente, com os comandos:
Format C: , Format D: , Format E: , etc.

Depois de cair no chão (escorregou ;-), meu HD passou a apresentar vários bad
clusters, já marcados como defeituosos pelo Scandisk. Um amigo me disse que eu
poderia instalar este disco em uma placa mãe de 386 ou 486, com a opção de HDD
Low Level Format e realizar a formatação física do disco rígido, que os bad
clusters sumiriam. Isto poderia realmente funcionar?

Esta opção de Low-Level Format, encontrada geralmente no Setup de placas mais


antigas, destina-se aos antigos discos padrão ST-506 e ST-412, anteriores aos discos
rígidos que usamos atualmente. Estes discos eram muito mais simples que os atuais, de
modo que a formatação física era feita pelo próprio usuário através do Setup.
Inclusive, estes discos precisavam ser periodicamente reformatados fisicamente,
devido ao problema de desalinhamento, causado pela expansão e contração da
superfície magnética e falta de precisão do motor de passo, usado para movimentar a
cabeça de leitura.

Nestes discos, a quantidade de setores por trilha, era a mesma tanto nas trilhas mais
externas, quanto nas internas (como nos disquetes) sendo muito fácil para o BIOS
determinar a posição correta das trilhas e setores no disco e realizar a formatação
física. A opção de Low Level Format é encontrada mesmo em algumas placas de 486
razoavelmente recentes, apenas com o objetivo manter compatibilidade com estes
discos obsoletos.

Os discos padrão IDE e SCSI atuais porém, usam um recurso chamado Zoned Bit
Recording, que permite uma divisão mais racional do espaço, permitindo que as trilhas
mais externas, que são mais longas possuam mais setores do que as mais internas.
Devido a este recurso é extremamente difícil determinar com precisão quantos setores
cada trilha possui para realizar a formatação física, pois isso varia de trilha para trilha.

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Os discos atuais também não possuem o problema de desalinhamento das trilhas


encontrado nos obsoletos discos ST, sendo desnecessária e completamente
desaconselhável qualquer tentativa de formatação física, pois muito dificilmente o
BIOS seria capaz de determinar com precisão a posição das trilhas e setores do disco, e
caso a formatação fosse executada com parâmetros errados, fatalmente o disco seria
inutilizado. Na maioria das vezes a formatação sequer é efetuada, sendo exibida uma
mensagem de erro.

Ao rodar algum utilitário de diagnóstico do disco rígido, como o Scandisk, que


acompanha o Windows 95 ou 98, são testados os setores do disco rígido, sendo os
danificados, marcados como defeituosos numa área reservada do disco chamada de
Defect Map, para que não sejam mais usados. Estes setores defeituosos são também
chamados de bad-clusters, ou bad-blocks.

Estes setores são marcados como defeituosos, justamente por apresentarem tendência à
corrupção dos dados gravados. Formatar fisicamente o disco rígido, no melhor dos
casos apenas apagaria o Defect Map, fazendo com que estes setores fossem novamente
vistos como bons pelo sistema operacional. Esta tentativa desesperada não
solucionaria o problema, simplesmente faria com que as áreas danificadas do disco,
antes marcadas, voltassem a ser utilizadas, o que fatalmente causaria corrupção nos
dados gravados no disco.

Ganhei um velho HD de 1,2 Gigabytes de presente de um amigo que fez upgrade


no computador. O problema é que quando rodei o Scandisk começaram a ser
marcados vários setores do disco como defeituosos. Pensei que o problema estava
resolvido, mas cada vez que rodo o Scandisk, novos setores defeituosos são
marcados, todos mais para o final do disco. O que posso fazer para gravar meus
dados neste disco com segurança?

Durante o manuseio ou transporte deste disco, deve ter havido algum choque que
danificou algumas áreas do disco magnético. Como parece que uma grande área do
disco foi afetada, o Scandisk está encontrando problemas para corrigir tudo.

Acontece que o Scandisk, antes de marcar um cluster como defeituoso, tenta recuperar
os dados gravados várias vezes. Se após estas tentativas o dado for recuperado, o
cluster não é marcado como defeituoso, pois considera-se que ele ainda pode gravar
dados. Rodando novamente o Scandisk, pode ser que este mesmo cluster, cujos dados
anteriormente haviam sido recuperados, falhe completamente após algumas tentativas,
sendo então marcado como defeituoso, o que parece estar acontecendo com você,
devido a haver uma grande área danificada no disco.

Neste caso, você poderia rodar o Scandisk várias vezes, até que não fossem
encontrados novos setores danificados (pode demorar um pouco :-) ou então,
particionar o disco de modo que a área danificada não seja usada. Esta última opção
ofereceria uma segurança maior, apesar de envolver a perda de uma parte da área útil
do disco:

301
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O seu disco, presumindo que tenha sido formatado com Fat 16, possui cerca de 38.000
clusters. Como os clusters danificados estão aparecendo apenas no final do disco, rode
o Scandisk mais uma vez, e verifique apartir de que cluster começam a aparecer
clusters danificados. Você não terá dificuldades para notar, pois na área danificada, o
teste de alguns clusters passará a demorar muito mais do que o normal, justamente
devido às varias tentativas de leituras feitas pelo Scandisk.

Pois bem, digamos que você verifique que os clusters danificados estão aparecendo
apartir do cluster 34.200, por exemplo. Você poderia então rodar o Fdisk, deletar a
partição atual do HD, e criar uma nova usando apenas 90% do espaço total do disco
(usando a Fat 16, 34.200 clusters correspondem a 90% do espaço total de um HD de
1,2 GB) deixando os 10% restantes, justamente a área danificada do disco sem uso.
Deste modo, somente a parte boa do disco será usada, e você não terá mais problemas
com bad clusters.

Em alguns casos, a área danificada fica logo no início do disco. Como o Fdisk só
permite criar partições apartir do inicio do disco, o jeito seria criar uma partição
englobando a área defeituosa (que não seria usada) e outra útil, englobando o restante
do disco. Outra solução, seria usar um programa formatador mais parrudo, que
oferecesse o recurso de criar uma partição apartir do final do disco. Uma boa opção
neste caso, seria o Partition Magic da Power Quest, www.powerquest.com.br

Tenho um Pentium MMX 233, com 64 MB de memória EDO, divididos em 2


pentes de 32 MB. Ganhei mais dois pentes de memória FPM de 8 MB cada. A
pergunta é a seguinte: posso usar os quatro pentes juntos no micro?

