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INVERTEBRADOS – CARACTERES MORFOLÓGICOS, FISIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS:

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Tamara Leite Ferreira PINTO1


Virgínia Sanches UIEDA2

Resumo: A proposta deste trabalho foi desenvolver um material didático na estrutura de


hipermídia e armazenado em um CD-ROM, que possa vir a ser utilizado para
complementar os conteúdos apresentados pelos livros didáticos, auxiliando
professores de Ensino Fundamental da rede pública na montagem e
complementação de suas aulas. O uso desse tipo de tecnologia de comunicação
e informação facilita a exploração do conteúdo, pois o aluno pode acessar as
informações na ordem em que ele desejar. O tema abordado foi “Caracteres
morfológicos, fisiológicos e ecológicos de Invertebrados aquáticos e terrestres”
(poríferos, cnidários, platelmintos, nematóides, anelídeos, moluscos, artrópodes
e equinodermos). A relação forma-função, as semelhanças e as diferenças entre
os grupos de invertebrados foram apresentadas com a finalidade de enfatizar o
modo de vida desses animais e a relação de parentesco entre eles. O CD-ROM
preparado será reproduzido e disponibilizado para as escolas de ensino público
de Botucatu, através de um apoio financeiro da PROGRAD-UNESP (Núcleo de
Ensino – 2006).

Palavras-chave: CD-ROM; hipermídia; invertebrados; material didático.

1. INTRODUÇÃO

1.1. BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS3


Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, ministravam-se
aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei
estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais, mas apenas a
partir de 1971, com a Lei nº 5.692, Ciências passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do
primeiro grau. Quando foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, o
cenário escolar era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços de renovação
estivessem em processo. Aos professores cabia a transmissão de conhecimentos acumulados
pela humanidade, por meio de aulas expositivas, e aos alunos cabia a reprodução das
informações.
No ambiente escolar, o conhecimento científico era considerado um saber neutro,
isento, e a verdade científica tida como inquestionável. A qualidade do curso era definida pela
quantidade de conteúdos trabalhados. O principal recurso de estudo e avaliação era o
questionário, ao qual os estudantes deveriam responder, detendo-se nas idéias apresentadas
em aula ou no livro didático escolhido pelo professor.

1
Licenciada em Ciências Biológicas, UNESP – Botucatu; Trabalho de conclusão de curso apresentado em dezembro
de 2006, Bolsista do Núcleo de Ensino – 2006.
2
Professora junto ao Departamento de Zoologia, Unesp – Botucatu; orientadora.
3
Extraído e organizado a partir do site:
http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=264&Itemid=254. Acessado em: 08 março de
2006.

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As propostas para a renovação do ensino de Ciências Naturais orientavam-se,
então, pela necessidade do currículo responder ao avanço do conhecimento científico e às
demandas pedagógicas geradas por influência do movimento denominado Escola Nova. Essa
tendência deslocou o eixo da questão pedagógica dos aspectos puramente lógicos para
aspectos psicológicos, valorizando-se a participação ativa do estudante no processo de
aprendizagem. Objetivos preponderantemente informativos deram lugar a objetivos também
formativos. As atividades práticas passaram a representar importante elemento para a
compreensão ativa de conceitos, mesmo que sua implantação tenha sido difícil em escala
nacional.

A preocupação em desenvolver atividades práticas começou a ter presença


marcante nos projetos de ensino e nos cursos de formação de professores, com a produção de
vários materiais didáticos dentro desta tendência. O objetivo fundamental do ensino de
Ciências Naturais neste momento era dar condições para o aluno vivenciar o que se
denominava método científico, ou seja, a partir de observações levantar hipóteses, testá-las,
refutá-las e abandoná-las, quando fosse o caso, trabalhando de forma a redescobrir
conhecimentos. O método da redescoberta, com sua ênfase no método científico, acompanhou
durante muito tempo os objetivos do ensino de Ciências Naturais, levando alguns professores
a, inadvertidamente, identificarem metodologia científica como metodologia do ensino de
Ciências Naturais, perdendo-se a oportunidade de trabalhar com os estudantes, com maior
amplitude e variedade, processos de investigação adequados às condições do aprendizado e
abertos a questões de natureza distintas daquelas de interesse estritamente científico.

