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Disciplina: Saúde, Bioética e Sociedade

Professor: xxxxxxxxxxxxxxxx
Acadêmica: xxxxxxxxxxxxxxxx CGU: xxxxxxxxxxxx

RESENHA
Flu – A Gripe. Direção: Kim Sung-su. Produção de LoveCinema e
iFilm Corp. Coreia do Sul: CJ Entertainment, 2013. Netflix.

O filme Flu ou A gripe retrata um cenário catastrófico de epidemia após um


grupo de imigrantes ilegais portadores da mutação do vírus da gripe aviária
chegarem na cidade de Bundang, um distrito da Coréia do Sul. A trama se
desenvolve em torno de três personagens principais, o socorrista Kang Ji-goo, a
médica Kim In-hae e sua filha Kim Mi-reu que em meio ao caos tentam sobreviver e
encontrar uma cura para a gripe até então desconhecida. No decorrer do filme nos
deparamos com os desdobramentos que acompanham uma epidemia que apesar de
ser uma ficção e não prezar pela retratação fiel da realidade nos remetem a alguns
acontecimentos conhecidos na prática por nós devido ao novo Coronavirus, como
por exemplo o pânico social, o contágio, a burocracia em torno dos métodos e testes
para o desenvolvimento da vacina, o caos na saúde pública e a papel dos políticos
como agentes no poder responsáveis pela população.
Após o enredo nos apresentar os personagens principais e o epicentro da
contaminação, acompanhamos as primeiras manifestações dos sintomas como a
tosse sucessiva que com o piora da infecção é acompanhada de sangue, a febre
alta e as manchas na pele, além do rápido alastramentos da doença entre as
pessoas. Com a disseminação da gripe muitas pessoas dirigem-se ao hospital que
não se encontra preparado para receber a demanda, ocasionando em confusão e
desespero entre os pacientes que temem pela vida e os funcionários que veem o
sistema de saúde entrar em colapso.
Inicialmente os médicos tentam a todo custo alertar da periculosidade da
doença que ameaça a vida de todos, porém são desacreditados por políticos que
estão mais interessados em uma disputa por poder do que em ajudar a combater a
epidemia, sugerindo que a doença não passava de uma gripe comum e que a real
situação devia ser omitida da população.
O cenário aos poucos se transforma em cenas catastróficas e apocalípticas
com pessoas passando mal e consequentemente morrendo em lugares diversos
sem ao menos receberem ajuda, superlotação e confusão nos supermercados para
abastecimento de suprimentos. Quando então se decide por aderir a quarentena
como método de controle do vírus temendo que o mesmo atravessasse as barreiras
da cidade atingindo proporções ainda maiores.
Com pouco mais de 500 mil habitantes o protocolo adotado foi o de
separação dos infectados e dos não doentes, desse ponto em diante as cenas de
horror tornam-se ainda mais impactantes e agonizantes, exibindo a real
circunstância da epidemia, pois todos os valores humanos foram pouco a pouco
sendo extinguidos, as pessoas não contaminadas eram mantidas em cativeiro com
pouco alimentação e os doentes eram executados e cremados. A má organização
da quarentena, e a censura das informações desencadearam nas revoltas e
rebeliões por toda parte.
Em meio a todo esse panorama somos convocados a refletir sobre a disputa
de egos e poder entre aqueles que deveriam prezar pela saúde e bem estar das
pessoas, mas que na maioria das vezes agem por questões políticas e econômicas
e que se aproveitam do desespero para ganho de poderio e para revelar seu lado
maquiavélico. A descredibilidade na capacidade e conhecimentos dos médicos é
outro fator muito importante nessa narrativa, pois percebemos que muito poderia ter
sido evitado e até a vacina ter sido encontrado em um espaço menor de tempo caso
o cenário fosse outro.
Portanto o filme Flu traz à tona muitos fatores que puderam ser vivenciados
por nós na prática, uma vez que a forma de contágio (via aérea), o desespero, o
colapso do sistema de saúde, a confusão nos supermercados foram efeitos do novo
Coronavírus, embora não de forma tão dramáticas, o que nos faz refletir sobre toda
a questão burocrática envolvida por trás de uma grande epidemia, bem como a
corrupção, disputa por poder e descrença na ciência, além da desumanidade
aflorada nas pessoas quando são colocadas em posição de superioridade.
Desse modo, o filme se faz recomendado para todos aqueles que buscam
refletir sobre as consequências de uma grande epidemia e a importância do bom
planejamento e investimento na ciência.

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