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ESTRUTURA DAS

DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS

Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação e Pós-graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Giovana Costa Alfredo
Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Designer Educacional
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Ana Claudia Salvadego
Distância; SANTOS, Tatiane Garcia da Silva.
Projeto Gráico
Estrutura das Demonstrações Contábeis. Tatiane Garcia da Jaime de Marchi Junior
Silva Santos. José Jhonny Coelho
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2019. Arte Capa
152 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”.
Ilustração Capa
1. Estrutura. 2. Demonstrações. 3. Contábeis. 4. EaD. I. Título. Bruno Pardinho
Editoração
ISBN 978-85-459-0936-1 Kleber Ribeiro da Silva

CDD - 22 ed. 657 Qualidade Textual


CIP - NBR 12899 - AACR/2 Cintia Prezoto Ferreira
Ilustração
Bruno Pardinho
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando proissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
proissional, nos transformamos e, consequentemente,
Pró-Reitor de
Ensino de EAD
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desaios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria de Graduação
e Pós-graduação este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe
de professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORA

Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos


Mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações pela Unicesumar
(2016), possui especialização em Controladoria e Contabilidade pela
Universidade Estadual de Maringá – UEM (2010). Graduada em Ciências
Contábeis pela Unicesumar (2004). Atualmente é Professora/Orientadora
do curso de Ciências Contábeis do Ensino Presencial da Unicesumar –
Centro Universitário Maringá. Professora do curso de Ciências Contábeis da
UNIFAMMA – União de Faculdades Metropolitana de Maringá. Também por
meio de contrato de serviços, é Professora Formadora do Ensino a Distância
da Unicesumar – EAD. Tem experiência na área de Contabilidade. Autora
dos livros: Arbitragem (2011), Estágio Supervisionado I (2014) e Estágio
Supervisionado II (2015). Participação nos livros: Ética Geral e Proissional em
Contabilidade (2015), Pensando o Conhecimento – Uma abordagem teórica
à Gestão do Conhecimento (2015), e Envelhecer Saudável – Uma abordagem
interdisciplinar do envelhecimento ativo (2015).
<http://lattes.cnpq.br/6987439622263692>
APRESENTAÇÃO
ESTRUTURA DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos conteúdos sobre a Estrutura das Demonstrações
Contábeis. Este livro foi elaborado com muito carinho para o seu aprendizado.
Neste contexto, as unidades do livro apresentam os aspectos que envolvem as Demons-
trações Financeiras/Contábeis em conformidade com a legislação vigente.
Diante disso, na Unidade I serão contextualizados os aspectos introdutórios sobre as De-
monstrações Financeiras, em que são regidas pelas Leis nº 6.404/76 e nº 11.638/07, pelo
CFC, pela CVM e pelo Regulamento do Imposto de Renda. Desse modo, a abordagem
do Balanço Patrimonial, que é uma demonstração que apresenta os saldos das contas
patrimoniais e a evidenciação do patrimônio da entidade nos aspectos quantitativos e
qualitativos. Na sequência, os componentes do Balanço Patrimonial representados pelo
Ativo (Bens e Direitos), Passivo (Obrigações) e o Patrimônio Líquido (Capital Investido).
Na Unidade II, será tratado o Demonstrativo do Resultado (DR), que evidencia o resul-
tado da entidade, ou seja, lucro ou prejuízo do período. Assim, a Lei n. 6.404/76, em seu
art. 187, regulamenta os componentes e processos necessários para a elaboração da DR,
em que o relatório é construído a partir dos saldos de encerramento de todas as contas
de resultado. Finalizando a unidade, um roteiro sobre apuração do resultado do exercí-
cio em função da necessidade de apurar o lucro ou prejuízo das empresas.
Na sequência, a Unidade III apresenta duas demonstrações contábeis, a DLPA e a DMPL.
Porém, a Lei n: 6.404/76 exige apenas a DLPA, contudo, a CVM determina a elaboração
da DMPL para as entidades de capital aberto. Em acordo com o CPC 26, ica estipulado a
DMPL para todas as entidades de grande porte. Por im, a DLPA pode ser sucedida pela
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, porque a DMPL abrange de forma
geral as exposições em torno das variações ocorridas no exercício social. Em continui-
dade, mostraremos um modelo da DLPA e da DMPL para uma melhor compreensão dos
assuntos sobre esses relatórios.
Na Unidade IV será abordada a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que é um rela-
tório contábil com objetivo evidenciar as operações ocorridas e que provocam modii-
cações no saldo de caixa e equivalentes de caixa das entidades. Dessa maneira, iremos
mostrar a estrutura e elaboração da DFC, bem como veriicar a classiicação das entradas
e saídas de caixa conforme as atividades operacionais, investimentos e inanciamentos.
E, por im, estudaremos os modelos e métodos de elaboração, tais como indireto e direto.
A Unidade V expõe a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas
para o fechamento dos assuntos sobre as demonstrações inanceiras. Assim, a Demons-
tração do Valor Adicionado (DVA) é um relatório que avalia quantos recursos uma enti-
dade produz em um exercício social. As Notas Explicativas apresentam as informações
complementares a respeito das demonstrações contábeis, em que são apresentadas
após a publicação dos relatórios pelas entidades.
Portanto, convidamos você, caro(a) aluno(a), a conhecer o universo que envolve a Es-
trutura das Demonstrações Contábeis para complementar a sua formação proissional.
Sucesso!
09
SUMÁRIO

UNIDADE I
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

15 Introdução

16 Demonstrações Financeiras

22 Balanço Patrimonial

28 Considerações Finais

34 Anexo I

38 Anexo II

42 Anexo III

50 Referências

51 Gabarito

UNIDADE II

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)

55 Introdução

56 Demonstrativo do Resultado (DR)

66 Demonstração do Resultado do Período e Resultado Abrangente

70 Roteiro para Apuração do Resultado do Exercício

72 Considerações Finais

78 Anexo I

80 Anexo II

84 Referências

85 Gabarito
10
SUMÁRIO

UNIDADE III
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)
E DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(DMPL)

89 Introdução

90 Aspectos Introdutórios

91 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)

95 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

100 Considerações Finais

106 Referências

107 Gabarito

UNIDADE IV
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

111 Introdução

112 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

117 Métodos de Estruturação da DFC

123 Considerações Finais

128 Referências

129 Gabarito
11
SUMÁRIO

UNIDADE V
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) E NOTAS
EXPLICATIVAS

133 Introdução

134 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

138 Notas Explicativas

141 Considerações Finais

147 Referências

148 Gabarito

149 CONCLUSÃO
Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

DEMONSTRAÇÕES

I
UNIDADE
FINANCEIRAS

Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar as Demonstrações Financeiras/Contábeis; Comparar as
Leis n. 6.404/76 e 11.638/07.
■ Conhecer o Balanço Patrimonial; Compreender a estrutura do
Balanço Patrimonial; Conhecer um modelo de Balanço Patrimonial.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Demonstrações Financeiras
■ Balanço Patrimonial
15

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos abordar os assuntos em torno das


Demonstrações Financeiras/Contábeis em conformidade com as Leis n. 6.404/76
e n. 11.638/07, pelo CFC, pela CVM e pelo Regulamento do Imposto de Renda.
Contudo, a obrigação em torno das demonstrações inanceiras também está
associada ao formato jurídico de constituição da organização, assim, se trata de
sociedade anônima ou limitada e também em relação ao porte das entidades,
ou seja, micro, pequena, média ou grande empresa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste sentido, a primeira demonstração contábil que vamos contextualizar


é o Balanço Patrimonial, um relatório da contabilidade que apresenta os saldos
das contas patrimoniais e, além disso, evidencia o patrimônio da empresa nos
aspectos quantitativos e qualitativos.
Desse modo, a principal função do Balanço Patrimonial é a de sintetizar,
por meio das contas, a posição de cada conta contábil que foi movimentada pelo
registro dos fatos que foram escriturados em um determinado exercício social.
Assim, o exercício social tem a duração de um ano, ou pode ser em função do
ciclo operacional das entidades para processo de escrituração contábil. Logo, o
objetivo da escrituração contábil é registrar, de maneira formal e padronizada,
os fatos contábeis.
Em continuidade, os componentes do Balanço Patrimonial são representa-
dos pelo Ativo (Bens e Direitos), Passivo (Obrigações) e o Patrimônio Líquido
(Capital Investido). Dessa maneira, o Ativo é subdividido em dois grupos, que
são: Circulante e Não Circulante. O componente Passivo tem a subdivisão de:
Passivo Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. Logo, o Ativo encon-
tra-se ao lado esquerdo da demonstração e o Passivo ao lado direito do relatório.
A partir da conceituação do Balanço Patrimonial, a unidade apresenta a estru-
tura, bem como um modelo prático sobre essa demonstração inanceira.
Bons estudos!

Introdução
16 U N ID A D E I

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Demonstrações Financeiras ou Demonstrações Contábeis representam os rela-


tórios desenvolvidos por meio da escrituração contábil, que tem como objetivo
demonstrar aos usuários internos e externos informações contábeis de natureza
patrimonial em relação aos aspectos econômicos e inanceiros das entidades.
Assim, essas informações são resultados da escrituração contábil de um deter-
minado exercício social de uma referida entidade.
Em conformidade com o item 9 da NBC TG 26 (R4), as Demonstrações
Contábeis apresentam a estrutura da posição patrimonial e inanceira e também o
desempenho das organizações. Neste sentido, na visão de Ribeiro (2013, p. 355),
o objetivo das Demonstrações Contábeis é o de proporcionar informa-
ção acerca da posição patrimonial e inanceira, do desempenho e dos
luxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuá-
rios em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.

Dessa forma, as demonstrações contábeis também demonstram os resultados da


administração sobre a gestão da empresa e a sua prestação de contas em relação
aos recursos que lhe foram cedidos.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
17

O exercício social representa o período que a contabilidade tem para apu-


rar os resultados e elaborar as demonstrações contábeis de uma determinada
organização. Logo, esse exercício social tem a duração de um ano, e a data de
inalização deve ser ixada pela administração junto com o contador. Desse modo,
para uma empresa comercial, pode-se determinar para a escrituração contábil o
exercício social com o período previsto para 01/01/XX até 31/12/XX. Porém, o
contador também poderá determinar esse período em conformidade com ciclo
operacional da empresa.
Quando falamos em usuários da informação contábil, estamos expressando
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as pessoas físicas e jurídicas que necessitam das informações geradas pela conta-
bilidade para a tomada de decisões nas organizações. Para Montoto (2011, p. 37),
“O objetivo fundamental da contabilidade é: prover os seus usuários de demons-
trações inanceiras com informações que os ajudarão a tomar decisões”. Assim,
seguem os tipos de usuários que usam as informações contábeis (Quadro 1):
Quadro 1 - Tipos de usuários

INTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS


Empregados Fluxo de caixa capaz de assegurar condições de
Diretores boa remuneração.
Encarregados de Produção Desempenho e rentabilidade.
Encarregados de Vendas Produtividade e análise das variações de desempe-
nho.
Desempenho por região, linhas de produtos, ven-
dedores etc.
EXTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS
Instituições Financeiras Capacidade de pagamento da empresa.
Entidades Governamentais Ao emprestar o dinheiro, sua preocupação é que a
Acionistas ou Quotistas empresa tenha uma geração de caixa futura sui-
ciente para pagar com segurança o capital empres-
Minoritários (não participantes
tado atualizado mais o juros.
da administração das entida-
des) Lucro tributável, produtividade e valor adicionado.
Sindicatos Retorno sobre o capital investido. Normalmente
esperam que a empresa tenha condições de man-
ter um luxo regular de distribuição de lucros.
Fluxo de caixa futuro e rentabilidade.

Fonte: Fávero et al. (2011, p. 3).

Demonstrações Financeiras
18 UNIDADE I

A Lei n. 6.404/76 deine que, ao im de cada exercício social, a diretoria das enti-
dades deve elaborar a escrituração contábil seguida das demonstrações contábeis,
as quais devem demonstrar, de forma clara e objetiva, a situação patrimonial e
as mutações ocorridas no exercício social. Logo, a Lei n. 11.638/2007 realizou
algumas alterações em relação às demonstrações inanceiras determinando nor-
matização sobre:
■ BL – Balanço Patrimonial;
■ DR – Demonstração do Resultado;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
■ DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa;
■ DVA – Demonstração do Valor Adicionado (se companhia aberta).

Para melhor compreensão sobre os assuntos em torno das demonstrações con-


tábeis, segue um quadro comparativo da Lei n. 6.404/76 versus Lei n. 11.638/07
em relação às mudanças realizadas (Quadro 2).
Quadro 2 – Comparação das Leis n. 6.404/76 e Lei n. 11.638/07

LEI 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976 LEI 11.638, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007


Publicação das Demonstrações das Origens Publicação das Demonstrações dos Fluxos de
e Aplicações de Recursos – Doar. Caixas – DFC.

Não havia a exigência da publicação da De- Obrigatoriedade da publicação da Demonstra-


monstração do Valor Adicionado – DVA para ção do Valor Adicionado – DVA para as compa-
as companhias abertas. nhias abertas.

Os aumentos de valores nos saldos de ativos Os aumentos ou diminuições de valores nos


serão registrados com Reserva de Reavalia- saldos de ativos e passivos decorrentes de ava-
ção, no Patrimônio Líquido. liações e preço de mercado serão registrados na
conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, no Pa-
trimônio Líquido.

O ativo permanente é dividido em: investi- Ativo permanente passa a ser dividido em: inves-
mentos, ativo imobilizado e ativo diferido. timentos, imobilizado, intangível e diferido.

Nas operações de incorporação, fusão ou Os saldos serão vertidos a valor de mercado nos
cisão, os saldos vertidos poderão ser regis- casos de: fusões, cisões ou incorporações.
trados pelos valores contábeis.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
19

O Patrimônio Líquido: capital social, reserva O Patrimônio Líquido: capital social reserva de
de capital, reservas de reavaliação, reservas capital, ajustes de avaliação patrimonial, reser-
de lucros ou prejuízos acumulados. vas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.
As companhias abertas são obrigadas a As companhias abertas e as sociedades de gran-
publicar suas demonstrações contábeis de- de porte de capital fechado são obrigadas a
vidamente auditadas. As companhias fecha- apresentar demonstrações contábeis segundo
das são obrigadas a publicar suas demons- os mesmos padrões da Lei das S.As. e auditadas
trações contábeis. por auditores independentes.
A escrituração contábil será efetuada de Deverá ocorrer segregação entre escrituração
acordo com os princípios de contabilidade mercantil e tributária.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

geralmente aceitos, podendo registrar nos


livros comercias ou em livros auxiliares os
ajustes decorrentes da legislação tributária.
A CVM expedirá normas contábeis de acor- A CVM expedirá normas contábeis em conso-
do com os princípios de contabilidade geral- nância com as Normas Internacionais de Conta-
mente aceitos. bilidade (IFRS)
As sociedades controladas devem ser avalia- As sociedades controladas, sociedades que fa-
das pelo método da equivalência patrimo- zem parte do mesmo grupo que estejam sob in-
nial. luência e controle comum, devem ser avaliadas
pelo método de equivalência patrimonial.

Fonte: Portal Contábeis (2017, on-line)¹.

Em conformidade com a Lei n. 6.404/76, seu art. 186 determina a dispensa da


DLPA nas seguintes condições:
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a
correção monetária do saldo inicial;
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao im do período.
§1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas
os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da
retiicação de erro imputável a determinado exercício anterior, e
que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.
§2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser inclu-
ída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elabo-
rada e publicada pela companhia (BRASIL, 1976).

Demonstrações Financeiras
20 UNIDADE I

Portanto, a demonstração do valor adicionado é obrigatória para as sociedades


anônimas de capital aberto e companhias fechadas com Patrimônio Líquido,
na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00, ica dispensada da elaboração da
DFC. A Lei n. 6.404/76 também determina:
§1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação
dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
§2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas;
os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a
sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do res-
pectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”.
§3º As demonstrações inanceiras registrarão a destinação dos lucros
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto
de sua aprovação pela assembléia-geral.
§4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do
exercício (BRASIL, 1976).

Com base na Lei n. 6.404/76, as demonstrações contábeis das empresas abertas


devem ser submetidas à auditoria por auditores independentes registrados na
CVM e devem seguir as normas que regem os padrões internacionais de conta-
bilidade adotados pelo mercado de valores mobiliários. Assim, a Lei n. 6.404/76,
em seu art. 289, postula:
§1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as pu-
blicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de
grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da
companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão,
ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua ampla di-
vulgação e imediato acesso às informações. (Redação dada pela Lei
n. 9.457, de 1997)
§2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia não for edi-
tado jornal, a publicação se fará em órgão de grande circulação local.
§3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei sempre
no mesmo jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida de avi-
so aos acionistas no extrato da ata da assembléia-geral ordinária.
§4º O disposto no inal do § 3º não se aplica à eventual publicação de
atas ou balanços em outros jornais.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
21

§5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas


no registro do comércio.
§6º As aplicações do balanço e demonstração de conta de lucros e per-
das poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o
“milhar de cruzeiros”.
§6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e perdas
poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o mi-
lhar de reais.(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§7º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias
abertas poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações pela
rede mundial de computadores (BRASIL, 1976).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Esta conjuntura pode ser observada no ANEXO 1, em que vamos apresentar as


demonstrações contábeis em conformidade com a Lei n. 6.404/76. Na sequência,
sobre as demonstrações contábeis, o CPC 26 (R3) – Demonstrações Contábeis.

Você já ouviu falar do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis)? O CPC


foi criado da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes or-
ganizações:
■ ABRASCA;
■ APIMEC NACIONAL;
■ BOVESPA;
■ Conselho Federal de Contabilidade;
■ FIPECAFI;
■ IBRACON.
Ele tem as seguintes funções: convergência internacional das normas con-
tábeis; centralização na emissão de normas dessa natureza; representação e
processo democráticos na produção dessas informações.
Acesse o site: <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC> e ique por
dentro das últimas notícias do CPC.
Fonte: adaptado de CPC ([2017], on-line)5.

Demonstrações Financeiras
22 UNIDADE I

BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é um relatório elaborado pela contabilidade que tem


como objetivo demonstrar o patrimônio das entidades. Assim, esse demons-
trativo é um resumo dos saldos das contas que compõem o patrimônio. Dessa
forma, o balanço patrimonial informa dados do exercício social inalizado
e do anterior.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO

A primeira demonstração contábil a ser contextualizada é Balanço Patrimonial.


Assim, em conformidade com a Resolução 1.283/2010, “O balanço patrimonial
é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativa-
mente, numa determinada data, a posição patrimonial e inanceira da Entidade”.
Dessa maneira, a demonstração evidencia os aspectos quantitativos e qualita-
tivos da posição patrimonial de uma estipulada empresa. Neste sentido, a Lei
n. 6.404/76 diz que: “Balanço Patrimonial é composto por duas partes: Ativo
e Passivo, onde o ativo representa os bens e direitos; e o passivo identiica as
obrigações e o Patrimônio Líquido”. Dessa forma, o balanço patrimonial com-
preende todos os bens, direitos e obrigações no sentido tangível e intangível,
como também as obrigações e o Patrimônio Líquido da organização de acordo
com os resultados apurados pela contabilidade.
Com base em vários autores da área contábil, seguem alguns conceitos em
torno do Balanço Patrimonial (Quadro 3):

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
23

Quadro 3 - Conceitos sobre Balanço Patrimonial

Ribeiro O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar,


(2013, p. 357) qualitativa e quantitativamente, em uma determinada data, o Patrimônio
Líquido da entidade.
Montoto O Balanço Patrimonial é um importante relatório da contabilidade porque
(2011, p. 137) apresenta o seu objeto, o Patrimônio. Esse relatório é um resumo dos saldos
das contas patrimoniais. O Balanço Patrimonial, assim como os demais rela-
tórios, tem como principal missão a de sintetizar em contas representativas
as posições das contas do exercício indo e as mudanças patrimoniais que
ocorreram em relação ao exercício anterior.
Chagas Demonstra, quantitativa e qualitativamente, o patrimônio da entidade. É
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(2013, p. 40) elaborado no encerramento de cada exercício (ou a qualquer tempo, para
atender à solicitação especíica). Poder-se-ia conceituá-lo, também, como
a relação nominal de todos os componentes de certo patrimônio, com seus
valores inais, no último dia do exercício social, numa ordem (estrutura) i-
xada por lei.

Fonte: a autora.

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

De acordo com a NBC TG26 – do Balanço Patrimonial –, essa demonstra-


ção é composta pelo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, e as suas contas são
classiicadas em função dos elementos patrimoniais. Neste contexto, o balanço
patrimonial é representado em forma de gráico, simbolizando um “T”, justa-
mente porque possui dois lados, sendo o lado esquerdo o Ativo e o lado direito
o Passivo. Neste segmento, o Balanço Patrimonial é regido pelas Leis 6.404/76,
11.638/07, 11.941/09 e CPC PME. Logo, os bens, direitos e obrigações são subs-
tituídos por outras nomenclaturas, como segue:
Quadro 4 - Representação gráica do Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Passivo Circulante
Ativo Circulante
Passivo Não Circulante
Ativo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Fonte: a autora.

Balanço Patrimonial
24 UNIDADE I

Assim, as contas que compõem os bens e direitos são apresentadas em ordem


decrescente de grau de liquidez dos elementos registrados em dois grupos: Ativo
Circulante e Não Circulante. Logo, o grau de liquidez signiica o maior ou menor
prazo no qual bens e direitos podem ser representados em dinheiro.
O Passivo evidencia as obrigações - que são as dívidas com terceiros - e tam-
bém a parte do Patrimônio Líquido - que representa a participação dos sócios na
entidade. Logo, o passivo é constituído pelo Passivo Circulante, Não Circulante
e Patrimônio Líquido. Assim, as contas do passivo estão em ordem decrescente
a partir do grau de exigibilidade dos elementos que são registrados. Portanto, o

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grau de exigibilidade retrata o maior ou menor prazo em que a obrigação deve
ser quitada.
Para uma melhor compreensão sobre os elementos que compõem o Balanço
Patrimonial, você pode analisar o ANEXO 2, em que temos as considerações
sobre o Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido na visão NBC T.3.2 – Do Balanço
Patrimonial.

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocor-


ridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entida-
de capazes de gerar benefícios econômicos.
(Montoto, 2011, p. 150)

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
25

MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial pode ser exposto no formato horizontal ou no formato


vertical. A forma horizontal é exposta em gráico “T”, no qual posiciona o ativo
do lado esquerdo e o passivo do lado direito do gráico. Porém, em função da
quantidade de contas que podem ser alocadas no balanço patrimonial, ele pode
ser elaborado em formato vertical, em que o ativo aparece em primeiro plano e,
na sequência, o passivo.
Veja no ANEXO 3 um modelo de Balanço Patrimonial que apresenta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as disposições das contas que compõem o Ativo, Passivo e Patrimônio


Líquido.

EXEMPLO PRÁTICO DE BALANÇO PATRIMONIAL

Para um melhor entendimento sobre a elaboração do Balanço Patrimonial,


segue um exemplo prático de uma empresa ictícia, Comércio de Móveis
Souza Ltda., relativo à escrituração contábil realizada com base no exercí-
cio social 2016.

Balanço Patrimonial
26 UNIDADE I

Tabela 1 - Exemplo de Balanço Patrimonial.

ATIVO 847.366,46
ATIVO CIRCULANTE 749.248,90
Disponível 28.512,85
Caixa 3.957,00
Caixa 3.957,00
Banco c/Movimento 24.555,85
Banco dos Brasileiros S/A 24.555,85
Valores a Receber 347.854,80
Duplicatas a Receber 263.868,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Duplicatas a receber 263.868,00
Impostos a Recuperar 83.986,80
ICMS a Recuperar 47.427,84
PIS a Recuperar 6.521,33
Conins a Recuperar 30.037,63
Estoques 372.881,25
Mercadorias para Revenda 372.881,25
ATIVO NÃO CIRCULANTE 98.117,56
Imobilizado 98.117,56
Móveis e Utensílios 5.413,00
Veículos 78.000,00
Aparelhos Telefônicos 1.423,00
Computadores e Periféricos 15.164,00
(-) Depreciação Acumulada Móveis e Utensílios -45,11
(-) Depreciação Acumulada Veículos -1.300,00
(-) Depreciação Acumulada Aparelhos Telefônicos -284,60
(-) Depreciação Acumulada Computadores e Periféricos -252,73

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
27

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 847.366,46


PASSIVO CIRCULANTE 672.640,55
Obrigações por Funcionamento 659.100,00
Fornecedores 659.100,00
Fornecedores 659.100,00
Obrigações Trabalhistas e Sociais 2.421,07
INSS a Recolher 1.814,65
FGTS a Recolher 453,92
IRRF a Recolher 152,50
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Obrigações Fiscais 9.707,28


Contribuição Social a Recolher 3.098,99
IRPJ a pagar 6.608,30
Provisões 1.412,20
Provisão p/ 13º Salário e Encargos s/ 13º Salário 605,23
Provisão p/ Férias e Encargos s/ Férias 806,97
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 0,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 174.725,91
Capital Social 150.000,00
Capital Subscrito 150.000,00
Capital Subscrito 150.000,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados 24.725,91
Lucros Acumulados 24.725,91
Lucro do Período 24.725,91

Fonte: a autora.

De acordo com o modelo de Balanço Patrimonial que foi apresentado, vimos que
essa demonstração apresenta os componentes do Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido. No ativo, as contas estão dispostas em ordem decrescente de grau
de liquidez e, assim, temos os seguintes grupos: Ativo circulante e Ativo Não
Circulante. Logo, no Passivo, as contas são classiicadas em Passivo Circulante,
Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido.

Balanço Patrimonial
28 UNIDADE I

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, verificamos os conteúdos introdutórios em relação às


Demonstrações Financeiras/Contábeis de acordo com as Leis n. 6.404/76, Lei
n. 11.638/07, e pelas resoluções do CFC e CVM.
O Balanço Patrimonial foi a primeira demonstração contábil a ser contex-
tualizada, sendo um dos relatórios que demonstram os saldos das contas que
pertencem ao patrimônio das entidades. Assim, essa evidenciação abrange os
aspectos quantitativos e qualitativos da informação contábil.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A função do Balanço Patrimonial é a de sintetizar, por meio das contas con-
tábeis, a posição de cada uma, demonstrando a escrituração contábil referente a
um exercício social. Portanto, o exercício social representa a movimentação de
um ano, ou pode ser estipulado em função do ciclo operacional das organiza-
ções. Neste aspecto, a escrituração contábil tem objetivo de registrar de forma
padronizada os fatos contábeis que acontecem em virtude das operações de com-
pra, vendas, entre outros.
Falamos dos componentes que fazem parte do Balanço Patrimonial, que são:
Ativo (Bens e Direitos), Passivo (Obrigações) e o Patrimônio Líquido (Capital
Investido). Logo, o Ativo representa os recursos controlados pela empresa como
resultado de eventos passados — do qual se espera que resultem benefícios futu-
ros e que constituam a soma dos bens e direitos —, assim, sendo composto por
dois grupos, que são: Circulante e Não Circulante. O Passivo apresenta as obriga-
ções da entidade, que são as dívidas ou o capital de terceiros de uma organização
vindos de eventos já ocorridos, que resultem em saídas de recursos. Dessa forma,
possui a subdivisão de: Passivo Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido.
Assim, o Ativo encontra-se no lado esquerdo do Balanço Patrimonial e o Passivo
no lado direito da demonstração.
A partir de toda contextualização em volta do Balanço Patrimonial, reconhe-
cemos a necessidade de demonstrar sua estrutura e também um modelo prático.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
29

1. De acordo com a Lei n. 6.404/76, em seu art. 176, as demonstrações obrigató-


rias são:
a) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstra-
ção do Valor Adicionado, DRA.
b) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, De-
monstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa e,
no caso de companhia aberta, a Demonstração do Valor Adicionado.
c) Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa,
Balanço Patrimonial, DRP e DRA.
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa e, no caso de companhia aberta, a De-
monstração do Valor Adicionado.
e) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, De-
monstração do Resultado do Exercício, DRP.
2. Marque Verdadeiro (V) ou Falso (F) em relação aos usuários da informação con-
tábil.
( ) Empregados: também estão interessados em informações sobre a estabi-
lidade e lucratividade da empresa, por isso são usuários internos.
( ) Fornecedores: estão interessados em informações que lhe permitam ava-
liar se as importâncias que lhe são devidas serão pagas nos respectivos venci-
mentos, por isso são usuários externos.
( ) Público: as entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem,
por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local, por isso são usuá-
rios externos.
Assinale a alternativa correta.
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
30

3. O Patrimônio Líquido é constituído pelo capital social, contas de reserva e entre


outros grupos que o compõe. Desse modo, assinale a alternativa correta em
relação ao Patrimônio Líquido.
a) Reserva de capital representa as contas que registram o produto de alienação
de partes beneiciárias e custos recebidos na emissão de debêntures.
b) A conta capital subscrita demonstra a integralização dos bens prometidos
pelos sócios à empresa.
c) Ações em tesouraria certiicam o aumento do capital em função da correção
monetária.
d) Reservas de prejuízos demonstram a parte da perda retida com apuração do
resultado do exercício referente a um determinado período.
e) O Patrimônio Líquido sucedeu a abolição dos lucros acumulados somente no
Balanço Patrimonial que pertencia ao grupo “Lucros e Prejuízos Acumulados”,
no entanto, o saldo anterior dessa conta deve ser destinada.
4. O patrimônio das empresas são os bens, direitos e obrigações. Assinale a alter-
nativa correta quanto ao que se entende por obrigações.
a) Desempenha a função de fornecer aplicações de recursos para serem consu-
midos pelas contas que pertencem ao ativo.
b) Apresentam as dívidas em curto prazo que estão no grupo do passivo circu-
lante e não circulante.
c) Evidencia unicamente as obrigações exigíveis que demonstram as dívidas re-
ferentes à compra de imobilizado para as empresas.
d) Aplicações de recursos referentes ao patrimônio líquido que vem demonstrar
o saldo negativo das organizações.
e) Representa os direitos para com terceiros por evidenciar as origens de recur-
sos para as contas que pertencem ao grupo do ativo.
5. Saldo em Caixa, Máquinas e Equipamentos, Duplicatas a Receber, Fornecedores,
Computadores e Periféricos, Impostos a Recolher, Duplicatas a Pagar, Móveis e
Utensílios representam o que para a empresa?
a) Três bens — dois direitos e três obrigações.
b) Quatro bens — um direito e três obrigações.
c) Um direito — quatro obrigações e três bens.
d) Oito elementos negativos.
e) Cinco elementos positivos e três negativos.
31

ASPECTOS PRINCIPAIS DE UM SISTEMA CONTÁBIL-FINANCEIRO

O sistema deve ser alimentado com infor- São usuários típicos do sistema os seto-
mações básicas, geradas por todos os res da empresa que atuam nessas áreas.
ciclos gerenciais — planejamento, execu- Para que o sistema mantenha as informa-
ção, acompanhamento e controle — da ções necessárias para esse processamento,
empresa que tenham implicações contá- os usuários alimentam informações de
beis ou inanceiras, compreendendo-se entrada, que cobrirão basicamente:
aqui também, no caso de um sistema em
■ Orçamento e suas revisões;
computador, a geração de transações pelo
próprio sistema ou seus subsistemas. ■ Transações em contas de ativo e pas-
sivo;
O sistema e seus subsistemas cobrem, ■ Reconhecimento de receitas, custos e
em graus de abrangência e integração despesas;
que podem variar grandemente de uma ■ Lançamentos de ajustes, provisões e
empresa para outra, as seguintes áreas de reavaliações;
aplicações básicas:
■ Registros de consolidações, encer-
■ Planejamento e orçamento; ramento de ciclos ou fases e outros
■ Compras, recepção, contas a pagar e fechamentos;
controle de fornecedores; ■ Transações diversas orçamentárias,
■ Pessoal, folha de pagamento e suas inanceiras, patrimoniais, de custos etc.
apropriações;
■ Controle patrimonial e ativo ixo; Os relatórios cuja extração é possível consti-
tuem uma lista inesgotável, da qual alguns
■ Controle de projetos;
exemplos comuns seriam:
■ Contabilidade de custos e valorização
e controle de estoques; ■ Contábeis;
■ Vendas, faturamento, contas a receber ■ Legais e iscais;
e controle de clientes; ■ Gerenciais e societários.
■ Contabilidade inanceira, inclusive ban-
cos, aplicações inanceiras e contratos
de inanciamento;
■ Consolidação.

IMPORTÂNCIA DA DEFINIÇÃO DO PLANO DE CONTAS

Como já foi salientado, o plano de contas cessadas e armazenadas para a emissão de


é o instrumento principal para a captação relatórios.
das informações que alimentarão o sistema
contábil-inanceiro e que serão por ele pro- O plano de contas deve ser, portanto, capaz
32

de satisfazer as necessidades de informação A deinição adequada dos usuários do sis-


das diversas áreas envolvidas. O todo das tema conduzirá à correta determinação dos
operações é constituído, em seu detalhe, centros de lucro e custos, das áreas de res-
de diferentes atividades desempenhadas ponsabilidade, dos agrupamentos lógicos
por setores diferentes. As necessidades de contas e das próprias contas em si.
de acumulação de informações de uma
área de custos, por exemplo, nunca serão Deinições inadequadas ou insuicientes da
as mesmas das de uma área de compras. A estrutura do plano de contas que não consi-
deinição da estrutura do plano de contas derem os múltiplos aspectos mencionados
deverá cobrir cada segmento dos diferentes trarão um risco de comprometimento do
tipos de atividades de forma especiica- sistema como um todo, pois, devido à ine-
mente orientada para cada um. icácia e falta de capacidade do sistema
para fornecer as informações, poderia ser
Além disso, os detalhamentos devem ser gerado um descrédito entre os usuários, o
integrados à estrutura de forma homogê- que implicaria a má utilização das poten-
nea, visando a assegurar a compatibilidade cialidades do sistema.
de informações e um tratamento consis-
tente ao longo da estrutura. Caro(a) aluno(a), para realizar a leitura na
íntegra, acesse o site a seguir:
Fonte: Adaptado de Aresta e Souza (1979, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade Geral e Avançada Esquematizado


Eugenio Montoto; Pedro Lenza
Editora: Saraiva
Sinopse: a obra abrange as matérias de contabilidade geral
e avançada. O leitor encontrará temas como: escrituração
contábil, operações financeiras e instrumentos financeiros.
Indicada para o estudo dos alunos da graduação e dos candidatos
aos principais concursos públicos nesse segmento. Integra a Coleção
Esquematizado, coordenada por Pedro Lenza, conhecida pela metodologia pioneira, idealizada com
base na experiência de vários anos de magistério.

Material Complementar
ANEXO I

SUMÁRIO DO PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R3)

Apresentação das Demonstrações Contábeis


Introdução

1. O objetivo deste Pronunciamento Técnico é deinir a base para a apresenta-


ção de demonstrações contábeis, inclusive as separadas e consolidadas, para
assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de perí-
odos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis
de outras entidades.
2. Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, como regra: (a) o
balanço patrimonial; (b) a demonstração do resultado; (c) a demonstração do
resultado abrangente; (d) a demonstração das mutações do patrimônio líquido;
(e) a demonstração dos luxos de caixa; (f) a demonstração do valor adicionado
quando exigida legalmente; e (g) as notas explicativas, compreendendo um
resumo das políticas contábeis signiicativas e outras informações explanatórias.
3. As demonstrações contábeis devem ser identiicadas claramente e distinguidas
de outras informações e demonstrações divulgadas no mesmo documento.
4. As demonstrações contábeis devem ser apresentadas pelo menos anualmente
e devem apresentar apropriadamente a posição patrimonial e inanceira, o
desempenho inanceiro e os luxos de caixa da entidade. Em praticamente todas
as circunstâncias, a representação adequada conforme a Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro contida no
Pronunciamento Conceitual Básico do CPC é conseguida pela conformi-
dade com as práticas contábeis brasileiras ensejadas pelos Pronunciamentos,
Interpretações e Orientações do CPC.
5. Em circunstâncias extremamente raras, nas quais a administração concluir
que a conformidade com um requisito de um Pronunciamento, Interpretação
ou Orientação conduziria a uma apresentação tão enganosa que entraria em
conlito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro,
a entidade não aplicará esse requisito, a não ser que esse procedimento seja
terminantemente vedado do ponto de vista legal e regulatório.
35
ANEXO I

6. No caso de não aplicação de um requisito conforme o item anterior, deve a


entidade divulgar a natureza da exceção, a razão da não aplicação do requi-
sito, qual o requisito não aplicado, qual foi aplicado e o impacto introduzido
nas demonstrações por essa mudança.
7. Se não for possível não aplicar um requisito na situação prevista no item 5,
deve a entidade divulgar o fato, a razão da não mudança de procedimento,
as consequências disso nas demonstrações contábeis, qual o procedimento
que deveria ter sido aplicado e também suas consequências.
8. Na ocasião da elaboração de demonstrações contábeis, a Administração deve
exercer julgamento acerca da capacidade da entidade continuar em operação
no futuro previsível. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas no
pressuposto dessa continuidade, a menos que a Administração pretenda liqui-
dar a entidade ou cessar seus negócios, ou não tenha alternativa realista senão
fazer isso. Quando a Administração tiver ciência, ao fazer a sua avaliação,
de incertezas materiais relacionadas com acontecimentos ou condições que
possam lançar dúvidas signiicativas acerca da capacidade da entidade conti-
nuar em operação no futuro previsível, essas incertezas devem ser divulgadas.
9. O regime de competência, o respeito à relevância e à materialidade das
informações, a não compensação de valores que não possam legal ou con-
tratualmente ser compensados, a adoção consistente dos mesmos critérios ao
longo do tempo e o seguimento a todos os demais preceitos estabelecidos na
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro devem sempre estar presentes nas demonstrações que devem ser
apresentadas pelo menos anualmente.
10. A menos que um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação per-
mita ou exija de outra forma, informação comparativa deve ser divulgada
relativa ao período anterior para todos os montantes expressos nas demons-
trações contábeis. A informação comparativa também deve ser incluída para
a informação narrativa e descritiva quando for relevante para a compreensão
das demonstrações contábeis do período corrente.
11. As omissões ou distorções de itens são materiais se puderem, individual ou
coletivamente, inluenciar as decisões econômicas dos usuários tomadas com
base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende da dimensão e
da natureza da omissão ou distorção julgadas à luz das circunstâncias que a
rodeiam. A dimensão ou a natureza do item, ou uma combinação de ambas,
pode ser o fator determinante.
ANEXO I

12. A entidade deve apresentar os ativos e os passivos segregados em circulan-


tes e não circulantes, exceto quando uma apresentação baseada na liquidez
proporcionar informação coniável e mais relevante, como é o caso de certas
instituições inanceiras. Os tributos diferidos ativos e passivos não devem ser
classiicados entre os valores circulantes.
13. O ativo deve ser classiicado como circulante quando estiver para ser reali-
zado no decurso normal do ciclo operacional da entidade, ou estiver mantido
essencialmente com o propósito de ser negociado, ou estiver para ser reali-
zado até doze meses da data do balanço, ou for caixa ou equivalente de caixa.
14. Quando a entidade não cumprir um compromisso segundo acordo de emprés-
timo de longo prazo até a data do balanço, com o efeito de o passivo se tornar
vencido e pagável à ordem do credor, o passivo é classiicado como circulante
mesmo que o credor tenha concordado — após a data do balanço e antes da
data da autorização para emissão das demonstrações contábeis — em não
exigir pagamento antecipado como consequência do descumprimento do
compromisso. O passivo deve ser classiicado como circulante porque, à data
do balanço, a entidade não tem direito incondicional de diferir a sua liquida-
ção durante pelo menos doze meses após essa data.
15. A participação dos não-controladores deve ser apresentada como parte do
patrimônio líquido no balanço consolidado, após o subtotal do patrimônio
líquido dos proprietários da entidade controladora. O resultado do período
e o resultado abrangente do período devem evidenciar a parcela dos proprie-
tários da entidade controladora e a parcela dos não controladores.
16. Todos os itens de receitas e despesas reconhecidos no período devem ser
incluídos no resultado do exercício a menos que um Pronunciamento, uma
Interpretação ou uma Orientação o exija de outro modo, como no caso das
circunstâncias especíicas em que ocorre o ajuste de avaliação patrimonial
diretamente no patrimônio líquido.
17. A demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguin-
tes rubricas: o resultado líquido do período; cada item dos outros resultados
abrangentes classiicados conforme sua natureza; a parcela dos outros resulta-
dos abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial; e o resultado abrangente. Em suma, essa demons-
tração abrange todas as mutações do patrimônio líquido que não sejam
representadas pelas operações entre os proprietários agindo nessa condição
de proprietários, e a entidade.
37
ANEXO I

18. A demonstração do resultado abrangente deve ser apresentada separadamente


da demonstração do resultado, em função da lei brasileira.
19. A entidade não deve apresentar rubricas ou itens de receitas ou despesas
como itens extraordinários ou não operacionais, quer na demonstração do
resultado abrangente, quer na demonstração do resultado do período, quer
nas notas explicativas.
20. A entidade deve divulgar, no resumo das políticas contábeis signiicativas
ou outras notas, os julgamentos exercidos na elaboração das demonstrações
contábeis, os principais pressupostos relativos ao futuro, as principais fon-
tes da incerteza das estimativas à data do balanço patrimonial que ensejem
risco signiicativo de provocar modiicação material no próximo exercício
nos valores consignados nas demonstrações contábeis.
21. As notas explicativas devem apresentar as informações requeridas pelos
Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações aplicados que não
tenham sido apresentadas nas demonstrações contábeis, prover informação
adicional que seja relevante para sua compreensão, passivos contingentes e
compromissos contratuais não reconhecidos, divulgações não inanceiras,
por exemplo, os objetivos e políticas de gestão do risco inanceiro da enti-
dade, as bases de mensuração utilizadas (por exemplo, custo histórico, custo
corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor recuperável) o domi-
cílio e a forma jurídica da entidade, descrição da natureza das operações da
entidade e das suas principais atividades; nome da entidade controladora e a
entidade controladora do grupo em última instância, e todas as demais notas
exigidas legalmente e normativamente.
22. A essência econômica deve prevalecer sobre a forma jurídica quando esta
não representar aquela, e isso colocar em risco o objetivo das demonstra-
ções contábeis estabelecido no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.

Fonte: CPC 26 (2011, on-line)².


ANEXO II

COMPONENTES DO BALANÇO PATRIMONIAL

NBC T.3.2 - Do Balanço Patrimonial


Estrutura do Balanço Patrimonial

3.2.2 – Conteúdo e Estrutura

3.2.2.1 – O balanço patrimonial é constituído pelo ativo, pelo passivo e pelo


Patrimônio Líquido.
a) O ativo compreende as aplicações de recursos representadas
por bens e direitos;
b) O passivo compreende as origens de recursos representadas
por obrigações;
c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da
Entidade, ou seja, a diferença maior do ativo sobre o passivo.
Na hipótese do passivo superar o ativo, a diferença denomi-
na-se “Passivo a Descoberto”.