Apesar de não ser o ideal em termos de desempenho, que seria usar apenas memórias
EDO, você pode misturar as memórias sem problemas, obviamente que em bancos
diferentes. Ha algum tempo atrás, eu usei durante algum tempo, 2x 8 MB EDO -60 +
2x 4 MB FPM –70, em um micro, sem problemas.
Como estas memórias FPM devem ser -70 (70 nanos) e as EDO atuais -60 (sessenta
nanos), provavelmente você teria que aumentar um pouco os tempos de espera das
memórias no Setup. (Consulte o capítulo sobre configuração do CMOS Setup para
mais detalhes). Caso a placa mãe do seu micro use chipset i430VX, i430TX, i430FX,
ou equivalente de outro fabricante, não seria recomendável usar mais de 64 MB de
memória, pois como estes chipsets são capazes de cachear apenas 64 MB de memória,
haveria perda de desempenho.

Gostaria que saber qual a melhor solução para o problema de espaço no HD:
Usar a Fat 32 ou compactação? Qual das duas soluções é melhor indicada? Ouvi
dizer que a Fat 32 reduz um pouco o desempenho do computador em relação à
Fat 16. Caso positivo, teria vantagens em usar compactação normal com o
DriveSpace?

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O único jeito de acabar com a falta de espaço no HD é parar de usar o micro :-) Mas
falando sério, você pode obter uma boa economia de espaço usando a Fat 32, pois
devido ao melhor aproveitamento do espaço em disco, consegue-se uma diminuição do
espaço ocupado entre 15 e 40%, uma economia considerável. Devido ao maior número
de clusters a serem gerenciados pelo Sistema Operacional, entretanto, a velocidade de
acesso a disco cai um pouco, cerca de 3%, o que é imperceptível na prática de
qualquer forma.

Eu não recomendo o uso do DriveSpace atualmente, pois ele diminui bastante o


desempenho do disco e do sistema como um todo, pois o processador terá que, a todo
momento, descompactar arquivos provenientes do disco rígido antes de poder copiá-
los para a memória, e novamente compactar os dados antes de efetuar qualquer
gravação no disco, o que se soma a outros problemas, como a possibilidade muito
maior de perda de arquivos, e problemas de incompatibilidade. Vale lembrar que não é
possível compactar uma unidade de disco formatada usando a Fat 32.

Tenho um HD Quantum Fireball de 1.08 GB, e estou prestes a adquirir um


Quantum Fireball EX UDMA de 6.4 GB. Pretendo colocá-los juntos em um PII.
Minha duvida é se este HD de 1.08 GB, que é bem mais lento, irá influenciar na
performance do outro.

Você poderá usar os dois discos na mesma máquina, sem problema nenhum, porém,
para não degradar a performance do seu HD novo, deixe-o como Master da
controladora IDE primária, deixando o HD antigo na IDE secundária, junto com o CD-
ROM. Caso contrário, o Quantum EX teria que dividir o mesmo barramento de dados
com o seu HD antigo, causando uma pequena queda no desempenho.

Comprei um HD de 4.3 GB mas quando o formatei ele ficou somente com 3.9 GB. Por
que?

Um Kbyte tem 1024 bytes, um Megabyte tem 1024 Kbytes e um Gigabyte tem 1024
Megabytes. Acontece que os fabricantes costumam arredondar para 1000, a fim de
inchar o tamanho dos seus discos. Ou seja, o seu HD não tem 4,3 Gigabytes, mas sim
4.300.000.000 bytes, o que corresponde a pouco menos que 4.0 Gigabytes “de
verdade”.

Você conhece algum programa que permita fazer uma cópia integral de um HD
para o outro, inclusive com o sistema operacional? Comprei um HD maior e não
queria precisar reinstalar tudo que há no atual.

Instale o HD novo como Slave do HD principal, dê o boot e, dentro do Windows abra


o prompt do Dos e use o comando: XCOPY C:\*.* D:\ /E /C /H /K

É necessário fazer isso através do prompt do Dos dentro do Windows 95/98, pois,
dando o boot via disquete, não teríamos o suporte a nomes longos, fazendo com que

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todos os arquivos copiados para o novo HD ficassem com seus nomes cortados, como
em arquiv~1.

Fiz a façanha de ligar o cabo de força invertido no HD, ou seja, na entrada de 5


volts, entraram 12 volts, e na entrada de 12 volts, entraram 5 volts! Preciso
mesmo dos dados que estavam neste HD. Existe alguma forma de fazê-lo
funcionar de novo ?

No seu caso é “fácil”, você queimou a placa lógica do HD, porém seus dados
continuam intactos nos discos magnéticos. Você teria que sair procurando nos sucatões
de informática até encontrar a placa lógica de um HD igual ao seu para comprar. É um
pouco difícil de achar, mas se você encontrar terá o seu HD de volta, trocando a placa
lógica. Se o seu HD for razoavelmente novo, outra opção seria comprar um HD novo,
do mesmo modelo e capacidade, e usar sua placa lógica.

O que diferencia uma memória PC-100 de uma memória SDRAM 66? Ouvi dizer
que a única diferença seria o tempo de acesso, é verdade?

Teoricamente, qualquer memória SDRAM, com tempo de acesso de 10 nanos ou


menos, seria capaz de funcionar estavelmente com BUS de 100 MHz, já que com a
placa mãe funcionando a 100 MHz, temos 100.000.000 de ciclos por segundo, e 1
segundo / 100.000.000 = 10 nanossegundos. Seguindo esta linha de raciocínio, uma
memória SDRAM de 8 ns poderia funcionar estavelmente com BUS de até 125 MHz,
pois 1 seg. / 125.000.000 = 8 nanos enquanto memórias de 6 ns poderiam funcionar
com BUS de até 166 MHz, pois 1 seg / 166.000.000 = 6 ns.

