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Ex: violino tocando – observamos a vibração das suas cordas, mas não conseguimos ver o
movimento vibratório de toda a estrutura do instrumento: comporta-se como um conjunto
de osciladores de grande complexidade.
Sistema excitador – mecanismo físico que gera as vibrações transformando energia não-
vibratória em energia vibratória.
Ex. de interações:
- martelo/corda no piano
- fluxo do ar/vibração labial nos metais
- baqueta/membrana no timbale
- fluxo do ar/vibração da palheta dupla no oboé
- movimento do arco/vibração da corda do violino
Nos instrumentos de cordas (cordofones) os modos de por uma corda em vibração são:
percutir, friccionar ou dedilhar (ou beliscar).
Nos instrumentos de sopro (aerofones) os modos de excitar uma coluna de ar são: jato de
ar, palheta ou vibração labial.
O sistema excitador pode ser bem diferente consoante o tipo de energia envolvida na
produção sonora:
- instrumentos mecânicos – vibrações mecânicas
- instrumentos eletrônicos – osciladores eletrônicos ou dispositivos informáticos
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Sistema ressoador – através do acoplamento do sistema excitador com o sistema ressoador,
as oscilações são amplificadas, filtradas ou modificadas.
Ex.:
- corda e caixa no violino
- tubo e modos acústicos na trompa
- cordas e caixa de ressonância no violão
- cordas vocais e trato vocal no aparelho vocal humano
Aspectos lineares e não lineares – de uma maneira geral, os aspectos lineares estão no
sistema ressoador e os aspectos não-lineares encontram-se no sistema excitador.
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Nos sistemas ditos lineares o princípio da superposição é válido, isto é, a resposta a
uma combinação linear de entradas é a combinação linear das respostas do mesmo sistema
a cada uma das entradas.
Princípio da Superposição
Uma das propriedades dos sistemas lineares é verificarem o princípio da superposição:
se num sistema linear se introduz um sinal de excitação que é a soma de vários sinais, o
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sinal de resposta obtido à saída é igual à soma das respostas que seriam obtidas se as
excitações fossem introduzidas isoladamente. Verifica-se também que o sinal de resposta só
tem energia nas mesmas freqüências do sinal de excitação.
Ex:
- um amplificador
- um oboé e um violoncelo tocando juntos
Sons de Combinação
Os sons de combinação ou sons diferenciais são sons que podem surgir em
determinadas condições, devido à presença simultânea de dois ou mais sons, sendo de dois
tipos: diferenciais e adicionais. Como o próprio nome sugere, sons diferenciais são sons
cuja freqüência é igual à diferença das freqüências dos sons geradores; sons adicionais são
sons de freqüência igual à soma das freqüências dos sons em causa. Os sons diferenciais
são também conhecidos por sons de Tartini.
Os sons resultantes são em geral devidos às não-linearidades dos sistemas – é um
fenômeno que, no domínio da eletrônica, se designa por distorção de intermodulação. No
entanto, a sua origem pode ser física ou psicofísica: ou são gerados pelas não-linearidades
dos equipamentos, ou são gerados pelas não-linearidades do nosso ouvido.
Os sons diferenciais podem ser de primeira ordem, de freqüência fdif = f1 – f2 ou sons
diferenciais cúbicos, de freqüência fdif = 2f1 – f2 (ver tabela 3.2 e figura 3.3).
Podem existir sons diferenciais muito menos perceptíveis, de ordem mais elevada, de
freqüências: fdif = 3f1 – 2f2, fdif = 4f1 – 3f2, ...
Genericamente pode-se dizer que as freqüências dos sons diferenciais são dadas pela
expressão:
(n+1)f1 – nf2
Distorção
Um efeito não linear é a distorção. Genericamente podemos dizer que num determinado
sistema há distorção quando há modificação das características do sinal. A não linearidade
é a causa física do fenômeno, a distorção é uma conseqüência. Pode ocorrer nos sistemas
produtores ou nos sistemas reprodutores. De uma maneira geral, nos sistemas reprodutores
a distorção é negativa, nos sistema produtores, basicamente é positiva.
Os tipos de distorção mais importantes são:
- harmônica – consiste na introdução no sistema de freqüências harmônicas da
freqüência fundamental, que não existiam no sinal original;
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- de intermodulação – consiste na introdução de sons diferenciais e adicionais, em
presença de duas ou mais freqüências simultâneas no sinal de excitação;
- de transiente – pode ocorrer quando algum componente do sinal não consegue dar
uma resposta suficientemente rápida a uma variação brusca do sinal.
Além dessas distorções há também os harmônicos aurais, que surgem no ouvido.
f1 e f2 – sinal de entrada
mf1 ± nf2 – sinal de saída
Voltando ao cap. 6
Vejamos alguns exemplos concretos de comportamentos não lineares:
- nos instrumentos de palheta (clarinete e saxofone – palheta simples; oboé e fagote –
palheta dupla) existem não-linearidades entre o movimento da palheta e o fluxo do
ar;
- nos instrumentos de bocal (trompete, trompa, trombone e tuba) existe interação não-
linear entre os lábios do músico e o fluxo de ar por ele introduzido;
- nos instrumentos de corda friccionada (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) a
força de atrito existente entre o arco e a corda é fortemente não-linear;
- nos instrumentos de corda dedilhada (violão) surgem não-linearidades quando se
puxa a corda com bastante força;
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- nos instrumentos de percussão (caixa de guerra e tarol) há efeitos não lineares
quando se percute a pele com uma força acima de um determinado limite.
Existem inúmeras passagens musicais que exploram o efeito espacial resultante de uma
determinada disposição dos instrumentos.
Ver caixa 6.1 – Instrumentos transpositores
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condições de ataque não é tão sistematizável, variando bastante e de forma não monotônica
com os parâmetros de ataque.
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Gama dinâmica – de uma maneira geral, quando um sistema é excitado com mais força,
os modos de alta freqüência ganham mais energia do que os modos de baixa freqüência,
conseqüência dos efeitos não-lineares nos instrumentos.
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Vibrato – é uma modulação de freqüência e amplitude, freqüentemente usada pelos
executantes de modo intencional para obter determinado efeito expressivo. A freqüência do
vibrato varia normalmente entre 5 a 8 Hz.
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Jüngen Meyer realizou durante vários anos um estudo sistemático de caracterização e
medição da direcionalidade dos instrumentos da orquestra. Numa primeira fase efetuou
medições em câmara anecóica, e mais tarde mediu em situação real, na sala de concertos de
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Braunschweig. Acima de 500 Hz não existe radiação omnidirecional para nenhum
instrumento.
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Para avaliar a grandeza da direcionalidade Meyer (1995) definiu o fator estatístico de
direcionalidade relativo à energia, como a relação entre a pressão sonora gerada por um
instrumento real e a pressão sonora gerada por uma fonte omnidirecional, radiando a
mesma potência sonora. Quanto maior for o fator de direcionalidade menor é o ângulo
privilegiado de radiação (Ver fig. 6.8).
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Meyer mediu também o nível de bandas de 1/3 de oitava centradas em 315 Hz e 400
Hz.
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