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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

GIULIA DE SOUZA ANTERO


GUSTAVO BAHENA BENCK
GUSTAVO TREML
NICOLE CALESSO PEREIRA
WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR

LIMITES DE ATTERBERG

PONTA GROSSA
2019
GIULIA DE SOUZA ANTERO
GUSTAVO BAHENA BENCK
GUSTAVO TREML
NICOLE CALESSO PEREIRA
WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR

LIMITES DE ATTERBERG

Relatório apresentado à disciplina de


Ensaios e Caracterização de Materiais 1
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de engenheiro de
materiais na Universidade Estadual de
Ponta Grossa.

Professor: Leonardo Pacheco Wendler

PONTA GROSSA
2019
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estados característicos de consistência dos solos finos. ............................................ 5
Figura 2 - Casagrande e cinzel. ......................................................................................................... 8
Figura 3 - Gráfico da umidade pelo log de número de golpes. ................................................... 12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados para a determinação do LP. .............................................................................. 10
Tabela 2 - Dados para a determinação do LL. .............................................................................. 11
Tabela 3 - Classificação de argilas relacionando o índice de plasticidade. .............................. 13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

1.1 LIMITE DE LIQUIDEZ ........................................................................................... 6

1.2 LIMITE DE PLASTICIDADE .................................................................................. 6

1.3 ÍNDICE DE PLASTICIDADE ................................................................................. 6

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 8

3.1 MATERIAIS ........................................................................................................... 8

3.2 MÉTODOS ............................................................................................................ 8

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 10

4.1 LIMITE DE PLASTICIDADE ................................................................................ 10

4.2 LIMITE DE LIQUIDEZ ......................................................................................... 11

4.3 ÍNDICE DE PLASTICIDADE ............................................................................... 12

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 14

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 15
5

1 INTRODUÇÃO
A consistência de um solo refere-se ao grau de resistência e plasticidade do
solo dependendo assim, das ligações internas entre as partículas. Estas interações
vêm a dar certas características aos solos. No caso de uma argila, quando
adicionado uma quantidade excessiva de água tem-se um líquido viscoso com
resistência ao cisalhamento praticamente nula, dizendo assim que a argila está no
estado líquido. (1)

Caso a água seja reduzida gradualmente em um processo lento de


secagem, a argila tende a oferecer certa resistência a deformações, podendo ser
moldada mantendo sua forma sem aparecimento de trincas e também sem alteração
no volume, esta então está no estado plástico. Seguindo com a perda de água por
evaporação, a argila aumenta sua rigidez, tem alteração no volume, sendo este o
estado semi-sólido. (1)

Na sequência com o processo de secagem, tem-se uma contração da argila


até um volume mínimo. Além deste ponto, a secagem não vem a provocar
diminuição de volume, porém aumenta consideravelmente a dureza, sendo assim o
estado sólido. Estas etapas podem ser observadas na imagem a seguir.(1)

Figura 1 - Estados característicos de consistência dos solos finos.

Fonte: Google imagens

Para determinar estes intervalos, temos os limites de consistência ou limites


de Atterberg, os quais são obtidos através de diferentes métodos de avaliação. Com
estes ensaios e testes pode-se definir o limite de liquidez (LL), o limite de
6

plasticidade (LP), o limite de contração de um solo (LC) e o índice de plasticidade


(IP). (2)

1.1 LIMITE DE LIQUIDEZ


É normatizado pela NBR 6459, e por meio dos procedimentos corretos
utilizando dos equipamentos adequados (casagrande e cinzel) tem-se o LL
determinando assim teor de umidade na amostra, que corresponde à transição entre
o estado líquido e o plástico. (3)