3.2.2.2 – As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos es-
perados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordem crescente
dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais
procedimentos para os grupos e subgrupos.
3.2.2.3 – Os direitos e as obrigações são classiicados em grupos do Circulante,
desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obriga-
ções, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente
à data do balanço patrimonial.
3.2.2.4 – Os direitos e as obrigações são classiicados, respectivamente, em gru-
pos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos esperados de
realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidas ou esperados, si-
tuem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial.
3.2.2.5 – Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o
exercício social, a classiicação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o
prazo desse ciclo.
39
ANEXO II

3.2.2.6 – Os saldos devedores ou credores de todas as contas retiicadoras deve-


rão ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que
lhes deram origem.

3.2.2.7 – Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta de produtos


ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros, denominados como re-
sultado de exercícios futuros, na legislação, serão demonstrados com a dedução
dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do
respectivo grupo do ativo ou passivo.

3.2.2.8 – Os saldos devedores e credores serão demonstrados separadamente,


salvo nos casos em que a Entidade tiver direito ou obrigação de compensá-los.

3.2.2.9 – Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupa-


dos, desde que seja indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um
décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de
títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas-correntes”.

3.2.2.10 – As contas que compõem o ativo devem ser agrupadas, segundo sua
expressão qualitativa, em:
I. Circulante
O Circulante compõe-se de:
a) Disponível
São os recursos inanceiros que se encontram à disposição ime-
diata da Entidade, compreendendo os meios de pagamento em
moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e
os títulos de liquidez imediata.
b) Créditos
São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os
outros direitos.
c) Estoques
São os valores referentes à existência de produtos acabados,
produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, mate-
riais de consumo, serviços em andamento e outros valores
relacionados às atividades-ins da Entidade.
ANEXO II

d) Despesas Antecipadas
São as aplicações em gastos que tenham realização no curso
do período subsequente à data do balanço patrimonial.
e) Outros Valores e Bens
São os não relacionados às atividades-ins da Entidade.

II. Realizável a Longo Prazo


São os ativos referidos nos itens I b), c), d), e) anteriores, cujos prazos espe-
rados de realização situem-se após o término do exercício subsequente à
data do balanço patrimonial.

III. Permanente

São os bens e direitos não destinados à transformação direta e meios de


pagamento cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse um
exercício. É constituído pelos seguintes subgrupos:
a) Investimentos
São as participações em sociedades além dos bens e direitos que
não se destinem à manutenção das atividades-ins da Entidade.
b) Imobilizado
São os bens e direitos tangíveis e intangíveis utilizados na con-
secução das atividades-ins da Entidade.
c) Diferido
São as aplicações de recursos em despesas que contribuirão
para a formação do resultado de mais um exercício social.

3.2.2.11 – As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua
expressão qualitativa, em:
I. Circulante

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados cujos prazos esta-


belecidos ou esperados situem-se no curso do exercício subsequente à
data do balanço patrimonial.
41
ANEXO II

II. Exigível a Longo Prazo

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados cujos prazos estabe-


lecidos ou esperados situem-se após o término do exercício subsequente
à data do balanço patrimonial.

3.2.2.12 – As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas,


segundo sua expressão qualitativa, em:
I. Capital

São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorpo-


rações de reservas de lucros.
II. Reservas

São os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ati-


vos e de outras circunstâncias.
III. Lucros ou Prejuízos Acumulados

São os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda não


compensados, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio
Líquido.
3.2.2.13 – No caso em que houver Passivo a Descoberto, devido à sua excepcio-
nalidade, a Entidade deverá modiicar a forma habitual da equação patrimonial,
apresentando, de forma vertical, o ativo diminuído do passivo, tendo como resul-
tado o Passivo a Descoberto.

Fonte: adaptado da Resolução CFC nº 686/90 e NBC T.3.2.


ANEXO III

MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIO
CONTAS
ATUAL $
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL
CAIXA GERAL
Caixa
BANCO CONTA MOVIMENTO
Banco dos Brasileiros
Banco Urupês S/A
Banco Bradesco S/A
Banco do Brasil
Banco Caixa Econômica Federal
Banco Itaú S/A
Banco Santander S/A
APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE LIQUIDEZ IMEDIATA
Banco dos Brasileiros
Banco Urupês S/A
Banco Bradesco S/A
Banco do Brasil
Banco Caixa Econômica Federal
Banco Itaú S/A
Banco Santander S/A
CLIENTES
DUPLICATAS A RECEBER
Duplicatas a Receber
( - ) Provisão para Perda de Crédito Liquidação Duvidosa
43
ANEXO III

OUTROS CRÉDITOS
TÍTULOS A RECEBER
Títulos a Receber
JUROS A RECEBER
ADIANTAMENTO A TERCEIROS
CRÉDITOS DE FUNCIONÁRIOS
Adiantamento de Salários
Adiantamento de Férias
Adiantamento de 13º Salários
Adiantamento a Fornecedores
TRIBUTOS A COMPENSAR E RECUPERAR
IPI a Recuperar
ICMS a Recuperar
COFINS a Recuperar
PIS a Recuperar
ICMS s/ Ativo Imobilizado a Recuperar
ESTOQUES
PRODUTOS ACABADOS
Produtos Acabados
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Produtos Acabados
MERCADORIAS PARA REVENDA
Mercadorias para Revenda
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Mercadorias
PRODUTOS EM PROCESSO
Produtos em Processo
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Produtos em Processo
MATÉRIAS-PRIMAS
Matérias-primas
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Matéria-prima
OUTROS MATERIAIS
Material Secundário
ANEXO III

( - ) Provisão para Perda no Estoque de Material Secundário


ALMOXARIFADO
Materiais de Escritório (expediente)
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Materiais de Escritório
Materiais de Informática
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Materiais de Informática
Materiais de Higiene e Limpeza
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Mat. de Higiene e Limpeza
Materiais de Manutenção
( - ) Provisão para Perda no Estoque de Materiais de Manutenção
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE
Seguros a Apropriar
Aluguéis a Apropriar
Encargos Financeiros a Apropriar
Assinaturas e Anuidades
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
DUPLICATAS A RECEBER
Duplicatas a Receber
TÍTULOS A RECEBER
Títulos a Receber
TRIBUTOS A COMPENSAR E RECUPERAR
IPI a Recuperar
ICMS a Recuperar
COFINS a Recuperar
PIS a Recuperar
ICMS s/ Ativo Imobilizado a Recuperar
DESPESAS ANTECIPADAS
Seguros a Apropriar
Aluguéis a Apropriar
45
ANEXO III

Encargos Financeiros a Apropriar


Assinaturas e Anuidades
INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS SOCIEDADES
Participações em Coligadas
Participação em Controladas
PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTOS
OUTROS INVESTIMENTOS
Obras de Arte
Terrenos e Imóveis para Futuras Instalações
IMOBILIZADO
BENS EM OPERAÇÃO
Computadores e Periféricos
( - ) Depreciação Acumulada Computadores e Periféricos
Ferramentas
( - ) Depreciação Acumulada de Ferramentas
Imóveis
( - ) Depreciação Acumulada de Imóveis
Instalações Industriais
( - ) Depreciação Acumulada de Instalações Industriais
Máquinas e Equipamentos Industriais
( - ) Depreciação Acumulada Máquinas e Equipamentos
Móveis e Utensílios
( - ) Depreciação Acumulada Móveis e Utensílios
Veículos
( - ) Depreciação Acumulada de Veículos
Ediicações
( - ) Depreciação Acumulada Ediicações
Terrenos
OPERACIONAL RECURSOS NATURAIS
Jazidas
ANEXO III

( - ) Exaustão Acumulada de Jazidas


Florestamento e Relorestamento
( - ) Exaustão Acumulada de Florestamento e Relorestamento
IMOBILIZADO EM ANDAMENTO
Aquisição de Imóveis em Andamento
Construções em Andamento
Reformas Prediais em Andamento
INTANGÍVEL
OPERACIONAL INCORPÓREO (IMATERIAL)
Marcas e Patentes
( - ) Amortização Acumulada de Marcas e Patentes
Pesquisa e Desenvolvimento
( - ) Amortização Acumulada de Pesquisa e Desenvolvimento
Direitos Autorais
( - ) Amortização Acumulada de Direitos Autorais
Software
( - ) Amortização Acumulada de Software

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


PASSIVO CIRCULANTE
OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
OBRIGAÇÕES COM FORNECEDORES
Fornecedores Nacionais
Fornecedores de Serviços
Duplicatas a Pagar
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Empréstimos
( - ) Juros de Empréstimos
Financiamentos
( - ) Juros de Financiamentos
Duplicata Descontada
47
ANEXO III

( - ) Encargos Financeiros a Transcorrer


OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
ICMS a Recolher
Impostos e Taxas a Recolher
IPI a Recolher
IRRF a Recolher
ISS a Recolher
IRRF a Recolher s/ Folha de Pagamento
COFINS a Recolher
PIS a Recolher
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
Comissões a Pagar
13º Salários a Pagar
Férias a Pagar
Gratiicações a Pagar
Pró-labore a Pagar
Salários a Pagar
Rescisão de Contrato a Pagar
FGTS a Recolher
Pensão Alimentícia a Pagar
Contribuição Sindical a Recolher
Autônomos a Pagar
Indenizações Trabalhistas
Contr. Assistencial a Recolher
Cont. Sindical a Recolher
Encargos Trabalhistas a Pagar
OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
INSS a Recolher
INSS sobre Notas Fiscais a Recolher
PROVISÕES
Provisão para Férias e Encargos sobre Férias
ANEXO III

Provisão para 13º Salário e Encargos sobre 13º Salário


OUTRAS OBRIGAÇÕES
Adiantamentos Recebidos de Clientes
Energia Elétrica a Pagar
Água a Pagar
Telefone a Pagar
Frete a Pagar
Aluguéis a Pagar
Contas a Pagar
PARTICIPAÇÕES E DESTINAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO
Dividendos a Pagar
Dividendos Propostos a Pagar
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
OBRIGAÇÕES COM FORNECEDORES
Fornecedor
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Empréstimo a Pagar
( - ) Juros de Empréstimos a Pagar
Financiamentos a Pagar
( - ) Juros de Financiamentos a Pagar
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Impostos a Recolher
Impostos e Taxas a Recolher
Contribuições a Recolher
Imposto de Renda Diferido
OUTRAS OBRIGAÇÕES
Títulos a pagar
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CAPITAL SOCIAL
CAPITAL SOCIAL
49
ANEXO III

Capital Social Subscrito


( - ) Capital Social a Integralizar
RESERVAS DE CAPITAL
RESERVAS DE CAPITAL
Reserva de Ágio na Emissão de Ações/Cotas
Reserva de Alienação de Partes Beneiciárias
Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
RESERVA DE REAVALIAÇÃO
Bem A
PROVISÃO PARA RENDA SOBRE REAVALIAÇÃO
Bem A
RESERVAS DE LUCROS
RESERVAS DE LUCROS
Reserva Legal
Reserva Estatutárias
Reserva para Contingências
Reserva de Lucros para Expansão
( - ) AÇÕES EM TESOURARIA
( - ) AÇÕES EM TESOURARIA
( - ) Ações em Tesouraria
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
LUCROS ACUMULADOS
Lucros Anteriores
Lucro do Período
( - ) PREJUÍZOS ACUMULADOS
( - ) Prejuízos Anteriores
( - ) Prejuízo do Período

Fonte: a autora.
50
REFERÊNCIAS

ARESTA, Antonio Jorge Bastos; SOUZA, Ségio Martins de. Plano de Contas: um
novo enfoque de deinição. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 19, n. 4, out./dez.
1979. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0034-75901979000400006>. Acesso em: 06 set. 2017.
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Brasília: Senado Federal, 2007.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11638.htm>. Acesso em: 06 set. 2017.
______. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária fede-
ral relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos
casos em que especiica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto
no 70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nos8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213,
de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro
de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532,
de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de
2002, 10.522, de 19 de julho de 2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15
de dezembro de 1976, o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis
nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de
dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de
2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23
de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005, 11.345, de 14 de setembro
de 2006; prorroga a vigência da Lei no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995; revoga
dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e 8.620, de 5 de janeiro
de 1993, do Decreto-Lei no  73, de 21 de novembro de 1966, das Leis nos10.190,
de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938, de 31 de
agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de 1979,
e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de
2005; e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2009. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>.
Acesso em: 06 set. 2017.
______. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília: Senado Federal, 1976.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>.
Acesso em: 19 jun. 2017.
CFC (Conselho Federal de Contabilidade). Normas brasileiras de contabilidade:
NBC TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a 40
(exceto 34 e 42). Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2011. Disponível em:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/04/NBC_TG_COM-
PLETAS03.2013.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2017.
______. Resolução CFC n° 686. Normas brasileiras de contabilidade: NBC T XX –
conteúdo e estrutura das demonstrações contábeis, 1990.
51
REFERÊNCIAS

CHAGAS, Gilson. Contabilidade geral simpliicada: demonstrações inanceiras


após alterações na lei das S.As e as sociedades empresárias à luz do novo Código
Civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das De-
monstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documen-
tos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 19 jun. 2017.
FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2011. v. 1.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva,
2011.
PORTAL CONTÁBEIS. Comparação da Leis n° 6.404/76 e Lei n° 11.638/07. Disponí-
vel em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-
-lei-116382007/>. Acesso em: 19 jun. 2017.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade comercial fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva,
2013.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-
-lei-116382007/>. Acesso em: 19 jun. 2017.
2
Em: <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/audiencias_publicas/ap_snc/ane-
xos/2009/deli595-CPC26-sumario.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2017.
3
Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 06 set. 2017.
GABARITO

1. b
2. e
3. e
4. e
5. b
Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

DEMONSTRATIVO DO

II
UNIDADE
RESULTADO (DR)

Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar o Demonstrativo do Resultado (DR); Conhecer o conceito,
estrutura e elaboração do DR.
■ Compreender a Demonstração do Resultado do Período e a
Demonstração do Resultado Abrangente do Período.
■ Estudar o processo de apuração do resultado do exercício; Veriicar
um exemplo prático do encerramento do exercício.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Demonstrativo do Resultado (DR)
■ Demonstrativo do Resultado do Período e a Demonstração do
Resultado Abrangente do Período
■ Roteiro para apuração do resultado do exercício
55

INTRODUÇÃO

Olá aluno(a), nesta segunda Unidade do livro, vamos tratar sobre o Demonstrativo
do Resultado (DR), conhecido também como a DRE — Demonstração do
Resultado do Exercício. Essa demonstração evidencia o resultado que a entidade
obteve, ou seja, lucro ou prejuízo, que vem em função do processo da escritura-
ção contábil. A Lei n. 6.404/76, em seu art. 187, disciplina os componentes e o
processo de elaboração da DR. Assim, a DR é um relatório construído a partir
dos saldos de encerramento de todas as contas de resultado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As contas que fazem parte da DR compõem as receitas, deduções da receita,


custos, despesas, impostos e participações sobre os lucros. Neste sentido, as recei-
tas e despesas são reconhecidas em virtude do princípio da competência que
engloba as transações e eventos que devem ser reconhecidos nos períodos a que
se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Dessa forma, a
DR evidencia, também, a saúde inanceira das entidades em função do detalha-
mento das informações apresentadas que se tornam relevantes para a tomada
de decisão empresarial.
Para um melhor entendimento sobre essa demonstração, será apresentado
um modelo de estrutura e um exemplo prático de como desenvolver esse relató-
rio. Porém, dentro desse processo, também existem outras duas demonstrações
que complementam a apuração do período e que precisam ser estudadas, que
são: Demonstração do Resultado do Período e a Demonstração do Resultado
Abrangente do Período.
Por im, será apresentado um roteiro sobre a apuração do resultado do exer-
cício em função da necessidade de apurar o lucro ou prejuízo da entidade. Assim,
apurar o resultado do exercício signiica veriicar, por meio das contas de resul-
tado (receitas e despesas), se a movimentação a partir da escrituração contábil
apresentará lucro ou prejuízo no decorrer do exercício social.

Introdução
56 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)

Olá caro(a) aluno(a), nesta unidade será abordado o Demonstrativo do Resultado


— DR, que é elaborado a partir dos saldos de encerramento de todas as con-
tas de resultado, que são: receitas, despesas, custos etc. Neste contexto, também
veriicaremos a estrutura e a composição desse relatório.

CONCEITO

O Demonstrativo do Resultado — DR, também conhecida como Demonstração


do Resultado do Exercício — DRE, é um relatório que apresenta os saldos de
encerramento de todas as contas de resultado. Neste sentido, engloba as contas
de resultado que são: receitas, deduções de receitas, custos, despesas, impostos
sobre vendas e participações sobre os lucros. Para Ribeiro (2012, p. 347), “essa
Demonstração evidencia o Resultado que a empresa obteve (Lucro ou Prejuízo) no
desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


57

igual a um ano”. Assim, as receitas e despesas são reconhecidas de acordo com


o princípio da competência, trazendo um novo sentido para este: “O Princípio
da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento
ou pagamento” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2011, on-line)¹.
Logo, esse princípio sucede à confrontação das receitas e despesas correlatas.
As receitas e despesas são realizadas nas seguintes condições:
As receitas consideram-se realizadas:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamen-


to ou assumirem compromisso irme de efetivá-lo, quer pela in-
vestidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à
ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
2. quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que
seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo
de valor igual ou maior;

3. pela geração natural de novos ativos independentemente da inter-


venção de terceiros;

4. no recebimento efetivo de doações e subvenções.


Consideram-se incorridas as despesas:

1. quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transfe-


rência de sua propriedade.

2. pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;


3. pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
(MONTOTO, 2011, p. 178)

Portanto, uma despesa é incorrida quando acontece a diminuição de um ativo,


o aumento de um passivo ou ambos. A receita representa a entrada de recur-
sos, aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos
do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes do aporte de
recursos dos donos da empresa.

Demonstrativo do Resultado (DR)


58 UNIDADE II

Dessa forma, em consonância com CPC 30 (R1), seguem alguns aponta-


mentos em relação às receitas:
1. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização da receita prove-
niente de:

a) venda de bens;

b) prestação de serviços; e
c) utilização, por parte de terceiros, de outros ativos da entidade
que geram juros, royalties e dividendos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. O termo “bens” inclui bens produzidos pela entidade com a ina-
lidade de venda e bens comprados para revenda, tais como mer-
cadorias compradas para venda no atacado e no varejo, terrenos e
outras propriedades mantidas para revenda.

3. A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho da en-


tidade em face da tarefa estabelecida contratualmente a ser execu-
tada ao longo de um período acordado entre as partes. Tais servi-
ços podem ser prestados dentro de um ou mais períodos. Alguns
contratos para a prestação de serviços estão diretamente relacio-
nados a contratos de construção, como, por exemplo, os contratos
para gestão de projetos e de arquitetura. As receitas provenien-
tes de contratos dessa natureza não são tratadas no âmbito desta
Norma, e sim de acordo com os requisitos para os contratos de
construção, conforme especiicados na NBC T 19.21 – Contratos
de Construção (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁ-
BEIS, 2017, on-line)².

Na visão de Montoto (2011, p. 179), receita é “o ingresso bruto de benefí-


cios econômicos, durante o período proveniente das atividades ordinárias da
entidade, que resulta no aumento do seu Patrimônio Líquido, exceto as contri-
buições dos proprietários”, logo, existe a incidência de tributos sobre as vendas
que devem ser excluídos; a receita de ver mensurada pelo valor justo referente à
contraprestação recebida ou a receber. Assim, “proveniente de uma transação”
signiica o acordo estipulado entre a empresa e o comprador, sendo conside-
rado pelo valor justo da contraprestação recebida, e desta maneira, deduzida
dos descontos comerciais ou das boniicações concedidas pela organização ao
comprador.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


59

Conforme o CPC 30 (R1), seguem alguns tipos de receitas:


a) contratos de arrendamento mercantil (ver a NBC T 10.2 – Opera-
ções de Arrendamento Mercantil);
b) dividendos provenientes de investimentos que sejam contabiliza-
dos pelo método da equivalência patrimonial (ver a NBC TS sobre
Investimento em Coligada);
c) contratos de seguro (ver a NBC T 19.16 – Contratos de Seguro);
d) alterações no valor justo de ativos e passivos inanceiros, ou da sua
alienação (ver a NBC TS sobre Instrumentos Financeiros: Reco-
nhecimento e Mensuração);
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e) alterações no valor de outros ativos circulantes;


f) reconhecimento inicial e alterações no valor justo de ativos bioló-
gicos, relacionados com a atividade agrícola (ver a NBC T 19.29
– Ativo Biológico e Produto Agrícola);
g) reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver o NBC T 19.29); e
h) a extração de recursos minerais (COMITÊ DE PRONUNCIA-
MENTOS CONTÁBEIS, 2017, on-line)².

Para uma melhor compreensão em relação aos tipos de receitas citadas, segue a
conceituação de alguns termos importantes de acordo com o CPC 30 e em con-
formidade com a NBC T 19.3 – Receitas:
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um pas-
sivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e in-
dependentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a li-
quidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.
14. A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida
quando forem satisfeitas todas as seguintes condições:
a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e be-
nefícios mais signiicativos inerentes à propriedade dos bens;
b) a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão
dos bens vendidos em grau normalmente associado à proprie-
dade nem efetivo controle de tais bens;
c) o valor da receita possa ser coniavelmente mensurado;
d) for provável que os benefícios econômicos associados à transa-
ção luirão para a entidade; e
e) as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à tran-
sação, possam ser coniavelmente mensuradas (COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2017, on-line)².

Demonstrativo do Resultado (DR)


60 UNIDADE II

Em consonância com CPC 30 e de acordo com a NBC T 19.3 – Receitas, se o


desfecho de uma transação que envolva a prestação de serviços puder ser esti-
mado, a receita associada à transação deve ser reconhecida tomando por base a
proporção dos serviços prestados até a data do balanço. Logo, o desfecho de uma
transação pode ser coniavelmente estimado quando todas as seguintes condi-
ções forem satisfeitas:
a) o valor da receita puder ser coniavelmente mensurado;
b) for provável que os benefícios econômicos associados à transação
luirão para a entidade;

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) a proporção dos serviços executados até a data do balanço puder
ser coniavelmente mensurada; e

d) as despesas incorridas com a transação assim como as despesas


para concluí-la possam ser coniavelmente mensuradas (COMITÊ
DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2017, on-line)².
Em relação às receitas, ainda temos as provenientes de juros, royalties e divi-
dendos, que são geradas por intermédio da utilização por terceiros, de ativos da
empresa que geram juros, royalties e dividendos que devem ser reconhecidos nas
bases estabelecidas, de acordo com as condições a seguir:
a) for provável que os benefícios econômicos associados com a tran-
sação luirão para a entidade; e
b) o valor da receita puder ser coniavelmente mensurado.

30. A receita deve ser reconhecida nas seguintes bases:

a) os juros devem ser reconhecidos utilizando-se o método da


taxa efetiva de juros tal como deinido na NBC TS sobre Ins-
trumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração;
b) os royalties devem ser reconhecidos pelo regime de compe-
tência de acordo com a essência do acordo; e
c) os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabeleci-
do o direito do acionista de receber o respectivo valor (COMI-
TÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2017, on-line)².

Desta forma, o Demonstrativo de Resultado representa um relatório contábil que


tem o objetivo de evidenciar a composição do resultado decorrente das opera-
ções de um período da empresa.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


61

ESTRUTURA DA DR

De acordo com a Lei n. 6.404/76, em seu art. 187, a DR – Demonstrativo de


Resultado ou DRE – Demonstração do Resultado do Exercício pode ser estru-
turada da seguinte forma:
I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

III. as despesas com as vendas, as despesas inanceiras, deduzidas das recei-


tas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não opera-
cionais e o saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º);
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não opera-
cionais; (Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995)
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
(Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras des-
pesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a pro-
visão para o imposto;
VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e
partes beneiciárias, e as contribuições para instituições ou fundos
de assistência ou previdência de empregados;
VI. as participações de debêntures, de empregados e administradores,
mesmo na forma de instrumentos inanceiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se ca-
racterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)
VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e
partes beneiciárias, mesmo na forma de instrumentos inancei-
ros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa;
(Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e
partes beneiciárias, mesmo na forma de instrumentos inanceiros,
e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empre-
gados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009)
VII. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação
do capital social (BRASIL, Lei n. 6.404/76, on-line)³.
Demonstrativo do Resultado (DR)
62 UNIDADE II

Neste relatório, as contas de resultado são todas aquelas que representam as


receitas, despesas e custos de acordo com o princípio da competência. Porém,
na estrutura da DRE também constam contas patrimoniais que interagem,
representando as deduções e as participações no resultado. Assim, no processo
de elaboração da DRE, as contas de resultado já estarão com seus saldos devi-
damente zerados (encerrados), ou seja, sendo necessário buscar os saldos das
contas no livro razão ou razonete.
De acordo com os assuntos que foram apresentados sobre a DRE, segue
uma estrutura para visualização dessa demonstração, cujo objetivo é apresentar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o resultado econômico (lucro ou prejuízo) das entidades. A estrutura a seguir
representa um modelo de como pode ser elaborada a DRE:
Quadro 1- Estrutura da DRE

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(+) Vendas de Produtos
(+) Vendas de Mercadorias
(+) Prestação de Serviços
2. (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
(-) Devoluções de Vendas
(-) Abatimentos
(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
3. (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 – 2)
4. (-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
5. (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3 - 4)
6. (-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Outras Despesas Operacionais

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


63

7. (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS


(+ ou -) Resultado da Equivalência Patrimonial
8. (=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS (5 – 6 + 7)
9. (-) DESPESAS FINANCEIRAS
10. (+) RECEITAS FINANCEIRAS
11. (=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO (8 – 9 + 10)
12. (-) Provisão para Imposto de Renda
13. (-) Provisão para Contribuição Social s/ o Lucro
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

14. (=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS (11 – 12 – 13)


15. (=) RESULTADO DO PERÍODO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações
(-) Debêntures
(-) Empregados
(-) Administradores
(-) Partes Beneiciárias
(-) Instituições ou Fundos Assist. Prev. Empreg.
16. (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: a autora.

No Brasil, infelizmente, a regulamentação do Imposto de Renda fere uma sé-


rie de aspectos e princípios contábeis. A modalidade de apuração chamada
de “lucro real” é uma das modalidades permitidas pela Receita Federal.
(Eugenio Montoto)

Demonstrativo do Resultado (DR)


64 UNIDADE II

EXEMPLO PRÁTICO DA DR/DRE

Para uma melhor compreensão sobre a elaboração da DRE, segue um exemplo


prático da empresa ictícia Comércio de Móveis Souza Ltda., relativo à escritu-
ração contábil realizada com base no exercício social 2015.
Tabela 1 – Modelo de DRE

DRE – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO


RECEITA OPERACIONAL BRUTA 220.000,00
(+) Vendas de Mercadorias 220.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA (59.950,00)
(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas (59.950,00)
(-) ICMS s/ Vendas (39.600,00)
(-) PIS s/ Vendas (3.630,00)
(-) COFINS s/ Vendas (16.720,00)
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 160.050,00
(-) CUSTOS DAS VENDAS (84.815,33)
Custo dos Produtos Vendidos (84.815,33)
(=) LUCRO BRUTO 75.234,67
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (17.199,82)
Despesas Com Vendas (2.124,20)
(-) SALÁRIO (1.300,00)
(-) INSS (447,20)
(-) FGTS (124,22)
(-) FÉRIAS (144,44)
(-) 13º SALÁRIO (108,33)
Despesas Gerais e Administrativas (15.075,62)
(-) SALÁRIO (3.800,00)
(-) INSS (1.707,20)
(-) FGTS (363,11)
(-) FÉRIAS (422,22)
(-) 13º SALÁRIO (316,67)

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


65

(-) Depreciação (681,42)


(-) Aluguel (3.250,00)
(-) Telefone (1.200,00)
(-) Energia Elétrica (750,00)
(-) Água (585,00)
(-) PRÓ-LABORE (2.000,00)
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 0,00
(+ ou -) Resultado da Equivalência Patrimonial 0,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS 0,00


(-) Despesas Financeiras 0,00
(+) Receitas Financeiras 0,00
(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 58.034,85
(-) Provisão para Imposto de Renda (12.508,71)
(-) Provisão para Contribuição Social s/ o Lucro (5.223,14)
(=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 40.303,00
(+ ou -) Resultado Líquido (após tributos) das Operações Descontinuadas
(-) Despesas
(+) Receitas
(=) RESULTADO DO PERÍODO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 0,00
(-) Participações
(-) Debêntures
(-) Empregados
(-) Administradores
(-) Partes Beneiciárias
(-) Instituições ou Fundos Assist. Prev. Empreg.
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 40.303,00
Fonte: a autora.

Demonstrativo do Resultado (DR)


66 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO E A
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE DO
PERÍODO

Conforme vimos, houve a contextualização da DRE em conformidade com a Lei


n. 6.404/76, porém, de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade
IFRS, existem duas estruturas diferentes para a mensuração do resultado, que
são: Demonstração do Resultado do Período e Demonstração do Resultado
Abrangente do Período.
Para Ribeiro (2013, p. 379), “na Demonstração do Resultado do Período, as
despesas e as receitas são agrupadas de forma diferente da demonstrada na DRE
segundo o artigo 187 da Lei n. 6.404/76, porém, o resultado inal é o mesmo”.
Assim, o CFC, por meio da NBC TG 26 (R4), entendeu que o padrão determi-
nado na Lei n. 6.404/76 ica em desuso para ins societários. Neste sentido, tanto
o CPC 26 (R3) quanto a NBC TG 26 (R4) discorrem que as variações derivadas
de receitas realizadas e de despesas incorridas no período devem ser evidenciadas
na DRP, ao mesmo tempo em que as variações do Patrimônio Líquido derivadas
de fatos que não transitaram pela DRP e que não correspondam a ações dire-
tas entre os donos e a entidade devem ser evidenciadas na Demonstração do
Resultado Abrangente do Período – DRA.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


67

Em relação à DRP e segundo o item 82 da NBC TG 26 (R4), devem ser con-


sideradas as seguinte observações:
a) receitas;

b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;


c) lucro bruto;

d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e


receitas operacionais;

e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

meio do método de equivalência patrimonial;

f) resultado antes das receitas e despesas inanceiras;


g) despesas e receitas inanceiras;

h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;

i) despesa com tributos sobre o lucro;


j) resultado líquido das operações continuadas;

k) valor líquido dos seguintes itens (CONSELHO FEDERAL DE


CONTABILIDADE, 2011, on-line)1.

Dessa forma, sobre a Demonstração do Resultado Abrangente do Período, o item


82A, da NBC TG 26 (R4), faz as seguintes considerações:
a) resultado líquido do período;

b) cada item dos outros resultados abrangentes classiicados confor-


me sua natureza (exceto montantes relativos ao item (c);

c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas


reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e
d) resultado abrangente do período CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2011, on-line)1.

De acordo com a NBC TG 26 (R4), os outros resultados abrangentes em relação


à receita e despesa (incluindo ajustes de reclassiicação) que não são reconheci-
dos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelas normas,
interpretações e comunicados técnicos emitidos pelo CFC devem abranger:

Demonstração do Resultado do Período e do Resultado Abrangente do Período


68 UNIDADE II

a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente


(ver a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado e a NBC TG 04 – Ativo
Intangível);

b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício dei-


nido reconhecidos conforme item 93A da NBC TG 33 – Benefícios
a Empregados;
c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações con-
tábeis de operações no exterior (ver a NBC TG 02 – Efeitos das
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações
Contábeis);

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) ganhos e perdas na remensuração de ativos inanceiros disponíveis
para venda (ver a NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros: Reco-
nhecimento e Mensuração) (Redação alterada pela Resolução CFC
n.º 1.376/11);

e) efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em


hedge de luxo de caixa (ver também a NBC TG 38 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração) (Redação alterada
pela Resolução CFC n.º 1.376/11) (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2011, on-line)1.

Por im, nos itens 83 e 105 da NBC TG 26 (R4), ainda existem outros aspectos rele-
vantes em torno da Demonstração do Resultado do Período e da Demonstração
do Resultado Abrangente do Período.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


69

MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO


(DRP)

De acordo com a NBC TG 26 (R4), segue o modelo de DRP para melhor com-
preensão dos assuntos que foram abordados anteriormente:
Quadro 2 - Modelo de DRP

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA


(+) Vendas de Produtos
(+) Vendas de Mercadorias
(+) Prestação de Serviços
2. (-) CUSTOS DAS VENDAS
3. (=) LUCRO BRUTO
4. (-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Outras Despesas Operacionais
5. (+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
6. (+ OU -) RESULTADO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
7. (=) RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS (5 – 6 + 7)
8. (-) DESPESAS FINANCEIRAS
9. (+) RECEITAS FINANCEIRAS
10. (=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO
11. (-) PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/ O LUCRO
12. (-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA
13. (=) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS
14. (+ ou -) RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERCAÇÕES DESCONTINUADAS
15. (=) RESULTADO DO PERÍODO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
16. (-) PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures
(-) Empregados
(-) Administradores
(-) Partes Beneficiárias
(-) Instituições ou Fundos Assit. Prev. Empreg.
17. (=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
18. LUCRO LÍQUIDO OU PREJUÍZO POR AÇÃO DO CAPITAL

Fonte: Ribeiro (2013, p. 381).

Demonstração do Resultado do Período e do Resultado Abrangente do Período


70 UNIDADE II

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ROTEIRO PARA APURAÇÃO DO RESULTADO DO
EXERCÍCIO

De acordo com os conteúdos que foram abordados em relação a DRE, existe a


necessidade de trabalhar, nesta unidade, os aspectos sobre o processo de apura-
ção do resultado do exercício. Neste segmento, o artigo 175 da Lei n. 6.404/76
determina que o exercício social terá duração de um ano e a data do término
será ixada no estatuto da entidade.
Na visão de Ribeiro (2013, p. 299), “assim, no inal de cada exercício social, as
empresas realizam uma série de procedimentos visando à apuração do Resultado
do Exercício e à elaboração das Demonstrações Contábeis”. Logo, a primeira
etapa a ser considerada no inal do exercício social é a elaboração do Balancete
de Veriicação, que demonstra todas as contas usadas no período e também seus
respectivos saldos devedores e credores. Dessa forma, a seguir serão apresenta-
dos os procedimentos para o processo de apuração do resultado do exercício,
ou seja, apurar o lucro ou prejuízo do período. Caso queria ver, de forma sim-
pliicada, a apuração do resultado do exercício de acordo com Lucena (2015,
on-line)4, veriique o ANEXO I disponível no inal da unidade.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


71

EXEMPLO PRÁTICO DO ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO

Com base no conteúdo apresentado anteriormente, veriique o ANEXO II, em


que apresenta-se um caso prático para melhor compreensão do assunto.

Você já ouviu falar da CVM – Comissão de Valores Mobiliários?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei


nº 6.385/76, com o im de iscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o
mercado de valores mobiliários no Brasil. Portanto, é uma organização au-
tárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com per-
sonalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade adminis-
trativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato ixo
e estabilidade de seus dirigentes, autonomia inanceira e orçamentária.
Acesse o site: <http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institu-
cional/sobre/cvm.html> e ique por dentro das últimas notícias do CVM.
Fonte: adaptado de CUM ([2017], on-line)5.

De acordo com os assuntos abordados sobre a DR, observa-se que é um rela-


tório que a partir dos saldos de encerramento de todas as contas de resultado
(receita, despesas etc.) apura o resultado econômico da entidade, ou seja, apre-
senta o Lucro ou Prejuízo.

Roteiro para Apuração do Resultado do Exercício


72 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), nesta unidade você conheceu os aspectos necessários sobre


o Demonstrativo do Resultado – DR. Essa demonstração também tem a inali-
dade de auxiliar os diretores das organizações no processo de tomada de decisão
empresarial. Logo, esse relatório tem a função apresentar o resultado da entidade
em relação ao exercício social, ou seja, demonstrando o lucro ou prejuízo con-
tábil por intermédio da confrontação de receitas, despesas e entre outras contas.
Essa demonstração discorre sobre os componentes e processo de desenvol-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vimento DR. Contudo, Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório
elaborado com base nos saldos de encerramento de todas as contas contábeis de
resultado. Dessa forma, as contas contábeis que estão envolvidas nesse processo
são: receitas, deduções da receita, custos, despesas, impostos e participações sobre
o lucros. Assim, as receitas e despesas são reconhecidas com base no princípio da
competência, que engloba todas as transações e eventos que devem ser reconheci-
dos nos períodos referentes, independentemente do recebimento ou pagamento.
Estudamos um modelo referente à estrutura da DR e também um exem-
plo prático de como elaborar esse relatório. Logo, em virtude desse processo,
reconhecemos a necessidade de abordar outras duas demonstrações que com-
plementam a apuração do período, que são a Demonstração do Resultado do
Período e a Demonstração do Resultado Abrangente do Período.
Finalizando, contextualizamos um roteiro sobre a apuração do resultado
do exercício, no qual explica como é feita a apuração do lucro ou prejuízo das
empresas. Por im, apurar o resultado do exercício representa zerar as contas de
resultado (receitas e despesas) em contrapartida à conta resultado do exercício
para encontrar o lucro ou prejuízo do exercício.

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO (DR)


73

1. De acordo com as Leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009, a Demonstração do Resul-


tado do Exercício (DRE) demonstra as receitas e despesas das empresas. Assina-
le alternativa correta sobre a DRE.
a) A DRE de forma completa poderá apresentar informações que apresentam
somente dados que são relevantes aos recebimentos das empresas.
b) Na DRE, a receita bruta parte da decorrência da dedução das receitas adqui-
ridas com as vendas menos as despesas incidentes simplesmente nas opera-
ções de vendas.
c) A DRE pode ser estruturada de forma simples para micro ou pequenas em-
presas que não necessitam de informações tão detalhadas para o processo
de tomada de decisões.
d) Na DRE, os impostos sobre as vendas iguram as obrigações que serão com-
pensadas no inal do mês para favorecimento da empresa com geração de
créditos.
e) Na DRE, o lucro bruto demonstra a compensação das vendas e despesas inci-
dentes com produtos vendidos, considerando os impostos incidentes sobre
essa operação.
2. De acordo com os regimes de contabilização de receitas e despesas, assinale a
alternativa correta.
a) O regime de competência é desenvolvido exclusivamente pelas empresas de
pequeno porte.
b) O regime de caixa airma que a receita é reconhecida quando recebida e a
despesa é legítima no pagamento ou saída de recursos.
c) Os dois regimes de caixa e competência têm em vista o reconhecimento das
receitas e despesas quando ocorridas independentemente do momento e
do evento.
d) Para as sociedades anônimas, a legislação obriga a elaboração das demons-
trações contábeis apenas pelo regime de caixa.
e) O princípio do regime de caixa diz respeito às transações que acontecem nas
empresas e que visam ao reconhecimento unicamente das despesas, e não
das receitas recebidas durante o mês de movimento contábil.
74

3. Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período prove-


niente das atividades de uma entidade que resultam no aumento do seu patri-
mônio líquido. Assinale a alternativa que representa transações geradoras
de receita.
a) Impostos, prestação de serviços, juros e despesas.
b) Juros, venda de bens, royalties e prejuízo.
c) Venda de imobilizado, juros, prestação de serviços e impostos.
d) Venda de sucata, juros pagos, aluguéis e prestação de serviços.
e) Venda de bens, prestação de serviços, juros, royalties e dividendos.
4. Uma venda realizada em setembro será recebida 30% em outubro, 40% em no-
vembro e 30% em dezembro. Assinale opção que identiica o mês de reco-
nhecimento da receita na DRE.
a) Dezembro.
b) Novembro.
c) Outubro.
d) Outubro, novembro e dezembro.
e) Setembro.
5. Em relação ao reconhecimento da despesa na DRE, assinale a opção correta.
a) É reconhecida quando um passivo é incorrido sem o correspondente reco-
nhecimento de um ativo.
b) É reconhecida no momento da venda de um produto.
c) É reconhecida no surgimento de uma dívida do ativo.
d) É reconhecida de acordo com o regime da oportunidade.
e) É reconhecida conforme o regulamento do imposto de renda.
75

QUANTO CUSTA PAGAR TRIBUTOS?

O custo de pagar tributos não se restringe e o resultado de pesquisa realizada junto


ao tributo em si, mas refere-se a todos os às companhias de capital aberto no Brasil.
aspectos formais e burocráticos de que A pesquisa conirma as tendências mun-
os contribuintes têm de cuidar por deter- diais e estima que os recursos despendidos
minação legal. O estudo desses custos no país em 1999 com os Custos de Con-
iniciou recentemente no mundo e só em formidade à Tributação alcançaram R$ 7,2
2001 começou a ser pesquisado no Bra- bilhões. Uma legislação tributária mais
sil. Este trabalho apresenta um panorama racional poderia economizar parte desses
dos estudos mundiais a respeito do tema recursos, reduzindo o Custo Brasil.

INTRODUÇÃO

Os Custos de Conformidade à tributa- adotadas para resolvê-los foram aumentos


ção — compliance costs of taxation, em de impostos, por vezes ilegais, decididos
inglês — correspondem ao custo dos em regime de emergência, sem as devidas
recursos necessários ao cumprimento das cautelas para evitar altos Custos de Confor-
determinações legais tributárias pelos con- midade dos contribuintes. O conceito de
tribuintes. Declarações relativas a impostos, federação e a multiplicidade de normas
informações ao isco federal, estadual e estaduais e municipais são fatores que agra-
municipal, inclusões e exclusões realizadas vam esse panorama. Com este quadro, o
por determinações das normas tributárias, autor entende que os Custos de Confor-
atendimento a iscalizações, alterações da midade no Brasil podem ser superiores aos
legislação, autuações e processos admi- de outros países e devem ser reduzidos
nistrativos e judiciais — quanto custam os quando possível.
recursos que se dedicam a essas atividades
nas empresas? Trata-se de tema relevante Com este trabalho, procura-se dar uma
que, surpreendentemente, vem sendo estu- visão panorâmica desse tema em vários
dado há pouco tempo no mundo e sobre países e apresentamos uma pesquisa reali-
o qual não há pesquisas no Brasil. zada junto às companhias abertas no Brasil,
na qual temos os custos estimados pelas
Em nosso país, até a promulgação da Lei companhias e sua incidência sobre a receita
de Responsabilidade Fiscal, o adminis- bruta. O valor global dos custos das com-
trador público tinha pouco ou nenhum panhias abertas incide em 0,32% sobre a
compromisso com o equilíbrio iscal ou receita bruta na média das empresas pes-
com o controle de seu orçamento. Por quisadas, mas, nas empresas menores,
esse motivo, os problemas de caixa foram com faturamento bruto anual de até R$
constantes em todos os níveis da admi- 100 milhões, essa incidência aumenta para
nistração e, com frequência, as soluções 1,66%. Calculando a incidência sobre o PIB
76

destas empresas chega-se a 0,75% no total ano para cumprir as determinações das leis
das companhias abertas, e só nas empre- tributárias, em vez de alocá-los à atividade
sas menores, a 5,82%. Assumindo que produtiva. São apresentadas, ao inal deste
essas incidências sejam válidas para toda trabalho, propostas para a redução desses
a economia, se poderia airmar que o Brasil custos pela racionalização das exigências
desperdiça, no mínimo, R$ 7,2 bilhões por do Fisco em relação aos contribuintes.

