Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A CIRURGIA PLÁSTICA E A
CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL
__________________________________
* Professora de Cirurgia da PUCRS. Coordenadora dos Programas de Mestrado e Doutorado em
Cirurgia Buco Maxilo Facial da PUCRS, Porto Alegre, RS.
** Médico, Cirurgião Plástico, Porto Alegre, RS.
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 271
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
facilidade didática foi explanado o assunto por atuação conjunta desses dois
especialistas.
NA URGÊNCIA
NA CIRURGIA ONCOLÓGICA
Na exérese e na reconstrução de tumores é que a estreita
cooperação entre cirurgiões plásticos e cirurgiões e traumatologistas buco maxilo
faciais deve ser mais intensa.
De uma maneira geral cabe ao cirurgião plástico o fechamento da
lesão causada pela remoção do tumor, e eventualmente a retirada de material
ósseo para enxertia a ser feita pelo cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial.
É de tal responsabilidade a remoção de material para enxertia, que o caso deve ser
muito bem planejado pelos dois profissionais envolvidos, para que não ocorra
falta ou excesso de material, prejudicando o paciente. Da mesma forma, o
cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial precisa conhecer o cirurgião plástico
que trabalha com ele e as técnicas possíveis a serem empregadas no caso, pois
uma simples mudança na orientação da incisão cirúrgica pode facilitar o trabalho
de seu colega.
Este paciente sofreu amputação traumática de nariz, com
subseqüente osteomielite. A rotação de retalhos foi feita pelo cirurgião plástico e
o suporte ósseo pelo cirurgião bucomaxilofacial (Figs. 1).
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 274
C
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 275
Figs. 1 – (A, B, C e D) Este paciente sofreu amputação traumática de nariz, com subseqüente
osteomielite, sendo que a rotação de retalhos foi feita pelo cirurgião plástico e o suporte
ósseo pelo cirurgião bucomaxilofacial.
A
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 276
C
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 277
E F
Figs. 2 – (A, B, C, D, E e F) Este outro paciente apresentava fratura do osso frontal, dos arcos
zigomáticos, do palato e da mandíbula, sendo submetido a procedimento cirúrgico pelo
cirurgião plástico e pelo cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial.
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 278
NA CIRURGIA REPARADORA
Eventualmente, são necessárias movimentações de tecidos para
acomodação de próteses dentárias. Neste caso, o aprofundamento de sulco
associado a um retalho de mucosa é de grande utilidade; desnecessário dizer que
os cirurgiões e traumatologistas buco maxilo faciais dominam estas técnicas, mas,
eventualmente, quando enxertos ósseos são necessários, um cirurgião plástico
pode participar contribuindo efetivamente nas reconstruções de grandes áreas
alveolares atrofiadas ou ressecadas como, por exemplo, quando de tumores.
Outro exemplo é a enxertia, com osso de costela ou ilíaco, para
propiciar base para um implante dentário; neste caso, a atuação do cirurgião
plástico não só poupa tempo para o cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial,
como garante, aos pacientes, cicatrizes mínimas na zona doadora.
NA CIRURGIA ESTÉTICA
Nessa importante área, infelizmente, nota-se ainda uma grande
dificuldade na integração entre os dois profissionais, não por decisão consciente,
mas por desinformação e falta de rotina na avaliação conjunta.
Muitas vezes, nota-se um resultado deficiente de uma rinoplastia
não por má técnica cirúrgica, mas pelo fato do cirurgião plástico não ter percebido
que o paciente apresentava uma disfunção ortognática ou mandibular. Nestes
casos, é imperativo que as correções sejam feitas concomitantemente, ou que as
correções mandibulares e/ou maxilares sejam feitas previamente.
Em contrapartida, os melhores resultados ocorrem em pacientes
que foram avaliados concomitantemente pelos dois profissionais e os casos
estudados em conjunto.
CONCLUSÕES
O trabalho conjunto do cirurgião plástico e do cirurgião e
traumatologista bucomaxilofacial não é apenas aditivo, mas as suas habilidades se
multiplicam. Cumpre aos centros de formação destes profissionais os preparar
para atuar conjuntamente, garantindo assim os melhores resultados possíveis aos
pacientes. Deve ser lembrado, também, que cumpre aos formadores destes
profissionais, darem o exemplo, trabalhando em conjunto.
REFERÊNCIAS *
BROADBENT, T. R.; WOLF, R. M. Gunshot wounds of the face - initial care. J.
Trauma, v. 12, p. 299, 1972.
CALLAHAN, M. A.: Silicone intubation for lacrimal canaliculi repair. Ann. Plast.
Surg., v. 2, p. 355, 1979.
GROSS, J. S.; HURWITZ, J. J.; NICK, N. A. et al., The pattern and incidence of
nasolacrimal injury in naso-ethmoidal fractures - the role of delayed assessment
and dacryocystorhinostomy. Brit. J. Plast. Surg., v. 38, p. 116, 1985.
____________________________________
* De acordo com as normas da ABNT.
A CIRURGIA PLÁSTICA E A CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL 279
o0o