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moda e arquitetura
“Moda é arquitetura: uma questão de proporção.”
Quando a estilista Gabrielle Chanel (sempre ela) proferiu esta célebre frase, expôs
um dos vieses de interação entre as duas áreas criativas: aquele que trata da
estrutura. Proporção, equilíbrio, contraste, ritmo, harmonia e ênfase são alguns
dos princípios que norteiam todo o traçado propositivo, em diferentes escalas e
suportes. Nas artes visuais, seja na pintura, na arquitetura, no design ou na moda
(neste caso entendida como o desenho de vestuário e acessórios), é o minucioso
arranjo ou a negação proposital destes e de outros fundamentos que fazem com
que a informação captada pelos sentidos seja apreciada por cada ser humano,
com base em sua bagagem cultural, memória e gostos pessoais.
A moda, por sua vez, influencia a arquitetura quando reforça a busca pelo novo,
com o olhar atento às tendências de comportamento, utilização dos espaços,
materiais e cores junto do programa de necessidades. Um exemplo é a cartela
anual de cores Pantone, antes restrita à aplicação têxtil e agora servindo de
suporte para especificação de revestimentos e acabamentos nos projetos,
principalmente na arquitetura comercial, de interiores e de instalações temporárias.
Um fenômeno que surgiu para ampliar este universo estético são estilistas
assinando peças e coleções para a arquitetura de interiores. Segundo o arquiteto
e designer de consumo Maurício Queiroz, desde meados da década de 1980 essa
estratégia começou a ser impulsionada. “Missoni Home foi uma das pioneiras,
Armani Casa depois, em 1992. Ainda temos Bulgari, Fendi, Versace, Diesel e Zara
Home, que é mais popular, mas trabalha bem essa união. Além das marcas que
oferecem mobiliários e moda, elas também assinam grandes construções de
arquitetura, como hotéis e galerias”, acrescenta.
Padrão Duo Chamalote assinado pelo estilista Reinaldo Lourenço para DellAnno.
Fonte: http://www.dellanno.com.br/pedrolourenco/
A interação criativa destas áreas é ampla e não possui limites. Nas relações em
que a moda e arquitetura já se permearam e nas que ainda estão por vir, o
resultado final esperado é sempre de vanguarda, com a criação de novidades que
explorem as barreiras e possibilidades destes suportes fundamentais: o corpo e o
lugar.
Este texto foi escrito ao som do álbum Woman, de Rhye.
Referências bibliográficas: