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o Beiru, os africanos e seus descendentes foram importantes personagens dos
mundos do trabalho e da cultura urbana do século XIX, embora muitas vezes
invisibilizados. Eles inventaram e desenvolveram territórios urbanos, redefinindo
O Beiru era todo cortado por rios formados por bacias de água doce e existia um rio com
águas escuras chamado pela comunidade do Terreiro de Rio Negrão, do lado esquerdo
do Terreiro existia uma fonte chamada Fonte do Dendê, do lado direito existia outra
fonte que ficava dentro do Terreiro a Fonte da Telha consagrada à Kisanga, cabocla de
Maria Neném, aonde as pessoas da vizinhança vinham lavar roupa e pegar água para
levar para casa. O Campo Seco, hoje Cabula VI, era puro mato, a gente andava por ali a
pé pra chegar à Boca do Rio, não tinha transporte, ou se ia montado em jegue, burro ou
cavalo, ou ia a pé para o Abaeté, Boca do Rio e Itapuã, pela estrada da Cachoeirinha (sic)1.
A casa que abriga o candomblé do Terreiro Tumbenci apresenta uma fachada sim-
ples, com paredes pintadas na cor branca. Possui dois acessos: um na porta da frente e outro
na porta do fundo, que dá para a outra rua. No barracão, fica o salão de festa, de formato re-
tangular, com duas portas, uma na entrada para o salão e outra no fundo; cercado de janelas.
No seu interior, o salão tem o teto decorado com bandeirolas e, nas paredes, há quadros com
a foto de Mameto Maria Neném.
No barracão, também se encontra, no alto, o lugar onde ficam os atabaques e,
em volta, estão a cadeira da Mameto, a dos Tatás, a dos Macotas e as cadeiras dos visitantes,
além dos bancos de cimento. No lado de fora, estão localizadas as casas (Unzó) dos Inquices
Cavungo, Zazi, Burungunzo, Incoce de Vunji, Lemba, Katende; as Aldeias de Tempo, do Ca-
boclo Pedra Preta, do Caboclo Tupiaçu; a Sala de Kisanga (das Caboclas de Maria Neném);
o Rondemeou Baquice (Camarinha); também os assentamentos dos Ungiras e as plantas
utilizadas para banhos e feitura de remédios, que são orientados pelo Caboclo Pedra Preta.
Há ainda dois banheiros e a cozinha. Ao lado da cozinha, há uma escada e, logo acima, um
quarto onde se acomodam os filhos da casa e os visitantes.
O terreiro continua conservando suas tradições sob a orientação da Mameto Lem-
bamuxi, que lutou muito para cuidar e levantar o Terreiro, que praticamente estava todo no
chão. As obras de construção e de manutenção realizadas no terreiro são geridas pela Mameto;
assim como a aquisição de suprimentos, que é apoiada tanto pelos filhos de laços consanguí-
neos, como pela comunidade que frequenta as festas e faz consultas com o Caboclo Pedra
Preta.
É importante destacar o que conceitua Castro (2001, p. 183), quando nos fala que:
O Terreiro Tumbenci é um dos mais antigos Terreiros de Angola. Ele foi fundado
em 1850 e é espaço de energia, força vital, que está presente em todas as coisas; onde se pre-
servam crenças e tradições: todos os mitos, ritos, cantigas e danças são referências de memó-
rias e histórias que contribuirão para perpetuar a riqueza da religiosidade angolana e de suas
grandes Mametos - Maria Genoveva do Bonfim, cognominada Maria Neném, reconhecida
como a mãe das tradições Banto no Brasil, e a líder atual, a Mameto Lembamuxi, Senhora
Gereuna Passos Santos.
Nesse sentido, a Mameto Lembamuxi comenta que:
Os candomblés de Nação Angola são também conhecidos como Congo- Angola […]
cultua um deus supremo chamado Zambi, também conhecido como Zambiapongo, e a
natureza, personificada nas divindades chamadas Inquices, que são Unjira, que domina
os caminhos; Incoce, que domina os metais; Katende, dono do segredo das folhas; Mu-
talambo, que domina o mundo animal das florestas; Gomgobira, que tem domínio das
matas; Zazi, que domina os céus e os astros; Angorô, responsável pelo círculo da água;
Cavungo, que tem domínio das doenças epidêmicas e atua na sorte; o Tempo, que tem o
domínio do vento; Bamburucema domina os ventos, a tempestade e os mortos; Caiala
divindade das grandes águas, isto é, dos mares e oceano; Dandalunda, domínio das águas
doces; Zumbá que domina a vida que brota dos manguezais, dos pântanos, da lama;
Lemba é o Inquice da paz; e os Vunjidonos da alegria, que são semelhantes aos orixás no
que tange à sua atuação, mas diferentes em sua essência, pois são a energia da natureza
presente. Além do culto aos Inquices trazidos da África, a nação Angola cultua também
os antepassados, e os Caboclos os donos da terra. Os atabaques são tocados com as mãos
e as cantigas possuem muitos termos em português (Sic) (MAMETO LEMBAMUXI)
(COSTA, 2018, p. 54).
