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E estes cães são gulosos, não se podem fartar;

e eles são pastores que nada compreendem;


todos eles se tornam para o seu caminho,
cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.
Isaías 56:11

Igreja Universal e Loja Maçonica

Hoje você irá conhecer a Revista VEJA, Fé e Dinheiro, uma


Combinação Explosiva.
Tema bastante polêmico sobre a Igreja Universal.

Sobre o Dono da Rede Record (Edir Macedo)

Por que os fiéis doam tanto?

Edir Macedo

Reportagem da Veja: Fé e Dinheiro, uma combinação explosiva

O Ministério Público de São Paulo acusa Edir Macedo e mais nove


integrantes da Igreja Universal de usar o dinheiro de doações de fiéis
para fazer negócios e engordar o próprio patrimônio.

Há 32 anos, os templos da Igreja Universal do Reino de Deus recebem


ricos e pobres, crédulos e descrentes, doentes, despossuídos e
desesperados. A todos a igreja oferece consolo e, muitas vezes, também
uma porta de saída para escapar do vício, do crime e da solidão. Mas
cobra caro por isso. Baseada numa particular Teologia da
Prosperidade, a Universal, fundada e chefiada pelo bispo Edir Macedo,
prega que a maior expressão da fé são as oferendas de dinheiro à
igreja (e também de carros, casas e cheques pré-datados). A idéia de
que, “quanto mais se doa, mais Deus dá de volta”, levada ao
paroxismo pela eloqüência dos bem treinados pastores da Universal, já
fez com que almas crédulas arruinassem suas finanças, seu casamento,
sua vida.
O Código Penal, contudo, não alcança práticas religiosas. Em linhas
gerais, se um brasileiro quiser doar tudo o que tem a qualquer igreja,
estará livre para isso. E quem receber a doação também não encontrará
empecilhos na legislação. O que não se pode é tapear a lei – e é
precisamente isso o que vêm fazendo Macedo e outros nove integrantes
da cúpula da Universal, segundo uma peça de acusação elaborada por
promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. A partir da
denúncia oferecida pelo Gaeco, e aceita pela Justiça na última segunda-
feira, Macedo e seu grupo tornaram-se réus em um processo
criminal sob as pesadas suspeitas de formação de quadrilha e
lavagem de dinheiro.

Com base numa investigação de dois anos, o MP afirma que Macedo e


seu grupo se converteram em uma organização criminosa ao usar as
doações de fiéis para engordar seu próprio patrimônio – no caso do
bispo, nada desprezível. Além de dono de 90% da Rede Record,
Macedo e a mulher, Ester Eunice Rangel Bezerra (ela, dona dos outros
10% da emissora, segundo aparece no contrato de concessão), têm uma
coleção de imóveis que incluem, apurou VEJA, dois apartamentos em
condomínios de luxo em Miami, nos Estados Unidos: o primeiro, em
nome de Ester, foi comprado em 2006 e está avaliado em 2,1 milhões de
dólares. O segundo, registrado em nome do casal, foi adquirido no ano
passado e custou mais do que o dobro do primeiro: 4,7 milhões de
dólares. Ambos ficam na Collins Avenue, um dos endereços mais
sofisticados da cidade.

Segundo a denúncia do MP, além de enganar os fiéis embolsando o


dinheiro que deveria ter destinação religiosa, a Universal burla o
Fisco ao aproveitar-se de sua imunidade tributária e fazer
transações comerciais. A imunidade fiscal assegurada pela
Constituição às igrejas baseia-se no princípio de que seu patrimônio,
renda e serviços visam à atividade religiosa, e não ao lucro. Quando o
dinheiro dos fiéis é usado para comprar empresas e jatinhos – caso dos
pastores da Universal, segundo o MP –, a Justiça tem de ser acionada.

As primeiras investigações sobre as atividades de Edir Macedo e seu


grupo na Igreja Universal começaram dois anos antes da investida da
Receita. Em 1995, depois da divulgação de um vídeo em que Macedo
aparecia ensinando pastores a arrancar dinheiro de fiéis, autoridades
federais deram início a uma varredura nas atividades da igreja, mas, até
agora, poucas irregularidades haviam sido comprovadas. A diferença
entre essas investigações anteriores e o trabalho do Gaeco é que, desta
vez, os promotores conseguiram mapear o caminho do dinheiro, desde
as doações dos fiéis até a compra de duas emissoras de TV, um prédio e
um jatinho modelo Cessna, por 2,5 milhões de reais.

Entre 2001 e 2008, a Universal, segundo os promotores, amealhou 8


bilhões de reais de seus cerca de 8 milhões de seguidores. Metade
dessa dinheirama foi parar em contas bancárias da igreja por meio de 4
015 depósitos em espécie – direto das sacolinhas dos dízimos. A outra
metade chegou, principalmente, por meio de transferências eletrônicas
provenientes de filiais da igreja espalhadas pelo país. A partir daí, o
esquema funcionava da seguinte maneira, de acordo com a acusação: a
maior parte do dinheiro era repassada, a título de “pagamentos”, para
empresas de fachada controladas por integrantes do grupo, a Cremo
Empreendimentos e a Unimetro Empreendimentos. Ambas
movimentaram, entre 2004 e 2005, mais de 70 milhões de reais, ainda
que não tenham oferecido no período nenhum serviço ou produto,
segundo atesta a Secretaria da Fazenda de São Paulo. Da Cremo e da
Unimetro, o dinheiro dos fiéis era enviado para empresas sediadas em
paraísos fiscais: a Investholding, nas Ilhas Cayman, e a CableInvest, nas
Ilhas do Canal. De lá, retornava ao Brasil disfarçado de empréstimos
para pessoas ligadas à Universal, que usavam os valores para
transações nada religiosas.
Apesar do emaranhado trajeto percorrido pelo dinheiro, ele, na verdade,
nunca saiu das mãos da cúpula da Universal.

A Cremo é de propriedade da Unimetro – que, por sua vez, pertence às


duas empresas sediadas no exterior. No Brasil, a Investholding e a
Cableinvest são representadas por Alba Maria da Costa e Osvaldo
Sciorilli, executivos da Universal, ligados a diversas empresas do grupo e
réus no processo. Assim como o chefe, Alba e também Maurício
Albuquerque e Silva, ex-diretor da Cremo e da Unimetro, são
proprietários de imóveis em Miami.

CASA DE DEUS, CASA DO BISPO

(Um dos templos da Universal em Belo Horizonte e a casa


construída por Edir Macedo em Campos do Jordão.)
O Gaeco sustenta que foi esse o esquema usado pela igreja para
comprar, por exemplo, a TV Record do Rio de Janeiro e a TV Itajaí, de
Santa Catarina. Ao todo, o império de comunicação da Universal
reúne 23 emissoras de TV, 42 emissoras de rádio e várias outras
empresas. O do bispo prospera na mesma medida. Em 2007, ele se
esmerava na construção de uma casa de 2 000 metros quadrados em
Campos do Jordão (SP), no valor de 6 milhões de reais. Naquele tempo,
já era proprietário de outra casa na mesma cidade, comprada onze anos
antes por 600 000 dólares. Somem-se a isso os imóveis de Miami e não
restará dúvida de que Macedo é um abençoado. Resta saber se à luz da
lei tanta prosperidade também poderá ser comemorada.

UM CORPO DE DUAS CABEÇAS

Nem por milagre é possível dissociar a Record da Igreja Universal.

Até o presidente da emissora mora em uma casa pertencente à Cremo,


empresa acusada de lavar dinheiro para os bispos.