Além do tempo de acesso porém, temos também o tempo de latência, em especial o


Cas Latency, que determina a capacidade da memória em fornecer dados em
sequência. Isto explica por que muitas memórias SDRAM de 10 ou até mesmo 8 ns
apresentam instabilidade ou falham completamente à 100 MHz, pois, apesar de
possuírem um tempo de acesso adequado, devido a um alto tempo de latência, não são
capazes de manter um fluxo estável de dados a altas velocidades, sendo vendidas como
memórias SDRAM de 66 MHz, apesar do baixo tempo de acesso.

Em geral, memórias com Cas Latency 3 e tempo de acesso de 10 ns funcionam bem a


até 100 MHz. Memórias com Cas Latency 3 e 8 ns funcionam bem a até 112 MHz, na
maioria dos casos, enquanto as com Cas Latency 2 e 6 ns costumam chegar a 133
MHz sem problemas.

Posso ligar um HD jumpeado como Master no conector Slave do cabo IDE?


Como este disco seria reconhecido pelo BIOS e pelo sistema operacional? Vi em
alguns manuais, que no caso de HDs UDMA, o comprimento do cabo flat não
poderia jamais ultrapassar 45 cm, caso contrário haveria perda de desempenho.

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Possuo alguns cabos IDE fora desta especificação, com cerca de 50 cm, e não
gostaria de abrir mão deles. Haveria problema em usá-los?

Não existe diferença em ligar o HD no conector do meio ou no conector da


extremidade do cabo IDE, pois o que determina se ele será Master ou Slave será a
configuração dos seus jumpers. O encaixe usado só determina alguma coisa quando os
jumpers dos discos estão na posição cable select, um padrão que exige um cabo IDE
especial e por isso quase não é usado.

Os 45 cm dos cabos IDE para HDs UDMA são apenas uma estimativa, que pode ser
alterada para mais ou para menos dependendo da quantidade de interferências do meio
ambiente. Geralmente não existe problema em usar cabos de 50 cm, desde que no
ambiente onde o micro esteja, não existam muitas fontes de interferências. De
qualquer maneira, seria preferível o uso de cabos mais curtos.

Meu PC é um 486DX4-100, tenho um pente de 16MB de RAM em um dos dois


encaixes de 72 pinos. Quanto tento colocar outro pente de memória com 4MB de
72 vias o computador dá o boot e roda normalmente aplicativos pra DOS, jogos,
etc. Mas ao tentar iniciar o Windows 95, ele emite um aviso de erro de memória e
trava, ou às vezes mostra a tela "O seu Computar já pode ser desligado com
segurança". O que posso fazer para o Windows rodar com mais estes 4MB de
RAM?

Ou o pente está avariado ou então está havendo algum tipo de incompatibilidade entre
os módulos. De qualquer modo, o problema é de hardware. Tente trocar este pente de
4 MB, ou então deixe com 16 MB mesmo: a diferença é bem pequena. O Windows é
mais exigente com a memória do que os aplicativos em DOS, além disso, ele acessa a
memória apartir do final, ou seja, primeiro ele iria acessar o pente de 4 MB, que está
instalado no segundo banco de memória, para somente depois que ele estiver
totalmente ocupado, passar a usar o pente de 16. Existindo algum problema com o
módulo de 4 MB, o Windows travaria logo na inicialização, exibindo uma mensagem
de erro com os endereços de memória que falharam. Caso você troque a posição dos
pentes, vai notar que o Windows inicializará normalmente, pois começará acessando o
pente de 16 MB.

Quando começar a usar outros aplicativos, o pente de 4 MB passará a ser usado e


novamente surgirão erros. Uma última possibilidade é que a maioria das placas para
processadores 486 não aceita memórias EDO, caso este seu pente de 4 MB seja EDO,
poderia ser esse o problema.

Deparei-me com uma situação interessante: montei um K6-II de 300 MHz com
HD de 4GB, multimídia e modem, em um gabinete AT, com fonte de 250W. O
micro ficava reinicializando sozinho e a vezes nem ligava. Troquei a fonte por
outra de 300W e os problemas acabaram. Será que os 250W da fonte antiga não
estavam sendo suficientes?

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No seu caso, 250W seriam mais do que suficientes, pois a placa mãe junto com o
processador não chega a consumir 30 Watts, um HD consome cerca de 25W, enquanto
um drive de CD-ROM cerca de 30. 32 MB de memória consomem por volta de 15W,
uma placa de som gasta em torno de 10W e o drive de disquetes gasta menos de 10.
Ao todo, seu computador precisa de aproximadamente 120 Watts, que são atendidos
com folga por uma fonte de 250W ou mesmo 200W. O monitor, quando ligado na
saída da fonte, não entra nesta conta, pois esta saída funciona apenas como uma
extensão da tomada.

O problema é que muitas fontes de baixa qualidade, falham na tarefa de manter um


fluxo constante de eletricidade, problema que poderia ser agravado por uma corrente
elétrica inconstante. Acredito que o seu problema foi causado justamente por uma
destas fontes de baixa qualidade. Se você tivesse trocado a fonte por outra de 250W,
ou mesmo por uma de 200W de melhor qualidade, o problema também teria sido
resolvido.

Comprei recentemente uma Placa 3D Viper V770, mas até agora não consegui
faze-la funcionar adequadamente. Mesmo instalando os drivers que acompanham
a placa, e inclusive outros que encontrei no próprio site do fabricante, não
consegui ativar suas funções 3D de jeito nenhum. Na verdade, até agora não
passei de 640x480 com 16 cores! O que pode estar acontecendo? Será que a placa
veio com defeito?

Já vi várias outras pessoas com problemas semelhantes ao seu. O problema é que a


Viper V770, assim como praticamente todas as aceleradoras 3D, precisam de um canal
de IRQ para funcionarem corretamente. Alguns BIOS são capazes de detectar
automaticamente se a placa precisa de um canal, concedendo-o ou não. Em outros, isto
é determinado pelo próprio usuário através da opção "Assign IRQ to VGA Card" ou
"Alocate IRQ to VGA Card" que, em alguns BIOS encontra-se na sessão “PCI/Plug
and Play Setup” do CMOS Setup e, em outros, na sessão “Advanced CMOS Setup”.

