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“(...) A vida de Luis Carlos Prestes é uma verdadeira saga do herói.

Do herói de uma
causa impossível. Até mesmo seus antigos companheiros de tenentismo rejeitariam sua
proposta de revolução com apelo às massas. Juarez da Távora, citado por Paulo
Sérgio Pinheiro teria afirmado que a estas massas “...faltam todos os atributos
essenciais para realizar uma insurreição generalizada, nos moldes da que preconiza o
manifesto do general Prestes: coesão, iniciativa, audácia e, sobretudo, eficiência
bélica.” Se não fosse vítima das ilusões dos comunistas brasileiros e da Internacional
Comunista, Prestes teria dado atenção à esta avaliação militar de uma questão que, no
fundo, era sobretudo militar já que sua proposta de revolução dependia da quartelada.
PINHEIRO?

“(...) entretanto, continuam a dizer-nos que o essencial, por enquanto, não é de modo
algum pronunciar-se sobre o que se entende por revolução social. – “tendo em vista o
estado atrasado dos espíritos na grande massa dos trabalhadores, tendo em vista a
indiferença da imensa maioria das pessoas, limitemo-nos – dizem os socialistas - a
agrupar, por enquanto, a organizar as massas sobre um principio geral muito vago
– a afirmação dos direitos do proletariado, - sobretudo sobre o terreno de questões
secundarias praticas, tais como a jornada de trabalho, a proteção legal do trabalhador, e,
antes de tudo a conquista dos poderes públicos do Estado. É o meio para atrair a imensa
maioria, fazer sua educação.” Kropotikin 32

“(...)todavia, perguntamos muito seriamente àqueles que seguem esse “plano de


campanha”, o que eles preparam, assim, senão o aviltamento dos caracteres, o
desespero, ou, inclusive, a repulsa do proletariado? O que ele deve pensar do
socialismo quando, após o ter atraído sob a bandeira vermelha por promessas de
retomada do patrimônio humano para a humanidade, após lhe ter demandado tantos
sacrifícios em nome desse grande ideal, declaram-lhe que esse ideal será para os
séculos vindouro, e que ele deve ocupar-se apenas de atenuar sua servidão de
assalariado do capital e de escravo do Estado?” kropotikin 32--

“(...) em decorrência do verde-amarelismo, dos populismos, do autoritarismo


paternalista, frequentemente encontramos no Brasil uma atitude ambivalente e
dicotômica diante do popular. Este é encarado ora como ignorância, ora como saber
autêntico; ora como atraso, ora como fonte de emancipação. Talvez seja mais
interessante considerá-lo ambíguo, tecido de ignorância e de saber, de atraso e de
desejo de emancipação, capaz de conformismo ao resistir, capaz de resistência ao se
conformar. Ambiguidade que o determina radicalmente como lógica e pratica que se
desenvolvem sob a dominação. Seja, por exemplo, o caso das religiões populares. É
difícil admitir que o popular da chamada “igreja do povo” contra a “igreja do padre”,
isto é, o catolicismo devocional, seja inteiramente “popular”. De fato (...) se esse
catolicismo pode ser dito popular porque se organiza à margem da Igreja Catolica
oficial e, em certos casos, contra ela, seus fieis, no entanto, não constituem uma
comunidade, mas se apresentam divididos pelas condições sociais de existência.
Sendo um catolicismo rural, seus membros pertencem a classes sociais da sociedade
agrária: fazendeiros (grandes e médios proprietários), sitiantes (pequenos proprietários),
comerciantes e lavradores (podendo ser meeiros, arrendatários, foreiros ou simples
assalariados). As relações entre eles se efetuam em formas diversificadas, mas
prevalecendo a de patrão-empregados (no plano econômico), padrinho-afilhado (no
plano social do parentesco ou do compadrio), festeiro-foliões ou “escravos do rei” (no
plano religioso) e chefe político-eleitores (no plano político).” CHAUI 124 --
“os colegas da historia do trabalho do século xx pouco discutiam o legado das lutas da
população negra e os problemas raciais que ela enfrentava. Identificavam as pessoas
como nacionais e imigrantes, trabalhadores e trabalhadoras, sertanejos, nordestinos e
urbanos, para analisar suas condições de vida cotidiana, seus valores e costumes, as
formas de lazer, as hierarquias entre os ofícios, as diferenças de gênero, as formas de
recrutamento e disciplinamento das empresas, a imprensa operaria, as diferentes
organizações de trabalhadores/as e finalmente se as pessoas teriam tido a consciência
necessária para compor uma classe em si ou para si”. Álvaro 611

“a transformação de uma sociedade que agia, pensava e se entendia enquanto escravista,


numa outra cuja produção viria, teoricamente, pelo pagamento do trabalhado realizado,
foi extremamente tensa”. Álvaro 610

“os debates em torno de classe e consciencia de classe, no caso brasileiro, mais


emperraram as investigações dos historiadores ligados ao movimento operário e à
cultura operária do que os auxiliaram no dialogo com o passado. (...)se a classe iniciou
sua “formação” no século XIX, esses historiadores aventuraram-se muito pouco em
buscar este fazer-se” “para o alvorecer do século xx, esta gente – exatamente a primeira
geração de ex- escravos e filhos destes - foi expulsa das fábricas, não só em são Paulo,
mas tambem no rio de janeiro e em lugares como são Luis, recife, pelotas, porto alegre e
salvador. Pode ser um equivoco apostar que os mandantes foram os industriais que
optaram pelos imigrantes europeus e utilizaram a policia para transformar todo o resto
em desordeiros, malandros, preguiçosos sambistas. Em parte foi a própria historiografia
do movimento operário que escolheu determinadas fotografias e processos, só vendo
italianos, espanhóis, anarquistas e sindicatos. Não entrou propriamente nas fabricas e ,
portanto, não conseguiu encontrar milhares de trabalhadores brasileiros de diversas
origens, trajetórias e experiências.” Álvaro 612

{que tipo de consciência era essa? Aquela que explica cientificamente a realidade
miserável, a opressão, a exploração e com as respostas aponta saídas (cientificas) dessa
condição? Será que não sabiam? Já não tinham consciência da própria situação?}

“(...) como a consciência não é externa ao ser, ela se inscreve para o indivíduo na ordem
da curta duração, do aqui e agora ao mesmo tempo que seu ser social está na ordem da
longa duração. A imediaticidade confere a aparência da descontinuidade e oculta sua
persistência no tempo.” Secco

“(...) Laura de Mello e Souza encontrou em meio à opressão da época colonial “formas
intermitentes e (…) de consciência de grupo” ao lado dos “muito fatores que agiam (…)
desmantelando as solidariedades e dissolvendo a consciência”[li]. Uma “camada social
onde os papéis dos indivíduos eram transitórios e flutuantes, onde os homens pobres
livres entravam e saiam da desclassificação” era a norma no período colonial. Mas
“havia muitas características comuns entre eles: a cor da pele – negra,  parda, vermelha,
acobreada, branca às vezes – o nascimento bastardo, a insegurança do cotidiano, o
pânico permanente ante a justiça atenta e rígida, a itinerância, os concubinatos…” Secco
“(...) A vida cotidiana é a esfera fundamental da existência de qualquer pessoa. Nela se
vive, sofre, alimenta-se, sente-se e se reflete. Ali estão o pensamento e a ação. Só não há
teoria e, portanto, práxis[lvi]. No cotidiano vigora o “caráter imediato da
experiência”[lvii] e por isso a História não pode apenas reproduzir a voz do oprimido.
Secco
Mas além dos impasses a historiografia nos permite desvendar possibilidades, brechas,
alternativas, estratégias de sobrevivência, organização (mesmo intermitente) e revolta.
Antes de tudo, nos lembra que já tivemos um regime mais feroz, cruel e duradouro do
que qualquer um que possamos vivenciar em nossas existências individuais: a
escravidão persistiu por três séculos.

A recorrência da luta, mesmo fragmentada, foi vital para derrubar o regime escravista.
Foi importante apoiar todas elas mesmo quando fracassavam; as classes e raças
subalternas tinham interesse objetivo na luta, mas nem todas a mesma consciência e
nem agiam no mesmo ritmo; na ação cotidiana muitas pessoas pobres percebiam a
relação de sua condição de classe, raça ou gênero com processos gerais, mas foi preciso
acumular muitas frustrações individuais para que se buscasse uma alternativa política;
as alianças entre camadas médias, pessoas pobres livres e escravizadas foi rara e difícil,
mas quando ocorreu foi decisiva e um exemplo disso foi o abolicionismo.