1.2 LIMITE DE PLASTICIDADE


É normatizado pela NBR 7180, e corresponde ao valor de umidade na qual a
argila passa do estado plástico para o estado semi-sólido tornando-se quebradiça.
Neste procedimento tem-se uma determinada massa de amostra preparada sobre
uma placa de vidro esmirilhada, formando-se um cordão de 3 mm de diâmetro e
100mm de comprimento, sem se fragmentar. Caso não seja possível efetuar o
processo sem a fragmentação, é medida a umidade através da diferença de peso
úmido, seco e em estufa, portanto possível encontrar o LP.(4)

1.3 ÍNDICE DE PLASTICIDADE


Este corresponde à faixa de umidade na qual a argila é plástica. De acordo
com Atterberg, o índice de plasticidade de uma argila é calculado conforme a
equação 1:

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃

Onde IP é o índice de plasticidade, LL é o limite de liquidez e LP é o limite de


plasticidade. (4)
7

2 OBJETIVOS
Determinar os limites de Atterberg para a argila vermelha.
8

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS
Argila vermelha, casagrande, cinzel, placa esmerilhada, óleo, cilindro
metálico de referência, água, espátula e balança analítica.

3.2 MÉTODOS
Para a primeira etapa foi homogeneizada certa quantidade de argila
vermelha, suficiente para cobrir metade do espaço a ser utilizado no casagrande,
onde a argila se encontrava em forma de pó, que anteriormente foi passada em uma
malha de 60 mash. Com a argila homogeneizada em água, adquire-se uma
consistência plástica, que foi disposta certa quantidade no casagrande, equipamento
observado na figura 1, onde anteriormente a deposição da argila, foi passada uma
fina camada de óleo para um melhor escoamento da mesma. Com o cinzel, também
visto na figura 1, a argila é separada ao meio no sentido vertical, para que então o
sistema disposto esteja finalizado.

Figura 2 - Casagrande e cinzel.

Fonte: Solotest. (5)

Com um único operador, dá-se início ao giro da manivela, sendo dadas duas
voltas por segundo, para seguir a norma ABNT NBR 6459, até o momento quando
as metades se encontram, é feita a parada da contagem de giros realizados, com o
auxílio da espátula uma quantidade é retirada para ser pesada na balança, para que
os resultados sejam analisados. Em cada contagem realizada, a argila é retirada,
sendo colocada uma nova porção com composição diferente com relação à
quantidade de água adicionada na argila, sendo repetido o processo novamente
para que se possa plotar o gráfico.
9

Segunda etapa do ensaio consiste novamente em uma mistura entre água e


argila, obtendo uma consistência plástica, de uma maneira que essa porção seja
modelada no mesmo formato do cilindro metálico de referência. A porção modelada
está disposta em uma placa esmerilhada, para que possa haver mobilidade nesse
procedimento e também para a argila possa ir perdendo água para a placa. A
modelação é feita até que a própria argila quebre-se sozinha, para que então essa
quantidade seja pesada na balança.
10

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 LIMITE DE PLASTICIDADE

O limite de plasticidade é a porcentagem de umidade para qual a argila


começa a se fraturar quando se tenta molda-la. Na determinação do limite de
plasticidade, três amostras, foram enroladas seguindo um padrão (cilindro metálico)
de 3 mm de diâmetro e 100mm de comprimento, em contato com a superfície de
vidro esmerilhada, a fim de retirar a umidade da amostra de argila vermelha, até não
que seja mais possível enrolar, ficando em um estado quebradiço, pois perdeu
umidade ao se atritar com a superfície de vidro. Em sequência foram pesadas e
levadas a estufas, e após 24 horas retiradas da estufa e pesadas novamente. Após
os valores de peso úmido e seco foi possível determinar a porcentagem de umidade
nas amostras. A porcentagem de umidade foi calculada utilizando a equação 1. Uma
informação importante é que as amostras não tiveram secagem prévia ao ar, antes
de serem secadas à estufa. (6,8)
massa úmida−massa seca
𝐔𝐦𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞(%) = x100 (1)
massa úmida

