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A comunicação
O que é comunicação?
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insubstituíveis. (...) Essa sociedade desenvolve também a produção em massa e
o consumo em massa precisa de novos modos de enviar mensagens em massa
também — comunicações de um transmissor para muitos receptores, ao mesmo
tempo. (...) Nos veículos de comunicação em massa, de jornais e rádio a cinema
e TV, encontramos mais uma vez a encarnação do princípio básico da fábrica.
(...)
O mais familiar dos princípios básicos da Segunda Onda é a padronização.
(...) Um segundo princípio correu através e todas as sociedades industriais: a
sincronização. (...) O terceiro princípio da sociedade de mercado gerou ainda
outra regra da civilização industrial: o princípio da concentração (em centros
urbanos gigantescos, em fábricas, em grandes prisões[os criminosos], em asilos
[os loucos] e em escolas). A cisão entre a produção e o consumidor também
criou, em todas as sociedades da Segunda Onda, um caso de ‘macrofilia’
obsessiva (a maximização). Finalmente, todas as nações industriais
desenvolveram a centralização.
Esses princípios levavam implacavelmente à expansão da burocracia.
(...) A visão de mundo era baseada em três crenças indust-reais. As
primeiras tinham a ver com a natureza: ela era um objeto que esperava para ser
explorado. (...) Uma segunda idéia inter-relacionada levou o argumento um passo
mais adiante. Os seres humanos não só tinham simplesmente a seu cargo a
natureza, mas eram o pináculo de um longo processo de evolução. (...) A terceira
idéia (...) era o princípio do progresso — a idéia de que a história flui
irreversivelmente para uma vida melhor para a sociedade. (...)
A indust-realidade deu nascimento à concepção de um indivíduo que era
naturalmente como um átomo — irredutível, indestrutível, a partícula básica da
sociedade. (...) A pessoa não era mais um apêndice da tribo, da casta ou do clã,
mas, sim, um indivíduo livre e autônomo. Cada indivíduo tinha o direito a sua
propriedade, o direito de adquirir mercadorias, de cuidar de seus interesses, de
prosperar ou morrer de fome, de acordo com seus esforços ativos, com o
correspondente direto de escolher uma religião e de procurar a felicidade
pessoal.
(...) A essência da manufatura da Terceira Onda é a série curta de
produtos parcial ou completamente personalizados. (...) Para essa civilização, a
matéria-prima mais básica de todas é a informação, inclusive a imaginação.
(...) O colapso das instituições de Segunda Onda também destrói a
estrutura e o significado em nossas vidas. A estrutura proporciona os pontos de
referência relativamente fixos de que precisamos. É por isso que, para muitas
pessoas, um emprego é crucial psicologicamente, muito mais do que pelo
cheque salarial. (...) Defrontados por uma ausência de estrutura visível, algumas
pessoas jovens usam drogas para criá-la. (...) A esta perda de ordem, devemos
acrescentar a perda de significado. (...) A súbita mudança de regras sociais
básicas hoje, o apagamento dos papéis, das distinções de status e das linhas de
autoridade, e, acima de tudo, a desintegração do grande sistema de pensamento
da indust-realidade despedaçam a imagem do mundo que a maioria de nós leva
dentro do crânio. (...)
É apenas quando reunimos tudo — a solidão, a perda de estrutura e o
colapso de significado, que acompanham o declínio da civilização industrial —
que podemos começar a dar sentido a alguns dos fenômenos mais enigmáticos
de nosso tempo, o menor dos quais não é o espantoso acesso do culto.”
(Alvin
Toffler, A Terceira Onda)
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II. OS CÓDIGOS OCULTOS DA SEGUNDA E DA TERCEIRA ONDA
Cada civilização tem um código oculto: uma série de regras ou princípios
que permeiam todas as suas atividades como um desenho repetido. Enquanto o
Industrialismo avançava através do planeta,tornou-se visível o seu singular
desenho oculto. Consistia numa série de seis princípios inter-relacionados que
programava o procedimento de milhões. Nascendo naturalmente da desunião da
produção e do consumo, estes princípios afetavam todos os aspectos da vida, do
sexo e dos esportes, ao trabalho e à guerra.
A seguir, vejamos os códigos ocultos da Segunda e da Terceira Ondas:
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A indústria sustentou-se em tecnologias caras e pesadamente centralizadas e era
indiversificada, com fontes e métodos relativamente pouco numerosos. Altos
custos das tecnologias de energia + poluição + risco nuclear = reatores
nucleares, gaseificação do carvão, usinas de liquefação e outras tecnologias
foram colhidas em suas próprias contradições.
Na Terceira Onda a base da energia é a exploração de fontes variadas e
renováveis. Haverá a combinação entre energia centralizada e descentralizada.
Haverá menos desperdício, permitindo combinar os tipos e as qualidades da
energia produzida, para necessidades crescentemente variadas.
A transição entre as duas Ondas se concluirá depois de uma luta violenta,
onde agem três antagonistas:
• Os que têm interesses investidos nas velhas bases de energia da
Segunda Onda (companhias de petróleo, comissões nucleares,
companhias de mineração e seus sindicatos associados);
• As forças da Primeira Onda, que pregam o retorno aos métodos do
passado pré-industrial (o Unabomber, por exemplo);
• Os defensores da Terceira Onda, os tecnorebeldes, que pregam a
derrubada da base energética e das tecnologias da Segunda Onda,
devido aos efeitos negativos que causam. Propõem novas
tecnologias, baseadas não nas Ciências clássicas, mas na eletrônica
do quantum, na informática, na biologia molecular e oceânica, na
ecologia e nas ciências espaciais.
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SOBRE O TRABALHO
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alcoolismo, de uso de drogas, de violência sexual e de suicídios, em países considerados
desenvolvidos, como Japão, Inglaterra ou EUA, atestam essa insatisfação. (...) Aquilo que
o trabalhador produz tem mais importância do que ele, produtor. O que importa, no
mercado, não é o trabalhador, mas o valor que ele produz para esse mercado — a
mercadoria. É essa mercadoria que define as suas condições de vida e de trabalho,
define, enfim a identidade do trabalhador.
A alienação é, portanto, o processo de coisificação do homem por meio do
trabalho. (...) Símbolo da sociedade moderna, o consumismo egocêntrico produz a
barbárie, em que as relações sociais se transformam em um ringue de boxe — vence o
mais forte, ou o mais esperto.”
(Cordi et al.,
Para filosofar)
. Desafios:
- Pensar que ainda estamos passando pelo momento de transição entre Industrialismo e pós-
Industrialismo. Toda transição gera crises.
- O pós-Industrialismo sugere que o trabalhador deve ser qualificado, criativo, o que exige dele
constante reflexão, senso crítico. Para organizar o pensamento, é preciso ter acesso à linguagem,
transmitida por educação de qualidade.
- Ser criativo também sugere a comunicação com os membros do local onde trabalha e com
outras empresas respeitando as diferenças. Ser criativo significa encontrar soluções às questões
impostas, o que só acontece por meio da interação, da interligação entre os fatos, conquistada por
meio, por exemplo, da leitura, da seleção de informações.
Bibliografia fundamental
MARTINS, Dileta Silveira e ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental: de acordo
com as atuais normas da ABNT. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
TOFLER, Alvin. Tradução de João Távora. A Terceira Onda. 28. ed. Rio de Janeiro: Record,
2005.