CUSTOS DOS TRIBUTOS

Cedric Sandford, ex-diretor da Universi- ■ Os custos administrativos, que repre-


dade de Bath, no Reino Unido, é um dos sentam os recursos do poder público
principais pesquisadores dos Custos de destinados a legislar (Poder Legisla-
Conformidade. Para ele, os custos de tri- tivo), arrecadar e controlar (Poder
butos podem ser classiicados em três Executivo) e julgar (Poder Judiciário)
categorias: as questões relativas a tributos. Em um
país federativo como o Brasil, esses cus-
a) Os mais óbvios são os próprios impos- tos são multiplicados por 27 estados e
tos, que representam sacrifícios da mais de 5.000 municípios.
renda em troca das despesas que o
poder público faz com essa arrecada- ■ Custos de Conformidade na tributa-
ção. ção, que abrangem as pessoas físicas e
jurídicas que têm de cumprir as obriga-
b) Os custos de distorção, ou seja, as ções principais e acessórias deinidas
mudanças do comportamento na pelo Poder Público e que representam
economia em virtude da existência de o sacrifício de recursos para atender
tributos, alterando preços de produtos às disposições legais. No exterior, são
e dos fatores de produção. designados como compliance costs
of taxation. O termo é ambíguo tanto
c) Os custos dos recursos emprega- em inglês como em português, mas
dos para operar o sistema tributário deve ser compreendido como o custo
ou um tributo individual, que pode- de conformar a atividade às normas
riam ser poupados se os tributos não tributárias, de acordo com a forma
existissem. Denominam-se custos ope- estabelecida pelo Poder Público.
racionais tributários.
Caro(a) aluno(a), para realizar a leitura na
É essa terceira categoria que interessa a íntegra, acesse:
este trabalho e há, dentro dela, dois tipos
de recursos:
Fonte: Bertoluci e Nascimento (2002, on-line)
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade Avançada e Análise Das


Demonstrações Financeiras
Silverio das Neves; Paulo Viceconti
Editora: Saraiva
Sinopse: o objetivo deste livro é fornecer informações sobre
tópicos de interesse de estudantes/pessoas que já possuem
noções básicas de Contabilidade e que desejam aprofundar seus
conhecimentos. Redigido em linguagem clara e acessível, é amplamente
ilustrado com exemplos e testes de fixação.

Material Complementar
ANEXO
ANEXOSI

PROCEDIMENTOS PARA APURAÇÃO DO RESULTADO DO


EXERCÍCIO.

1º Passo: Levantamento do Balancete


O levantamento do Balancete a partir dos saldos do Livro-razão é o primeiro pas-
so para se chegar ao resultado do período; é no balancete em que irão constar as
contas de resultado a serem zeradas em contrapartida com a conta de resultado
do exercício.
2º Passo: Efetuar os lançamentos que transferem os saldos das contas de receita e
das contas de despesas ou custos para a conta transitória “resultado do exercí-
cio”
Ao contrário do que é feito via de regra, na transferência dos saldos das receitas
e das despesas devemos creditar as despesas e debitar as receitas; em ambos os
casos em contrapartida com a conta de resultado.
Vejamos:
a) Encerramento de uma conta de despesa:
D – Resultado do Exercício
C – Conta de Despesa
a) Encerramento de uma conta de receita:
D – Conta de Receita
C – Resultado do Exercício
3º Passo: Levantar o saldo da conta transitória
Resultado do Exercício
A conta Resultado do Exercício só é movimentada quando da ocasião da apu-
ração do resultado do período. Após receber os saldos das contas de receita e
das contas de despesas, a conta Resultado do Exercício apresentará as seguintes
possibilidades:
■ Saldo credor → Lucro
■ Saldo devedor → Prejuízo
■ Saldo nulo →Situação Nula
Vejamos abaixo o Razonete da Conta Resultado após a transferência dos saldos
das contas de Despesas e das contas de Receitas:
79
ANEXO I
ANEXOS

RESULTADO DO EXERCÍCIO

Saldos oriundos Saldos oriundos


das despesas das receitas

Saldo devedor Saldo credor


Prejuizo Lucro

4º Passo: Transferir o saldo da conta transitória Resultado do Exercício (conta de


resultado) para conta Lucros ou Prejuízos Acumulados
Dependendo do saldo da conta de resultado do exercício, teremos duas possi-
bilidades de lançamento para a transferência de seu saldo para a conta patrimo-
nial Lucros ou Prejuízos Acumulados, vejamos:
■ Lucro (saldo credor)
D – Resultado do Exercício
C – Lucros Acumulados
■ Prejuízo (saldo devedor)
D – Prejuízos Acumulados
C – Resultado do Exercício
5º Passo: Levantar o Balanço Patrimonial
O último passo consiste na elaboração do Balanço Patrimonial, em que constará
o resultado, já apurado, do exercício na conta patrimonial Lucros ou Prejuízos
Acumulados.

Fonte: Lucena (2015, on-line)4.


ANEXO
ANEXOSII

CASO PRÁTICO DE APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.

Com base nos saldos abaixo, extraídos do Livro Razão da Empresa HFL LTDA em 31
de dezembro de 20XY, vamos proceder à apuração simpliicada do resultado:

CONTAS SALDOS (R$)


Caixa 180.000,00
Bancos 120.000,00
Clientes 50.000,00
Estoques 10.000,00
Móveis e utensílios 30.000,00
Veículos 80.000,00
Despesas de organização 25.000,00
Fornecedores 40.000,00
Promissórias emitidas 10.000,00
Capital Social 224.000,00
Salários 60.000,00
Aluguéis 12.000,00
Água e esgoto 6.000,00
Luz e telefone 12.000,00
Materiais de consumo 24.000,00
Prêmios de seguros 2.000,00
Impostos e taxas 13.000,00
Receita de vendas 150.000,00
Receita de serviços 200.000,00
TOTAL 1.248.000,00

Sigamos os passos descritos anteriormente para solução do nosso caso prático:


1º Levantamento do Balancete de Veriicação do período:
Observando os dados da tabela anterior, podemos identiicar os respectivos sal-
dos de cada uma das contas para montar o balancete da Empresa HFL LTDA em
31 de dezembro de 20XY.
81
ANEXO II
ANEXOS

Vale observar que existem contas patrimoniais e contas de resultado (receitas e


despesas ou custos), e todas elas deverão fazer parte do balancete – essa é uma
característica singular do balancete de veriicação.
Balancete da hl LTDA em 31/12/20xy
SALDOS (R$)
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
Caixa 180.000,00
Bancos 120.000,00
Clientes 50.000,00
Estoques 10.000,00
Móveis e utensílios 30.000,00
Veículos 80.000,00
Despesas de organização 25.000,00
Fornecedores 40.000,00
Promissórias emitidas 10.000,00
Capital Social 224.000,00
Salários 60.000,00
Aluguéis 12.000,00
Água e esgoto 6.000,00
Luz e telefone 12.000,00
Materiais de consumo 24.000,00
Prêmios de seguros 2.000,00
Impostos e taxas 13.000,00
Receita de vendas 150.000,00
Receita de serviços 200.000,00
TOTAL 624.000,00 624.000,00

2º Transferência dos saldos das receitas e das despesas ou custos para a conta tran-
sitória resultado do exercício:
D – Resultado do exercício
C – Salários R$ 60.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Aluguéis R$ 12.000,00
ANEXO
ANEXOSII

D – Resultado do Exercício
C – Água e esgoto R$ 6.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Luz e telefone R$ 12.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Materiais de consumo R$ 24.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Prêmios de seguros R$ 2.000,00
D – Resultado do Exercício
C – Impostos e taxas R$ 13.000,00
D – Receita de vendas
C – Resultado do Exercício R$ 150.000,00
D – Receita de serviços
C – Resultado do Exercício R$ 200.000,00
É pertinente observar que foram creditadas todas as despesas e debitadas todas
as receitas, ao contrário do que é feito durante todo o exercício. Isso faz com
que a conta resultado do exercício mostre de forma consolidada os saldos antes
credores nas receitas e devedores nas despesas.
3º Levantamento do saldo da conta transitória Resultado do Exercício:
Vejamos o razonete desta conta após a transferência dos saldos de despesas e
receitas:
RESULTADO DO EXERCÍCIO

R$ 60.000,00 R$ 150.000,00
R$ 12.000,00 R$ 200.000,00
R$ 6.000,00
R$ 12.000,00
R$ 24.000,00
R$ 2.000,00
R$ 13.000,00
R$ 221.000,00

Observamos um saldo credor, o que representa que o total das receitas foi supe-
rior ao total das despesas do período. Nesse caso, temos um resultado positivo
(LUCRO).
83
ANEXO II
ANEXOS

4º Transferência do saldo da conta Resultado do Exercício para a conta patrimonial


Lucros ou prejuízos acumulados:
No nosso caso prático, como houve um resultado positivo (LUCRO), devemos
transferir o saldo da conta de resultado Resultado do Exercício para a conta pa-
trimonial Lucros Acumulados. Vejamos o lançamento:
D – Resultado do Exercício
C – Lucros Acumulados R$ 221.000,00
Se o resultado do período fosse prejuízo, o lançamento acima seria feito a débito
da conta Prejuízos Acumulados e a crédito da conta Resultado do Exercício.
5º Levantamento do Balanço Patrimonial
Vejamos agora como ica o balanço patrimonial simpliicado após a apuração do
resultado do exercício da empresa HFL Ltda.:

BALANÇO PATRIMONIAL SIMPLIFICADO (valores em R$)


ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 360.000,00 CIRCULANTE 50.000,00
Caixa 180.000,00 Fornecedores 40.000,00
Bancos 120.000,00 Promissórias emit. 10.000,00
Clientes 50.000,00
Estoques 10.000,00 PL 445.000,00
Capital Social 224.000,00
PERMANENTE 135.000,00 Lucros Acumulados 221.000,00
IMOBILIZADO
Móveis e utensílios 30.000,00
Veículos 80.000,00
DIFERIDO
Despesas de org. 25.000,00
ATIVO TOTAL 495.000,00 PASSIVO TOTAL 495.000,00

Observe que o resultado do exercício aparece agora incorporado ao Patrimônio


Líquido da empresa HFL Ltda por meio da conta patrimonial Lucros Acumulados.

Fonte: Lucena (2015, on-line)4.


84
REFERÊNCIAS

BERTOLUCCI, Aldo V.; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Quanto custa pagar tributos. Rev.
contab. inanç., São Paulo, v. 13, n. 29, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772002000200004>. Acesso em:
11 set. 2017.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por
Ações. Brasília: Presidência da República, 1976. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das De-
monstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-E-
mitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade: NBC
TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a 40 (exceto
34 e 42). Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2011. Disponível em: <http://por-
talcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/04/NBC_TG_COMPLETAS03.2013.
pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
______. Resolução CFC n° 750/93. Sobre os princípios fundamentais de contabilidade.
Disponível em: <http://www.oas.org/juridico/portuguese/res_750.pdf>. Acesso em: 11
set. 2017.
LUCENA, Humberto Fernandes de. Processo de apuração do resultado do exercício.
Disponível em: <https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/To-
queDeMestre/HumbertoLucena/HumbertoLucena_toque_07.pdf>. Acesso em: 11 set.
2017.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
______. Contabilidade comercial fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

REFERÊNCIAS ON-LINE

¹ Em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/04/NBC_TG_COM-
PLETAS03.2013.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
² Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-
ciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
³ Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 set.
2017.
4
Em: <https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMes-
tre/HumbertoLucena/HumbertoLucena_toque_07.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
5
Em: <http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.
html>. Acesso: 11 set. 2017.
85
GABARITO

1. c
2. b
3. e
4. e
5. a
Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

III
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU

UNIDADE
PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) E
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES
DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer a DLPA e a DMPL.
■ Veriicar os aspectos legais em torno da DLPA e DMPL.
■ Compreender a estrutura da DLPA e DMPL.
■ Conhecer um exemplo prático da DLPA e DMPL.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Aspectos introdutórios
■ Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
89

INTRODUÇÃO

Olá aluno(a), nesta terceira Unidade, vamos abordar outras demonstrações inan-
ceiras que fazem parte do processo contábil das entidades. Será apresentada a
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e a Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
No início da unidade, trataremos dos aspectos introdutórios em torno da
DLPA e DMPL, em virtude da legislação que rege esses relatórios contábeis. Assim,
a Lei n. 6.404/76 exige apenas a DLPA. Contudo, a CVM - Comissão de Valores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Mobiliários - deine também a elaboração da DMPL para as empresas de Capital


Aberto. No entanto, o CPC 26 (R3) exige a DMPL para todas as entidades de
grande porte. O CPC 26 (R3) passou a regular a elaboração das demonstrações
inanceiras no Brasil em virtude da harmonização das normas internacionais.
Neste sentido, a DLPA pode ser sucedida pela Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido, porque a DMPL é mais abrangente na exposição das
variações ocorridas durante o exercício social. Logo, a DMPL tem objetivo de
demonstrar as modiicações de todas as contas que fazem parte do patrimônio
líquido de uma entidade durante um exercício social, enquanto a DLPA tem o
objetivo de apresentar os lançamentos credores e devedores na conta lucros ou
prejuízos acumulados que pertencem ao patrimônio líquido.
No tópico sobre a estrutura da DLPA, será visto que a elaboração dessa
demonstração deve seguir as orientações do art. 186 da Lei n. 6.404/76. Entretanto,
para a DMPL não existe um modelo deinido, icando a cargo do contador o
desenvolvimento deste relatório. Contudo, para o desenvolvimento da DMPL
devem ser utilizados os dados do livro-razão em conformidade com a movimen-
tação da escrituração contábil.
Por im, faremos a apresentação de um modelo da DLPA e da DMPL para
uma melhor compreensão em relação aos aspectos contábeis que envolvem o
processo de elaboração dessas demonstrações inanceiras.

Introdução
90 UNIDADE III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

A Lei da S.A. (6.404/76) exige apenas a DLPA. Porém, a CVM - Comissão de


Valores Mobiliários - determina a elaboração da DMPL para as entidades de
Capital Aberto. Contudo, o CPC 26 (R3) solicita a DMPL para todas as empresas
de grande porte. Neste contexto, o CPC-PME exige a DMPL para todas organiza-
ções de pequeno e médio porte. Porém, as PMEs (Pequenas e Médias Empresas)
que tiverem alteração no Patrimônio Líquido em virtude do lucro líquido, do
pagamento de dividendos e de ajuste no PL em consequência de erros ou alte-
rações deverão fazer somente a DLPA.
De acordo com a Lei n. 6.404/76 e as demais instituições envolvidas, segue
a contextualização sobre a DLPA e DMPL.

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
91
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS


ACUMULADOS (DLPA)

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é um relatório


advindo da contabilidade que tem como objetivo evidenciar o saldo inicial da
conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, bem como os ajustes de exercícios ante-
riores, as reversões de reservas, o lucro líquido do exercício e sua destinação.
Logo, a DLPA não incorpora o conjunto de demonstrações exigidas pelo
CFC em conformidade com CPC 26 (R3) para as empresas de grande porte, mas
somente na Lei n. 6.404/76 e no CPC-PME. Dessa forma, de acordo com a Lei
n. 6.404/76, o que deveria constar na DLPA será apresentado em uma das colu-
nas da DMPL. Assim, a empresa que elaborar a DMPL estará cumprindo com a
legislação conforme a Lei n. 6.404/76.
Neste segmento, Montoto (2011, p. 728) apresenta as seguintes considera-
ções sobre a DLPA:

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)


92 UNIDADE III

O item 3.8 do mesmo CPC-PME permite que a Entidade apresente


a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados no lugar da de-
monstração do Resultado Abrangente e da demonstração das muta-
ções do Patrimônio Líquido, se as únicas alterações no seu Patrimônio
Líquido durante os períodos para os quais as demonstrações contábeis
são apresentadas derivarem do resultado, do pagamento de dividendos
ou da distribuição outra de lucro, correção de erros de períodos ante-
riores e mudanças de políticas contábeis.

Conforme Ribeiro (2013, p. 383), “é importante esclarecer que a Lei n. 11.638/2007


excluiu do grupo do Patrimônio Líquido a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados,
mantendo apenas a conta Prejuízos Acumulados”. Dessa forma, com base nessa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nova regra, as empresas devem fazer a destinação do lucro líquido do exercício
social, usando-o na compensação de prejuízos acumulados, na constituição de
reservas, no aumento do capital ou na distribuição aos acionistas.
Por im, a DLPA pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido, em função da DMPL ser mais abrangente por expor as varia-
ções ocorridas durante o exercício em relação a todas as contas do Patrimônio
Líquido, destacando o Lucro ou Prejuízos Acumulados.

ESTRUTURA DA DLPA

Portanto, a DLPA deve ser estruturada de acordo com as orientações do art. 186
da Lei n. 6.404/76:
I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a
correção monetária do saldo inicial;
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III. - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lu-


cros incorporada ao capital e o saldo ao im do período.

§1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas


os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da
retiicação de erro imputável a determinado exercício anterior, e
que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.
§2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser inclu-
ída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elabo-
rada e publicada pela companhia (BRASIL, Lei n. 6.404/76).

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
93

Para a elaboração da DLPA, os dados devem ser extraídos do livro razão, em


que constam informações de acordo com as operações escrituradas durante o
exercício social. Neste contexto, engloba as conta Lucros Acumulados, Prejuízos
Acumulados e Juros sobre o Capital Próprio a Pagar e, ainda, a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados.
Em função das determinações em relação à DLPA, apresentamos no Quadro
1 uma estrutura básica de como elaborar essa demonstração contábil.

Quadro 1 – Modelo de estrutura da DLPA


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO


Saldo em 31.12.X0 (Início do período) XXXXXXXXXX
(+/-) Ajuste de Exercícios Anteriores
Mudança de política contábil ------------------
Retiicação de erros ------------------
(+) Lucro líquido do exercício ------------------
Lucro total disponível ------------------
(-) Transferências para reservas de lucros
a) Reserva legal ------------------
b) Reserva estatutária ------------------
c) Reserva para contingências ------------------
d) Reserva de incentivo iscal ------------------
e) Reserva orçamentária (Retenção de Lucros) ------------------
f ) Reserva de lucros a realizar ------------------
(-) Lucros ou Dividendos a distribuir ------------------
Saldo de lucros acumulados em 31.12.X1 (inal do período) XXXXXXXXXX

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (2012, p. 12, on-line)1.

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)


94 UNIDADE III

EXEMPLO DA DLPA

A seguir aprsenta-se um modelo prático da DLPA na visão de Ribeiro (2013, p. 389):


■ Companhia: Juliana Moura Ribeiro S/A
■ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
■ Exercício indo em: 31/12/X1

Tabela 1 – Exemplo prático de DLPA

DESCRIÇÃO R$

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Saldo no Início do Período -
2. Ajustes de Exercícios Anteriores -
3. Saldo Ajustado -
4. Lucro ou Prejuízo do Exercício 368.202
5. Reversão de Reservas -
6. Saldo a disposição 368.202
7. Destinação do exercício -
- Reserva legal (18.410)
- Reserva Estatutária -
- Reserva para Contingência -
- Outras Reservas (69.958)
- Dividendos Obrigatórios (239.714)
- Juros sobre Capital Próprio (40.120)
8. Saldo no Fim do Exercício ZERO
Fonte: Ribeiro (2013, p. 392).

Com as modiicações introduzidas pela Lei n. 11.638/2007 na Lei n. 6.404/76,


a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados não pode mais ter saldos positivos
(lucros) sem destinação.
Eugenio Montoto

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
95
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO (DMPL)

Conforme Ribeiro (2013, p. 389), “a Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido (DMPL) é um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorri-
das em todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido em um determinado
período”. Neste sentido, essa demonstração apresenta as modiicações em con-
tas de um determinado exercício que são componentes do Patrimônio Líquido.
Desse modo, os fatos contábeis provocam acréscimos ou decréscimos no patri-
mônio líquido. Porém, nessa demonstração também podem ser representados
os ajustes credores e devedores do patrimônio líquido em virtude de erros ou
alterações de critérios contábeis e exercícios sociais anteriores.
A Lei n. 6.404/76 não determina um modelo de DMPL, apenas menciona
no parágrafo segundo do art. 186:
[...] que a DLPA seja incluída nela, se elaborada e publicada pela com-
panhia. Assim, as mesmas informações que a lei determina para a
DLPA devem constar da DMPL, considerando que nesta as informa-
ções serão relativas à movimentação de todas as contas do Patrimônio
Líquido (BRASIL, Lei n. 6.404/76).

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)


96 UNIDADE III

Assim, as entidades têm elaborado a DMPL em um gráico com colunas, em que


cada coluna retrata uma conta que compõe o Patrimônio Líquido. Logo, em sua
estrutura, a DMPL poderá ter quantas linhas forem necessárias para as movimen-
tações; na primeira linha, deve-se transcrever os saldos iniciais de cada conta; e
na última linha, a apresentação dos saldos inais.
Dessa maneira, Ribeiro (2013, p. 390) descreve que
[...] a soma algébrica da última linha do demonstrativo, que será in-
dicada na última coluna reservada aos totais, coincidirá com o total
dessa mesma coluna e corresponderá ao total do grupo do Patrimônio

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Líquido constante do Balanço Patrimonial”.

Logo, para evitar um número excessivo de colunas na demonstração, os dados


relativos ao capital social e às reservas de lucros e de capital devem ser demons-
trados de forma resumida em seus especíicos grupos. Por im, os luxos de
recursos que transitam de uma conta para outra, que demonstram a mutação,
deverão ser informados na notas explicativas.