O “horizonte das contestações” nunca está pré definido. Se uma “teoria e prática da
contestação na colônia”, nas palavras de István Jancsò, diz respeito na maioria das vezes
a sedições que “não ultrapassaram o plano imediato das tensões, isto é, dos
desdobramentos na curta duração das contradições fundamentais do sistema contra o
qual se debatia”, ela também nos desvela “a prática futura” que viria a resolver, noutro
contexto histórico, a crise do antigo sistema colonial[lxxxvi].

A ação organizada criou uma opinião pública favorável aos escravizados e


desclassificados, conferiu ao seu protesto individual legitimidade crescente, deu-lhe um
sentido e ampliou a viabilidade das suas revoltas coletivas; houve questões objetivas
que estavam fora do alcance do movimento como o fim do tráfico e as mudanças nas
condições de produção, mas as vitórias no parlamento também contribuíram para onerar
o comércio inter provincial e desmoralizar a escravidão; a campanha abolicionista foi
plural e unia tanto os que a reduziam a uma reforma legislativa quanto os que usavam
métodos ilegais; ela nos ensina que tão importante quanto a ação reformista parlamentar
foi a difusão da causa em quermesses, arrecadação de recursos, palestras, publicações
etc. Por fim, aquilo que passou à História como uma reforma desde cima só foi possível
com a ação de massa a partir de baixo por organizações radicais independentes em
ações ilegais e clandestinas.

O movimento da política deve ser o do abstrato ao concreto. Atuar no quotidiano sem o


proselitismo de fórmulas ideológicas. Encontrar a palavra de ordem certa, aquela que
traduz a multidão de experiências empíricas diferenciadas, a partir da própria
experiência. Mas sem negar o papel imprescindível da teoria, do conhecimento do
passado e da organização em sucessivas escalas geográficas de atuação. O
conhecimento histórico não substitui o aprendizado que só se obtém na prática
militante, mas este sozinho é insuficiente. Simplesmente acionar grupos subalternos
não leva necessariamente a um horizonte progressista.

A atividade, mesmo individual ou de pequenos grupos, é mais efetiva se estiver armada


com a teoria produzida em primeiro lugar nas próprias organizações de esquerda e
também fora delas. Uma miríade de pequenos gestos que se repetem também contribui
para esboroar uma forma de dominação e modifica questões objetivas.
O sentido da informalidade não é novo como revela o debate historiográfico, mas ela se
tornaria não um resíduo passado e sim um destino no exato momento em que aquela
historiografia apareceu. A classe operária jamais conseguiu espalhar suas conquistas
para toda a população porque havia uma imensa reserva de força de trabalho no campo
até o golpe de 1964 e nas periferias urbanas quando emergiu a Sexta República.

Mal se configurou um mercado de trabalho formal entre 1930 e 1980. Antes não havia e
hoje não sabemos se o que existiu foi apenas parte de um ciclo único do capitalismo
global. Se no polo dinâmico formalizado  há a luta do “trabalhador coletivo” por
direitos que depois se individualizam, na informalidade vigora a luta de indivíduos cuja
conquista se materializa coletivamente fora da relação salarial e se espraia.

Antonio Gramsci cita em seus Cadernos do Cárcere uma história de Tácito: um senador
propôs que todos as pessoas escravizadas vestissem um uniforme. O Senado Romano
recusou a proposta porque elas poderiam se dar conta de que eram iguais entre si e que
formavam a maioria da população. Não é tão difícil reconhecer a informalidade que nos
uniformiza. Difícil é conferir-lhe o sentido. Secco.
[Trabalhadores pobres e o movimento operário na República] “analisar a transformação
das relações sociais e econômicas experimentadas em mais de 300 anos de escravidão
em relações pretensamente livres, sem considerar a cor das pessoas que viveram esse
longo e conflituoso processo histórico, nos afasta das reflexões que essa transformação
engendra e exige”. Álvaro 609

“...faltam todos os atributos essenciais para realizar uma insurreição generalizada, nos
moldes da que preconiza o manifesto do general Prestes: coesão, iniciativa, audácia e,
sobretudo, eficiência bélica.” 

