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Ricardo Morais – Fotografia com smartphone

FOTOGRAFIA COM SMARTPHONE

IMAGEM É ALINHAMENTO ENTRE O INDIVIDUAL E O COLETIVO


IMAGEM É ELEMENTO CRIATIVO AO EGO HUMANO
IMAGEM É DIMENSÃO NUM QUADRO PLANO
IMAGEM É FRAÇÃO DE NATURAL E URBANO
IMAGEM É ALGO DIVINO E MUNDANO
IMAGEM É PERCEBER CADA CANTO
IMAGEM É ENCANTO
IMAGEM É...

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Sumário
O autor: ......................................................................................................................................................... 5
Esta apostila: ................................................................................................................................................. 5
O depois: ....................................................................................................................................................... 5
Direitos e deveres ......................................................................................................................................... 6
Abstração e modelagem: ............................................................................................................................ 10
Abstração: ............................................................................................................................................... 10
Amostragem: ........................................................................................................................................... 10
Quantização: ........................................................................................................................................... 11
Modelagem: ............................................................................................................................................ 11
Elementos circundantes e básicos da fotografia ......................................................................................... 12
Criatividade ............................................................................................................................................. 13
OBJETIVOS: .............................................................................................................................................. 13
PERCEPÇÃO: ............................................................................................................................................ 17
EMOÇÃO: ................................................................................................................................................ 19
TÉCNICA: ................................................................................................................................................. 21
 Manuseio do smartphone: .......................................................................................................... 21
 Enquadramento ........................................................................................................................... 23
 Composição ................................................................................................................................. 24
 Ângulo e distância ....................................................................................................................... 25
 Foco ............................................................................................................................................. 27
 Profundidade de campo .............................................................................................................. 28
 Medição da luz ............................................................................................................................ 29
 High Dynamic Range (HDR, ou, em português, Ampla Faixa Dinâmica) ...................................... 30
 Panorâmica .................................................................................................................................. 30
 Filtros........................................................................................................................................... 31
Acessórios ................................................................................................................................................... 33
Aplicativos de edição................................................................................................................................... 34
Dicas finais .................................................................................................................................................. 36
Estética: ................................................................................................................................................... 36
 Regras técnicas: ........................................................................................................................... 36
 Regras culturais ........................................................................................................................... 38
Dicas: ........................................................................................................................................................... 38

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Fotografando com pouca luz: .................................................................................................................. 39


Considerações finais .................................................................................................................................... 42
EMENTA ...................................................................................................................................................... 43

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O autor:
Antes de ser Profissional Mestre, Especialista e Graduado, sou um fotopoeta relapso, virginiano
chato com datas, detalhes e horários, mas por vezes fujo de métricas e regras em prol da imagem
mista ao verso diário, me atento ao cotidiano imaginário... Sou um poeta relapso que mergulha
no lapso de tempo congelado em papel ou tela, imagens belas vindo ou virando inspiração,
emoção das fantasias sinceras, das letras que bebem nas cores e formas de tantos cenários... Sou
um fotopoeta relapso captando causos vividos em luz e sensibilidades por quem os aduz à lentes,
equipamentos, mentes e olhares... Sou um fotopoeta relapso, salvo pela distração dos leigos
sobre as leis das imagens e versos regrados e perfeitos...

Ricardo S. T. de Morais é Mestre em Engenharia de Produção – Gestão Ambiental, Especialista


em Meio Ambiente e Políticas Públicas, Especialista em Educação a Distância, Especialista em
Educação Ambiental e Graduado em Informática. É praticante e admirador da arte fotográfica
que mescla técnica, criatividade e cultura, registrando os momentos vivenciados, com tempero de
interpretação própria e uma pitada de arte.

Toda imagem é mistura de sentimentos, uma história em prosa, uma poesia de momento...

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Esta apostila:
O objetivo deste material é oferecer noções iniciais, teóricas e práticas, às pessoas que desejam
aprimorar o seu “fazer fotográfico”, abrindo caminho para uma trilha sinuosa e cheia de
surpresas, onde a criatividade e a arte se mesclam com a técnica, permitindo um percurso
tranquilo até os objetivos pretendidos.
Todos os textos, diagramas e fotografias desta apostila, a exceção da descrição do aplicativo, na página 26, são de autoria de Ricardo S. T. de
Morais e devem ser referenciados como: Morais, Ricardo S. T., Fotografia com smartphone. 2017

O depois:
Após você passar por estas noções iniciais, o ideal é não parar, continuar a pesquisar e praticar
sempre, aprimorando cada vez mais o seu “fazer fotográfico”, mantendo sempre a harmonia
entre a percepção, a emoção e a técnica, em prol dos seus objetivos.

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Direitos e deveres
Antes de pensarmos em produzir e compartilhar uma imagem, devemos nos ater aos direitos e
deveres envolvidos, onde direitos de imagem, direitos autorais e respectivos valores financeiros
devem anteceder qualquer iniciativa de registro fotográfico.

Não estou querendo dizer que toda e qualquer imagem está relacionada com direitos e valores
financeiros, mas pretendo mostrar os principais cuidados para que você valorize a produção
artística ou profissional, sua ou de outra pessoa e não venha a ter problemas legais com isso.
Vejamos, inicialmente o que o Código Civil fala sobre Direito de imagem.
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
Institui o Código Civil.
...
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
...
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da
IMAGEM de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

Vejamos esse interessante artigo escrito por Bruno Ananias em 24 de Abril de 2017, publicado
em http://blog.netzee.com.br/aprendendo-sobre-direito-de-imagem/ e acessado em
02/12/2017.

Direito Autoral x Direito de Imagem


O direito de autor é o direito à propriedade imaterial que possui o criador de uma obra definida
como artística. É o escultor em relação à escultura que nasceu de sua criação, do pintor que faz
nascer uma obra a partir de seu ânimo criativo, do fotógrafo que apanha com suas lentes
elementos do cotidiano e os transforma em arte.
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O direito de imagem refere-se à pessoa, o seu aspecto corpóreo, a figura humana e sua
dimensão física e psíquica. A imagem é o “direito ao próprio corpo”. Neste contexto se insere a
voz e as características personalíssimas, tais como a honra, a intimidade e a privacidade.

Vamos começar falando sobre fotografia, o profissional que registra tem direito pelo trabalho
realizado e o resultado do mesmo, neste caso, a foto revelada ou em arquivo digital, que é de
sua propriedade, podendo intervir diretamente caso desejem publicar ou alterar de alguma
forma que não tenha sido previamente autorizada.

Em contra partida temos o direito de imagem da pessoa fotografada, há muito casos, desde
quem contrata algum tipo de serviço de foto ou pessoas, coisas ou lugares que são clicados, em
cada caso, uma sentença, mas sempre a pessoa fotografada terá o direito sobre sua imagem.

Tomando de base um casamento que serve de duplo exemplo, é imprescindível que o


profissional se assegure mediante a contrato os lugares que ele deseja exibir as fotos e de igual
modo os contratantes vetarem a veiculação de sua imagem em lugares sem sua autorização.

Complexo? Talvez um pouco… o que podemos entender e aprender com isso, é que a
documentação — seja em papel, registro de áudio ou vídeo — será sempre uma maneira de
evitar problemas futuros que possam lesar qualquer uma das partes envolvidas com seus
direitos. Até porque o desenrolar de uma situação mal resolvida é muito mais complicado e
desgastante.

Sintetizando o comparativo, os direitos de imagem fazem parte dos direitos do individuo e os


direitos autorais, são as regras que asseguram o vínculo do criador para com sua obra intelectual.

A imagens da internet tem dono?

Vá com calma ao sair ‘googleando’ imagens, vídeos e conteúdos na internet, só porque estão lá
disponíveis, não significa que não pertencem a ninguém. Um uso indevido de imagem pode gerar
muito mais transtornos do que benefícios.

Opte sempre por bancos gratuitos ou pagos com licença de uso e modificação aberta. Esteja
atento aos tipos de licença de imagem para não se prejudicar, conheça um pouco mais sobre o
Creative Commons, a instituição norte-americana que ajuda na classificação do uso das imagens
disponíveis na web.

Quais imagens posso usar, quando e como?

Entenda o funcionamento de alguns tipo de apropriação de imagem e como proceder ao fazer


uso delas.

1. Fotos de Produtos: Você pode pegar fotos de produtos como monitores, carros e qualquer
outra coisa que seja um produto. Isso está previsto no capítulo IV, artigo 46 da Lei 9610 onde
encontramos o que “não constitui ofensa aos direitos autorais”.

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Um dos tópicos diz que o uso de imagens de produtos pode ser usado como demonstração ao
público com fins de comercialização e propaganda. Portanto, claro, lógico e evidente que a LG,
VW, Samsung e outras empresas ficarão muito gratas se você utilizar a foto do produto para
divulgar tal produto.

CUIDADO: Se o seu uso da foto sirva para vender um outro produto que não seja da marca, como
chacota ou para denegrir a empresa, aí cabe processo.

2. Fotos de paisagens e fotos artísticas: nesse caso é fundamental que você entre em contato
com o fotógrafo e peça a sua autorização. O crédito da foto é garantido por lei, por isso sempre é
necessário colocar o crédito do fotógrafo, ao menos que o fotógrafo autorize não colocar.
Normalmente em peças publicitárias não se coloca o crédito por ter tido acordo com o fotógrafo.

3. Fotos de celebridades: além do direito autoral, existe o direito de imagem. Em caso de jornais,
revistas ou blog noticiosos, é permitido usar imagens de pessoas públicas, contanto que não seja
em peças publicitárias ou para promover um produto.

