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AULA 2

FATOS E RISCOS NO TRÂNSITO


Na Aula 1, vimos que o trânsito é a principal causa de morte acidental na infância – daí a importância
de você começar, desde já, a ampliar seus conhecimentos sobre o tema e a mobilizar sua comunidade
em torno de um programa de prevenção de acidentes com crianças. Hoje iniciamos uma série de aulas
sobre segurança no trânsito que vai até a Aula 4, quando passaremos ao estudo dos demais acidentes
e suas respectivas medidas e atitudes de prevenção.
Antes de mais nada, é importante compreender a vulnerabilidade da criança em situações perigosas.
As limitações relacionadas ao desenvolvimento infantil representam um risco em potencial para a
ocorrência de acidentes, principalmente entre crianças até 10 anos. Elas ainda não têm condições de
perceber o perigo e de reagir com rapidez e destreza.

OS LIMITES FÍSICOS E PSICOLÓGICOS DA CRIANÇA NA RUA¹


De Bernard Schneider e Jacques Robin

A VISÃO
Uma criança não vê como um adulto. Seu campo visual
é estreito: vê unicamente na frente dela, como se usasse
“antolhos”. Devido à sua pequena estatura, não pode
ver por cima dos automóveis estacionados. Ela também
fica escondida do campo de visão do motorista. Vê
apenas por contrastes: leva cerca de quatro segundos
para distinguir se um automóvel está em movimento ou
parado. Confunde “altura” e “distanciamento”: o
automóvel lhe parece mais afastado do que um caminhão.
Confunde “ver” e “ser visto” e, consequentemente,
negligencia mostrar-se.

A AUDIÇÃO
Uma criança não ouve como um adulto. Não detecta
bem de onde provêm os sons. Os ruídos da vida cotidiana
a distraem. Ela entende apenas os barulhos que a
interessam (chamada de um colega, por exemplo).

A RELAÇÃO CAUSA-EFEITO
Uma criança não a compreende efetivamente. Assim,
não pensa que é necessária uma distância de frenagem
para um veículo parar. Ela acredita que o automóvel pode
parar imediatamente, desde que o motorista freie.
¹Livre tradução do cartaz “Les limites
physiques et psychologiques de l’enfant
DISTÂNCIA, TEMPO E VELOCIDADE dans la rue”, publicado pelo Instituto
Uma criança não é capaz de avaliá-los corretamente. Nacional para a Segurança das Crianças
da França. O original, em francês, está
disponível em http://secuenfant.free.fr/

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A SÍNTESE
Uma criança não sabe pensar e reagir a várias coisas ao
mesmo tempo. Por exemplo, é difícil para ela observar ao
mesmo tempo a travessia para pedestres, a indicação de verde
no semáforo para pedestres e o movimento dos automóveis.

A SATISFAÇÃO DAS SUAS NECESSIDADES


Uma criança procura primeiro satisfazer as suas próprias
necessidades. Para ela, brincar, mover, chegar na hora na
escola ou em casa, juntar-se aos seus pais do outro lado da
rua ou recuperar a sua bola é mais importante do que observar
a circulação. Para fazer o que deseja, uma criança é capaz de
lançar-se contra um automóvel que viu, mas que está criando
um obstáculo em seu caminho.

A MORTE
Uma criança não teme a morte. Para ela, a morte é como um jogo: brinca frequentemente de estar
morta, depois se levanta e está viva novamente. A criança não tem, por conseguinte, medo de morrer,
mas tem medo de levar “bronca” dos adultos por obrigar os automóveis a frear. Assim, ela corre com
o objetivo de não incomodar os motoristas, evitando obstruir o caminho dos automóveis.

O AMBIENTE QUE PROTEGE


Uma criança tem frequentemente a impressão de estar segura. Por exemplo, pensa que nada pode
acontecer com ela se seus pais ou adultos estão por perto, ou se está próxima de sua casa ou de
sua escola.

FALSAS “IMAGENS” DA CRIANÇA


Os objetos não têm, para a criança, o mesmo significado que têm para os adultos. A rua para ela é
um espaço para brincar sob o controle dos pais. O automóvel é confiável, porque se assemelha a um
ser humano (faróis = olhos etc.). A faixa de pedestre, chamada por alguns, de forma imprópria, de
protegida, no seu pensamento é um lugar onde nada lhe pode acontecer.

A IMITAÇÃO
Uma criança imita sempre os adultos. Mais que imitar, a criança pensa que, se os outros atravessam,
ela também pode, sem perceber que em alguns segundos a situação se altera. Se as crianças se dão
as mãos, elas se confortam mutuamente no pensamento de que não existe perigo.

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POR QUE TANTOS ACIDENTES DE
TRÂNSITO NA INFÂNCIA?

Os acidentes de trânsito não acontecem somente por


limitações naturais do desenvolvimento infantil. São diversos
os fatores envolvidos, como as condições ambientais e
de infraestrutura de tráfego, a política de mobilidade
urbana vigente em nosso país, o mau comportamento de
motoristas e pedestres e o descuido dos pais e responsáveis
por crianças e adolescentes.

As condições ambientais interferem na incidência dos


acidentes de trânsito quando representam obstáculos para
a visibilidade de motoristas e pedestres. Nesse sentido, noite, chuva e neblina tornam-se perigosas. O
período mais crítico é das 18h às 20h, tanto pelo intenso movimento quanto pela rápida alteração da
luminosidade natural.

Quanto às condições do tráfego e das vias públicas, os centros urbanos brasileiros deixam muito a
desejar. As vias e pistas múltiplas e com sentido duplo são as mais perigosas. As cidades estão cada
vez mais superlotadas de veículos e carecem de melhor planejamento urbano e de tráfego. Inúmeras
ruas e estradas estão em péssimas condições de manutenção, falta sinalização adequada e também
uma fiscalização de trânsito mais eficiente.

A política de mobilidade urbana vigente em nosso país prioriza o tráfego de automóveis em vez
da circulação dos restantes. Os privilégios concedidos ao automóvel na gestão de obras viárias e
rodoviárias, pelas várias instâncias de governos, sobrepõem-se aos direitos elementares das pessoas.
O individualismo, a violência e a impunidade acabam predominando, em detrimento de um trânsito
seguro calcado na coletividade e no exercício diário da cooperação e da solidariedade.

No âmbito do comportamento coletivo, os acidentes de trânsito são


fruto de posturas agressivas, impulsivas e competitivas, da desatenção
ou do desconhecimento das regras de trânsito, assim como do
individualismo e da pressa característicos do estilo de vida moderno.
Todos querem chegar antes, beneficiando apenas a si próprios, mesmo
que às custas do desrespeito à vida e às convenções do trânsito.

Por fim, o comportamento de pais e responsáveis por crianças e


adolescentes até 14 anos é outro fator que contribui para os altos
índices de acidentes de trânsito. Nesse sentido, podemos destacar:

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A falta de educação para o trânsito;
A falta de acompanhamento das crianças pedestres (principalmente os menores de 10 anos,
que não devem atravessar a rua sem acompanhamento de um adulto);
O uso de cintos, assentos e cadeirinhas de segurança incompatíveis com o peso e o tamanho
da criança;
Trafegar com crianças soltas no carro, sem nenhum dispositivo de segurança;
Trafegar com bebê no colo;
A instalação inadequada dos equipamentos de segurança;
A não adoção de equipamentos de segurança (capacete, cotoveleiras, joelheiras e sinalizadores)
para tráfego em bicicleta, skates e patins.

Ao planejar um programa de prevenção de acidentes de


trânsito ou de outros acidentes, devemos levar em conta
dois eixos norteadores da nossa ação: o reconhecimento dos
riscos e a educação para atitudes preventivas. Reconhecer A educação pode
os riscos funciona como um alerta para a problemática e transformar a atual
a educação é o que possibilita a mudança de hábitos e realidade dos acidentes
atitudes para uma vida mais segura. em bem-estar coletivo
e qualidade de vida.
A escola, espaço fundamentalmente dedicado à formação Você é protagonista
de crianças e jovens, é um ambiente propício para
desta mudança!
desenvolvermos um programa de prevenção. Mas vale
lembrar que a educação vai muito além do meio escolar:
estende-se à ação direta de pais, familiares e cuidadores,
ao envolvimento da comunidade e à atuação de cada um
na transformação da atual realidade do trânsito.

Em outras palavras, as ações mobilizadoras podem ser eficazes mesmo fora do espaço educativo
formal. É possível trabalhar atitudes preventivas dentro ou fora da escola, por exemplo, com seu
grupo de amigos e vizinhos, na associação do bairro, no clube, em uma caminhada coletiva de
reconhecimento das ruas e dos riscos etc.

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ATIVIDADES

Estamos chegando ao final da aula. Veja, a seguir, as tarefas que você deve cumprir antes de cursar
a Aula 3. Organize-se e bom trabalho!

1. Leia o texto “Entendendo a criança como pedestre”.

ENTENDENDO A CRIANÇA COMO PEDESTRE²

Para iniciar um programa de prevenção de acidentes


de trânsito, é muito importante que você disponha de
conhecimentos a respeito das pessoas que correm maior
risco de sofrer acidentes na condição de pedestres.
Também é preciso saber onde, como, quando e por que
ocorrem os atropelamentos. Esse será o primeiro passo
não apenas para se elaborar mas, principalmente, para
se implementar uma iniciativa na comunidade com o
objetivo de melhorar a segurança dos pedestres.

Os caminhos do desenvolvimento infantil e os fatores de


risco de acidentes envolvendo crianças que circulam nas
ruas como pedestres são conhecimentos imprescindíveis
para quem deseja atenuar os riscos de acidentes
envolvendo esse universo de pessoas.

QUEM CORRE RISCO?

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2014, cerca


de 4,3 mil crianças morreram e outras 122 mil foram ² Esta é uma atualização e reprodução de
parte do texto “Entendendo a criança co-
hospitalizadas em decorrência de acidentes domésticos
mo pedestre”, publicado originalmente no
e de trânsito. O trânsito é responsável por quase metade Guia do programa criança segura - Pedestre,
dessas mortes. que se encontra nos materiais educativos do
nosso curso.

Características sócio-demográficas, como idade e


gênero, influenciam o risco de as crianças sofrerem
atropelamentos. Observe a lista a seguir.

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Crianças menores de cinco anos: normalmente, não apresentam índices significativos de taxas
de mortalidade por atropelamento. Em parte, isso pode ser explicado pela menor exposição de
tais crianças ao trânsito – já que estariam sob vigilância e/ou em companhia mais intensa dos
pais ou dos responsáveis. Um tipo de acidente que acontece nessa faixa etária e merece atenção
dos adultos é o atropelamento de crianças pequenas dentro de garagens e estacionamentos,
uma vez que nesses ambientes elas podem estar soltas e, por sua baixa estatura, não são vistas
pelos motoristas.

Crianças de cinco a 10 anos: são as principais vítimas


de atropelamento. Frequentemente, as crianças nessa
idade estão iniciando a vida escolar e, muitas vezes,
indo à escola sozinhas ou começando a andar mais
distantes dos pais. Por isso, estão em uma “janela de
vulnerabilidade”: como os responsáveis já esperam
dessas crianças uma maturidade suficiente para
atravessar a rua com segurança, acabam deixando-as
mais soltas e expostas aos perigos do trânsito.

Crianças e adolescentes acima dos 10 anos: essa


faixa etária apresenta percentuais de mortalidade
por acidentes de trânsito (em relação às mortes por outros acidentes) menores do que o grupo de
cinco a 10 anos. Porém, ainda assim a mortalidade por acidente de trânsito é relevante: 70% das
crianças dessa faixa etária envolvidas em acidentes de trânsito acabam falecendo.

Meninos x meninas: como acontece em outras ocorrências de morte por causas externas, na
condição de pedestres, os meninos se destacam como vítimas mais frequentemente do que as
meninas.

Ambiente socioeconômico: as crianças que vivem em regiões onde se concentram populações


de baixa renda são mais propensas a atropelamentos. Muitos estudos de diferentes países têm
relatado que crianças de regiões com baixos índices socioeconômicos correm maiores riscos de
sofrer lesões quando transitando na condição de pedestres.

Cumprida esta etapa, participe do fórum da Aula 2!

2. Na última aula, você definiu o público-alvo do programa de prevenção de sua comunidade.


Nesta lição, vimos juntos alguns dos riscos a que a criança está sujeita no trânsito. O próximo passo
fundamental é você pensar nas parcerias que lhe ajudarão a colocar o programa em prática.

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Suas parcerias podem incluir, por exemplo: diretores de
escolas, associações de pais e de bairros, engenheiros de
tráfego, especialistas em trânsito, organizações da sociedade
civil, empresas, estabelecimentos comerciais e clubes sociais,
entre outros voluntários que se proponham a contribuir com as
atividades de promoção da segurança das crianças.

Essa contribuição poderá acontecer de diversas formas, por


exemplo: voluntários que atuem diretamente na execução de
atividades com a comunidade (público-alvo do programa);
voluntários que se dediquem ao planejamento de ações e/
ou preparo de materiais para as atividades do programa;
colaboradores na arrecadação de fundos ou financiador de
ações do programa; voluntários para ações de divulgação do
programa e de sua causa.

Não perca tempo! Liste e comece a contatar possíveis parceiros e colaboradores para o programa de
prevenção de acidentes de sua comunidade. O trabalho de prevenção vai muito além da capacidade
de uma pessoa executar sozinha: é fundamental estabelecer parcerias que ajudem a identificar e a
atingir metas de segurança.

Bom trabalho e até a Aula 3!

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MATERIAIS PARA APOIAR AS
AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO

AULA 2 FATOS E RISCOS NO TRÂNSITO

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FERRAMENTAS PARA INTEGRAÇÃO DO GRUPO

Se você está pensando em iniciar uma atividade de prevenção de acidentes com um grupo na sua
comunidade, lembre-se da importância de as pessoas se conhecerem e estabelecerem elos que
motivem ações conjuntas em defesa da segurança das crianças. Os vínculos pessoais potencializam
os interesses, os saberes e as vivências coletivas.

Sempre que você reunir um grupo pela primeira vez, recomendamos utilizar alguma técnica de
apresentação. Esse tipo de atividade desenvolve as relações interpessoais e facilita a proximidade, o
diálogo e as futuras ações do grupo. A seguir, apresentamos algumas dessas técnicas – escolha uma
delas, levando em conta o perfil do grupo com que você está trabalhando e o tempo disponível para
a ação.

1) A PERGUNTA SURPRESA

Materiais
Lista de perguntas impressa, tesoura e envelope grande ou caixa.

Crie uma lista de perguntas fáceis, de caráter pessoal, que possam ser respondidas pelos participantes.
Alguns exemplos: “Qual a sua música preferida?”; “O que você comeu no almoço de ontem?”; “O que
você gosta de fazer nos momentos de lazer?”; “Você gosta do lugar onde mora?”; “Qual a viagem dos
seus sonhos?”. Você deverá providenciar ao menos uma pergunta para cada participante do grupo.

Imprima a lista de perguntas e recorte cada uma em separado. Coloque todas as perguntas misturadas
dentro de um envelope ou de uma caixa.

Em seguida, convide seu grupo a sentar-se em círculo. Explique a atividade: cada participante terá a
vez de se apresentar aos colegas, dizendo seu nome, sua profissão ou atividade principal, e registrando
mais algum comentário que queira fazer sobre sua vida pessoal. Depois, deverá pegar e responder a
uma pergunta-surpresa em voz alta.

Conduza a atividade de modo que todos se apresentem com descontração e alegria.

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2) DOIS EM UM

Materiais
Folhas A4 ou rascunho e canetas.

Convide os participantes a se organizarem em duplas para realizarem a seguinte tarefa: os dois colegas
deverão conversar entre si durante 10 minutos, de modo a se conhecerem melhor. Depois, cada um
terá 30 segundos para apresentar o colega ao restante do grupo.

Finalize parabenizando a turma pelo desempenho, comentando que o primeiro passo para a formação
de uma rede colaborativa é conhecer melhor as pessoas, suas atividades e seus interesses.

Observação: em grupos com mais de 20 participantes, proponha a atividade em trios.

3) MEU COMERCIAL

Materiais
Folhas A4 ou rascunho e canetas.

Convide a turma a se organizar em duplas, para realizar o seguinte jogo: cada participante vai criar
um comercial, como os comerciais de TV ou rádio, no qual cada membro destacará as suas qualidades
e competências importantes para ajudar na prevenção de acidentes no trânsito. Comente que é um
jogo, que não tenham medo de errar – vale usar o bom humor ou qualquer outra estratégia.

Os participantes têm 10 minutos para se preparar. Cada comercial pode ter até 30 segundos, no
máximo. As apresentações serão individuais, mas sugerimos que a tarefa seja feita em duplas
para que os colegas possam ajudar-se entre si – separe cinco minutos para finalização e preparo
da apresentação do comercial com a ajuda do colega de dupla. Ao final desse tempo, cada um
apresentará sua obra ao grande grupo.

Ao final das apresentações, parabenize a todos pelo desempenho.

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VER PARA PENSAR

Após a aplicação de um jogo de apresentação, seu grupo estará pronto para as atividades temáticas
do programa de segurança no trânsito. Em grupos de adultos (pais, professores, voluntários etc.),
recomendamos práticas que permitam a análise e a reflexão sobre os fatores de risco para acidentes
de trânsito, como apresentação de dados, observação da realidade e dos problemas no trânsito local
e abordagem de medidas preventivas, entre outros.

Um recurso que funciona bem com grupos de crianças – e também de adultos – é a exibição de
vídeos. Em nossas aulas, vamos compartilhar vários recursos que você poderá usar em atividades do
seu programa de prevenção de acidentes. Hoje trazemos alguns vídeos da série “Olha só o Perigo”,
produzida pelo Canal Futura. Clique sobre cada título para assistir.

Segurança para o pedestre


Uso de capacete e joelheiras
Segurança no automóvel

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