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Resumo ECOBRAS - G1

1) Governo Dutra (1946-50)

- Marechal Dutra vence as eleições democráticas com o fim do


Estado Novo
- Contexto de consolidação dos princípios liberais de Bretton Woods
- O maior marco econômico é a ilusão de divisas: acreditava-se que
o fato de terem sido aliados do ocidente atrairia investimentos e
apoio financeiro americano e acreditava-se na alta do café.
- A questão externa é que isso se mostrou falso levando a um
período de ausência de dólar (prioridade americana na
reconstrução europeia). As questões internas são a inflação e as
contas públicas.
- A Primeira Fase vai até metade de 1947: a taxa de cambio é
mantida fixa e sobrevalorizada afim de facilitar a importação de
insumos para o processo de industrialização. Além disso,
sobrevalorizar a moeda ajuda no controle da inflação.
- Como a entrada de dólar não se confirmou tem-se déficit comercial
com os EUA e outros países e quedas nas reservas.
- Na Segunda Fase, ao invés de desvalorizar a moeda diante a crise
do BP como faziam os países europeus (medidas liberalizantes)
decide-se por um controle cambial e de importações (maior
controle do Estado, limitando a compra de dólar).
- Na Política Interna temos uma Primeira Fase de enfoque ortodoxo
com uma política monetária contracionista (altas taxas de juros
controlam a inflação mas também o crescimento econômico) e uma
política fiscal austera (controle de gastos visando equilíbrio nas
contas públicas). Isso é bom economicamente mas tem custos
políticos. Em 1948 as politicas fiscal e monetárias são afrouxadas
pela expansão de crédito do Banco do Brasil.
- Na Segunda Fase muda o rumo da política monetária pela visão
expansionista do novo ministro da fazenda. Isso gera déficit nas
contas públicas.
- Programa de Substituição de Importações e industrialização:
controle das importações e cambio sobrevalorizado incentivam a
produção local (barato importar matéria-prima e pouca competição
interna). Política de Crédito Subsidiado para Indústria aumenta a
produção.
2) Segundo Governo Vargas (1951-54)

- Momento de radicalização política (Guerra Fria)


- Maiores marcos da campanha são industrialização e implementação
de direitos trabalhistas
- O governo recebe como herança inflação e desequilíbrio nas contas
públicas. O cenário externo parece mais favorável com a subida no
preço do café e com a posse de Truman que traz o olhar americano
para a América Latina (além da recuperação europeia).
- Nesse contexto é criada a Comissão Mista Brasil-EUA, visto uma
necessidade de investimento em infraestrutura o olhar dos EUA
surge como oportunidade. Elaboram-se projetos de melhoria na
infraestrutura com financiamento externo. São privilegiados energia e
transporte. Isso promove a entrada de divisas e a atração de capital
externo para outros investimentos privados.
- Numa Primeira Fase busca-se o equilíbrio das contas públicas e
controle de inflação para apenas asna segunda realizar os projetos e
focar no crescimento. Na prática é realizado um controle de gastos,
aumento da arrecadação e politica monetária restritiva, mas não há
grande controle do crédito. As contas públicas alcançam superávit e
a inflação permanece a mesma.
- Na política externa a taxa de cambio de mantem fixa e
sobrevalorizada e há um relaxamento no controle de importações. O
consequente aumento das importações com moeda sobrevalorizada
vai levar a um déficit na balança comercial e esgotamento das
reservas internacionais, atrasando os pagamentos das importações.
- Em 1953 é eleito o republicano Eisenhower, que muda o rumo das
politicas na América Latina levando ao fim da CMBEU
- A possibilidade de empréstimo estava vinculada a interferências na
politica econômica e com isso a crise cambial acabou levando a uma
volta do controle de importações. Fracassa o controle da inflação e a
possibilidade de implementar a segunda fase.
- Há uma mudança ministerial e implanta-se a Instrução 70 da
SUMOC: garante o monopólio cambial pelo BB, leiloes cambiais,
bônus para exportação e taxação seletiva para importações. Isso
gera um superávit nas contas externas mas déficit nas contas
públicas na realização de projetos de infraestrutura. A inflação
dispara.
- Crise do salário mínimo, boicote ao café e alta inflação levam ao
isolamento político de Vargas que culmina no seu suicídio.
3) Café Filho (1954-55)

- Inclinação conservadora ao ministério. Gudin tem orientação mais


ortodoxa e o foco inicial é resolver a inflação e a questão cambial.
- A Instrução SUMOC 113 cria licenças especiais para a importação
direta de bens de capitais, visando facilitar e assim atrair investimento
estrangeiro.
- Política econômica ortodoxa visando estabilização da inflação: freia o
crescimento econômico pela limitação de crédito. Isso gera um
movimento de falências e concordatas e bruta queda no FBCF.
- Por ser excessivamente contracionista sai Gudin e entra Whitaker
que defende uma política de expansão do crédito. Ele propõe uma
unificação do cambio e desvalorização cambial com proteção tarifária
(agenda do café). O projeto é rejeitado e mudam novamente de
ministro.