Quando se trata de um famoso, político ou pessoa notória a imagem pode ser usada de modo
que não ofenda e não use de modo errado (zoação, em site de prostituição e etc).

É permitido o uso da imagem de pessoas públicas para fins informativos (incluídos os fins
educacionais) na maioria dos países como desdobramento do direito coletivo à liberdade de
informação que, desta maneira, limita o direito à imagem. Tal interpretação baseia-se no direito
de informar e de ser informado.

O jurista Antônio Chaves assim resume o uso da imagem: “não se pode impedir que outrem
conheça a nossa imagem, e sim que a use contra a nossa vontade, nos casos expressamente
previstos em lei”.

4. Fotos de fatos noticiosos: é possível utilizar fotos de algum fato noticioso como o atentado ao
World Trade Center ou um tsunami japonês mas sempre é necessário colocar o crédito da foto,
seja do fotógrafo ou da agência de notícias, e que não seja em propagandas ou para promover
um produto, serviço ou empresa.

5. Fotos de banco de imagens: fotos de banco de imagens gratuitas podem ser usados
livremente. Fotos royalties free podem ser usadas quantas vezes quiser, contanto que você
tenha comprado essa imagem. O nome “royalties free” apenas está dizendo que uma vez
comprado a foto, você está livre de outras taxas, podendo usar como quiser. Já fotos com
direitos controlados cada uso tem um custo. Por exemplo, se você usar num outdoor tem um
valor, na televisão outro, se usar por 1 mês é tanto, por 3 meses é outro tanto e por aí vai.

Lembrete: O fato de você ter comprado uma foto de banco de imagem tendo uma pessoa como
objeto principal (modelo ou ator) não livra você de danos morais causados pelo mal uso dessa
foto. Por exemplo, associar o modelo da foto ao uso de drogas. Mesmo que você tenha
comprado a foto, você está associando aquele ser humano a algo vexatório, o que cabe processo
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como danos morais.

A aplicação do direito de imagem das pessoas perante a LEI!

A proteção a imagem das pessoas está prevista no artigo 5º, inciso X da Constituição Federal:
Art. 5º…

(…)

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Em decorrência da violação da imagem, é previsto o direito a indenização, conforme no artigo acima citado e
corroborado pelo art. 5º, inciso V do mesmo diploma legal:

Art. 5º…

(…)

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;

Assim, a utilização de imagens de pessoas sem que haja sua autorização para tanto, é passível de indenização
por danos materiais e morais, conforme preceitua a Carta Magna.

Nesta mesma esteira, é o Código Civil de 2002, que em seus artigos 11 e 12 cuida dos direitos da personalidade:

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Portanto, a conduta de utilizar-se de imagem de qualquer pessoa sem sua autorização, ainda que
por ação ou omissão, traduz-se em ato ilícito, previsto no artigo 186 do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

E ao cometer o ato ilícito, está obrigado a reparar nos termos do artigo 927 do mesmo diploma
legal:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.

O Superior Tribunal de Justiça sobre a prova no caso de publicação de imagem sem autorização
editou a Súmula 403:

Súmula 403. Independe de prova ou prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais .

Desta forma, o uso de imagem para fins comerciais sem a devida autorização, gera o dever de
indenizar, não sendo exigida a prova do dano causado, tudo corroborado pela legislação e pelas
interpretações dos tribunais.

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Abstração e modelagem:

Para iniciarmos, o diagrama acima servirá para compreender o processo de produção fotográfica
no contexto que iremos trabalhar.

Há uma realidade que será abstraída digitalmente através de amostragem e quantização


realizadas por um equipamento (smartphone) operacionalizado por uma pessoa, depois as
informações digitalizadas serão processadas por esse mesmo equipamento e mediadas pela
pessoa responsável pelo registro fotográfico, constituindo um processo de modelagem (criação
de um modelo) que produzirá uma representação da realidade fotografada (realidade
modelada).

Mas o que são abstração, amostragem, quantização e modelagem?

Abstração:

É valer-se de informações sobre algo real para montar um modelo mental ou computacional
representativo das características principais deste algo real.

Amostragem:

Aqui consideraremos amostragem como sendo a seleção de determinada quantidade de


informações representativas de algo real, para viabilizar a construção de um modelo mental ou
computacional que possa ser compreendido como imagem deste algo real.

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Quantização:

É a atribuição de valores às informações obtidas pela amostragem, permitindo que o


equipamento construa um modelo visual a partir daquilo que conseguiu captar. É o conteúdo do
arquivo digital da imagem.

Modelagem:

Em nosso caso, modelagem, em um primeiro momento, é a criação, pelo smartphone, de um


modelo imagético digital (fotografia) a partir da quantização definida acima, que será
armazenado na forma de arquivo digital e reproduzido em telas ou equipamentos de impressão.

Em um segundo momento, ainda no contexto da modelagem, o modelo imagético pode sofrer,


por parte do usuário humano, alterações criativas durante ou posteriormente ao processo de
abstração, no que podemos chamar de “Aplicação de filtros digitais” e “Edição”.

Uma vez que tenhamos compreendido, mesmo que superficialmente, como se dá o


procedimento de transformação de um algo real em imagem digital, vamos agora trabalhar a
parte mais complexa e subjetiva disso, a atuação da pessoa responsável pelo registro
fotográfico.

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Elementos circundantes e básicos da fotografia

A harmonia entre CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO, TÉCNICA, EMOÇÃO E AVALIAÇÃO, em prol de


objetivos é o que deve ser continuamente pretendido para que se obtenham registros
fotográficos de qualidade e representativos daquilo que se pretende registrar.

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Criatividade

Antes de falarmos sobre criatividade, vamos compreender o que é “Personalíssimo”. Dizemos que algo é
Personalíssimo quando carrega características próprias que o ligam a alguém, ou seja, só aquela
determinada pessoa produz esse algo desse jeito.

Esse algo pode ser material (artesanato, alimentos, obras de arte, entre outros) ou imaterial (empatia,
admiração, resiliência, cultura, ideias, timbre de voz, controle sobre sua capacidade física, entre outros).

Mas vamos voltar ao conceito de “CRIATIVIDADE”. Esse elemento cognitivo inerente aos seres vivos pode
ser compreendido como a capacidade de resposta que oferece soluções personalíssimas ao
enfrentamento de um problema. É dinâmica em relação as vivências e fortemente influenciável pelas
condições do ambiente, sejam físicas, químicas, fisiológicas ou emocionais. Ou seja, em termos humanos,
é algo que permite diferenciarmos nossas soluções das soluções de outras pessoas, sendo que “solução”
pode ser desde a criação de um produto artístico (poesia, fotografia, música, entre outros), até de gestão,
estratégia, engenharia, e de todas as áreas da atuação humana.

O google apresenta como primeiro resultado para uma pesquisa com a palavra “criatividade”:

CRIATIVIDADE
substantivo feminino
1. qualidade ou característica de quem ou do que é criativo.
2. inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo
artístico, quer no científico, esportivo etc.

OBJETIVOS:

Podemos considerar como OBJETIVO a pretensão de sucesso do resultado de determinada ação


ou conjunto de ações, sendo objetivo geral aquele amplo, que delimita o todo do seu projeto e
os objetivos específicos aqueles que atendem a cada demanda específica.

Ao se realizar uma ação PLANEJADA, normalmente se pretende atingir algum objetivo, por
exemplo: Se uma pessoa tem sede e pretende saciá-la, uma de suas ações pode ser encher um
copo com água, portanto seu objetivo geral será saciar a sede e um dos objetivos específicos será
encher o copo com água.

Para atingir esse objetivo específico, a pessoa se valerá dos recursos a sua disposição, como
copo, fonte de água, água, capacidade motriz, além de outros recursos relacionados a
capacidade físico-percepcional própria ou de outrem. Além disso, seguirá uma metodologia:
quando a condição de sede for detectada, devo me deslocar o local onde há disponibilidade de
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um recipiente adequando para armazenamento e consumo de água (denominado “copo” para


esta ação), pegar o copo e me deslocar até a fonte de água, colocar água no copo na suficiência
para saciar a sede ou do limite de armazenamento (o que ocorrer primeiro) e ingerir a água, caso
a sensação de sede não tenha sido saciada, repetir o processo a partir da colocação de água no
copo.

Feito isso, os objetivos específicos e geral foram atingidos.

Este exemplo ilustra, de modo simplificado e didático, que até mesmo as mais simples ações
cotidianas apresentam objetivos e comportam um planejamento, mesmo que em caráter
mecânico-instintivo, devido a sua rotineira repetição.

Quando portamos a exemplificação acima para o contexto deste curso, temos:

Objetivo geral: Registrar um passeio turístico, disponibilizando os resultados nas redes sociais.

Qual das duas imagens abaixo melhor representa o objetivo geral deste exemplo?

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Objetivos específicos:

1. Contextualizar o registro fotográfico no tempo e


localização do passeio.

2. Registrar os atrativos do passeio.

3. Registrar as emoções sentidas pelas pessoas que


estão aproveitando o passeio.

4. Obter a maior qualidade possível nas fotos.

5. Realizar os ajustes pós-fotográficos necessários à


melhoria da qualidade das imagens ou aplicação de
efeitos artísticos nestas.

6. Disponibilização dos registros fotográficos nas redes


sociais.

