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RESUMO
ABSTRACT
“Dão-Lalalão” is a novel placed in the second volume of Corpo de Baile (1956) and,
later, in Noites do Sertão, the second book of three in which Corpo de Baile was divided. It is
a story about an ex-cowboy and an ex-prostitute that undoubtedly catches the reader’s
attention to the theme of love in Guimarães Rosa’s works. The novel is full of lascivious
passages that are sustained by a narrow fusion of poetical language and eroticism. The
narrative tells the Soropita’s return to Ão, where Doralda, his voluptuous wife, waits for him.
The article analyses, based on the Reception Theory formulated by Hans Robert Jauss (1921-
1997), the theme of love in the critic reception in the essays of Benedito Nunes and Bento
Prado Jr. In the fictional structure of “Dão-Lalalão”, the article aims to explore the variety of
1
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico — CNPq.
2
Graduando de Licenciatura em Língua Portuguesa e bolsista do Projeto de Pesquisa: Estudos Estético-
recepcionais acerca da Literatura em Língua Portuguesa: Guimarães Rosa (EELLIP)
erudite references that are present in the narrative and explain the various personifications of
Eros, who acts as the main strength in the building of life’s aesthetic experience, in which
memory and poetry are articulated.
INTRODUÇÃO
3
ROSA, João Guimarães. Corpo de Baile. v. 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 470. Todas as
citações da obra correspondem a esta edição, sendo assinaladas somente as iniciais CB seguidas do número da
página.
ciclo arthuriano, segundo Cavalcanti Proença4. Em outro horizonte, a natureza ambígua do
sertão e das peripécias que relata o jagunço é o marco de análise da obra: a ambigüidade da
amizade, do nome, da própria essência de Diadorim e da saga pelo sertão, entre outras
imprecisões sertanejas, foi abarcada pelo princípio de reversibilidade, forjado por Antonio
Candido5, que abrange o conjunto da obra roseana. Em suma, muitas das leituras dirigidas ao
monólogo de Riobaldo estão relacionadas também às narrativas de Corpo de Baile, todavia, é
preciso avaliar as peculiaridades estéticas das narrativas deste ciclo6.
Em ambos os livros, as estórias e personagens freqüentemente evocam as mais
variadas referências literárias e filosóficas, urdidas numa arquitetura estética que mescla o
erudito e o popular, o documental e o fictício. Na edificação ficcional de “Dão-Lalalão”,
ambiciona-se explorar a hipótese de leitura que elege a veia erótica e poética como pulsão à
tessitura estética da narrativa e, conforme a problemática lançada sobre a novela, de que
forma esta leitura se enquadra na hermenêutica dos estudos roseanos.
Conhecia de cór o caminho, cada ponto e cada volta, e no comum não punha
maior atenção nas coisas de todo tempo: o campo, a concha do céu, o gado nos
pastos — os canaviais, o milho maduro — o nhenhar alto de um gavião — os
longos resmungos da jurití jururú — a mata preta de um capão velho — os
papagaios que passam no mole e batido vôo silencioso — um morro azul depois
de morros verdes — o papelão pardo dos marimbondos pendurado dum galho, no
4
PROENÇA, M. Cavalcanti. Augusto dos Anjos e outros ensaios. 2. ed. Rio de Janeiro: Grifo; Brasília:
INL, 1973. 240p. Vale ressaltar que esta leitura foi alvo de críticas, pois aproximar a obra roseana do ciclo
arthuriano implica esvaziá-la de toda sua modernidade enguanto obra literária.
5
CANDIDO, Antonio. O homem dos avessos. In: Tese e antítese. São Paulo: Nacional, 1964. p. 119-40.
6
Para outras leituras da obra de Guimarães Rosa cf. O Dorso do Tigre. NUNES, Benedito. (1976); As
formas de falso. GALVÃO, Walnice Nogueira. (1972); O Brasil de Rosa. RONCARI, Luis. (2004); entre
outros.
7
PRADO JR, Bento. O destino cifrado: linguagem e existência em Guimarães Rosa. In: Alguns ensaios.