Na grande maioria dos casos, a placa mãe é capaz de detectar automaticamente a


necessidade de reservar um canal de IRQ para a placa de vídeo, e em outras, esta
opção fica ativada por defaut no Setup. Acontece que em algumas placas, geralmente
as de fabricação anterior a 96 ou inicio de 97, esta opção fica desativada por defaut,
pois naquela época eram raras as placas de vídeo que usavam este recurso. Neste caso,
o problema é solucionado apenas ativando a opção no Setup.

Queria entender melhor quem determina os valores máximos da taxa de


atualização (refresh) no Windows 98. Tenho um monitor Samsung 15 GLI e uma
Viper V330 usando os drives Nvidia Riva 128/128ZX. Usando a resolução de
1024x768, consigo no máximo uma taxa de 75Hz. Eu gostaria de saber se nessa
resolução eu não consigo uma taxa maior já que os valores de manual, no caso do
monitor e da placa, chegam aos 120 Hz. Esses valores são somente para
resoluções mais baixas ?

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Basicamente, o que determina a taxa máxima de atualização da imagem, ou refresh-


rate, é a quantidade de linhas horizontais que o monitor é capaz de varrer por segundo,
esta informação você encontra no manual do seu monitor, procure por "horizontal scan
frequency". Os monitores 14" por exemplo, geralmente são capazes de varrer até
50.000 linhas (50 KHz). Via de regra, basta dividir a quantidade de linhas horizontais
que o seu monitor é capaz de varrer por segundo, pela quantidade de linhas horizontais
da resolução desejada para conhecer a taxa máxima de atualização suportada pelo
monitor em cada resolução. Um monitor que varre 50.000 linhas por segundo, por
exemplo, seria capaz de manter uma taxa de atualização de 75 hz usando resolução de
800x600. À primeira vista, pode parecer que a taxa máxima a 800x600 seria 83 hz, já
que 50.000 / 600 = 83, mas temos uma pequena perda devido ao retraço vertical e
horizontal. O tempo perdido com o retraço fica em torno de 5 ou 6%, variando
ligeiramente de monitor para monitor.

Podemos, por exemplo, ter um refresh de 75 hz (a tela é renovada 75 vezes por


segundo) num monitor de 50.000 linhas, usando 800x600, ou 60 hz usando 1024x768
(50.00 / 768 = 65), subtraindo-se o retraço, chagamos a aproximadamente 60 hz.

Acabei de comprar um monitor Studioworks 77i da LG. Me pareceu um ótimo


monitor, com uma boa área de visão. Mas, por enquanto, parece que ele cansa a vista
um pouco mais que meu antigo SyncMaster 3. Será só impressão inicial, ou será que é
uma característica inerente aos monitores maiores? Qual o melhor ajuste pra se
trabalhar com ele? 800x600 ou 1024 x 768? High Color ou True Color? E quanto à
taxa de varredura, onde ajusto e qual o melhor ajuste? Em tempo: a minha placa de
vídeo é uma Trident 9680 com 1 MB.

O problema de cansaço nos olhos está sendo causado por uma baixa taxa de varredura
(refresh rate). Você deve setar a taxa de renovação para pelo menos 75 MHz, caso
contrário a imagem ficará tremula e causará desconforto, podendo, a longo prazo, até
mesmo causar danos à sua visão. No Windows 95/98 você pode fazer isso nas
propriedades de vídeo, dentro do painel de controle. Porém para isso você deverá ter
instalado o driver correto para a sua placa de vídeo.

O mais comum em monitores grandes, é usar resolução de 1024 x 768 ou mais, porém,
isso depende do seu gosto pessoal. Vale lembrar, que com apenas 1 MB de memória
de vídeo, você só poderá usar 256 cores em resolução de 1024 x 756, sendo
recomendável a troca da placa por uma com 4 MB. Caso você não queira investir
muito numa nova placa de vídeo, duas boas opções são a Trident 9750 (mais barata) e
a Viper V330 (com recursos 3D). Caso você queira um melhor desempenho, compre
uma Viper V550, que é pouca coisa mais cara que a V330 mas apresenta um
desempenho muito superior. Existe uma diferença sensível entre 16 bits de cor e True
color, pois 16 bits de cor correspondem a apenas 65 mil cores. Vendo uma foto
colorida com boa qualidade, a diferença entre os dois padrões salta à vista.

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Como funcionam as placas de som 3D? Qual é a vantagem delas sobre as placas
convencionais?

Uma placa de som 3D é capaz de gerar efeitos sonoros em três dimensões, o que dá
uma sensação muito maior de realismo a jogos. Usando uma placa como esta, em
jogos compatíveis, você ouvirá sons vindos de todos os lados, um efeito muito
interessante que torna o jogo muito mais real.

A tecnologia mais antiga para a geração de efeitos sonoros tridimensionais foi o Dolby
Digital, usado também em home theaters, que exigia o uso de 6 caixas de som
posicionadas em locais estratégicos. Tecnologias mais atuais são o Direct Sound 3D e
o Aureal 3D, usadas na maioria das placas de Som 3D atuais. Estas duas tecnologias
permitem a geração de efeitos tridimensionais usando um par de caixas acústicas
comuns, o que, além da praticidade, diminui bastante o preço destes equipamentos.
Placas de som 3D como a Turtle Beach Montego e a Sound Blaster Live já são
encontradas nos EUA por menos de 50 dólares. Aqui no Brasil, os preços ainda estão
bastante altos devido à baixa procura, mas tendem a cair.

Tenho lido algumas reportagens sobre os prós e contras de se deixar o micro


sempre ligado, como uma geladeira. Alguns falam que isso pode até prolongar a
vida útil do computador, porém aumenta muito o consumo de energia. Outros
dizem que ficar ligando e desligando o micro constantemente pode até danificar
os periféricos. Estou pensando em deixar meu micro sempre ligado, visto que uso
o Energy Star do Windows 98 e uso muito meu computador, principalmente para
a Internet.
É realmente seguro deixar o micro sempre ligado, mesmo com estas constantes
falhas de transmissão de energia elétrica que tem ocorrido aqui no Rio? Tenho
um estabilizador, mas não sei se ele suportará grandes picos de energia. O
consumo de energia aumentará muito? Isso faz bem ao HD e demais periféricos?

Se você está com o Energy Star ativado, enquanto não estiver usando o micro vai
haver um consumo mínimo de energia, pois, depois de algum tempo sem uso, os
componentes, incluindo o monitor, entram em modo de espera, como uma TV em
modo standby. O problema maior de deixar o micro ligado 24h, seria o fato dele ficar
mais vulnerável à surtos de voltagem e raios, mas você pode solucionar isso
comprando um bom no-break, com alguma autonomia e usando um fio-terra
corretamente instalado. O fato de manter o micro sempre ligado pode até mesmo
aumentar sua vida útil, pois como em qualquer equipamento elétrico, a maior parte do
desgaste ocorre quando se liga o micro, e não durante o seu funcionamento.

Existe diferença de velocidade entre os scanners SCSI e os que utilizam a porta


paralela?

Sem dúvida, uma controladora SCSI permite uma passagem de dados muito maior do
que a porta paralela do micro, porém, resta saber se o scanner vai fazer uso desta

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velocidade toda. Atualmente, vários dos scanners mais rápidos para uso domestico são
paralelos. Isso não significa que a porta paralela seja mais rápida, mas no caso de um
scanner doméstico de 300 ou 600 DPI de resolução óptica, a transferência permitida
pela porta paralela é mais do que suficiente. O gargalo acaba sendo o tempo de
escaneamento da imagem.

Estou com problemas com meu drive de CD-ROM Creative 16x. Começou com
uma certa dificuldade em ler alguns tipos de CDs gravados, que foi se agravando,
chegando ao ponto de não ler mais CD algum. Alguma idéia?

Acredito que no seu caso, o problema seja somente sujeira no leitor óptico do seu CD-
ROM, o que poderia facilmente ser resolvido com um CD limpador de lentes, que
pode ser encontrado em qualquer boa loja de discos.

Em outros casos, os mesmos sintomas são causados por problemas no mecanismo de


rotação do drive, geralmente no motor que controla a movimentação da cabeça de
leitura. Eu cheguei a consertar alguns drives com este problema, substituindo o motor
de rotação. Você encontra drives de CD queimados com facilidade nos sucatões de
informática, que poderiam ser usados como doadores.

Estou pretendendo comprar um gravador de CD-ROM em breve, mas estou


indeciso entre comprar um gravador IDE ou SCSI. Nos anúncios os gravadores
SCSI sempre aparecem um pouco mais caros. Existe alguma vantagem real no
uso do SCSI? A placa controladora SCSI acompanha o gravador ou eu teria que
compra-la separadamente?

O requisito principal de um gravador de CD-ROM é um fluxo constante de dados


apartir do disco rígido. Qualquer interrupção neste fluxo causaria um buffer underrun,
uma situação onde a gravadora esgota todos os dados gravados no seu buffer de dados,
sem receber novos dados provenientes do HD, causando a interrupção da gravação e a
perda do CD que estava sendo gravado. O uso de uma interface SCSI ajuda bastante a
evitar este problema, trazendo também a vantagem de deixar suas interfaces IDE livres
para a instalação de novos periféricos, sendo seu uso fortemente recomendável no caso
de gravadoras. Geralmente é fornecida uma controladora SCSI simples junto com a
gravadora, o que não chega a aumentar muito o seu preço de venda, já que estas
controladoras SCSI mais simples são relativamente baratas. De qualquer maneira isso
não é uma regra, confirme com seu fornecedor.

Andei lendo sobre cartuchos de tinta recondicionados e, em alguns lugares, li que


o uso destes cartuchos poderia danificar a impressora. Isto é uma possibilidade
real?

Os cartuchos só podem causar danos à impressora quando a impressora possui cabeça


de impressão fixa, como as da Epson. Neste caso, um cartucho recarregado com tinta

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de baixa qualidade poderia entupir as cabeças de impressão, praticamente inutilizando


a impressora, já que a troca das cabeças costuma custar quase o mesmo que uma
impressora nova.

No caso das HP, não existe este perigo já que a cabeça é descartável e embutida no
cartucho. Neste caso, o máximo que poderia acontecer seria o cartucho não funcionar e
você perder o seu dinheiro.

O problema é que estas cabeças de impressão descartáveis não são projetadas para
funcionar indefinidamente. Geralmente, apartir da segunda recarga, as cabeças
começam a ficar desgastadas, e a qualidade de impressão se torna cada vez pior. De
qualquer maneira, levando-se em conta o custo destes cartuchos recondicionados, não
deixa de ser um bom negócio, pelo menos no caso de impressoras HP, já que com o
dinheiro de um cartucho original é possível comprar 3 ou 4 recondicionados.

Depois de uns 6 meses de uso, minha HP 692C começou a apresentar queda na


qualidade de impressão. O texto impresso longe de ficar perfeito, fica todo
borrado com vários riscos horizontais, como se alguém passasse as unhas sobre a
tinta antes de secar. Já tentei trocar o cartucho 2 vezes, testar outras marcas de
papel, fazer a limpeza dos cartuchos, etc. e os riscos continuam. Interessante que
em páginas coloridas os riscos não aparecem, só quando uso o cartucho preto.

Pelo que você me descreveu, parece-me que o problema seja apenas sujeira no carro
de impressão. Esta é uma parte um pouco chata de limpar, pois o espaço é muito
estreito. Tente com um cotonete, ou, caso não consiga, tente com uma agulha com um
pedacinho de algodão embebido em álcool preso na ponta.

Ligue a impressora e levante a tampa para que o carro de impressão se estacione no


centro. Desconecte o cabo de alimentação (com a impressora ligada) e retire os
cartuchos. Agora é só limpar a área do carro que fica perto da cabeça de impressão dos
cartuchos, praticamente em contato com o papel. Seja insistente, pois às vezes os
fiapos demoram a sair. Caso seja possível ver os fiapos, uma pinça pequena também
será útil.

Depois de instalar meu modem, toda vez que ligo o computador, aparece uma
mensagem dizendo existir um conflito na porta 2f8, pedindo que eu pressione F1
para entrar no Setup. Como eu posso resolver esse problema chato?

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Por defaut, a porta serial 2 de sua placa mãe, usa a COM 2, e o endereço lógico 2f8.
Seu modem está usando o mesmo endereço, causando o conflito.

