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olego Pacoona Panna 7 aa - 7 — Sungione tak oe Buaromor INTRODUGAO AS IDEIAS- ~~ -~- DE BION bt onvPos, contmcnaw7o, psicoss. PEsAiMENTO... TRANGVORMAGORS, PRATICA PSICANALSTICA. 240 nap Paella Pacanitie Revit Phonon de ‘aiamrde da dasoclagio Braslere de Palanan trtiatla folReS teofids « term as de indetiengas GAL ct en ‘Rio ae Jena ti ‘rt erga orginal pando ta 107 poe Reonae Mussa Vien nics uns A Bop. Sern” Spit 0 ‘inslog pare 2 Mogun peruruase sages por Beipe ean, ta? 28-8, Rio Ge gun, aoe 20 eats peoeinae sta tad” ~ Gado’ pouivel s Fenlangho ‘deste iro. Indice Prefécio do Dr. Bion ‘Apresentagio & Edigio Brasileira Bleticio 8 Eeigao Argentina ‘Agradecimentos : 1m Graton O individu 6 gains ‘Mentalidade grape! ~~ Cultura do’ grupo ‘Suietoe bésicoe cee esa O mistico © 0 Ao : un O indicus ea psicoee Personalidad paistice Pensamento e nguager nor individuos om ‘predori- ‘io. da personalidade peices =~ ee Mudanga catesséfica na Gre pscitice a Pensamento 7 - ‘Gcigem estar do pensar. ‘Toorin dew fangées maportiacia dov modelos na tora e tecien pecan ‘iene Sua aplicegio ne teori do ‘pensameato - ra ry veney hoe = semgdiy. sep swumsqs wiogdxe es omngideo svsON, “odnaa 0 » cones O ‘seunneee> ssuwperx -ogiogen 2p onmatenadis ods ot TER°Sp Baap “woneg Sesoah ep" oat “seven. soso ‘dtd op wien Toad Spepiesuan “odes 9» OAPITPU soanud | Teyngyoy mano: mio porque estas sejam crladas neste momento, mason porque & necessario que aja wih gTUPS ‘ino ra, que esas caracteristicas possam ge mani ride Mimsim converter-se em objeto de observagao. res associnds 4 cite evoluso. A exgtnlas Eades dervades do fat de ertoner a vin gr. Tran 8 um rea qo poe sacar ta pr Mennonites de ean ‘com outta perspectiva, podem passer FO ss teorias a aemomina de Freud, entre elas & do! complexo de ‘paypo, mostram @ enorme Importancia do grupo fs are pare 0 desenvolvimento do ser humano. Os tray Behe eM. Klein, em particular suas hipdteses sobre fas primelras relagdes objetais, jiedades psicoticas as PiMbeanismes de defesa primitives # permite enten- Sor que o individuo nfo s6 pertence desde o esmoo de ger aga. a um grupo familiar, mas que seus primelros fa ie com sin me e at pessoas que rodelam, t8 Ghudades em si mesmes peculiares ¢ de profunda im Fortancla para seu desenvolvimento ulter do com este enfoque. O . =" © projet, desenvevio no perio do de ns somata, const etn programa, Fe luma hora por dia de exereicio fisico, e ser membro de 5 w ‘Topreatis widoqourmies win mposay a ‘sony eaep ‘sogSenyys suse swuyuTUED © oysod apurvanyoe sedi sop oxuap sepeiz seotomite sy “apepiteas ¥ sopenbope sopoyeur woo vorrpid y =peA Sept ble on paso Bea ¢ um temo que © de mental ‘te ou continente de todas as contribulgées feltas pelos ‘membros do grupo. Jé 0 eanceito de suposto biisico nos ‘diz algo a rexpelto do confldo desta opiniso, ou dos Aiferentes contidos passives, permitindo uma’ compre- fensio mais ampla dos fenémenos emocionais nos ‘Brupos. ‘As suposig6es bisicas esto configuradas por emo- es intensas e de origem primitiva, consideradas como Désieas, por este motivo, Sua existincia determina, em parte, & organizagio que 0 grupo adota, e 0 modo pelo gual encara a tarefa que deve realizr. Por esse motivo, 1 cultura do grupo delxard sempre transparecer evidén~ las dos supostos bésiens subjacentes, ou de determi- nado supesto bésico ativo mesle momento, (Os impulsos emocionsis subjacentes no grupo, as suposigées Désieas, expressaim algo assim como fanta- las grupais, de tipe onipotente © mégico, relacionadas com o modo de obter o8 seus fins ou satisfaver seus dosejos. Hsoes impulsos, que so caracterizam pelo irra- lonal de seu contetido, tém uma forga e uma realldade que se manifesta na conduta do grupo. & importante salientar que as suposigdas bésicas so inconsclentes, € ‘mltas vezes opostas as opiniges consclentes © racio- ‘nals dos membros que eompéem 0 grupo, © termo grupo sob determinado suposto bisico so refere A estrutura particular © organizapio adotada ppelo-grupo em fungio do suposto bisico em atividade. ‘posta a esta organizacto esta a que se basela no grupo Ge trabatho, conceito que se explicaré mals adiante, ‘09 supostos'pasicos nierarquizaaes por ssion 890 ‘trés, © primeizo'deles € 0 chamado suposto Désico de Gependéncia (ebb) e pode ser formulado em termos 26 ———narratives:-e-grupo sustenta a-conviopio-de que est reunido para que alguém proveja a satistagio de. todas fs suns necessidades e de todos os seus desejos, alguém fe quem 0 grupo depende de uma forma absoluta, Em uma formulago mals modelizada a erenga eoletiva 6 aque existe um objeto externo cuja fungiéo 6 prover a seguranga do grupo, “organismo imaturo”. Bm outra ‘anminologla, 6 a crenga em uma deldade protetora cua ondade, poder e sabedorla nao se pée em avida. (© supasto bisico do ataque-fuga’(sbF) consiste ‘na conviepto grupal de que existe-um inimigo, © que 6 necessirio atacé-lo ou dele fugir. Em outros termos, 0 objeto mau é externo,e tinica atividade defensiva dian- ‘te dele consiste om destrutio. (ataque) ou evité-lo fuga) (© suposto désico de aoasalamento (ebA) 6, em termos narrativos, a crenga, coletiva e inconsclente, de ‘que qualsquer que sejam’os problemas e necestidades atuals do grupo, um fato futuro ou um ser ainda por nascer, os Tesolverd, quer dizer, hé egperanga ie tipo ‘messiintco, Esta esperanga irracional e primitiva é fan- ‘damental para detinir 0 suposto basico de acasalamento, Dultas vezes a esperanga ¢ colocada num pr cujo fitho, ‘ainda nio coneebido, seré o salvador do grupo. O impor tante neste estado emoclonal é a idéla de futuro, e no @ resolugio no presente. Em termos religiosos 6 a espe- ranga na aparigéo de um Messias, ‘Resumindo 0 que foi até agora exposto, podeinos dizer que os supostos bésicas sio o equivalente, para 0 igrupe, de fantasias onipotentes a respelta do modo pelo qual serfo resolvidas suas dificuldades. As téenicas que utiliza si mégicas. Todos oa supestos bislons sia 7 cestados emocionais tendentes a evitar & frustragio ine- rente ao aprendizado por experiéncia, aprendizado que fmplica exforgo, dor, © contato com a realidade, ‘A conceltuagée’ dos tet supostos. bisicos permite grupo e a regressio que Ihe impée este dilema, Grupo de suposto bisico De que maneira funciona um grupo no qual predomina, jum determinado suposto bsico? Em cada caso parti- fcular € necessério analisar as estruturas que se vio tonfigurando, levando em conta tanto o suposto bisico fem atividade quanto as necessidades e opinies Indlvi- Guais dos membres do grupo, em coincidéncia ou nfo com 0 suposto bésico. ‘Os individuos que tomam parte na atividade cha- ‘mada suposto béslco 0 fazem de forma autométiea © inevitével, nfo necessitando para isso de nenhum trei- rnamento especial, de nenhuma experiéncia emocional (oa maturidade mehtal. A participapio em um suposto 28 bésico no exige de seus integrantes nenhuma eapacl- téenica proposta por Bion. Os conceitas, sem dlivida, podem ser aplicadas para compreensio de grandes gru: pos humanos, tais como o exéreito, as comunidades reli » te vaio @ BoURysTEUOD ZUP ¥ EpNfe BiMpUOD wys9 HOD “BPE Samy onor ods oaIqON-TMbOPUT OTOH Sp 294 wd edna op ‘oxtuap onpiapur ov wepberaIdut rep wp ‘ord waxa sod ‘soTuo9) Uns 2p sopSeoqspour no “epnayye we ‘up seSupnar op spimsye eyouapIAe tuo ood oF OIST ‘qos opSe ep spaezys ‘revoqseaid ap omsodoxd ou ‘eyouaD -uedap 9p odna8 op ove ou ‘oyssuoo ‘ayupsioq9 