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Segurança Internacional

Aluno - Gabriel dos Santos Molon –


221900
Prof - Flávia Carolina de Rezende
Fagundes
Avaliação Dois

AS MUDANÇAS CONCEITUAIS DA SEGURANÇA INTERNACIONAL, A


EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA NOS EUA E AS REPERCUSSÕES DO 11 DE
SETEMBRO
Gabriel Molon1

RESUMO
O trabalho mostrará a evolução conceitual dos Estudos de Segurança
Internacional e também abordará os desdobramentos do ataque terrorista em 11
de Setembro, expondo as consequências no âmbito internacional e doméstico
nos Estados Unidos. Na abordagem internacional, será discutido as ações que
os EUA tomaram, princiapalmente no Oriente Médio, já na abordagem
doméstica, será tratada a perda da liberdade dos norte-americanos ante a
Guerra ao Terror. O trabalho irá sustentar-se atráves de pesquisas em fontes
bibliográficas, trazendo autores e estudiosos do tema.
Palavras-Chave: Segurança Internacional; Terrorismo; Democracia

1. INTRODUÇÃO

O vigente artigo apresentará uma linha temporal dos Estudos de Relações


Internacionais e consequentemente do Estudo de Segurança Internacional. Isso
servirá para calcar cronologicamente o leitor e facilitará o entendimento da
evolução dos conceitos abordados.
A divisão do texto se dará em duas partes. Na primeira parte, será
mostrada as questões históricas, passando brevemente pelo período do entre
guerras, mostrando como as Relações Internacionais e os Estudos de
Segurança foram desde a sua formalização como estudo, influenciadas pela

1
Bacharelando em Relações Internacionais pela Faculdade da Serra Gaúcha, Caxias do Sul,
Brasil.
visão ocidental. Além disso apresentará a evolução conceitual do tema de
Segurança Internacional ao longo da Guerra Fria até os ataques de 11 de
Setembro.
Na segunda parte, será discutido as consequências dos ataques
terroristas na Agenda de Segurança dos Estado Unidos. As suas atuações no
Oriente Médio, a Guerra ao Terror e como essas ações auxiliaram a fomentação
e fortificação dos grupos terroristas na região. Para terminar essa seção, será
abordado a questão da perda de direitos e liberdades dos norte-americanos,
mostrando a contradição das suas próprias concepções de democracia.

2. A EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS DE SEGURANÇA INTERNACIONAL

A forma de pensar Relações Internacionais, doravante R.I, vêm mudando


durante os anos, consolidou-se como estudo no período entre guerras, quando
surgiu a necessidade de entender o que acontecera entre 1914 e 1918. Seguindo
uma linha cronológica, um dos primeiros fatos para o entendimento das R.I como
forma de estudo acadêmico, ocorreu em Paris, em 1919, quando o diplomata
britânico Lionel Curtis2 discursou na Conferência de Paz sobre a criação de
organizações que pudessem promover o diálogo, o debate e o entendimento
entre as nações. A ideia de Curtis era criar instituições acadêmicas que
pudessem desenvolver as R.I como campo de estudo, assim, em 1920, foi
criado, em Londres, o British Institute of International Affairs que mais tarde
passou a ser chamado de Chatham House e em Nova York, o Council on Foreign
Relations3, um think tank, que ainda atua nos dias de hoje, com o mesmo nome.
Outra organização criada de extrema importância, apesar da sua falência e
parcial inutilidade, foi a Liga das Nações, proto Organização das Nações Unidas.
A evolução das R.I como estudo apresenta características interessantes,
como a sua constante transformação, algo que acaba tornando-se favorável,
pois com tantos graus de complexidade no Sistema Internacional, obriga-a a
desenvolver um dinamismo e não ficar parada no tempo. Diversos temas que
surgiram no campo de estudo das R.I, acabam desenvolvendo conceitos de igual
ou maior complexidade e acabam por se desvencilhar como novo conceito.
Buzan e Hanses, na sua obra A Evolução dos Estudos de Segurança
Internacional abordam esse tópico, apontam que é muito difícil delinear uma
fronteira entre as disciplinas. Inicialmente, esse trabalho era mais fácil, nos anos
seguintes a Segunda Guerra, a maior diferença entre elas era o foco na
“utilização da força”. No entendimento tradicional do ESI, utilizar a força é
definida como a “utilização estatal da força militar”, pois as ameaças que os