Para solucionar o problema, basta entrar no Setup e mudar o endereço da porta serial 2
através da opção “Onboard Serial Port 2”, que está na sessão “Integrated Peripherals”
do Setup. Se você não usa esta porta, poderá também desativa-la.

Tenho uma placa de rede ISA que é compatível com NE2000 e gostaria de saber
para que serve aquele encaixe, parecido com o encaixe do BIOS na placa mãe,
que também tem o nome BIOS?

Este encaixe permite a colocação de um “Boot”, um chip de memória Flash ou ROM


que permitirá ao micro equipado com a placa de rede, dar boot através do servidor da
rede. Até pouco tempo atrás estavam em moda redes onde apenas o servidor possuía
HD, todas as demais máquinas acessavam todos os dados necessários apartir do HD do
servidor. Esta idéia permite estações mais baratas (já que não se precisava gastar com
discos rígidos), e funciona bem quando rodamos apenas aplicativos baseados em texto
através da rede, pois neste caso, o tráfego de dados é relativamente pequeno,
permitindo a um único servidor dar conta e várias estações com razoável velocidade.
Não seria possível porém, rodar nada mais pesado nas estações (um Windows 95, por
exemplo), caso contrário, o servidor acabaria sobrecarregado devido ao enorme tráfego
de dados necessário.

Estou com problema de aquecimento em meu micro. Toda a vez em que tento
jogar algum jogo mais pesado, o micro reinicia no meio do jogo, sem mais nem
menos, depois de uns 10 minutos de jogo mais ou menos. Sei que o problema é de
aquecimento, porque quanto está frio ou o ar está ligado, posso jogar por quanto
tempo quiser que o problema não ocorre. O negócio é que eu, infelizmente, não
posso me dar ao luxo de ficar com o ar ligado o dia inteiro e gostaria de saber se
existe alguma solução mais econômica para esse problema.

Com o calor que anda fazendo aqui em São Paulo, já atendi uns 5 clientes com
problemas de superaquecimento. A solução é usar um pouco de pasta térmica entre o
processador e o cooler, e instalar um exaustor de fonte na abertura frontal do gabinete.

Você encontrará fontes queimadas por cerca de 5 reais cada nos sucatões de
informática. É só retirar o exaustor e ligar seus fios num fio amarelo e outro preto de
um plug e energia do seu micro. Com o exaustor o processador passa a rodar bem mais
frio. Se você quiser, pode instalar mais um exaustor ao lado do processador para
melhorar ainda mais a ventilação.

Tenho em mãos um 486 DX-4 100 com 8 MB de memória RAM, HD de 520 MB,
Placa de vídeo VLB de 1 MB e Monitor VGA colorido. Apesar de já possuir um
micro melhor, pretendo deixar este para uso dos meus filhos pequenos. O que

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você me recomendaria trocar neste computador, para obter um desempenho pelo


menos aceitável, rodando o Windows 98, sem gastar muito?

Eu recomendaria a principio, a instalação de mais 16 Megabytes de memória RAM.


Rodando o Windows 95/98, a quantidade e velocidade das memórias são muito mais
importantes do que o processador, pois com pouca memória RAM o Windows passará
a rodar os programas utilizando memória virtual em disco, o que sub-utilizaria o
processador, limitando seu desempenho à velocidade do disco rígido.

Com 24 MB de memória, este computador já será capaz de rodar o Windows 98, o


Office 95 ou mesmo o 97, e a maioria dos jogos de até 2 anos e meio atrás, com uma
velocidade razoável. Caso você não faça questão de rodar o Windows 98, o
desempenho seria melhor rodando o Windows 95, que exige menos da máquina.

Como o computador se destina a crianças pequenas, eu recomendaria a instalação de


um Kit-Multimidia. Se você não puder gastar muito, prefira montar o seu próprio Kit.
Atualmente com cerca de 90 dólares é possível adquirir um CD-ROM de 44x, uma
placa de som simples, caixas acústicas e um microfone.

Estou com dúvidas quanto à instalação de uma placa 3D Monster 2. Ela precisa
que uma placa de vídeo 2D comum esteja instalada também. Neste caso ficaria
com duas placas de vídeo instaladas? Isso não causaria conflitos? Precisaria de
algum tipo de adaptador?

A Monster 2, assim como todas as aceleradoras 3D Stand Alone, desempenham apenas


as funções 3D, necessitando que seja instalada também uma placa de vídeo 2D
comum, que ficará responsável pelo processamento de imagens bidimensionais. A
placa aceleradora é então conectada a um Slot PCI livre, e um cabo liga a saída de
vídeo da placa 2D em uma entrada especial da aceleradora, enquanto o monitor é
conectado somente na placa 3D. Não é necessário nenhum tipo de hardware especial, e
o cabo vem junto com a placa 3D.

Após a instalação física da placa, você deverá instalar os drivers que a acompanham, e
também o DirectX (caso não esteja instalado). Para instalar os drivers você deverá
apenas executar um programa de instalação que vem no CD que acompanha a placa.

A sua antiga placa 2D e a sua Monster 2 funcionarão em paralelo, como se fossem


uma única placa, não existindo nenhum problema de conflitos.

Depois de instalar alguns programas, meu Windows 95 passou a travar com


frequência. Tentei reinstalar o Windows no mesmo diretório, mas não resolveu.
Pensei em uma reinstalação total, mas não queria formatar o meu HD. Existe
algum outro jeito?

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Claro, você pode simplesmente reinstalar o Windows em outro diretório. Algumas


vezes, ao instalar novos programas, são substituídas algumas dll's compartilhadas com
outros programas. Isto pode causar instabilidade e travamentos. Determinar quais
foram os arquivos afetados, e quais entradas no registro deveriam ser alteradas para
corrigir o problema, seria muito trabalhoso.

Nestes casos, reinstalar o Windows, apesar de talvez não ser a solução ideal, é a mais
simples. Simplesmente reinstalar sobre a cópia anterior não resolveria o problema, já
que o registro, assim como a maioria dos arquivos de sistema, continuariam
inalterados. O jeito é instalar uma cópia “fresca” do Windows. Para fazer isso sem
precisar formatar o disco rígido, inicie o Windows normalmente e renomeie as pastas
Arquivos de Programas e Windows, execute então o programa de instalação sem sair
do Windows (apenas para facilitar o acesso aos arquivos de instalação). Caso deseje
fazer a reinstalação do Windows 98, você deverá executar o programa de instalação
pelo Dos.

