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CÁLCULO IV

INTEGRAIS DE LINHA

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1 - Reconhecer integrais de linha;

2 - Analisar os tipos de integrais de linha;

3 - Identificar alguns teoremas relacionados a integrais de linha;

4 - Identificar algumas propriedades relacionadas a integrais de linha;

5 - Reconhecer o Teorema de Green.

1 Introdução
Apresentaremos integrais de linha nas quais a função a ser integrada é calculada ao longo de uma curva. A

função a ser integrada, na integral de linha, pode ser de dois tipos: integral de linha de função escalar, quando é

uma função real ou integral de linha de campo vetorial, quando é uma função vetorial. No decorrer da aula,

veremos algumas propriedades e teoremas relacionados às integrais de linha. Dentre os teoremas

apresentaremos o de Green e alguns exercícios. O Teorema de Green relaciona uma integral de linha ao longo de

uma curva fechada no plano xy com uma integral dupla sobre a região limitada pela curva fechada. Veremos

também que poderemos resolver integrais de linha ao longo de uma curva dependendo apenas do ponto inicial e

final, isto é, integrais curvilíneas independentes do caminho de integração e construiremos função potencial

usando integrais indefinidas.

2 Integral de linha de função escalar


Nessa aula, estudaremos sobre as integrais de linha e para defini-las vamos partir da integral definida que

aprendemos na disciplina de Cálculo anteriormente, ou seja,

dentro do intervalo [a,b].

Agora Imagine que o intervalo [a,b] define uma curva C que será descrita pelas equações paramétricas:

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• x = x(t);

• y = y(t);

• z = z(t).

Onde:

• a ≤ t ≤ b.

Podemos então definir formalmente:

A seguir veremos um exemplo prático para entender melhor.

Exemplo

Imagine que a curva C representa um arame e f(x,y,z) a densidade (massa por unidade de comprimento) em

cada ponto (x,y,z) na curva C.

Desejamos calcular a massa total do arame.

Mas como vamos fazer isso?

Exemplo

Usando a mesma ideia da demonstração da integral, o Teorema de Riemann. Tome o intervalar [a,b] e divida-o

por meio da partição regular de ordem n. Com esta divisão teremos: a = t < t ... < t <... < t = b.
0 1 i n

Veja que com esta divisão estaremos com várias curvas G, conforme podemos observar na figura abaixo.

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1 1
Agora, suponha que σ(t) é de classe C (Notação classe C é ter pelo menos a primeira derivada).

Denotaremos por ∆s o comprimento de cada curva C , portanto o comprimento da curva será dado por:
i i

Observou que este mesmo raciocínio foi feito anteriormente para integral?

Pelo teorema do valor médio para integrais visto na disciplina de Cálculo anteriormente, existe:

Integral de Linha de função escalar

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Quanto maior n, ∆s será pequeno e f(x,y,z) pode ser considerado constante em C e igual a f(σ(U )).
i i i

Portanto, o somatório de todas estas partes nos dará aproximadamente a massa total e podemos escrever:

A soma S é uma soma de Riemann da função f(σ(t)) II σ' (t) II no intervalo [a,b].
n

Podemos calcular a integral de linha de uma função ao longo de uma curva, mesmo que ela assuma também

valores negativos em pontos desta curva.

Como nas integrais definidas, o resultado é a diferença entre a área onde a f é não negativa e a área onde a f é

negativa.

Desta forma, não há restrição para o resultado da integral de linha.

Podemos então escrever a seguinte definição:

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3 1
Seja uma curva C em R , parametrizada por s(t)=(x(t),y(t),z(t)), t Î [a,b], onde s é de classe C , e f(x,y,z) uma

função real continua em C. Definimos a integral de linha de f ao longo de C por:

Esta fórmula ainda será válida se

Neste caso, a integral é calculada dividindo-se o intervalo em um número finito de intervalos fechados onde

Um caso particular já estudado na disciplina de Cálculo anteriormente, é o comprimento da curva.

onde: f(x,y) ≥ O em C a interpretação geométrica será a ideia da área de uma cerca (ou muro) que tem como base

a curva C e altura f(x,y) em cada ponto (x,y) ∈ C, conforme pode ser observado nas figuras.

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O comprimento do arco denotaremos por ∆ . Como f é uma função continua e a i-ésima tira da cerca é estreita
si

podemos aproximar o valor de f para f(x*i, y*i) em todo (x, y) do arco.

Com n grande cada arco tende a zero e a função f tende a assumir o valor constante f(x*i, y*i). Desta forma, a área

da cerca é

que nada mais é do que a integral de linha da função f ao longo da curva C e denotaremos

EXEMPLO

Antes de dar continuidade a seus estudos, clique no link a seguir e veja alguns exemplos para entender melhor:

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon436/docs/a04_07_01.pdf

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3 Integral de linha de campo vetorial
Já ouviu falar em campo vetorial?

