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GT 01 -RELIGIÃO E EDUCAÇÃO
Resumo: O presente artigo busca apresentar a educação com o princípio de reencantar a vida
segundo o pensamento de Hugo Assmann. Educar para Assmann vai além da sala de aula,
envolve também a troca de experiências buscando uma solidariedade social, uma busca pela
superação das diferenças sociais opressoras. A educação tem o papel de reencantar a vida,
oferecer possibilidades, vencer desafios, envolver o princípio de solidariedade. Ele oferece em
seus trabalhos referentes a educação um diálogo com a melhor literatura cientifica mundial,
com isso presta inestimável trabalho a cultura brasileira. A boa nova consiste hoje, educar como
significado de defender a vida, não negando a lógica do mercado, mas dar maior ênfase a
tendência da inclusão do que a da exclusão. Em termos gerais, a análise que este artigo se
propõe é poder criar um diálogo entre teologia e educação, tendo como base os trabalhos de
Hugo Assmann onde o mesmo nos leva ao conceito de “reencantar a educação para reencantar
a vida”, e dessa forma propor uma nova maneira de se pensar esses dois eixos.
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Hugo Assmann utiliza o termo reencantar a educação em seus livros Metáforas para reencantar a educação:
epistemologia e didática (1996), publicado pela Editora UNIMEP/Piracicaba e Reencantar a educação: rumo à
sociedade aprendente (1998), publicado pela Editora Vozes. Mas antes de Assmann, li a palavra reencantamento
em Prigogine, em seu livro escrito com Isabelle Stengers, A nova aliança (Editora UNB, 1991). Prigogine fala sobre o
reencantamento do mundo, que já não é mais o mundo silencioso e monótono, o mundo do relógio da física
clássica, mas o mundo da “escuta poética”, do diálogo, da abertura e do respeito à natureza.
4. Considerações finais.
Em resumo podemos dizer que, para Hugo Assmann reencantar significa o
entusiasmo dos educadores e dos educandos, a nova epistemologia e uma nova
postura ética-política diante da vida e do mundo. Dessa forma ele afirma que:
“reencantar a educação significa colocar ênfase numa visão da ação educativa como
ensejamento e produção de experiências de aprendizagem” (ASSMANN, 1998, pág.
29).
Para que tais experiências de aprendizagem sejam capazes de “salvar” vidas e
de reorientar a humanidade, “o reencantamento da educação requer a união entre
sensibilidade social e eficiência pedagógica. Portanto, o compromisso ético-político do/a
educador/a deve manifestar-se primordialmente na excelência pedagógica e na
colaboração para um clima esperançado no próprio contexto escolar” (ASSMANN,
1998, pág. 34).
Esperança, sensibilidade social, eficiência pedagógica, uma nova racionalidade e
compromisso ético-político são conceitos que circulam em volta e, ao mesmo tempo,
constituem a sua noção de reencantamento da educação (SUNG, 2006, pág. 126).
Podemos ver que Assmann não estabelece nenhuma relação explicita entre sua
noção de reencantamento, com as religiões ou com espiritualidade. Entretanto, isso não
significa que ele não veja nenhuma relação possível, entre a sua noção de
reencantamento e algum tipo de religiosidade ou então de espiritualidade. Até mesmo
porque ele produziu vários livros de teologia que refletem entre os anos 1970 a 1995,
Referenciais
ASSMANN, Hugo & SUNG, Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária: educar
para esperança. Petrópolis: Vozes, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, 38ªed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
SUNG, Jung Mo. Educar para reencantar a vida. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
WEBBER, Max. Ética protestante e o espirito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1967.