2 Lionel Curtis nasceu em 1872, foi autor, advogado e diplomata britânico. Graduou-se na New
College, da Oxford, suas principais contribuições foram na Guerra da Africa do Sul, a criação
de estudos de R.i na Royal Institute of International Affairs e foi autor do livro The
Commonwealth of Nations: An Inquiry Into the Nature of Citizenship in the British Empire, and
Into the Mutual Relations of the Several Communities Thereof.
3 Informações retiradas do site da CHATAM HOUSE, na aba History.
Estados enfrentam são predominantemente militares. Mas com a complexidade
da disputa Leste-Oeste e com a ampliação da agenda de ESI na década de 70,
essa simples diferença tornou-se limitada e a partir desse ponto, houve maior
independência entre as disciplinas (2009. Pág. 44 e 45), apesar do ESI continuar
a ser uma das principais subáreas das R.I.
Antes da Segunda Guerra Mundial, o tema de Segurança Internacional,
estava incluído nos Estudos de Guerra, Grande Estratégias e Estratégia Militar.
Com a evolução dos estudos, os conceitos alteraram-se, há uma nova distinção
na formulação da Segurança Internacional, segundo Buzan e Hansen (2009,
pág.24) surge em três etapas: a primeira mudança, é no conceito-chave, que
parte de uma esfera simples, como defesa ou guerra e acaba ampliando-se para
Segurança, dessa forma, há o aumento do conjunto de questões, tanto políticas
como sociais, além da separação das ameaças militares e não militares. A
segunda etapa, inclui o período crucial para os ESI, a Guerra Fria, que começa
abordar novos problemas, como a Guerra Nuclear, as questões econômicas e
ambientais. A terceira etapa abrange a mudança de responsabilidade, alterando
os encarregados que cuidam da temática. Hoje em dia, em países
ocidentais/democráticos, o ESI não é mais pensado exclusivamente por
militares, há uma grande parcela de civis contribuindo para a expansão dos
conhecimentos, diferente dos países não ocidentais, onde geralmente os
militares ficam a cargo dessa tarefa.
No fim da década de 70 e no decorrer da década de 80, a URSS perde a
sua força hegemônica, com isso, novos atores internacionais surgem no S.I,
como ONGS, organismos multilaterais, entre outros, também há novos temas na
agenda da política internacional, como direitos humanos e o meio-ambiente.
Aliado a todas essas mudanças, na década de 90, há a expansão da
globalização, que segundo Held e McGrew, pode trazer algumas consequências,
como a aparição de novas animosidades e conflitos, fortalecimento de políticas
reacionárias e xenofóbicas, pois uma parcela da população não é atingida pela
globalização, ficando excluída dos seus benefícios, causando um forte processo
de desagregação.4 Exemplo da xenofobia existente atualmente é oriunda dos
países ocidentais, tanto da Europa como dos EUA, em relação aos povos
mulçumanos do Oriente Médio e da África. Em 2017, foi aprovado nos EUA, a
“travel ban”, também conhecida como “Executive Order 13769”, medida que
proíbe a entrada de imigrantes oriundos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão,
Síria e Íemen, alegando medidas de segurança e combate a terroristas5,
afirmando de forma subtendida que todos que nasceram nesses países são
terroristas.