O ESPÍRITO E A CARNE

(Um dos bispos do Fala que Eu Te Escuto e os participantes do


reality show A Fazenda (à dir.): as duas faces de várias moedas.)
Na semana passada, o profano e o religioso se confundiam na
programação da Rede Record. No horário nobre, o Jornal da Record
reagiu às denúncias contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do
Reino de Deus, por meio de reportagens que atacavam o Ministério
Público e a concorrente Globo.
De madrugada, um programa da própria igreja veiculado na emissora, o
Fala que Eu TeEscuto, repetia as mesmas reportagens à exaustão. É
mais uma evidência de que, a despeito das afirmações de independência
da emissora, Universal e Record são metades inseparáveis de um só
organismo. Pessoas ligadas à igreja ocupam a maioria dos cargos de
direção da emissora. A Universal repassa anualmente à Record
montantes crescentes de recursos – foram 240 milhões de reais em
2006, 320 milhões em 2007 e 400 milhões em 2008. Pertencem a ela,
ainda, alguns dos principais imóveis onde a Record está sediada. Boa
parte das regalias de seus executivos não sai do caixa da própria
emissora: na semana passada, VEJA constatou que um deles mora num
imóvel pertencente à Cremo, uma das empresas do esquema de
lavagem de dinheiro denunciado pelo Ministério Público.
Nos últimos cinco anos, Macedo comandou um esforço de marketing
para desvincular a imagem de seu império de comunicação das
atividades religiosas. A rede investiu centenas de milhões de reais para
modernizar sua programação com novelas como Poder Paralelo e o
reality show A Fazenda. O televangelismo, antes salpicado por vários
horários ao longo do dia, foi restrito às madrugadas – e se adotou o
discurso de que a Universal é apenas uma anunciante como outra
qualquer. Não é. Levantamento do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda
responsável pela fiscalização das operações financeiras no país, mostrou
que a Record é a segunda entre as cinquenta principais
beneficiárias de transferências bancárias da Universal (a primeira é
própria igreja).

Honorilton Gonçalves,

A compra dos horários na madrugada é um modo de justificar do ponto


de vista legal esse aporte vultoso de recursos, que representa uma
vantagem competitiva e tanto para a Record diante das concorrentes. A
Universal paga à emissora um valor acima de 200 000 reais por hora
numa faixa em que ela obtém mísero 1,4 ponto de ibope – enquanto a
Globo fatura em média 50 000 por hora no mesmo período, e com
audiência bem maior, na casa dos 6 pontos (veja quadro abaixo). Apesar
dessa distorção comercial, até agora não se questionou a fórmula de
legalização desse duto que abastece a Record com o dízimo dos fiéis.

Bispos “licenciados” ocupam os cargos-chave da Record. Honorilton


Gonçalves, um dos denunciados pelo Ministério Público, é o
mandachuva da emissora. Os bispos respondem ainda pela área de
engenharia e vendas internacionais. Os “obreiros” da Universal,
ajudantes leigos, ocupam postos intermediários e funções como as de
faxineiro e segurança. A igreja paga para que fiéis e pastores façam
cursos como jornalismo e administração, com o intuito de aproveitá-los
nos quadros da Record. O atual presidente da emissora, Alexandre
Raposo, vive com a família em uma casa num condomínio de luxo em
Barueri, na Grande São Paulo, que – conforme VEJA apurou – está
registrada em cartório como parte de um conjunto de lotes pertencentes
à Cremo Empreendimentos (a assessoria de imprensa da Record limita-
se a informar que Raposo vive “num imóvel alugado”).

As instalações mais importantes da rede em São Paulo não estão no


nome da Record, mas da Igreja Universal. Incluem-se aí o terreno
principal da sede da emissora, na Barra Funda, e o edifício no bairro dos
Jardins, área nobre da cidade, em que funcionam sua assessoria de
imprensa, o departamento comercial e o Instituto Ressoar – braço
filantrópico da Record. A emissora alega que paga aluguel mensal pela
ocupação do prédio nos Jardins – e não confirma a propriedade do
terreno na Barra Funda.

A comunhão espiritual entre Record e Universal também se dá pela via


contrária: a igreja se utiliza fartamente dos recursos e do material
produzido pela emissora. Num dos QGs de Edir Macedo – o templo
localizado na Avenida João Dias, em São Paulo, onde ele e seus
principais auxiliares moram quando estão na cidade –, carros de
reportagem da emissora ficam à disposição dos bispos do Fala que Eu
Te Escuto. As equipes do programa utilizam equipamentos da Record
para produzir entrevistas nas ruas – e seus repórteres exibem o
microfone com o logotipo da rede. Nos bastidores da emissora, artistas e
jornalistas reclamam de ver suas atrações na Record serem recicladas
no programa dos bispos – sem ganhar adicional de salário por isso.
Por que os fiéis doam tanto?

Para ganhar a bênção divina, curar-se de doenças, conseguir emprego


ou pôr fim a outras aflições. É uma prática antiga, que está no cerne de
todas as religiões, mas que a Igreja Universal do Reino de Deus elevou a
um patamar inédito.

O
REBANHO E O PASTOR

À esquerda, milhares de fiéis lotam um templo da Igreja Universal, no Rio


de Janeiro, prontos a fazer doações. À direita, o bispo Edir Macedo, em
1995, não esconde sua satisfação ao pôr a mão em um bolo de dólares
durante culto realizado no Madison Square Garden, em Nova York.

A Igreja Universal do Reino de Deus é uma potência tanto do ponto


de vista religioso quanto do econômico – e uma coisa tem tudo a ver
com a outra. Os bispos liderados por Edir Macedo arrastam multidões a
seus cultos e conseguem fazer com que elas doem verdadeiras fortunas
à igreja.

A Universal ocupa o terceiro lugar no ranking das maiores instituições


religiosas do país, atrás apenas da Igreja Católica e da Assembléia de
Deus, também pentecostal.
O bispo Macedo controla um império da fé que conta com 4 700
templos, espalhados por mais de 1 500 cidades, em 172 países.
Segundo as estimativas mais recentes, seu rebanho já chega a 8 milhões
de pessoas. Essa massa de fiéis é a responsável pelos exuberantes
resultados financeiros ostentados pela igreja. A cada ano, a organização
do bispo Macedo recebe 1,4 bilhão de reais em doações.

Não há nenhum pecado no fato de uma igreja pedir donativos aos


fiéis para sustentar suas atividades. Organizações religiosas também
precisam de dinheiro para se manter – é uma prática prevista em lei e
que goza de imunidade fiscal.
A doação religiosa remonta a Abraão, o personagem bíblico que decidiu
repartir seus ganhos com Deus. Ele doou parte do espólio de uma guerra
a um sacerdote chamado Melquisedeque como forma de gratidão por ter
sido abençoado. O bispo Macedo, portanto, não inaugurou nenhum
capítulo novo na história das religiões ao pedir doações, mas é
inegável que ele levou esse hábito a um patamar inédito.

Macedo arrecada muito porque tem método:

Ele colocou o dinheiro no centro de seu discurso teológico. Se os


católicos vêem na doação uma oportunidade de praticar a virtude da
caridade, a Universal tem uma visão muito mais pragmática do assunto.
A igreja se inspirou nos preceitos da Teologia da Prosperidade, criada
por pentecostais americanos no início do século XX, para desenvolver
uma linha de raciocínio na qual o fiel faz um “toma lá dá cá” com Deus.
Na Universal, ensina-se que a felicidade terrena é uma concessão divina.
Apenas quem é abençoado consegue ter uma vida livre de sofrimentos e
repleta de saúde e prosperidade material. Para alcançar a graça, no
entanto, é preciso viver fervorosamente a experiência da fé e, sobretudo,
demonstra-lá.

E a melhor forma de fazer isso é entregar dinheiro aos representantes de


Deus – no caso, os bispos da Universal – para que ele seja misticamente
multiplicado. A doação é um investimento. Quanto mais o fiel der à igreja,
mais receberá de Deus no futuro.

A principal modalidade de doação é o pagamento de dízimo. Cada


seguidor da igreja entrega 10% de seus ganhos mensais para financiar a
obra de Deus. Além disso, os pastores estimulam doações extras – eles
precisam cumprir metas de arrecadação para ter prestígio dentro da
igreja. “Durante os cultos, é comum ouvir frases do tipo: „Hoje
precisamos de 10% para o Pai, 10% para o Filho e 10% para o Espírito
Santo‟. Eles são extremamente criativos”, diz o sociólogo Ricardo
Mariano, da PUC do Rio Grande do Sul. Duas vezes por ano, é
organizada em todos os templos a Fogueira Santa de Israel. T

rata-se de uma campanha de arrecadação suplementar em que os fiéis


escrevem pedidos em pedaços de papel e os pastores se comprometem
a levar as anotações até Israel, onde estariam mais perto de Deus.
Paralelamente, cria-se um clima de catarse nos templos e as pessoas
são estimuladas a fazer doações altíssimas para mostrar a Deus que
aceitam se sacrificar pela igreja. Muitos doam todo o dinheiro que têm e,
depois disso, jóias, relógios, carros, computadores e até imóveis.
A maioria dos seguidores de Edir Macedo, gente humilde, com renda
familiar de três salários mínimos e que estudou, em média, até a 6ª série
do ensino fundamental, aceita esse discurso e se mostra satisfeita em
ajudar a engordar o caixa da organização. Eles acreditam que, de
alguma forma, são beneficiados ao se desfazer de suas economias. Mas
o fervor pecuniário dos bispos tem levado muitos fiéis a enfrentar a ruína
financeira no afã de agradar a Deus. Há gente que, depois de chegar à
conclusão de que estava sendo ludibriada, decide entrar na Justiça para
reaver o dinheiro que entregou ao bispo Macedo.