São Paulo: Max Limonad, 1985. p. 195-226.
8
Idem, ibidem. p. 201.
cerrado — as borboletas que são indecisos pedacinhos brancos piscando-se — o
roxoxol de poente ou oriente — o deslim de um riacho. Só cismoso, ia entrado
em si, em meio-sonhada ruminação9.
9
CB, p. 470.
10
PRADO JR, Bento. O destino cifrado: linguagem e existência em Guimarães Rosa. In: Alguns
ensaios. São Paulo: Max Limonad, 1985. p. 202.
11
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. p.
(...) é o quase-sonho de Soropita, ruminação de si mesmo, que permite a
ruminação da paisagem, que passa a latejar no corpo-próprio. É esse sonho que
dissolve o perfil nítido das coisas, dispersando-as em poeira vaporosa, em odor e
gosto, fazendo a representação se diluir em pura afecção. O espaço se faz calmo e
a percepção assume estilo erótico12.
É na tensão entre estas personagens que se flagra uma das principais características de
eros e um dos fundamentos da poiesis, a união de elementos díspares. De acordo com a
matriz de pensamento platônica, a qual se remete o mestre Benedito, a sucessão de um
estágio do ser a outro, necessariamente, não suprime totalmente os atributos de seu
precurssor, pelo contrário, na escala dos estados do ser, a diáletica ascensional conserva as
características do estágio anterior, carnal, superando-as, no sentido de completá-las, no estado
de plenitude, do inteligível. Por meio deste processo diáletico, naturezas tão díspares na
graduação do impulso erótico encontram uma harmonia e unicidade. Na novela “Dão-
Lalalão” repousa em Doralda esta polaridade, a esposa de Soropita guarda ainda os encantos
de sua antiga profissão em Montes Claros, mas, ao mesmo tempo, encarna o amor
apaixonado das bodas do matrimônio versado no Cântico dos Cânticos e, assim, a deseja o
esposo, Soropita, que a compara a um pássaro “voável” de muitas cores e brilhos, mas que é
preso no vilarejo do Ão.
Assim, segundo Benedito Nunes, “a harmonia final das tensões opostas, dos
contrários aparentemente inconciliáveis que se repudiam, mas que geram, pela sua oposição
recíproca, uma forma superior e mais completa, é a dominante da erótica de Guimarães
Rosa15”. Na silhueta de Doralda, a tônica amorosa da narrativa encontra sua súmula e pulsão.
De meretriz requisitada na casa de Clema ao amor incondicional que dedica a Soropita, a
metamorfose de Doralda assimila-se as múltiplas formas e facetas de eros em sua dança. Em
determinado momento da narrativa, ao anoitecer e se retirar ao quarto, Soropita, pede que a
esposa se dispa diante dele, devagar, pois gostaria de apreciar as belezas do corpo desejado.
A descrição da cena e a posição em que se fixa Doralda, aparentemente se referem ao quadro
“O Nascimento de Vênus”, de Boticelli.
Mais que uma referência erudita ao artista italiano, esta passagem, alude à dicotomia
ontológica da personagem. Vênus, deusa do amor, é reconhecida na mitologia por sua
natureza selvagem e promíscua, mas ao mesmo tempo é uma divindade e como tal manifesta-
se, também, em seu manto divino. Existem outras referências que comungam com esta
perspectiva, em correspondência com seu tradutor italiano, Edoardo Bizarri, o autor aponta a
relação da novela com um dos livros da Bíblia. “Diluídas, aliás, nas páginas (...), perpassa
uma espécie de paráfrase do ‘Cântico dos Cânticos’17”. Provavelmente, da autoria de
Salomão, este livro sapiencial celebra, numa série de poemas, o amor mútuo de um Amado e
de uma Amada que se unem e se perdem, se buscam e se encontram. Seus versículos, na
14
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968.
15
NUNES, Benedito. O amor na obra de Guimarães Rosa. In: O dorso do tigre. 2. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1976. p. 147.
16
CB, p. 542.