Durante a instalação será perguntado em que diretório você quer que o Windows seja
instalado. Como renomeamos a pasta Windows, você poderá instalar na pasta que
quiser, inclusive na própria pasta Windows. Terminando a instalação, basta deletar as
antigas pastas Windows e Arquivos de Programas que foram renomeadas, assim como
outras pastas de programas e arquivos que julgue inúteis, mantendo apenas os arquivos
que ainda for usar.

Este procedimento resolverá seus problemas, sem a necessidade de apagar todos os


seus arquivos, mas você terá o trabalho de reinstalar todos os programas e reconhecer
todo o hardware.

Estive fazendo alguns testes com o DriveSpace 3 no meu HD, que é de 2 GB,
dividido em duas partições de 1 GB cada. Após usado o programa,
milagrosamente o espaço em cada partição aumentou para 2 GB. Será que estes
dados são reais? Não há algum inconveniente em se utilizar este software?

Mais ou menos reais. Quando você compacta seu disco usando o DriveSpace, o
Windows passa a mostrar que ele tem o dobro do tamanho, mas não é bem esta a
realidade. Funciona assim: arquivos de programas, imagens em BMP, arquivos do
Word, ou seja, arquivos que aceitam compactação, vão ocupar menos espaço no disco,
pois vão ficar compactados. Porém, arquivos zipados, de instalação de programas,
imagens em JPEG, ou seja, arquivos que já estão compactados, irão continuar
ocupando o mesmo espaço anterior.

O problema em compactar o disco rígido, é que o processador passa a ter também o


trabalho de descompactar os dados lidos antes de poder usa-los, e novamente
compacta-los antes de grava-los novamente no disco. Isto prejudica o desempenho
global do sistema, como você já deve estar percebendo. Outro problema, é que usando
a compactação, todos os arquivos gravados no disco passam a fazer parte de um único
volume compactado. Isto aumenta brutalmente a possibilidade de perda total dos

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arquivos gravados, pois qualquer problema poderia danificar o volume compactado e


torna-lo inutilizável, sem possibilidades de recuperação.

Se você pretende usar a compactação de disco, eu recomendaria o uso da primeira


partição do disco para instalar o Windows e guardar seus arquivos, e a outra, para
instalar programas e guardar arquivos que aceitem uma grande taxa de compressão,
compactando apenas a segunda. Isto aumentaria bastante seu espaço livre em disco,
sem comprometer tanto a performance e a confiabilidade. Vale lembrar que não é
possível compactar um disco formatado com FAT32.

Uma máquina com Windows 95, ao inicializar apresenta um erro referente ao


arquivo NWREDIR, neste mesmo erro, diz que é necessário reinstalar o Win 95.
Quando vou reinstalar o Windows, ele diz que o HD esta compactado, (o que não
é verdade) e não permite a reinstalação.

Provavelmente o Windows que estava anteriormente instalado em sua maquina era o


Windows 95 OSR/2 com uso de FAT32; e o Windows que você esta tentando instalar,
é a versão antiga que não reconhece discos formatados com a FAT32, por isso esta
dizendo que a unidade esta compactada. A solução neste caso seria conseguir um CD
do Windows 95 OSR/2, que poderá ser reinstalado sem problemas. Uma solução
radical seria usar o Fdisk para reformatar o seu disco em Fat 16. Neste caso porém,
você perderia todos os dados.

Acabei de montar meu novo micro, mas não estou conseguindo instalar o som. Já
tentei adicionar com disco, mas o Windows 95 não detecta nada. O que eu faço?
A placa e uma M 571 com som on-board

No CD de drivers da placa, em um dos diretórios com os drivers da placa de som, você


vai encontrar um arquivo chamado "unistdrv" (ou algo parecido). Execute este arquivo
e reinicie o Windows, que a placa de som será detectada. Agora é só dar a localização
dos drivers da placa de som no CD, para que a placa seja instalada.

Após montar meu novo computador, e instalar o Windows 95 OSR/2 (achei o 98


mais pesado), no gerenciador de dispositivos aparece um dispositivo chamado
PCI-Bridge com uma exclamação, indicando que não foi instalado corretamente.
Pra que serve este dispositivo e como posso faze-lo funcionar?

O PCI-Bridge é um dos chips que compõem o chipset, e controla as transferências de


dados do HD usando o modo Ultra-DMA. Como as interfaces IDE UDMA surgiram
após o Windows 95, ele não dispõe de drivers para habilitar seu funcionamento, apesar
de ser capaz de detectar o dispositivo por ele ser plug-and-play. Mesmo sem ativar o
funcionamento do PCI-Bridge, suas interfaces IDE funcionarão normalmente, mas
com o UDMA desabitado.

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Os drivers necessários para ativar o PCI-Bridge podem ser encontrados no CD de


drivers de sua placa mãe. O Windows 98, por ser mais recente, já traz os drivers
necessários para instalar este hardware, dispensando qualquer driver externo.

Caso você tenha perdido o CD de sua placa, você poderá encontrar os drivers no site
na internet do fabricante de sua placa mãe. Caso ela seja equipada com algum chipset
Intel, você poderá também usar os drivers genéricos fornecidos pela Intel, que podem
ser baixados apartir do site da Intel: http://intel.com/support/chipsets

Em http://www.ping.be/bios/ você pode baixar um programa chamado ctbios.exe que


identifica o fabricante de sua placa mãe e fornece o endereço de seu site na internet.

Estou pretendendo trocar de máquina, mas pretendo conservar o mesmo disco


rígido, pois está sendo suficiente para mim. Posso simplesmente retirar o HD do
meu micro atual e instalar no novo? Será preciso reinstalar o Windows?

Ao serem instalados, tanto o Windows 95 quanto o 98, detectam todo o hardware


instalado na máquina, e se programam para trabalhar em conjunto com ele. Se você
simplesmente retira o HD que contém o Windows de uma máquina e coloca em outra,
ao inicializar, o Windows perceberá que o hardware instalado é diferente do que ele
está preparado para trabalhar, um corpo estranho. Seria como se você acordasse e
manhã no corpo de outra pessoa.