[Formas de recrutamento e disciplinamento do espaço –político- público] VS [uma


cultura política de ênfase na luta contra a carestia]

“ o próprio chão do mundo vivido onde se fermenta a experiência humana de formar


significações” ricouer

“Mudanças no conteúdo da vida” “acumulo - legado” / intersecção entre dois acúmulos


de experiência e sentido de transformação: a diversidade de ciclos e formas de luta
contra a escravidão e a exploração pelo capital = reificação da vida / exploração da
força de trabalho. Investimento em uma ‘antagonização’ com a exploração. Negociação
– conflito.

[História social de uma ideia] [historia social de um tempo-social] [uma unidade


coerente e carregada de sentido] [existe a possibilidade de abrir um dialogo com esse
passado e narrar essa história?] [ fontes e ferramentas teóricas e metodológicas sensíveis
à essas experiências]
---- RUSEN
Sentido é a capacidade de uma pessoa perceber, compreender e tratar seu mundo
exterior e interior. Esta capacidade tem um lado físico, os sentidos.
Eles são o dom psicofísico do ser humano que os torna perceptíveis.
Ao mesmo tempo, 'sentido' também se refere ao que é percebido e descreve sua
compreensibilidade. Essa compreensibilidade afeta o que é percebido, o conteúdo
da experiência e dá-lhes um sentido para a orientação da vida humana no espaço e no
tempo e na subjetividade das pessoas.
›Sentido‹ é o nome dado ao significado de algo distinto de sua forma externa.
Com esse significado, o que é percebido passa a ser compreensível.
Nesse sentido, o significado de algo é a condição da possibilidade de compreendê-lo.
Em relação à ação humana, 'significado' denota sua orientação em direção a um
objetivo ou propósito, portanto, tem um significado teleológico.
›Sentido‹ é a realização e resultado do espírito humano em interação com o mundo
(externo e interno).Como um processo de pensamento consciente, está intimamente
ligado à linguagem. Constitui a cultura como uma esfera de existência humana
(menschliche Daseinssphäre) separada que está inextricavelmente ligada a todas as
outras esferas (como economia, política, sociedade, meio ambiente).
Originalidade e autonomia são devidas a ele; não pode ser derivado de outros (talvez
mais "originais") determinantes da vida humana.

A esse respeito, um materialismo que deriva as formações de significado na mente


humana da "base" das condições materiais da vida humana é enganoso.
Se você quiser pensar materialmente, terá de aceitar a qualidade do significado da
própria questão.
Mas isso só termina no reino do pensamento mítico.
Um materialismo resoluto como o de Karl Marx deve admitir isso.

Ele era de opinião contra Hegel que o espírito humano é determinado por especificações
materiais, e mesmo constituído além disso.

Ele expressou isso de forma inequívoca em seu conhecido esquema de pensamento


sobre a relação entre a base e a superestrutura.
Mas se você olhar mais de perto, a dedutibilidade do significado das circunstâncias
materiais não parece muito clara.
Ele diz: “Não é a consciência das pessoas que determina seu ser, mas, inversamente, seu
ser social que determina sua consciência”. Essa dicotomia não é, entretanto, porque no
aspecto "social" do ser sempre há linguagem e comunicação, ou seja, a consciência
pode chamar o ser material da sociedade humana como o ouriço ao coelho na conhecida
história: Ick bün tudo aqui.

A mesma inconsistência pode ser vista na antropologia da história de Marx, em sua


teoria da constituição do caráter histórico do mundo humano. Sua análise começa com o
tom do peito do materialismo, "que estabeleçamos o primeiro pré-requisito de toda
existência humana, incluindo toda a história, a saber, o pré-requisito de que os seres
humanos devem ser capazes de viver para poder fazer história", isto é, “a produção da
própria vida material”. Marx chama essa produção de "o primeiro ato histórico".
Consiste em “gerar meios para a satisfação dessas necessidades” (nomeadamente:
“comida e bebida, habitação, vestuário e algumas outras coisas”). Mas é precisamente
essa produção de meios que faz uso da faculdade intelectual da razão instrumental;
Aqui, também, o sentido já funciona como um fator imaterial na vida humana. RUSEN

›Sentido‹ está intimamente ligado à sensualidade humana.