Sigo os preceitos dos meus ancestrais e antigos. O Caboclo Pedra Preta trabalha comigo
desde os 13 anos, ele é quem me orienta, quem cuida de mim, da minha família e de
todos aqueles que chegam ao Terreiro pedindo ajuda. Ele é um caboclo encantado das
matas, que tem convivência com a ancestralidade africana e tem o dom da cura, porque
ele nasceu e vive em comunhão com a natureza e tem ligação com amazi (água), insabas
(folhas), com o sol, com a lua, com a chuva, com os rios e cachoeiras. O Caboclo Pedra
Preta é um caboclo muito evoluído que busca conhecimentos até os dias de hoje. Eu não
conheci Maria Neném e ele fala muito dela, contando a sua história, para a comunidade
do Tumbenci. Ele é muito querido atraindo muitas pessoas de fora do terreiro que vão à
busca de curas e orientações espirituais. Durante suas reuniões, ele gosta muito de falar
sobre a grande missão que Zambi lhe deu de cuidar da saúde e das pessoas, possui um
vasto conhecimento sobre as plantas e seus tratamentos são a base de folhas, sementes
e minerais, prescrevendo também limpezas e ebós que além de limpar o corpo, limpam
também o espírito (sic) (MAMETO LEMBAMUXI) (COSTA, 2018, p. 85).
Castillo (2010) enfatiza que o segredo da religião pode ser lido em três vértices, a
saber: a hierarquia formal e interna; o contexto social interno e a concorrência interna do
poder. A partir dessas considerações, ratifica-se o que já foi dito por outros estudiosos, com
intuito de fazer o leitor entender que o candomblé é uma organização social que segue uma
estrutura hierárquica, com definições e responsabilidades obtidas através de orientação de
divindades, mas também humana.
A Mameto Lembamuxi lembra não só que a iniciação no Terreiro Tumbenci segue
os preceitos deixados pela Mameto Maria Neném, mas também que é muita responsabilidade
o início de uma nova vida religiosa. A iniciação pode ser de uma pessoa ou de mais de uma
pessoa e se chama barco. O ritual é secreto, no interior da camarinha, com a presença apenas
do grupo religioso. No dia da festa pública, o terreiro fica cheio de membros da comunidade
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e de muitos convidados, pois a saída de um barco de Muzenzas é um grande evento para o
povo de santo.
As Saudações
Expressões usadas no dia a dia. Saudações Abença Mucuiu Deus lhe abençoe Mucuiu
no Zambi Licença Umbanagira ou Bandagira Que Zambi (Deus) lhe faça o bem Zam-
binaquatessala Amém Aueto Força, Axé Guzo.
Em 1896, o termo etnobotânico foi empregado pela primeira vez pelo botânico
norte- americano Harshberger, para descrever o estudo de “plantas usadas pelos povos aborí-
genes”, auxiliando na elucidação da posição cultural das tribos indígenas (ALBUQUERQUE,
1997). Assim, Ford (1978) relata que a etnobotânica é o estudo das inter-relações diretas
entre seres humanos e as plantas. Alves et al. (2007), por sua vez, complementam que o es-
tudo das sociedades humanas e suas interações (ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e
culturais) com as plantas é compreendido como etnobotânica.
De maneira indireta, este tipo de relação e cultura medicinal desperta o interesse de
pesquisadores em estudos envolvendo áreas multidisciplinares, como, por exemplo, botânica,
farmacologia e fito-química, que juntas enriquecem os conhecimentos sobre a inesgotável
fonte medicinal natural: a flora mundial. O uso de plantas medicinais por líderes do candom-
blé significa a retomada de tradições milenares e vem a ser, pois, uma expressão de resistência
cultural, ainda que isso represente, de fato, um distanciamento do que hoje é conhecido
como assistência convencional em saúde.
Os terreiros exercem um papel primordial nos processos de cura, na sacralização dos
objetos, na iniciação dos adeptos e em todas as práticas religiosas. Os sacerdotes e sacerdoti-
sas têm conhecimento da importância das folhas para a cura do corpo e do espírito, graças à
tradição oral. Este conhecimento adquirido é repassado de geração a geração; dos idosos para
os iniciados.
A importância das plantas medicinais e ritualísticas no Brasil é resultante da influ-
ência cultural dos indígenas e das tradições dos negros africanos. A folha é vital para o povo de
santo. Sem ela, é impossível realizar qualquer ritual. O Terreiro Tumbenci é cercado por várias
qualidades de folhas que são usadas para o preparo de chás, garrafadas, xaropes e infusões
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utilizadas tanto para alívio ou cura dos males físicos ou espirituais, como para cerimoniais e
rituais religiosos, sendo base para banhos, purificação, defumações e limpezas.
Para mostrar a importância dada ao uso de plantas em terreiros de candomblé,
Verger (1995), após exaustiva pesquisa, lançou o livro Ewé: o uso das plantas na sociedade
iorubá. A obra reúne 2.216 receitas com folhas, cascas, sementes, frutos, flores e raízes. As re-
feridas receitas são indicadas para as mais diversas finalidades: problemas de pele, impotência
sexual, falta de dinheiro, pesadelos etc. Constam ainda no livro a identificação das plantas e
as fórmulas, em iorubá e português.
Verger inclui e analisa as palavras que devem ser pronunciadas durante os rituais,
um ponto essencial na liturgia iorubá. O autor enfatiza que, na religião de matriz africana,
o candomblé, as folhas estão sempre presentes dentro da cerimônia. Antes de se fazer a ceri-
mônia, a pessoa precisa tomar banho de certas plantas, para ter esse axé, essa força que está
dentro das plantas.
O BANHO DE ERVAS
A DEFUMAÇÃO
Defumar quer dizer queimar, esp. sobre brasas de ervas, raízes aromáticas (alecrim,
benjoim, alfazema). Para perfumar ambientes, essa mesma queima é usada para espantar
malefícios e atrair boa sorte. A sabedoria do povo de terreiro reconhece que utilizar os prin-
cípios ativos das plantas e de suas correlações energéticas altera a vibração do ar e da energia
do ambiente.
SACUDIMENTOS E DESCARREGOS
As ervas, na forma de ramas e galhos, podem ser “batidas” nas pessoas e objetos, com
o objetivo de desprender as cargas negativas. As folhas, depois de usadas, devem ser partidas e
despachadas junto a algum lugar de vibração da natureza, de preferência direto sobre o solo.
Alecrim de Tabuleiro afugentador de larvas astrais, razão pela qual se deve usá-lo nos defumadores.
continua....
ERVA USO
erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que se fazem nos
Capim-limão
terreiros. Propicia a aproximação de espíritos protetores.
tem grande prestígio nas defumações, em face de ser anuladora de eguns e
Girassol
destruidora de larvas astrais. Nas defumações usam-se as folhas e nos banhos
colocam-se, também, as pétalas das flores, colhidas antes do sol.
é aplicada nos banhos fortes, misturada com aroeira, pinhão-roxo, cajueiro
Mangueira e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao terminar, a pessoa deve
vestir uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias de festa.
colhido e seco, sua folha previne contra raios e coriscos em dias de tempestades,
Manjericão-roxo
usando o defumador. Também é usada como purificador de ambiente.
seu uso ritualístico se limita à utilização do pó que, espalhado ao ambiente,
Noz-moscada (Dandá da exerce atividade para melhoria das condições financeiras. É também usado
Costa) como defumador. Este pó, usado nos braços e mãos ao sair à rua, atrai fluidos
benéficos.
aplicado em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta possui o grande
Pinhão Branco
valor de quebrar encantos.
no ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão branco. É poderoso
Pinhão Roxo nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos domiciliares,
usando-se os galhos.
Vassourinha de Botão é usada nos sacudimentos pessoais e domiciliares.
Vassourinha de Relógio ela somente participa nos sacudimentos domiciliares.
entra nos sacudimentos de domicílio, de local onde o homem exerce atividades
Vassourinha-de-igreja
profissionais.
Fonte: Autores (2019)
Devido à exploração urbana, o Terreiro Tumbenci perdeu quase toda a sua extensão
de terra e a sua mata. Apesar disso, todavia, ele possui ainda uma grande quantidade de folhas
e árvores sagradas que foram plantadas e são cuidadas por sua comunidade. Em alguns casos,
também são procuradas folhas em lugares onde há um pouco de mata Atlântica; em outros,
são ainda estas compradas na mão dos erveiros nas feiras.
Segundo Barros (2009), as comunidades tradicionais procuram sempre uma convi-
vência harmônica com a natureza, pois é delas que vêm os segredos da existência da própria
religião. Essa relação homem/ vegetal é sempre sedimentada através do conhecimento em-
pírico secular, em que aquele, plenamente familiarizado com a flora do seu entorno, busca
soluções para os mais diversos problemas surgidos em suas comunidades.
Vale a pena ressaltar que toda comunidade de Terreiro da Nação Angola cultua o
Inquice Catende, Senhor das Insabas (folhas) sagradas, em parceria com Mutalombô. Am-
bos têm o papel de proteger a floresta e possuem o mistério das folhas e do seu emprego na
medicina.
Figura 2: Mutalombô
Fonte: Ubi Maya (2017)
Figura 3: Catendê
Fonte: Ubi Maya (2017)
Catendê: é o Senhor das folhas e da cura. Ele é o Inquice detentor da força, poder
e vitalidade. A sua presença nos rituais mágicos e litúrgicos é indispensável.
• Dia da semana: quinta-feira
• Cores: verde e branca.
• Comidas: milho, acaçá, mel, fumo de rolo, galo macho, pombo e cabrito.
• Paramentos: flecha de ferro (com sete lanças ao redor) em cima um pássaro, que voa por
toda parte e pousa em sua cabeça contando tudo o que acontece no mundo.
• Indumentária: roupas sempre na cor verde, enfeitadas com folhas.
• Dança: com movimentos de proteção às folhas sagradas e com elas vai limpando as pessoas,
trazendo saúde, que é a maior riqueza do ser humano.
Fróes (2012) fala da possibilidade de traduzir um conhecimento de uma linguagem
para outra, tornando, por exemplo, um conceito científico em uma linguagem comum. Além
disso, propõe o reconhecimento de saberes produzidos no que chama de espaços multirre-
ferenciais de aprendizagem, responsáveis pela criação e difusão dos saberes para além dos
espaços formais de produção de conhecimento.
Lima (2003, p. 19) enfatiza que o grupo religioso do candomblé: “[...] é uma força
efetiva de socialização, de prestígio e de mobilidade dentro da classe religiosa e da sociedade
global, porque fortalece os estudos e pesquisas das religiões de matriz africana na formação
da sociedade brasileira global”. Diante desse contexto, identifica-se a necessidade de realizar
ações que favoreçam a preservação e a socialização desse legado.
Os candomblés sustentam uma cosmologia integrada da realidade, que poderíamos
chamar de holística, na medida em que passam uma interconexão entre todos os elementos
da natureza humana e não humana. Esta interconexão se dá através da atuação de uma força
vital, presente em toda a realidade, de modo fundamentalmente dinâmico. Tal força é conhe-
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cida, dependendo da origem ou “nação” do candomblé como Axé – para os de origem iorubá;
Nguzu- para os de origem Congo-Angola, ou simplesmente “força” (SERRA, 1995).
A movimentação do Axé ou Guso faz com que a própria natureza, a própria realida-
de seja inteiramente dinâmica - e esse fato tem forte impacto na maneira como essa cosmo-
logia entende todos os eixos da experiência, passando pelo modo como conhecemos, como
agimos e como estamos sempre em constante transformação.
A rigor, as religiões negro-africanas são patrimônio desta nação e compõem, parti-
cularmente, o universo cultural da raça negra brasileira, que foi sequestrada da África para a
Europa e para as Américas, sendo mantida nestes continentes na condição de escrava, tortura-
da, física e psicologicamente, por mais de quatrocentos anos. Nos terreiros, são transmitidos
oralmente os “segredos” religiosos, tais como fórmulas, receitas de comida de santo, letras de
pontos cantados (cânticos religiosos cerimoniais), rezas, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abstract: presenting data on Candomblé Angola in the city of Salvador-BA is a great challen-
ge due to the fact that there is little academic production. It is possible to observe that, almost
always, there is a reflection of the concentration of Jeje and Nagô nations in the city of Salvador
and in the Bahia Recôncavo. In this article, we chose to give a voice to Mameto Lembamuxi, a
religious leader of Angolan tradition, who in the 21st century remains faithful to the teachings
of Candomblé Angola. Mameto, with the guidance of Caboclo Pedra Preta, in the outskirts of
Beiru, in the city of Salvador - Ba, worships traditions, prayers, songs and recommends bathing
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in sacred leaves. In the powers made by Nunes (2017, p.210) “the attire of the caboclos is usually
concentrated on the use of colored feathers, such as bows, arrows and gourds. Angola, it seems to
be approaching here”.
Nota
1 Entrevista gravada no Terreiro Tumbenci, 16 de abril 2015.
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