Apesar de não ter atingido a maioria das escolas e de ter criado a idéia no
professorado de que somente com laboratórios é possível alguma modificação no ensino de
Ciências, muitos materiais didáticos produzidos segundo a proposta da aprendizagem por
redescoberta constituíram um avanço relativo, para o qual contribuíram equipes de
professores, trabalhando em instituições de ensino e pesquisa, para a melhoria do ensino de
Ciências Naturais. Entre outros aspectos, essa proposta enfatizou trabalhos escolares de
grupos de estudantes, introduziu novos conteúdos e os organizou de acordo com faixas
etárias. Durante a década de 80, no entanto, pesquisas sobre o ensino de Ciências Naturais
revelaram o que muitos professores já tinham percebido que a experimentação, sem uma
atitude investigativa mais ampla, não garante a aprendizagem dos conhecimentos científicos.

O modelo desenvolvimentista, hegemônico na segunda metade do século,


caracterizou-se pelo incentivo à industrialização acelerada, ignorando-se os custos sociais e
ambientais desse desenvolvimento. Em conseqüência, problemas sociais e ambientais,
associados às novas formas de produção, passaram a ser realidade reconhecida em todos os
países, inclusive no Brasil. Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde começaram a

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ter presença nos currículos de Ciências Naturais, mesmo que abordados em diferentes níveis
de profundidade.

No ensino de Ciências Naturais, a tendência conhecida desde os anos 80 como


Ciência, Tecnologia e Sociedade. (CTS), que já se esboçara anteriormente e que é importante
até os dias de hoje, é uma resposta àquela problemática. No âmbito da pedagogia geral, as
discussões sobre as relações entre educação e sociedade se associaram às tendências
progressistas, que no Brasil se organizaram em correntes importantes que influenciaram o
ensino de Ciências Naturais, em paralelo à CTS, enfatizando conteúdos socialmente relevantes
e processos de discussão coletiva de temas e problemas de significado e importância reais.
Questionou-se tanto a abordagem quanto a organização dos conteúdos, identificando-se a
necessidade de um ensino que integrasse os diferentes conteúdos, com um caráter também
interdisciplinar, o que tem representado importante desafio para a didática da área.

Especialmente a partir dos anos 80, o ensino das Ciências Naturais se aproxima
das Ciências Humanas e Sociais, reforçando a percepção da Ciência como construção
humana, e não como verdade natural, e nova importância é atribuída à História e à Filosofia da
Ciência no processo educacional. Desde então, também o processo de construção do
conhecimento científico pelo estudante passou a ser a tônica da discussão do aprendizado,
especialmente a partir de pesquisas, realizadas desde a década anterior, que comprovaram
que os estudantes possuíam idéias, muitas vezes bastante elaboradas, sobre os fenômenos
naturais, tecnológicos e outros, e suas relações com os conceitos científicos.

Essas idéias são independentes do ensino formal da escola, pois são


construídas ativamente pelos estudantes em seu meio social. Esses conhecimentos dos
estudantes, que anteriormente não eram levados em conta no contexto escolar, passaram a
ser objeto de particular atenção e recomendações. A História da Ciência tem sido útil nessa
proposta de ensino, pois o conhecimento das teorias do passado pode ajudar a compreender
as concepções dos estudantes do presente, além de também constituir conteúdo relevante do
aprendizado.

As pesquisas acerca do processo de ensino e aprendizagem levaram a várias


propostas metodológicas, diversas delas reunidas sob a denominação de construtivismo.
Pressupõem que o aprendizado se dá pela interação professor/estudante/conhecimento, ao se
estabelecer um diálogo entre as idéias prévias dos estudantes e a visão científica atual, com a
mediação do professor, entendendo que o estudante pode re-elaborar sua percepção anterior
do mundo ao entrar em contato com a visão trazida pelo conhecimento científico.

Diferentes propostas reconhecem hoje que os mais variados valores humanos


não são alheios ao aprendizado científico e que a Ciência deve ser apreendida em suas
relações com a Tecnologia e com as demais questões sociais e ambientais.

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Verifica-se, assim, que o ensino de Ciências passou por profundas mudanças,
motivadas principalmente pelo avanço tecnológico e por mudanças nas concepções de ensino-
aprendizagem, que geraram a busca de alternativas para o ensino de Ciências, com
conseqüente mudança no material didático utilizado (BORGES, 2000).