ESTRUTURA DA DMPL

Para elaboração da DMPL, devem ser usados os dados extraídos do livro-razão de


acordo com a movimentação realizada em conformidade com a escrituração contábil.
De acordo com a Lei n. 6.404/76, não existe um modelo deinido para a
DMPL, icando o contador ou as empresas livres para desenvolvê-lo. Portanto,
o parágrafo primeiro do art. 176, da Lei n. 6.404/76 estabelece que as demons-
trações inanceiras de cada exercício devem ser divulgadas com a indicação dos
valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
Contudo, as demonstrações inanceiras que têm apenas uma coluna de valo-
res, como o Balanço Patrimonial, para acatar a essa determinação legal deverão
inserir uma coluna adicional para os dados relativos ao exercício anterior. Porém,
essa situação não pode acontecer na DMPL, em função da composição de várias
colunas que contêm valores. Neste caso, a solução seria elaborar um demons-
trativo duplo, o qual pode informar os dados relativos ao exercício anterior e o
exercício social atual.

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
97

Conforme CRC PR (2011, on-line), a empresa deve apresentar a Demonstração


das Mutações do Patrimônio Líquido contendo:
a) o resultado e os outros resultados abrangentes do período, demons-
trando separadamente o montante total atribuível aos proprietários da
entidade controladora e a participação dos não controladores;

b) para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação


retrospectiva ou correção retrospectiva reconhecida de acordo com as
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retiicação de Erro;

c) para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação entre o


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

saldo no início e no inal do período, evidenciando separadamente as


alterações decorrentes:
I) do resultado do período;

II) de cada item dos outros resultados abrangentes;

III) dos valores de investimentos realizados pelos proprietários, e divi-


dendos e outras distribuições para eles, demonstrando separadamente
ações ou quotas emitidas, de transações com ações ou quotas em tesou-
raria, de dividendos e outras distribuições aos proprietários, e de alte-
rações nas participações em controladas que não resultem em perda de
controle (CONSELHO REGIONAL DO PR, 2011, on-line)2.

Dessa forma, segue uma sugestão de modelo de DMPL que pode ser utilizado
pela contabilidade:
Quadro 2- Modelo de estrutura da DMPL

DESCRIÇÃO CAPITAL LUCROS OU RESERVAS PATRIMÔNIO


SOCIAL PREJUÍZOS DE LUCROS LÍQUIDO
ACUMULADOS
SALDO INICIAL EM 31 DEZEMBRO...
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
(-) DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS
SALDO EM 31 DEZEMBRO...
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
(-) DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS
LUCROS A DISTRIBUIR
SALDO FINAL EM 31 DEZEMBRO...

Fonte: adaptado de Montoto (2011, p. 741).

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)


98 UNIDADE III

EXEMPLO DA DMPL

De acordo com os assuntos que foram abordados sobre a DMPL, segue um exem-
plo prático dessa demonstração de acordo com Ribeiro (2013, p. 392):
■ Companhia: Juliana Moura Ribeiro S/A
■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
■ Exercício indo em: 31/12/X1
Tabela 2 - Exemplo prático de DMPL

DESCRIÇÃO CAPITAL RESERVAS LUCROS A TOTAL

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SOCIAL DE LUCROS DESTINAR

Saldo em 31/12/X1 500.000 90.000 590.000

Aumento de Capital

Integralização em dinheiro 100.000 100.000

Lucro Líquido do Exercício 368.202 368.202

Destinações do Lucro Líquido

Reserva Legal 18.410 (18.410)

Reserva para Investimento 69.958 (69.958)

Dividendos (239.714) (239.714)

Juros sobre Capital Próprio 600.000 178.368 778.368

Saldo em 31/12/X1 600.000 178.368 778.368

Fonte: Ribeiro (2013, p. 392).

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
99

Você já ouviu falar CRC PR - Conselho Regional de Contabilidade do Paraná?


O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais são entida-
des de registro e iscalização do exercício proissional, criadas por meio do
Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. O CRC é o Conselho Regio-
nal de Contabilidade. Para tornar-se um proissional habilitado e exercer a
proissão de Contabilista, o interessado, após concluir o Curso de Ciências
Contábeis ou Curso Técnico em Contabilidade deverá dirigir-se ao CRC de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

seu estado.
Acesse o site: <http://www.crcpr.org.br/new/index.php> e ique por dentro
das últimas notícias do CRC PR.
Fonte: a autora.

Caro(a) aluno(a), até o momento, vimos algumas demonstrações contábeis que


são importantes para apresentação das informações geradas pela contabilidade.
Assim, cada relatório apresentado tem sua inalidade no processo de tomada de
decisão empresarial. Logo, cabe ao contador, junto com os empresários, avalia-
rem essas demonstrações de forma qualitativa para o crescimento das empresas.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)


100 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, tratamos de duas outras demonstrações inanceiras que fazem


parte do mundo contábil das organizações. Neste cenário, vimos a Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e também a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Vimos, no primeiro Tópico da unidade, os aspectos introdutórios a respeito da
DLPA e DMPL de acordo a legislação vigente. A elaboração da DLPA é deinida
pela Lei n. 6.404/76. Porém, a CVM - Comissão de Valores Mobiliários - deter-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mina a entrega da DMPL para as entidades de Capital Aberto. Contudo, o CPC
26 (R3) exige a DMPL para todas as organizações de grande porte.
A DLPA pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido em função de a DMPL ser mais abrangente na questão sobre as exposi-
ções das variações ocorridas no patrimônio líquido. Neste contexto, vimos um
tópico que trabalhou a estrutura da DLPA conforme as determinações exigidas
pelo art. 186 da Lei n. 6.404/76. Porém, a DLPA apresenta o acúmulo e a desti-
nação dos lucros em um período especíico, ou seja, os lançamentos devedores
e credores na conta lucros ou prejuízos acumulados.
Para a DMPL não é deinido nenhum modelo, icando a cargo do contador
a criação do relatório. Para a construção da DMPL, deve-se utilizar os dados
extraídos do livro-razão de acordo com as operações que foram realizadas pela
empresa. Contudo, o objetivo da DMPL é demonstrar as mutações de todas as
contas que incorporem o patrimônio líquido de uma organização durante um
exercício social.
Finalizando, houve a explanação dos modelos da DLPA e da DMPL com o
objetivo de mostrar os itens e contas contábeis necessárias para a elaboração des-
sas demonstrações inanceiras. Porém, cabe destacar que existem vários outros
modelos que podem ser seguidos.
Abraços!

DEMONSTRAÇÃODOSLUCROSOUPREJUÍZOSACUMULADOS(DLPA)EDEMONSTRAÇÃODASMUTAÇÕESDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO(DMPL)
101

1. Assinale alternativa correta que representa o conceito em torno da DLPA.


a) É um relatório contábil que tem por inalidade evidenciar a destinação do
lucro líquido apurado no inal de cada exercício social.
b) É um relatório contábil que visa a evidenciar as variações ocorridas em todas
as contas que compõem o patrimônio líquido em um determinado período.
c) É um relatório contábil que visa a apresentar o patrimônio das entidades, ou
seja, o Ativo e o Passivo.
d) É um relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado
formado num determinado período de operações da entidade.
e) É um relatório composto por contas de resultado e também por contas pa-
trimoniais.
2. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados é um relatório contábil que
é apresentado no formato vertical. Assinale opção correta que representa a
inalidade dessa demonstração.
a) Evidenciar a mutação que ocorre no Patrimônio Líquido durante um período
e que resulta de transações e outros eventos.
b) Evidenciar os custos dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos
de um determinado período.
c) Evidenciar o lucro líquido do exercício e sua destinação, os ajustes contábeis
relativos a resultados de exercícios anteriores, as reversões de reservas e os
saldos das contas lucros ou prejuízos acumulados no início e no inal do pe-
ríodo.
d) Evidenciar o resultado da divisão do montante do Lucro Líquido pelo núme-
ro de ações em circulação que integram o capital social da companhia.
e) Evidenciar os elementos que compõem a origem dos recursos próprios, deri-
vados dos proprietários ou derivados da gestão normal do patrimônio.
3. Escolha opção correta que identiica o conceito sobre a conta Capital a Integra-
lizar do Patrimônio Líquido.
a) É a parcela do capital já subscrita e ainda não entregue à sociedade pelos
sócios.
b) É a parcela do capital entregue de uma única vez e reconhecido no estatuto
da empresa.
c) É a parcela do capital prometido apenas na documentação de abertura da
empresa.
d) É a parcela do capital simbólico para abertura de uma organização.
e) É a parcela do capital social que representa a diferença entre o ativo e passivo.
102

4. Assinale a alternativa que deine o tipo de responsabilidade dos sócios para as


empresas de Sociedade Anônima (S/A ou Cia) e Sociedade Limitada (Ltda.).
a) Limitação sobre as ações em tesouraria e ilimitada nas quotas liberadas.
b) Limitadas ao valor das ações e solidária e limitada ao valor do capital social.
c) Limitação somente no valor das ações e ilimitada nas distribuições dos divi-
dendos.
d) Ilimitadas ao valor das ações e solidária e ilimitada ao valor do capital social.
e) Limitadas apenas no valor das ações e limitação nas quotas liberadas.
5. As demonstrações contábeis são exigidas pela Lei das Sociedades Anônimas,
pelo CFC, pela CVM e pelo Regulamento do Imposto de Renda. Assinale a alter-
nativa que representa o conjunto completo de demonstrações contábeis.
a) BV, BP, DRE, DLPA, DMPL, DFC e DVA.
b) Balancete de Veriicação, Razão, DRA e DVA.
c) Livro diário, Razonete, Balancete de Veriicação e Balanço Patrimonial.
d) BP, DRE, DRA, DLPA, DMPL, DFC e DVA.
e) Livro diário, Balancete de Veriicação, BP, DRE.
103

NÍVEL DE CONVERGÊNCIA DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS BRASILEIROS E NORTE-AMERICANOS ÀS


NORMAS DO IASB: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ADOÇÃO DAS IFRS POR EMPRESAS BRASILEIRAS

A presente pesquisa teve como objetivo disclosure proposto na pesquisa de Lopes


avaliar em que nível as informações contá- e Rodrigues (2007). A pesquisa apontou
beis divulgadas nos mercados: brasileiro e para índices de disclosure calculados para
norte-americano atendem aos requisitos da o Form 20F maiores do que aqueles calcu-
adoção inicial das IFRS - International Finan- lados para as Demonstrações Financeiras
cial Reporting Standards. A adoção das IFRS Padrão (DFP), conirmando um nível de
por companhias abertas brasileiras nas suas convergência maior entre US GAAP e IFRS
demonstrações contábeis consolidadas foi e sugerindo que, em função da adoção das
exigida pela Comissão de Valores Mobiliá- IFRS as demonstrações contábeis em BR
rios (CVM) na Instrução CVM 457/07. Por GAAP tendem a se modiicar substancial-
meio de uma pesquisa descritiva quanto mente aumentando o nível de divulgação.
aos seus objetivos e utilizando-se dos Além disso, os resultados conirmam para
procedimentos técnicos de pesquisa docu- a amostra, o exposto na literatura sele-
mental e de análise de conteúdo clássica, cionada de que o setor de atuação e o
foram analisadas as demonstrações con- tamanho da empresa inluem diretamente
tábeis elaboradas para o ano de 2008 de no disclosure das informações. Em relação
acordo com os US GAAPs e os BR GAAPs aos auditores, o fato de as demonstrações
de 20 empresas brasileiras listadas simul- serem auditadas pelas empresas globais de
taneamente na Bolsa de Valores de Nova auditoria conhecidas como Big Four não foi
York (NYSE) e na Bolsa de Valores de São determinante na extensão do disclosure.
Paulo (BOVESPA) e calculou-se o índice de

INTRODUÇÃO

A integração dos mercados de capitais pos- Para que seja possível a escolha entre as
sibilita que investidores sejam capazes de alternativas de investimentos, a contabili-
empregar recursos inanceiros em qualquer dade, por meio de seus relatórios contábeis,
lugar do mundo sem que necessitem residir subsidia os investidores com informações
no país em que seu capital esteja alocado. úteis e relevantes para a escolha de tais
alternativas.
Assim, a oportunidade, conceituada por
Martins (2006) como a possibilidade de esco- Ademais, Ludícibus (1995, p. 18) assevera
lha entre duas ou mais alternativas viáveis que “a função fundamental da contabili-
de investimentos, se concretiza, permitindo dade tem permanecido inalterada desde
que os investidores obtenham ganhos com os seus primórdios, sendo sua inalidade
redução de riscos e as empresas obtenham prover os usuários de demonstrações inan-
o capital necessário para inanciamento de ceiras com informações que os ajudarão a
seus projetos, reduzindo a escassez de recur- tomar decisões”.
sos e consequentemente o seu custo.
104

Dessa forma, a comparabilidade das infor- Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


mações produzidas pela contabilidade aprovou, em 13 de julho de 2007, a Instru-
torna-se relevante no contexto dessas esco- ção nº 457, que torna obrigatória a adoção
lhas, considerando que ela é a base para dessas normas para as companhias abertas
a tomada de decisão por parte dos inves- brasileiras nas suas demonstrações con-
tidores sobre em qual empreendimento tábeis consolidadas a partir do exercício
empregar seu capital. social indo em 31 de dezembro de 2010,
sendo seus pressupostos: i) a convergên-
Como forma de estímulo ao luxo de capi- cia (tornar as informações comparáveis); ii)
tais entre os países-membros da União a transparência e a coniabilidade e iii) e a
Europeia, o Parlamento Europeu estabele- acessibilidade ao mercado global de capi-
ceu, por meio do Regulamento 1.606/2002, tais (CVM, 2008).
a adoção das Normas Contábeis Interna-
cionais conhecidas como Internacional Assim, a tendência de convergência contábil
Financial Reporting Standards (IFRS) emi- mundial insere-se deinitivamente no con-
tidas pelo International Accounting texto brasileiro com a obrigatoriedade de
Standards Board (IASB), a partir do exercí- adoção das IFRS para as companhias aber-
cio indo em 31 de dezembro de 2005, para tas listadas na CVM, tornando importante
as demonstrações contábeis consolidadas avaliar em quais aspectos as empresas bra-
(EUROPEAN UNION PARLIAMENT, 2002). sileiras deverão centrar para o cumprimento
dos requisitos da adoção das IFRS em 2010.
Antunes, Antunes e Penteado (2007)
airmam que a adoção de normas interna- Dessa forma, a questão-problema que orien-
cionais de contabilidade pelas empresas tou a realização deste trabalho foi: qual o
mundiais está associada a benefícios eco- nível de aderência das demonstrações
nômicos concretos na forma de atração de contábeis de empresas brasileiras não inan-
maior volume de investimentos, uma vez ceiras listadas simultaneamente na BOVESPA
que o processo de globalização trouxe para e na NYSE elaboradas em BR GAAP e US
o primeiro plano a demanda por informa- GAAP em relação às exigências da IFRS 1?
ções contábeis coniáveis e comparáveis
para suportar a variedade de transações e Este estudo tenciona auxiliar na compreen-
operações desse mercado. são de aspectos relevantes na adoção das
Normas Internacionais de Contabilidade
Corroborando com a tendência mundial de (IFRS) pelas empresas brasileiras.
convergência para as IFRS e tencionando a
acessibilidade ao mercado global de capi-
tais por parte das empresas brasileiras, a
Fonte: Oliveira e Lemes (2011, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR

A Lei Das S/A Comentada


Nelson Eizirik
Editora: Saraiva
Sinopse: após anos de discussão em torno do papel a ser
exercido pelo juiz na fase de investigação, o projeto do novo
Código de Processo Penal, originário do Senado Federal,
previu a criação do Juiz das Garantias. Essa nova figura nada mais
é que um magistrado com competência exclusiva para atuar na fase primária
da persecução penal, estando impedido de atuar na sua fase processual. Em vista disso, o presente
estudo se destina a analisar a validade dos argumentos utilizados para sua implantação no Brasil e as
consequências que disso resultarão.

Material Complementar
106
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por


Ações. Brasília: Presidência da República, 1976. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das De-
monstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documen-
tos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
______. Contabilidade comercial fácil. 18.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SOARES, Salomão Dantas. Modelo de estrutura da DMPL. Disponível em: <http://
www.ceap.br/material/MAT21032013150510.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
OLIVEIRA, Valdiney Alves; LEMES, Sirlei . Nível de convergência dos princípios con-
tábeis brasileiros e norte-americanos às normas do IASB: uma contribuição para a
adoção das IFRS por empresas brasileiras. Rev. contab. inanç., São Paulo, v. 22, n.
56, maio/ago. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1519-70772011000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em:
11 set. 2017.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.crcsp.org.br/apostilas/DLPA_Wagner_Mendes_0309.pdf>. Aces-
so em: 11 set. 2017.
Em: <http://www.crcpr.org.br/new/index.php>. Acesso em: 11 set. 2017.
2
107
GABARITO

1. a
2. c
3. a
4. b
5. d
Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

DEMONSTRAÇÃO DOS

IV
UNIDADE
FLUXOS DE CAIXA (DFC)

Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
■ Explanar o conceito de caixa e equivalente de caixa.
■ Veriicar as entradas e saídas de caixa por atividades.
■ Conhecer as transações que não se enquadram na DFC.
■ Veriicar a estrutura e modelo da DFC.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
■ Métodos de estruturação da DFC
111

INTRODUÇÃO

Olá caro(a) aluno(a), nesta unidade você terá a oportunidade de conhecer um


pouco mais sobre as Demonstrações Financeiras, abordando os aspectos sobre
a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório da contabilidade
que tem como objetivo evidenciar as operações ocorridas que promovem modi-
icações no saldo de caixa e equivalentes de caixa. Contudo, também demonstra
as origens das mudanças no saldo do Caixa das entidades. Assim, caixa neste
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

relatório é o saldo da própria conta caixa mais o somatório dos saldos da conta
banco e das contas de aplicações inanceiras de liquidez imediata. Além disso,
também demonstra quais foram os motivos que levaram às alterações da conta
caixa em função das atividades operacionais das entidades.
Contudo, a DFC não é obrigatória para todas as sociedades por ações. Logo,
uma entidade que tenha o seu patrimônio líquido menor que R$ 2.000.000 na
data do fechamento do balanço patrimonial estará desobrigada a entregar e
publicar essa demonstração.
Em conformidade com a NBC TG 03 (R3), no item 6, a conta caixa repre-
senta os numerários em espécie e também os depósitos bancários disponíveis
para a organização. Desse modo, o caixa abrange todas as disponibilidades da
entidade envolvendo as contas: Caixa, Bancos conta Movimento e Aplicações
Financeiras de Liquidez Imediata.
Por im, demonstraremos a estrutura e elaboração da DFC e veriicaremos a
classiicação das entradas e saídas de caixa conforme as atividades operacionais,
investimentos e inanciamentos. Assim, será possível demonstrar com clareza de
onde vieram as variações de caixa. Neste contexto, iremos conhecer o modelo
e os métodos de elaboração da DFC, que são: indireto e direto. Logo, veremos
que a diferença entre ambos é a forma de determinação da variação do caixa em
função das atividades operacionais.
Bons estudos!

Introdução
112 UNIDADE IV

DEMONSTRAÇÃO DOS
FLUXOS DE CAIXA (DFC)

A Demonstração dos Fluxos de Caixa


(DFC) é um relatório que tem como obje-
tivo evidenciar as modiicações ocorridas
no “Caixa” de uma organização de acordo
com as operações da entidade em função do
exercício social. Para Ribeiro (2013, p. 393),

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem
por im evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que
provocam modiicações no saldo de caixa e equivalentes de caixa”.
Neste contexto, a DFC resume os fatos administrativos acerca do luxo de
dinheiro que ocorre em virtude das operações de um determinado período nas
empresas, em que são registrados por meio da escrituração contábil na conta
Caixa, Banco conta Movimento, entre outras.
Dessa forma, na visão de Montoto (2011, p. 763),
esse relatório também tem que demonstrar as origens das mudanças no
saldo do Caixa. O usuário da informação precisa entender se o Caixa se
alterou em função da atividade principal (operacional), se a alteração
foi em função da venda de imóvel [...]”.

Assim, em conformidade com o art. 188 da Lei n. 6.404/76, a DFC deve apresentar:
I. demonstração dos luxos de caixa - as alterações ocorridas, duran-
te o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregan-
do-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) luxos: (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)


b) dos inanciamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)

c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)


(BRASIL, Lei n. 6.404/76).

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


113

Portanto, a DFC pode ser elaborada a partir de dois métodos: direto ou indi-
reto. Contudo, essa demonstração passou a ser requerida pela Lei n. 6.404/76
por meio do seu art. 176. Também considerou-se as alterações feita pela Lei n.
11.638/07, a qual desobriga a DOAR, passando a exigir a DFC e a DVA. Logo,
segue um trecho do art. 176 sobre essa determinação:
Art. 176. Ao im de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstra-
ções inanceiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patri-
mônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

I. balanço patrimonial;
II. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III. demonstração do resultado do exercício; e
IV. demonstração das origens e aplicações de recursos.
IV. demonstração dos luxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº
11.638,de 2007);
V. se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluí-
do pela Lei nº 11.638,de 2007)
§1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indi-
cação dos valores correspondentes das demonstrações do exercí-
cio anterior (BRASIL, Lei n. 6.404/76).

A Demonstração dos Fluxos de Caixa não é obrigatória para todas as sociedades


por ações. No entanto, uma empresa que tenha o patrimônio líquido menor que
R$ 2.000.000 no fechamento do balanço patrimonial está desobrigada da entrega e
publicação da DFC. Logo, seguem as orientações de acordo com a Lei n. 6.404/76:
§6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço,
não superior ao valor nominal de 20.000 (vinte mil) Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional, não será obrigada à elaboração
e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos
(BRASIL, Lei n. 6.404/76).

