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Introdução
Denomina-se KITSCH o fenômeno cultural
contemporâneo que se caracteriza por um
mascaramento da informação estética, através
da falsificação de objetivos (distorção e
simplificação de obras de arte originais e
consagradas), visando torná-las acessíveis ao
grande público e, consequentemente, rentáveis.
Embora faça parte do nosso cotidiano, o KITSCH
tem sua definição complexa, já que pode ser
considerado como uma “tradução” de um código
estético mais amplo para um mais reduzido e para
uma camada social maior (massificação).
Pode-se conceituar a ATITUDE
KITSCH como uma deturpação
da linguagem oficial (formas
eruditas do repertório vigente
nas camadas superiores da
cultura) para se fazer contato
com um público mais amplo, o
que é conseguido através de
dois meios:
Poseidon
National Archaeological Museum
Atenas – Grécia
ARTE ANTIGA
Catedral de Notre-Dame
(1163-1250, Paris França)
O Beijo (1907/08)
Gustav Klimt
Êxtase de Sta. Teresa
(1647/52, Roma Itália)
Gianlorenzo Bernini
Plutão e Prosérpina
(1623, Roma, Itália)
ARTE
BARROCA
Os Girassóis (1888)
Vincent Van Gogh
No Terraço (1881)
Pierre Auguste Renoir
Diferenciando-se da
verdadeira arte, que é
uma forma de conhecer a
realidade, o KITSCH é uma
pseudo-arte, disfarçando-a.
Enquanto o artista
comunica mensagens
mediante um processo
criativo, que enriquece a
Tentação
informação sobre o real e de Santo
permite que cada pessoa Antonio
interprete-as à sua (1946)
maneira, participando; o
KITSCH não estimula idéias, Salvador
não inova nada ou promove Dali
qualquer indagação da
realidade.
Madonna
Sistina
(1513/14)
Rafael
Sanzio
A partir de então, o
termo foi mudando
de sentido e, após a
Primeira Guerra
Mundial (1914/18),
já designava toda
produção industrial que
procurava reproduzir
ou imitar objetos
exclusivos (criados pelo
artista individual),
visando sua
comercialização e lucro.
Templo Grego
(Séc. V a.C.)
Taj Mahal
(1630/53,
Agra – Índia)
Schloss Neuschwanstein
(1869/92, Bavaria
Alemanha)
Palácio da Alvorada (1951/52, Brasília DF)
Oscar Niemeyer
A discussão do kitsch nasceu na década de 1930
com as formulações dos críticos Theodor Adorno
(1903-69), Hermann Broch (1886-1951) e
Clement Greenberg (1909 -94), que o definiram
por oposição às pesquisas inovadoras da arte
moderna e da arte de vanguarda.
Adorno localiza-o no seio da indústria cultural e
da produção de massas (“falsa consciência”).
Broch, por sua vez, coloca-o como oposto à arte
criativa por estar baseado em imitações e
convenções artificiais (“arte da cópia”). E
Greenberg define-o como pseudo-estilo das
sensações falsas e da obediência às regras
acadêmicas. Assim, o kitsch é definido como o
avesso da vanguarda.
Souveniers da
Noite estrelada (1889)
Vincent Van Gogh
Atualmente, o KITSCH
consiste em uma forma
de entretenimento
fantasiado de arte, que
seria um modo de
simplificar a realidade e
torná-la mais fácil de
digerir, por interesses
econômicos (venda e
lucro), políticos
(manutenção do poder) e
sociais (diferenciação de
classes); ou ainda, por
desinformação cultural.
Pantufa Gadget
O Nascimento de Vênus (1485)
Sandro Botticelli – Galeria Uffizi, Florença
Bibelots
Tour Eiffel
(1889, Paris França)
Hoje o KITSCH sobrevive pela brecha criada pelo
industrialismo (“embriaguês do consumo”), na
qual surgem vários objetos vendidos como
utilidades, mas que são completamente inúteis
(gadgets = objetos sem função ou com funções
além da que precisam ter)
Gadgets
O FENÔMENO KITSCH
atingiu amplas esferas
da arte e comunicação,
alcançando a vida e
comportamento das massas,
independente do nível social
e econômico; e banalizando
conceitos estéticos.
Não pode ser confundido
com mau gosto – em
linguagem chula, brega –
que é um conceito
essencialmente subjetivo,
relacionado com a moda,
o status social e a classe
econômica de quem julga.
Falcão
Imãs de
geladeira
Boneco-
Termômetro
Caneta e
Pantufas eróticas
Características do kitsch
Dizer que um objeto, obra ou projeto é KITSCH
não significa atribuir-lhe um determinado estilo,
mas sim detectar certas intenções e recursos na
sua produção – nem sempre conscientes – , que
o caracterizam como uma deturpação ou mal
compreensão dos valores estéticos.
Ele é produto da necessidade urgente da
burguesia adquirir a tradição cultural da
aristocracia, em especial a partir da Revolução
Industrial (1750-1830) e dos processos de
massificação e consumismo atuais. Daí suas
características mais marcantes: o exagero e
a opulência gratuitos, além da inadequação.
Bibelot
romântico
Casas de cachorro
com estilo e proposta
Flores de plástico
Pinguins numa jarra
Alienação:
atitude mental de desvio
ou negação de questões
fundamentais ou pertinentes
ao indivíduo (associações
medíocres e banais)
Ascetismo:
atitude de desprezo do corpo
e das sensações corporais
(flores e frutos artificiais)
Presunção:
atitude de aspiração ou
convencimento em relação
ao poder aquisitivo ou pessoal
(cópia de imagens, formas e
símbolos)
Jarra egípcia
O FUNCIONALISMO consiste no maior inimigo do
Kitsch, pois ele combate todo objeto que não
concilia a estética com padrões funcionais. Do
mesmo modo, a POP ART desmascara o Kitsch,
conferindo-lhe um novo papel: o da denúncia
social, elevando-o à condição de arte maior.
POP
ART
L.H.O.O.Q. (1919)
(Elle a chaud au cul)
Marcel Duchamp
Vênus com gavetas
SURREALISMO (1938)
Telefone-lagosta ou
Telefone afrodisíaco (1936)
Dali
Museum
Guestroom
Mae West Room
(1974, Teatro-Museu Dali, (1980)
Gerona Espanha)
Salvador Dali (1904-89)
Casa-Museu
Portlligat
Fundação Gala
-Salvador Dali
(1980/2, Cadaqués,
Gerona
Espanha)
50’s
Marketing
(Los Angeles
Cal.)
Kansas City
Public Library
(2000, Missouri EUA)
Chiat/Day Building
(1991, Los Angeles CA)
Frank Gehry
(1929-)
Hotel Unique
(2003, São Paulo SP)
Ruy Otake (1938-)
Estação Embratel Convention Center
& Shopping (1997/2004, Curitiba PR)
Poltrona
Favela
(2003)
Assentos
Sushi (2007)
Poltronas
Teddy Bear
Humberto (1953-) &
Fernando Campana (1961-)
Leitura Complementar
APOSTILA – Capítulo 06.