1.2. Material didático

O material didático pode ser considerado um mediador no processo de ensino-


aprendizagem, expressando determinadas concepções de ensino e favorecendo as relações
professor, aluno e conhecimentos (BORGES, 2000). Segundo esse mesmo autor, os
professores apontam como objetivos do material didático: a) aproximar o aluno da realidade e
do conhecimento que se quer ensinar, facilitando a percepção e compreensão de conceitos, ou
ainda ilustrando fatos; b) motivar a aula; c) dar oportunidade de manifestação de aptidões e
desenvolvimento de habilidades específicas como o manuseio e confecção de materiais (por
exemplo, o material de laboratório).

Certamente, a implantação das novas tecnologias de comunicação e informação


no sistema educacional tem muito a contribuir e ajudar no processo educativo, pois permite
ampliar o conceito da aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual e de construção
de conhecimento. Umas das propostas metodológicas é o uso do computador e da internet.
Cada vez mais poderoso em recursos, velocidade, programas e comunicação, o computador
nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos
conceitos, lugares, idéias. Várias são as possibilidades de se trabalhar com o computador e
obter benefícios com o seu uso no campo educacional (MORAN, 2000).

Atualmente somos vítimas das tecnologias de comunicação e informação que


caracterizam e influenciam a nossa sociedade, pois agem diretamente nas formas de
organização, de produção de bens, de diversão, nas relações humanas, na vivência e na
interação em grupo. Em virtude da grande quantidade e da alta velocidade com que as
informações são vinculadas, aprendemos, desde cedo, a usar o computador e nele acessar e
processar informações de forma não linear, juntando pedaços de textos de várias linguagens,
compondo um mosaico e, na mesma tela, conectando essas informações com outras telas de
multimídia. São tantas as conexões que o mais importante é a visão em “flash”, que garante
uma rápida e imediata interpretação para o todo (MORAN, 2000).

Um recurso prático e que pode auxiliar professores em suas aulas de Ciências é


a utilização de CD-ROM, em forma de hipermídia. A hipermídia se desenvolveu com o advento
da informática e pode ser definida como um sistema para a representação do conhecimento,
no qual as informações podem ser examinadas de um modo não linear, ou seja, na ordem
desejada pelo leitor. A essência da hipermídia encontra-se nas relações entre os nós ou
janelas onde a informação é apresentada. Esses sistemas são compostos por uma rede de nós

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que se comunicam mediante relações chamadas links, que permitem ao leitor viajar no
documento de um lugar (nó) a outro, instantaneamente, conectando as informações contidas
no banco de dados, que se podem apresentar em formato multimídia (MACHADO & SANTOS,
2004).

Na hipermídia as informações podem ser apresentadas por meio de outras


linguagens além da verbal, utilizando recursos gráficos, sonoros, interativos e de animação do
computador para facilitar o entendimento da teoria e de exemplos, ilustrar e enriquecer o
conteúdo, motivar a aprendizagem e tornar mais estimulante a resolução de problemas
(MACHADO & SANTOS, 2004). Além disso, a hipermídia possibilita o desenvolvimento de uma
visão mais crítica dos alunos em relação às informações que são apresentadas no texto,
figuras e gráficos. Segundo Machado & Santos (2004), o trabalho com a hipermídia permite o
desenvolvimento da aprendizagem quanto à leitura dos signos que compõem a linguagem do
audiovisual, tão presente hoje nos meios de comunicação de massa e com características
distintas da linguagem verbal, contribuindo, desse modo, para a criticidade dos estudantes,
haja visto efeitos similares subliminares de certas informações veiculadas na mídia.

Para o aluno, a hipermídia é um sistema extremamente interessante, pois é ele


quem controla o conteúdo de acordo com seu ritmo, necessidade, interesse e habilidade. É o
estudante que decide quais links quer acessar e em qual ordem, o que contribui para a aula se
tornar mais dinâmica e menos cansativa.

2. OBJETIVOS

O objetivo desse trabalho foi produzir um material didático dinâmico, em forma


de hipermídia e armazenado em CD-ROM, que possa complementar o livro didático utilizado
por professores do Ensino Fundamental. Esse recurso visa estimular a aprendizagem,
auxiliando o aluno na construção do conhecimento. Todo o processo de montagem desse
material foi realizado no período de fevereiro a dezembro de 2006, envolvendo: 1) produção
dos textos, 2) preparação do material em forma de hipermídia (CD-ROM), 3) aplicação do CD-
ROM e exposição de animais invertebrados para alunos da 6ª série de uma escola estadual.