A amostra 1 apresentou uma massa úmida de 1,31 gramas, e após o tempo


de secagem na estufa apresentou uma massa de 0,98 gramas, assim utilizando a
equação 1 acima temos que a umidade a para amostra 1 é:
1,31 − 0,98
𝐔𝐦𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞(%) = x100 = 25,19%
1,31
Os demais cálculos de umidades foram realizados igualmente para a amostra
1, assim, foram dispostos juntamente com massa seca e a massa úmida na tabela 1
os valores para umidades para as demais amostras, para a determinação do limite
de plasticidade para a argila analisada.
Tabela 1 - Dados para a determinação do LP.

MASSA MASSA UMIDADE


AMOSTRA ÚMIDA (g) SECA (g) (%)
1 1,31 0,98 25,19
2 3,23 2,41 25,39
3 2,45 1,84 24,90
Fonte: Os autores
A média da umidade para as três amostras é de 25,16%, sendo assim os
valores encontrados não diferem mais que 5% do valor da média. Assim pode-se
dizer que os resultados são confiáveis e satisfatórios, assim como a norma ABNT
11

NBR 7180 informa. O limite de plasticidade (LP), é calculado utilizando a equação 2,


presente na sequência. (8)

∑ % umidade
𝑳𝑷 = número de rolos (2)

O limite de plasticidade corresponde ao teor de umidade que corresponde à


transição em que a argila perde a sua plasticidade e torna-se quebradiça. Assim
para a argila vermelha o limite de plasticidade é de 25,16%, valor da média da
umidade das amostras. (6,8)

4.2 LIMITE DE LIQUIDEZ

Para calcular o limite de liquidez, foi utilizado o equipamento casagrande, com


diferentes composições de água/argila. O experimento com o casagrande visando
obter um valor próximo a 25 golpes. Para esta análise foram realizadas 6 repetições,
onde após a realização dos golpes deve ser retirada uma amostra com
aproximadamente 1,3 cm de comprimento, onde essa amostra deve ser pesada e
levada à estufa por 24 horas. A tabela 2 contém as dadas referentes à massa úmida,
seca e a porcentagem de umidade calculado pela equação 1. (7)
Tabela 2 - Dados para a determinação do LL.

AMOSTRA MASSA MASSA UMIDADE nº DE GOLPES Limite de liquidez


ÚMIDA (g) SECA (g) (%) para 25 golpes (%)
1 2,62 1,54 41,22 24 42,25
2 1,66 0,91 45,18 18
3 2,13 1,23 42,25 25
4 3,27 1,92 41,28 21
5 4,14 2,56 38,16 30
6 5,31 3,22 39,36 33
Fonte: Os autores
Os valores das porcentagens das umidades e do limite de plasticidade foram
calculados através das equações 1 e 2, respectivamente. O limite de liquidez foi
calculado com o auxilio da equação 2, utilizando o valor da umidade em
porcentagem para 25 golpes, assim apresentando valor de 42,25%, como está
fornecido na tabela. (6,7)

A partir dos dados da tabela, juntamente com valor do limite de liquidez, pode-
se montar um gráfico do teor da umidade versus o número de golpes necessários
para unir as bordas.
12

Figura 3 - Gráfico da umidade pelo log de número de golpes.

46
45
44 y = -30,72ln(x) + 51,334
R² = 0,7804
Umidade % 43
42
Log nº de golpes
41
40 Logaritmo (Log nº de
golpes)
39
38
37
0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8
Log nº de golpes

Fonte: Os autores.
O grafico representa os pontos abaixos e acima de 25 golpes e acorreção
linear desse pontos. Assim através da equação da reta podemos encontrar um valor
exato para o limite de liquidez, como representado:

𝑦 = −30,72 ln 1,39794 + 51,334 = 41,04%

Assim o valor encontrado se encontra proximo do valor calculado pela


equação 2, 42,25%. Assim, o limite de liquidez corresponde ao teor de umidade
dada pela transição entre o estado líquido e o estado plástico, ou seja, 41,04% de
teor de umidade. (6,7)

