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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS

ELAIANA DA MATA

GLEICE SILVA

YRAMAIA PARENTE

ATIVIDADE ORIENTADA 1
A relação entre a Globalização capitalista e o processo de exclusão
social nos países periféricos. A implantação do Neoliberalismo e a
produção das desigualdades sociais.

Feira de Santana
2014
UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
ELAIANA DA MATA

GLEICE SILVA

YRAMAIA PARENTE

ATIVIDADE ORIENTADA 1
A relação entre a Globalização capitalista e o processo de exclusão
social nos países periféricos. A implantação do Neoliberalismo e a
produção das desigualdades sociais.

Atividade apresentada como requisito parcial para


aprovação na disciplina de Acumulação Capitalista
e Desigualdade Social  do Curso de Serviço Social
da UNIFACS sob acompanhamento da Profª
Anamaria Morales

Feira de Santana
2014
INTRODUÇÃO
"O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como
metáfora. Todos os lugares são mundiais mas não há um espaço mundial. Quem se
globaliza mesmo são as pessoas" (Milton Santos, 1993). As obras de Milton Santos
afirmam pretender construir um mundo diferente daqueles que vivemos, o filme trata
a globalização em dimensão cultural, econômica e solidaria. O documentário
“Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá” mostra a
visão do geógrafo Milton Santos no fenômeno da globalização. Além do ponto de
vista de Milton Santos, o documentário também trás opiniões de outros teóricos do
assunto sobre o fenômeno da globalização e os seus efeitos mais perversos Ele
considera o processo de globalização atual como “perverso e inescrupuloso”, porque
destrói preceitos morais e sociais tidos como base de uma sociedade. Além disso, é
cheio de contradições, considerando-o como “globaritarismo”. Sendo contraditório
percebe-se a idéia de que todos os setores deveriam ter livre e justa concorrência,
no entanto apenas um número pequeno de empresas comandam o mercado,
resultando em exclusão social.

Milton Santos ainda destaca o papel da mídia como influenciadora no


processo de globalização, já que transmitem os acontecimentos de forma a
atenderem os interesses de grandes empresas. ele mostra a necessidade de
construção de uma globalização mais democrática.
1ª questão: No filme documentário Milton Santos fala sobre uma outra globalização,
solidária, que se opõe à globalização que vivenciamos hoje, totalitária. Descrevam
como esta, atual, contribui para a reprodução das desigualdades sociais. (2,0 ptos)
O totalitarismo refere-se a todo e qualquer tipo de governo onde um único
indivíduo ou partido controla as diversas instâncias do Estado ao mesmo tempo que
esse regime define um tipo de relação onde o governo tem grande poder de
intervenção na vida de seus cidadãos. A globalização totalitária ou como o próprio
Milton Santos diz “globaritarismo” tem como centro o lucro e o capital e persegue os
ideais de liberdade , provocando um efeito nocivo aos países subdesenvolvidos, já
que amplia as relações de consumo entre os países, onde aqueles que tem menos
infra estrutura enfrentam uma concorrência desleal com os países mais bem
preparados tecnologicamente. Consequentemente há o aumento de numero de
desempregados, educação de baixa qualidade, aumento da violência e da fome, etc.
Milton Santos defende a concretização da democracia plena como processo
facilitador da conquista da liberdade de vida. Logo, o sistema democrático é capaz
de vencer o totalitarismo em que se tornou a Globalização

2ª questão: No filme vemos movimentos sociais de resistência que nos países


periféricos (antes chamados do 3º Mundo, como a América Latina e a África)
reivindicam o acesso a recursos naturais, que devem ser considerados bens de uso
social e não bens comercializáveis. Quais são eles ? Quais os movimentos citados
no filme ?