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O trabalho foi desenvolvido em duas etapas ao longo do ano de 2006. A


primeira etapa consistiu na montagem do CD-ROM, incluindo a redação de textos e escolha
de imagens, esquemas e animações, além da preparação propriamente dita do arquivo. Na
segunda etapa foi realizada a aplicação do CD-ROM, juntamente com uma exposição dos
animais para os alunos da 6ª série da rede estadual de Botucatu.

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3.1. Primeira etapa – montagem do CD-ROM

O CD-ROM foi montado no programa Flash Professional Versão 8 por ser um


dos melhores programas para criação de animações, unindo a precisão e a flexibilidade de
imagens vetoriais, com imagens bitmaps, sons, animações e interatividade, de maneira fácil e
prática (TEIXEIRA, 2005; PINTO, 2006).

Os textos contidos no CD-ROM foram produzidos durante o primeiro semestre


de 2006. Para a sua confecção foram utilizados livros de zoologia específicos para o Ensino
Superior, assim como livros didáticos para o Ensino Fundamental. Na elaboração dos textos
houve a preocupação em abordar as características morfológicas, fisiológicas, ecológicas, as
curiosidades e particularidades, assim como os aspectos evolutivos, dos diferentes grupos de
invertebrados.

Através de páginas virtuais de busca foram capturados esquemas, fotos e


animações sobre os grupos de animais para a ilustração e exemplificação do conteúdo teórico.
Além disso, desenhos não encontrados nessas páginas de busca foram confeccionados
manualmente para uma melhor ilustração da teoria.

Ao entrar no arquivo, o aluno tem a sua frente uma tela inicial animada com fotos
de todos os grupos de invertebrados. Estas fotos são links para entrada nas páginas
específicas de cada filo, as quais o aluno pode acessar na ordem que quiser. Dentro da página
dos filos existem várias opções, todas salientadas com botões animados, links em fotos ou
links em palavras, como informações gerais sobre o filo, informações específicas sobre
características de determinados grupos dentro do filo, curiosidades, explicações de termos
científicos utilizados no texto (PINTO, 2006).

3.2. Segunda etapa - Aplicação do CD-ROM e Exposição

A qualidade do material didático confeccionado foi testada através de um mini-


curso oferecido no dia 04 de novembro para alunos da 6ª série de uma escola estadual
localizada no município de Botucatu. Esse mini-curso foi composto por duas partes: aplicação
do CD-ROM e exposição de animais. Os alunos de cinco classes da 6ª série da referida escola
foram convidados a participar do mini-curso, através de um convite verbal feito nas classes e
através de cartazes de divulgação espalhados na escola. Os alunos inscritos foram divididos
em quatro turmas, sendo duas no período da manhã (das 9:00 às 12:00 horas) e duas no
período da tarde (das 14:00 às 17:00 horas).

O mini–curso, intitulado “O mundo dos Invertebrados”, ocorreu em um sábado,


dentro do Programa “Sábado da Família”. Em cada período (manhã e tarde), os alunos, em
rodízio, observaram os animais expostos no pátio da escola e utilizaram o CD-ROM na sala de
informática.

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No pátio da escola foram colocadas cinco mesas, sobre as quais os grupos de
invertebrados foram dispostos (poríferos e cnidários, vermes, artrópodes, moluscos,
equinodermos). Os animais foram colocados em placas de petri, tendo uma etiqueta com seu
nome ao lado. Além dos animais fixados, foram expostos também animais vivos em dois
terrários, um com vários escorpiões e outro com uma aranha caranguejeira. Atrás de cada
mesa foram colocados cartazes explicativos de cada um dos grupos de invertebrados
apresentados. O CD-ROM foi aplicado no laboratório de informática da escola, onde o arquivo
foi instalado em seis computadores disponíveis para uso. Os alunos trabalharam em duplas no
computador e, antes de iniciar a atividade, receberam uma explicação geral sobre o
funcionamento do CD.

As atividades foram acompanhadas por monitores (alunos dos cursos de


Graduação e Pós-Graduação em Ciências Biológicas, UNESP-Botucatu) e docentes (a
orientadora da monografia e a professora das turmas de alunos da 6ª série), com a função de
esclarecer dúvidas e manter a organização da atividade.