mussof ‘wpeera ‘oybeat op muLIOF wg “oUIOAXD od umNBTe ap ‘oxjno aod viaugpuedop ap ooispq oxsocins op opSmHT eqn 1 9 ‘dno sesred pod anb sod opnapsr wn —_-. rux0U vyppF sonbrenb op ovsnto49 egdo 2¢ onb-zwra9uiout;-eun owe ene ‘odn3 Op £9981) can se wrod dejede no ivpiosar winu eyspeu09 onb opepLA 2199 jini Bopout op wieoure o onb oBtied OP ORE sivas op cin 0 — onnpe at aE we ue Srp spenye og ropes ewe ob "ayeud reaeranda sep opanisnay ¥ opeioosee oyrojuoosep win ‘opSmyasdzayut -1810 opod odnud © opbumiFuoe ws URTIUOPIAG “uos op som wetI To OpHPEESE WHE OAT 3 ¥p OBFAIP AMO ZoNbrENb no ‘syeoos svEEEIO Se ‘sUHOTS cca coletiva de qué ele 6 uma espécie de divindade, re- forgando desta forma o papel que 14 the era atribuido, {Eosas e outras respostas emoclonals do terapeuta podem ser consideradas como fenémenos relacionados com a. Sificuldade de manter um n{vel clentifico de trabalho fem um grupo to perturbado como é 0 grupo de suposto basic. ‘A cultura chamada grupo-de-atague-fuga encontra seu lider em personalidades parandides. © lider deve ali- mentar a idéia de que existe um inimigo dentro ou fora, Go grupo de quem & necessério defenderse ou fugir. Nos tirupos terapeuticos o inimigo pode ser um membro do frupo, a petooa do terapeuta, suas palavras, a enfermt- Gade fisica ou mental, ete. ‘0 grupo pode adotar uma organizagio em que se acstaca a atividade de evitar qualquer manifestagio do ‘Snimigo", ow responsabilizar qualquer pessoa ou sub- grupo e atacé-lo em conseqiéncis disso, Quinido 0 tera- wetta 6 considerado 0 “inimigo”, 0 grupo se comport, Jynorando suas intervengSes, ou demonstrando sew des- revo através de palavras ot atos. A hostilidade, assim fomo no easo anterior 8 dependéncia, pode assumir difs- fentes formas; a forma aberrante deste tipo de cultura, ‘so atividades tendentas a tomar posse da pessoa do tera- ‘pouta, ou de grupos externos, ou a ser possufdos por iim grupo exterior, suas idélas ou opiniges. Na cultura chamada grupo de acasalamento a lide ranga esta relacionada com um par que promete um ‘aiho, oa alguma {déla relacionada com futuro; o lider @ algo ou alguém que ainda no tenha nascido. © par ‘pode estabelecer-se entre dols integrantes que dialogam; DO nesto do grupo no somente tolera mas estimula esta, 2 relagio. Nilo reage com eles nem com rivalidade, des- de que este par € considerad> coma contenda a esperanga do naselmento de um futuro lider que salvar 0 grupo, ‘Trata-se da esperanga mesiiinica de que uma idéia ow uma pessoa lbertari 0 grupo de seus sentimentos de dio, destruicdo ou desespero. # claro que, para que isto aconteca, a esperanca messianica nio deve verste rea- lsada nunca, Na cultura dominada. por este suposto bbésico, © terapeuta, com aca curlosidade altamente e=- ‘imulada, pode também partlelpar da esperanca mes- sitnica, com a conseqtiente perda de sus eficécia como cobservador, A forma aberrante deste tipo de grupo é a tendéncia & eisfo Frente & ameaga da evolugdo da idéia nova (que Bion chama, em outro contexto, idéia messidnica e que deve ser distingiida da esperanca messianica) 0 grupo ‘Pode, defensivamente, cindirse. Produsida a cisso, uma parte do grupo continuaré contendo & eaperanga mes- sianiea; quer dizer, continvaré sob © supesto bisico de acasalamento, As vicissituces da outra parte depende- ro de uma série de fatores, entre eles sua tolerancia A idéla nova e sua tendéncla 2 funcionar novamente ‘como grupo de suposto bésico 2 importante sallentar que a forma aberrante de cultura aparece sempre que o grupo tenha que enfrentar ‘uma ldéla nova que promove evolugio e que no pode ‘manipular numa cultura de grupo de trabaiho, nem. neutralizar numa cultura de suposto bisico, A idéia nova, fem sua evolugdo, ameaca a estrutura do grupo bésico, trazendo associada a idéia da aituagdo denominada por Bion mudanga catastréfica. 