A ideia de campo vetorial vem da Física e corresponde associar a cada ponto do plano ou do espaço uma

grandeza que possui direção, sentido e módulo (tamanho), ou seja, um vetor.

Exemplo:

Seja um fluido percorrendo um encanamento com fluxo constante.

Se associarmos a cada ponto a velocidade do fluido nesse ponto, obteremos um campo de vetores F de

velocidades do fluido.

Novamente, imagine que o intervalo [a,b] define uma curva C que será descrita pelas equações paramétricas:

• x = x(t);

• y = y(t);

• z = z(t).

Onde:

• a ≤ t ≤ b;

• F(x,y,z) = (F1(x,y,z), F2(x,y,z), F3(x,y,z)) é um campo vetorial.

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Exemplo de aplicação

Suponha que F representa um campo de forças e calcularemos o trabalho realizado pela força F ao deslocar uma

partícula ao longo da curva C.

Novamente, esse exemplo vem da Física.

Neste caso, sabemos que o trabalho é dado pelo produto escalar do campo pelo vetor

Se for um caminho curvo no espaço, podemos imaginar que ele é uma sucessão de deslocamentos retilíneos

infinitesimais.

Definição:
3
Considere uma curva C em R parametrizada por:

• σ(t) = (x(t), y(t), z(t));

• t ∈ [a,b].

Onde:
1
• σ é de classe C ;

• F(x,y,z) = (F (x,y,z), F (x,y,z), F (x,y,z)) é um campo vetorial contínuo definido em C.


1 2 3

Definimos a integral de linha de F ao longo de C por:

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Saiba mais
Antes de continuar, clique no link a seguir e entenda o raciocínio para essa conclusão
utilizando a mesma ideia da integral de linha de função escalar: http://estaciodocente.webaula.
com.br/cursos/gon436/docs/a04_10_01.pdf

4 Construção de uma função potencial usando integrais


indefinidas
3
Se F = (F1, F2, F3) é um campo vetorial gradiente de uma função potencial f em um aberto U⊂ R , então:

Usando integrais indefinidas e integrando em relação a x, ou seja, mantendo y e z como constantes, obtemos:

onde A(y,z) é uma constante de integração a ser determinada.

Usando integrais indefinidas e integrando em relação a y, ou seja, mantendo x e z como constantes, obtemos:

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onde B(x,z) é uma constante de integração a ser determinada.

Usando integrais indefinidas e integrando em relação a z, ou seja, mantendo x e y como constantes, obtemos:

onde C(x,y) é uma constante de integração a ser determinada.

Para encontrar f(x,y,z) teremos que encontrar A(y,z), B(x,z) e C(x,y) de modo que as equações citadas tenham o

mesmo lado direito.

Veja alguns exemplos no link a seguir:

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon436/docs/a04_11_01.pdf

5 Teorema de Green
O Teorema de Green relaciona uma integral de linha ao longo de uma curva fechada C no plano xy com uma

integral dupla sobre a região limitada por C ("rotacional" do campo).

Para trabalharmos com esse teorema precisamos conhecer algumas notações que estaremos usando

regularmente.
n
1ª definição: Uma curva σ: [a, b] → R é dita fechada se σ (a) = σ (b);

2ª definição: Dizemos que uma região fechada e limitada D do plano xy é simples se D pode ser descrita como

uma região do tipo I e do tipo II simultaneamente.

3ª definição: Dizemos que a fronteira ∂D de uma região limitada D do plano xy está orientada positivamente, se

a região D fica a esquerda, ao percorremos a fronteira ∂D.

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Agora finalmente poderemos enunciar o Teorema de Green.

Seja D uma região fechada e limitada do plano xy, cuja fronteira ∂D está orientada positivamente e é
1
parametrizada por uma função C por partes, de modo que ∂D seja percorrida apenas uma vez.
1
Se F(x,y) = (F (x,y), F (x,y)) é um campo vetorial de classe C em um subconjunto aberto que contém D, então:
1 2

A demonstração deste teorema pode ser encontrada na bibliografia recomendada nesta aula.

EXEMPLO

Antes de encerrar seus estudos veja alguns exemplos e aprenda a aplicar este teorema.

http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon436/docs/a04_13_01.pdf

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você estudará os assuntos seguintes:
• Exercícios onde aplicaremos o Teorema de Green;
• A interpretação vetorial do Teorema de Green;
• Os campos vetoriais conservativos no plano.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Reconheceu integrais de linha;
• Analisou a importância da interdisciplinaridade;

• Utilizou o conhecimento dos cálculos e do cálculo vetorial aprendidos anteriormente;

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• Utilizou o conhecimento dos cálculos e do cálculo vetorial aprendidos anteriormente;
• Partiu do conhecimento anterior da disciplina de Cálculo para fazer uma extensão ao conteúdo desta
aula;
• Reconheceu algumas propriedades e teorema relacionados às integrais de linha;
• Identificou como construir a função potencial usando integrais indefinidas;
• Reconheceu o Teorema de Green

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