Nessa medida, não tem nenhuma qualidade puramente metafísica como uma quantidade
independente da "natureza" (a fisicalidade do homem).
O conceito de significado expressa, portanto, a natureza dual dos seres humanos, sendo
um ser vivo sensual como parte da natureza e sendo "sobre" natural, ou seja, um ser
vivo cultural que cria seu mundo além de toda a natureza e muitas vezes contra a
natureza.
Nas tendências atuais dos estudos culturais, a diferença tradicional entre a cultura
(humana) e a não-humana (natureza) é cada vez menor. [sensualidade aqui como =
“Sensibilidade”: refere-se à percepção aguçada ou receptividade a respeito de algo,
como por exemplo as emoções de um indivíduo.]

Ser humano torna-se pós-humano e, portanto, perde cada vez mais o significado de si
mesmo. Isso é para levar em conta a experiência de que nós, humanos, somos tudo
menos mestres e mestres da natureza (Descartes), mas destruímos os fundamentos
naturais de nossa vida por meio de nosso governo ( posso). (In the "animal turn" of
cultural studies, the difference between humans and animals is downplayed beyond
recognition.)
Todas essas tendências ignoram o fato de que se baseiam no crescimento como
substância antropológica. Enquanto isso deve ter se tornado imprevisivelmente claro
que em face da catástrofe climática recebe um novo propósito.
Ele se torna responsável pela natureza. Com essa responsabilidade, sua diferença
cultural com a natureza cresce. Porque nada comparável pode ser dito de qualquer outro
ser vivo. Nesse ínterim, a natureza cresceu na definição do significado da vida humana.
›Sentido‹ é, portanto, um determinante fundamental e constitutivo do ser humano como
ser humano e, portanto, tem um significado genuinamente antropológico. Pode-se dizer:
o significado do significado é o homem.
É essa autorreferência que torna a pessoa humana, um ser cultural, que deve se apropriar
de sua natureza de forma simbólica e produzi-la como cultura, como 'segunda natureza'.
Isso acontece por meio de sua atuação (e sempre sofrendo) lidando com seu mundo.
A subjetividade humana não é formada simplesmente por meio do desempenho
linguístico de interpretar as circunstâncias de alguém, mas por meio de nossas ações
nelas e com elas. O significado não apenas abre suas áreas de atividade para a ação, mas
também o torna intencional (muitas vezes também: inconscientemente); ele dá uma
estrutura teleológica. [Human subjectivity is not formed simply through the linguistic
performance of interpreting one's circumstances, but through one's actions in and with
them. Meaning not only opens up its areas of activity to action, but makes it purposeful
(often also: unconsciously); he gives it a teleological structure.]

Immanuel Kant atribui "dignidade" ao homem como tal, independentemente de


qualquer forma de vida concreta. Para ele, dignidade significa que o homem em seu
mero ser humano é sempre mais do que um meio para os fins alheios, mas um fim em si
mesmo. Esse fim em si mesmo é fundamentalmente inerente ao "eu" da subjetividade
humana. Kant se refere ao fenômeno da "racionalidade do propósito": toda ação humana
é orientada para um propósito (consciente ou inconscientemente); realiza seus
propósitos mobilizando os meios apropriados. Seguindo Max Weber, duas
racionalidades universais norteadoras da ação podem ser distinguidas: a racionalidade
do significado e da finalidade.

If one lists and arranges the respective dimensions of meaning in which history is
effective as a bearer of meaning, decisive criteria of meaning can be identified and their
relationship to one another analyzed.
In order to distinguish between the effective criteria of meaning in each case, it is
advisable to distinguish between generally established dimensions of cultural
orientation. In doing so, I start with present-day phenomena, but try to identify general
and fundamental aspects in them, if possible with an anthropologically universal
orientation.