2 0 supostos basicos podem n ‘mesma sestio, ou se manter durante multos meses; hnunea enexistem, As emogées a eles associadas podem ter deseritas nos termos habituais de angustia, medo, amor, sexo, édio, et; nfo obstante, a angistia em um grupo de dependéncia tem uma qualidade diferente da ‘angiatia em um grupo de ataque-fuga ou de acasala- ‘mento; e 0 mesmo acontece com as outras emogées. ‘Através das descricdes que flzemos, fia claramente fem evidénela que os métodos através das quais o grupo 2 conduz quando est funcionando sob um determinado Ssuposto sto primitivos e muito afastades da reaidade. A. tenacidade com que o grupo bislco se apegn a esses mé- tovos primitives deve ae & intonaidado doa sontimenta que estao em jogo e aos mecanismos de Identifieagso ‘Projetiva que Utiiza para defender-se das ansiedades plosticas, ‘Uma carscteristien comum a todos os grupos de suposto blaico & @ hostilldade com que se opsem a qual- ‘quer estimulo no sentido do erescimento ou desenvolvi- ‘nento, No grupo teraptutico, o estimulo para 0 erescl- ‘mento est em relagho direta com a percepedo interna (insight); 0 grupo de suposto biisico se opée hostiimen- te'a casa posstbilidade, Outre caracteristice se refere & lnguagem e seu ‘uso. No grupo bésieo a linguagem no aparece desen- Yolvida como tuma forma de pansamento, mas utiizada ‘como uma forma de apio. Podewe dizer que € uma line fuagem despojada de sua qualidade comunicativa, qua- Tidade que depende'em parte da formagio e utilizagio de simbotos, Neste sentido a Hnguagem do grupo basieo ‘be assemelhe mais a linguagem do psicstico que & do, oo _neunitice_O grupo-de suposto bésieo nfo inelul a nogio {do tempo, e portanto, nfo tolera a frustragio, Reta al- ‘taco asta estreltamente relacionada com sua ineapa- cidade de desenvolver uma linguagem simbdliea que se) lum prelidio & agio, ow linguagem de ézito, como @ ehama Bion, Grupo de Trabalho ‘Ao falar dos supstos bésloos referimo-nds predomi! nnantemente ao nivel emecional prmlivo que ae mani fesia em todo grupo. # necessdio comipreende? ue ese zivel primitivo coexiste sempre eom outro nivel de fun) clonamento, que ¢ © do grupo de trabalho. ‘Grupo de.trabatha ¢ um termo usado por Bion pars Zeferirae « um tipo particular de mentelidade grapal, © & cultura que se origina desta, © grupo de trabalho (qt) requer de seus membros expactdade de cooperagio | ~ eestor; iso nto ged por valeneia eam por um cero. amadarecimento ¢ treinamento para partcipar dele. ‘um estado mental que implica contato eam a realidade, toletincia & trustrapho, controle de emogdes; 6 andldgo, fem suas caractersteas, a0 Ego como instancia paiquica Aeserita por Freud.* ‘Aconganizagio do grupo (cultura grupal) em fungéo 44a menialldade grupel grupode-trabalho 6 diferente dt forganizagio (cultura grupal) resultado do suposto bie sico. Neste nivel de funeionamento do gripo de traba- Tho a tareta realzada pelo grupo supée a utilzgio de TT esa, me so ont te 12 ‘étodos racionais e cientificos em sua abordagem. © Ider € aquela pessoa capaz de ser eficiente em propor- clonar uma possibilidade para que ossa abordagem. se realize, & tarefa, que pode ser doloross, promove cresei; ‘mento ¢ amadurecimento no grupo e em seus membros. Num grupo terapeutico, o terapouta é um lider desta fungi. (© intercdmblo verbal é uma fungio do grupo-de- trabatho, assim comd 0 é a ago que resulta dessa fun- lo, O grupo-de-trabalho, que suporta a frustraglo, per~ nite a evolugdo de idéias novas; estas niio sio deitica- das, nem negadas, nem expulsas, nem seu avango é fobstraide, como acontece no grupo de suposto bisico. ‘A coexisténcia