Conclusão do período 1945-55: forte expansão do PIB, pressão


inflacionária, investimento em industrialização sendo a
infraestrutura movida pelos recursos públicas (falha de obter
financiamento externo), crises cambiais. A exportação e
importação crescem no primeiro período (Dutra) mas não no
segundo (Vargas). Queda nas importações industriais (caminho
para um regime fechado de substituição de importações). Para o
bem e para o mal há uma vitória politico-ideológica do nacional
estatismo sobre o liberalismo. O lado bom é a industrialização e
as transformações estruturais. O ruim é a acumulação de
problemas macroeconômicos, intervencionismo, infraestrutura
pouco eficiente (problemas da ausência de concorrência).
Aumenta as disparidades sociais e regionais. Cresce a indústria
mas não a educação.
4) Anos Dourados de JK (1956-60)

- Expectativa do “agora vai” nao so pelo crescimento mas pela


democratização e bem estar interno. Aliado às impressões
externas (futebol, arquitetura, cinema, música)
- Democracia com desenvolvimento
- O plano de governo é o Plano Nacional de Desenvolvimento cujas
principais diretrizes são acelerar o processo de transformação de
país agrário para industrial e de rural para urbano.
- O Plano de Metas é o apogeu do desenvolvimento e resgata
projetos da CMBEU. “50 anos em 5” é o mais completo e coerente
conjunto de investimentos públicos e privados até então, sendo
direcionados para a infraestrutura.
- Como resultado tem-se um crescimento acelerado, relativa
estabilidade de preços (inflação não piora) e diluição da
radicalização politica com o ambiente aberto e democrático.
- Em relação a indústria é consolidado o modelo de substituição de
importação. Busca-se autonomia no contexto do nacionalismo para
superar restrições externas.
- A infraestrutura se desenvolve no transporte (estradas e rodovias).
Há estímulo a produção de bens intermediários (aço, cimento,
metais etc.) e de bens duráveis (automóveis). Elas aumentam sua
participação mostrando a modernização da indústria brasileira, não
apenas crescimento. Por outro lado cai a importância do café.
- Criam metas também para educação e alimentação
- O mecanismo de implementação é por grupos setoriais com metas
especificas. São realizados incentivos com isenções fiscais e
garantia de mercado (lei do similar nacional). O cenário
permaneceu favorável a investimentos estrangeiros pela SUMOC
113.
- As linhas gerais por trás do plano eram: tratamento preferencial
para a atração de capital estrangeiro, expansão do crédito (ligado a
pressão inflacionaria que vai decorrer), ampliação da participação
do setor público nos investimentos e estímulo a iniciativa privada.
- Política cambial sem muitas novidades
- “Lei das Tarifas”: simplificam o sistema de taxas múltiplas, introduz
proteção específica por produto (aumento das tarifas de
importação). Na exportação acontece a criação do conselho de
política aduaneira. Isso esta ligado ao objetivo de acelerar o PSI.
- A principal fonte de recurso foi o gasto público e por isso o déficit
dobra.
- Inflação resultante da expansão monetária (gatos público e crédito)
custos do baixo financiamento privado. BB em déficit permanente.
5) Jânio Quadros e João Goulart (1961-64)