Em relação a metodologia, nada que seja tão complexo, mas quem implique no atingimento dos
objetivos: Verificar a disponibilidade do equipamento fotográfico e suas limitações de qualidade
e de armazenamento de arquivos fotográficos digitais, ou seja, saber se você poderá dispor de
equipamento capaz de realizar registros fotográficos e de vídeo (smartphone ou equipamento
similar) e os detalhes sobre a capacidade qualitativa da câmera e a quantidade de memória
disponível para armazenar as fotos. Verificar se há carga na bateria e se o dispositivo tem algum
modo de funcionamento que permita racionalizar esta carga (modo avião ou de economia de
bateria). No contexto das limitações, verificar se o smartphone é a prova d´água, se tem flash, se
tem modos HDR, controles manuais e de medição de luz, dentre outros.

1. Em relação ao primeiro objetivo específico, realizar um registro fotográfico a cada


intervalo significativo de tempo e paisagem, para contextualizar o passeio como algo
realizado com deslocamento por paisagens e tempo. O termo “intervalo significativo”
remete a percepção pessoal de quem esteja responsável pelos registros, ou seja, cada
indivíduo estabelece sua própria escala de significância, dando personalidade aos
resultados.

2. No segundo objetivo específico, a escala pessoal de significância é novamente trabalhada,


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onde a pessoa responsável pelos registros fotográficos e de vídeo vai julgar se certa
atração vale ou não a pena ser registrada, considerando os fatores que mais lhe
convierem. É interessante que se tenha uma noção prévia sobre os atrativos que serão
visitados, para, em conjunto com a vivência, estabelecer uma linha de julgamento sobre a
relevância para o atingimento deste objetivo. Também podem ser estabelecidos, em
conformidade com a capacidade de armazenamento do smartphone utilizado, limites
para a quantidade de fotos e vídeos que serão feitos a cada atrativo ou momento
significativo.

3. Quando falamos de emoções, no terceiro


objetivo específico, deve-se ter especial
atenção sobre a correlação entre as expressões
faciais e corporais e as emoções que se
pretende registrar. Neste caso, uma dica é
captar as emoções individuais e do grupo (caso
haja grupo), onde a paisagem assume caráter
secundário ao registro, podendo ficar ampla e
desfocada (profundidade de campo) em relação
ao indivíduo ou grupo que ficará em primeiro
plano e em foco, mas também dar-se tal
aproximação que faça a pessoa ou conjunto de
pessoas preencher praticamente toda a
imagem, destacando expressões faciais ou
corporais que remetam a emoção registrada,
assim se terá tanto o registro detalhado das
emoções, através das expressões associadas,
com também da paisagem, situação ou atração que as provocou.

4. O quarto objetivo específico remete ao domínio do equipamento e das técnicas de


captura de imagem, foto ou vídeo, pela pessoa responsável pelos registros. Neste ponto
a atenção deve ser em relação as limitações e recursos do smartphone, correlacionando-
os com as percepções sobre a influência do ambiente (luz, sombras, vento, velocidade do
deslocamento, distâncias, entre tantas outras) na imagem e com as técnicas de
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composição fotográfica, e será trabalhado no decorrer deste curso.

5. No quinto objetivo específico, o trabalho é no pós registro, analisando e editando as fotos


e vídeos. Não se enganem, a maioria esmagadora dos bons registros fotográficos passa
por algum processo de edição, variando de simples ajustes de contaste, saturação e
brilho, até a aplicação de filtros, texto e outros elementos que não faziam parte da
composição original. Neste curso iremos EXEMPLIFICAR alguns dos principais aplicativos
de edição disponíveis, mas seus detalhamentos pedem cursos específicos.

6. No sexto e último objetivo específico DESTE EXEMPLO, iremos disponibilizar os registros


nas redes sociais, sendo tarefa aparentemente simples, mas que pode ter sua
complexidade ampliada, caso essa disponibilização pretenda ter seus próprios objetivos, ou
seja, se pretendemos publicar as fotos para divulgar o passeio, devemos também publicar
informações textuais sobre tudo o que foi visitado e sobre o que uma pessoa que queira
fazer o mesmo passeio precisa fazer/ter para conseguir isso. As tags (marcações por
palavras chave) são bastante úteis para a contextualização dos registros: #praia #alegria
#riogradedonorte #precobom #cordialidade #imperdivel e tantas outras tags que remetam
aos objetivos do que está sendo publicado. Também se deve ter atenção que a maioria das
redes sociais altera a qualidade da imagem, principalmente em relação as cores e ao
tamanho em pixels, para viabilizar o compartilhamento, ou seja, as vezes sua imagem
perfeita poderá ficar puxada para um tom de cor que você não queria. Neste caso o
melhor a fazer é simplesmente testar e adquirir experiência para saber quais são as
eventuais alterações que suas redes sociais fazem nas imagens. O whatsapp, por exemplo,
costuma dar um tom mais claro e vívido às cores fortes, tornando verdes, amarelos e
vermelhos mais claros e destacados, além de reduzir a qualidade da imagem, tanto em
tamanho como em compressão (implica em pequenos “borrados” ou “grânulos” na sua
foto), já o instagram permite pequenos ajustes e filtros na imagem, seja para aplicação de
efeitos ou para correções nas cores e intensidades.

PERCEPÇÃO:

A percepção é algo inerente às funções biológicas em resposta aos estímulos advindos dos
órgãos sensoriais, mas que também as extrapola quando se trabalha a capacidade de agregar o
que poderíamos chamar de campo socioambiental, inferindo interpretações e importância ao

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tempo, ao espaço e aos elementos cênicos, tanto ao que está tangível como ao que é intangível,
a exemplo das emoções, da cultura, das preferências e de todas as interações entre estes e
outros exemplos.

Como é algo que viabiliza a capacidade de interagir com os ambientes físico e imaterial,
influencia diretamente o grau de sucesso dos objetivos pretendidos, já que é a habilidade prévia
a maneira como interpretamos e assimilamos tudo aquilo que pretendemos registrar em foto e
vídeo, nessa lógica, se algo não é percebido, não será propositalmente registrado. Note que a
palavra “propositalmente” dá um sentido interessante ao registro, pois trata da ação intencional,
já que é possível deixar o equipamento captando imagens de forma automática ou simplesmente
ir clicando no comando de captura indistintamente, analisando o resultado depois, contudo essa
estratégia normalmente implica em duas coisas: uma quantidade imensa de informações a
serem posteriormente analisadas e uma quantidade insuficiente de resultados positivos aos
objetivos pretendidos. Portanto, a intencionalidade, ou ação proposital, é fundamental tanto a
quantidade adequada, como a qualidade dos registros.

Para se perceber algo, faz-se necessário que se saiba qual “algo” se quer, ou seja, não adianta
tentar captar uma imagem, se você ainda não sabe quais são as imagens que atendem os
objetivos do seu planejamento. Neste caso, saber quais são as imagens não significa ter exatidão
quanto a cena, mas ter noção que para obter sucesso em determinado objetivo, deve haver uma
correlação entre ele e a representatividade da imagem, por exemplo: se há um objetivo
específico que remeta a noção de passeio a beira mar, as imagens devem mostrar, além dos
turistas, os elementos do deslocamento e da paisagem que contenham o trajeto a beira mar. Se
forem registrados apenas os rostos, no estilo selfie, dos participantes do passeio, sem captar a
paisagem de praia e mar, a pessoa que posteriormente visualizar a foto, não saberá onde o
passeio ocorre. Tenha em mente que as câmeras dos smartphones normalmente apresentam
ajustes automáticos, analisando os elementos de cena que apresentam maior presença na
composição, ou seja, no exemplo acima a câmera tenderá a equalizar a imagem para os rostos
das pessoas, deixando a paisagem muito clara ou muito escura, dificultando a contextualização
do registro, com a observação de que quanto melhor a câmera, mais este problema será
minimizado.

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EMOÇÃO:

Não irei me atrever a conceituar “Emoção”, mas apenas


considerar que seja uma reação da mente, que pode ou não
influenciar o corpo, a algum estímulo advindo de meio físico
ou imaterial, sendo este ultimo o foco de nossas aulas, mais
especificamente – A IMAGEM.

Para registrar a emoção, é necessário sentir a emoção, ou


seja, para obter sucesso no reconhecimento da alegria, da
tristeza, da surpresa, da raiva, da expectativa e de tantas
outras emoções, é necessário que a pessoa responsável
pelo registro reconheça-as, e a melhor forma para isso é já
tê-las sentido e manter-se neutro quanto a suas próprias
emoções, pois uma pessoa que esteja triste, e não consiga
manter uma neutralidade emocional, reconhecerá a alegria
alheia, mas poderá ter dificuldades para aceita-la e registrá-
la, apresentando grande possibilidade de produzir registros que não estejam de acordo com os
objetivos pretendidos.

Desta forma percebe-se que as emoções devem seguir três caminhos distintos, mas interligados:
a carga emocional da pessoa responsável pelo registro / a carga emocional das pessoas que
serão objeto dos registros / o potencial emocional dos registros.

● A carga emocional da pessoa responsável pelo registro: Deve servir ao reconhecimento


das emoções das pessoas objeto do registro e do potencial que as cenas e respectivas
imagens apresentam ao público que as apreciará, mas não pode influenciar
negativamente os objetivos propostos, devendo a pessoa responsável por traduzir a
realidade em imagens, manter-se em estado de neutralidade emocional, ou seja, deve
reconhecer as emoções alheias e o potencial emocional pretendido, mas não deve aplicar
suas próprias emoções de forma que interfiram nos resultados contrariamente ao
estabelecido no planejamento.

