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CDU 02:141:005.7
Fellipe Nogueira Andrade de Morais
LT linha de transmissão
α constante de atenuação
β constante de fase
γ constante de propagação
ε permissividade elétrica
ω frequência angular
σ condutividade do solo
F transformada de Fourier
a raio do eletrodo
C capacitância elétrica
d profundidade do eletrodo
~
E vetor campo elétrico
f frequência
G condutância elétrica
IC coeficiente de impulso
IL corrente longitudinal
IT corrente transversal
L indutância elétrica
l comprimento do eletrodo
R resistência elétrica
RT resistência de aterramento
Z impedância harmônica
ZP impedância impulsiva
Sumário
Lista de ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Lista de tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1 Relevância do tema sob investigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.2 Objetivos do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.3 Organização do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.2 Parâmetros de simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.2.1 Resistividades de solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.2.2 Faixa de comprimentos de eletrodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.2.3 Onda de corrente injetada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.3 Resultados e Análises . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3.1 Análise física dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.3.2 Aplicabilidade da síntese matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.4 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
5.1 propostas de continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
25
1 Introdução
Atualmente, estima-se que cerca de 70% dos desligamentos das linhas de transmissão
brasileiras são ocasionados por raios [4]. Este número provoca considerável impacto na
qualidade de energia elétrica, principalmente tratando-se de indicadores de qualidade
26 Capítulo 1. Introdução
35 40
Apurado Apurado
Limite 35 Limite
30
30
25
25
20
DEC
FEC
20
15
15
10
10
5 5
0 0
2000 2005 2010 2015 2000 2005 2010 2015
Ano Ano
(a) (b)
Figura 1.2 – Índices de (a) DEC e (b) FEC no intervalo entre 2000 e 2015.
2.1 Introdução
O comportamento do aterramento elétrico frente a correntes impulsivas, advindas
de descargas atmosféricas, possui comportamento particular. Nesse sentido, ao trabalhar
com o sistema de aterramento, considerando fenômenos de altas frequências, é essencial
utilizar um modelo mais bem elaborado e considerar o comportamento das componentes
de alta frequência contidas no espectro de uma corrente impulsiva.
Este capítulo tem como objetivo descrever os conceitos mais relevantes para com-
preender o comportamento da resposta de um sistema de aterramento quando submetido
a correntes impulsivas.
condutiva
estee écapacitiva.
percorrido por uma corrente.
AtravésA da
corrente transversal está associada à dispersão para o solo de correntes
lei circuital de Ampère (equação de Maxwell-Ampère) é possível deter-
condutiva e capacitiva. A razão entre essas duas correntes não depende da geometria
minar a relação entre as amplitudes das correntes que compõe IT . Considerando a sua
do eletrodo, mas apenas da freqüência característica do fenômeno solicitante e da
forma diferencial (Equação 2.1), a relação entre as correntes condutiva e capacitiva é dada
condutividade e permissividade elétrica do solo. Esta razão é discutida mais
pela Equação 2.2, onde σ é a condutividade do meio, ε é a permissividade do meio e ω é a
detalhadamente em outra seção. Os efeitos transversais associados a essa corrente
frequência angular [6].
de dispersão são modelados na Fig. 2.1 por meio de uma condutância G e uma
Ainda considerando
capacitância a Equação 2.1, é possível notar que a relação entre os com-
C em paralelo.
ponentes condutivo
Um aspectoe capacitivo
que mereceda corrente
atenção transversal
refere-se ao cálculonão
dosdepende
parâmetrosdaR,geometria
L, G e do
eletrodoCde
do aterramento,
circuito ilustradodependendo
na Fig. 2.1. Talsomente
aspecto édas
destacado no Capítuloelétricas
características 3. do solo e da
A representação
frequência angular [7]. ilustrada na Fig. 2.1 se aplica apenas a uma pequena porção
do eletrodo. Adicionalmente, ~ = devem
~ + jωε ser~ considerados os acoplamentos
∇×H σE E = J~c + J~d (2.1)
eletromagnéticos próprios e mútuos (capacitivo, condutivo e indutivo) entre os diversos
elementos dos eletrodos de aterramento [6]. O conhecimento do comportamento
IG
completo do aterramento requer a solução σ
de uma série de circuitos similares ao
= (2.2)
apresentado na Fig. 2.1 conectados Ide ωε com a geometria do aterramento,
C acordo
V (ω)
Z(ω) = (2.3)
I(ω)
O valor de Z(ω) depende da geometria do sistema de aterramento e, também, das
características eletromagnéticas do solo (resistividade (ρ), permissividade relativa (εr ) e
permeabilidade eletromagnética (µ)) [2].
A Figura 2.2 mostra o comportamento de Z(ω) ao longo do espectro. Tal figura foi
obtida utilizando a modelagem apresentada no Capítulo 3. Nela, considera-se um eletrodo
horizontal de 50 m de comprimento e 0, 7 cm de raio, enterrado a 0, 5 m de profundidade
num solo de resistividade 2400 Ω.m.
300 60
250 40
200 20
Ângulo (o)
|Z (ω)| (Ω)
150 0
100 −20
50 −40
Módulo Ângulo
0 2 3 4 5 6
−60
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Figura 2.2 – Impedância de aterramento ao longo do espectro característico de uma
descarga atmosférica.
Observando a Figura 2.2 é possível notar que, para baixas frequências, a impedância
pode ser aproximada por um número real puro que, conforme adiante, representa a
resistência de aterramento. Entretanto, para frequências elevadas, os valores do módulo e
do ângulo de fase de Z(ω) são diferentes dos valores característicos em baixas frequências
32 Capítulo 2. Comportamento de aterramentos elétricos frente a correntes de descargas atmosféricas
e, para estas condições, representar o sistema por meio de uma resistência de aterramento
não é mais consistente portanto, torna-se necessário modelar o aterramento por meio de
uma impedância.
V
RT = (2.4)
I
eletrodo. A propagação
2.4. Caracterização do solo da onda eletromagnética em um meio com perdas, como 33
o
solo, apresenta dois fenômenos associados: atenuação e distorção da onda. O
primeiroA constitui-se
teoria da propagação de ondas
no decréscimo da eletromagnéticas define
amplitude da onda como a ao
de γcorrente constante de
longo do
propagação da onda (Equação 2.5). Nela, α é a constante de atenuação da onda, que
eletrodo. O segundo representa a deformação da onda à medida que se propaga e
corresponde à parcela real, e β é a constante de defasamento, que corresponde à parcela
corresponde fisicamente às diferentes velocidades que cada componente de
imaginária. É importante salientar que tanto α quanto β são fortemente dependentes da
freqüência apresenta, não apresentando assim uma propagação uniforme como um
frequência [6].
todo. A atenuação aumenta com a freqüência e com a condutividade do solo, assim
como as perdas. Em resumo, a onda de corrente que se propaga ao longo do eletrodo
γ = α + jβ (2.5)
de aterramento tem sua amplitude atenuada e sofre deformação com o aumento do
A Figura
tempo de 2.3longo
frente ao resume
da odireção
comportamento da onda
de propagação. de corrente
Esses aspectosinjetada. A onda
estão ilustrados
se propaga ao longo do eletrodo e sua amplitude é atenuada e sofre deformação com o
na Fig. 2.4.
aumento do tempo de frente ao longo da direção de propagação [2].
Figura
Figura 2.3 2.4 – Atenuação
– Atenuação e distorção
e distorção dada corrente
onda ao longo
de corrente ao do eletrodo
longo – adaptada
do eletrodo de [5].
de aterramento
- retirada de [2].
é importante observar a curva que considera esta dependência, que é muito próxima da
curva obtida através de medições.
400 10
300 7,5
Corrente (A)
Tensão (V)
200 5
GPR medido
Corrente
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (µs)
Analisando a Equação 2.6, pode-se concluir que a variação dos parâmetros que
determinam a impedância harmônica reflete diretamente no cálculo do GPR, que também
depende fortemente do conteúdo espectral da corrente injetada.
VP
ZP = (2.7)
IP
400
ZP
350 R
300
Zp,R (Ω) 250
200
150
100
50 ⇒ lef = 68,5 m
0
20 40 60 80 100 120
Comprimento do eletrodo (m)
Figura 2.7 – Curva típica de impedância impulsiva (ZP ) e resistência de aterramento (R)
em função do comprimento de um eletrodo.
ZP
IC = (2.8)
R
40 Capítulo 2. Comportamento de aterramentos elétricos frente a correntes de descargas atmosféricas
Coeficiente de Impulso
3
2.5
2
IC
1.5
0.5
0
20 40 60 80 100 120
Comprimento do eletrodo (m)
Figura 2.8 – Forma típica de uma curva de coeficiente impulsivo - elaborada pelo autor.
O valor de IC é menor que a unidade. Isso ocorre porque, conforme mostra a Figura
2.7, acima do comprimento efetivo o valor de ZP permanece constante enquanto o valor
da resistência de aterramento continua a decrescer; a partir de então, o valor de IC possui
comportamento crescente. O ponto de inflexão da Figura 2.8 possui o exatamente o mesmo
comprimento do eletrodo indicado na Figura 2.7 e por isso, a curva de IC também é uma
ferramenta muito interessante para se determinar o comprimento efetivo de um eletrodo
de aterramento.
41
3.1 Introdução
A quantidade de trabalhos que propõe modelos para a análise do comportamento
transitório dos sistemas de aterramento é muito grande. Este grande número de modelos
utilizados mostra que, aparentemente, não existe consenso em relação aos limites de
aplicabilidade, de interpretação e de validade dos resultados de cada um deles. Outro
importante ponto, relacionado à grande variedade de modelos, é a carência de resultados
experimentais para validar os modelos.
Cada um destes modelos apresenta vantagens, desvantagens e limites para os
domínios de aplicação. Uma análise geral destes admite sua divisão em três grupos
principais [2], adotando métodos baseados em:
• Teoria de campos;
• Teoria de circuitos.
Este capítulo faz uma breve revisão bibliográfica dos três tipos de modelos que
podem ser utilizados, apresenta o modelo matemático utilizado para alcançar o objetivo
deste trabalho e descreve os aspectos básicos da implementação computacional utilizada
para realizar as análises.
e Mukhedkar [21] e os autores não deixam claro como foram solucionadas as equações das
linhas de transmissão. O aumento do comprimento efetivo em função da resistividade do
solo e do tempo de frente da onde de corrente injetada e sua diminuição em função da
magnitude da corrente injetada são duas conclusões importantes deste trabalho. Além
disso, é proposta uma fórmula empírica para estimar o comprimento efetivo de cabos
contrapeso considerando três condições de injeção de corrente diferentes.
Em 2008, Alípio publicou sua dissertação, em que propõe um modelo baseado na
solução direta das equações de Maxwell no domínio da frequência. Para obter a resposta no
domínio do tempo aplica-se uma transformada direta de Fourier. O modelo desenvolvido
considera os acoplamentos eletromagnéticos entre os componentes do aterramento, os
efeitos de propagação e o comportamento dos parâmetros do solo em função da frequência,
que foi baseado no trabalho de Portela [11]. O resultado deste trabalho é uma ferramenta
computacional que implementa o modelo eletromagnético em questão e é capaz de gerar
como resultados: curvas de impedância de aterramento, perfil de potencial e distribuição
de corrente ao longo do eletrodo de aterramento, distribuição de potenciais no nível do
solo, distribuição de campo elétrico no nível do solo e ao longo da superfície do eletrodo,
curvas de impedância impulsiva de aterramento, tensão transitória resultante no ponto de
injeção de injeção de corrente. Comparações com resultados experimentais mostraram a
consistência de tal ferramenta que atualmente é utilizada como base de comparação para
verificar outras modelagens.
Entre 2008 e 2012, importantes trabalhos concentraram-se em determinar uma
melhor modelagem para o comportamento dos parâmetros elétricos do solo (permissividade
relativa e condutividade do solo). Artigos importantes publicados por Alipio, Visacro
e outros como, por exemplo, [3], [12] e [39], e a dissertação de Pedrosa [8] tornaram-
se um marco importante na análise de sistemas de aterramento submetidos a descargas
atmosféricas porque destacaram a importância de se analisar a dependência dos parâmetros
elétricos do solo em função da frequência. Dentre todos estes trabalhos, cabe destacar a
tese de Alipio [15], que determinou através de maneira experimental esta dependência.
A metodologia foi validada e demonstrou experimentalmente a relevância do efeito da
dependência da frequência no comportamento impulsivo de aterramentos elétricos. Os
resultados mostraram que a resistividade diminui com o aumento da frequência e que
esta diminuição é mais acentuada para solos de maior resistividade em baixa frequência.