Acontecimentos no mundo inteiro focam a atenção na sociedade capitalista


que, a fim de obter benefícios próprios em detrimento de se apropriar dos bens
comuns e do uso privado de riquezas mundiais por parte de uma minoria.
Apropriações indevidas que geram tensões, por tentar deter grandes bens nas mãos
de pequenos grupos, enquanto o restante se consolida de miséria. Multinacionais
controlam a produção de comida e a distribuição de água, os dois bens mais básicos
para a humanidade o preço é estabelecido para gerar lucro a quem produz e não
para dar acesso a todos. A tentativa de privatização da água potável em
Cochabamba, devido a pressões do FMI e do Banco Mundial, acabou por incitar
manifestações populares que, após a comoção nacional por causa da morte de um
jovem, conseguiram o retorno da propriedade estatal sobre a água potável, na
Bolívia em 2000 e o 3º Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, Em Quito
(2000), no Equador, um programa de privatizações levou a levantes populares que
acabaram por derrubar o presidente; na Argentina (2001), o “Panelaço” destituiu três
presidentes. No Brasil, as ondas de privatizações geraram manifestações isoladas,
abafadas por uma esperança de maior consumo por parte da população. Conclui-se,
então, que a resposta popular a certas atitudes estatais ainda têm bastante força, de
modo que o conformismo nada mais é do que uma ideologia sem fundamentos.

3ª questão: De acordo com o documentário, a Mídia (a Imprensa, a TV, a


comunicação de massa) tem um papel crucial de convencimento da população
sobre o modelo de Globalização imposta pelos poderes econômicos mundiais. Que
estratégias são usadas para isso? Podemos sonhar com um outro modelo, uma
outra globalização ? Justifique.
A Mídia sendo um meio que manipula e que encobre a verdadeira
Globalização tem capacidade de convencer a muitos. Milton Santos esclarece isso
afirmando que: “A Mídia tem um papel de intermediação, o poder não é dela, o
poder é de um pequeno número de agências internacionais, que são estreitamente
ligadas ao mundo da produção material, ao mundo das finanças, que controlam de
maneira extremamente eficaz a interpretação do que está se passando no mundo, e
da forma que se torna clara quando a gente pega os jornais e vê a repetição quase
que servil das mesmas fotografias, das mesmas manchetes, das mesmas idéias,
dos mesmos debates que indicam que alguma coisa está por trás de tudo isso”.

 O consumismo, a nova forma de vida proposta pela globalização, é imposta


pela mídia, intermediária e às vezes maliciosa, controlando o que se passa no
mundo, analisando e interpretando os fatos a sua conveniência e transmitindo essas
noticias. Sendo um grande instrumento de conhecimento para o mundo, como dizem
que é, a noção que temos do mundo a partir do acesso a esses meios nos dá a
possibilidade de entender como ele é e as mudanças que devem ser feitas para
transformar a ilusão do que deveria ser realmente. A globalização não é algo
isolado, mas transforma o mundo de diversas formas, onde produz diferentes
resultados em diversos territórios divergentes também em muitos aspectos. Sendo
assim, o homem precisa compreender que cada um, assim como cada pais , tem
pensamentos, opiniões e particularidades, e que não se pode almejar um futuro
semelhante ao que atualmente existe. Milton Santos diz, contudo, “que devemos ser
otimistas e aspirar por outra realidade que pode até ser utópica, mas não menos
desejável”

4ª questão: No filme vemos a expressão dos “excluídos” dos benefícios capitalistas,


através de movimentos artísticos, sobretudo a música, que denunciam a
globalização totalitária. O que eles dizem ?
Devido à construção do “globalitarismo”, que é uma espécie de totalitarismo,
surgem grandes bolsões de miséria nas grandes cidades, que são as favelas. Nelas,
as pessoas em geral, possuem péssimas condições de transporte, moradia, saúde,
educação, ou seja, os chamados “cidadãos de papel”, onde os seus direitos,
garantidos na constituição, não são respeitados. Porem, muitos artistas,alguns até
taxados de bandidos, não desistem da luta, e expressam através da musica do
cinema e de outras artes o seu cotidiano. Assim, não deixam de expressar, mesmo
que de forma poética, os seus desejos como cidadãos, ou seja, os seus anseios de
serem incluídos ao mundo global de forma digna. Essas pessoas e ou grupos
conseguem mostrar um pouco da sua realidade, como os rappers de Ceilândia,
cidade satélite com alto índice de violência. É através da música que eles reforçam
suas identidades de moradores da periferia fazendo uso da arte para protestar
e superar as dificuldades. 