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● A carga emocional das pessoas que serão objeto dos registros: Cabem aqui duas
estratégias paralelas, a primeira é seguir o planejamento, que já deve ter especificado
quais as principais emoções a serem registradas e a segunda é antecipar-se as reações
das pessoas que serão objeto do registro, pois assim será possível registrar o momento
exato quando as emoções aflorarem. Para a primeira estratégia não há muito que fazer
além de ter cuidado e destreza no planejamento, com clareza nos objetivos, para a
segunda a carga emocional e a idealização ou conhecimento prévios da situação, em
tempo, localização e potencial emocional, pela pessoa responsável pelos registros são
importantes para correlacionar sua capacidade de percepção com o que está sendo
vivenciado, mantendo-se os cuidados já descritos em relação as interferências
emocionais.

● O potencial emocional dos registros: Se a emoção é uma


reação da mente a algo, apresentando potencial para
disparar respostas fisiológicas, e esse “algo” pode ser
objeto de registro fotográfico ou de vídeo, então dois
principais cuidados devem ser observados quando da
feitura destes registros. Primeiro, deve-se procurar
contextualizar o que será registrado com os objetivos
propostos, por exemplo: o detalhe de uma flor pode
auferir emoções tanto para quem registra como para
quem posteriormente observa o registro, mas se o
objetivo era documentar a alegria de um passeio turístico por
amplas paisagens, provavelmente a imagem do detalhe de
uma flor, por si só, não atende os objetivos descritos no
planejamento. Observemos então que não basta perceber o
potencial emocional de algo, mas é necessário sua
contextualização aos objetivos estabelecidos no planejamento. Existem inúmeros fatores
que influenciam a carga emocional, a exemplo de cores, formas, enquadramento,
expressões faciais e corporais, entre tantos outros, sendo que alguns serão
exemplificados quando tratarmos sobre as técnicas fotográficas.

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Ao voltarmos nossa atenção para as


reações decorrentes das emoções,
vemos que são de caráter individual,
em alcance e intensidade e coletivas,
em indução e afinidade. Ou seja, cada
pessoa, individualmente, as tem em
consideração ou indiferença, em graus
distintos de intensidade, sendo capaz
de induzir outras pessoas (coletivo) à
similaridade do seu grau de internalização, seja através de técnicas de convencimento ou de
mera postura que será seguida por quem lhe tem como referência. Desta forma, a expressão de
alegria no rosto de alguém popular (artista de tv, cantor, político, entre outros) resultará em
maior influência sobre a coletivização da emoção registrada, do que a mesma expressão no rosto
de alguém que não possua tal popularidade, ou até mesmo verter resultado contrário, no caso
de alguém extremamente impopular.

TÉCNICA:

Qualquer estratégia de construção da imagem, em método, composição, edição ou manuseio de


equipamentos, que possa ser aplicada, documentada e reaplicada em correspondência aos
objetivos pretendidos. Abrange os universos da captura, da edição e da disponibilização.

Em relação aos smartphones, existem limitações e vantagens, com as quais iremos trabalhar,
algumas de forma mais aprofundada, outras apenas superficialmente.

O primeiro passo é compreender que uma imagem fotográfica é o registro de uma combinação
de espaços, elementos dinâmicos e estáticos, emoções e tempo, de acordo com algum objetivo
previamente estabelecido, portanto, iremos trabalhar as questões técnicas para esta
combinação resultar em sucesso ao que foi planejado.

 Manuseio do smartphone:

Alguns cuidados básicos devem preceder até mesmo o manuseio do equipamento, a exemplo da
simples limpeza da lente, já que se trata de parte do equipamento sujeita as influências do
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ambiente, tais como condensação, poeira, impressões digitais, arranhões e todo tipo de sujeira
que venha a obstruir ou distorcer a luz, prejudicando a captação da imagem, ou seja, antes de
usar, limpe a lente, mas com MUITO CUIDADO para não a arranhar, utilizando preferencialmente
pano de microfibra com, no máximo, o mesmo produto utilizado para limpar lentes de óculos.
Feito isso, vamos limpar também as mãos, minimizando o risco de sujar novamente as lentes.

Após verificar as questões de limpeza, uma das primeiras preocupações para obter uma boa
imagem é manusear adequadamente o equipamento, mas o design típico, o reduzido peso e o
tamanho dos smartphones contribuem para que este seja um dispositivo com alta
susceptibilidade a trepidações durante a ação de fotografar, principalmente cenas que
necessitem de maior tempo de captura de luz, a exemplo de cenas noturnas, onde o
equipamento permanece mais tempo captando luz para registrar a imagem, ampliando a
possibilidade de que a trepidação provocada pelo vento, por pequenos movimentos das mãos e
até mesmo pela pulsação e respiração provoquem problemas na fotografia.

Observações em relação ao manuseio:

● Influencia o foco: O foco de uma fotografia está relacionado com a capacidade do


equipamento para captar os elementos do enquadramento com a nitidez desejada e
qualquer reposicionamento brusco destes elementos em relação ao smartphone ou o
inverso podem prejudicar a nitidez da imagem.

● Segurando com uma só mão ou com as duas mãos: A depender das habilidades de cada
pessoa, segurar o smartphone com uma ou duas mãos pode interferir na estabilidade e,
consequentemente, na qualidade da imagem, mas não há regra universal sobre isso,
cabendo a cada pessoa testar e identificar qual a melhor maneira para si.

● Uso do monopé ou tripé: Para minimizar a movimentação do smartphone em relação aos


elementos contidos no enquadramento (trepidação), o uso de um tripé – ou
equipamento de finalidade similar – confere estabilidade mecânica ao dispositivo,
tornando mais difícil que o vento ou o movimento das mãos prejudiquem o foco. Como
os smartphones não possuem a típica rosca de encaixe de tripé, existente nas câmeras
fotográficas, normalmente são utilizados adaptadores que “seguram” o smartphone e
contam com uma rosca para encaixe no tripé.

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● Controle remoto e uso do temporizador: Contribuindo com as estratégias que dão mais
estabilidade ao equipamento, temos os controles remotos, que podem ser com fio
(normalmente através do fone de ouvido que acompanha o smartphone) ou sem fio
(normalmente através de bluetooth), e servem para aplicar a ação de fotografar sem a
necessidade de tocar a tela ou botões físicos no seu dispositivo, eliminando a
possibilidade de trepidação decorrente disso. Há ainda a opção de programar o disparo
automático da foto após X segundos (normalmente 2, 5 ou 10 segundos). Ambas as
opções também são úteis para autorretratos ou fotografias de grupos onde a pessoa
responsável pelo registro também queira estar.

 Enquadramento

Não importa se uma fotografia será previamente planejada (situação ideal) ou se será fruto dum
reflexo instintivo da percepção (requer bastante experiência), a escolha de quais elementos
serão registrados na imagem é o que denominamos de “enquadramento”, ou seja, quais
elementos de uma cena serão colocados no quadro da fotografia.

Observações sobre o enquadramento:

● Campo de visão: É o ângulo de visão permitido pela lente do smartphone, quanto maior,
mais elementos poderão ser inseridos no enquadramento, pois a imagem captada
registrará um espaço mais aberto. Basta pensar no campo de visão como a base de um
triângulo, onde o topo é a sua visão e quanto mais larga a base, maior será a área que ela
irá ocupar e mais elementos lá caberão. No caso de um ângulo mais fechado, a base do
triângulo será pequena, ocupando uma área menor e consequentemente comportando
menos elementos de cena, contudo apresentando potencial para aumentar a altura do
triângulo, o que significa que alcançará elementos que estejam mais longe de você
(teleobjetiva ou zoom).

● Posicionamento: O posicionamento da câmera (e da pessoa que a tem em mãos, no caso


da não utilização de tripés ou similares) em relação ao que será fotografado, influencia o
tamanho do “quadro” a ser registrado e a quantidade de elementos que lá caberão (é o
famoso “mais um passinho para trás”).

● Lentes: São peças de vidro ou cristal que precedem os sensores das câmeras dos

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smartphones, sendo responsáveis, entre outras coisas, pela abertura do campo de visão.
Também são acessórios que podem ser colocados, normalmente mediante adaptadores,
em conjunto com as lentes fixas dos smartphones, para ampliar a capacidade delas de
registrar macro (registrar elementos muito pequenos, através da aproximação do
equipamento sem perder o foco), zoom (registrar elementos distantes, sem perda de
qualidade) ou grande angular (registrar um quadro maior, sem a necessidade de manter
maior distância deste).

 Composição

Uma vez definido o que captar no “quadro” fotográfico, o passo seguinte é trabalhar como os
elementos serão distribuídos neste espaço delimitado, ou seja, é a arrumação dos elementos na
foto. A composição permite que se dê destaque aos elementos principais ou que elementos
sejam propositalmente colocados em tal posição no quadro, que passarão despercebidos pelas
pessoas que observarem posteriormente a cena fotografada. A composição, embora seja
discricionariedade da pessoa responsável pelo registro, pode seguir algumas regras de
distribuição e posicionamento de elementos em cena, a exemplo das descritas a seguir.

Observações sobre a composição:

● Regra dos terços: Normalmente possível de ser mostrada na tela, é a mais comum nos
smartphones, apresentando uma grade com duas linhas horizontais e duas linhas
verticais, dividindo a tela em três porções horizontais e três porções verticais. A
intercessão destas linhas mostra os locais de maior destaque na tela, onde devem ser
posicionados os elementos que serão melhor observados pelo público.

● Proporção áurea: As vezes possível de ser mostrada na tela, também existe em alguns
smartphones mais sofisticados, apresentando uma linha em formato espiral com pontos
de valor, onde devem ser posicionados os elementos que serão destacados na foto.

● Regra das metades: Raramente mostrada na tela, consistem em dividir a composição em


duas metades, verticais ou horizontais, onde normalmente se contrastam um elemento
de grande destaque e outro com pouco ou nenhum destaque, a exemplo de uma pessoa
numa das metades em contraste com uma praia vazia na outra metade.