Também, mostraram que a permissividade do solo diminui com o aumento da frequência
e possui, na maior parte do espectro, valores mais elevados do que aqueles usualmente
adotados na literatura. Com base nos resultados experimentais e nas tendências observadas,
foram desenvolvidas fórmulas para estimar a dependência da frequência dos parâmetros
do solo em função da resistividade em baixa frequência. Dando continuidade a estes
trabalhos, Alipio e Visacro publicaram em 2014 um modelo causal [40], baseado no modelo
apresentado em [15], para caracterizar a dependência dos parâmetros do solo em função
46 Capítulo 3. Modelagem de aterramentos elétricos: uma abordagem de linhas de transmissão
da frequência.
que seja fisicamente consistente permite que previsões acerca do comportamento transitório
do sistema de aterramento.
A síntese matemática desenvolvida neste trabalho é apresentado a seguir. Ele é
baseado na teoria de linhas de transmissão e considera as equações clássicas deste tipo de
abordagem. É importante destacar que esta síntese não considera o fenômeno da ionização
do solo, porém, em futuros trabalhos ele pode ser considerado através da variação do
raio do eletrodo. Este tipo de abordagem foi escolhido porque possui uma aproximação
concordante com modelos que utilizam a teoria de campo e demanda menor tempo de
processamento computacional.
" #
ZC + Zo tanh(γl)
Z = Z0 (3.1)
Z0 + ZC tanh(γl)
Z = Z0 coth(γl) (3.2)
s
jωL
Z0 = (3.3)
G + jωC
q
γ = (R + jωL)(G + jωC) (3.4)
q
γ = (jωL)(G + jωC) (3.5)
Para calcular os outros parâmetros (G, L e C), este trabalho utiliza as equações
clássicas de Sunde, obtidas a partir de [16], reunidas por Grcev em [42].
S
A condutância G é calculada em /m utilizando a Equação 3.6, onde ρ é a
resistividade do solo em Ω.m. Esta fórmula é derivada da aplicação do método das imagens,
considerando dois condutores iguais, em paralelo, separados por uma distância 2d em um
meio homogêneo de resistividade ρ.
1
G= " ! # (3.6)
ρ 2l
ln √ −1
π 2da
Similarmente, a capacitância é calculada em F/m e considera a relação de dualidade
entre G e C através da relação indicada na Equação 3.7, onde ε é a permissividade dielétrica
do solo em F/m.
ρε
C= (3.7)
G
Em [16] Sunde propõe uma fórmula aproximada para o cálculo da indutância
porém, em [42], Grcev apresenta outras equações que podem ser utilizadas para aproximar
o cálculo da indutância. A equação escolhida é, considerando o trabalho de Grcev, a que
mais se aproxima de um modelo que utiliza a teoria de campo. Sua aproximação é baseada
no método das imagens e é indicada pela Equação 3.8, na qual µ é a permeabilidade
magnética do solo em H/m.
" ! #
µ 2l
L= ln √ −1 (3.8)
2π 2da
Após calcular a impedância harmônica, outro passo importante para a modelagem
é determinar a forma de onda da corrente injetada no eletrodo. Este trabalho utiliza a
forma de onda triangular. Nela são consideradas duas variáveis: o tempo de frente e o
tempo de decaimento.
Através da impedância harmônica, Z(ω), definida e calculada no domínio da
frequência e da forma de onda da corrente injetada, i(t), definida e modelada no domínio
do tempo, é possível realizar outros cálculos para simular o comportamento de parâmetros
importantes para determinar o desempenho do aterramento frente correntes impulsivas. A
50 Capítulo 3. Modelagem de aterramentos elétricos: uma abordagem de linhas de transmissão
!δ
f
σ = σ0 + σ0 × h(σ0 ) (3.10)
1M Hz
0
ε tan(πδ/2) × 10−3
εr = ∞ + σ0 × h(σ0 )f δ−1 (3.11)
ε0 2πε0 (1M Hz)δ
Onde:
• εr é a permissividade relativa;
0
• ε∞ /ε0 é a permissividade relativa para altas frequências;
• ε0 é a permissividade do vácuo;
• f é a frequência em Hz.
as dispersões de três modelos obtidos em [43], este trabalho considera resultados médios e
por isso utiliza a função h1 (σ0 ) apresentada por Alípio e Visacro, modelada na Equação
0
3.12. Além disso, também para resultados médios, os valores dos parâmetros δ e ε∞ /ε0
considerados são, respectivamente, 0, 54 e 12.