- Momentos de radicalização política. Período de instabilidade que


culmina no golpe de 64
- Durante o período Jânio Quadros, Clemente Mariani vai defender
uma política econômica ortodoxa: reforma cambial (instrução
SUMOC 204) de forte desvalorização e unificação cambial. Política
econômica de contenção de gastos com corte de subsídios.
Política monetária contracionista. Como resultado FMI libera mais
empréstimos, a divida é re-escalonada e há aumentos das
exportações. O aparente alinhamento com os EUA facilita a
liberação de recursos.
- Herança do período JK foi aceleração da inflação, déficit nas
contas publicas e problemas cambiais. A política econômica de
Mariani atua nas duas primeiras e a política cambial na última.
- Objetivos da política econômica : estabilização (controle da inflação
e da moeda), melhoria do balanço de pagamentos, recuperação do
crédito externo e retomada do crescimento com capital
internacional.
- Sem apoio parlamentar JQ renuncia
- No parlamentarismo de Goulart/Tancredo há uma tentativa de
retomar esse plano de estabilização. O Ano de 61 foi metade JQ e
metade JG: a instabilidade minava os investimentos mas a
desvalorização melhorou a relação divida externa/exportações. A
partir de maio de 62 começa a perda de controle da economia com
o aumento do déficit e consequentemente da inflação.
- Durante o segundo gabinete o plano de controle da inflação é
atropelado. A lei da remessa de lucro limita as empresas
internacionais (tentativa de se conciliar com a agenda nacionalista)
- Em 1963 vence o presidencialismo. Celso Furtado aponta para um
plano trienal de planejamento amplo com intervenção estruturada.
O cepalino tenta conciliar crescimento econômico com reformas
sociais e combate a inflação (metas inconciliáveis). O ministro da
fazenda é Santiago dantas (realismo cambial e correção dos
preços públicos). São tomadas medidas ortodoxas para a inflação
(corte de despesas e contenção do credito) e estratégia
desenvolvimentista.
- Período de difícil negociação com os EUA (JG como ameaça)
- Plano de controle da inflação é abandonado ( pressão trabalhista)
- Volta dos subsídios, reajuste do salario mínimo e funcionalismo
público, aliados ao contexto de estagflação culminam no golpe.
6) Castello Branco (1964-67)

- Combate a estagflação (PAEG + reformas fical e financeira)


- Distorções inflacionarias: desordem salarial com perdas reais e
reajustes diferenciados, redução no investimento, controle de
tarifas de serviço público , distorção no mercado de crédito e
imprevisibilidade financeira (dificulta estabelecimento de
orçamentos), setor privado se afasta dos investimentos de longo
prazo, tributação injusta, desestímulo aos investimentos sociais em
habitação e saneamento, falência do sistema de preços
- Diagnóstico dos economistas: inflação tem origem no déficit
publico, financiado pela expansão dos meios de pagamento tendo
como raiz gasto publico, expansão do credito e aumento do salario
acima da produtividade
- A proposta para a política econômica é um combate gradual a
inflação ( não piorar a recessão em curso e não comprometer a
legitimidade política). Além disso defendiam a expansão das
exportações e busca a retomada do crescimento.
- PAEG: ajuste fiscal, metas para aumento da arrecadação e
controle de despesas, reforma tributaria, aumento das tarifas
publicas, correção salaria e controle do crédito. Objetivos do
PAEG: conter progressivamente o processo inflacionário, retomar o
crescimento, gerar emprego, aumentar a produtividade, equilibrar
os desníveis setoriais e regionais, corrigir a tendência do déficit do
BP e o estrangulamento externo. No geral são metas desafiadoras
e até incompatíveis.
- Resultados: aumenta a carga tributaria e as tarifas publicas (mais
fácil na ausência do ambiente democrático) e redução do déficit de
forma gradualista.
- Política Monetária: aumento da taxa de juros real, expansão
decrescente dos meios de pagamento, restrição ao crédito,
reestruturação do sistema financeiro. Medidas para controlar a
inflação sem frear tanto a economia.
- Política econômica externa: abertura para o capital externo,
estímulo ao ingresso de capitais internacionais, cooperação técnica
com agencias, regulação para permitir captação de recursos
externos por empresas brasileiras, mudança na legislação para
investimento estrangeiro
- Resultado: inversão da tendência deficitária do BP. O combate a
inflação foi limitado por não ameaçar muito o ritmo da atividade
econômica.
- Reforma Estrutural Financeira: busca dotar o SFB de mecanismos
de financiamento capazes de sustentar o processo de
industrialização de forma não inflacionária (instituir um segmento
privado de longo prazo). São instituídos o ORNT (correção
monetária), Banco Central e BNDES. Reforma modernizante.
- Reforma Estrutural Tributária: objetiva aumentar a arrecadação e
racionalizar o sistema. No geral as reformas foram regressivas e
centralizadores (beneficiando as rendas mais altas aumentando a
participação dos mais pobres).
- Criação do FGTS

7) Recuperação e Milagre (1968-73)

- Regime militar no período: radicalização (tortura AI-5 e exílio)