4.3 ÍNDICE DE PLASTICIDADE

Para o cálculo do IP, basta utilizar a equação 3 que representa apenas a


diminuição do valor do limite de liquidez do valor de limite de plasticidade

𝐈𝐏 = LL − LP (3)

O índice de plasticidade é o fator que mede a plasticidade da argila. A seguir,


são apresentados alguns intervalos do IP para a classificação da argila quanto a
plasticidade. Na tabela 3 está representada a classificação das argilas quanto ao
seu comportamento plástico, de acordo com o valor do índice de plasticidade,
segundo Jenkins. (6)
13

Tabela 3 - Classificação de argilas relacionando o índice de plasticidade.

Índice de plasticidade Classificação


1<IP<7 Fracamente plásticas
7<IP<15 Mediamente plásticas
IP>15 Fortemente plásticas
Fonte: Plasticidade e Consistência dos solos. (6)

Assim utilizando a equação 3, o índice de plasticidade para a argila vermelha


é:

𝐼𝑃 = 41,04 − 25,16 = 15,88

Então o valor calculado foi de IP=15,88, partindo-se da classificação, a argila


pode ser classificada como fortemente plástica devido seu valor maior que 15 de
índice de plasticidade, como indica a tabela 3. (6)
14

5 CONCLUSÃO
Com os resultados discutidos, pode-se concluir para a determinação do limite
de plasticidade, que quanto maior a massa úmida pesada, mais lenta foi sua
secagem durante a permanência na estufa, consequentemente sua umidade teve
um valor maior. O limite de plasticidade determinado corresponde ao teor de
umidade da transição em que a argila perde a sua plasticidade e torna-se
quebradiça.
Para o limite de liquidez, nota-se nos resultados discutidos que quanto maior
a massa úmida pesada, maior o número necessário de golpes a serem realizados,
para que houvesse a junção das metades da argila, anteriormente separada. Com
os dados coletados, pode-se plotar um gráfico que obteve um comportamento de
uma reta, assim o limite de liquidez corresponde ao teor de umidade dada pela
transição entre o estado líquido e o estado plástico.
O índice de plasticidade é o fator que mede a plasticidade da argila, onde
existe um índice de referência segundo Jenkins, para que as argilas possam ser
classificadas de acordo com esse quesito. Através dos valores calculados, foi
determinado que a argila vermelha em análise é classificada como fortemente
plástica.
15

REFERÊNCIAS
(1) SANTOS, P. S. Ciência e tecnologia de argilas. 2.ed.rev.ampl. São Paulo:
Edgard Blucher, 1989.

(2) SOUZA, C. M. A; RAFULL, L. Z. L; VIEIRA, L. B. Dterminação do limite de


liquidez em dois tipos de solo, utilizando-se diferentes metodologias. Revista
Brasileira de Engenharia Agríciola e Ambiental, Campina Grande, v. 4, n. 3,
set./dez. 2000. Disponível em: http://www.agriambi.com.br/revista/v4n3/460.pdf.

(3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo -


determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro: impressa na ABNT, 1984.

(4) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo -


determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro: impressa na ABNT, 1984.

(5) SOLOTEST; disponível em <https://www.solotest.com.br/novo/produtos/


casagrande--apar-casagrande-manual-compl/1.040.001>. Acesso em 04/06/2019.

(6) ALVES, L.M. Plasticidade e Consistência dos solos. Disponível em:


https://lucasmaximoalves.files.wordpress.com/2010/03/mecsolosi-aula4plasticidade
econsistenciadosolo.pdf. Acesso em: 2 jun. 2019.

(7) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo -


determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro: impressa na ABNT, 1984.

(8) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo -


determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro: impressa na ABNT, 1984.

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