A Lei n. 6.404/76, em seu art. 188, determina que sejam observadas as alterações
no Caixa em decorrência das operações da empresa, tais como investimentos e
inanciamentos. Porém, não existe nenhuma determinação sobre essas ativida-
des e nem a especiicação de uma técnica para elaboração da DFC.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)


114 UNIDADE IV

Em conformidade com o CPC 03 (R2), todos os tipos de empresas devem


elaborar a DFC, assim, essa determinação está nos itens 1 e 3 a seguir:
1. A entidade deve preparar um demonstração dos luxos de caixa
de acordo com os requisitos deste Pronunciamento Técnico e deve
apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contá-
beis apresentada ao inal de cada período.
2. [...]
3. [...] Assim sendo, este Pronunciamento Técnico requer que todas as
entidades apresentem uma demonstração dos luxos de caixa (CO-
MITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010, on-line)1.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA

De acordo com o item 6 da NBC TG 03 (R3), a conta caixa representa os nume-


rários em espécie e também os depósitos bancários disponíveis.
Para Ribeiro (2013, p. 393), o conceito de equivalentes de caixa é:
Equivalentes de caixa são aplicações inanceiras de curto prazo, de alta
liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de
caixa e que estão sujeitas a um insigniicante risco de mudança de valor.
Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

Portanto, em relação à DFC, o caixa abrange todas as disponibilidades da organiza-


ção envolvendo as contas: Caixa (dinheiro em espécie), Bancos conta Movimento
(dinheiro em poder do bancos comerciais) e Aplicações Financeiras de Liquidez
Imediata (dinheiro investido em aplicações de altíssima liquidez com vencimento
em três meses). Logo, as contas citadas anteriormente são componentes do Ativo,
que integram o grupo do Circulante no Balanço Patrimonial.

ESTRUTURA DA DFC

De acordo com a Lei n. 6.404/76, não existe um modelo de DFC a ser seguido
pelos contadores das empresas. A lei apenas determina, no inciso I do art. 188,
que a DFC deve indicar as alterações que acontecem no decorrer do exercício
social em relação ao saldo de caixa e equivalentes de caixa, separados em três
luxos: das operações, dos inanciamentos e dos investimentos.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


115

Equivalentes de caixa são aplicações inanceiras de curto prazo, de alta li-


quidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de
caixa e que estão sujeitas a um insigniicante risco de mudança de valor.
Eugenio Montoto

CLASSIFICAÇÃO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA POR


ATIVIDADES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Lei n. 6.404/76, no inciso I do art. 188, estabelece, em concordância com a


NBC TG 03 (R3), que as transações relativas às entradas e saídas sejam selecio-
nadas em três grupos de atividades:
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de re-
ceita da entidade e outras atividades que não são de investimento e
tampouco de inanciamento.
Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de
ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equi-
valentes de caixa.

Atividades de inanciamento são aquelas que resultam em mudanças


no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de tercei-
ros da entidade (BRASIL, Lei n. 6.404/76).

A seguir, será explicada as transações que devem integrar a DFC para um melhor
entendimento.

Atividades operacionais

Conforme a NBC TG 03 (R3), no item 14, existem alguns exemplos em rela-


ção às atividades operacionais que compõem o luxo de caixa, que são: os
recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de servi-
ços; os recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões
e outras receitas; os pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e ser-
viços; e outros.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)


116 UNIDADE IV

Atividades de investimento

De acordo com a NBC TG 03 (R3), em conformidade com o item 14, exis-


tem alguns casos de luxos de caixa advindos das atividades de investimento,
que são: pagamento em caixa para aquisição de Ativo Imobilizado, Intangível e
Ativos de longo prazo; e os recebimentos de caixa resultantes da venda de Ativo
Imobilizado, Intangíveis e outros ativos de longo prazo.

Atividades de inanciamento

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo a NBC TG 03 (R3), no item 7, seguem alguns exemplos de atividades de
inanciamento no luxo de caixa, que são: caixa recebido pela emissão de ações
ou outros instrumentos patrimoniais; pagamento em caixa a investidores para
adquirir ou resgatar ações da entidade; caixa recebido pela emissão de debêntu-
res, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros
empréstimos de curto e longo prazo.

TRANSAÇÕES QUE NÃO DEVEM INTEGRAR A DFC

Segundo Ribeiro (2013, p. 396), “sendo o objetivo da DFC apresentar as transa-


ções que correspondem a entradas e saídas de recursos inanceiros na empresa,
obviamente, aquelas transações que não movimentam dinheiro não devem inte-
grá-la”. Neste sentido, o item 44 da NBC TG 03 (R3) discorre sobre as atividades
de inanciamentos e investimentos que não causam impacto sobre os luxos de
caixa corrente e não afetam a estrutura de capital e os ativos da empresa. Assim,
seguem alguns exemplos dessas situações:
■ aquisição de Ativos quer seja assunção direta do Passivo respectivo, quer
seja por meio de arrendamento inanceiro;
■ a aquisição de entidade por meio de emissão de instrumentos patrimoniais;
■ a conversão de dívida em instrumentos patrimoniais e etc.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


117
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MÉTODOS DE ESTRUTURAÇÃO DA DFC

Conforme mencionado anteriormente, existem dois métodos para a estrutura-


ção da DFC, a saber, o método direto e indireto.

MÉTODO INDIRETO

Segundo Ribeiro (2013, p. 397), “[...] também denominado Método da


Reconciliação, os recursos derivados das atividades operacionais são demons-
trados a partir do Resultado do Exercício antes das deduções - CSLL e IR sobre
o Lucro Líquido”. Logo, o método indireto ajusta as adições das despesas e exclui
as receitas reconhecidas na apuração do resultado, que não alteram o caixa da
organização e que não representam as saídas e entradas de dinheiro. Além dessas
situações, também há a exclusão das receitas consideradas no exercício e recebi-
das no exercício anterior; a adição das receitas recebidas antecipadamente que
não forem consideradas na apuração de resultados, entre outras considerações.

Métodos de Estruturação da DFC


118 UNIDADE IV

O método considera os ajustes e as variações positivas ou negativas que acon-


tecem no período, nos itens do estoque e nas contas operacionais a receber e a
pagar em função dessas operações não representarem despesas e nem receitas
porque não foram incluídas na apuração do resultado do exercício. De acordo
com o item 20 da NBC TG 03 (R3), seguem algumas considerações:
De acordo com o método indireto, o luxo de caixa líquido advindo
das atividades operacionais é determinado ajustando o lucro líquido ou
prejuízo quanto aos efeitos de:

a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas opera-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cionais a receber e a pagar;

b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tri-
butos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e resulta-
do de equivalência patrimonial quando aplicável; e
c) todos os outros itens tratados como luxos de caixa advindos das
atividades de investimento e de inanciamento.

Alternativamente, o luxo de caixa líquido advindo das atividades ope-


racionais pode ser apresentado pelo método indireto, mostrando-se
as receitas e as despesas divulgadas na demonstração do resultado ou
resultado abrangente e as variações ocorridas no período nos estoques
e nas contas operacionais a receber e a pagar (CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, 2016, on-line).

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


119

Modelo de DFC pelo método indireto

Por im, segue, no Quadro 1, um modelo de estrutura de DFC pelo método indi-
reto que pode ser utilizado para ins contábeis:

Quadro 1 - Modelo de DFC indireto

EXERCÍCIO
DESCRIÇÃO
ATUAL R$ ANTERIOR R$
1. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Resultado do Exercício antes do IR e da CSLL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ajuste por:
(+) Depreciação, amortização etc.
(+/-) Resultado na venda de Ativos Não Circulantes
(+/-) Equivalência patrimonial
Variações nos Ativos e Passivos
(Aumento) Redução em Clientes
(Aumento) Redução em contas a receber
(Aumento) Redução dos estoques
Aumento (Redução) em Fornecedores
Aumento (Redução) em Contas a Pagar
Aumento (Redução) no IR e na CSl
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) ativida-
des operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
(-) Compras de Investimentos
(-) Compras do Imobilizado
(-) Compras do Intangível
(+) Recebimento por vendas de Investimentos
(+) Recebimento por vendas do Imobilizado
(+) Recebimento por vendas do Intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas aplicadas nas) ativida-
des de investimento
3. FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(-) Pagamento de dividendos
(-) Pagamento de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) ativida-
des de inanciamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES (1+/-2+/-3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO (4+/-5)
Fonte: Ribeiro (2013, p. 398).

Métodos de Estruturação da DFC


120 UNIDADE IV

MÉTODO DIRETO

A DFC, pelo método direto, é parecida com a DFC pelo método indireto. Porém,
os dois métodos são diferentes na apresentação das atividades operacionais.
Assim, pelo método direto, os recursos derivados das operações são indicados
a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais no
decorrer do período. Neste contexto, a NBC TG 03 (R3), no item 18, airma que
as atividades operacionais são apresentadas por intermédio das principais clas-
ses de recebimentos brutos e pagamentos brutos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Modelo de DFC pelo método direto

A seguir, será apresentado um modelo de estrutura de DFC pelo método direto


na visão de Ribeiro (2013):

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


121

Quadro 2 - Modelo de DFC direto

EXERCÍCIO
DESCRIÇÃO ANTERIOR
ATUAL R$
R$
1. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Valores recebidos de clientes
Valores pagos a fornecedores e empregados
Imposto de renda e contribuição social pagos
Pagamento de contingências
Recebimento por reembolso de seguros
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias


Outros recebimentos (pagamentos) líquidos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) ativi-
dades operacionais
2. FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
(-) Compras de Investimentos
(-) Compras do Imobilizado
(-) Compras do Intangível
(+) Recebimento por vendas de Investimentos
(+) Recebimento por vendas do Imobilizado
(+) Recebimento por vendas do Intangível
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas aplicadas nas) ativi-
dades de investimento
3. FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
(+) Integralização de capital
(+) Empréstimos tomados
(-) Pagamento de dividendos
(-) Pagamento de Empréstimos
(=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) ativi-
dades de inanciamento
4. AUMENTO (REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES (1+/-2+/-3)
5. DISPONIBILIDADES NO INÍCIO DO PERÍODO
6. DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO (4+/-5)

Fonte: Ribeiro (2013, p. 399).

Métodos de Estruturação da DFC


122 UNIDADE IV

Vantagens e desvantagens dos métodos direto e indireto para a confecção


da Demonstração dos Fluxos de Caixa (IAS 7)
A reportagem aborda as vantagens e desvantagens dos dois métodos per-
mitidos para a elaboração da DFC: método indireto e o direto.
O método direto é aquele segundo o qual as principais classes de recebi-
mentos e pagamentos brutos são divulgadas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O método indireto é aquele segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é
ajustado pelos efeitos.
Para saber mais, acesse:
<http://ifrsbrasil.com/demonstracoes-contabeis/apresentacao/vantagens-
-e-desvantagens-dos-metodos-direto-e-indireto-para-a-confeccao-da-de-
monstracao-dos-luxos-de-caixa-ias-7>.
Fonte: IFRSBRASIL (2012, on-line)2.

Caro(a) acadêmico(a), de acordo com o que foi apresentado, pode-se perceber a


importância da DFC para as organizações em virtude das informações em torno
das modiicações que acontecem no caixa. Porém, vale ressaltar que caixa na
DFC representa o saldo da conta caixa, banco e aplicações de liquidez imediata.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)


123

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para melhor compreensão dos assuntos que abordamos nesta unidade, vamos
relembrar alguns aspectos em torno da Demonstração dos Fluxos de Caixa
(DFC), que é um dos relatórios de maior relevância em torno dos recursos sobre
o dinheiro disponível das organizações.
No decorrer da unidade, vimos o conceito que envolve a Demonstração dos
Fluxos de Caixa (DFC), que visa evidenciar as operações que acontecem e que
modiicam os saldos de caixa e equivalentes de caixa (banco e contas de aplica-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ções inanceiras de liquidez imediata). Neste aspecto, evidencia as origens das


modiicações no saldo do caixa das entidades. Contudo, caixa é o saldo da pró-
pria conta caixa mais a soma dos saldos da conta banco e contas de aplicações
inanceiras de liquidez imediata. Logo, também apresenta quais foram as causas
que levaram às modiicações da conta caixa em função das atividades princi-
pais das organizações.
Neste contexto, este relatório não é obrigatório para todas as sociedades por
ações. Porém, uma empresa que tenha o seu patrimônio líquido menor que R$
2.000.000 na data do fechamento do balanço patrimonial ica desobrigada da
entrega e da publicação deste relatório.
Assim, a NBC TG 03 (R3), no item 6, deine que a conta caixa identiica os
numerários em espécie e os depósitos bancários disponíveis para as entidades.
Neste sentido, o caixa engloba todas as disponibilidades, que são: Caixa, Bancos
conta Movimento e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata.
Enim, houve apresentação da estrutura e do processo de elaboração da DFC
e também veriicamos a classiicação das entradas e saídas de caixa de acordo com
as atividades operacionais, investimentos e inanciamentos. Além disso, apresen-
tamos os métodos e elaboração da DFC, que são indireto e direto.
Até a próxima unidade.

Considerações Finais
124

1. A contabilidade utiliza algumas técnicas para alcançar os seus objetivos. Assina-


le a alternativa que representa essas técnicas.
a) Perícia, auditoria, demonstrações contábeis e livro diário.
b) Livro diário, razão, balancete de veriicação e balanço patrimonial.
c) Escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstra-
ções.
d) Balanço patrimonial, DRE, DMPL e DOAR.
e) Escrituração, perícia, auditoria e análise das demonstrações.
2. Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período prove-
niente das atividades de uma entidade que resultam no aumento do seu patri-
mônio líquido. Assinale alternativa que representa transações geradoras de
receita.
a) Impostos, prestação de serviços, juros e despesas.
b) Juros, venda de bens, royalties e prejuízo.
c) Venda de imobilizado, juros, prestação de serviços e impostos.
d) Venda de sucata, juros pagos, aluguéis e prestação de serviços.
e) Venda de bens, prestação de serviços, juros, royalties e dividendos.
3. De acordo com a inalidade da demonstração do luxos de caixa, assinale o ob-
jetivo dessa demonstração aos seus usuários.
a) Apresentar as modiicações ocorridas no banco de uma organização durante
o ano comercial.
b) Apresentar as modiicações somente da conta caixa em um determinado pe-
ríodo.
c) Apresentar as modiicações apenas da conta banco referente ao exercício
social.
d) Apresentar as modiicações ocorridas no caixa de uma organização durante
o exercício social.
e) Apresentar as modiicações que acontecem nas aplicações inanceiras de um
determinado período.
125

4. A DFC passou a ser exigida pela Lei n. 6.404/76 no art. 176. Assim, em relação a
Demonstração dos Fluxos de Caixa, é correto airmar que:
a) É um relatório contábil que tem por im evidenciar as transações ocorridas
em um determinado período e que provocaram modiicações no saldo da
conta caixa.
b) É um relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado
formado em determinado período de operações da entidade.
c) É um relatório contábil para evidenciar o patrimônio líquido de um deter-
minado período que deve ser estruturado observando as normas para sua
elaboração.
d) É um relatório contábil que visa a evidenciar as variações ocorridas em todas
as contas que compõem o patrimônio líquido em um determinado período.
e) É um relatório que não é obrigatório porque não evidencia as mutações do
patrimônio líquido da empresa.
5. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, é determinada a elaboração das
demonstrações inanceiras ao im de cada exercício social. Assinale alternativa
que identiica as demonstrações inanceiras exigidas por lei.
a) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros, Demonstração do Resultado
e Livro-diário.
b) Livro Diário, Livro-razão e Balancete de Veriicação em quatro colunas.
c) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados,
Demonstração do Resultado e Demonstração dos Fluxos de Caixa.
d) Livro-diário, Livro-razão ou Razonetes e Balancete de Veriicação em duas
colunas.
e) Balanço Patrimonial, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração da
Mutação do Patrimônio Líquido e Livro-diário.
126

DFC - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e, desta forma, torna-se mais um impor-


indica quais foram as saídas e entradas de tante relatório para a tomada de decisões
dinheiro no caixa durante o período e o gerenciais.
resultado desse luxo.
A Deliberação CVM 547/2008 aprovou o
Assim como a Demonstração de Resultados Pronunciamento Técnico CPC 03, que trata
de Exercícios, a DFC é uma demonstração da Demonstração do Fluxo de Caixa.
dinâmica e deve ser incluída no balanço
patrimonial. Para as Pequenas e Médias Empresas
(PMEs), a DFC também é de elaboração
A DFC passou a ser de apresentação obri- obrigatória, conforme item 3.17 (e) da NBC
gatória para todas as sociedades de capital TG 1000. Portanto, independentemente
aberto ou com patrimônio líquido superior do tipo societário adotado, as entidades
a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). devem apresentar o referido demonstra-
tivo pelo menos anualmente, por ocasião
Esta obrigatoriedade vigora desde da elaboração das demonstrações inan-
01/01/2008, por força da Lei 11.638/2007, ceiras (“balanço”).

APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA

Seguindo as tendências internacionais, As Atividades de Investimento são os gas-


o luxo de caixa pode ser incorporado às tos efetuados no Realizável a Longo Prazo,
demonstrações contábeis tradicionalmente em Investimentos, no Imobilizado ou no
publicadas pelas empresas. Basicamente, o Intangível, bem como as entradas por
relatório de luxo de caixa deve ser segmen- venda dos ativos registrados nos referidos
tado em três grandes áreas: subgrupos de contas.
I. Atividades Operacionais;
As Atividades de Financiamento são os
II. Atividades de Investimento;
recursos obtidos do Passivo Não Circulante
III. Atividades de Financiamento. e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluí-
dos aqui os empréstimos e inanciamentos
As Atividades Operacionais são explica- de curto prazo. As saídas correspondem
das pelas receitas e gastos decorrentes à amortização dessas dívidas e os valores
da industrialização, comercialização ou pagos aos acionistas a título de dividen-
prestação de serviços da empresa. Estas dos, distribuição de lucros.
atividades têm ligação com o capital cir-
culante líquido da empresa.
Fonte: Portal de Contabilidade ([2017], on-line)3.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Normas e Práticas Contábeis. Uma Introdução


José Carlos Marion; Renato M. Porto Rei.
Editora: Atlas
Sinopse: a elaboração deste livro representa uma
contribuição concreta para a classe contábil pelo fato de
ser uma publicação que surge na academia, que tão de
perto tem participado neste novo modelo contábil, em que a
contabilidade brasileira está sendo globalizada em convergência com
as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Os textos desta coletânea foram
elaborados por alunos do mestrado em Contabilidade da PUC-SP, integrado por coordenadores de
cursos de contabilidade, professores, auditores (e até gerentes e sócios de empresas de auditoria),
empresários contábeis, executivos, controllers, contadores participantes de órgãos de classe, escritores
contábeis e profissionais de diversos estados do Brasil.

Material Complementar
128
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por


Ações. Brasília: Presidência da república, 1976. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das De-
monstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documen-
tos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade:
NBC TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a 40
(exceto 34 e 42). Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2011. Disponível em:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/04/NBC_TG_COM-
PLETAS03.2013.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva,
2011.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
______. Contabilidade comercial fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pro-
nunciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
2
Em: <http://ifrsbrasil.com/demonstracoes-contabeis/apresentacao/vantagens-e-
-desvantagens-dos-metodos-direto-e-indireto-para-a-confeccao-da-demonstra-
cao-dos-luxos-de-caixa-ias-7>. Acesso em: 11 set. 2017.
3
Em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ademonstracaodoslu-
xos.htm>. Acesso: 11 set. 2017.
129
GABARITO

1. c
2. e
3. d
4. a
5. c
Professora Me. Tatiane Garcia da Silva Santos

V
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR

UNIDADE
ADICIONADO (DVA) E
NOTAS EXPLICATIVAS

Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
■ Conhecer a elaboração da DVA.
■ Conhecer a estrutura da DVA.
■ Veriicar o modelo de DVA.
■ Conhecer o conceito de Notas Explicativas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
■ Notas Explicativas
133

INTRODUÇÃO

Olá aluno(a), conforme estudamos anteriormente sobre os assuntos da


Demonstrações Financeiras/Contábeis, iremos abordar agora o último relató-
rio da contabilidade denominado Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
Em seguida, a complementação das informações em volta das demonstrações
contábeis com base na contextualização sobre as Notas Explicativas.
Diante disso, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um relatório
que demonstra quantos recursos uma empresa produz em um exercício social.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assim, veriicar o quanto foi adicionado de valor aos seus fatores de produção,
quanto e de que forma essa riqueza foi gerada e distribuída entre os funcionários,
governo, acionistas, entre outros. Neste contexto, o valor adicionado representa
o negócio em torno da venda de mercadorias, ou seja, é o cálculo da diferença
entre o valor da venda e o custo da mercadoria vendida. Dessa forma, a DVA
é elaborada a partir dos dados da DR, assim, a receita a ser considerada nesse
relatório vem da receita bruta com impostos, considerando as deduções e adi-
ções conforme a estrutura da DR.
Com base na alteração da Lei n. 6.404/76, em seu art. 176, inciso V, e revista
pela Lei n. 11.638/07, essa demonstração tornou-se obrigatória somente para as
sociedades por ações de capital aberto. Logo, as informações necessárias para
construção da DVA são retiradas das contas de resultado (DRE) e também das
contas patrimoniais (Balanço Patrimonial). Desta forma, vamos contextualizar
a elaboração, estrutura e modelo da DVA.
Por im, explanaremos sobre as Notas Explicativas que são regidas pela NBC
TG 26 (R4), no itens 112 a 116. Assim, as notas explicativas complementam as
informações a respeito dos dados sobre as demonstrações contábeis, que são
apresentadas após a publicação das demonstrações contábeis.
Abraços!

