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Fluorecncia de Raios - X
Fluorecncia de Raios - X
Emissão
Excitação
Figura 1. Ilustração da excitação dos níveis eletrônicos internos, com a ejeção de um elétron da camada K e
possibilidades de preenchimento da vacância com elétrons dos níveis mais externos, com a consequente
emissão de raios X e a notação correspondente.
Figura 2. Diagrama dos níveis e sub-níveis energéticos do bário, com as respectivas energias (em keV)
indicadas à direita. Uma vacância de elétron na camada K pode produzir as cinco emissões K indicadas, cada
uma delas com certa probabilidade de ocorrer e energia equivalente à diferença de energia da transição.
colimador
Tubo de cristal
Tubo de raios X
do bário, a energia crítica de excitação do nível K é 37,441 keV. Portanto, para excitar o
nível K do Ba, o tubo de raios X deve ser operado com pelo menos 45 kV (20% a mais que
a energia crítica de excitação). Na Figura 4 há um esquema dos componentes um tubo de
raios X, cujo interior está sob vácuo.
Água de resfriamento
do ânodo
ânodo
filamento
Feixe de elétrons
Janela de Be
Raios X
Figura 5. Difração de raios X, a partir do espalhamento de um feixe de raios X, com os planos de átomos de
um cristal e a condição de Bragg para que ocorra a difração.
No lado esquerdo da Fig 5, dois raios paralelos incidem na face de um cristal. Um dos
raios é espalhado pelo plano superficial de átomos segundo o ângulo θ e o raio paralelo ao
primeiro, é espalhado segundo o mesmo ângulo θ pelo primeiro plano interno de átomos
paralelo ao superficial. Estes planos de átomos constituem uma família de planos
cristalinos, separados entre si pela distância d. O ângulo de emergência dos dois raios é o
mesmo de incidência, isto é, θ. A condição para que os dois raios interfiram entre si de
forma construtiva é que as ondas emergentes estejam em fase. Para que isto ocorra, a
diferença de percurso dos dois raios deve ser igual a um número inteiro de comprimentos
de onda. E esta condição é dada pela Lei de Bragg, nλ=2dsenө, onde n=ordem de difração,
λ= comprimento de onda dos raios X, d=espaçamento entre os planos de reflexão do cristal,
θ= ângulo entre a superfície da amostra e o cristal. Depois de difratados, os raios X chegam
aos detectores, que também estão a um ângulo θ do cristal. O ângulo total entre o espécime
e o sistema de detecção é 2θ. Nos detectores, os fótons são convertidos em sinal elétrico, o
qual é amplificado e processado. O sinal medido é dado em contagens por segundo. Num
WD-XRF são usados vários cristais, conforme a tabela do exercício distribuído durante a
aula, de forma que todos os comprimentos de onda dos elementos analisáveis sejam
passíveis de medição.
Jacinta Enzweiler 6 23/11/2010
O conteúdo até aqui apresentado permite identificar os picos dos principais elementos
obtidos numa análise qualitativa, que consiste numa varredura e obtenção de um espectro
do qual são mostrados três trechos Figura 6. O sinal medido está na ordenada (milhares de
contagens por segundo, kcps) e na abcissa encontra-se o ângulo 2θ. Os picos identificados
correspondem à difração dos comprimentos de onda dos raios X característicos de alguns
dos elementos da amostra, produzidos conforme descrito acima.
Figura 6. Três trechos de um espectro de raios X de uma amostra de rocha, obtidos respectivamente, com os
cristais LiF 220, LiF200 e PX1.
I= I0 e- µρx
O valor do coeficiente de atenuação de massa depende do elemento e do comprimento
de onda (ou energia), conforme ilustrado na Fig 8. Vê-se que para dado elemento, o valor
do coeficiente de atenuação é elevado para baixas energias e diminui à medida que a
energia aumenta, mas em certo valor bem definido de energia, há um salto no coeficiente
de atenuação e depois ele decresce novamente. O valor de energia no salto corresponde
exatamente à energia crítica de excitação, isto é, à energia necessária para remover um
elétron do seu nível eletrônico e também é chamado de borda de absorção.
Jacinta Enzweiler 8 23/11/2010
Figura 8. Coeficientes de atenuação de massa para os elementos Si, Ca e Fe, em função da energia.
a reta. Correções semelhantes são efetuadas para os demais elementos incluídos no método,
em geral, todos os maiores, os menores e de 10 a 20 traços.
Mas o que acontecerá com os outros elementos da amostra, isto é, aqueles que
absorveram raios X de dado elemento? Todos os raios X com energia superior à energia
crítica de excitação podem provocar excitação adicional (além daquela dos raios X do
tubo). Isto implica que qualquer elemento que perde intensidade porque seus raios X foram
absorvidos, estará realçando o sinal de outros elementos. Portanto, os efeitos matriz são
casados, isto é, de absorção e realce.
Os efeitos físicos, associados com as características físicas do espécime analisado,
também têm implicações importantes nos resultados. Estes efeitos físicos resultam de
asperezas da superfície do espécime, tamanho de grãos (mais apropriadamente de
partículas, uma vez que os grãos foram moídos) e mineralógicos. Uma regra geral diz que
o espécime ideal para análise por FRX é plano, homogêneo e espesso.
A superfície do espécime não pode ter ranhuras, para que não haja espalhamento
aleatório do sinal. A preparação mais simples de amostra é a prensagem, p.ex., 9 g de
amostra + 1,5 g de cera após homogeneização. Esta preparação é usada para quantificar
elementos-traço em rochas, solos, sedimentos, para aplicações em litogeoquímica,
geoquímica ambiental, exploração e mapeamento geoquímico. A determinação de
elementos maiores e menores em pastilhas produz resultados de baixas precisão e exatidão.
Mas esta incerteza elevada ainda é suficiente para algumas aplicações (p.ex. mapeamento
geoquímico).
Jacinta Enzweiler 10 23/11/2010
Referência:
Potts, P.J. Handbook of Silicate Rock Analysis, Blackie & Son ,1992, 622 p.