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DANÇA DO VENTRE

Muita polêmica e incerta é a origem da Dança do Ventre. Ao pesquisar sua origem


sempre se chega à seguinte conclusão: “Não há registros concretos que provem
com exatidão e clareza, a origem da Dança do Ventre”. Em decorrência disso,
dissertaremos baseadas em hipóteses e, ao mesmo tempo, em certezas.

No princípio, “os nomes reais” da Dança do Ventre eram:

- Dança Oriental, conhecida pelos orientais e nos países árabes. Todavia, o nome
não é mais utilizado porque o termo ORIENTAL também designa países como
Japão, China, que não fazem parte do contexto aqui mencionado.

- Racks el Chark, que significa Dança do Leste, local onde o sol nasce. É o oposto
de tudo, desconhecido, pouco claro, em decorrência da noite, da escuridão. O Sol
também é o alimento e a fonte de energia para tudo e todos.

O nome “Dança do Ventre” foi dado pelos Franceses para aquela dança na qual “a
bailarina mexia o estômago e o quadril de forma voluptuosa, ao som de ritmos
orientais”.

A Dança é uma das mais belas e antigas artes, pois através dela, o homem passa a
perceber o seu corpo de maneira instintiva.

Há mais ou menos 12.000 anos, antes, inclusive, do antigo Egito, numa época
remota, já existiam danças ritualistas feitas para algumas finalidades.

Havia, por exemplo, a dança da fecundidade, em que as mulheres ao redor das


fogueiras –símbolo de luz e alimento para os primitivos -, balançavam o quadril,
pulsavam o ventre e contorciam-se como serpentes, em louvor à Deusa-mãe.
Existiam, também, danças com sacrifícios para oferendas, rituais culturais, funerais
etc; feitos por tribos bárbaras e nômades, dos desertos.

No Antigo Egito a Dança Ritualística tinha um caráter Sagrado, intimamente ligado


à história e aos costumes. Viver no Vale do Rio Nilo equivalia estar destinado a uma
rotina e geografia extremamente simples. Para os egípcios, tudo estava baseado e
apoiado na hierarquia de seus Deuses e suas crenças.

Assim sendo, Sacerdotisas Egípcias costumavam usar movimentos ondulatórios e


batidas do ventre e do quadril para reverenciar Deuses como Ísis, Osíris, Hathor.
Além disso, acredita-se que estes movimentos estavam associados à fertilidade,
sendo praticados em rituais e cultos em Templos, homenageando a grande mãe
pelo seu poder de dar e manter a vida.

Com a invasão dos árabes no Egito, e uma série de migrações em um período


conturbado de guerras, a Dança do Ventre passou a ser conhecida por outros
povos, que a adquiriram para a sua cultura e modificaram-na de acordo com suas
crenças e desejos.

A primeira modificação foi a perda do caráter religioso. Por isso é tão difícil e
complexo falar sobre esta dança que, devido ao seu histórico, em cada país possui
um sentido e uma tendência.

A Dança do Ventre tem seguido um processo evolutivo e tem sido praticada em


inúmeros tipos de cenários como, palácios, mercados, praças e até em bordéis. A
sua história acompanha a da humanidade, e deste fato não se pode fugir. Ela
promove uma ligação direta entre o folclórico, o improviso e a imaginação
individual de cada bailarina; um equilíbrio entre a regra e a liberdade de expressar
seus sentimentos e movimentos.

Apesar de toda imensidão que abrange, a Dança do Ventre é conhecida e


considerada representante do mundo árabe e está intimamente ligada a sua música
e seus ritmos de percussão. Ao contrário do que muitos imaginam, em cada ritmo
árabe existe um componente primordial, que é a improvisação.

Por fim, vale ressaltar os nomes das grandes bailarinas árabes em que, de
inúmeras formas contribuíram para a história da Racks el Chark: Tahia Carioca,
Nadia Gamall, Sâmia Gamall, Nagwa Fuad, entre outras.

No Brasil, dentre inúmeros, contamos com dois nomes que, sem dúvida, também
contribuíram para a história da Dança do Ventre: Shahrazade, a introdutora do
Racks el Chark no País, e Samira, uma das grandes inovadoras e pioneiras da
Dança.

Durante a dança um tipo de exaltação (lí,li,li,li...) é muito comum entre os povos


das aldeias e daqueles que vivem nos desertos, também chamados beduínos. É
uma espécie de aclamação à bailarina pela beleza de sua dança.

A verdadeira dança do ventre não deve ser confundida com a imagem publicitária
que faz da bailarina um objeto sexual. A sensualidade existe, sem dúvida, mas
envolta num clima de magia e misticismo sublimes.

É uma dança milenar, portanto, tem um peso cultural que merece ser respeitado.

Após esta viagem histórico-cultural, sejam bem-vindos ao mágico mundo da Racks


el Chark.

Fontes:

. Curso prático de Dança do Ventre – Fairuza e Yasmin


http://www.khanelkhalili.com.br

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