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Relacionar os estados físicos da matéria ao modelo cinético molecular: movimento, distância e organização
das partículas.
Reconhecer os seguintes aspectos do modelo de partículas e os utilizar para interpretar fenômenos: a
matéria é feita de muitas partículas e espaço vazio entre elas; as partículas estão em constante movimento
em todas as direções; as partículas interagem umas com as outras.
Explicar fenômenos diversos: como dissolução, crescimento dos cristais, difusão, transferências de calor,
dilatação e mudanças de estados físicos usando o modelo cinético de partículas.
Organização do texto:
████ Informação
████ História
████ Atividades
████ Projetos
████ Exercícios
I. Introdução
Lidar com os materiais em diferentes estados físicos faz parte da nossa experiência diária, e por isto, as pessoas em
geral conseguem distinguir os materiais sólidos dos líquidos e dos gases.
Neste módulo, iremos estudar um modelo de explicação para os materiais em seus diversos estados físicos e para as
transformações de estado: o modelo cinético molecular.
O primeiro cientista a explicar o comportamento dos gases por meio do modelo cinético
molecular foi Daniel Bernoulli, em 1738.
Para explicar a pressão atmosférica, Bernoulli imaginou um cilindro vertical fechado com
um pistão sendo empurrado para o seu interior. O peso do pistão e a força exercida sobre
ele são suportados pelo ar no interior do cilindro.
Bernoulli explicou que no interior do cilindro as partículas muito pequenas dos gases que
compõem o ar se movimentam desordenadamente em todas as direções, chocando-se
repetidamente com o pistão, de modo que se a força exercida sobre ele for diminuída, o ar
expande, empurrando o pistão. A explicação de Bernoulli contrariava a ideia mais aceita
da época sobre o comportamento das moléculas dos gases. Outros cientistas acreditavam que as moléculas dos
gases se encontravam em repouso, fixas por uma espécie de "eter" e repelindo-se umas as outras à distância.
Embora naquela época a explicação de Bernoulli não tenha sido aceita pela comunidade científica, atualmente ela é
considerada correta.
A atividade que você fará a seguir tem como objetivo verificar quais são os critérios que você usa para fazer a
distinção entre os estados físicos. Seus critérios podem indicar ao seu professor o que você já sabe e o que você
precisa aprender.
1) Faça uma lista dos critérios que você utiliza para identificar os estados sólido, líquido e gasoso dos materiais e
registre numa tabela em seu caderno.
2) Os materiais listados a seguir fazem parte do nosso dia a dia, logo, os reconhecemos assim que os vemos e
conseguimos até imaginá-los.
Informe também os critérios nos quais você se baseou para atribuir determinado estado físico a cada material.
3) Sobre os critérios que você usou, pense e responda: eles foram adequados para definir o estado físico de todos
os materiais citados? Explique.
Para identificar os materiais como sólidos, líquidos ou gasosos, muitas vezes, empregamos critérios tais como: ser
duro ou macio, seco ou molhado, flexível ou rígido, colorido ou incolor, visível ou invisível, escorrer ou não escorrer,
etc.
Apesar de serem muito úteis no dia a dia, esses critérios muitas vezes falham. Às vezes acreditamos que os sólidos
são duros, mas a borracha é macia e flexível. Podemos pensar que os líquidos escorrem, mas a areia fina também
escorre e é sólida, já a gelatina não escorre, mas molha. Pensamos também que os líquidos molham, mas o mercúrio
usado nos termômetros é líquido e não molha.
Do ponto de vista científico, os critérios para identificar sólidos, líquidos e gases não são esses que usamos no dia a
dia. Os cientistas criaram um modelo de partículas para representar os estados físicos dos materiais.
Modelos são representações das ideias sobre algo que não se pode ver nem mostrar por meio de fotos, filmes ou
qualquer outra forma de reprodução da realidade. Os modelos são usados para auxiliar as explicações científicas em
situações nas quais os objetos de estudo não permitem a observação direta.
Partículas, como o próprio nome indica, são partes muito pequenas dos materiais. Em algumas situações, o termo
partícula é usado para designar alguma coisa que podemos ver ao microscópio, por exemplo: partículas de poeira no
ar. Mas, em muitas situações, o termo é empregado para designar partes tão pequenas dos materiais que não
podem ser vistas nem ao microscópio eletrônico. Existem diferentes tipos dessas diminutas partículas, tais como,
átomos, moléculas e íons, mas nesse módulo não iremos nos aprofundar nesse estudo, assim, sempre que nos
referirmos a essas entidades, as chamaremos simplesmente de partículas.
O modelo de partículas é utilizado frequentemente para explicar algumas das propriedades dos materiais. Esse
modelo consiste em uma tentativa de explicar o comportamento dos materiais pela organização ou desorganização
das partículas que o constituem, partindo do princípio de que toda a matéria é constituída de partículas.
Partindo desse princípio e usando o modelo cinético molecular, pretendemos responder as seguintes questões: quais
são os critérios que podemos utilizar para distinguir os diferentes estados físicos? Além dos estados sólido, líquido e
gasoso, existem outros estados físicos? Como ocorrem as mudanças de estado físico? Como podemos explicar as
dissoluções e a condução de corrente elétrica em uma solução aquosa?
A barra de ouro é constituída de átomos de ouro (Au), organizados conforme mostra o modelo de estrutura.
Por causa da estrutura cristalina da água no estado sólido, ela pode ser
moldada em diferentes formatos.