4
OLIVEIRA, Ariana. O FIM DA GUERRA FRIA E OS ESTUDOS DE SEGURANÇA
INTERNCIONAL: O CONCEITO DE SEGURANÇA HUMANA. Dezembro de 2009.
5 6. NATIONAL SECURITY AND DEFENSE. EXECUTIVE ORDER PROTECTING THE

NATION FROM FOREIGN TERRORIST ENTRY INTO THE UNITED STATES. Washington.
Março de 2017
3. A SEGURANÇA NOS EUA A PARTIR DE 1945: UMA BREVE
APRESENTAÇÃO

O término da Segunda Guerra Mundial gerou uma mudança de poder no


Sistema Internacional, a maior preocupação da Europa, passou a ser a
reconstrução, tanto na parte econômica, como na parte física. Com o foco das
potências europeias em outros campos, os Estados Unidos conseguiram se
consolidar como a maior superpotência, polarizando o mundo com a URSS.
Entre 1946 e 1947, diversos artigos e documentos que exacerbavam os planos
soviéticos de expandir o comunismo foram publicados, estes, tinham a intenção
de alertar a sociedade norte-americana dos perigos da propagação comunista.
Dentre diversas declarações, destacam-se duas escritas pelo diplomata
dos EUA em Moscou, George F. Kennan. O primeiro foi um telegrama enviado
para o então secretário de Estado norte-americano James F. Byrnes em 22 de
fevereiro de 1946. Nesse telegrama Kennan mostra extrema preocupação com
a URSS, afirmando que não haveria como o modelo capitalista e socialista
coexistirem de forma pacífica. Kennan traça uma possível batalha travada entre
os líderes socialistas e os sociais-democratas, entre outros diversos fatores que
deveriam se tornar de grande preocupação para os EUA, ele termina o telegrama
listando algumas formas de lidar com a URSS6.
Em 1947, sob o pseudônimo de Mr. X, Kennan publica um artigo na
Foreign Affairs7, em que faz uma nova análise da conjectura política soviética e
defende com veemência a contenção do expansionismo do comunismo. Seu
artigo demorou para ser aceito, mas após sê-lo, serviu como ferramenta para os
EUA criarem uma política de Segurança que combatesse o comunismo, nesse
período surgiu a Doutrina Truman e posteriormente o Macarthismo, ambas com
intenção de conter essa expansão. Outras ações foram tomadas pelos EUA para
conter e diminuir as redes de influência soviética, visando resguardar a
segurança do país. Destacam-se como exemplo a criação da OTAN, aliança
militar, que inicialmente tinha a função de defender os países ocidentais de
qualquer ataque oriundo da URSS; a criação da CIA (Central Intelligence
Agency) para combater ameaças comunistas dentro do país e da NSC (National
Security Council), que serve para aconselhar as melhores medidas a serem
tomadas na questão de segurança. Além de criar organizações e agências
especializadas, durante as décadas de 50 e 60, os EUA entraram em diversos
conflitos e guerras, todas com o pretexto de combater o comunismo e
proporcionar a liberdade, foi assim na Guerra da Coreia, na Guerra do Vietnã e
na tentativa de invadir Cuba.
As políticas de Segurança nos Eua nesse período eram as tradicionais, o
país aumentou seu poderio militar e fomentou com a URSS uma competição pela

6
7. KENNAN, G. TELEGRAM FROM MOSCOW: THE CHARGE IN THE SOVIET UNION TO
THE SECRETARY OF STATE. Moscou. 22 de Fevereiro de 1946.
7 8. KENNAN, G. X, Mr. THE SOURCES OF SOVIET CONDUCT FROM FOREING AFFAIRS.