- Meta principal: retomar o crescimento (legitimar o regime).
- Forte expansão do meio de pagamento e do crédito
- Ampliação da demanda com base no mercado interno, destaque
para os bens duráveis
- Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED): construção de um
projeto nacional de desenvolvimento + acelerar o esforço interno e
poupança e investimento.
- Política Monetária gradualmente expansionista com redução da
taxa de juros. Política de crédito expansionista ara consumidor e
agricultura
- Controle da Inflação: Compensação da expansão por controle de
preços (CIP) , expansão da produção agrícola (maior oferta de
alimentos), política salarial (incentivo a produtividade) e juros
tabelados.
- Redução do déficit
- Política Fiscal: incentivos ficais, juros subsidiados, emissão
crescente de títulos
- Política cambial: taxas ainda fixas + mini desvalorizações
(acompanham a inflação para não valorizar a moeda)
- Condições externas favoráveis : juros baixos e alta liquidez
internacional, período de expansão do comércio, termos de troca
favoráveis, boa vontade dos EUA e aliados, crescimentos dos
investimentos estrangeiros diretos e dos empréstimos, exportação
e importação crescem. Explode o déficit na conta corrente e
explode a dívida externa.
- Está lançado o processo de aumento da participação dos
empréstimos a taxa de juros flutuantes (efeito dramático nos anos
70).
8) A Era Geisel (1974-78)

- Ministro da Fazendo é Simonsen: prioridade de manter a


estabilidade
- Ministro do Planejamento é Reis Velloso: prioridade de continuar a
crescer
- Política Externa: divida externa e pagamentos de juros obrigam a
gerar superávit na CC ou conseguir mais empréstimos. Aumento
do consumo de petróleo no período do milagre. Petrodólares
financiam o déficit nas contas externas.
- Contexto interno de auge e esgotamento do modelo de substituição
de importação
- PND II: investimentos públicos (BNDES e estatais) + privados para
atuar nas áreas de fronteira entre o subdesenvolvimento e o
desenvolvimento. Setores identificados como pontos de
estrangulamento . É um projeto econômico que atendia ao politico
(insatisfação com a repressão do regime).
- A resposta para a constante inflação conduziria a restrições
econômicas imediatas levando a consequências politicas. Conflito
entre estabilizar a economia ou continuar o crescimento.
- Geisel afirma que a inflação não é o problema numero 1 e prefere
desenvolver o pais recorrendo ao credito externo. Isso se sustentou
devido a grande liquidez internacional.
- Deterioração das contas no exterior sustentada pelo aumento da
divida externa.

9) Governo Figueiredo (1979-84)

- Desequilíbrio interno (inflação e divida interna) e ajuste externo


(equilíbrio da BC)
- Heranças do governo Geisel: crescimento, aumento da inflação,
desequilíbrio nas contas públicas (dívida interna) e aumento da
dívida externa
- Comando da política econômica como o Ministério do
Planejamento (Simonsen)
- Cenário econômico internacional afetado pelo Segundo Choque do
Petróleo bem mais profundo que o primeiro levando ao aumento
explosivo da inflação nos países industrializados e
consequentemente ao aumento das taxas de juros internacionais
(impacto direto sobre a dividida externa brasileira baseada em juros
variáveis). O mundo passa por um período de ajuste com políticas
monetárias restritivas e recessões.
- 1982: moratória do México (instabilidade dos empréstimos na
América Latina)
- Efeitos: aumento das despesas com juros, retração das
importações de países industrializados, dificuldade de novas
captações no mercado internacional (percepção de risco)
- Ajuste econômico Simonsen: início com medidas restritivas
(diminuição do credito, investimentos estatais...). Alteracao na
policial cambial com desvalorizações reais (maiores que a inflação
para incentivar exportação). A solução para ele é a recessão.
- Volta Delfim que opta por pressionar o crescimento. O ajuste é
adiado. Maxidesvalorização em 1979.
- Contexto Interno: correção das tarifas públicas, controle dos gastos
estatais, aumento de subsídios. Aceleração da inflação.
- Mudança da política salarial
- Desequilíbrio externo continua: aumentam as exportações mas
produtos importados aumentam de preço, aumento dos juros
internacionais, diminuição das reservas. Aumento do problema
externo.
- Perda e confiança, resistência da inflação (mais indexada) e
aumento da relação divida interna / PIB.
- Ajuste recessivo é assumido em 1981: redução na necessidade de
divisas (queda da demanda interna, redução da importação,
desloca produção pra exportação). 81 marca o inicio da Recessão :
contenção salarial, controle de gastos, aumento da arrecadação e
das taxas de juros, contração do credito. Só se mantiveram os
subsídios (agricultura).
- 1983: empréstimo com o FMI, tirando a possibilidade de moratória.
Nova maxidesvalorização. As metas de politica econômica foram
cumpridas externamente mas não internamente.
- 1984: ajuste externo foi realizado. Economia do mundo melhora.
Brasil volta a crescer com base nas exportações

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