Introdução
134 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é uma demonstração que eviden-


cia quantos recursos uma entidade produziu em um determinado período. Ou
melhor, o quanto foi adicionado de valor aos seus fatores de produção, quanto e de
que maneira a riqueza gerada foi distribuída entre os funcionários, governo, acio-
nistas entre outros, assim como em relação à parcela da riqueza não distribuída.
Em conformidade com a Lei n. 6.404/76, no art. 188, em seu inciso II, a DVA é:
II. demonstração do valor adicionado - o valor da riqueza gerada pela
companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuí-
ram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, inancia-
dores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza
não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (BRA-
SIL, Lei n. 6.404/76).

Contudo, a partir da alteração da Lei n. 6.404/76, em seu art. 176, inciso V, e revista
pela Lei n. 11.638/07, a DVA passou a ser obrigatória no Brasil somente para as
sociedades por ações de capital aberto. Desse modo, no CPC 09 foram estipula-
dos todos os critérios para elaboração da DVA, bem como as entidades que devem
apresentar esse relatório. Segue um trecho do CPC 09 sobre essas determinações:

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) E NOTAS EXPLICATIVAS


135

A entidade, sob forma jurídica de sociedade por ações, com capital


aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a
DVA e apresentá-la com parte das demonstrações contábeis divulgadas
ao inal de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a sua ela-
boração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis
(COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2008).

A DVA tem como objetivo apresentar a origem da riqueza formada pela entidade,
ou seja, de que forma essa riqueza foi distribuída entre as diversas áreas que con-
tribuíram para a sua geração. Dessa forma, para Ribeiro (2013, p. 403), “o valor
adicionado que é demonstrado na DVA representa a riqueza criada pela empresa,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adqui-
ridos de terceiros”. Neste contexto, é incluído o valor adicionado recebido em
transferência, ou seja, gerado por terceiros e transferido para empresa. Contudo,
para melhor entendimento, segue um exemplo na visão de Ribeiro (2013, p. 403):
[...] consideramos que uma determinada unidade de mercadoria, ad-
quirida do fornecedor por R$ 20, tenha sido vendida pela empresa co-
mercial por R$ 30. Nesse caso, o valor adicionado pela empresa comer-
cial corresponde a R$ 10 (R$ 30 - R$ 20).
Note bem, embora a receita bruta de vendas dessa empresa comercial
tenha sido de R$ 30, ela agregou à economia do país apenas R$ 10, uma
vez que os outros R$ 20 representam riquezas geradas por empresas
integrantes da cadeia produtiva, porém em outras etapas (agricultura,
indústria, comércio atacadista e serviços).
O valor adicionado de R$ 10, portanto, corresponde à remuneração
dos esforços que a empresa despendeu no desenvolvimento de suas
atividades. Entre esses esforços, incluem-se os inanciadores (fonte de
mão de obra), os investidores (fonte de Capital próprio), os inancia-
dores (fonte de capitais de terceiros) e o governo, que será remunerado
por meio dos impostos como contrapartida dos benefícios sociais que
oferece a toda a sociedade, inclusive às empresas.

Portanto, o valor adicionado de cada entidade signiica o quanto a empresa aju-


dou na formação do PIB - Produto Interno Bruto - de um país. Isto é, o PIB é
indicador de atividade econômica de uma área, sendo a soma de todos os bens
e serviços inais produzidos em uma determinada região referente a um período
estipulado. Assim, os investidores e outros usuários que usam a DVA têm como
objetivo a promoção do conhecimento partir dos dados de natureza econômica
e social, com a inalidade de contribuir com a melhoria de avaliação das opera-
ções das empresas que estão inseridas no mercado.
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
136 UNIDADE V

A receita bruta na DVA é o valor que a empresa fatura incluindo todos os


impostos de venda (IPI, ICMS, PIS e COFINS), deduzindo as devoluções, aba-
timentos [...].
Eugenio Montoto

ELABORAÇÃO DA DVA

As informações necessárias para construção da DVA são retiradas das contas de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
resultado (DRE) e também das contas patrimoniais (Balanço Patrimonial), ou
seja, as contas de resultado usadas por esse relatório são as despesas, os custos e
as receitas com base no princípio da competência.
Assim, as contas patrimoniais que são utilizadas na DVA são as contas de
participação de terceiros, tais como tributos sobre o lucro líquido, debenturistas,
empregados e administradores. Dessa forma, na elaboração da DVA, o contador
deve usar os dados que constam no livro-razão.

ESTRUTURA DA DVA

Em conformidade com a Lei n. 6.404/76, em seu art. 188, as informações neces-


sárias para construção da DVA são: o valor da riqueza gerada pela companhia;
a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa
riqueza, tais como empregados, inanciadores, acionistas, governo e outros; e a
parcela da riqueza não distribuída.

MODELO DA DVA

Enim, segue um modelo de estrutura da DVA que pode ser utilizada para evi-
denciar a riqueza gerada pela entidade na visão de Ribeiro (2013, p. 406):

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) E NOTAS EXPLICATIVAS


137

Quadro 1 - Modelo de DVA

EXERCÍCIO
DESCRIÇÃO
ATUAL R$ ANTERIOR R$
1. RECEITAS (1.1 a 1.4)
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2 Outras receitas
1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4 Provisão para créditos de liquidação
duvidosa - Reversão/(Constituição)
2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
(inclui tributos: ICMS, IPI, PIS e COFINS) (2.1 a 2.4)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos


2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 Perda/Recuperação de valores ativos
2.4 Outras (especiicar)
3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1 - 2)
4. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO
PELA ENTIDADE (3 - 4)
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (6.1 a 6.3)
6.1 Resultado de equivalência patrimonial
6.2 Receitas inanceiras
6.3 Outras
7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6)
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (8.1 a 8.6)
8.1 Pessoal (8.1.1 a 8.1.3)
8.1.1 Remuneração direta
8.1.2 Benefícios
8.1.3 FGTS
8.2 Impostos, taxas e contribuições (8.2.1 a 8.2.3)
8.2.1 Federais
8.2.2 Estaduais
8.2.3 Municipais
8.3 Remuneração de capitais de terceiros (8.3.1 a 8.3.3)
8.3.1 Juros
8.3.2 Aluguéis
8.3.3 Outras
8.4 Remuneração de capitais próprios (8.4.1 e 8.4.2)
8.4.1 Juros sobre o Capital próprio
8.4.2 Dividendos
8.5 Lucros retidos/Prejuízo do exercício
8.6 Participação dos não controladores nos lucros retidos (Só para
consolidação)

Fonte: Ribeiro (2013, p. 406).

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)


138 UNIDADE V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NOTAS EXPLICATIVAS

As Notas Explicativas são explicações que complementam as Demonstrações


Financeiras, ou seja, são informações a respeito de composição dos saldos das
contas contábeis, métodos de depreciação, entre outros critérios usados pela
contabilidade para avaliação patrimonial. Neste contexto, as notas explicativas
ajudam no processo de interpretação dos dados das demonstrações contábeis.
Portanto, as notas explicativas devem ser alocadas logo após a apresentação
das demonstrações contábeis. Sendo assim, na NBC TG 26 (R4), no itens 112 a
116, as notas explicativas devem ter a seguinte estrutura:
112. As notas explicativas devem:
a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das de-
monstrações contábeis e das políticas contábeis especíicas utiliza-
das de acordo com os itens 117 a 124;

b) divulgar a informação requerida pelas normas, interpretações


e comunicados técnicos que não tenha sido apresentada nas de-
monstrações contábeis; e

c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas


demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua com-
preensão.

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) E NOTAS EXPLICATIVAS


139

113. As notas devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de


forma sistemática. Cada item das demonstrações contábeis deve ter re-
ferência cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas
explicativas.

114. As notas explicativas são normalmente apresentadas pela ordem a


seguir, no sentido de auxiliar os usuários a compreender as demonstra-
ções contábeis e a compará-las com demonstrações contábeis de outras
entidades:
a) declaração de conformidade com as normas, interpretações e co-
municados técnicos do CFC (ver item 16);
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) resumo das políticas contábeis signiicativas aplicadas (ver item


117);

c) informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações


contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica
sejam apresentadas; e
d) outras divulgações, incluindo:

i) passivos contingentes (ver NBC TG 25 – Provisões, Passivos


Contingentes e Ativos Contingentes) e compromissos contra-
tuais não reconhecidos; e

ii) divulgações não inanceiras, por exemplo, os objetivos e polí-


ticas de gestão do risco inanceiro da entidade (ver NBC TG
40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação).
115. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável alte-
rar a ordem de determinados itens nas notas explicativas. Por exemplo,
a informação sobre variações no valor justo reconhecidas no resultado
pode ser divulgada juntamente com a informação sobre vencimentos
de instrumentos inanceiros, embora a primeira se relacione com a de-
monstração do resultado e a última se relacione com o balanço patri-
monial. Contudo, até onde praticável, deve ser mantida uma estrutura
sistemática das notas.

116. As notas explicativas que proporcionam informação acerca da


base para a elaboração das demonstrações contábeis e as políticas con-
tábeis especíicas podem ser apresentadas como seção separada das de-
monstrações contábeis.

Notas Explicativas
140 UNIDADE V

Casos especiais - alguns exemplos


Depreciação de itens reavaliados ou avaliados ao valor justo (fair
value).
16. A avaliação e a reavaliação de ativos ao seu valor justo provocam altera-
ções na estrutura patrimonial da empresa e, por isso, normalmente reque-
rem o registro contábil dos seus efeitos tributários.
17. Os resultados da empresa são afetados sempre que houver a realização
dos respectivos ativos reavaliados ou avaliados ao valor justo. Quando a rea-
lização de determinado ativo ocorrer pelo processo normal de depreciação,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por consequência, a DVA também é afetada. Assim, no momento da realiza-
ção da reavaliação ou da avaliação ao valor justo, deve-se incluir esse valor
como “outras receitas” na DVA, bem como se reconhecem os respectivos tri-
butos na linha própria de impostos, taxas e contribuições.
Veja mais em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronun-
ciamentos/Pronunciamento?Id=40>.
Fonte: CPC ([2017], on-line)1.

Caro(a) aluno(a), inalizamos a abordagem sobre as demonstrações inanceiras


com a DVA - Demonstração do Valor Adicionado. Neste contexto, buscou-se
apresentar todos os relatórios que devem ser emitidos pela contabilidade em
conformidade com a legislação vigente. Espero que você tenha assimilado essas
informações que serão muito úteis na sua vida proissional.
Sucesso!

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) E NOTAS EXPLICATIVAS


141

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, foi abordado a última demonstração inanceira elaborada pela


contabilidade, chamada de Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Neste
contexto, houve a necessidade de apresentar o conceito de Notas Explicativas em
função da relevância das informações geradas por meio delas.
Diante disto, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é uma demonstra-
ção que visa evidenciar quantos recursos uma entidade produz em determinado
período. Logo, também observa o quanto foi adicionado de valor aos seus fatores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de produção, quanto e de que maneira a riqueza foi gerada e alocada aos seto-
res envolvidos. Portanto, o valor adicionado signiica a negociação em torno
da venda de mercadorias, ou seja, o cálculo da diferença entre o valor da venda
e o custo da mercadoria vendida. Assim, a DVA é desenvolvida com os dados
da Demonstração de Resultado, em que a receita considera a receita bruta com
impostos, incluindo as deduções e adições de acordo com a estrutura da DR.
Portanto, a Lei n. 6.404/76, em seu art. 176, inciso V, e a Lei n. 11.638/07
determinam que essa demonstração é obrigatória para as sociedades por ações de
capital aberto. Assim, os dados para a construção da DVA são retirados a partir
das contas de resultado (DRE) e as contas patrimoniais (Balanço Patrimonial).
Tal como para o fechamento da DVA houve a contextualização da elaboração,
estrutura e modelo deste relatório.
Finalizando a unidade, abordamos as Notas Explicativas, que têm o objetivo
de complementar as informações em volta das demonstrações contábeis, em que
apresentam dados complementares a respeito dos relatórios contábeis. Assim, as
Notas Explicativas devem ser usadas para enriquecer o conjunto das informações
que são extraídas por meio dos relatórios contábeis emitidos pela contabilidade.
Abraços e sucesso!

Considerações Finais
142

1. De acordo com os conteúdos que foram abordados em torno das informações


relevantes vindas da contabilidade, discorra sobre o conceito e importância
das Notas Explicativas.
2. Faça um comentário sobre o conceito e aplicação da DVA para as empresas.
3. A entidade sob forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e
outras entidades que a lei estabelece devem elaborar a DVA. Em relação a De-
monstração do Valor Adicionado, é correto airmar que:
a) O valor adicionado é calculado pela simples diferença entre o valor da venda
e o custo da mercadoria vendida.
b) O valor adicionado é calculado pela diferença entre o valor da compra e o
custo da mercadoria comprada.
c) O valor adicionado é a diferença entre as despesas e receitas referentes a um
determinado período.
d) O valor adicionado representa a diferença entre o ativo e o passivo.
e) O valor adicionado é a diferença entre o valor do bem do imobilizado menos
os valores da depreciação incorrida no mês.
4. A análise das demonstrações inanceiras representa um dos ramos da Contabili-
dade. Neste sentido, assinale a alternativa correta que representa a função
da análise das demonstrações inanceiras.
a) Consiste em veriicar se os saldos das demonstrações contábeis estão corre-
tos.
b) Consiste em veriicar a escrituração do livro diário e demais livros obrigatórios.
c) Consiste em utilizar métodos, conjuntos de procedimentos, técnicas, sistemas
ou arte para veriicar as demonstrações contábeis.
d) Consiste em fornecer informações sobre a evolução do patrimônio para os
seus parceiros de negócios.
e) Consiste em veriicações, comparações, cálculos e estatísticas a partir de de-
monstrações, pelo menos, de dois exercícios.
143

5. De acordo com os regimes de contabilização de receitas e despesas, assinale a


alternativa correta.
a) O regime de competência é desenvolvido exclusivamente pelas empresas de
pequeno porte.
b) O regime de caixa airma que a receita é reconhecida quando recebida e a
despesa é legítima no pagamento ou saída de recursos.
c) Os dois regimes de caixa e competência têm em vista o reconhecimento das
receitas e despesas quando ocorridas independente do momento e do even-
to.
d) Para as sociedades anônimas, a legislação obriga a elaboração das demons-
trações contábeis apenas pelo regime de caixa.
e) O princípio do regime de caixa diz respeito às transações que acontecem nas
empresas e visa ao reconhecimento unicamente das despesas e não das re-
ceitas recebidas durante o mês de movimento contábil.
144

O QUE SÃO AS NOTAS EXPLICATIVAS NO BALANÇO?

As denominadas “Notas Explicativas” con- A Resolução CFC 1.255/2009, que aprovou


têm informações adicionais em relação à a NBC TG 1000 – Contabilidade para Peque-
apresentada nas demonstrações contá- nas e Médias Empresas. No item 3.17 da
beis, oferecendo descrições narrativas ou referida NBC, tem-se a lista do conjunto
segregações e aberturas de itens divulga- completo das Demonstrações Contábeis
dos nessas demonstrações e informação que as referidas entidades devem elabo-
acerca de itens que não se enquadram nos rar, no qual está contemplada na letra “f” a
critérios de reconhecimento nas demons- inclusão das Notas Explicativas.
trações contábeis.
Desta forma, com base nos textos normati-
As Notas Explicativas são necessárias e úteis vos mencionados, podemos airmar que as
para melhor entendimento e análise das Demonstrações Contábeis devem ser com-
demonstrações contábeis, aplicáveis em plementadas por Notas Explicativas, que
todos os casos que forem pertinentes. passam a ser de elaboração obrigatória para
todas as entidades, independentemente
A Resolução CFC 1.185/2009 – NBC TG de porte, atividade ou forma de tributação.
26 (R4), que trata da apresentação das
demonstrações, faz menção à forma de O § 5º do art. 176 da Lei das S/A menciona,
como se fazer e estruturar as referidas Notas sem esgotar o assunto, as bases gerais e as
Explicativas. normas a serem incluídas nas demonstra-
ções inanceiras, as quais deverão:
Com relação à obrigatoriedade legal da fei-
tura das Notas Explicativas, destaque-se o I. apresentar informações sobre a base
§ 4° do artigo 176 da Lei 6.404/76: de preparação das demonstrações
inanceiras e das práticas contábeis
§4º As demonstrações serão complemen- especíicas selecionadas e aplicadas
tadas por notas explicativas e outros para negócios e eventos signiicativos;
quadros analíticos ou demonstrações
contábeis necessários para esclareci- II. divulgar as informações exigidas pelas
mento da situação patrimonial e dos práticas contábeis adotadas no Bra-
resultados do exercício. sil que não estejam apresentadas em
nenhuma outra parte das demonstra-
Os dispositivos supramencionados apli- ções inanceiras;
cam-se às sociedades anônimas regidas
pela Lei 6.404/76e por extensão aplicada III. fornecer informações adicionais não
às demais sociedades. Observe que não há indicadas nas próprias demonstrações
citação de regime de tributação, portanto, inanceiras e consideradas necessárias
mesmo as entidades tributadas com base para uma apresentação adequada; e
na sistemática do Simples Nacional estão
obrigadas à elaboração das ditas notas. IV. indicar:
145

a) os principais critérios de avaliação dos e) a taxa de juros, as datas de vencimento


elementos patrimoniais, especialmente e as garantias das obrigações a longo
estoques, dos cálculos de depreciação, prazo;
amortização e exaustão, de constituição
de provisões para encargos ou riscos e f ) o número, espécies e classes das ações
dos ajustes para atender a perdas pro- do capital social;
váveis na realização de elementos do
ativo; g) as opções de compra de ações outor-
gadas e exercidas no exercício;
b) os investimentos em outras sociedades,
quando relevantes; h) os ajustes de exercícios anteriores; e

c) o aumento de valor de elementos do i) os eventos subsequentes à data de


ativo resultante de novas avaliações; encerramento do exercício que tenham,
ou possam vir a ter, efeito relevante
d) os ônus reais constituídos sobre ele- sobre a situação inanceira e os resul-
mentos do ativo, as garantias prestadas tados futuros da companhia.
a terceiros e outras responsabilidades
eventuais ou contingentes;
Fonte: Contábeis (2016, on-line)2.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Manual Das Demonstrações Contábeis


Cleônimo dos Santos
Editora: Iob
Sinopse: demonstrações Contábeis são o conjunto de
informações extraídas fundamentalmente dos registros
contábeis que toda empresa deve manter. Trata-se, na
verdade, da “prestação de contas” mais significativa que os
administradores fazem aos sócios ou acionistas ou, ainda, ao empresário
individual. Essa prestação de contas acontece no mínimo uma vez por ano e é composta basicamente
pelas demonstrações contábeis.
147
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por


Ações. Brasília: Presidência da república, 1976. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 set. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das De-
monstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documen-
tos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em: 11 set. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade:
NBC TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a 40
(exceto 34 e 42). Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2011. Disponível em:
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/04/NBC_TG_COM-
PLETAS03.2013.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva,
2011.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
______. Contabilidade comercial fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1
Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pro-
nunciamento?Id=40>. Acesso em: 11 set. 2017.
2
Em: <http://www.contabeis.com.br/noticias/30007/o-que-sao-as-notas-explicati-
vas-no-balanco/>. Acesso em: 11 set. 2017.
GABARITO

1. As Notas Explicativas são explicações que complementam as Demonstrações


Financeiras, ou seja, são informações a respeito da composição dos saldos das
contas contábeis, métodos de depreciação, entre outros critérios usados pela
contabilidade para avaliação patrimonial. Neste contexto, as notas explicativas
ajudam no processo de interpretação dos dados das demonstrações contábeis.
2. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é uma demonstração que eviden-
cia quantos recursos uma entidade produziu em um determinado período. Ou
melhor, o quanto foi adicionado de valor aos seus fatores de produção, quanto
e de que maneira a riqueza gerada foi distribuída entre os funcionários, gover-
no, acionistas e entre outros, assim como em relação à parcela da riqueza não
distribuída.
3. a
4. e
5. b
149
CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a), chegamos ao inal do nosso livro e espero que este material
tenha sido útil para o processo de ensino e aprendizagem. Abordamos os aspec-
tos que envolvem a Estrutura das Demonstrações Contábeis em conformidade
com a legislação vigente. Assim, também vimos a importância desses relatórios
para o processo de tomada de decisão dentro das organizações.
Neste contexto, estudamos os assuntos introdutórios sobre as Demonstrações
Contábeis em acordo com as Leis n. 6.404/76 e n. 11.638/07, pelo CFC, pela
CVM e pelo Regulamento do Imposto de Renda. Também vimos o Balanço
Patrimonial, um relatório que visa os saldos das contas patrimoniais e a eviden-
ciação do patrimônio das entidades.
Na sequência, tivemos a explanação do Demonstrativo do Resultado (DR),
que evidencia o resultado da entidade, ou seja, lucro ou prejuízo do período.
Também tratamos de apresentar um roteiro sobre apuração do resultado do
exercício em função da necessidade de apurar o lucro ou prejuízo das empre-
sas. Logo, na unidade, icou clara a relevância do processo do encerramento do
resultado para apuração da DR, que inclui também o zeramento das contas que
fazem parte desse processo.
Em continuidade, foi apresentado a DLPA e a DMPL, em que a DLPA pode
ser sucedida pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, porque
a DMPL abrange as exposições em torno das variações ocorridas no exercí-
cio social da entidades. Em função da necessidade de informação, veriicamos
a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que é um relatório com a visão de
evidenciar as operações ocorridas e que provocam modiicações no saldo de
caixa e equivalentes de caixa. Por último, tratamos da Demonstração do Valor
Adicionado (DVA) e das Notas Explicativas para o fechamento das temáticas em
relação às demonstrações contábeis.
Abraços!
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES

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