1947
tecnologia nuclear. As armas nucleares caracterizam-se por permitir aos seus
possuidores alcançarem um novo nível de coerção e dissuasão, visto que há
uma limitação nas ações dos oponentes já que as consequências para o país
que é alvo dos artefatos nucleares é altíssima, não somente sua força militar é
destruída, mas seu território permanece radioativo e inabitável por décadas,
também há um alto números de civis que pereceriam não somente na explosão,
mas anos após, com câncer e outras doenças. Tendo em mente a periculosidade
dos artefatos nucleares, os norte-americanos ampliam a sua cruzada.
Adicionaram em sua política de Segurança uma forma de combater a
proliferação dos artefatos nucleares, utilizando-se de seu poderio e de sua
influência, conseguiram que a URSS, a Grã-Bretanha e posteriormente China e
França assinassem o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares8,
atualmente 189 países são signatários do acordo9.
Sabendo do poderio e da imagem que as armas nucleares causam na
opinião pública, ambas as potências foram forçadas a conviver em uma relativa
paz, sem embate direto, apesar de ocorrem as chamadas “guerras por
procuração” (proxy war), como foi o caso das já citadas: Guerra do Vietnã; da
Coreia e do Afeganistão. Sendo assim, na década de 70, há uma mudança na
política de Segurança dos EUA, entra em cena a chamada détente que “nomeia
uma fase da Época da Guerra Fria durante a qual diferentes políticas destinadas
a relaxar as tensões foram perseguidas por elites dirigentes alinhadas em de
ambos os blocos.”10 Esse período caracterizou-se por uma maior cooperação
entre as duas potências, mesmo que ocorressem ainda as competições entre
ambas. Também é nesse período que estabelece padrões aceitáveis para
solucionar possíveis divergências.
A détente foi deteriorando-se, nos EUA, a maior crítica nesse período era
de que, com essa política, a URSS conseguiu realmente se tornar uma
superpotência11, pois há um declínio nas foças militares norte-americanas, que
só foram restabelecidas quando Reagan assumiu a presidência e impulsionou
os gastos militares. Outros elementos ajudam a explicar o enfraquecimento da
détente, são eles: a falta de confiança mútua entre os dois países; a falta de
compartilhamento de valores; a falta de uma real interdependência, visto que a
URSS não tinha muita coisa para oferecer aos Estado Unidos em termos de
produtos; o jogo de soma zero estava desequilibrado de forma proposital e a
corrida armamentista, proveniente de pressões de diversas esferas pressionou
para que acabassem com a détente12.

8
9.ORGANISMO INTERNACIONAL DE ENERGÍA ATOMICA. CIRCULAR INFORMATIVA:
TRATADO SOBRE LA NO PLORIFERACIÓN DE LAS ARMAS NUCLEARES. 1970.
9 10. REIS, Stephanie A. TRATADO DE NÃO PLORIFERAÇÃO NUCLEAR. JusBrasil.
2015.
10 E 12 MUNHOZ, Sidnei J; ROLLO, José H. DÉTENTE E DÉTENTES NA ÉPOCA DA

SEGUNDA GUERRA FRIA (DÉCADAS DE 1960 E 1970). Esboços - Revista do Programa de


Pós-Graduação em História da UFSC. 21. 138. 10.5007/2175-7976.2014v21n32p138.
11 SHIMABUKURO, A. A POLÍTICA DE SEGURANÇA DOS ESTADOS UNIDOS NO PÓS-

GUERRA FRIA. Campinas, 2005.


Os anos 90 selaram diversas mudanças no Sistema Internacional até
então vigente, há a unificação alemã, onde a queda do muro de Berlim torna-se
o símbolo máximo da reunificação; a URSS acaba dissolvendo-se, o colapso das
Repúblicas Soviéticas em 1991, também resulta no fim do Pacto de Varsóvia,
principal aliança militar comunista que servia de contraponto a OTAN. Com
essas mudanças, a forma de pensar a Segurança dentro dos Estados Unidos é
contestada, já que não há mais nenhum Estado que possa rivalizar com seu
poderio e influência. Nesse sentido, a década de 90 caracteriza-se por ser um
período transitório, há a troca da constância e equilíbrio que a rivalidade entre
blocos proporcionava, pela instabilidade e imprevisibilidade13, começam a
aparecer novas teorias no campo das R.Is e do ESI e aliada a todas essas
mudanças, ocorre uma evolução no campo da comunicação, com novas
tecnologias, como a internet, que proporciona maior cooperação e pavimenta o
caminho para a globalização. Com a globalização, a chance de conflito armado
entre grandes potências acaba sendo reduzida, já que há uma grande
multipolaridade econômica entre eles.
Na área de Segurança, o pensamento dos analistas e acadêmicos do
período era de que, apesar de ser a maior força militar, ter o maior orçamento
militar (o orçamento era maior do que a soma das cinco potências próximas14),
os Estados Unidos teria um decréscimo no seu papel atuante de “polícia do
mundo”. Esse pensamento era embasado também pelo aumento da atuação de
atores não governamentais e o aumento de regimes democráticos, além da
expansão da atuação da ONU e de outros órgãos que aumentaram a
interdependência como a OMC e o FMI. Mas isso acabou não se concretizando,
já que sem uma potência para rivalizar, os EUA ocuparam o lugar de única
potência global, sem que outros Estados tentassem competir com eles.
Nessa mudança de cenário, novas ameaças surgem, dessa vez,
apresentam-se de diversas formas, não mais como aquela tradicional de um
Estado rival. O pós Guerra-Fria trás as agendas de Segurança, novos temas,
como: as questões ambientais; o tráfico de drogas e de armas; a imigração;
problemas alimentares, entre outros novos aspectos. Surge então o conceito de
Segurança Humana, termo cunhado em 1994 no informe do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)15. Os objetivos da Segurança
Humana podem ser resumidos em três tópicos: todos indivíduos devem possuir
a liberdade de viver sem medo; a liberdade de viver sem carência e a liberdade
para viver com dignidade. Para assegurar essas liberdades, foram estabelecidos
sete itens que conceituam a Segurança Humana, sendo eles: econômica,
alimentar, da saúde, do meio ambiente, pessoal, comunitária e política. Apesar
de não serem conceitos relativamente inéditos, já que desde a década de 70
existe as guerras às drogas, por exemplo, foi a primeira vez que o Sistema
Internacional elevou essas pautas, e foi a primeira vez em que os problemas de

