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ESTUDO PARA PROCESSO CIVIL I

ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS
1. COMPETÊNCIA
2. SUJEITOS DO PROCESSO
3. RESPONSABILIDADE PROCESSUAL CIVIL DAS PARTES
4. GRATUIDADE DE JUSTIÇA
5. LITISCONSÓRCIO
6. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
7. JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA (IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO)
8. MP
9. DP
10. PROCURADORIA
11. ADVOCACIA PRIVADA

COMPETÊNCIA
É um instituto que serve para delimitar a incidência da jurisdição de cada órgão
jurisdicional, que apenas podem julgar as causas a que competem. Em
contrapartida, possui um caráter limitador da própria jurisdição, que não pode
ultrapassar o limite definido (lei).
Tem natureza jurídica de um pressuposto processual de validade.
Princípios que regem:
 Juiz natural: Os critérios para a competência devem ser
objetivos, preestabelecidos e impessoais, sendo definido um
juízo competente para uma determinada causa;
 Perpetuação das competências: Consiste que o momento de
determinação da competência ocorre quando da propositura
da ação (sem vícios), desse modo, modificações posteriores
são irrelevantes. Exceção é a modificação do domicílio do
menor e seu RL após iniciada a ação.
 Princípio da competência sobre a competência: todo juiz é
competente para julgar a sua competência.

Critérios para definir a competência:


a) Internacional: É competência exclusiva do Brasil para julgar os
assuntos do artigo 23 do CPC, que diz respeito a questões de
imóveis situados no país (soberania) – Efeitos: Sentença estrangeira
não possui efeito no Brasil. Quanto a competência concorrente é
dado pelos artigos 21 e 22 do CPC, refere-se a relações que
ocorrem/influenciam no Brasil – Efeitos: Depende do caso, dos
tratados para que a sentença tenha efeito no Brasil, além disso ela
pode ser homologada pelo STJ (ação julgada no estrangeira pode
ser iniciada no Brasil se ainda não tiver homologação).
b) Competência interna: Significa que a questão é de competência do
Brasil e vai ser julgada aqui. Em relação aos critérios podem ser:
territorial (obedece aos artigos 46 e 47 do CPC), especial (sobre a
coisa julgada ou qualidades da pessoa envolvida), matéria (considera
a natureza do direito controvertido). Vale ressaltar a repartição de
competência da CF/88, em que a competência da Justiça Estadual
comum é residual, embora represente mais de 80% dos litígios. Caso
seja questão previdenciária, será de foro do domicílio dos segurados
ou beneficiários, se não tiver vara de juízo federal, serão julgadas na
justiça estadual. Em relação ao valor da causa (Juizados Especiais),
em razão da função (pela função que um determinado órgão exerce),
em razão da pessoa (em razão de prerrogativa expressa em lei e
decorrente de motivos de interesse público, exercida por uma das
partes envolvidas no litígio).

Como definir a competência?

Inicialmente é necessário ver se não é competência originária do STF e STJ.


Caso não seja, deve observar se é de competência de alguma justiça especial
ou comum, após deverá ver qual instância é competente para julgar o
processo. O próximo passo é determinar qual é a competência territorial.
Incompetência absoluta e relativa
A absoluta consiste em critérios absolutos de fixação da competência são
estabelecidos por normas cogentes de ordem pública em razão do interesse
público, gerando sua violação vício insanável, que deve ser reconhecido ex
ofício pelo juiz, a qualquer tempo e grau de jurisdição, embora possa ser
alegado pela parte. Não pode ser modificada de nenhum modo, levam em
consideração a natureza da causa, a hierarquia ou o critério funcional. Ainda
assim, salvo decisão judicial em contrário, conserva-se os seus efeitos até a
manifestação do juízo competente, que pode manter os atos processuais
realizados até em tão.
A relativa consiste na garantia constitucional da liberdade, comporta
modificação por vontade das partes quanto estas, antes da propositura da
ação, elegem o foro da demanda ou quando o réu não suscita o vício como
preliminar de contestação, caso em que a competência fica prorrogada,
havendo preclusão temporal. O juiz não pode declarar ex ofício. É referente a
competência territorial. O juiz só irá agir de ofício em caso de abusividade na
cláusula de eleição de foro, declinando a competência, antes da citação. Os
atos são validos a menos que haja decisão judicial em contrário.
Causas de modificação de competência
Conexão – são as causas que possuem o mesmo objeto (pedido) ou causa de
pedir, não exigindo que sejam as mesmas partes, ou seja, a postulação deve
ser sobre o mesmo bem requerido ou que seja a mesma causa de pedir. Ações
conexas devem ser reunidas em decisão conjunta, salvo se uma delas já tiver
sido sentenciada. Poderá tornar um juiz incompetente em competente, a partir
da reunião das demandas. A questão de competência depende da
territorialidade dos juízos, sendo aquele que primeiro citou validamente.
Contingência – há identidade de partes e de causa de pedir, mas pedidos
diferentes, sendo que, em relação a estes, o pedido de uma demanda abrange
o da outra (ou das outras) por ser mais amplo. Os processos também serão
reunidos, porém se ocorrer antes do julgamento no 1º grau de jurisdição, após
não é possível.
Inércia – não sendo caso de incompetência absoluta e o réu não alegando na
preliminar, ressalvada hipótese excepcional do artigo 63, parágrafo 3, em
casos de cláusula abusiva de eleição de foro, o juízo passará a ser competente
por conta da inércia do réu.
Vontade das partes – é o caso da eleição de foro em um negócio jurídico
escrito. Quando for por conta de benefício do autor e o mesmo renunciar.
Conflito de competência
Surge a partir de um impasse entre os órgãos jurisdicionais acerca de qual
deles é competente ou incompetentes julgar a lide.

SUJEITOS DO PROCESSO

O processo é composto necessariamente de duas partes: autor (aquele que


demanda e tem o direito impedido) e o réu (aquele que é demandado e impede
o direito do autor), sendo sujeitos parciais. Devem possuir legitimação para agir
e legitimação para o processo, a fim de satisfazer o pressuposto processual de
validade.
A legitimação processual pode ser ordinária (o sujeito da relação material
discutida é o mesmo do processo) ou extraordinária (o sujeito é pessoa diversa
da relação material), nos casos de substituição e sucessão processual.
É regido pelos princípios:
 Princípio da Dualidade: todo processo possui no mínimo 2 partes;
 Princípio da Igualdade: devem ser tratadas de maneira semelhante;
 Princípio do contraditório: garante igualdade de forças e oportunidades.
São sujeitas aos deveres do artigo 77 ao 81 do CPC/2015.

Responsabilidade processual civil das partes

Todo processo tem custos, que abarcam os honorários advocatícios e as


despesas processuais, reguladas pelo artigo 84 do CPC.
Quanto as despesas, existem dois tipos de responsabilidades:
 Provisória: É o ônus de antecipar o pagamento das custas;
 Definitiva: É o dever imposto à parte derrotada de ressarcir a vencedora
as custas pelos pagamentos que essa antecipou no processo.
Ler artigo 82 a 97 do CPC.
Honorários advocatícios:
 Contratuais: São estabelecidos mediante um contrato, preferencialmente
por escrito, entre o advogado e o seu cliente;
 Arbitrados judicialmente: São aqueles referentes aos contratuais, mas
que há divergência entre o valor entre o advogado e seu cliente ou na
hipótese que não foi convencionado.
 Sucumbência: É o valor devido ao advogado do vencedor, é no mínimo
10% e o máximo de 20%, sendo majorados nos Tribunais. É um direito
autônomo dos advogados, de caráter alimentar de modo que pode ser
incluído na ordem de prioridade no pagamento de precatórios. O NCPC
acabou com a compensação nos honorários recíprocos. Se não for dito
na sentença acerca de honorários, poderá ter recurso só por causa
disso, pois a sentença deve falar disso, sendo um capítulo obrigatório.

Gratuidade de justiça

As custas possuem natureza jurídica de taxa, sendo devidas no momento da


propositura da ação e calculadas de acordo com o valor da causa. Os
hipossuficientes são vedados dos pagamentos dessa por cousa de sua
afirmação de insuficiência de recursos. No entanto, a parte é responsável pelas
despesas processuais e honorários advocatícios decorrente de sua
sucumbência, estando a exigibilidade em condição suspensiva, somente
poderão ser executados se passados 5 anos da sentença transitada em
julgado, o credor demonstrar que cessou a hipossuficiência. Cabe ressaltar que
não afasta o dever do beneficiário de pagar as multas processuais que lhe são
impostas.
Pode ser parcial ou total. Sendo presumida hipossuficiência se for pessoa
natural.
Ler o CPC.

Litisconsórcio

Pode existir no processo uma pluralidade de partes, sendo chamado de


litisconsórcio. É determinada as hipóteses pelas quais pode existir esse
instituto nos artigos 113 e 114 do CPC, não podendo existir apenas pela
vontade das partes.
Promove a economia processual, bem como a segurança jurídica.
Há 4 critérios:
1º critério: Quanto a posição (ativo, passivo e misto);
2º critério: Quanto a obrigatoriedade (facultativo é aquele que a presença de
todos os litisconsortes não é obrigatória para o exame do mérito, divide-se
entre irrecusável e recusável, existindo o litisconsórcio multitudinário; e o
necessário é aquele em que todos os litisconsortes devem estar presentes sob
pena de inexistência jurídica, ineficácia ou nulidade absoluta);
3º critério: Quanto ao regime (comum ou simples é aquele que a decisão
é diferente entre os litisconsortes e unitário é aquele que tem a mesma
decisão entre os litisconsortes);
4º critério: Quanto ao momento em que se verifica (inicial é aquele que é
formado no início da ação e superveniente é aquele no decorrer do
processo).

Intervenção de terceiros

É a possibilidade de intervir no processo sem ser autor nem réu. É permitida


apenas em expressa permissão legal.
Classifica-se:
 De acordo com a iniciativa do terceiro, em intervenção voluntária ou
espontânea (assistência simples, assistência litisconsorcial e recurso de
terceiro prejudicado) e obrigatória ou provocada (chamamento ao
processo e denunciação da lide);
 Conforme a inserção o terceiro, em assistência e chamamento ao
processo;
 Quanto a formulação da nova relação jurídica processual no mesmo
processo, encontramos a denunciação da lide. Oposição não é mais
intervenção de terceiro.
Assistência simples – Há a intervenção para auxiliar uma parte, tendo em vista
que há interesse jurídico em sua vitória.
É cabível em qualquer causa pendente, em qualquer dos tipos de
procedimentos e graus de jurisdição, com exceção do processo de execução
propriamente dito.
Na assistência litisconsorcial, o assistente participa da própria relação jurídica
material a ser debatida no processo, sendo atingido diretamente pelos efeitos
da sentença.
Diferenças:
Caso o assistido simples desista da ação, não recorra ou desista de alguma
prova não poderá o assistente fazer os atos que o assistido não quis
expressamente. Se for revel ou omisso o assistido, será considerado o
assistente como substituto processual.
Já na litisconsorcial, temos consequências jurídicas diversas, na medida em
que o assistente é equiparado ao litisconsorte. Nesse sentido, a assistência
litisconsorcial será uma forma de intervenção principal, na qual o interveniente
exerce verdadeira ação paralelamente a uma das partes e em face da outra.
A principal diferença é nos poderes do assistente. O assistente simples é mero
coadjuvantes de uma das partes na demanda, não podendo agir contra o
interesse do assistido, salvo se revel.
O assistente litisconsorcial poderia ter integrado um litisconsórcio facultativo
unitário, sendo que seu regime é análogo ao do litisconsórcio ulterior.
A intervenção de terceiros foi proibida nos Juizados Especiais Cíveis, salvo o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
Em regra, o assistente pode entrar no feito a qualquer momento, e deve ser
requerido ao juiz, ao qual deverá ser demonstrado, de forma clara, o interesse
jurídico na relação, recebendo o processo no estado que se encontra.
O artigo 123 só se aplicaria à assistência simples.

Denunciação da lide

A evicção pode ser definida como a perda de um direito em razão de


reconhecimento de direito anterior de outro sujeito sobre o mesmo objeto. Pode
ser feito tanto pelo autor como pelo réu.
Na denunciação da lide temos uma relação de prejudicialidade, já que
vencendo o denunciante na demanda principal, a segunda demanda instaurada
por força da denunciação restará prejudicada.
A segunda hipótese é referente no inciso II do artigo 125: “II – àquele que
estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo”. Nesse caso, não há risco de se
perder o direito pela não denunciação.

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