● Guias: São linhas imaginárias ou presentes na própria imagem, a exemplo de estradas,


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corrimões, fachadas, linhas de costa, entre tantas outras possibilidades que conduzem a
atenção de quem apreciar a foto, normalmente levando de um elemento de menor
destaque para um elemento de maior destaque, ou vice versa.

● Proporcionalidade: Apresenta a mesmas estratégia das guias, baseada não em linhas, mas
na proporção entre os elementos da composição, do mais estreito para o mais largo, do
menor para o maior, do mais transparente para o mais opaco, ou vice versa, dentre
outras tantas possibilidades.

● Contraste: similar a estratégia da proporcionalidade, mas referente a cores,


luminosidade, e outros atributos que remetam ao efeito da luz.

 Ângulo e distância

Uma variante do posicionamento, o ângulo do equipamento em relação ao(s) elemento(s)


fotografado(s) pode transmitir sensações distintas ao observador. A distância (com ou sem o
auxílio de lentes externas) permite estabelecer os planos de captura, influenciando no
enquadramento e na composição da cena.

Observações sobre ângulos e distanciamento:

● Ângulo de topo (Zênite ou Plongê absoluto):


Fotografia tirada a 90 graus, perpendicular aos
elementos em destaque, sendo muito comum
atualmente, por causa do uso de drones
aéreos, mas também pode ser facilmente
obtido com uso de extensores ou até mesmo o
braço.

● Ângulo alto (Picado ou plongê): Fotografia


tirada a menos de 90 graus até
aproximadamente 20 graus (inferência
pessoal) em relação aos elementos principais
da composição.

o Muito comum em selfies, este ângulo

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provoca, pela perspectiva resultante, um certo afinamento dos rostos,


alargamento da região superior do tronco (ombros e busto) e tende a esconder
imperfeições ou sinais de idade localizados abaixo dos olhos e queixo, além de
disfarçar proeminências abdominais leves.

● Ângulo médio (Normal): Fotografia tirada


entre aproximadamente 20 e -20 graus
(inferência pessoal), com tendência a
manter-se no mesmo plano dos
elementos principais da composição,
preservando o aspecto natural da cena,
tal qual observada pelo olhar humano.

o É o ângulo mais utilizado e que


apresenta resultados mais naturais.

● Ângulo baixo (Contrapicado): Fotografia


tirada a partir de aproximadamente -20
graus (inferência pessoal) até quase -90
graus.

o Permite distorções interessantes


nos elementos da composição,
aplicando uma perspectiva onde a
base se alarga e o topo se estreita
numa ilusão convergente. Este
ângulo tende a destacar as imperfeições e sinais da idade que o ângulo “picado”
tende a disfarçar.

● Ângulo de base (Nadir ou Contra-zenital): Ângulo contraposto ao Zênite, resultado em


uma fotografia “de baixo para cima” a -90 graus.

o Oferece uma visualização curiosa e pouco usual dos elementos da composição, o


que, por esse motivo, pode prender a atenção da pessoa que irá apreciar a foto.

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● Plano fechado (Close Up / Macro / Zoom):


Captura de detalhes de um elemento, caso esteja
próximo e um close up, caso esteja muito
próximo é uma macro, em ambas as situações
destaca-se um elemento principal, que ocupará
praticamente todo o enquadramento. Caso o
elemento a ser detalhado esteja fisicamente distante, pode ser utilizado o recurso de
zoom, pelo próprio equipamento ou com auxílio de lentes teleobjetivas, podendo ser
combinado com os dois primeiros, por exemplo: registrar, através de uma lente externa,
o olhar de uma ave de rapina que está relativamente distante, obtendo um zoom com
close up, contudo, quando o zoom é utilizado para registrar uma paisagem ampla, ela
continuará ampla, mesmo quando aproximada, não obtendo as características de close
up ou macro.

● Plano normal ou geral (Sem ajustes): Consiste em capturar a cena no modo normal do
smartphone, sem auxílio de lentes ou ampliações digitais, contextualizando elementos e
paisagem entre si.

● Plano americano: É um plano onde enquadra-se apenas parte significativa (⅔) do


elemento principal do registro. Tratando-se de pessoas, a composição será a partir dos
joelhos, deixando de fora do quadro parte das pernas e os pés.

● Primeiro plano: A pessoa que será objeto do registro será enquadrada da cintura para
cima. Tratando-se de demais elementos, estes serão considerados em ½, destacando-os
em relação ao cenário.

 Foco

É a função do smartphone que controla a nitidez da imagem final, sendo influenciado por vários
fatores, a exemplo da trepidação pelo vento, movimentos das mãos ou outros fatores externos,
além do próprio algoritmo que automatiza tal tarefa na câmera do smartphone (foco
automático), normalmente ajustando o foco conforme pequenas alterações de movimento e luz
dos elementos enquadrados.

Observações sobre o foco:

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● Automático: Neste caso, a câmera do smartphone detecta automaticamente os


elementos da composição e calcula a melhor nitidez para alguns deles, normalmente os
que apresentam maior proximidade, maior tamanho ou maior luminosidade.

o A vantagem do foco automático é permitir que a pessoa responsável pelo registro


fotográfico simplesmente aponte e clique, sem se preocupar com a nitidez dos
elementos.

o A desvantagem é que não permite a interferência técnica ou criativa da pessoa


responsável pelo registro fotográfico na nitidez dos elementos da composição,
que muitas vezes deseja manter o foco em determinado elemento, mas é
impedida pela escolha automática do equipamento.

● Manual: Disponível ainda para poucos smartphones, permite ao usuário controlar


manualmente o foco, alternando esta opção com a de foco automático sempre que
necessário. É especialmente útil quando queremos uma imagem nítida de algum
elemento difícil de focar automaticamente, como uma teia de aranha cheia de orvalho,
por exemplo.

o Esta opção normalmente se configura como uma marcação que pode ser
deslizada numa linha indicativa na tela, indo do ponto focal mais próximo ao mais
distante, dentro dos limites do equipamento.

● Toque na tela: Boa parte dos smartphones que tem foco automático permitem que o
usuário escolha, através de um toque na tela, os elementos da composição que serão
focados, mas essa função não é totalmente confiável, pois qualquer pequena trepidação,
mudança de luz ou movimento dos elementos que serão fotografados podem fazer com
que o foco vá para outro objeto na cena.

 Profundidade de campo

A imagem é uma representação bidimensional de uma cena tridimensional, onde os elementos


reais estarão em diferentes distâncias (profundidades) em relação a pessoa que opera o
smartphone, desta forma o foco pode estar em toda a cena ou em apenas alguns dos elementos,
desfocando os demais que estão mais ou menos distantes da câmera.

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Alguns smartphones apresentam função para enfatizar a profundidade de campo, mantendo a


nitidez do elemento principal e aumentando o desfoque dos demais, posicionados em
profundidades de campo diferentes ou então captando e armazenando o enquadramento em
várias profundidades de campo, permitindo ao usuário escolher posteriormente a que melhor
lhe convém, mas, uma vez escolhida, não pode mais ser alterada.

 Medição da luz

A luminosidade de uma cena é percebida pelo sensor da câmera,


normalmente, através de três tipos de medição (os nomes e símbolos
podem variar conforme o fabricante do equipamento):

Medição matricial ou total: Considera toda a área


enquadrada, lendo-a e aplicando uma média da luminosidade no registro fotográfico, com isso o
resultado é uma imagem com contrastes atenuados, com tendência ao equilíbrio entre áreas
claras e escuras. Esse tipo de medição é indicado para cenas que apresentem iluminação
uniforme sobre os principais elementos de interesse.

Medição parcial ou média: Utiliza a área central, ou o ponto onde o usuário tocar a tela, para
medir a luminosidade do local indicado e área adjacente. Esta medição é interessante para cenas
de maior contraste entre os elementos da composição que estiverem na área medida em relação
aos demais, dispostos no restante do enquadramento.

Medição central ou pontual: É a mais indicada para fotos onde o(s) elemento(s) principal(is)
apresentem alto contraste em relação aos demais componentes do enquadramento (pôr do sol,
nascer do sol, lâmpadas, fogueiras, entre outros exemplos), pois a medição ocorrerá apenas em
um pequeno ponto da tela, que pode ser o centro ou onde o usuário tocar o display, ajustando a
luminosidade da imagem ao que estiver na área medida, por exemplo: Se o sol (que apresenta
alta luminosidade) estiver na área medida, toda a imagem se ajustará (escurecendo) para o
melhor registro deste elemento, o que significa que o restante da imagem ficará escurecido. Já o
registro do interior de uma casa durante o dia, através de uma janela, no sentido da rua para o
ambiente interno, onde este último será posicionado no ponto de medição, fazendo com que a
imagem tenha sua luminosidade ajustada para tal finalidade, deixando o restante da fotografia
muito clara.

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 High Dynamic Range (HDR, ou, em português, Ampla Faixa Dinâmica)

É a ampliação da faixa de cores e luminosidade, com melhor equilíbrio entre áreas iluminadas e
sombreadas, trazendo à imagem um aspecto similar ao observado pelo olhar humano. Para isso,
a câmera capta três ou mais imagens com parâmetros de luminosidade e saturação diferentes,
sobrepondo-as em uma única imagem que representa uma composição dos “melhores” ajustes
de cada uma das três anteriores.