17
ROSA, João Guimarães. Correspondência com seu tradutor italiano: Edoardo Bizarri. 3. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003. p. 80.
verdade, abduzido o sentido litúrgico, melhor denominados como versos, exaltam a
fidelidade no matrimônio e retomam, de forma análoga, os temas dos cânticos nupciais
árabes da Síria, da Palestina e do Egito Antigo.
Apesar das interpretações alegóricas, assinaladas pela religião, de que o livro dos
cânticos seria uma alegoria do amor de Cristo pela sua noiva, a Igreja, os poemas nada
sinalizam à interpretação litúrgica do texto, ou ainda, a uma leitura que se refira à união
mística da alma com Deus. Não há traços que sugiram uma decodificação de alegorias que
estejam nas entrelinhas, pelo contrário, o sentido decorre naturalmente dos versos: é uma
coleção de cantos que exaltam o matrimônio, mas o tema não é totalmente profano, visto que
Deus abençoou o casamento, concebido antes como a associação harmônica e afetuosa entre
o homem e a mulher do que como um meio de procriação. Na novela em questão, o trecho
em que o Amado descreve sua companheira é parafraseado nas palavras de Soropita:
18
4:1 quam pulchra es amica mea quam pulchra es oculi tui
columbarum absque eo quod intrinsecus latet capilli tui sicut
greges caprarum quae ascenderunt de monte Galaad
4:2 dentes tui sicut greges tonsarum quae ascenderunt de lavacro
omnes gemellis fetibus et sterilis non est inter eas
4:3 sicut vitta coccinea labia tua et eloquium tuum dulce sicut
fragmen mali punici ita genae tuae absque eo quod intrinsecus latet. (Vulgata)
Cf. BÍBLIA. Cântico dos Cânticos. Português. Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Ed. Paulus, 2000. p.
1191.
da voz, quando ela falava, o cuspe. Doralda — deixava seu perfume se fazer19.
19
CB, p. 544.
20
CB, p. 484.
a um nível mais próximo da natureza divina. Conforme afirma o mestre Benedito Nunes,
“Essa vontade de restituição manifesta-se no élan amoroso e na ascese mística, duas vias de
retorno que se equivalem, pois o homem tenta vencer, por meio delas, a alteridade, iden-
tificando-se com outrem no amor ou com a divindade, na culminância do êxtase21”. Todavia,
nesta novela roseana, o contemplativo não foge ao sensível; a paisagem sertaneja e a beleza
de Doralda, principais focos de visão, são antes sentidos na corporalidade do ser envolvido
numa atmosfera erotizada e abstrata, entre o onírico e o real, e posteriormente expressos
numa linguagem poética, que atinge uma imagem algo epifânica no momento em que
Soropita observa Doralda no meio da sala, a cena delineada em seu pensamento é uma
imagem grandiosa e violenta, uma visão próxima aos signos e ao êxtase divinos.
21
NUNES, Benedito. O amor na obra de Guimarães Rosa. In: O dorso do tigre. 2. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1976. p. 153.
22
CB, p. 533-534.
23
ALIGUIERI, Dante. O Banquete (Il convívio). Trad. Pe.Vicente Pedroso. São Paulo: Ed. das
Américas, s.d. p. 186 : “E peroche l’ uomo (avvegnachè una sola sustanza sia tutta sua forma) per la sua nobiltà
a in sè della natura di ognuma di queste cose, tutti questi amori puote avere, e tutti gli ha”. p. 413.
dimensões. Os conceitos de Platão, o sistema de Plotino, entre outras referências filosóficas e,
também, metafísicas, relacionadas ao amor e a outros temas são reelaboradas na produção, ao
mesmo tempo, tradução artística de Guimarães Rosa que é direcionada ao microcosmo do
homem, este sim, o principal tema da ficção roseana, fascinada pelo mítico e universal da
vida; diferentemente do pensamento de Dante, ao conceber os cantos da Divina Comédia e a
exposição no Il Convívio à luz do ideal cristão de ascensão ao Paraíso e da teologia
escolástica do século XIII, em que eros se despe de sua sensualidade e configura-se como o
amor ágape da beatitude, ou ainda, como virtude normativa para a compreensão e acesso a
Sabedoria.