do grupo de suposto bisico e do grupo-de-trabalho determinam um conflito permanente- mente suscitado e sempre reoorrente dentro do grupo. A atividade do grupo-de-trabalho & perturbada pelo {grupo de suposto bésico; a tendéncia & diferenciagio do {ndivididuo contrapée-se & sua tendéncia regressiva a no fazé-o, © conflito pode formular.se de diversas ma- neiras: como confit entre a idéia nova e o grupo, entre 6 individuo como pessoa © como membro do grupo, en- tee o grupo de trabalho ¢ o de suposta Basico. © grupo de suposto basico opde-ee & idéia nova na forma expres © individua como pessoa dentro do grupo-de-trabalno festa exposto ao inevitavel componente de solidlo, isola- mento e dor associads ao crescimento e & evolucio. 96 Grupo espectalizado de trabalho ‘A sociedade como grupo também apresenta fenémenos de suposto hasico, sm seu erescimiento, of Er rresolveram em parte esse problema delegando, dizer, a determinedas subgrupos, ‘mento; a aristocracia como classe social, com suas iis e vaca e nascimento, poderia ser um exemple (© fracasso de um desses subgrupos instituclonall zados em conter efieazmente o supasto basico — porque fensio dos complexos fendmenos da sociedade em geral, a” ‘Mudanga cataatréfien Mrudanca catastréjica & uma expressio escothida por Bion para assinalar uma canjungSo constante de fatos, ‘caja realizagio pode encontrar-se em campos diversos; ‘entre eles, a mente, o grupo, a sesso psicanalitics © a ‘secledade. Os fatos a que so refere a conjungio cons tante podem ser observadas quando aparece uma idéia nova em qualquer das areas antariormente mencionadss. A idéia. nova contém para Bion uma forga. poten- clutihente Ulsuptiva que violeute, eum giau sulor vu, ‘menor, a estrutura do campo em que se manifesta, Assim, tm novo descobrimento violenta a estrutura de ‘uma teoria preexistente, um revolucionério a estrutura 4a sociedade, uma interpretagéo a estrutura da perso- nalidade, ‘Referindo-a aos fatos em particular, tal como acon tecem nos pequenas grupas terapéuticos, a idéia nova, expressada mama interpretagdo ou representada. pela ‘pessoa de um novo integrante, promove ume mudanga nha estrutura do grapo. Uma estrutura se transforma fem outra através de momentos de desorganizagio, 20- frimento € frustracko; o crescimento estarh em fungio ‘dessas vicissitudes, Utiizando o modelo de continente ¢ contido, 6 pos sivel estudar essas vicissitudes sem referi-se cada vez ‘80 campo particular em que elas se produzem. # potsi- ‘vel referire & idéla nova como tim contido € ao grupo, A mente, A sociedade, como continente ¢ estudar suns ‘nteragées possvels (ver eap. II) Estamos agora em condigdes de especitiar os fatos ‘que Bion liga A expresséo mudanca catastréfica, So 38 ' _sles: vloléncta, invartincta ¢ subversdo do sistema; sle- ‘mentos.que,-por outro lado, cor inerentes a toda, situagio de erescimento, © termo invatifineia 96 Tefere quilo quo permite reconhecer na nova estrutura aspec- tos da anterior (ver cap. IV) ‘As vicissitudes da idéia nova-contido dentro do ‘grupo-continente ja foram relatadas, ema parte, ao des- cerever as tendénclas de evitar do grupo de suposto bé- sico frente a tudo o que implique evolugéo. As tentativag ‘de expulsio, deiticacio, dogmatizagio da fia. so res- 9608 defensivas ante a mudanga catactrétion. Podemos aplicar este modelo a qualquer grupo él ‘entific, religioso, terapeutico, soctal, Freud, por ‘exem- Plo, fol portador de uma idéia nova e,revoluctonéria: ‘houve grupos que rechagaram e expulsaram etias idéias © outros grupos, em compensagdo, se organizaram em tomo de sua pessoa, formando instituigdes que cum- priram a fungdo de conter suas idéias ¢ transformé-las. Bm um contexto muito diferente, Cristo e suas