5ª questão: No documentário vemos também a visita de um grupo de pessoas do


Movimento dos Sem Teto em um Shopping. O que esse contraste revela ?
Comparem com os recentes eventos dos “rolezãos” ocorridos em várias cidades. O
que eles expressam?
No documentário, o cineasta Silvio Tendler diz que a intenção do ato era
denunciar o consumo em contraponto com a miséria dos sem-teto. Em agosto de
2000, um grupo de manifestantes sem-teto foi de ônibus ao um shopping da zona-
sul do rio para protestar, houve grande cobertura da imprensa, e o ocorrido ganhou
proporção por conta da reação dos comerciantes e frequentadores do local. De
acordo com eles, a intenção do ato (um passeio) era “quebrar uma barreira invisível
entre as classes”
Os “rolezinhos” expressam o contraste entre as sociedades onde ainda hoje o
preconceito contra as classes sócias são evidentes. Em alguns desses movimentos
são confundidos com arrastão, e alguns casos movimenta-se segurança extra por
medo de alguma reação dos grupos. As pessoas vêem o seu espaço de conforto
invadido. O shopping é considerado uma bolha de segurança e a visita de grupos
sóciais considerados marginalizados, causam tensão a quem freqüenta e aos
lojistas. Para os sem-teto foi uma forma de protesto, porem onde foi percepitivel o
contraste social.

Esses movimentos da parte de alguns jovens tem a intenção de evitar


posturas preconceituosas e discriminatórias ou ações inadequadas e
desproporcionais, os shoppings são espaços públicos pois podem ser frequentados
por todos e que os "rolezinhos" tornou-se uma maneira de democratizar uma área
reservada à elite e já levanta um debate sobre a desigualdade social, o racismo e a
discriminação no país.

6ª questão: Apontem que mecanismos propostos pelo Neoliberalismo econômico


influem diretamente na produção das desigualdades sociais no Brasil.
Segundo Ivo Lesbaupin Neoliberalismo é o nome que se dá a uma corrente
de pensamento que reatualiza, no final do século 20, o velho liberalismo econômico
do século 18. O neoliberalismo é a economia onde o Estado fica de fora das
atividades econômicas sendo entregue totalmente ao mercado, onde empresas
públicas são privatizadas.

Ocorre à valorização, a concorrência e a competitividade entre empresas,


elas enxugam seus quadros diminuindo os custos e o pessoal, surgem os contratos
temporários, os trabalhadores perdem vários de seus direitos já conquistados,
aumenta o emprego informal, sem as garantias que há no emprego formal. Ocorre a
falta de benefícios, salários baixos, a insatisfação no trabalho, tornando o serviço
publico de péssima qualidade, causando uma nova exclusão social, onde há
trabalhadores porem não há empregos ou condições de trabalho. A economia fica
nas mãos dos ricos e das regiões ricas, outras regiões ficam excluídas, e varias
camadas populares são marginalizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

LESBAUPIN. Ivo - Entrevista com Ivo Lesbaupin, QUEM SABE FZ A HORA; revista
A Igreja no Brasil aberta ao mundo; N° 253 - Setembro 1997 - pág. 05

SANTOS, Milton; “O mundo global visto do lado de cá”. direção Sílvio Tendler, 2006,

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência


universal. São Paulo : Record, 2000.

SEM-TETO vão ao shopping. Acervo on-line Jornal O Globo, Rio de Janeiro


05.agosto.2000, p. 13.

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