13 E 14 SHIMABUKURO,
A. A POLÍTICA DE SEGURANÇA DOS ESTADOS UNIDOS NO PÓS-
GUERRA FRIA. Campinas, 2005.
15 SEGURANÇA HUMANA: UM CONCEITO MULTIDIMENSIONAL. 2019
Segurança, saíram da mão de um Estado, pois são problemas transnacionais e
que necessitam uma cooperação para serem resolvidos.

4. O ATAQUE DE ONZE DE SETEMBRO E A DOUTRINA BUSH

O atentado ocorrido no dia onze de setembro de 2001 alterou o panorama


até então, em todos os aspectos, de segurança, de influência e até econômico e
social. Pela primeira vez, os EUA foram atacados dentro de suas fronteiras
continentais, desde 1812 na guerra contra a Grã-Bretanha16. Segundo Lessa e
Arraes, o atentado terrorista feito por Osama Bin Laden mudou o ideário da
democracia liberal dos anos 90, para um cenário de combate ao terrorismo, de
viés religioso, representando um choque de civilizações. Exemplo disso, foram
as ações tomadas pelo governo norte-americano dias após os atentados as
Torres Gêmeas, o presidente George W. Bush anunciou que o país estava diante
de uma guerra sem fim contra o terror e quem não estivessem juntos com os
EUA, estariam contra, esse discurso desencadeou uma nova política externa e
de segurança norte-americana17.
A Casa Branca, em 2002, leva para o Congresso a NSS-2002 (The National
Security Strategy), documento que é publicado periodicamente pelo Governo
norte-americano e consta as principais preocupações sobre Segurança Nacional
e como o país planeja lidar com essas ameaças. Nesse ano específico, a NSS
ficou conhecida como Doutrina Bush. O documento de 35 páginas, que usando
o pretexto da liberdade e democracia, dizia que o país deveria defender a paz
contra terroristas e contra governos tiranos, expandindo-a e encorajando as
sociedades a serem livres e abertas em todos os continentes. Segundo o texto,
seria dever dos EUA defenderem-se contra os inimigos, utilizando todas as
forças a seu alcance, como a força militar, sua influência, sua força política
(internamente e externamente), uso dos serviços de Inteligência e esforços para
conter o financiamento do terrorismo.
A Doutrina proclama à Guerra ao Terror, afirmando que seria um
empreendimento global e não saberia quando acabaria, mas seria obrigação dos
EUA liderar essa cruzada, além disso, o governo pressionaria os países a
colaborar, principalmente do Oriente Médio, que abrigam as células terroristas18.
As novas diretrizes projetadas no início dos anos 2000, colocam fim a qualquer
resquício à política de Segurança que era até então conduzida, deixando para
trás o pensamento pós Guerra-Fria e iniciando as polêmicas Guerras
Preventivas, também foram escanteadas por parte do governo as políticas

