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GE-IT-025-REV00

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O DIMENSIONAMENTO E


DETALHAMENTO DE PILARES TUBULARES PREENCHIDOS
DE CONCRETO

A escolha da seção geométrica do pilar tubular (retangular, quadrada ou circular) dependerá de


alguns fatores, tais como: esforço solicitante de cálculo, preço e aceitação do cliente (arquiteto).
Todos esses fatores devem ser avaliados durante o orçamento da obra. A utilização da proteção
passiva (argamassa projeta, gesso rosa ou tinta intumescente) é outro ponto que influenciará
consideravelmente o dimensionamento do pilar e deve também ser discutido durante o
orçamento. É preciso deixar claro que a utilização da proteção passiva não resulta em menores
preços para o cliente, mas uma maior praticidade devido à diminuição ou eliminação das
armaduras no interior do pilar. Deve-se salientar na proposta que no caso da utilização da
proteção passiva (exceto tinta intumescente) a dimensão do pilar será acrescida em torno de 50
mm (25 mm de cada lado). Além disso, caso o pilar seja soldado, deve-se somar 40 mm de cada
lado em uma das direções para que se possa fazer a solda de composição por arco submerso. O
engenheiro deve minimizar esse impacto, direcionando esse acréscimo no sentido da alvenaria
para que não interfira consideravelmente com a arquitetura.

A diminuição da dimensão do pilar de um arranque para outro deve ser no máximo 50 mm, a fim
de se evitar problemas com a emenda desses pilares. Todos os pilares mistos dimensionados à
temperatura ambiente com dimensão maior do que 500 mm devem ser armados. Em situação de
incêndio, caso não se utilize a proteção passiva, devem-se armar os pilares com dimensão maior
que 300 mm para tubos retangulares e 360 mm para circulares. A armadura mínima deverá ser
0,4% da área do concreto ou 4 barras de 20 mm de diâmetro, o que for maior. A máxima
porcentagem de armadura na seção de concreto é de 4% desta, porém não se pode considerar no
dimensionamento à situação de incêndio taxa superior a 3%.

Os pilares mistos secundários podem ser dimensionados em situação de incêndio com o


coeficiente de flambagem K igual a 0,5, exceto os pilares do último pavimento cujo coeficiente é
0,7. Para os pilares pertencentes à estabilização, a seguinte regra deve ser aplicada: calcula-se o
B2 em cada um dos pavimentos à temperatura ambiente. Nos pavimentos cujo B2 for menor ou
igual a 1.13 (para modelos processados com 80% do módulo de elasticidade do aço) os pilares da

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estabilização poderão ser dimensionados em situação de incêndio da mesma maneira que os


secundários. Caso contrário o coeficiente de flambagem K deve ser tomado igual a 1,0.

A verificação da região de introdução de carga dos pilares que não possuem momento fletor
aplicado deve ser feita da seguinte maneira:

calcula-se um fator de redução (αc) para a força axial de compressão resistente de cálculo à
plastificação do núcleo de concreto (Npl,c,Rd) e determina-se novamente a força axial de
compressão resistente de cálculo à plastificação total do pilar misto (Npl,Rd). O valor dessa força
deve ser maior ou igual à força de compressão solicitante de cálculo total (NSd) atuante naquele
trecho. O valor de αc é dado pela equação:


0,85 

 = 1 − 1,2  

   
+ 0,85 

onde:

NSdpav é a força normal solicitante de cálculo proveniente do somatório das reações de todas as
vigas que apoiam no pilar no pavimento em questão;

NSdtotal é a força normal solicitante de cálculo total atuante no pilar naquele trecho;

as demais dimensões são apresentadas na ABNT NBR 8800:2008.

Para os casos em que a verificação anterior não é atendida e/ou há aplicação de momento fletor
no pilar misto e a força de atrito não for capaz de transmitir os esforços atuantes, conectores de
cisalhamento (parafusos de alta resistência) devem ser utilizados na região de introdução de
carga. O comprimento do parafuso em contato com o concreto não pode ser maior do que cinco
vezes o seu diâmetro (Lf ≤ 5φ). Além disso, o comprimento do parafuso deve ser tal que a
distância livre no interior do tubo seja maior ou igual a 150 mm, a fim de se permitir a passagem
do mangote ou funil durante a concretagem. A força cortante resistente de cálculo transmitida
por um parafuso é o menor valor obtido entre os seguintes estados limites últimos:

- esmagamento do concreto: 
 =  ∅ !

,#∅$ !%
- pressão de contato do parafuso: 
" = ,&'

(,)*$ !+$
- cisalhamento do parafuso: 
& =
,&'

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onde φ , Ab e fub são o diâmetro, a área da seção transversal e a resistência à ruptura do parafuso
respectivamente; tb e fy são a espessura e a resistência ao escoamento do aço do tubo.

Sobre a ligação das vigas no pilar, caso a mesma seja feita por meio de single plate, a sua
espessura deve ser no máximo uma acima da do tubo.

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