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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

ISADORA TOLENTINO DE SOUZA

RA: 820112827

Professora Laura Degaspare Monte Mascaro

Turma DIR1AN-BUA1

LAI: VIDA E CARREIRA

MENTALIDADE ALARGADA

SÃO PAULO, SP

2020
The Handmaid's Tale, Serena Joy

Sou Serena Joy, ou melhor, Pam. Para quem não me conhece, irei ditar algumas
características minhas. Sou uma mulher alta, magra e loira, tenho olhos azul esverdeados e
cabelos médios. Eu costumava usar roupas elegantes e profissionais, e eu sempre me
apresentava adequadamente. Mas em Gilead, eu apenas usava vestidos azuis, calças justas e
roupas que todas esposas de Gilead costumavam usar. Meu cabelo estava sempre preso em
um coque bem arrumado.

Considero- me uma mulher determinada e muito intensa. Sou inteligente, obstinada e


calculista. Confesso que muitas vezes eu era cruel, sem emoção e dura com todos ao meu
redor, mas isso porque eu apenas importava- me em ter um bebê, mas não preocupei- me com
quem machuquei neste processo.

Antes de começar a minha história, gostaria de deixar bem claro o que na verdade é
Gilead. É uma sociedade patriarcal, com apenas homens tendo acesso à educação e mantendo
posições políticas. As mulheres são vistas como cidadãs de segunda classe, pois não podem
ter propriedades ou ser empregadas, e devem submeter-se à autoridade dos homens. Mulheres,
exceto as Tias, são proibidas de ler ou escrever.

Antes de Gilead, eu era uma cantora talentosa e televangelista, eu defendia que as


mulheres voltassem aos valores e papéis familiares ‘’tradicionais’’ e eu apoiava muito a
criação de Gilead. Então, eu casei- me com Fred. Mas após o triunfo de Gilead, eu tornei- me
uma pessoa amarga e infeliz, pois havia de ficar o dia todo presa dentro de casa, e tive que
confiar nas aias para conceber um filho.

Ser uma mulher em meio a tantas regras, restrições e responsabilidades dentro de casa
não é fácil, eu confesso. Não era o que eu imaginava para a minha vida. Sempre pensei que a
família ‘’tradicional’’ fosse aquela família feliz em que todos sorriem e se respeitam, mas na
verdade é uma grande hierarquia dentro da minha própria casa.

Meu marido Fred é Comandante de alto escalão em Gilead. Eu sei que ele quebra as
regras, ele recebe itens de contrabando. Mas eu o amo e não faria nada para prejudicá- lo, até
porque eu também infrinjo uma regra, eu fumo cigarros. O que na verdade eu não admito, é
que meu marido se familiarize com as aias. Antes da aia atual que nós temos, havia uma aia
que provavelmente se encontrava com meu marido, ela por um acaso se suicidou, talvez por
medo do que eu poderia fazer com ela. Eu não sou uma pessoa ruim, sou apenas justa (assim
eu acho). É por isso que não gosto das aias, eu admito que não gosto de Offred (nossa aia
atual), mas é necessário aguentar ao máximo ela, porque é minha única chance de ganhar um
filho.

Eu negociei com Offred para que ela se relacionasse com Nick- em quem eu confio- para
conceber- me um filho. Em troca eu daria a ela alguns cigarros e levaria a ela notícias da filha
dela, que ela não vê a um bom tempo.
Bom, finalmente Offred ficou grávida do meu presente, eu fiquei muito grata que até
retribui com um beijo na testa. Aquilo era o que eu mais desejava em minha vida. Depois de
altos e baixos e várias emoções, Offred me convenceu de que GIlead não era um bom lugar
para que uma criança crescesse. Decidimos então que Offred deveria fugir com a bebê. Foi
muito deprimente aquela cena pra mim, confesso que viver no meio desta confusão toda e
viver em meio a esta sociedade patriarcal que é comandada apenas por homens não é o
melhor para nenhuma mulher, e eu não desejo isso para a minha bebê. Já eu, passei uma parte
da minha vida vivendo em meio a esta sociedade, não tem mais volta. Desejo tudo de bom
para Offred e a bebê, elas com certeza viverão melhor bem longe de Gilead.

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