1º bimestre Tema 1: A FORMAÇÃO DO SÍMBOLO NA CRIANÇA
• Função simbólica é um termo usado por Piaget para a capacidade de usar
representações mentais à que se atribuem significados . Essas representações mentais podem ser palavras , números ou imagens. Isso se torna possível por exemplo ler mapas e guardar fotos de pessoas queridas distantes. Os símbolos permitem pessoas lembrar de coisas que não estão presentes fisicamente. • Por exemplo: Uma criança diz “ QUERO SORVETE!” sem nenhum estímulo sensorial para isso. Ela não viu a geladeira aberta ou nenhum comercial na televisão. Ela não precisa ter mais estímulos sensoriais para ter o pensamento de querer sorvete, pois ela já consegue mentalmente lembrar o sabor e a figura do sorvete, e então ela procura isso intencionalmente.
TEMA 2: FUNÇÃO SIMBÓLICA , IMITAÇÃO DIFERIDA, BRINCADERIAS DE FAZ DE CONTA
E LINGUAGEM
Crianças em idade pré-escolar demonstram a função simbólica através do aumento da
imitação diferida, de brincadeiras de faz de conta e linguagens.
• IMITAÇÃO DIFERIDA: É baseada na retenção de objetos mentais observados
anteriormente. • BRINCADEIRAS DE FAZ DE CONTA: Também chamado jogos de fantasia, jogos dramáticos ou jogo imaginativo, são formas que a criança usa para simbolizar, por exemplo, uma pessoa através de um objeto. • LINGUAGEM: é o uso de sistema de símbolos para a comunicação.
Tema 3: A BRINCADERIA COMO EXPRESSÃO DOS DESEJOS E EXPERIMENTAÇÃO
SIMBÓLICA Segundo Freud , as fontes do conhecimento infantil são múltiplas, mas é no ato de brincar de forma privilegiada que a criança apropria-se da realidade imediata, atribuindo-lhes significado. As brincadeiras permitem que a criança desenvolva a imaginação, afetos, competências cognitivas e interativas à medida que tem oportunidades de vivenciar papéis diferentes. Outra função importante da brincadeira é a elaboração de conflitos e ansiedade ,e a criança demonstra passivamente enquanto brinca o que está sentindo. Brincando as crianças constroem seu próprio mundo, ressignificam e reelaboram os acontecimentos que deram origem à vivência e sentimentos, ou seja, expressam seus desejos. Brincando as crianças constroem seu próprio mundo e são os brinquedos as ferramentas para esta construção. Quando as crianças têm oportunidade de brincar individualmente ou em grupo , vivem experiências que enriquecem sua sociabilidade e a sua criatividade. Usando o mecanismo da identificação projetiva, as crianças fazem transferências positivas e negativas para os objetos conforme estes excitem ou aliviem sua ansiedade. Através da personificação no brinquedo observa-se como o objeto pode modificar-se com rapidez de bom para mau de amigo para inimigo. Por isso o brinquedo nas mãos da criança faz com que ela se aproxime cada vez mais da realidade que está a sua volta.
TEMA 4:O BRINQUEDO COMO ATIVIDADE MEDIADORA
◦ Como os brinquedos e as brincadeiras podem atuar como elemento pedagógico na escola? Quais jogos e brincadeiras podem contribuir tanto na aprendizagem como no aspecto comportamental das crianças na escola? O lugar que brincar ocupa na dinâmica escolar fica limitado, muitas vezes, ao horário do recreio. Talvez seja este o único momento em que a brincadeira infantil é vista como uma atividade. Na verdade, ela é muito mais que isso: permite a vivência para a aprendizagem ,desenvolve a criatividade, é capaz de colocar em movimento vários processos do desenvolvimento infantil e é uma atividade mediadora da criança com o mundo em que vive . Para que cumpra um papel pedagógico, deve haver intencionalidade na brincadeira. ◦ Ao longo da história o brincar entrou nas discussões da educação e da psicologia e foi acompanhada de várias restrições e descrenças de que essa atividade pudesse contribuir para o desenvolvimento. Mas é importante destacar que houve propulsores de um novo pensamento sintonizado com a importância do brincar para o desenvolvimento infantil. Mesmo antes do aparecimento do reconhecimento dos brinquedos destinado às crianças, o lúdico sempre esteve presente na sociedade. Atualmente, podemos dizer que o brincar, no contexto educacional, é visto como instrumento pedagógico, rumo à preparação para a alfabetização ou para cumprir a função de construir conteúdos favoráveis a esse processo. ◦ No século XVII nascem reflexões na pedagogia a respeito da situação do brincar nas escolas atuais. Atualmente é desanimador que as escolas, tanto de Educação Infantil como de Ensino Fundamental, tratam as questões da brincadeira com resíduos dos séculos passados, não considerando as atividades específicas da infância como essenciais para o seu desenvolvimento. ◦ Continuam a perpetuar nas escolas atuais a concepção do brincar como uma premiação ou como um instrumento de instrução para a alfabetização, o que o descaracteriza como potencializador das capacidades humanas. ◦ Comenius traz reflexões intensas sobre os brinquedos, declarando que “os brinquedos servem para distrair as crianças e as fazer progredir na compreensão 8 das coisas”. (apud MANSON, 2002, p.155). John Locke por sua vez, ressaltava que as crianças possuem desejos de ter coisas para satisfazer fantasias (apud MANSON, 2002, p.161). Em suas obras, Locke destaca que o brinquedo