É um recurso capaz de aumentar a qualidade dos registros, pois oferece uma melhor equalização
da luminosidade e cores da imagem, mas não é indicado para cenas que, por motivação técnica
ou artística, necessitem de contrastes intensos ou ajustes de luminosidade especificamente
sobre determinados elementos da cena, como silhuetas, poente (sunset), alvorecer (sunrise), lua,
entre outros, contudo, esses mesmos exemplos, quando contextualizados na cena como um
todo, podem se valer do HDR: poente destacando o sol em um céu com nuvens amarelo
avermelhadas, alvorecer destacando o sol entre o céu o mar ou a lua cheia em meio aos prédios
de uma cidade, entre outros exemplos.

Há aplicativos que “ajustam” uma imagem normal para HDR, mas a qualidade será sempre
melhor quando a própria câmera do equipamento fizer isso durante a captura, mas, no caso de
aplicação posterior do HDR via aplicativo, deve se ter especial atenção a intensidade desta
aplicação, pois a distorção de cores e luminosidade pode ir de um simples ajuste para melhorar
um pouco a imagem, até uma descaracterização completa desses parâmetros em relação a cena
real, incorrendo em efeito ou defeito, a depender da sua intensão.

Um cuidado a ser comentado sobre o HDR é em relação a linhas verticais, horizontais ou em


qualquer ângulo ou curvatura. Essas linhas, quando estão sobre planos de fundo minimamente
contrastantes (fios de energia em sobreposição ao céu, postes numa rua, galhos secos de
árvores, cercas, entre outros exemplos) sofrem um delineamento que acaba, a depender da
intensidade do HDR, destacando-as excessivamente, prejudicando a estética da imagem.

 Panorâmica

Fotocomposição, automática ou não, de uma área linear horizontal ou vertical percorrida pela
movimentação do smartphone sobre determinado cenário. Quando o movimento do
equipamento é um giro em torno do próprio eixo, a imagem resultante apresenta uma distorção

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semelhante a uma lente grande angular onde quanto maior o giro, maior é a área de cobertura e
a distorção da imagem. Se o movimento é linear, sem girar o equipamento, deslocando-o de um
local para outro para captar uma área maior que um enquadramento em modo normal, a
imagem apresenta pouca ou nenhuma distorção, mantendo o aspecto de captura por lente
normal.

São três os cuidados principais para se obter uma boa fotografia panorâmica

Estabilidade e regularidade no movimento do equipamento, ou seja, quem o estiver


manuseando deve fazê-lo em velocidade constante e condizente com a capacidade de registro
de cada equipamento, seguindo, com a maior exatidão possível, um eixo horizontal ou vertical
imaginário, manter-se com as mãos firmes, para evitar trepidações. Existem equipamentos que
fazem esses movimentos automaticamente, minimizando eventuais trepidações e desvios de
eixo, apresentando qualidade e preços diversos, normalmente, diretamente proporcionais.

A segunda fonte de atenção, no contexto das imagens panorâmicas, é a movimentação dos


elementos da cena. Ora, se para produzir uma imagem panorâmica é necessário que se mova o
smartphone percorrendo ou rotacionando-o por eixos horizontais ou verticais, temos que isso
demanda certo intervalo de tempo, ou seja, não é uma imagem do tipo “apontar e clicar”, desta
forma, quando o que está sendo fotografado não é estático (rochas/paisagens amplas/natureza
morta/entre outros), há uma tendência de movimento pelos elementos que compõem a cena
(pessoas/plantas ao vento/animais/trânsito/entre outros).

Similar ao recurso de foto panorâmica, as fotos em 360 o Atraem cada vez mais adeptos, mas,
quando produzidas por smatphones convencionais, são obtidas a partir de aplicativos específicos
e não são objeto deste curso.

 Filtros

Ajustes ou efeitos aplicados nas imagens, tanto durante o processo de captura como em edição
posterior, podendo ou não permitir o controle da sua intensidade por parte do usuário.

Alguns dos mais comuns são os que deixam a imagem em preto e branco ou em tons de sépia, os
que destacam uma única cor, dessaturando as demais, os que conferem uma aparência de
desenho à foto, aqueles que mudam as cores originais, entre tantos outros que variam de nome
e tipo conforme cada fabricante e modelo de smartphone.
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Não há uma regra rígida sobre a utilização de filtros, pois são, em sua grande maioria, de caráter
artístico, portanto livres conforme a percepção, preferências e objetivos do autor. A única
ressalva que faço é utiliza-los realmente conforme seus objetivos, nada de suavizar em demasia
cores e contrastes em uma imagem destinada a um público que prefere o contrário, por
exemplo.

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Acessórios
São equipamentos que complementam ou aprimoram certas funções dos smartphones. Em
relação a câmera, existem alguns acessórios que aprimoram a qualidade das imagens, a exemplo
de:

Tripés – Servem para dar maior estabilidade ao equipamento, minimizando trepidações e,


consequentemente, melhorando a nitidez da imagem.

Lentes – São equipamentos óticos que alteram a capacidade de captura da câmera, a exemplo,
dentre outras possibilidades, a macro fotografia (ampliação por aproximação física),
aproximação por ampliação ótica (teleobjetiva ou zoom) e ampliação do ângulo de captura
(grande angular).

Filtros (de vidro ou outros materiais) – São equipamentos óticos que alteram as características da
imagem, a exemplo de escurecimento (filtro ND) e eliminação de reflexos e intensificação das
cores (polarizador).

Steadcam (estabilizadores) – Mais utilizados em filmagens, mas também presentes e necessários


na fotografia, os estabilizadores minimizam as trepidação da câmera do smartphone, causadas
por fatores externos, sendo especialmente úteis para fotos em ambientes com pouca luz.

Microfones – Também mais utilizados em filmagens, os microfones eventualmente servem a


uma nova modalidade de fotografia animada, onde a câmera do smartphone captura alguns
segundos antes e alguns segundos depois, fazendo micro clips de vídeo no lugar da foto ou então
acrescenta áudio descrição a imagem.

Controles remotos – podem ser por cabo (botão do fone de ouvido que vem com o smartphone)
ou sem fio (bluetooth), servindo para disparar o comando para o equipamento registrar a
imagem em fotografia, sendo especialmente úteis para evitar trepidações das mãos sobre o
smartphone ou quando não é interessante ou possível que a pessoa responsável pelo registro
fotográfico esteja junto com a câmera, como fotos de animais ou em locais de difícil acesso.

Extensores (Pau de selfie) – Permitem aumentar o distanciamento entre o smartphone e a


pessoa responsável pelo registro fotográfico, implicando em ângulos que não seriam possíveis
sem o extensor, em acesso a locais de difícil acesso ou ainda fotografar algo que apresente

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demasiado perigo numa maior aproximação.

Cases a prova d´água – Utilizados quando se deseja fotografar em ambientes aquáticos, sob
chuva ou com alta humidade, poeira, lama e demais elementos externos que possam danificar o
equipamento.

Aplicativos de edição
Softwares que permitem editar as imagens já registradas, aplicando alterações nestas, como, por
exemplo: filtros, cortes, textos, elementos de cena e distorções de vários tipos, para compor
novas imagens a partir das já existentes.

Há uma grande disponibilidade e diversidade de aplicativos de edição, desde os que oferecem


múltiplas funções aos usuários, a exemplo do Snapseed (que iremos aqui usar como exemplo),
aos especializados na aplicação de determinado efeito ou ajuste, como o HDR.

O objetivo deste curso não é detalhar o funcionamento dos aplicativos, pois cada um merece um
curso específico, devido a quantidade de funções, e respectivas possibilidades técnicas e
artísticas, que normalmente oferecem aos usuários.

Descrição oficial do Snapseed, obtida


na Google play, as 08:00 horas do dia
09 de agosto de 2018.

O Snapseed é um editor de fotos


completo e profissional desenvolvido
pelo Google.

== PRINCIPAIS RECURSOS ==

• 29 ferramentas e filtros, incluindo: Correção, Pincel, Estrutura, HDR e Perspectiva (veja a


lista abaixo)

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• Abre arquivos JPG e RAW


• Salve suas aparências pessoais e aplique-as a novas fotos depois
• Pincel de filtro seletivo
• Todos os estilos podem ser ajustados com controles finos e precisos

== FERRAMENTAS, FILTROS E ROSTO ==

• Revelação RAW: abra e ajuste arquivos DNG RAW. Salve sem destruir ou exporte como
JPG
• Ajustar imagem: ajuste a exposição e a cor de forma automática ou manual com
controles finos e precisos
• Detalhes: revele estruturas de superfície nas imagens de modo incrível
• Cortar: corte nos tamanhos padrões ou livremente
• Girar: gire 90° ou endireite um horizonte inclinado
• Perspectiva: corrija linhas inclinadas e aperfeiçoe a geometria de horizontes ou prédios
• Balanço de branco: ajuste as cores para que a imagem pareça mais natural
• Pincel: retoque seletivamente a exposição, a saturação, o brilho ou o calor
• Seletivo: a renomada tecnologia Control Point. Posicione até oito pontos na imagem e
determine os ajustes. O algoritmo faz o resto em um passe de mágica
• Correção: tire o vizinho que não foi convidado de uma foto em grupo
• Vinheta: adicione uma escuridão suave ao redor dos cantos, como uma grande e bela
abertura faria.
• Texto: adicione texto simples ou estilizado
• Curvas: tenha controle preciso dos níveis de brilho nas suas fotos
• Expandir: aumente o tamanho da sua tela e preencha o novo espaço de formas
inteligentes com conteúdo da sua imagem
• Efeito foco: adicione um lindo efeito Bokeh às imagens (suavização do plano de fundo),
ideal para retratos fotográficos.
• Brilho de glamour: adicione um brilho refinado às imagens, ideal para moda ou retratos
• Contraste de tons: realce os detalhes de forma seletiva em sombras, tons intermediários
e realces
• HDR Scape: para dar uma aparência incrível às suas imagens, crie o efeito de várias
exposições
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• Drama: adicione um toque sombrio às suas imagens (6 estilos)


• Grunge: uma aparência moderna com estilos marcantes e sobreposições de textura
• Granulado: crie uma aparência de filme moderno com granulação realista
• Vintage: o estilo de fotos coloridas dos anos 50, 60 ou 70
• Retrolux: crie um estilo retrô para suas fotos com vazamentos de luz, arranhões e estilos
de filme
• Noir: aparência de filme em preto e branco com granulação realista e o efeito desbotar
• Preto e branco: efeito preto e branco clássico direto da câmara escura
• Molduras: adicione molduras com tamanho ajustável
• Dupla exposição: mescle duas fotos e escolha um dos modos de mesclagem inspirados
em filme fotográfico e em processamento de imagem digital
• Ajuste de rosto: adicione foco aos olhos, adicione iluminação específica para rostos ou
suavize a pele
• Posição de rosto: corrija a posição dos retratos com base em modelos tridimensionais

Dicas finais
Estética:

Pode-se dizer que é a representação do conceito de beleza, através de regras técnicas e culturais,
mas o que seriam essas regras?

