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Ceticismo Descomplicado

Olá, marujos! Hoje vamos explicar a corrente filosófica denominada ceticismo de um


jeito descomplicado. Vamos falar do surgimento desse pensamento, quais são suas
principais teorias e ideias filosóficas e quais são seus principais representantes. Vamos
lá!
Ceticismo Descomplicado: Origem
O ceticismo é uma corrente filosófica que surgiu no período helênico. Esse é um
momento histórico em que a Macedônia conquista boa parte da Europa e alguns
territórios da Ásia, incluindo a Grécia. Com isso, a cultura grega foi difundida pra todos
esses domínios macedônicos.
Nesse período, além do ceticismo, também surgiram o cinismo,
o estoicismo e epicurismo. Em comum, todas essas escolas filosóficas buscavam
a ataraxia, termo que pode ser traduzido por “tranquilidade da alma” como meio de se
chegar à eudaimonia (felicidade). Com isso, percebemos que o foco principal dessas
escolas estava na ética, ou seja, na compreensão da melhor forma de agir e viver.
O termo “cético” vem do grego skepsis, que significa “investigação”. Isso fará sentido
quando compreendermos as teorias filosóficas dos céticos, especialmente as voltadas
para a busca do conhecimento.
Ceticismo Descomplicado: Epoché (Suspensão do Juízo)
Os céticos propunham a epoché, que significa “suspensão do juízo”. Podemos
compreender a epoché como uma atitude de aceitação da impossibilidade de se chegar à
verdade.
Segundo os céticos, é impossível chegarmos à verdade absoluta, fazendo com que esse
pensamento se oponha ao dogmatismo (teoria que aceita verdades absolutas).
Contudo, dizer que não é possível se chegar à verdade não significa deixar de
desenvolver o conhecimento, mas sim nunca parar de buscá-lo, achando que já o
encontrou. Por isso que a tradução do termo significa “investigação”, porque os céticos
nunca param de investigar uma ideia, já que seria impossível alcançar uma verdade
completa sobre algo.
Outra compreensão sobre a “suspensão de juízo” também reside sobre o julgamento de
uma cultura ou de alguém (dos seus hábitos e valores). Se não existe verdade absoluta,
eu não posso julgar uma cultura como certa ou errada, já que não existe em absoluto
certo ou errado. Não é porque eu acredito, pratico ou valorizo algo que outra pessoa ou
outra cultura também deve seguir ou praticar isso.
A epoché é um meio de se alcançar a ataraxia porque ficamos aflitos por não
acalçarmos a verdade sobre uma ideia ou porque nos incomodamos quanto alguém não
age como gostaríamos que agisse. Assim, sempre estamos estressados, irritados. Se
aceitarmos que não existe verdade e nem forma certa de agir, podemos nos tranquilizar,
nos acalmar. Agindo assim, conseguiremos ter paz interior e sermos mais felizes.
Pense quantas vezes nos incomodamos quando as coisas são acontecem como nós
gostamos, as pessoas não agem como nós pedimos, as respostas não são aquilo que nós
gostaríamos que fossem. Nosso incômodo surge porque, consciente ou
inconscientemente, achamos que estamos certos ou que existe uma resposta certa para o
nosso dilema. A partir do momento que aceitamos que isso não existe, conseguiremos
relaxar.
Ceticismo Descomplicado: Principais Representantes
Pirro de Élis
Pirro viveu entre 360 e 270 a.C. Ele é considerado o primeiro filósofo cético. Ele
fundou do Pirronismo e propunha um ceticismo prático, como forma de se viver.
Ele acompanhou Alexandre Magno nas suas expedições para o Oriente. Isso lhe
permitiu conhecer outras culturas além da grega e percebeu que suas convicções, até
então inquestionáveis, não passavam de um modo particular de enxergar um mesmo
assunto (que era enxergado de outra forma, em outras culturas).
Com isso, Pirro chegou à conclusão de que as verdades únicas e absolutas não existam,
sendo meras opiniões adequadas a um determinado contexto. Como o ser humano não
poderia encontrar uma verdade absoluta sobre nada no mundo, Pirro defendia que
devíamos suspender o juízo e deixar de buscar a verdade, pois não podíamos atingi-la
(ou porque o ser humano não pode alcançá-la ou porque ela não existe).
Carnéades de Cirene
Carnéades viveu entre 214 e 129 a.C. Atribui-se a ele a fundamentação, a elaboração
das bases teóricas do ceticismo. Sua proposta cética era mais teórica.
Sua teoria é conhecida como ceticismo acadêmico. Ele adotava o princípio da antilogia,
ou seja, as teorias opostas em um determinado assunto alcançavam forças iguais,
equiparando-se e anulando-se. Sendo assim, nunca se chegaria a uma verdade, já que
sempre que surge um argumento de um lado, também surge um argumento do outro
lado, equilibrando a disputa e voltando para o “zero a zero”.
Sexto Empírico
Sexto Empírico viveu entre 210 e 160 a.C. Seus livros são o principal material escrito
referente ao ceticismo. Graças ao seu trabalho, o ceticismo chegou aos dias atuais,
influenciando pensadores ao longo da história da filosofia.
Podemos considerar que Sexto Empírico sistematizou a teoria cética. Ele define o
ceticismo como “a faculdade de opor de todas as maneiras possíveis os fenômenos e
os noúmenos; e daí chegarmos, pelo equilíbrio das coisas e das razões opostas
(isostenia), primeiro à suspensão do julgamento (epoché) e, depois, à tranquilidade
(ataraxia)”.
Ceticismo descomplicado: Conclusão
Concluímos esse artigo entendendo que o ceticismo é muito importante para nossas
vidas. De um jeito prático, o ceticismo nos permite ser mais tolerantes com àqueles que
pensam e vivem de forma diferente da nossa, além de nos dar dicas de como não se
estressar com isso e conseguir relaxar. De um jeito teórico, o ceticismo foi muito
importante para a ciência, porque expôs a necessidade de nunca ficarmos satisfeitos
com uma resposta encontrada, e sempre querer questioná-la para poder aprendermos
mais sobre um determinado assunto.
E aí? Você acha que é possível viver uma vida de forma cética? Comenta aí embaixo!
Acha que outras pessoas precisam relaxar e parar de querer achar a sua verdade em
tudo? Compartilha com ela esse artigo! Quer sugerir algum tema ou tirar alguma
dúvida? Entra em contato comigo.
Até a próxima e tenham uma boa viagem!

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