Esta diferença fundamental entre as obras é, sumariamente, expressa na natureza das
suas personagens femininas. Beatriz é a alegoria da Sabedoria, uma beleza de luz e matéria
divina que apaixona o poeta italiano e estimula-o no árduo trajeto que percorre pelo Inferno,
Purgatório e Paraíso; já Doralda é uma beleza que tem cheiro, suor e calor, é a personificação
da noiva, da Sulamita, da amada fiel ao laço conjugal, mas, em segredo, desejada pela
lascívia promiscua da prostituta. Outro aspecto relevante é a virilidade que perpassa a novela,
em diferentes momentos uma série de valores tipicamente varonis são postos em destaque, a
perda do respeito e o despautério perante os outros homens e a comunidade estão diretamente
associados ao fraquejo masculino e conseguinte adultério da esposa, a estória do seo
Quincôrno, mais também com a perda do prazer e do desejo pela vida, como bem o
demonstra a reação de Soropita quando fraquejara.
Tinha não podido, não, leso, leso, e forcejava por mandar em si, um frio que o
molhava, chorava quase, tascava os freios. Doralda, bôazinha, dizia que às vezes
era mesmo assim, não tinha importância, que nenhum homem não estava livre de
padecer um dissabor desse, momentão; passava as mãos nele, carinhosa, pegava
nele, Soropita, como se brinca. Mas ele não aceitava de ficar ali, fechando os
olhos, num aporreado inteiro, pavoroso fosse mandraca, podia durar sempre
assim, mas então ele suicidava;
O preto, com espingarda e capanga, remexia: tinha ali uma codorna, sapecada de
pólvora, preta e sangrenta; Soropita desviou o olhar. Mas vigiava-os, de sosla: os
em volta, mais afastados, fechando meia roda. O rapaz no cavalinho queimado,
com chapéu-de-couro redondo, do feitio de Carinhanha. Um de roupa clara. Um
de terno de couro, novo, dos comprados em Montes Claros. Gente de paz, em seu
serviço, mas gente bem armada.24
24
CB, p. 494.
Acompanhado de Dalberto, um pouco à frente dos outros, Soropita, segue o restante
do caminho conversando com o amigo, muito vivo, bom prosador, a conversa se estende aos
tempos de condutor de boiadas, Dalberto, relembra os limites e os nomes das fazendas e dos
seus respectivos donos, dos prazeres de Montes Claros, da afeição que tinha por uma das
meninas, lembra estórias insólitas e conta anedotas, pergunta sobre o antigo e o novo, quer
saber o que ocorrera depois de tantos anos decorrido. Soropita se sente desconfortável com
sua posição, tinha certeza que os outros falavam dele na traseira. Mesmo assim, por bons
modos, convida-os para jantar em sua casa. Dalberto aceita, despensa os vaqueiros do convite
e recomenda que o encontrem, pela manhã, em outro local, no Azedo. Mas, perto de casa,
Soropita é assaltado por uma dúvida:
A condenação dos lussuriosi consiste num eterno redemoinho violento que, a toda
hora, os lança contra as rochas, entre as blasfêmias contra a ordem divina as almas
condenadas têm por única e incerta esperança um momento de alívio em meio ao perpétuo
sofrimento. Espécie de pena que reflete o ímpeto e desnorteio natural aos que se entregam
plenamente às paixões humanas.
28
ALIGHIERI, Dante. Divina Comédia. Inferno V. Trad. de J. P. Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin
Claret, 2004. p. 45.
1
Desci destarte ao circulo segundo,
Que o espaço menos largo compreendia,
Onde o pungir da dor é mais profundo.
4
Lá estava Minos e feroz rangia:
Examinava as culpas deste a entrada,
Dava a sentença como ilhais cingia:
7
Ante ele quando uma alma desditada
Vem, seus crimes confessa-lhe em chegando,
Com perícia em pecados consumada.