O sal apresenta uma estrutura cristalina constituída por um aglomerado de íons. Todos os cristais do sal têm
formatos semelhantes.
Os líquidos são fluidos, escorrem e se espalham. Essas características são devidas ao estado de agregação e de
energia das partículas que os constituem.
Modelo para o estado gasoso
Os gases expandem e por isso um gás aquecido pode inflar o balão. Os gases também
são compressíveis e por isso é possível armazena-los em cápsulas e botijões. Alguns
gases são inflamáveis, ou seja, pegam fogo e queimam. O gás oxigênio é um comburente,
ou seja, ele reage com os materiais inflamáveis promovendo a queima.
Com o aumento do número de materiais produzidos e descobertos, as características dos sólidos, líquidos e gases
não foram mais suficientes para explicar todos os estados físicos dos materiais e assim, novos estados físicos foram
descritos. Além das misturas de materiais com características mistas, tais como os coloides e emulsões, também há
as substâncias com propriedades especiais, como o plasma, o cristal líquido e
os supercondutores.
Coloides e Emulsões
Segundo a teoria do Big Bang, o plasma foi o primeiro estado da matéria e esse estado ainda continua sendo o mais
abundante do Universo.
O termo plasma foi utilizado a partir dos anos 1920 pelos físicos Irving Langmuir e
H. Mott-Smith, para designar gases ionizados. Em 1929, foram desenvolvidos
estudos que resultaram na criação das lâmpadas de mercúrio gasoso para
iluminação - que deram origem às lâmpadas fluorescentes.
Cristal Líquido
O primeiro cristal líquido foi descoberto pelo botânico austríaco Friedrich Reinitzer em 1888,
quando ele observou a existência de dois pontos de fusão no benzoato de colesterilo,
enquanto estudava a função do colesterol nas plantas.
Em seguida, o Físico alemão Otto Lehmann chegou a conclusão de que a tal substância era
um líquido homogêneo, mas que o seu comportamento na presença de luz polarizada era
igual ao comportamento de um cristal, o que originou a denominação "Cristal Líquido".
Os cristais líquidos são fluidos, porque as suas partículas se movimentam como nos líquidos, mas, ao mesmo tempo,
elas podem assumir um posicionamento ordenado. Isso equivale dizer que esse material tem ao mesmo tempo um
comportamento de líquido e de sólido, o que justifica o nome "Cristal líquido".
Super-Condutores
Supercondutores
Os materiais podem se apresentar no estado sólido, líquido ou gasoso. Conforme mudam as condições nas quais os
materiais se encontram, eles mudam de estado. Os principais fatores que levam à mudança de estado são
temperatura e pressão.
Diagrama de fases
A mudança do estado sólido para líquido é chamada de fusão. A mudança do estado líquido para gasoso é chamada
de vaporização ou evaporação. A mudança do estado gasoso para o líquido é chamada
de condensação ou liquefação. E a passagem direta do estado sólido para gasoso é chamada desublimação.
Embora a vaporização e a evaporação designem a mudança do estado líquido para o vapor, existem diferenças entre
elas. O processo de evaporação ocorre em diferentes temperaturas. A água evapora em dias quentes ou frios.
Mas a vaporização ocorre quando o material é aquecido até a sua temperatura de ebulição. Ebulição é a
transformação do líquido em vapor, em determinada temperatura, que permanece constante durante todo o
processo.
Figuras: se deixarmos a água fervendo por algum tempo, ela irá se transformar em vapor e deixar o recipiente: é a
vaporização. Algum tempo depois da chuva, a rua seca: é a evaporação.
A condensação e a liquefação são mudanças do estado gasoso para o
líquido, mas também apresentam diferenças. A condensação é o processo
pelo qual o gás se transforma em líquido por resfriamento. O vapor d'água,
por exemplo, se condensa ao encontrar uma superfície fria ou uma
corrente de ar frio.
Os gases refrigerantes mais usados nas últimas décadas são os CFC - gases formados por Cloro, Flúor
e Carbono. Esses gases prejudicam a atmosfera, porque destroem a camada de ozônio. Mesmo assim, eles
foram produzidos em larga escala até o ano de 2003. A partir de 2004, a produção do CFC começou a diminuir
gradativamente, até que em 2007 foi proibida a sua comercialização. Já existem no mercado novos gases em
substituição aos CFC.
Para o reparo de produtos antigos - geladeiras, equipamentos de ar-condicionado, balcões refrigerados - até
2007, era usado gás CFC. Com a proibição do comércio desse gás no Brasil, o CFC reciclado, transformado em
outro gás que não ataca a camada de ozônio, torna-se uma oportunidade de negócios, pois já existe um mercado
com mais de 30 milhões de clientes potenciais.
(gelo), líquido (água líquida) e gasoso (vapor d'água). Por essa razão, muitos fenômenos relacionados com a
mudança de estado da água podem ser observados em nosso cotidiano.
Um exemplo são os jatos que deixam um rastro no céu porque o vapor d'água que
sai de sua descarga, em contato com o ar gelado das camadas atmosféricas mais
elevadas, condensa e congela imediatamente, provocando o aparecimento de uma
espessa fumaça branca. Essa fumaça é constituída de gotinhas muito pequenas
de água e pedacinhos muito pequenos de gelo, misturados com o ar.
Tanto os materiais puros quanto as misturas
podem se apresentar em diferentes estados.
Assim, os estados físicos não podem ser usados
como critério para distinguir substâncias de
misturas, nem uma substância da outra.