Maria Moreira de Pinho, de 72 anos, que vive em São Paulo, é uma


dessas pessoas. Ela entrou na Universal em 1991. Em seis anos, vendeu
dois apartamentos, algumas ações e as duas máquinas de costura, sua
antiga forma de sustento, para arrecadar dinheiro para a igreja. Entregou
mais de 100.000 reais aos pastores. “Dei tudo o que tinha pela promessa
de ser abençoada”, diz. Anos depois, na miséria, ela se revoltou. “Como
alguém que passa necessidade e tem de morar de favor pode se
considerar abençoada?”, indaga. Maria decidiu processar a Universal
para reaver seu dinheiro. Apesar disso, não perdeu a fé. Continua
evangélica, mas passou a frequentar a Igreja Internacional da Graça de
Deus, do cunhado de Edir Macedo, o missionário R.R. Soares. “Agora,
pago só o dízimo. Estou aliviada por não ter mais de fazer a Fogueira,
prometer dinheiro, vender coisas para dar à igreja”, afirma ela.

Maria encarna o pensamento médio do cristão pentecostal. Não está


arrependida por ter dado dinheiro, mas por não ter recebido a bênção
divina em troca. O “toma lá dá cá” não funcionou. Para evitar defecções
como essa, os pastores dizem que, se a graça divina não é concedida, a
culpa nunca é de Deus, mas do próprio cristão, que teve pouca fé e não
se empenhou como deveria. Como se redimir? Aumentando o ritmo das
doações, é claro.
Sacrifício em Dinheiro

Exemplos de fiéis da Universal que ficaram na miséria se acumulam. Há


casos trágicos, como o do ex-porteiro Edson Luís de Melo, que sofre de
depressão severa e entregou cada centavo de seu modesto patrimônio
na esperança de ser curado. “Ele achava que a igreja poderia salva-lo do
sofrimento psicológico. Quando não estava trabalhando, estava no culto.
No final, doava todo o salário. Não sobrava nada para ele.

Esses cinco anos o levaram à falência e à loucura”, diz sua mãe, Dulce,
que precisou interditar o filho na Justiça para impedi-lo de continuar
doando. Outras histórias beiram o anedótico, como a de Gláucio Verdi,
que ficou apenas um ano na Universal e acabou com o nome sujo na
praça. Verdi passou a frequentar cultos em 2004, quando estava
desempregado. Entregou um cheque pré-datado de 1 000 reais ao
pastor, sem ter dinheiro no banco. Ele esperava vender uma lambreta
para cobrir o pagamento. Como não conseguiu, pediu que o cheque
fosse devolvido. Nada feito: a Fogueira de Israel não admite passo atrás.

A Universal depositou o cheque de Gláucio e ele está no cadastro


negativo do Serasa até hoje.

Todo grupo religioso, seja qual for sua origem, deve ter o direito de
professar sua fé em paz. Esse é um dos pilares que sustentam o estado
democrático de direito. Perseguições de caráter religioso sempre
estiveram entre as piores monstruosidades perpetradas pela
humanidade. Mas quem se propõe a guiar um rebanho deveria saber que
uma alma que busca conforto na religião para superar um momento de
fragilidade emocional atravessa um período de vulnerabilidade. É capaz
de tomar atitudes impensadas, com consequências drásticas para seu
destino.
Xuxa processa publicação da Igreja Universal, diz jornal:

Xuxa entrou na Justiça contra a “Folha Universal”

O jornal da Igreja Universal, segundo a notícia divulgada


nesta segunda-feira, 10, na coluna da jornalista Mônica
Bergamo, da “Folha de São Paulo”.

Segundo a publicação, a “Folha Universal” fez uma


reportagem sobre possível pacto satanista da
apresentadora.

Xuxa pedirá uma indenização de R$ 3 milhões e exigirá a


retratação. A apresentadora teria declarado que:

“Respeita todas as religiões, tem fé e amor a Deus e toda


sua vida foi voltada para fazer o bem a exemplo do
trabalho que desenvolve na fundação que leva o seu
nome”.

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