colabora para formar o espírito das crianças, tornando possível verificar, por meio do jogo, suas aptidões profissionais pelo temperamento que ali as crianças depositavam, além de brinquedos com utilização instrutiva para o próprio ato de aprender as letras. ◦ Dentro desse caminho histórico, podemos encontrar resíduos desse processo nas práticas atuais que empregam alguns jogos para facilitar o processo de alfabetização, como os bingos de letras. Em 1870 a 1952, a médica Maria Montessori se destaca por valorizar os jogos sensoriais, de linguagem e matemáticos. O material dourado , tão conhecido nas escolas hoje, foi criado por ela. Suas contribuições para a construção de materiais diversos trouxeram, para a época, subsídios para a educação especial. ◦ A promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica. A escola e, principalmente, a pré- escola poderiam se utilizar desse tipo de situações para atuar no processo de desenvolvimento das crianças. (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2004, p.67). ◦ Assim, o brinquedo deve ser visto como um grande mediador da expressão individual, da aquisição de novos conceitos a partir de experiências vividas. Tema 5: O papel do professor como sujeito mediador da atividade lúdica ◦ Cabe ao educador o papel de acompanhar as atividades, bem como promover oportunidades em que a criança possa se desenvolver. Através da organização do espaço, da disponibilização de objetos para a criança e materiais que possam enriquecer o espaço da sala de aula e torná-lo um ambiente lúdico e de aprendizagem por meio também de brincadeiras. ◦ A utilização do brinquedo pode ser satisfatória, pois estimula a representação e expressão das crianças, podem inclusive serem construídos, adaptados ou estruturados. Permitir à criança explorar o seu imaginário, é trabalhar as áreas cognitivas em desenvolvimento, é utilizar a criatividade da criança para alcançar maiores resultados de aprendizagem. ◦ O professor e professora de educação infantil em quanto promotores e mediadores da aprendizagem, possuem este papel de estimular a construção, ensinar a aprender a construir brinquedos. Não se trata de uma transformação da sala de aula em ambiente teórico, mas torná-la prazerosa e desafiadora. ◦ Nesse aspecto é de suma importância um planejamento, pois planejar brincadeiras e jogos considerando a realidade de espaço disponível contribui para o sucesso da brincadeira e até para ampliação dessas atividades e do número de crianças participantes. O educador por meio das experiências lúdicas infantis poderá obter informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado. Esse desvendar poderá definir discernimentos tais como: -A duração do envolvimento em um determinado jogo;
- As competências dos jogadores envolvidos;
- O grau de iniciativa, criatividade, autonomia e criticidade que o jogo proporciona ao
participante;
- A verbalização e linguagem que acompanham o jogo;
- O grau de interesse, motivação, satisfação, tensão aparente durante o jogo
(emoções, afetividade etc.);
- Constituição do conhecimento (raciocínio, argumentação etc.);
- Ênfases de comportamento social (cooperação, colaboração, conflito, competição,
integração etc.).
Aspectos importantes sobre o papel do educador:
◦ Deverá ser um facilitador das brincadeiras, podendo misturar momentos em que orienta e dirige o processo, com outros momentos e que as crianças são responsáveis pelas suas próprias brincadeiras.
- Observar e coletar informações sobre as brincadeiras das crianças para
incrementá-las em futuras oportunidades.
- Procurar participar das brincadeiras e valer-se para questionar com as crianças
sobre as mesmas. - Organizar e estruturar o espaço de forma a instigar na criança a necessidade de brincar, além de facilitar a seleção das brincadeiras. ◦ Desenvolver nos jogos de regras atitudes cooperativas entre as crianças, enfatizando que o mais importante é participar das brincadeiras e dos jogos.
- Deve-se respeitar o direito da criança participar ou não de um jogo. Nesse
momento, o educador tem que instituir uma situação diferente de participação dela nas atividades como: auxiliar com materiais, fazer observações, emitir opiniões etc.
- Em uma situação de jogo ou brincadeira é importante que o educador esclareça
de forma clara e objetiva as regras às crianças. E se for necessário pode mudá- las ou adaptá-las de acordo com as faixas etárias.
-Instigar nas crianças a socialização do espaço lúdico e dos brinquedos,
desenvolvendo assim o hábito de cooperação, conservação e manutenção dos jogos e brinquedos. ◦ - Estimular a imaginação infantil, para isso o professor deve oferecer materiais dos mais simples aos mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos serem estruturados (fabricados) ou serem brinquedos e jogos confeccionados com material reciclado (material descartado como lixo), por exemplo: pedaço de madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa plástica; pedaço de pano etc.
- É conveniente que o educador providencie que as crianças tenham espaço para
brincar (área livre), e que possam movimentar-se, montar casinhas, fazer cabanas etc.
-O educador deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras