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A VISÃO
Uma criança não vê como um adulto. Seu campo visual
é estreito: vê unicamente na frente dela, como se usasse
“antolhos”. Devido à sua pequena estatura, não pode
ver por cima dos automóveis estacionados. Ela também
fica escondida do campo de visão do motorista. Vê
apenas por contrastes: leva cerca de quatro segundos
para distinguir se um automóvel está em movimento ou
parado. Confunde “altura” e “distanciamento”: o
automóvel lhe parece mais afastado do que um caminhão.
Confunde “ver” e “ser visto” e, consequentemente,
negligencia mostrar-se.
A AUDIÇÃO
Uma criança não ouve como um adulto. Não detecta
bem de onde provêm os sons. Os ruídos da vida cotidiana
a distraem. Ela entende apenas os barulhos que a
interessam (chamada de um colega, por exemplo).
A RELAÇÃO CAUSA-EFEITO
Uma criança não a compreende efetivamente. Assim,
não pensa que é necessária uma distância de frenagem
para um veículo parar. Ela acredita que o automóvel pode
parar imediatamente, desde que o motorista freie.
¹Livre tradução do cartaz “Les limites
physiques et psychologiques de l’enfant
DISTÂNCIA, TEMPO E VELOCIDADE dans la rue”, publicado pelo Instituto
Uma criança não é capaz de avaliá-los corretamente. Nacional para a Segurança das Crianças
da França. O original, em francês, está
disponível em http://secuenfant.free.fr/
A MORTE
Uma criança não teme a morte. Para ela, a morte é como um jogo: brinca frequentemente de estar
morta, depois se levanta e está viva novamente. A criança não tem, por conseguinte, medo de morrer,
mas tem medo de levar “bronca” dos adultos por obrigar os automóveis a frear. Assim, ela corre com
o objetivo de não incomodar os motoristas, evitando obstruir o caminho dos automóveis.
A IMITAÇÃO
Uma criança imita sempre os adultos. Mais que imitar, a criança pensa que, se os outros atravessam,
ela também pode, sem perceber que em alguns segundos a situação se altera. Se as crianças se dão
as mãos, elas se confortam mutuamente no pensamento de que não existe perigo.
Quanto às condições do tráfego e das vias públicas, os centros urbanos brasileiros deixam muito a
desejar. As vias e pistas múltiplas e com sentido duplo são as mais perigosas. As cidades estão cada
vez mais superlotadas de veículos e carecem de melhor planejamento urbano e de tráfego. Inúmeras
ruas e estradas estão em péssimas condições de manutenção, falta sinalização adequada e também
uma fiscalização de trânsito mais eficiente.
A política de mobilidade urbana vigente em nosso país prioriza o tráfego de automóveis em vez
da circulação dos restantes. Os privilégios concedidos ao automóvel na gestão de obras viárias e
rodoviárias, pelas várias instâncias de governos, sobrepõem-se aos direitos elementares das pessoas.
O individualismo, a violência e a impunidade acabam predominando, em detrimento de um trânsito
seguro calcado na coletividade e no exercício diário da cooperação e da solidariedade.
Em outras palavras, as ações mobilizadoras podem ser eficazes mesmo fora do espaço educativo
formal. É possível trabalhar atitudes preventivas dentro ou fora da escola, por exemplo, com seu
grupo de amigos e vizinhos, na associação do bairro, no clube, em uma caminhada coletiva de
reconhecimento das ruas e dos riscos etc.
Estamos chegando ao final da aula. Veja, a seguir, as tarefas que você deve cumprir antes de cursar
a Aula 3. Organize-se e bom trabalho!
Meninos x meninas: como acontece em outras ocorrências de morte por causas externas, na
condição de pedestres, os meninos se destacam como vítimas mais frequentemente do que as
meninas.
Não perca tempo! Liste e comece a contatar possíveis parceiros e colaboradores para o programa de
prevenção de acidentes de sua comunidade. O trabalho de prevenção vai muito além da capacidade
de uma pessoa executar sozinha: é fundamental estabelecer parcerias que ajudem a identificar e a
atingir metas de segurança.
Se você está pensando em iniciar uma atividade de prevenção de acidentes com um grupo na sua
comunidade, lembre-se da importância de as pessoas se conhecerem e estabelecerem elos que
motivem ações conjuntas em defesa da segurança das crianças. Os vínculos pessoais potencializam
os interesses, os saberes e as vivências coletivas.
Sempre que você reunir um grupo pela primeira vez, recomendamos utilizar alguma técnica de
apresentação. Esse tipo de atividade desenvolve as relações interpessoais e facilita a proximidade, o
diálogo e as futuras ações do grupo. A seguir, apresentamos algumas dessas técnicas – escolha uma
delas, levando em conta o perfil do grupo com que você está trabalhando e o tempo disponível para
a ação.
1) A PERGUNTA SURPRESA
Materiais
Lista de perguntas impressa, tesoura e envelope grande ou caixa.
Crie uma lista de perguntas fáceis, de caráter pessoal, que possam ser respondidas pelos participantes.
Alguns exemplos: “Qual a sua música preferida?”; “O que você comeu no almoço de ontem?”; “O que
você gosta de fazer nos momentos de lazer?”; “Você gosta do lugar onde mora?”; “Qual a viagem dos
seus sonhos?”. Você deverá providenciar ao menos uma pergunta para cada participante do grupo.
Imprima a lista de perguntas e recorte cada uma em separado. Coloque todas as perguntas misturadas
dentro de um envelope ou de uma caixa.
Em seguida, convide seu grupo a sentar-se em círculo. Explique a atividade: cada participante terá a
vez de se apresentar aos colegas, dizendo seu nome, sua profissão ou atividade principal, e registrando
mais algum comentário que queira fazer sobre sua vida pessoal. Depois, deverá pegar e responder a
uma pergunta-surpresa em voz alta.
Materiais
Folhas A4 ou rascunho e canetas.
Convide os participantes a se organizarem em duplas para realizarem a seguinte tarefa: os dois colegas
deverão conversar entre si durante 10 minutos, de modo a se conhecerem melhor. Depois, cada um
terá 30 segundos para apresentar o colega ao restante do grupo.
Finalize parabenizando a turma pelo desempenho, comentando que o primeiro passo para a formação
de uma rede colaborativa é conhecer melhor as pessoas, suas atividades e seus interesses.
3) MEU COMERCIAL
Materiais
Folhas A4 ou rascunho e canetas.
Convide a turma a se organizar em duplas, para realizar o seguinte jogo: cada participante vai criar
um comercial, como os comerciais de TV ou rádio, no qual cada membro destacará as suas qualidades
e competências importantes para ajudar na prevenção de acidentes no trânsito. Comente que é um
jogo, que não tenham medo de errar – vale usar o bom humor ou qualquer outra estratégia.
Os participantes têm 10 minutos para se preparar. Cada comercial pode ter até 30 segundos, no
máximo. As apresentações serão individuais, mas sugerimos que a tarefa seja feita em duplas
para que os colegas possam ajudar-se entre si – separe cinco minutos para finalização e preparo
da apresentação do comercial com a ajuda do colega de dupla. Ao final desse tempo, cada um
apresentará sua obra ao grande grupo.
Após a aplicação de um jogo de apresentação, seu grupo estará pronto para as atividades temáticas
do programa de segurança no trânsito. Em grupos de adultos (pais, professores, voluntários etc.),
recomendamos práticas que permitam a análise e a reflexão sobre os fatores de risco para acidentes
de trânsito, como apresentação de dados, observação da realidade e dos problemas no trânsito local
e abordagem de medidas preventivas, entre outros.
Um recurso que funciona bem com grupos de crianças – e também de adultos – é a exibição de
vídeos. Em nossas aulas, vamos compartilhar vários recursos que você poderá usar em atividades do
seu programa de prevenção de acidentes. Hoje trazemos alguns vídeos da série “Olha só o Perigo”,
produzida pelo Canal Futura. Clique sobre cada título para assistir.