Felizmente, o próprio Windows possui ferramentas que se encarregarão de detectar o


Hardware da nova máquina, motivo pelo qual, durante a inicialização ele exibirá
inúmeras mensagens de "novo hardware encontrado" e lhe pedirá drivers
intermitentemente. Esta mudança brusca, porém, pode resultar em vários problemas,
na forma de conflitos de hardware, ou dispositivos não reconhecidos.

A maneira mais segura de transplantar o HD de um micro para o outro, seria, antes de


retirar o HD, entrar no gerenciador de dispositivos do Windows, dentro do painel de
controle, e deletar todos os dispositivos instalados. Em seguida, desligue o computador
e instale o disco no outro micro. Isto fará com que o Windows realize novamente o
reconhecimento do hardware e garantirá uma transição mais suave.

É recomendável realizar este procedimento antes de qualquer mudança no hardware da


máquina. Caso você vá trocar a placa de vídeo, por exemplo, tenha o cuidado de
remover o driver da placa anterior. Isso previne muitos problemas.

Estava enfrentando vários problemas de travamentos no Windows, telas azuis,


operações ilegais, etc. Resolvi então formatar meu HD (não tinha nada
importante) e reinstalar o Windows para solucionar o problema. Porém mesmo
após a reinstalação os problemas continuam, o que mais pode ser?

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Não digo na maioria, mas em grande parte dos casos, os travamentos do Windows são
causados não por bugs no software, mas por defeito no hardware da máquina. O
processador pode estar superaquecendo, a memória RAM ou cache pode estar
falhando, a placa de vídeo pode estar com problemas, entre várias outras
possibilidades.

No seu caso, eu acredito que o problema seja justamente com o hardware de sua
máquina, já que os problemas não foram resolvidos com a reinstalação do Windows. A
primeira coisa a verificar seria se o processador está aquecendo demais. O
superaquecimento do processador pode levar a travamentos e funcionamento errático.

Caso a sua placa mãe não possua sensores de temperatura, faça o teste do dedo, usando
o micro por algum tempo, abrindo rapidamente o gabinete (ou já deixando aberto),
retirando o cooler e encostando um dos dedos no processador. Uma temperatura
normal de funcionamento do processador, permite manter o dedo sobre ele por pelo
menos 10 segundos sem queima-lo, caso contrário, você deverá providenciar uma
melhor refrigeração do processador, através de exaustores, coolers de melhor
qualidade etc. (procedimentos descritos no capítulo sobre overclock deste livro). Caso
o problema não seja de superaquecimento do processador, eu recomendo que você
entre no Setup de sua máquina desative o cache L2. Caso os problemas desapareçam,
então descobrimos o culpado. Você poderá então, voltar no Setup e tentar diminuir a
velocidade do cache para ver se com o "refresco" ele volta a funcionar normalmente,
conformar-se com a perda de desempenho devido à desativação do cache, ou
considerar a troca da placa mãe.

Se o problema também não for no cache L2, a próxima suspeita é a memória RAM.
Tente entrar no Setup e diminuir ao máximo sua velocidade de operação. Se os
travamentos continuarem, tente fazer um teste com outros módulos de memória.
Não sendo detectado nenhum problema com as memórias, sobra a placa de vídeo.
Experimente entrar nas propriedades de vídeo e desabilitar a aceleração do hardware
gráfico. Se os problemas sumirem, providencie a troca da placa de vídeo, pois
desabilitar a aceleração do vídeo deixará o computador bem mais lento.

Depois de instalar um disquete de drivers que veio junto com meu CD-ROM
(padrão IDE), entrando na guia sistema do painel de controle, o Windows 95
exibiu uma mensagem, dizendo que meu disco rígido foi colocado em modo de
compatibilidade com o MS-DOS, o que diminuiria o desempenho do computador.
Acessando o help, vi que este problema é causado por drivers de modo real
carregados nos arquivos de inicialização do Windows, e percebi que o causador
havia sido o tal disquete de drivers para o CD-ROM que eu instalei. O problema
é que, mesmo removendo todas a referencias a estes drivers nos arquivos de
inicialização, meu HD continua operando em modo de compatibilidade. Um
amigo me disse que eu teria que reinstalar o Windows, o que faço?

Este disquete que veio com o seu CD-ROM, traz os drivers que habilitam o seu
funcionamento dentro do MS-DOS. Como o Windows 95/98 reconhece

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automaticamente drivers de CD-ROM ligados nas interfaces IDE do micro, não é


preciso instalar esse disquete.

Drivers de CD-ROM de modo real, carregados nos arquivos de inicialização do


Windows, fazem com o sistema entre em modo de compatibilidade. Neste caso é
gerada uma chave no registro, chamada "noide". O problema, é que mesmo removendo
todas as referências e drivers de modo real no config.sys e autoexec.bat, muitas vezes
a chave não é removida do registro, e o sistema continua em modo de compatibilidade,
o que torna o desempenho dos discos rígidos simplesmente ridículo, pois eles serão
acessados usando-se rotinas do MS-DOS, ao invés dos drivers de dispositivo do
Windows. Felizmente, remover a chave noide do registro é simples (nem precisa
reinstalar o Windows :-). Abra o bloco de notas, e crie um arquivo texto com o
seguinte conteúdo: (Copyright 1992-1998 Microsoft Corporation)

[version]
signature="$CHICAGO$"
[DefaultInstall]
DelReg = Del_IDE.Reg
[SourceDisksNames]
55="Remove NOIDE","",1
[SourceDisksFiles]
NoIDE.INF=55
[DestinationDirs]
NoIDE.Files.Inf = 17
[NoIDE.Files.Inf]
NoIDE.INF
[Del_IDE.Reg]
HKLM,%Location%,NOIDE,,

[Strings]
Location="System\CurrentControlSet\Services\VxD\IOS"

Salve o arquivo como "noide.inf" em um diretório qualquer e o instale, clicando com o


botão direito do mouse sobre ele e selecionando a opção "instalar". Reinicie a máquina
e o disco rígido voltará a operar em modo 32 bits.

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