 Regras técnicas:

são orientações sobre aspectos técnicos da imagem, a exemplo de:

• Manter a linha do horizonte reta, perpendicular a borda do enquadramento.


• Evitar cores que não sejam adequadamente interpretadas pelo seu equipamento.
o Algumas câmeras, de smartphone, e até mesmo semiprofissionais, tendem a não
registrar algumas cores de forma adequada, como os vermelhos, que podem ser
registradas com excesso de saturação em relação as demais cores da cena, o
mesmo podendo ocorrer com outras cores isoladamente, a depender do
equipamento, portanto, para saber as limitações do seu equipamento,
simplesmente teste-o neste sentido.
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• Usar o flash em ambientes iluminados e também durante o dia, quando desejar diminuir
as sobras em rostos ou elementos de cena que estejam ao alcance do flash, com cuidado
para não provocar excesso de iluminação e distorcer as cores da imagem final.
• Harmonizar as texturas e cores das roupas ou outros elementos de cena, para não criar
distorções nas cores ou ilusões de ótica.
o Os sensores das câmeras dos smartphones são pequenos e, embora alguns sejam
de alta qualidade, captam apenas uma amostra da luz, e consequentemente das
cores, recebendo todos os tons existentes na cena, mas “compreendendo” e
registrando apenas parte deles.
• Simplificar o enquadramento e a composição.
o Enquadramentos com muitos elementos ou uma composição que não coloque os
elementos principais em destaque fazem o observador perder a atenção sobre
estes elementos, desvirtuando os objetivos do registro.
• Evite simetrias.
o Imagens assimétricas tendem a prender a atenção de quem as observa, através da
indicação subjetiva do que ver primeiro, movimentando a atenção por toda a
imagem, numa sequência similar a da leitura de textos (na cultura ocidental).
Imagens simétricas tendem a impor frações de segundo de dúvida sobre o que
observar primeiro, o que pode provocar desinteresse por parte de quem a
observa.
o Existem casos onde a simetria é desejável, a exemplo de rostos, certas linhas
arquitetônicas, reflexos ou algumas paisagens.
• Direcione, sempre que possível, a atenção de quem observa posteriormente a imagem.
o A utilização de linhas guias (cercas, linhas arquitetônicas, nuvens, relevos, entre
outras) direciona a atenção de quem observa a imagem, facilitando a condução da
atenção para atingir os objetivos pretendidos pela pessoa que produziu a imagem.
• Para elementos que precisam transmitir ideia de movimento, procure manter nítidos os
que são objeto da atenção do observador e desfocar os demais, como se estivessem se
movimentando em velocidade.
• Quebre todas as regras anteriores e quaisquer outras que venha a conhecer.
o A liberdade artística permite que a fotografia seja algo que independe de regras,
sendo estas apenas orientações sobre aspectos subjetivos sobre padrões de
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leitura de uma cena.

 Regras culturais

São orientações sobre o que, onde e como fotografar e dependem da cultura de cada local.

• O conceito de beleza muda de cultura para cultura e até mesmo em uma mesma cultura
sofre mudanças em relação ao tempo e a regionalismos.
• Fotografar pessoas: Cuidado ao fotografar pessoas, pois além das questões legais,
existem as culturais, já que certos povos não se permitem fotografar ou quando o fazem
exigem imediato pagamento por isso.
• O sentido de leitura textual varia, principalmente entre as culturas ocidentais e orientais,
influenciando a leitura imagética, portanto, analise a composição das imagens veiculadas
na sociedade onde você deseja publicar sua imagem.
• As cores tem diferentes representatividades em diferentes culturas, ou seja, no Brasil o
branco pode representar paz, enquanto em outra cultura pode representar luto, portanto
pesquise a cultura que você irá registrar.
• Até mesmo dentro de uma mesma cultura pode haver diferenças em relação a
comportamentos, hábitos, vestimentas e outros fatores que podem influenciar uma
imagem, portanto pesquise, pesquise e pesquise SEMPRE.
• As regras culturais são mais complexas e subjetivas que as regras técnicas, portanto mais
difíceis de quebrar.
• EVITE IMPOR SUA PRÓPRIA CULTURA EM RELAÇÃO A CULTURA QUE VOCÊ ESTÁ
REGISTRANDO, pois isso poderá gerar distorções na composição da imagem.

Dicas:
Aqui iremos falar sobre alguns truques e procedimentos que ajudarão a obter uma melhor imagem com o
seu smartphone, tanto em qualidade, como em criatividade.

Fotografando elementos em movimento:

Os smartphones, atualmente, apresentam ótimo poder de processamento, com lentes e sensores


fotográficos de alta qualidade, mas ainda tem limitações relacionadas ao registro fotográfico de
elementos em movimento (alta velocidade), pois o tamanho limitado dos sensores implica em maior
necessidade de luz para a formação da imagem, o que, normalmente, é obtido através de um maior

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tempo de exposição.

Entendendo melhor. O tempo de exposição é a quantidade de tempo necessária para que a luz que
forma as cores e volumes de uma imagem seja captada pela câmera do smartphone, então, quanto mais
escuro o ambiente, mais tempo será necessário para que a fotografia seja obtida, pois a luz deverá ser
captada durante mais tempo, para que o smartphone obtenha uma imagem com a mínima qualidade
necessária aos objetivos do usuário.

Mas isso vale principalmente para imagens estáticas. Quando falamos de elementos que estão em
constante movimento, como água corrente, animais, crianças, atletas e pessoas e veículos em trânsito,
entre outros tantos exemplos, temos a seguinte situação: Para captar um instante, congelando o
movimento, precisamos de bastante luz em um ínfimo intervalo de tempo, pois se esse intervalo de
tempo for superior a velocidade do movimento do elemento fotografado, este referido elemento terá se
movimentado enquanto ainda está sendo registrado. É como tentar desenhar um ponto em um papel em
movimento. Quando a ponta da caneta toca a superfície do papel mais rapidamente que o movimento
deste, conseguiremos desenhar o ponto, mas quando a ponta da caneta toca a superfície do papel mais
lentamente que o seu movimento, ao invés de desenharmos um ponto, obteremos um traço, pois,
embora a caneta esteja parada, o papel terá se movimentado enquanto a tinta toca a superfície,
produzindo não um ponto, mas um traço.

Ou seja, para que uma elemento em movimento consiga ser registrado sem qualquer borrão (registro
indesejável do movimento)

Fotografando com pouca luz:

Quando o ambiente apresenta baixa luminosidade (noite, ambientes internos, mata fechada,
entre outros) deve-se dar atenção especial à estabilidade do equipamento, pois a menor
trepidação provocará efeitos negativos nos resultados.

Isto se dá em função da maior necessidade de tempo, para que o equipamento registre a cena, já
que toda imagem é produzida por luz (considerando imagens sem aplicação de efeitos, lentes,
filtros e os equipamentos com os quais estamos tratando neste curso), normalmente seguindo a
seguinte regra: quanto mais luz, menos tempo, quanto menos luz, mais tempo, ou seja, a
quantidade de tempo necessária a uma boa qualidade de imagem é, via de regra, inversamente
proporcional a quantidade de luz disponível na cena que será registrada.

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Mas como produzir boas imagens em ambientes com baixa luminosidade?

Esta questão passa por um conjunto de respostas trabalhadas simultaneamente (uma e outra) ou
paralelamente (uma ou outra), a depender dos recursos e objetivos existentes.