16 LESSA, Antonio C; ARRAES, Virgílio C. 11 DE SETEMBRO DE 2001: OS ESTADOS


UNIDOS, O TERRORISMO E A GLOBALIZAÇÃO. IBRI: Meridiano 47. Volume 12; N° 126;
Julho- Agosto de 2011.
17 RESENDE, Erica S.A. AS ORIGENS IDEOLÓGICAS DA ESTRATÉGIA DE SEGURANÇA

NACIONAL DOS EUA DE 2002: REFLEXÕES NOS DEZ ANOS DO ONZE DE SETEMBRO.
IBRI: Meridiano 47. Volume 12; N° 126; Julho- Agosto de 2011.
18 THE WHITE HOUSE. THE NATIONAL SECURITY STRATEGY OF THE UNITED STATES

OF AMERICA. Washington. 2002.


multilaterais e a continuação do internacionalismo liberal que foi fortalecida na
administração de Bill Clinton (1993/2000), sendo trocadas de forma pragmática
pelas relações unilaterais e unipolares19.

5.GUERRA AO TERROR: INVASÃO DO IRAQUE E DO AFEGANISTÃO

O Departamento de Estado, é a agência de maior importância na política


externa dos EUA, sob sua administração estão mais de 250 embaixadas e
consulados, sua importância é tamanha, que é esse o órgão responsável por
formular e liderar a tomada de ações externas do país. Após o 11 de Setembro,
a palavra central do Departamento foi “terrorismo” e como combatê-lo, diante
desse cenário, há uma elevação na importância da agência, que tinha sido
deteriorada no pós Guerra-Fria, há o aumento do budget e da sua influência no
governo. O aumento no orçamento foi com a intensão de ampliar a atuação
norte-americana no Oriente Médio, principalmente no Iraque e no Afeganistão.
Ao longo da década, o orçamento partiu de US$316 bilhões em 2001 para
US$718 bilhões dez anos depois20.
Todas essas ações oriundas dos norte-americanos, serviram para invadir o
Oriente Médio e para mostrar a força do “Império” em que haviam se
transformado, pois o país necessitava de uma resposta precisa, rápida e que
ostentasse o seu poderio, nos mesmos moldes do Império Romano. A primeira
ação foi tomada em 2001, com a invasão em Cabul, no Afeganistão, que era
governada pelo Talibã. Com o pretexto de encontrar Osama Bin Laden e
desmantelar a AL-Qaeda, os EUA mobilizaram mais de 10 mil soldados em
menos de um ano e ainda deram apoio a Jabha-yi Muttahid-i Islami-yi Milli bara-
yi Nijat-i Afghanistan, mais conhecida como a Aliança do Norte (Frente Islâmica
Unida para a Salvação do Afeganistão), que lutava contra o domínio do Talibã
no território do Afeganistão. A OTAN foi usada no confronto também liderando a
missão denominada Força Internacional de Assistência à Segurança.
As condutas executadas no Afeganistão foram, de forma simplificada: a) a
exigência do Bush para que o Talibã entregasse Osama Bin Laden e expulsasse
a Al-Qaeda; b) a recusa do Talibã para extradita-lo sem provas que Bin Laden
havia participado do atentado de 11 de setembro; c) Os EUA não apresentaram
nenhuma prova, e junto da Grã-Bretanha e com a Aliança do Norte, derrotaram
o Talibã em Cabul, Kandahar, Kunduz, entre outros lugares dominados pelo
Talibã; d) o Talibã foge do Afeganistão e desloca-se para o Paquistão; e) em
2004, um novo governo com apoio norte-americano assume o Afeganistão e em
paralelo a isso, o Talibã se reestrutura, conseguindo dinheiro com tráfico de
drogas e coleta de impostos; f) em 2009, Barack Obama manda 100 mil homens