10
Lugar no inferno, Minos, lhe adaptando,
Do abismo o círculo arbitra, a que pertença,
Pelas voltas da cauda graduando.
29
ALIGHIERI, Dante. Divina Comédia. Inferno V. Trad. de J. P. Xavier Pinheiro. São Paulo: Martin
Claret, 2004. p. 46.
31
Da tormenta o furor, nunca abatido,
Soropita é envolvido na ventania maligna e no estorvar de grunidos semelhantes ao de
bandos de estorninhos, segundo descreve Dante, que o transtorna em rodeios intermináveis
envolvendo-o numa sensação de desespero e morte que o impele, em armas, contra a
provável ofensa de Iládio. Assim, eros manisfesta sua faceta mais feroz e labiríntica, a
violenta graça do amor torna o, até então, estado de meio sonhada ruminação numa caudalosa
torrente de augouros.
Vento mau o sacudia, jogava-o, de cá, de lá, em pontas de pedras, naquele trovôo
de morte, gente com gritos de dores, chorando e falando, muitos guinchos
redobrados, no vento varredor?30.
Ou então, aquilo que Doralda tinha falado, mais de uma vez, muito falava: —
“Bem, eu acho que só ficava sossegada de tu nunca me deixar, era se eu pudesse
estar grudada em você, de carne, calor e sangue, costurados nós dois juntos...”
Isso, ele gostava. Sem Doralda, nem podia imaginar — era como se ele estando
sem seus olhos, se perdido cego neste mundo.
Na estância órfica de eros vislumbram-se alguns aspectos que perpassam por toda a
narrativa, a tensão dialética entre extremos opostos e a hesitação de pensamento podem ser
referenciados por este poema, assim como, alguns outros elementos que funcionam como
denominadores comuns numa leitura comparativa.
, O AMOR
Sendo assim, o poema órfico de Goethe oferece, em certa medida, um sumário poético
de alguns elementos da novela “Dão-Lalalão”. A obra roseana, rica nas mais variadas
referências literárias, filosóficas, entre outras, sustentada por um linguagem elaborada, edifica
ficcionalmente uma concepção de mundo que abarca os paradoxos da natureza humana diante
da beleza e do místerio da vida.
PALAVRAS-CHAVE
33
Idem, ibidem. p. 249.
34
Idem, ibidem.p. 249.
35
Idem, ibidem. p. 136.
Erôs, Liebe
Die bleibt nicht aus ! — Er stürzt vom Himmel nieder,
Wohin er sich aus alter Öde schwang,
Er schwebt heran auf luftigem Gefieder
Um Stirn und Brust den Frühlingstag entlang,
Scheint jetzt zu fliehn, vom Fliehen kehrt er wieder,
Da wird ein Wohl im Weh, so sü un bang.
Gar manches Herz verchwebt im Allgemeinen,
Doch widmet sich das edelste dem Einem.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALIGHIERI, Dante. Divina Comédia. Inferno V. Trad. de J. P. Xavier Pinheiro. São Paulo:
Martin Claret, 2004.
ALIGHIERI, Dante. O Banquete (Il convívio). Trad. Pe.Vicente Pedroso. São Paulo: Ed. das
Américas, s.d.
BÍBLIA. Cântico dos Cânticos. Português. Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Ed. Paulus, 2000.
NUNES, Benedito. O amor na obra de Guimarães Rosa. In: O dorso do tigre. 2. ed. São
Paulo: Perspectiva, 1976.
PRADO JR, Bento. O destino cifrado: linguagem e existência em Guimarães Rosa.
In: Alguns ensaios. São Paulo: Max Limonad, 1985. p. 195-226.
QUINTELA, Paulo. Obras Completas — Traduções II. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1997.
ROSA, João Guimarães. Corpo de Baile. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. 2v.
ROSA, João Guimarães. Corpo de Baile: sete novelas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1956. 2v.
ROSA, João Guimarães. Correspondência com seu tradutor italiano: Edoardo Bizarri. 3. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 8. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1972.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1956. 594p.