idéias Provocaram reagdes defensivas e de clsSo em grupos nas ‘quais se pode encontrar a mesmia configuragio subja- conte ay © mistico © 0 grupo (© Individuo excepelonal pode ser deserito de diferentes ‘manetras; pode-se chamé-lo de génio, mistieo, ou mes- sas. Bion utiliea de preteréneia o terma mistico para, referirse aos individuos excepeionats em qualquer eam- Po, soja 0 clentifico, o religioso, o artistien, ou outro, Uillza a palavra Establishment (termo atualmente em ‘yoga, que designa as pessoas que exercem o poder ea responsabllidade no Estado ou em outras institulgdes) ‘para denotar todo aguele que, por exteneio, exerce essas fungées na personatidade ou no grupo. ‘© mistico ou génio, portador de uma {déia nova, 6 sempre disruptive para o grupo; o Establishment trata de proteger o grupo dessa disrupeio. O problema colo- ceado pela relagio entre o mistico-ginio e a instituigio tem uma configuragio emocional que se repete no curso da histéria de formas muito variadas. O mistico neces- sita do Establishment, ¢ este do mistico-génio; o grupo {nstituctonalizado (grupo de trabalho) 6 tio essencial ‘a0 desenvolvimento do individuo como este aquele. ‘© mistico-génio pode apresentarse frente ao grupo como revoluclonéio, ou sustentar, pelo contrérlo, que testé de pleno acordo com as leis que-regem o grupo. Pode ser erlativo ou nilista, ¢ com certeza ser& considerado, fem algum momento, ou por uma parte do grupo, como tal. De fato, todo génlo, mistico ou messias, 6 ambas 1 coisas, desde que a natureza de suas contribuigdes seré seguramente destrutiva de certas leis, convengées cultura ou coerénela de algum grupo, ou de um sub- grupo dentro de um grupo. A forca disruptiva do mistico- knio fea limitada pelo mefo de comunieagio através do qual se transmite sua mensagem; e dependeré da. lin- guagem de éxito sia qualidade eriativa e promotora de mudangas, Q Establishment tem como uma.de suas fungdes conteguir uma adequada contengio © represen- tagda-daidéia nova, eriativa ou genial, limitando em (© leitor pode encontrar miiltiplos exemplos destas con- figuragdes em campos tio variados como sejam a his- 40 Aria das religides, descobrimento da pslcanglise © sua institucionalizagso, os descobrimentos em cléncia, et, ‘A relagio entre o mistico-génio e o grupo pode per tencer a uma de trés catogorias. Pode ser comensal, sim- Didtica ou parasitdria. Na relagio comensal, 0 mistico- génio e 0 grupo coexistem sem afetar-se mutuament ‘Bio hé confrontagio nem permuta, se bem que aste possa produsirse na medida em que'a relagéo se modi- fique. Na relagio simbidtica, ha confrontagao que, em ‘ltima andlise, seré benéfica para ambos: as 1déias do rifstico-ginio sio analisadas e levadas om conta, suas contribuigSes geram hostilidade ou benevoléncia, Essa relagio produs erescimento, tanto no mistico-génio como zo grupe, ainda quo esse crescimento néo seja sempre faclimente discernivel, As emogdes predominantes 30 amor, édio e conhecimento (ver cap. VI). Na relagio parasitéria, onde a tnveja & um fator central, o resul- tado da asiociagdo 6 destruigo e 0 despojamento de ambos, do mistico-ginio e do grupo. Um exemplo, entre ‘muitos passiveis, 6 0 de um grupo-que promove um individuo, excepeioral por sew papel criativo-disruptiv, 1 uma posigdo no Establishment onde sua forga € absor: vida ‘em fungées administrativas. ‘A configuragio recorrente nessas descrigles a de ‘oma forga explasiva limitada por uma demarcagéo que tenta conté-la. No caso do grupo, a contiguragio se a4 entre o mistico-gnio e o Establishment, com suas fun- {96es de conter, expressar e instituclonaligar a idéie nova ‘aside por aque,» proteger © grapo do poder disrup- a

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