1. Entrada de dados;
3.5 Conclusões
Neste capítulo foram apresentadas as características de uma síntese matemática
desenvolvida com base na teoria de linhas de transmissão, que permite a avaliação da
resposta de sistemas de aterramento frente a fenômenos transitórios de alta frequência
(correntes impulsivas).
3.5. Conclusões 53
Início
Entrada de Dados
• Geometria do aterramento
• Constantes eletromagnéticas
• Faixa de frequência de interesse
• Forma de onda da corrente injetada
• Constantes dos parâmetros do solo
Resultados Possíveis
• Gráfico de ZP x l Varreu
• Gráfico de IC x l todos os Não
• Gráfico de Z(ω) x f compri-
• Cálculo de lef mentos?
• Gráfico de GPR
Sim
Fim
Varreu
todas as Não
frequên-
cias?
Sim
4 Resultados
4.1 Introdução
Apresenta-se neste capítulo os resultados obtidos pela aplicação da ferramenta com-
putacional desenvolvida com base na síntese descrita no Capítulo 3, considerando arranjos
de aterramento compostos por eletrodos horizontais. Os resultados são apresentados em
termos de curvas de impedância impulsiva em função do comprimento do eletrodo. Tais
curvas são avaliadas considerando-se diferentes valores de resistividade em baixa frequência
(ρ0 = 1/σ0 ), correntes com tempos de frente representativos de primeiras descargas e
descargas subsequentes e uma ampla faixa de comprimento de eletrodos. Adicionalmente,
com o intuito de avaliar os limites de aplicabilidade da teoria de linhas de transmissão
para avaliação do comportamento impulsivo de eletrodos de aterramento, os resultados
obtidos neste capítulo são comparados com aqueles determinados pela aplicação da teoria
de campo, conforme desenvolvimentos de Alípio e outros em [2] e [15].
i(t)
Ipico
Ipico
2
tf tc t
Ipico
t , t ≤ tf
tf
i(t) = 0, 5t 0, 5tf
! (4.1)
− + + 1 , t > tf
Ipico
tc − tf tc − tf
Utilizando a função indicada na Equação 4.1 são obtidas as formas de onda indicadas
na Figura 4.2. Ambas possuem amplitude normalizada de 1 kA sendo que: a primeira é
típica para primeiras descargas, possuindo tempo de frente de 5 µs e a segunda é típica de
descargas de retorno subsequentes, possuindo tempo de frente de 1 µs. Estes tempos de
frente aproximam-se dos tempos de frente associados às medições realizadas na Estação
do Morro do Cachimbo, no Brasil [44] e, por isso, são utilizados neste trabalho. O tempo
de cauda pouco influencia no comportamento transitório do sistema de aterramento; desta
maneira, para ambas formas de onda o tempo de cauda (tc ) considerado é de 50 µs [2].
Amplitude (A)
700 700
600 600
500 500
400 400
300 300
200 200
100 100
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
tempo (µs) tempo (µs)
(a) tf = 5 µs (b) tf = 1 µs
Figura 4.2 – Formas de onda características para (a) primeira descarga e (b) descarga de
retorno subsequente.
70 70
Teoria de Campo Teoria de Campo
60 Teoria de LT 60 Teoria de LT
50 50
40 40
Zp (Ω)
Zp (Ω)
30 30
20 20
10 10
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Comprimento do eletrodo (m) Comprimento do eletrodo (m)
220 220
Teoria de Campo Teoria de Campo
200 200
Teoria de LT Teoria de LT
180 180
160 160
140 140
Zp (Ω)
500 500
Teoria de Campo Teoria de Campo
Teoria de LT Teoria de LT
400 400
300 300
Zp (Ω)
Zp (Ω)
200 200
100 100
0 0
0 50 100 150 0 20 40 60 80 100
Comprimento do eletrodo (m) Comprimento do eletrodo (m)
1000 1000
Teoria de Campo Teoria de Campo
900 Teoria de LT 900 Teoria de LT
800 800
700 700
600 600
Zp (Ω)
Zp (Ω)
500 500
400 400
300 300
200 200
100 100
0 0
0 50 100 150 0 50 100 150
Comprimento do eletrodo (m) Comprimento do eletrodo (m)
5 Conclusões
Referências
38 HE, J. et al. Effective length of counterpoise wire under lightning current. IEEE
Transactions on power delivery, v. 20, n. 2, p. 1585 – 1591, 2005.