The following distinctions follow the endowment of the human mentality with decisive
operations of the formation of meaning such as thinking, feeling, wanting, valuing,
believing. They are all related in a specific way to the experience of the historicized
past. There is no such thing as a historical formation of meaning without experience.
If the focus on the experience of the contradiction between passing away in the past and
catching up with the past in the horizon of the present falls away, then meaning can
definitely be formed in relation to time (transience, recurrence, future project, etc.):
Examples are forms of conceptions of eternity, of apocalypse, increased interpretation
of the moment, loss of time, a lack of time, a world order that is not subject to change,
etc. But that is not history.
------
The meaning of the term in the relevant population is constituted by objects that stretch
across time and space, the overwhelming majority of which have among their properties
the property of being lexical entries for the phone ‘gay’.

It contains his insight that history is something constructed by the human mind and not simply
by the reality of the past.

[...”de fato, tudo quanto se modifica traz em si a medida de seu tempo”] Herder
“duas coisas do mundo nunca têm a mesma medida de tempo (...) portanto, existem no
universo, a um só tempo, um número incontável de tempos.” “ desde então pôde-se
procurar nos acontecimentos e nos decursos históricos um tempo que lhes é imanente, o
momento único, um lapso de tempo especifico com duração diferente” Koselleck cita
Herder 284 “(...) compartilham com ele – Chladenius- a visão de que todas as
representações históricas dependem das escolhas feitas pelo autor, escolhas que não
podem deixar de ser feitas, pois ele se move dentro de limites sociais, religiosos ou
políticos estabelecidos. Assim tornou-se aceitável ... que podem existir diferentes
representações, igualmente verdadeiras, dos mesmos acontecimentos.” Koselleck 286
(...) o tempo histórico era gerador de experiências e que ensinavam a reconhecer o
passado, retroativamente, sob novos ângulos.”
“se trata de uma história em curso (...)” [outrora e agora]
“existem diferentes estratos das experiências já adquiridas ou que podem ser vividas, do
que é ou pode ser lembrado, enfim do que foi esquecido ou jamais foi transmitido, aos
quais recorremos e que são organizados a partir das perguntas atuais”. Koselleck 267
“sempre existe uma dupla diferença: a diferença entre uma história em curso e sua
possível tradução linguística, e a diferença entre uma história que já passou e sua
reprodução por meio da linguagem. Determinar estas diferenças é também uma
produção linguística, que é parte integrante da atividade do historiador”. “quando se
analisam conceitos passados cujos termos ainda poderiam ser os nossos, 77774podemos
ter uma ideia das esperanças e anseios, das angustias e sofrimentos dos
contemporâneos de então. E mais, tornam-se manifestos, para nós, a extensão e os
limites da força enunciativa dos testemunhos linguísticos do passado. Poderemos avaliar
o espaço da experiência e da expectativa passadas, na medida em que ele pôde ser
apreendido conceitualmente dentro da economia linguística do passado e foi
efetivamente articulado na linguagem das fontes.” “(...) a periodização interna própria
do conteúdo desse espaço de experiência, que se move de uma ocorrência para outra, se
produzia quase por si mesma, por incluir de dia para dia, de século para século, novos
acontecimentos que mereciam ser narrados e que precisavam ser cada vez mais bem
organizados”. Koselleck 275 “para considerar o próprio tempo como algo radicalmente
novo em oposição à história passada, e por isso antiga, precisava-se de uma atitude
diferente não apenas em relação ao passado, mas, muito mais ainda em relação ao
futuro. Enquanto se acreditasse que nos encontrávamos na última era, o realmente novo
do tempo não poderia ser senão o Ultimo Dia, que poria um fim a todo tempo anterior.”
Koselleck 278 (os de baixo dividiam o mesmo censo de “ruptura” – uma consciência
histórica -, que aquele momento de lutas era um momento de virada?) (atenção à
comunidade de gerações que vivem ao mesmo tempo).
P.A comenta Mauss “nação como uma espera em comum”. [a espera, em um país
periférico, de passado colonial – brutal – é uma espera comum, indefinida, intransitiva,
não de um objetivo preciso – embora que esse objetivo possa ser alternadamente
precisado em alguns períodos históricos”. [comunidade de esperas]

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