19 PECEQUILLO, Cristina S. REFLEXÕES DE UMA DÉCADA: OS EUA, O TERRORISMO E O


11/09. IBRI: Meridiano 47. Volume 12; N° 126; Julho- Agosto de 2011.
20
FERREIRA, Marcos A. S. V. INSTITUIÇÕES ESTATAIS E SEGURANÇA INTERNACIONAL: UM HISTÓRICO
DAS MUDANÇAS NOS EUA APÓS O 11 DE SETEMBRO. RBPI.2017.
para tentar acabar de vez com o Talibã; g) em 2011, Bin Laden foi morto por um
grupo especial dos EUA; h) em 2014 a OTAN começa a retirar suas tropas,
anunciando o fim da sua missão no país, os EUA também começam a retirar
suas tropas; i) em 2017, os EUA lançam a maior bomba convencional no
Afeganistão, para eliminar rede de túneis usadas pelo ISIS; j) Trump suspende
a retirada de tropas e inicia negociação com o Talibã, exigindo que o grupo
impedisse jihadistas, como a Al-Qaeda a assumir o Afeganistão; k) em fevereiro
de 2020, os EUA realizam acordo histórico com o Talibã, para a retirada total de
seus homens do território. Em outubro de 2020, Donald Trump anuncia a retirada
dos 10 mil soldados norte-americanos até o natal, que colocaria fim a guerra
mais duradoura em que os EUA se envolveram.
Em 2003, a menos de 3.000 km de Cabul, os EUA entravam em outra
guerra, dessa vez no Iraque. Dessa vez, o subterfúgio alegado para defender a
invasão era que Saddam Hussein mantinha um arsenal recheado de artefatos
nucleares e que isso colocaria em cheque a segurança não somente dos EUA,
mas de todo o Sistema Internacional, da mesma forma que aconteceu no
Afeganistão, não foi apresentado provas da existência de armas nucleares no
Iraque. A coligação chefiada pelos norte-americanos lançou no Iraque entre
2003 e 2008 aproximadamente 100.000 homens21 e conseguiu dominar Bagdá,
capital do Iraque em 21 dias, a derrubada da estátua de Hussein pelos blindados
trouxe grande simbolismo e rodou o mundo.
Saddam Hussein foi capturado no fim de 2003 e foi julgado por realizar
genocídios e declarado culpado, teve como sentença a morte, sendo enforcado
em 2006. Em 2005 foram realizadas eleições, depois de 50 anos, a parte xiita
iraquiana venceu as eleições. A partir desse momento, diversos atentados
sunitas foram realizados, como a explosão do mausoléu xiita em 2006, na cidade
de Samarra e o atentado aos yazidis em 2007. A intervenção dos EUA aliada
aos conflitos entre sunitas e xiitas ajudaram a eclodir a guerra civil iraquiana e
também foi responsável pela ascensão de grupos terroristas, como o caso do
ISIS. Em 2011, os EUA tiraram o restante das suas tropas do território iraquiano,
colocando fim a Guerra do Iraque, mas os conflitos naquela região estão longe
de acabar já que outros países da região acabaram sendo envolvidos, como foi
o caso do Irã.

6.A CONTRADIÇÃO NORTE-AMERICANA EM RELAÇÃO A


LIBERDADE

Ao chegar na sexta parte desse artigo, como forma de conclusão, será


abordada superficialmente a The Foreign Intelligence Surveillance Act of 1978
(FISA), polêmico instrumento legal que serve para os EUA vigiarem/espionarem
qualquer pessoa que considerem suspeito.

