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Ciência e fé
O conhecimento produzido pelas diversas áreas da ciência gerou a tecnologia avançada que está em quase
tudo que usamos no dia-a-dia, principalmente nos aparelhos eletrônicos e de comunicação, ou ainda nas
sofisticadas máquinas que possibilitam aos médicos fazer diagnósticos precisos para tratamento ou prevenção
de doenças. Porém, ao lado do que a ciência proporcionou, as crenças em milagres e em Deus são sentimentos
que atingem os corações da grande maioria das pessoas no mundo.
Ciência é um tipo de conhecimento que se obtém por meio do método científico, uma maneira de investigar
racionalmente os fenômenos da natureza com base em experimentos, observações e formulação de teorias
que podem dar explicações e fazer previsões. Apesar destes cuidados, dificilmente um sistema em estudo é
conhecido com todos os fatores que o afetam. Assim, os fenômenos são conhecidos de forma aproximada,
dentro dos limites em que foram investigados e levando em conta as hipóteses usadas. Estes saberes não
constituem verdades absolutas, mas são constantemente colocados à prova, continuando válidos até serem
falseados. Nestes casos, quando a teoria entra em contradição com algum fato, ela deve ser substituída por
outra, mas também pode acontecer de serem válidas dentro de determinados limites, a partir dos quais outras
teorias mais completas tomam o seu lugar. Por exemplo, a idéia do átomo como partícula fundamental e
indivisível da matéria vigorou por cerca de 2500 anos (embora tenha sofrido mudanças conceituais, a palavra
“átomo”, de origem grega, significa indivisível), até que a sua estrutura interna fosse descoberta no início do
séc. XX, mostrando que átomo não é indivisível. Porém, há ocasiões em que o átomo ainda pode ser
considerado uma partícula, enfatizando as suas propriedades gerais. Outro exemplo é o da mecânica clássica
de Newton que se torna inconsistente quando a velocidade dos objetos se aproxima à da luz, devendo ser
substituída pela teoria da relatividade de Einstein, mas a mecânica clássica funciona muito bem para os
eventos do nosso cotidiano. Assim, seria mais cuidadoso demarcar a validade desses conhecimentos, ao invés
de pensar em verdades acabadas e universais.
Fé é uma convicção originada na confiança depositada à entidade que a promove, assim como acontece nas
crenças religiosas, não se questiona a necessidade de provas ou testes de verificação, acredita-se no agente da
fé, uma vontade divina ou um Criador. Quando exigidas, as provas são ocorrências associadas ao que a própria
fé teria proporcionado.
Embora a ciência possa explicar muito do que antes era creditado às divindades, é difícil, e bastante particular,
responder se a ciência exclui a fé (e vice-versa). Apesar de ambas tentarem buscar a verdade, as suas
concepções são opostas, a primeira é investigativa e questionadora, a outra se fundamenta em crenças, suas
formas de atuar não podem ser comparadas, mas deixar de aceitar o que está firmado pela ciência por causa
de crenças, pode ser demonstração da falta de conhecimento.

Abaixo estão algumas sugestões de livros e filme que ajudam a refletir sobre o assunto.

Livros de divulgação científica:

“O mundo assombrado pelos demônios”; Carl Sagan

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“O relojoeiro cego”; Richard Dawkins
“Nascimento e morte do Sol”; George Gamow

Filme
“Contato” (1997), dirigido por Robert Zemeckis, com os atores Jodie Foster e Matthew
McConaughey. (Pode ser encontrado facilmente em dvd nas locadoras ou por aí.)
O filme é uma adaptação do livro (de mesmo título) de Carl Sagan.
Veja algumas cenas do filme no link http://www.youtube.com/watch?v=OZQmrsXWe58

Bom divertimento.

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