Compareceram ao mini-curso um total de 32 alunos. Assim que chegaram à


escola os alunos receberam um crachá com seu nome. Em cada período (manhã e tarde), os
alunos tiveram em média 1h30min para observar a exposição e 1h30min para explorar o CD-
ROM. Ao final da atividade (exposição e CD-ROM) os alunos assinaram a lista de presença
para, posteriormente, receber um certificado de participação no mini-curso. Neste momento o
aluno foi convidado a preencher uma ficha de avaliação da atividade. Ao longo da atividade
foram observadas e anotadas as dificuldades encontradas na utilização do CD-ROM e no
preenchimento da avaliação.

Os alunos no geral não tiveram nenhuma dificuldade na utilização do


computador e a maioria ficou cerca de 1h explorando o material didático elaborado. Grande
parte dos alunos, ao sentar nos computadores, se surpreendeu com os efeitos de animação
presentes na tela de entrada do CD. A maioria leu com muita atenção as informações contidas
no CD-ROM. No entanto, alguns mostraram um maior interesse pelas figuras, desenhos e
animações, passando rapidamente pela parte escrita. Os alunos fizeram perguntas para os
monitores apenas sobre alguma curiosidade que não estava no CD.

Uma grande interatividade dos alunos com os computadores foi observada, o


que contribui para o aprendizado dos alunos. Segundo GABINI (2005), a interatividade é uma
característica marcante propiciada pelo uso do computador, a qual, mesmo não envolvendo
pessoas, amplia as condições para que ocorra a aprendizagem, pois, na ligação com
interfaces, a elaboração do conhecimento é aperfeiçoada.

Durante a exposição, os alunos fizeram muitas perguntas sobre os animais.


Vários grupos de animais chamaram a atenção dos alunos, com destaque para Arthropoda,
pois havia animais vivos (aranha e escorpiões), o que atraiu muito a atenção dos alunos.

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Também o grupo dos Echinodermata fez “sucesso”, pois muitas crianças nunca tinham visto
exemplares de animais pertencentes a esse grupo. Os visitantes também gostaram de poder
tocar nos animais fixados.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mini-curso, além de atrair a atenção dos alunos das 6ª séries, contou também
com a participação de alunos de outras turmas, já que a atividade foi desenvolvida dentro do
Programa “Sábado da Família”. Alunos da 1ª, 5ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e do 1º e
2º do ensino médio demonstraram grande interesse pela atividade, participando da exposição e
da atividade na sala de informática.

Materiais alternativos, que chamam a atenção dos alunos e os estimulam a


buscar as informações para a construção do seu próprio conhecimento, são importantes para
se atingir o objetivo do ensino, ou seja, a aprendizagem por parte do aluno (TEIXEIRA, 2005).
Para que haja o sucesso desses novos materiais, o professor precisa estar atualizado e
preparado para lidar e utilizar essas novas tecnologias. É importante ressaltar, então, a
necessidade de se investir na formação dos professores. Segundo MORAN (2000), ensinar
com novas mídias será uma revolução somente se mudarmos ao mesmo tempo os métodos
convencionais de ensino, que mantém distantes professores e alunos.

5. BIBLIOGRAFIA

BORGES, G.L. de A. Formação de professores de biologia, material didático e conhecimento


escolar. 2000. 436p. Dissertação (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidades
Estadual de Campinas, Campinas.
GABINI, W. S. Informática e ensino de química: investigando a experiência de um grupo de
professores. 2005. 150p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências, Universidade
Estadual Paulista, Bauru.
MACHADO, D.I.; SANTOS, P.L.V.A.C. Avaliação da hipermídia no processo de ensino e
aprendizagem da física: o caso da gravitação. Ciência & Educação, v. 10, n. 1, p. 75-100,
março 2004.
MORAN, J.M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas.
In: MORAN, J.M.; MASSETO, M.T.; BEHRENS, M.A. (Eds). Novas tecnologias e mediação
pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. p. 11-63.
TEIXEIRA, M.G. Invertebrados – Caracteres gerais e filogenia: produção de material didático
para o ensino fundamental. 2005. 63p. Monografia – Instituto de Biociências, Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita filho, Botucatu.
PINTO, T.L.F. Invertebrados – Caracteres morfológicos, fisiológicos e ecológicos: produção de
material didático para o ensino fundamental. 2006. 48p. Monografia – Instituto de Biociências,
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita filho, Botucatu.

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