21
Rank Order: Troop-year Contributions
A FISA foi criada em 1978 e desde a sua implementação, dispôs de
diversas alterações e complementos na sua finalidade. Em 2008, foi sancionado
por parte do Congresso norte-americano a seção 702, que serviu para substituir
e colocar uma roupagem legal aos grampos e as escutas sem mandado judicial
implementada por George W. Bush após os atentados do 11 de Setembro. A
seção 702 foi renovada no governo de Barack Obama e no de Donald Trump até
pelo menos 202422. Ela atuou durante a última década recolhendo qualquer meio
de comunicação, sem precisar de autorização, de indivíduos fora do território
norte-americano e de cidadãos estadunidenses dentro de seu território,
mostrando clara contradição entre seus preceitos básicos que estão na
Constituição de 1787, ferindo a primeira emenda, que trata da liberdade dos
norte-americanos, a quarta e a quinta emenda, que tratam das apreensões
arbitrárias e dos abusos estatais. Além disso, outro ponto de contradição norte-
americana é sobre o pretexto usado na invasão do Afeganistão e do Iraque,
como já visto anteriormente, foi usado a desculpa de que seria dever do país,
lutar pela liberdade e democracia naquela região, livrando os povos indefesos
do Oriente Médio das mão de cruéis tiranos.
O verdadeiro uso da FISA decorreu em 2013, quando Edward Snowden,
administrador de sistemas que prestou serviço para a CIA e a NSA, revelou o
esquema de espionagem do governo dos EUA para os jornais The Guardian e
The Washington Post. Snowden revelou que entre 10 pessoas que o governo
espionava, 9 eram cidadãos comuns, que tiveram sua vida monitoradas e
perderam a privacidade de seus e-mails, telefonemas, mensagens enviadas,
contas bancárias, além de fotos familiares, currículos profissionais, receitas
médicas e até mesmo notas escolares23. Todas essas informações, que foram
obtidas, talvez não de forma ilegal, mas de forma antiética, eram irrelevantes e
inofensivas à Segurança dos Estados Unidos.
A espionagem feita pelos norte-americanos não se restringiu somente aos
seus cidadãos, expandiu-se para outros países, incluiu civis, políticos,
diplomatas, entre outras pessoas. Atingiu a presidência brasileira da época,
Dilma Rousseff teve seus e-mails e telefonemas acessados pela NSA. Coube,
diplomaticamente ao Brasil, cobrar o governo americano e questionar
esclarecimentos do ocorrido. Outros governos foram espionados também, como
a Alemanha, a Itália e a França24, causando desconforto e desarranjo no Sistema
Internacional.

7. CONCLUSÃO

22
AHRENS. J.M. EUA RENOVAM PROGRAMA QUE PERMITE ESPIONAGEM INDISCRIMINADA FORA DE
SAUS FRONTEIRAS. Washington. 2018.
23
Redação Época. 9 EM 10 ESPIONADOS PELOS EUA ERAM CIDADÃOS COMUNS, DIZ SNOWDEN. 2014
24
G1. ENTENDA O CASO DE EDWARD SNOWDEN, QUE REVELOU ESPIONAGEM DOS EUA. São Paulo.
2013.
Os Estudos de Segurança Internacional evoluíram com o passar das
décadas, partiram da visão mais tradicionalista implementada no pós Segunda
Guerra para algo mais amplo, incluindo outras questões, além das militares,
como as questões ambientais; o tráfico de drogas e de armas; a imigração;
problemas alimentares, entre outros novos aspectos, sendo cunhado nos anos
90 o termo Segurança Humana, que passou a fazer parte da agenda
internacional dos Estados.
Após acompanhar a concisa linha do tempo feita nesse artigo, sobre a
evolução da Segurança dos Estado Unidos, pode-se perceber que ela foi usada
por diversas vezes como forma de propagação da sua hegemonia, sendo
utilizada como pretexto de dominação internacional. As melhores amostras
dessa conjectura partem do período pós Guerra-Fria, quando a rivalidade com a
extinta URSS estanca. Sob o comando George W. Bush, Dicky Cheney, Colin
Powell, entre outros, a busca pela Segurança deu poderes quase ilimitados ao
governo norte-americano, sustentou diversas atrocidades, entre elas duas
guerras no Oriente Médio.
Além da cruzada contra o terrorismo, os anos 2000, revelaram uma das
maiores controvérsias, tanto no âmbito interno como externo, a seção 702 da
The Foreign Intelligence Surveillance, que permitiu ao governo espionar
praticamente o mundo todo, sempre utilizando como indulto, as questões de
Segurança, nem mesmo os países aliados ficaram de fora dessa prática. O artigo
chega ao seu desfecho, deixando em aberto o seguinte questionamento: a
Segurança do Estado, está acima da privacidade, do direito a liberdade e da
democracia?

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