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O Governo do Pará lança nesta quarta-feira (10) Edital de Chamamento Público para selecionar a

Entidade Gestora do Fundo da Amazônia Oriental (FAO). A seleção será coordenada pela Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA) entre os próximos meses de
abril e agosto. O Fundo é uma das ferramentas do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA),
plataforma de estado lançada pelo Governador Helder Barbalho em agosto do ano passado. O
objetivo do Plano é tornar o Pará um estado “Emissor Líquido Zero” a partir de 2036, encerrando
desta forma a atuação do estado na intensificação das Mudanças Climáticas no planeta. A
associação selecionada será responsável pela administração operacional e financeira do Fundo e
deve atuar somente na área socioambiental.
O anúncio do lançamento do Edital foi feito nesta XXXXXX pelo Secretário de Estado de Meio
Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida. Ele afirma que o Fundo visa “ampliar a
capacidade de investimento em ações e projetos que tenham por premissa a conciliação entre
conservação ambiental e o desenvolvimento social e econômico no Pará”.
A seleção é uma etapa chave para a estruturação do Fundo, que já conta com Comitê Gestor
instituído e avança em uma estratégia de captação de recursos, que deverão viabilizar ações
voltadas para o incentivo a negócios sustentáveis baseados na Bioeconomia, na conservação de
florestas, e no fortalecimento da agenda ambiental e de desenvolvimento econômico nos
municípios.
O processo de seleção exige que a entidade gestora tenha atuação reconhecida internacionalmente e
uma equipe técnica especializada, além de estar ajustada de forma institucional e finalística com as
diretrizes do Fundo. Após a publicação do edital, as associações candidatas terão prazo até XX de
XXXXXX para efetuar as inscrições para o processo de seleção à gestão do FAO. O objetivo é
garantir tempo suficiente para que as associações possam tirar suas dúvidas a respeito do processo e
preparar as documentações exigidas.
Além de administrar o Fundo, a entidade gestora também terá a função de captar recursos
financeiros para que o FAO possa ampliar o seu alcance e atuar nos 13 eixos de investimentos
previstos pelo Decreto estadual nº 346, que define o Fundo como instrumento de colaboração
privada para cumprimento de metas de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento no
Pará.
Os eixos de investimento do Fundo da Amazônia Oriental estão relacionados com objetivos da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Por isto, entre seus objetivos, estão o de
efetivar o ordenamento ambiental, fundiário e territorial do Estado; fiscalizar o meio ambiente e dar
suporte a Áreas Protegidas. A efetuação do manejo florestal sustentável e a gestão de florestas
públicas, além da promoção da conservação ambiental e do uso sustentável dos ativos de
biodiversidade são outras de suas metas. O Fundo também deverá promover atividades sustentáveis
e incentivar cadeias produtivas agrossilvipastoris. O FAO deverá agir para recuperar áreas
degradadas e incrementar estoques florestais, promover a agenda de qualidade ambiental nas
cidades paraenses, em especial as voltadas ao saneamento ambiental e à gestão de resíduos sólidos.
Outros objetivos estabelecidos são o fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental integrada,
de governança e transparência no controle social de políticas públicas, com capacitação de agentes
públicos e modernização da Gestão Administrativa do Sistema Estadual de Meio Ambiente
(SISEMA).
O Fundo da Amazônia Oriental é uma estratégia de financiamento que irá captar recursos privados
para a realização de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento no Pará. É um dos
quatro pilares do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), macroestratégia que tem como metas a
redução imediata do desmatamento ilegal e o reflorestamento, com captação de investimentos para
o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono e o incentivo ao desenvolvimento
sustentável. Os demais projetos de apoio ao PEAA são o Eixo de Comando e Controle, a Política
Territórios Sustentáveis e o Programa Regulariza Pará (Fundiário + Ambiental).
Mecanismo financeiro privado reconhecido pelo governo do Estado em 2019, o FAO será
desenvolvido com recursos doados por pessoas físicas, entidades privadas nacionais ou
internacionais e por Estados estrangeiros. “O Fundo Amazônia Oriental terá recursos privados
geridos por uma sociedade civil com finalidade pública. Diferente do Fundo Amazônia, cuja gestão
é feita por um ente com finalidade lucrativa - um banco -, o desenho estabelecido para o FAO é o de
que a entidade gestora deverá ser, obrigatoriamente, uma entidade da sociedade civil. Ou seja, setor
empresarial, sociedade civil fazendo gestão e o governo monitorando a eficácia e a efetividade do
fundo”, afirmou Wendell Andrade, Diretor de Planejamento Estratégico e Projetos Especiais da
Semas.
“O FAO é uma ferramenta para ampliarmos os resultados de políticas públicas como o PEAA, a
partir da canalização de recursos do setor privado e de países para o atingimento de metas
ambientais. Estas metas vão desde a prevenção e o combate ao desmatamento ilegal, até o
investimento na sustentabilidade de cidades, passando por questões como saneamento básico e
destinação de resíduos sólidos”, diz Wendell Andrade.
A entidade da sociedade civil que fará a gestão do FAO vai ser orientada a respeito do planejamento
estratégico do Fundo por um Comitê Gestor, formado pelo Governador do Estado do Pará, que o
presidirá; por um representante da Semas, que será o vice-presidente; representantes da Secretaria
de Estado de Planejamento (SEPLAN), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da
Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio), do Instituto de Terras do Pará (ITERPA), da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME); além das
organizações da sociedade civil Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) e Instituto de
Conservação do Brasil (TNC – The Nature Conservancy).

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