 Escolha da função de captura em baixa luminosidade, presente em muitos smartphones


(modo cena noturna, modo fogos de artifício, modo baixa luminosidade, entre outras
nomenclaturas variáveis a cada fabricante).
 Estabilização do equipamento através de um bom apoio, que pode ser um tripé, monopé
ou base equivalente. Na falta destas, podem ser utilizados quaisquer suportes que
confiram um mínimo de estabilidade ao smartphone.
 Utilização do temporizador ou de controles remotos, evitando que o simples ato de tocar
a tela para fazer a foto provoque alguma trepidação no aparelho.
 Caso o smartphone disponível permita ajustes manuais, utilizá-los para configurar o que
seria equivalente ao obturador (shutter), definindo o tempo que o sensor ficará exposto a
luz, captando-a e, consequentemente, registrando as informações sobre formas, cores,
luminosidade, entre outras que o permitirão “montar” a imagem fotográfica.
 Existem outros ajustes manuais que influenciam essa questão:
o ISO: É um dos mais importantes ajustes para quem deseja controlar a qualidade
da imagem em relação luminosidade da cena. Ajusta a sensibilidade luminosa do
sensor responsável pela captura da luz e respectivas informações que farão o
equipamento "montar” a fotografia. Quando maior a luminosidade do ambiente,
menor deve ser o ISO, quanto menor a luminosidade do ambiente, maior deve ser
o ISO. Uma questão relevante é que quanto maior o ISO, mais sensível a luz ficará
o sensor, precisando de menos tempo para captar as informações necessárias à
“montagem” da imagem fotográfica, mas isso normalmente acarreta em “ruídos”,
formados por granulações no resultado final, prejudicando a qualidade.
o Exposição: Normalmente apresenta uma escala de -2 a 2 pontos, onde o usuário
pode ir de 0 a -2 para escurecer um pouco a cena ou de 0 a 2, para clareá-la.
 A combinação entre estabilidade do equipamento, controles manuais do obturador, do
ISO e da exposição oferece, de acordo com a percepção e criatividade de quem esteja
fotografando, a possibilidade de produzir ótimas imagens em ambientes de muita ou
pouca luminosidade.
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 Filtros ND (densidade neutra) podem ser utilizados, para reduzir artificialmente a


luminosidade e permitir que o sensor fique mais tempo captando a luz, resultando nos
efeitos de rastros de luz, comuns nas cenas de estradas e light painting ou na suavização
da fluidez de cursos d´água e cachoeiras. Na falta desses filtros, uma estratégia é colocar
na frente da câmera algo que escureça o ambiente, como óculos de sol ou chapas de
raios X, lembrando que a qualidade de qualquer material colocado na frente da câmera
influencia diretamente a qualidade da fotografia.
 Eventuais “ruídos” nas fotografias feitas em ambientes de baixa luminosidade, podem ser
minimizados através de edição posterior, melhorando sua qualidade.

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Considerações finais
A captura do tempo, num instante visível, perceptível, palpável entre outros instantes
imaginados, eis a magia da fotografia que não é apenas registro, mas meio, onde início e fim são
mutáveis a cada percepção, a cada novo olhar, pois o que foi registrado não muda, mas os
indivíduos que o percebem, sim, seja em estado emocional, social ou físico, ou seja, sempre há
dinamismo na observação, sempre há algo novo na interpretação...

Espero que este material tenha ajudado você a perceber, compreender e internalizar alguns
detalhes sobre a ação de fotografar, permitindo melhorar qualitativamente as imagens que você
registra com seu smartphone.

Agradeço a paciência por ter chegado até aqui e lhe parabenizo por ser mais uma pessoa que
simplesmente gosta de registrar momentos, transformando-os em pequenas peças no mosaico
da sua própria história.

Ricardo Morais

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EMENTA

CURSO DE FOTOGRAFIA COM SMARTPHONE

PROFESSOR:

 Nome: Ricardo S. T. de Morais.


 Titulação: Mestre.
 Áreas do conhecimento: Informática / Meio Ambiente / Educação a Distância / Design / Poesia /
Fotografia.
 Instituição: UERN
 Matrícula: 080985.
 Telefone: (84) 98880-9170
 E-mail: ricardomorais@imagemepoesia.com
 Site web: http://imagemepoesia.com
 Instagram: http://instagram.com/imagemepoesia

JUSTIFICATIVA (relevância e fundamentação teórica).

Atualmente a fotografia é um importante elemento de registro das práticas e acontecimentos


cotidianos, servindo para captar e posteriormente expor momentos e emoções relevantes ao individual
e ao coletivo.

Operacionalizando esta visão, a universalização dos dispositivos móveis (smartphones e tablets) com
boa capacidade fotográfica e a facilidade de compartilhamento das imagens através das redes sociais,
provocaram um considerável incremento quantitativo dos registros fotográficos, contudo, o mesmo não
ocorreu com a qualidade, tanto em relação a percepção do que deve ser registrado, como na técnica
para realizar esta tarefa de forma eficiente e com a criatividade, para que cada registro carregue sua
originalidade e impacto documental e/ou emocional desejado.

Portanto, um curso que seja direcionado a harmonizar os elementos subjetivos da percepção e da


criatividade com os elementos objetivos da técnica fotográfica, com noção da utilização dos aplicativos
de edição e das redes sociais para compartilhamento, é uma importante contribuição para que o
incremento quantitativo da fotografia seja acompanhado de um significativo incremento qualitativo.

OBJETIVOS.

Geral: Aprimorar a capacidade de produção de imagens fotográficas dos(as) alunos(as), utilizando


smartphones como instrumento tecnológico de captura, e a percepção e a criatividade como elementos
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qualitativos à ação de fotografar.

Específicos:

 Fomentar a prática da fotografia, utilizando smartphones;


 Incrementar significativamente a qualidade dos registros fotográficos produzidos pelos(as)
participantes do curso;
 Incentivar a objetividade, a percepção e a criatividade nos registros fotográficos produzidos
pelos(as) participantes do curso.

CONTEÚDOS.

Aula 01 - Aspectos legais e construção da imagem – Aula expositiva, aberta a intervenções.

 Criação do grupo de whatsapp da turma.


 Direito de imagem.
 Direito autoral.
 Abstração.
 Amostragem.
 Quantização.
 Modelagem.

Aula 02 - Pilares básicos da fotografia – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.

 Objetivos.
o Percepção.
 Exercício sobre percepção.
o Emoção.
 Exercício sobre percepção e emoção.
o Criatividade.
 Exercício sobre percepção, emoção e criatividade.
o Técnica.
 Exercício sobre percepção, emoção, criatividade e técnica.
o Avaliação
 Exercício: Avaliar criticamente tudo que for produzido a partir de agora.

Aula 03 - Técnica: Noções de luz e a iluminação – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.
 Luz externa.
 Luz interna.
 Reflexo.
 Refração.
 Exercícios de iluminação.

Aula 04 – Técnica: Ângulo, campo de visão e foco – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.
 Ângulo de inclinação.
o Exercícios sobre ângulos de inclinação.
 Campo de visão (ângulo da lente):
o Grande angular.
o Normal.
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o Teleobjetiva.
 Foco.
 Exercício geral.

Aula 05 – Técnica: enquadramento e composição – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.


 Definições.
o Enquadramento.
o Composição.
 Regras de composição.
 Exercícios sobre enquadramento e composição.

Aula 06 – Atividade prática (1/5), contemplando todos os conhecimentos trabalhados até o momento.
 Início da produção e edição das imagens para uma fotonovela (previsão para conclusão = 5
aulas).
o Tema: A ser definido com a turma.
o Roteiro: Definido pelo professor, de acordo com o tema escolhido.
o Formato: stories do instagram.
o Participantes (fotógrafos(as) e pessoas fotografadas): a turma.
o Tamanho: Uma tela para cada aluno(a).

Aula 07 – Recursos fotográficos dos smartphones – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.
 Panorâmica.
o Exercício de foto panorâmica.
 Zoom.
o Exercício de zoom.
 GPS.
 Modos de foto.
o Exercício de modos de fotografia.
 Ajustes de imagem.
 Filtros.
 Outros (a depender dos modelos de smartphone presentes na turma).
 Exercícios de acordo com os recursos comuns a maioria dos smartphones da turma.

Aula 08 – Atividade prática (2/5).


 Continuação da produção e edição das imagens para a fotonovela.

Aula 09 - Edição de imagens – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática..


 Textos na imagem.
 Snapseed.
 Outros aplicativos de edição.
 Exercício de edição de imagens

Aula 10 – Atividade prática (3/5).


 Continuação da produção e edição das imagens para a fotonovela.

Aula 11 – Redes sociais – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática..


 Finalidade e especificidades das principais redes sociais.
 Grupos e perfis temáticos.
o Exercício de critica fotográfica.
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Aula 12 – Publicação e compartilhamento de imagens – Aula expositiva, aberta a intervenções / prática.


 Whatsapp.
 Facebook.
 Instagram.
 Twitter.
 Email.
 Exercício de publicação e compartilhamento de imagens.

Aula 13 – Atividade prática (4/5).


 Continuação da produção e edição das imagens para a fotonovela.

Aula 14 – Crítica da atividade prática – Debate, objetivando a auto avaliação da aplicação dos
conhecimentos trabalhados.
 Análise crítica das imagens produzidas para a fotonovela.

Aula 15 – Atividade prática (5/5) – Finalização e publicação da fotonovela.

Aula 16 – Projeção da fotonovela e encerramento da turma, aberta ao público.

METODOLOGIA.
Os(as) alunos(as) utilizarão os próprios smartphones como instrumentos tecnológicos de captura de
imagem (fotografia).
As aulas expositivas serão projetadas preferencialmente através de projetor multimídia com entrada
HDMI, para permitir o espelhamento da tela do smartphone do professor.
Os momentos de prática fotográfica ou prática de manuseio do equipamento ocorrerão durante as aulas
expositivas e durante aulas especialmente dedicadas a pratica fotográfica.
O curso conta com aulas integralmente dedicadas a atividades práticas, ocorrendo nas instalações
prediais do Campus de Natal da UERN.
A avaliação será contínua, com feedback coletivo aos(as) alunos(as) e também através da pontuação
coletiva aos trabalhos projetados e/ou disponibilizados nas redes sociais.

DURAÇÃO
Carga horária: 24 horas (1440 minutos) presenciais, distribuídas em 16 aulas de 90 minutos, uma vez por
semana, durante 4 meses.

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